sábado, 2 de março de 2024

.: "No Rancho Fundo", próxima novela das seis, mergulha no sertão do Brasil


Comédia romântica se passa nos dias de hoje, trazendo as belezas, riquezas e contrastes entre o sertão e a cidade. Foto: Globo/João Cotta
 


Na beira do riacho, Quinota (Larissa Bocchino), moça de Lasca Fogo, um pequeno distrito fictício do Cariri, sonha em encontrar Marcelo Gouveia (José Loreto), que ela acredita ser seu grande amor. Enquanto Quinota nasceu e foi criada em meio às galinhas, Marcelo viveu em Lapão da Beirada, a parte urbana da região sertaneja. Dois universos distintos que se caracterizam pelo contraste, onde a cultura e as tradições se misturam e desempenham papel fundamental na identidade do sertão brasileiro. 

Criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman, "No Rancho Fundo" é uma comédia romântica contemporânea e narra a trajetória dos Leonel Limoeiro, conduzidos pelo braço forte e coração aberto da matriarca Zefa Leonel, a líder da família do interior que precisa lidar com o choque entre o lugar onde vivem e a cidade. “Trata-se de um microcosmo brasileiro. A história não lida com estereótipos e sim com arquétipos, a cidade pequena e as coisas que a compõem. Ao mesmo tempo, é uma novela atual, então as pessoas usam celular, computador, carros etc. Os personagens são movidos pelo sentimento de querer melhorar as coisas, são nostálgicos em relação ao passado, à vida que eles levavam em comum”, completa o autor Mario Teixeira.

A trama principal gira em torno de Quinota (Larissa Bocchino), a filha de Zefa Leonel (Andrea Beltrão) e Seu Tico Leonel (Alexandre Nero) e, segundo o autor, mostra o processo de formação dessa jovem. “Ela é uma moça ultrarromântica que, ao longo da novela, vai se tornar uma mulher forte como a mãe. É um processo de amadurecimento da personagem. A referência da novela é enfatizar a posição da mulher na sociedade e, mesmo sendo uma história com protagonistas que são pessoas simples, eles têm o poder de mudar o seu destino, assim como Zefa Leonel e Quinota, que no decorrer da trama dará continuidade à herança da mãe”, define Mario Teixeira.

De Lasca Fogo todos os caminhos parecem levar a Lapão da Beirada, o mais badalado município da região. É lá que o agito da vida urbana, marcada por construções imponentes como o Grande Hotel São Petersburgo, atrai visitantes de outros lugares e orgulha seus moradores – o mesmo não se pode dizer do polêmico, mas popular Cabaré Voltagem... Na famosa rua Vileganhon, são as vitrines das mais variadas grifes que seduzem seus consumidores, com seus produtos de alto luxo – uma chiqueza só! Por lá, o público vai poder acompanhar as tramoias de Marcelo Gouveia (José Loreto) e sua comparsa Blandina (Luisa Arraes), querendo sempre se darem bem às custas dos outros.

A produção, que passará a ocupar o horário das seis ainda no primeiro semestre deste ano, reúne mais uma vez o trabalho de Mario Teixeira e do diretor artístico Allan Fiterman, responsáveis por "Mar do Sertão" (2022). Sobre a parceria, Allan destaca a harmonia e sintonia, além de exaltar o prazer que sente em gravar as cenas escritas por Mario. “Ele é um dos maiores autores da atualidade, entra na história profundamente. As cenas são longas e com muito conteúdo, interessantes e cheias de atos dramáticos, o que dá prazer em gravar. Nós temos uma grande sintonia, nos falamos todos os dias. Estamos no mesmo caminho”, comemora Allan.

Segundo o diretor, a novela é uma fábula sertaneja e conta uma história de amor e de uma família com limitações financeiras, mas rica em valores. “Escapamos um pouco da realidade, pois temos arquétipos bem desenhados. Alguns, inclusive, voltam de ‘Mar do Sertão’, como universos paralelos que se encontram. Em ‘No Rancho Fundo’, a história é mais complexa, nossos heróis têm mais camadas. A Zefa Leonel, interpretada por Andrea Beltrão, é uma justiceira que cuida da família e manda na casa. O Seu Tico Leonel, vivido por Alexandre Nero, é o marido dela, mas a força da casa está na mulher e não no homem”, conclui.

Na trama, a apaixonada Quinota (Larissa Bocchino), enfim, encontra Marcelo Gouveia e esse amor incendeia de vez seu coração. Enamorada, ela se entrega ao seu sedutor da cidade grande. Em meio ao encantamento de Quinota e ao flagrante de sua mãe, Zefa Leonel (Andrea Beltrão), surge um casamento forçado entre a jovem e Marcelo Gouveia. Afinal, num lugarejo como Lasca Fogo, onde a honra de uma família é defendida com todas as forças, a reputação de Quinota estaria arruinada sem a união oficial – e ainda correria o risco de cair na boca maldosa das Rosalinas, as filhas fofoqueiras de Primo Cícero (Haroldo Guimarães): Fé (Rhaisa Batista), Esperança (Andréa Bak) e Caridade (Clara Moneke).

Quinota é do tipo que acredita no amor à primeira vista, ainda que passe por uma grande decepção: apesar de se comprometer com a união, Marcelo Gouveia (José Loreto) não quer saber de casamento, abandona a noiva e foge para a cidade. Diante de tamanha afronta, Zefa Leonel (Andrea Beltrão) pega a filha e, juntas, saem em busca do homem em Lapão da Beirada, onde se deparam com um ambiente totalmente diferente do que estão habituadas. E como em uma boa comédia romântica, marcada por encontros e desencontros, golpes e farsas, grandes revelações e reviravoltas vão mudar completamente os rumos da família Leonel. Em Lapão da Beirada, Quinota volta a experimentar o amor, dessa vez com Artur Ariosto (Túlio Starling), o verdadeiro mocinho da história. 

Além de Andrea Beltrão, Alexandre Nero, Larissa Bocchino, Túlio Starling, José Loreto e Luisa Arraes, estão confirmados no elenco Alejandro Claveaux, Alex Patrício, Ana Mangeth, Andréa Bak, Clara Moneke, Dandara Queiroz, Debora Bloch, Eduardo Moscovis, Eloise Yamashita, Fátima Patrício, Guthierry Sotero, Haroldo Guimarães,  Heloisa Honein, Igor Fortunato, Igor Jansen, Jorge Ritchie, Ju Colombo, Leandro Daniel, Maria Silvia Radomille, Mariana Lima, Nanego Lira, Natascha Falcão, Nina Tomsic, Renan Motta, Rhaisa Batista, Thardelly Lima, Tomás de França, Valdineia Soriano, Vitória Rodrigues e Zahy Guajajara. 

"No Rancho Fundo" é criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman. A obra é escrita com a colaboração de Marcos Lazarini, Dino Cantelli, Angélica Lopes e Renata Sofia. A direção geral é de Pedro Brenelli e a direção é de Bernardo Sá, Carla Bohler e Larissa Fernandes. A produção é de Silvana Feu e a direção de gênero de José Luiz Villamarim. A novela tem previsão de estreia em abril de 2024.

sexta-feira, 1 de março de 2024

.: "Estudo para Fantasmas", de Henrik Ibsen, no Teatro Sérgio Cardoso


O Teatro Sérgio Cardoso, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, recebe curta temporada da peça "Estudo para Fantasmas", de Henrik Ibsen, da companhia Cia. do NIT – Núcleo de Imersão Teatral, com direção de Sérgio Ferrara. A montagem da marcante obra de Ibsen aborda questões polêmicas e escandalosas para a época em que foi escrita (1881). A estreia está marcada para o dia 16 de março, sábado, às 18h. 

Sérgio Ferrara – renomado diretor que recebeu o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) de melhor diretor pelo espetáculo "Pobre Super-Homem" de Brad Fraser e que já trouxe a peça "Genet: o Poeta Ladrão" ao Teatro Sérgio Cardoso em 2014. "Estudo para Fantasmas" é a primeira obra da CIA. do NIT – Núcleo de Imersão Teatral criada em 2022. 

Após anos dedicados à direção teatral, Ferrara decidiu criar o NIT (Núcleo de Imersão Teatral) para promover, a partir de encontros, o compartilhamento de vivências e saberes entre atores e diretores de teatro, abordando assuntos diversos como artes plásticas, filosofia e psicologia. O NIT é o espaço do diretor dedicado a abrir novos caminhos para um futuro mais inclusivo e democrático na arte. A partir do projeto, Sérgio Ferrara cria a Cia. do NIT - Núcleo de Imersão Teatral. 

Sérgio Ferrara traz no currículo algumas obras de Henrik Ibsen. Em 2006, quando se comemorou o centenário de Ibsen no Brasil, foi convidado pela embaixada real da Noruega para participar das homenagens, dirigindo a leitura do texto Inimigo do Povo no Sesc Consolação. No ano de 2007, dirigiu a montagem de Inimigo do Povo que estreou no Sesc Ipiranga. Depois cumpriu a viagem teatral do Sesi por 11 cidades do interior de São Paulo e retornou a São Paulo em duas temporadas: no teatro Ruth Escobar e no Tuca.


Inspirado pelo estilo da dramaturgia ibseniana, deu continuidade à sua pesquisa sobre sua obra, levando ao público, em 2008, um texto nunca encenado nem traduzido no Brasil: Imperador e Galileu, que falava sobre a apostasia do imperador romano Juliano, do momento em que Ibsen viveu na Itália. Com a colaboração do ator Caco Ciocler, estrearam no Sesc Santana e depois viajaram para o festival de teatro de Porto Alegre e retornaram à temporada em São Paulo no teatro Imprensa. Em 2012, trabalha com um texto da fase simbolista, A Dama do Mar. Élida, a personagem central dessa obra,  possui o mesmo perfil da personagem Nora de Casa de Bonecas, ou de Hedda Gabler. 

A peça teatral "Estudo para Fantasmas" é muito importante para Ferrara, pois há muito tempo ele vem se dedicando ao estudo e pesquisa de Ibsen, que é considerado o pai do realismo no teatro moderno. Ibsen, conhecido como o "poeta do mal-estar da civilização", desafiou as normas sociais de sua época ao expor as contradições e dilemas do novo sujeito da modernidade. Ele percebeu, claramente, os obstáculos que a civilização impõe ao livre desenvolvimento humano, enquanto, ao mesmo tempo, reconheceu a necessidade dessa busca por uma vida plena. 

Na peça "Estudo para Fantasmas" encontramos as personagens em constante estado de angústia, muito característico desse novo sujeito da modernidade, dividido entre a racionalidade social e a subjetividade do sujeito, em busca ininterrupta por uma forma de abarcar a si mesmo, de modo a admitir essa oposição. Essa peça fala sobre as convenções da moral religioso versus a ética do desejo, revelando a tragédia da personagem Helena Alving, que, ao final da trama, enfrenta a solidão e a angústia, confrontando as renúncias e traições de uma vida dedicada à felicidade alheia.


Ficha técnica
Espetáculo "Estudo para Fantasmas", de Henrik Ibsen
Direção: Sérgio Ferrara
Assistência de Direção: Raisa Suliani
Elenco: Clau Carvalho, Josuel Luna, André Pottes, Gabriel Mello, Acsa Giunco e Maria Andrade.
Figurinos: Felipe Carrasco
Cenário: Sérgio Ferrara
Assistentes: Andrey Reis e Fernanda Barroso
Apoio: Desembuxa Entretenimento
Iluminação: Beto Martins
Fotografia: Hegon Moreira
Preparadora Vocal: Nadia Vilela
Direção de Produção: Josuel Luna
Tradução de Texto: Cia. do NIT - Núcleo de Imersão Teatral
Realização: Cia. do NIT - Núcleo de Imersão Teatral 

Serviço
Espetáculo "Estudo para Fantasmas".
Temporada: de 16 de março a 28 de abril de 2024, aos sábados e domingos, às 18h
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)| Sympla
Local: Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno | R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo
Classificação: 16 anos
Duração: 80 minutos
Capacidade: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes

.: "SBT PodNight" dá início a mais uma sessão de entrevistas nesta segunda

 

Com os maiores podcasts do Brasil - "Flow", "Inteligência Ltda.", "Vênus", "Papagaio Falante" e "Pod Delas" - as noites do SBT trarão o melhor da internet para a telinha. Foto: divulgação/ SBT

Na próxima segunda feira, dia 4 de março, o "SBT PodNight" segue garantindo entretenimento de qualidade na grade da televisão aberta. Em parceria com os podcasts "Flow", "Inteligência Ltda.", "Vênus", "Papagaio Falante" e "Pod Delas" –, a programação combina a descontração dos entrevistadores e a sinceridade dos convidados, assegurando aos telespectadores a mistura perfeita da informação com diversão. O "PodNight" vai ao ar de segunda a sexta, logo após a exibição do “Operação Mesquita”. Confira a programação da semana de 4 a 8 de março:


Segunda-feira (4 de março) – "Flow Podcast"com Celso Portiolli. Foto: divulgação
Apresentado pelo carismático Igor Coelho, mais conhecido pelo público da internet como Igor 3K, o "Flow" é um dos podcasts mais ouvidos pelos brasileiros, chegando a bater mais de 5 milhões de inscritos no YouTube. Sendo a definição de versatilidade, Celso Portiolli demonstra que é possível reunir apresentador, comediante e empresário em uma única pessoa. Neste episódio, o SBT mostra a entrevista com apresentador do “Domingo Legal”.


Terça-feira (5 de março) – "Inteligência Ltda." com Carlos Alberto de Nóbrega. Foto: divulgação
Inegável figura de peso na história da comédia nacional, Carlos Alberto de Nóbrega inspira ao compartilhar detalhes sobre sua vida, fornecendo informações tanto pessoais quanto curiosidades sobre seu trabalho. Ministrado por Rogério Vilela, o episódio do "Inteligência Ltda.". transmitido pelo SBT, reúne os melhores momentos da entrevista com o apresentador da “A Praça é Nossa” para o público de casa.


Quarta-feira (6 de março) – "Vênus" com Mariana Rios. Foto: divulgação
Colecionando trabalhos incríveis como atriz, apresentadora, escritora e cantora, Mariana Rios é o destaque deste programa exibido pelo SBT. No bate-papo, as anfitriãs Criss Paiva e Yasmin Yassine elevam a energia intergaláctica do "Vênus Podcast", fazendo o telespectador apertar os cintos para uma viagem de informações profundas sobre a vida da entrevistada.


Quinta-feira (7 de março) - "Papagaio Falante" com Maurício Manfrini. Foto: divulgação

Maurício Manfrini, mais conhecido por seu personagem Paulinho Gogó em “A Praça é Nossa”, é uma figura icônica da comédia brasileira. Neste episódio podcast "Papagaio Falante", comandado pelo eterno malandro da TV brasileira, Sérgio Mallandro, e o ator Renato Rabelo, o convidado fala sobre o melhor da cultura humorística ao promover curiosidades que arrancam risadas do público, além de compartilhar histórias reais e inspiradoras.


Sexta-feira (8 de março) – "Pod Delas" com Nicole Bahls. Foto: divulgação
Modelo, influenciadora e apresentadora, Nicole Bahls ganhou notoriedade na mídia por sua autenticidade e carisma que, inegavelmente, conquistaram o coração dos brasileiros. Fechando a semana no "Pod Delas", o SBT exibe os melhores momentos da conversa entre as apresentadoras Tata Estaniecki e Bruna Unzueta, com a convidada: o entretenimento rola solto.

.: Espetáculo “Hebe, Uma Revista Musical” estreia em São Paulo


Tributo oficial à Rainha da Televisão Brasileira faz temporada na capital paulista de março a maio no Teatro Mooca


No próximo dia 8 de março, sexta-feira, o Teatro Mooca se tornará palco para uma celebração única da vida e do legado de uma das mais icônicas figuras da televisão brasileira: Hebe Camargo. Com a estreia de "Hebe, Uma Revista Musical", o público terá a oportunidade de mergulhar nos momentos marcantes da trajetória dessa inesquecível apresentadora, cantora e mulher extraordinária.

Idealizado por Marcello Camargo, filho de Hebe, e sob a direção de Allan Oliver, roteirista, diretor e produtor indicado pela revista "Forbes Under 30", o espetáculo promete transportar os espectadores para os momentos mais memoráveis dos programas de Hebe, incluindo suas entrevistas marcantes no "Roda Viva", além de oferecer um vislumbre de sua vida pessoal. A atriz Fefa Moreira assume o papel de Hebe Camargo na fase adulta, trazendo à vida a essência cativante e o carisma inigualável da comunicadora. Além disso, o espetáculo conta com a participação de outros artistas renomados, como Fábio Júnior, Angélica e Rita Lee.

O espetáculo não apenas presta uma homenagem à vida pública de Hebe, mas também celebra sua personalidade única e estilo inconfundível. O figurino, composto por peças originais do acervo pessoal da apresentadora, é um testemunho tangível de sua elegância atemporal. Réplicas dos sapatos exclusivos feitos para Hebe foram confeccionadas pelo renomado designer de calçados Fernando Pires, enquanto o estilista de alta costura Ruy do Anjos recriou os icônicos vestidos usados por Hebe, incluindo peças inspiradas no calçadão de Copacabana e no vestido de estreia de seu programa no SBT, hoje pertencente ao acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - MASP. Réplicas das jóias usadas por Hebe também foram cuidadosamente recriadas para a produção, e as perucas utilizadas no espetáculo são criações do renomado peruqueiro André Goi, garantindo que cada detalhe contribua para capturar a essência única de Hebe Camargo.

Destinado àqueles que acompanharam os programas da apresentadora ao longo dos anos, "Hebe, Uma Revista Musical" é um espetáculo inédito, que homenageia o legado desta verdadeira rainha da televisão brasileira e promete uma experiência emocionante e envolvente. "Estou muito ansioso, pois esse projeto é muito importante para todos nós, uma forma de levar o acervo Hebe até as pessoas de outras cidades. A estreia do musical não poderia ser em outra data, se não, 8 de março, que é o dia Internacional da Mulher e o aniversário da minha mãe", conclui Marcello Camargo, filho único da apresentadora. 


Serviço:
Espetáculo "Hebe, Uma Revista Musical".
Data: de 7 de março a 31 de maio de 2024, todas as quintas, sextas e sábados.
Horário: às 21h00.
Local: Teatro Mooca - Mooca Plaza Shopping. Rua Capitão Pacheco e Chaves, 313 - Piso L2, Vila Prudente;
Ingressos: à venda através da Sympla e Sampa Ingressos:
Quintas-feiras - R$ 110 (plateia) e R$ 90 (balcão);
Sextas e Sábados - R$ 130 (plateia) e R$ 110 (balcão)
Classificação indicativa: 12 anos
Crédito fotografia: Helena Mello

.: Disqueria: o fim de uma era e o início de outra


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Fundada em 1986, a Disqueria anunciou o fechamento de suas portas no final de fevereiro. Vai deixar de ser uma loja física para desbravar o ambiente virtual, ainda oferecendo uma série de discos de vinil, CDs e livros, além de outros tipos de produtos procurados por colecionadores.

Apesar da novidade da loja virtual ser um alento, é impossível deixar de sentir uma ponta de saudade desse local, que marcou época comandado pelo saudoso DJ Wagner Parra, que cuidava das seleções musicais que tocavam no Bar da Praia e do Bar do Torto, no qual criou os eventos denominados Vitroladas, levando sempre uma seleção de músicas sempre com o foco na produção latino-americana e nacional.

Lembro que a loja chegou a funcionar na Rua Goias, quase esquina com o Canal 3, no Gonzaga, antes de se mudar para a Avenida Conselheiro Nébias, 850, no Boqueirão. E foi na Disqueria, entre um papo e outro, que o Parra me falava os nomes dos cantores e cantoras latinos mais significativos. Nomes como Willie Colon, Celia Cruz, Tito Puente, Ruben Blades e Hector Lavoe chegaram até mim por intermédio de Parra. Se hoje eu passei a conhecer um pouco mais sobre as canções latino-americanas, devo isso ao Parra e seu inesgotável arsenal sonoro.

Numa dessas visitas, ele me mostrou um disco do percussionista Chico Batera, de 1979, que tinha uma canção chamada "La Rumba", que depois me lembrei que ouvi na época em que ele discotecava no Bar da Praia. Ele ficou surpreso quando reconheci a canção, cujo arranjo era baseado na conhecida salsa cubana.

Ali, na loja física, adquiri uma série de discos de vinil e CDs que hoje compõem a minha modesta coleção. Desde jazz (Duke Ellington, Miles Davis, etc.), passando pelas orquestras tipo Easy Listening e alguns clássicos da MPB (Lo Borges, Chico Buarque, etc). E, claro, rock clássico (Jethro Tull, Led Zeppelin, entre outros). São tantas passagens marcantes na Disqueria, que seria impossível resumi-las em um único texto.

Mas é compreensível a decisão da companheira de Parra, Claudia Chelotti, que após o falecimento dele, em 2015, conseguiu prosseguir firme com a loja funcionando. Com o passar dos anos, é natural que o dono ou dona do estabelecimento queiram ter uma qualidade de vida melhor, de acordo com o momento que eles vivem. Por tudo que a Disqueria nos proporcionou ao longo de todos esses anos, só temos que agradecer a Claudia Chelotti. E iremos conferir com certeza o ambiente virtual da loja, que pode ser acessado pelo link https://disqueria.mercadoshops.com.br.

"La Rumba" (Chico Batera)

"Quimbara" - Celia Cruz e Tito Puente

"Che Che Cole" - Willie Colon e Hector Lavoe"

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

.: "A Cortesia da Casa": vencedora do Prêmio Sesc lança primeiro romance


Uma trama ambientada em um spa de luxo da serra fluminense marca a estreia no romance de Marta Barcellos, vencedora dos prêmios Sesc e Biblioteca Nacional na categoria Conto. "A Cortesia da Casa" é um romance instigante e irônico sobre superficialidade e os conflitos de uma mulher de meia-idade que busca refúgio em um hotel que oferece serviços de emagrecimento e descanso para endinheirados. O texto de orelha é assinado por Claudia Lage, que ressalta a sagacidade da escrita de Marta e a linguagem falsamente frívola que utiliza para desenvolver a sua personagem principal, remetendo à Bertha Young de “Êxtase”, conto de Katherine Mansfield.

"A Cortesia da Casa" será lançado no dia 19 de março, às 19h00, no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa de Botafogo (Rua Voluntários da Pátria, 97), com leitura dramatizada de Ana Schaefer e bate-papo com Alexandre Brandão e João Paulo Vaz. No dia 3 de abril, também às 19h00, o evento será em São Paulo, na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915), com bate-papo com Luciana Lachini e mediação de Bruna Maia

Com uma crítica sutil e irônica da classe alta, marca de seus contos premiados, Marta Barcellos inscreve a protagonista Denise no rol das mulheres burguesas da literatura: assim como personagens de Katherine Mansfield e Virginia Woolf, ela se esforça para cumprir seu papel social e se manter na superficialidade. O leitor, no entanto, acessa as brechas das narrativas que a personagem cria para si própria, e entrevê o desamparo e o vazio deixado pela falta dos homens de quem ela cuidou.

Com um trabalho de ocultamento na linguagem e sem resvalar para a caricatura, "A Cortesia da Casa" se vale do ambiente artificial do spa para mostrar a crise de meia idade de uma mulher que subitamente se sente descartada - pelo marido Vicente, pelo filho Bruno, pelo mercado de trabalho – e começa a ter episódios de compulsão alimentar. No Spa Montana, em meio a uma rotina que normaliza contagens de calorias, cirurgias plásticas e situações escatológicas, ela tenta se adequar aos padrões estabelecidos por uma elite esnobe que parece tão perdida quanto ela. O pano de fundo é o Brasil do começo da operação Lava-Jato, com suas prisões espetaculares de empresários e políticos. Compre o livro "A Cortesia da Casa", de Marta Barcellos, neste link.


O que disseram sobre o livro
“A narrativa sagaz da autora provoca em nós, os leitores, sentimentos ambíguos: nos diverte e desagrada a frivolidade de Denise ao mesmo tempo que compreendemos os mecanismos sociais e patriarcais que a forjaram. Torcemos para que ela rompa a casca e se revele ou se descubra. Ou se liberte. Efeito comovente construído com maestria por Marta Barcellos.” – Claudia Lage, escritora.


Sobre a autora
Marta Barcellos é escritora e jornalista, autora do livro de contos "Antes que Seque" (2015), vencedor do Prêmio Sesc de Literatura e do Prêmio Clarice Lispector da Fundação Biblioteca Nacional, além de finalista do Prêmio Rio de Literatura e semifinalista do Oceanos. Carioca, é formada em jornalismo pela UFRJ e mestre em Literatura pela PUC-Rio. Como jornalista, trabalhou por vinte anos na redação de veículos do Rio de Janeiro e de São Paulo. "A Cortesia da Casa" é o seu primeiro romance. Garanta o seu exemplar de "A Cortesia da Casa", escrito por Marta Barcellos, neste link.

.: "Terra Úmida", de Myriam Scotti, tece a complexidade dos laços de família


Vencedor do Prêmio Literário de Manaus 2020, o romance "Terra Úmida", da escritora manauara Myriam Scotti, lançado pela editora Penalux, traz à tona um momento pouco comentado da história brasileira: a imigração de judeus para a Amazônia durante o ciclo da borracha (entre os séculos 19 e 20). Partindo deste cenário inusitado, se desenrola uma trama complexa, que perpassa temas como imigração, relações familiares e o feminino. A obra contou com a orelha assinada pela escritora, podcaster e professora Anita Deak.

A partir da perspectiva de Abner, um dos filhos de uma família marroquina que, para fugir da perseguição aos judeus, instala-se na Amazônia, o leitor é apresentado a personagens que, apegados à tradição, são intimamente atravessados pela vida e pela cultura novas. A mãe, Syme, porém, decide sacrificar os próprios desejos em prol dos filhos e da fé, o que se torna um conflito complexo entre ela e Abner, em que são colocadas questões como afeto, autonomia e o fardo da maternidade.

Myriam conta que a ideia de "Terra Úmida" era homenagear seus ancestrais, sendo ela mesma descendente de judeus sefarditas. O romance foi escrito durante um longo processo, que durou três anos, e envolveu uma viagem para o Marrocos como parte da pesquisa. Além da temática histórica, ela também buscou trabalhar questões relacionadas à mulher. "Não à toa, escrevi uma personagem que pudesse representar um pouco das dificuldades de ser mulher em qualquer época", diz. 

Ela também reflete sobre a literatura enquanto espaço de alteridade, em que leitores possam não só se identificar, mas também ouvir e compreender outras vivências. "Desde que lancei o romance tenho recebido muitas devolutivas, inclusive de homens, do quanto refletiram sobre as questões femininas, assim como sobre relações familiares", afirma.

Segundo Myriam, "Terra Úmida" surgiu como um desafio pessoal. Acostumada a escrever textos mais breves, como contos e poesia, ela se propôs a produzir uma narrativa de maior fôlego. A ideia original de "Terra Úmida" partiu, inclusive, de um conto inédito. Compre o livro "Terra Úmida", de Myriam Scotti, neste link.

Escritora e mãe: conheça Myriam Scotti
Myriam Scotti nasceu em 1981, em Manaus (AM). É escritora, crítica literária e mestre em Literatura pela PUC-SP. Seu romance "Terra Úmida" foi vencedor do Prêmio Literário de Manaus 2020. Em 2021, seu romance juvenil “Quem Chamarei de Lar?” (editora Pantograf) foi aprovado no PNLD literário e escolhido pelo edital Biblioteca de São Paulo.  

Em 2023, lançou o livro de poemas “Receita para Explodir Bolos” (editora Patuá). Foi finalista do prêmio Pena de Ouro 2021 na categoria Conto. No ano passado, ficou em segundo lugar na categoria conto do prêmio Off Flip

A autora conta que começou a escrever na infância, mas que, ao tornar-se mãe, resolveu publicar crônicas sobre este novo momento de sua vida em um blog. A escrita passou a ser uma atividade profissional em 2014.

Ela frisa que frequentou inúmeras oficinas e cursos de escrita criativa desde então, lapidando e fortalecendo a própria voz. Neste contexto, também encontrou autores de renome, caso da mineira Anita Deak, que assina a orelha de "Terra Úmida". Atualmente, Myriam está escrevendo dois projetos de romance, um deles contemporâneo e, o outro, com temática histórica. Garanta o seu exemplar de "Terra Úmida", escrito por Myriam Scotti, neste link.


Trecho do livro
"Um ontem não tão distante, apesar das tantas décadas transcorridas e de meus cabelos já serem brancos como a neve que nunca conheci, os fatos retornam à minha mente com detalhes: o céu demasiado azul e o calor forte, abafado, não deixavam dúvidas de que o mês de agosto havia chegado com toda sua pujança. À nossa volta, a beleza comovente da floresta me fazia viajar para o interior da alma, uma grande aventura que começava de dentro para fora do corpo. Talvez por isso eu jamais me cansasse de navegar por aqueles rios que me provocavam imersões tão profundas quanto suas águas. A cada curso percorrido, a natureza se descortinava em um espetáculo quase secreto para os olhos de quem escolhia gastar os dias navegando e se embrenhando pelos interiores misteriosos da Amazônia, embora naquela tarde de esplendor, o que nos parecia impossível, aconteceu: nuvens negras se formaram de repente, trazendo a tempestade apressada em desabar sobre as águas negras e até pouco tempo espelhadas que havia diante de nós, deixando-nos na angústia de saber se passaríamos ilesos."

.: "Marilyn, por Trás do Espelho" estreia em SP e revela face desconhecida


Peça investiga uma Marilyn Monroe menos conhecida, para além do glamour que a eternizou. Temporada vai de 15 de março a 7 de abril na sala Multiuso do Teatro Arthur Azevedo. Fotos: Andrea Rocha/ZBR e Roberto Cardoso

Um “petit comité”, na casa de um executivo do cinema, em Nova Iorque, esperava o presidente John F. Kennedy, a atriz Marilyn Monroe e um grupo seleto de convidados, depois do evento de arrecadação de fundos para o Partido Democrata, no Madison Square Garden, em 19 de maio de 1962. O célebre “parabéns a você”, cantado pela atriz para celebrar o aniversário do presidente americano, foi um dos pontos altos de sua carreira, e sua última aparição pública. Curiosidade sobre essa noite e outras revelações sobre a faceta menos conhecida da loira de “O Pecado Mora ao Lado” estão na pesquisa da atriz Anna Sant’Ana para montar o espetáculo “Marilyn, por trás do Espelho” que estreia em São Paulo no dia 15 de março, às 20h, na Sala Multiuso do Teatro Arthur Azevedo, na Mooca. A peça tem dramaturgia de Daniel Dias da Silva, encenação da diretora portuguesa Ana Isabel Augusto e supervisão cênica de Roberto Bomtempo.

Idealizadora do espetáculo, Anna já realizou três temporadas da peça no Rio de Janeiro, quando ganhou o Prêmio Cenym 2022 de melhor monólogo e melhor texto original. A direção é de Ana Isabel Augusto, encenadora portuguesa com mais de 25 anos de experiência, diretora-fundadora do grupo de teatro do ISCTE-IUL, de Lisboa, em atividade há mais de 20 anos, que vem ao Brasil especialmente para dirigir a montagem. 

Por meio da história de Marilyn Monroe, estrela mundial do cinema e mulher-ícone do século 20, Marilyn, por trás do Espelho convida a uma reflexão sobre solidão, depressão e o papel da mulher, temas atuais e urgentes no mundo contemporâneo. A peça investiga uma Marilyn menos conhecida, para além do glamour que a eternizou. A mulher por trás do espelho com que muitas mulheres - e por que não homens - se identificam. Os medos, a solidão, o desejo de ser mãe, a luta pelo reconhecimento na carreira, o abandono, os relacionamentos que não deram certo, a baixa autoestima, temas universais que se conectam com o público. Entre os filmes e os momentos relembrados no espetáculo estão o “Happy Birthday” para o presidente John Kennedy, a famosa cena do vestido levantando no filme “O pecado mora ao lado” e a música “Diamonds are a girl´s best friend”, gravada por diversas cantoras, entre elas Madonna.


Longa pesquisa
O trabalho foi concebido a partir de longa pesquisa de Anna Sant’Ana em livros, filmes e reportagens sobre a vida de Marilyn, iniciada em 2010. “O que me apaixona neste projeto é a possibilidade de ver refletidas em nós tantas questões que fizeram parte da vida de um dos maiores ícones da nossa geração. Com um foco marcado no que significou - e ainda significa - ser mulher. Ser mulher com as complexidades e sonhos e expectativas que nos atravessam e puxam em todas as direções, deixando-nos tantas vezes com a sensação de frustração e falha. ‘Marilyn atrás do espelho’ é uma viagem ao interior desta personagem criada por Norma Jean nos seus maiores momentos de fragilidade. Uma incursão que obriga a questionar se ser Marilyn não são todas essas escolhas que me deixam a mim, e a ti, e a todos nós, a fabricar uma persona que não passa de um eco do que verdadeiramente somos”, diz a diretora, Ana Isabel Augusto.

“Eu comecei uma pesquisa em 2012 sobre a Marilyn Monroe, por conta de dois espetáculos seguidos que fiz e que tive que estudar cenas dela. Comecei a achar que era muita coincidência, e aquilo me fez desejar fazer uma pesquisa mais aprofundada. Desde então venho estudando sua vida e o que aconteceu principalmente nos seus últimos anos. Eu percebi que atrás de uma artista tão controversa, considerada símbolo de glamour e sensualidade, havia uma mulher como qualquer uma de nós, com desejos, medos, frustrações, inseguranças e principalmente uma solidão que a acompanhava. Acredito que as coisas acontecem no momento certo, e 10 anos depois aqui estamos nós contando essa história, e cumprindo nosso papel como artistas de proporcionar uma identificação do público com o teatro. Eu espero que esse trabalho toque tanto as pessoas quanto ele me toca e elas possam sair transformadas com essa história”, endossa a atriz e idealizadora do projeto, Anna Sant’Ana.

“Escrever sobre Marilyn Monroe é um enorme desafio para qualquer autor: uma personagem repleta de camadas e de facetas, suscetível a inúmeras possibilidades de recortes e ângulos. Da menina pobre, com suas histórias de abandono e lares adotivos que alcançou o estrelato até a mulher de personalidade forte e determinada, que buscava incansavelmente ser reconhecida pelo seu talento em um mundo essencialmente masculino, que insistia em vê-la pelo filtro da beleza e da sua sexualidade”, afirma o dramaturgo Daniel Dias de Silva.


Cenário,  figurino e trilha sonora
Para a criação do cenário, Natália Lana inspirou-se em uma foto do quarto de Marilyn, onde se identificam um certo glamour e o princípio de um caos, com a cama desfeita e objetos pelo chão. A escolha dos mobiliários foi uma solicitação da direção. Foram criados ambientes com recamier, cadeira, banqueta e cabideiro. Os figurinos de Joana Seibel foram pensados a partir dos modelos originais usados por Marilyn em seus filmes. Todos foram reproduzidos o mais fiel possível aos originais. As cores eram muito importantes e ajudam a contar a história. 

A atriz começa a peça de body e vai se montando conforme a narrativa se desenrola. Sobre a caracterização, foi realizado um estudo sobre o rosto e a maquiagem de Marilyn, e passado passo a passo, para que a atriz pudesse fazer sua própria maquiagem, baseada nesse estudo. Tibor Fittel concebeu a trilha ao lada da diretora, trocando ideias sobre a estrutura do texto, com a música caminhando junto. Algumas músicas são originais, compostas especialmente para o espetáculo, como O piano da minha infância, o fio condutor para o músico escrever o restante da trilha. Outras são originais da época e bem conhecidas do público como "New York, New York" e "My Way", ambas interpretadas por Frank Sinatra e "I´m Throught With Love", "Diamonds are a Girl´s Best Friend" e "I want be Loved by You", interpretadas por Marilyn.


60 anos sem Marilyn
No dia 4 de Agosto, quando a peça estreou no Sesc Tijuca, Rio de Janeiro, completaram exatos 60 anos sem Marilyn Monroe. A efeméride movimentou segmentos variados, que deram origem a reportagens, documentários, séries e filmes no streaming, peças teatrais, livros, exposições e até mesmo leilões - num leilão da Christie’s, seu portrait, feito por Andy Warhol em 1962, tornou-se a peça mais cara do século 20, ultrapassando nomes como Picasso.

Nascida Norma Jeane Mortenson em 1º de junho de 1926, Los Angeles, Marilyn Monroe tornou-se uma das maiores estrelas de cinema de Hollywood e um dos maiores símbolos sexuais do século 20, imortalizada pelos cabelos loiros e curvas generosas. Apesar de sua carreira ter durado somente uma década, seus filmes arrecadaram mais de duzentos milhões de dólares até sua morte inesperada em 1962, aos 36 anos. Seis décadas após seu falecimento, continua sendo considerada um dos maiores ícones da cultura popular.

Marilyn passou a maior parte de sua infância em lares adotivos e num orfanato, e se casou pela primeira vez aos 16 anos. Nos anos 1940, trabalhou numa companhia de aviação que fabricava drones na Segunda Guerra Mundial, quando foi descoberta por um fotógrafo da First Motion Picture Unit e iniciou uma carreira como modelo pin-up.

No início dos anos 50 já era uma das estrelas mais bem-sucedidas de Hollywood. O filme O Pecado Mora ao Lado (1955) foi um dos maiores sucessos de bilheteria de sua carreira. Marilyn fundou sua própria empresa de produção cinematográfica, a Marilyn Monroe Productions (MMP). Buscando aprimorar seu desempenho como atriz, dedicou-se aos estudos no famoso Actors Studio de Nova York. 

Depois de seu desempenho ser aclamado pela crítica em "Nunca Fui Santa" (1956), e de ter atuado na primeira produção independente de MMP, The Prince and the Showgirl (1957), ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz por Some Like It Hot (1959). Seu último filme completo foi o drama "The Misfits" (1961). A conturbada vida particular de Marilyn Monroe sempre despertou interesse. Durante a carreira, lutou contra o vício, a depressão e a ansiedade. Além disso, teve dois casamentos midiáticos - com o jogador de beisebol Joe DiMaggio e com o dramaturgo Arthur Miller, ambos terminados em divórcio. A atriz também provocou controvérsia por ter sido cogitada como amante do então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, apesar de nada ter sido provado. Morreu aos 36 anos de uma overdose de barbitúricos na sua casa, em Los Angeles, no dia 4 de agosto de 1962.

 

Ficha técnica
Espetáculo "Marilyn, por Trás do Espelho". Idealização, Atuação e Argumento: Anna Sant’Ana. Dramaturgia: Daniel Dias da Silva. Direção: Ana Isabel Augusto. Supervisão de Direção: Roberto Bomtempo. Assistente de Direção: Letícia Reis. Iluminação: Renato Machado. Trilha Sonora: Tibor Fittel. Figurinos e Caracterização: Joana Seibel. Cenário: Natália Lana. Direção de Movimento: Sueli Guerra. Preparação Vocal: Rose Gonçalves. Design Gráfico: Guilherme Lopes Moura. Fotos: Andrea Rocha/ZBR e Roberto Cardoso. Filmagem e Edição de Videos: Alyrio Tkaczenko. Visagismo: Camila Pio e Fernanda Pio. Costureiras: Nice Tramontin. Cenotécnico: André Salles e Equipe. Fisioterapeuta: Alessandro Costa. Preparação Física: Gustavo Bassan. Operação de Som: Tiago Abreu. Operação de Luz: Kadu Moura. Contra-regra/Camarim: James Simão. Direção de Produção: Anna Sant’Ana. Produção Local: Fábio Câmara / Lugibi Produções. Realização: Sant’Ana Produções & Artes.


Serviço
Espetáculo "Marilyn, por Trás do Espelho". Estreia: 15 de março, sexta-feira, às 20h. Temporada: de 15 de março a 7 de abril | Sexta e sábado às 20h e domingo às 18h. Duração: 90 min. Classificação Indicativa: 14 anos. Local: Teatro Municipal Arthur Azevedo – Sala Multiuso.  Av. Paes de Barros, 955, Mooca – 03115-020 | fone 2604-5558. Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).

.: Solo "Azira’i", com a atriz indígena Zahy Tentehar, estreia no Sesc Ipiranga


Dirigido por Denise Stutz e Duda Rios e produzido pela Sarau Cultura Brasileira, espetáculo autobiográfico foi criado a partir de memórias e vivências da atriz com sua mãe, a primeira mulher pajé de sua reserva indígena. Foto: Leo Aversa


Depois de estrear na capital carioca em 2023, o bem-sucedido espetáculo "Azira’i", escrito por Zahy Tentehar e Duda Rios e interpretado por Zahy, chega a São Paulo para uma temporada no Sesc Ipiranga, de 8 a 31 de março, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 18h00. O trabalho, dirigido por Denise Stutz e Duda Rios e produzido pela Sarau Cultura Brasileira, foi indicado ao Prêmio Shell 2023 em quatro categorias – atriz, dramaturgia, cenário e iluminação. E no Prêmio APTR nas categorias - espetáculo, direção, iluminação e jovem talento – atriz.

O solo autobiográfico trata da relação entre Zahy e sua mãe, Azira'i, a primeira mulher pajé da reserva indígena de Cana Brava, no Maranhão, onde ambas nasceram. Azira'i foi uma mulher muito sábia e herdeira de saberes ancestrais, com vasto conhecimento sobre o mundo espiritual. Como pajé suprema, ela usava três ferramentas tecnológicas para curar: as plantas, a mão e o canto. Ao gerar e criar a filha nesta mesma aldeia, deixou para ela seu legado espiritual. 

Ao longo da jornada como artista, Zahy fez do canto uma de suas expressões, que pode ser visto no espetáculo, em que ela canta lamentos ensinados por sua mãe e canções originais compostas por ela com Duda Rios, sob a direção musical de Elísio Freitas, produtor responsável pelo premiado álbum "Nordeste Ficção", de Juliana Linhares, que também divide a autoria de algumas composições com a atriz e o diretor.  

É neste verdadeiro "musical de memórias" que se apresentam Azira'i e Zahy, mãe e filha, mulheres nucleares, distintas, diversas e espelhadas: “Sou a filha caçula da minha mãe. A nossa relação, como muitas de nossos brasis, foi diversa: cheia de semelhanças e diferenças, com muitos afetos e composições importantes para nossa trajetória. A presença de minha mãe é tão viva, que a nossa relação se faz continuamente importante. Quando pensei em trazê-la ao teatro, não foi para falar apenas dos meus sentimentos, foi para dialogarmos com nossos reflexos enquanto sujeitos coletivos. Gosto de nos ver, humanos, como espelhos, pois nossas histórias se entrelaçam e se compõem”, analisa Zahy. 

Azira'i faleceu em 2021, ao longo do processo de criação da montagem, que começa em 2019, quando Zahy e Duda Rios se conhecem no elenco da montagem de "Macunaíma", dirigida por Bia Lessa e encenada pela companhia Barca dos Corações Partidos, também um projeto da Sarau. Nas conversas de camarim, Duda se surpreendia com o que Zahy contava – ela mesma se define como uma contadora de histórias – e surgiu ali mesmo a semente de criar um espetáculo a partir daquela vivência em um contexto tão próximo, mas também tão distante. 

Duda formatou a dramaturgia junto com a atriz, em uma estrutura narrativa que percorre a história por diversos pontos de vista, como os da própria Zahy, mas também o de sua mãe e de uma narradora. No último ano, Denise Stutz se juntou à dupla de amigos criadores e a encenação propriamente dita começou a ganhar uma forma.  

"O nosso maior desafio foi selecionar, entre tantas histórias que ela havia me contado ao longo de quatro anos, quais iriam compor a dramaturgia da peça. Às vezes queremos abordar muitas coisas num espetáculo e terminamos perdendo o fio da meada. Mas se temos um eixo narrativo claro, a chance do público se envolver é maior. Nesse aspecto, a chegada de Denise foi fundamental, pois ela entrou no projeto pouco antes do início dos ensaios, com um olhar fresco que nos ajudou a identificar o que era essencial pra nossa narrativa", conta Duda Rios. 

Zahy, Denise e Duda conceberam então um espetáculo focado na performance, com apenas uma cadeira e uma cortina de corda crua como elementos de cena, além das projeções do multiartista Batman Zavareze (direção de arte e design gráfico), cenografia de Mariana Villas-bôas, os figurinos de Carol Lobato e a iluminação de Ana Luzia Molinari de Simoni. 

“Fui conhecendo as memórias de Zahy durante os meses de ensaio e fui me impressionando a cada dia pela potência das histórias de vida que ela contava e das narrativas sobre a mãe.  Quando recebi o convite do Duda para me juntar a ele na direção desta montagem, tivemos conversas quase infinitas e o trabalho não faria sentido se a gente não escutasse primeiro os desejos de Zahy , afinal, é a história dela e são muitas memórias junto com sua mãe. A partir dessa escuta e dos textos que ela e Duda escreviam começamos a tecer esse musical de memórias. O mundo da Zahy está no seu corpo, no seu canto, na sua presença, nas suas histórias, no que é único nela e que é também o outro”, reflete Denise Stutz. 

"Azira'i" nasce ainda do desejo que Zahy tinha de contar as suas histórias reais, mas mostrando uma visão absolutamente não romantizada dos povos indígenas. “Uma história que é minha, mas também é a verdade de muitos brasis. É muito libertador poder falar do ser indígena de uma forma mais humanizada, sem estereótipos ou políticas. Quero poder contar a história de uma pessoa, como outras, que saiu de sua reserva, foi para a cidade, aprendeu uma outra língua e teve uma relação intensa com a mãe”, reflete a atriz. 

No palco, ela alterna cenas em português e em Ze’eng eté, trazendo para o centro da cena o debate sobre os processos de aculturamento aos quais sua mãe foi submetida. Neste momento em que o país tem pela primeira vez um Ministério dos Povos Originários, a realização de um espetáculo como Azira'i ganha ainda um contorno mais especial. 

“Não por acaso, estamos realizando alguns projetos em que pensamos o Brasil a partir do que veio antes da chamada História Oficial. Ao falar de biografias que foram atravessadas e violentadas pela colonização, pensamos também no país que somos e projetamos o futuro que queremos”, celebra Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, que recentemente foi responsável pelas montagens de "Museu Nacional (Todas as Vozes do Fogo)" e "Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)", trabalhos marcados por um acerto de contas com a turbulenta biografia do País nos últimos séculos. 


Ficha técnica
Solo "Azira’i".
Um solo de Zahy Tentehar.
Dramaturgia: Zahy Tentehar e Duda Rios.
Direção: Denise Stutz e Duda Rios.
Direção de arte e design gráfico: Batman Zavareze.
Cenografia: Mariana Villas-Bôas.
Figurinos: Carol Lobato.
Iluminação: Ana Luzia Molinari de Simoni.
Trilha sonora: Elísio Freitas.
Design de som: Gabriel D`angelo.
Direção de Produção e Produção Artística: Andréa Alves e Leila Maria Moreno.
Coordenação de Produção: Rafael Lydio.
Produção: Sarau Cultura Brasileira.  

Serviço
Solo "Azira’i".
Temporada: de 8 a 31 de março.
Às sextas e aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 18h00.
Sessões extras: dias 23 e 30, sessões às 15h00 e 20h00.
Dia 22 de março, sexta-feira, às 20h00, a sessão contará com intérprete de libras.
Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 15,00 (credencial plena).
Vendas on-line em sescsp.org.br e presencialmente nas unidades, às 17h00
Capacidade: 200 lugares.
Classificação: 12 anos.
Duração: 80 minutos.
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

.: Resenha: “O Menino e a Garça” é fábula japonesa sobre luto na juventude

 

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2024


A nova produção do animador, cineasta, roteirista, escritor e artista de mangá japonês, Hayao Miyazaki ("A Viagem de Chihiro", "Castelo Animado", "O Serviço de Entregas da Kiki"), "O Menino e a Garça", indicada ao Oscar 2024, é uma belíssima fábula japonesa em que um garoto Mahito tenta lidar com a dor do luto pela mãe, enquanto não consegue abrir mão do passado para construir um futuro. Em cartaz nas telonas da Cineflix Cinemas, a animação que é uma das favoritas para levar a estatueta na categoria "Melhor Animação", entrega cenas encantadoras e de pura delicadeza -apesar da temática densa.

O último filme de Hayao Miyazaki, baseado no livro que é semi-autobiografia de Genzaburo Yoshino de 1937, entrega a história do jovem Mahito que perde a mãe num incêndio de grandes proporções. Contudo, o pai dele se reergue e dá uma nova vida ao rapaz. Sem aceitar a situação, Mahito  embarca numa jornada extraordinária para descobrir o crescimento espiritual, a pobreza e o significado da vida por meio de uma garça-real que carrega segredos sobre a mãe dele.

Assim, o protagonista sai do mundo dos vivos e chega no dos mortos, esbarrando em seus ancestrais que lhe ajudam a ver o futuro de sua vida com uma segunda mulher como mãe e amiga. Arraigada de magia  a trama de Mahito o coloca para confrontar o passado e vencer desafios que vão além do entendimento convencional.

"O Menino e a Garça", de pouco mais de 2 horas de duração, é deslumbrante no visual e na história em que apresenta, pois enquanto encanta, lança reflexões a respeito do rumo da vida em meio aos revezes. De fato, esta fábula japonesa cinematográfica é imperdível e deve ser assistida na telona de cinema. Confira!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 

"O Menino e a Garça" ("The boy and the heron"). Ingressos on-line neste linkGênero: animaçãoClassificação: 16 anos. Duração: 2h4. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Paramount Pictures. Direção: Hayao Miyazaki. Roteiro: Hayao Miyazaki. Elenco (vozes): Soma Santoki, Masaki Suda, Kô Shibasaki, AimyonSinopse: Mahito, um menino de 12 anos, luta para se estabelecer em uma nova cidade após a morte de sua mãe. Quando uma garça falante conta para Mahito que sua mãe ainda está viva, ele entra em uma torre abandonada em busca dela, o que o leva para outro mundo.

Trailer de "O Menino e a Garça"

Leia+

.: "Doce como Você": sobre (re)começar quando um grande amor vai embora

É isso que o leitor vai descobrir em "Doce como você", novo livro da best-seller Kate Canterbary, cuja protagonista é abandonada pelo noivo horas antes do casamento


O sonho de Shay Zucconi sempre foi se casar e ser a mulher perfeita. Porém, esse desejo tornou-se um pesadelo quando o noivo termina com ela por telefone, faltando pouco menos de três horas para o casamento. É em meio a este acontecimento desastroso que o leitor conhece a protagonista de "Doce como você", da escritora best-seller do USA Today, Kate Canterbary.

Neste romance contemporâneo New Adult, publicado no Brasil pela VR Editora, a personagem encontra no testamento de sua falecida avó postiça, Lollie, uma oportunidade de recomeçar a vida. No entanto, para que a Shay herde toda a fazenda de tulipas, que pertence à família há 300 anos, ela terá que seguir algumas regras: viver na residência por pelo menos seis meses e casar com alguém no período de um ano para perpetuar a tradição.

Traumatizada com o último relacionamento, a protagonista acredita que nunca se apaixonará novamente para poder cumprir o desejo da avó. Porém, quando chega na fictícia cidade de Amizade, em Rhode Island, Shay encontra um charmoso fazendeiro e antigo conhecido da época de escola, Noah Barden, que nutria uma paixão secreta pela moça na adolescência.

Ao criar um vínculo de afeição com o rapaz e a sobrinha dele que tem TDAH, Gennie, logo surge uma ideia que poderá salvar a fazenda: um casamento de conveniência com Noah. Mas, como tudo na vida, essa decisão acarretará consequências. Será que a farsa vai dar certo? Os dois estão fadados a se apaixonarem de verdade?


–  Eu me caso com você – repetiu ele. – Não quer contestar um testamento frívolo? Tudo bem? Então atenda aos termos dele [...]

– O que você ganha com isso? – perguntei jogando na cara dele as palavras que me dissera outro dia.

– A propriedade, óbvio. Se você seguir em frente com essa ideia de casamento, vai ter um excedente de acres. Tudo aqui - ele apontou para o fim da propriedade, além do celeiro – até o topo da coluna. [...] É um preço pequeno a se pagar por um grande impacto.

- Você quer... as terras.

(Doce como você, p. 62) 

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Narrado pelo ponto de vista dos dois protagonistas, ao bom estilo Slow Burn, esta obra vai além do romance que nasce lentamente entre Noah e Shay e das cenas hot. Em Doce como você, a autora Kate Canterbary também traz para a narrativa debates importantes e sensíveis sobre abandono parental, gordofobia, bissexualidade, encarceramento feminino, relações familiares complexas e a importância de acompanhar profissionalmente os casos de neurodivergente (TDAH).


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Sobre a autora: Kate Canterbary é escritora best-seller do USA Today. Ela contribuiu com um jornal independente de artes e entretenimento, e desde então, tem escrito e entrevistado pessoas por aí. Kate mora na costa da Nova Inglaterra com o Sr. Canterbary e a bebê Canterbary e, quando não está criando arquitetos sensuais para seus romances, passa os dias nos melhores food trucks da região. 


Livro: Doce como você

Título original: In a Jam 

Autora: Kate Canterbary 

Selo: VR Editora

Edição/ano: 1ª ed./2024 

Gênero: Romance contemporâneo 

Classificação indicativa: +18 

530 páginas


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.: Espetáculo "Diário de Pilar na Amazônia" estreia no Teatro Vivo dia 23

Espetáculo Diário de Pilar na Amazônia convida o espectador a um encontro afetivo com a riqueza e os mistérios da floresta amazônica. Através da história da menina Pilar, que embarca com seus amigos para deter um grupo de madeireiros predadores, a peça é potencial ferramenta para a educação ambiental das novas gerações. Foto: Gal Oliveira

 

Depois do sucesso da menina Pilar na Grécia, Miriam Freeland volta aos palcos para levar a protagonista e sua turma a outro destino: a floresta amazônica. Com direção e roteiro de Symone Strobel, a peça estreia dia 23 de março no Teatro Vivo, em São Paulo, e segue em cartaz até 14 de abril. A peça é uma adaptação da obra homônima da escritora e roteirista Flavia Lins e Silva, autora da série literária "Diário de Pilar" e criadora da série "Detetives do Prédio Azul".

O espetáculo, um encontro afetivo com a riqueza e o mistério da floresta amazônica, abrange o público de todas as idades, trazendo canções originais, personagens da cultura e mitologia dos povos originários e um elenco diverso formado por indígenas, pretos e brancos de diferentes gerações para exaltar de forma poética e lúdica o povo, flora e fauna amazônicas.

A peça reúne informações pouco conhecidas e muito úteis sobre o bioma da floresta e sua preservação, tornando-se um potencial instrumento de educação ambiental através da arte. “Estou encantada com a adaptação do livro para a peça. O público vai fazer uma imersão sensorial na Amazônia e certamente sairá muito tocado e transformado”, vibra a autora, Flavia Lins e Silva (que também estreia em outubro D.P.A. a peça 2 – Os Detetives do Prédio Azul em um mistério em Magowood).

Estreada no Rio no ano passado, Diário de Pilar na Amazônia foi indicada a duas importantes premiações: Melhor Espetáculo Infantil no Prêmio APTR; Melhor espetáculo Infanto-juvenil e Melhor Atriz de Espetáculo Infanto-juvenil para Miriam Freeland, no Prêmio Musical Rio. Além dos palcos, Pilar vai ganhar também as telonas. De acordo com Miriam, a Disney está produzindo o filme, ainda este ano, um live-action de Diário de Pilar na Amazônia.

Encantamento e luta

Diário de Pilar na Amazônia une dois livros da heroína. O primeiro, publicado em 2011, fala de um encantamento pela floresta. E o segundo é uma atualização publicada em 2023 para contextualizar as ameaças sofridas pelo bioma nos últimos anos.

Symone Strobel, diretora e responsável pela adaptação para os palcos, lançou mão das duas versões do livro. “Nós também achávamos que falar de Amazônia agora era diferente e precisava de uma abordagem mais firme e comunicativa com os tempos atuais. Mas a gente não queria perder o encantamento, a poesia e a esperança com a floresta amazônica, porque estamos fazendo um espetáculo para crianças e suas famílias. Então é um espetáculo esperançoso e que termina pra cima”, explica Freeland.


Busca pela origem

Apesar de ter a proteção da floresta como tema central, a atriz conta que a peça continua a tocar em pontos que moldam a jornada de Pilar ao longo da saga literária. A personagem não tem pai, ela é criada pela mãe e pelo avô. “Essa busca dela pela figura paterna a acompanha em todos os livros da série. Nós não queríamos perder isso porque eu sempre senti que é uma característica de identificação. Um percentual imenso da nossa população não foi criado pelo pai, não conhece o pai ou, se conhece, não tem uma relação paternal efetiva”, contextualiza.

Para a atriz, a busca da personagem também acende a capacidade de reconexão do público com suas raízes e com a natureza em seu entorno. “A gente faz o espetáculo em um ambiente urbano. Então nosso desafio é conseguir, primeiro no nosso processo, dar um passo atrás e nos reconectarmos e reaprendermos a olhar para a natureza que está à nossa volta. E, depois, fazer isso com a plateia”, diz.


Sucesso na Grécia

A equipe encenou em 2018 a peça Diário de Pilar na Grécia, da mesma autora, com grande sucesso de público e crítica, ganhando prêmios, sendo apresentada em Portugal e seguindo em circulação por grandes teatros do país até hoje.

Freeland ressalta o encontro poderoso proporcionado pela montagem de Diário de Pilar na Grécia. Ao longo dos 5 anos em cartaz, a atriz lembra que todos os públicos saíam muito mobilizados pela história e pelas personagens. Essa capacidade de mobilização promete tornar a nova aventura amazônica em um novo fenômeno.

“Pilar tem um valor de vir da literatura brasileira que está dentro das escolas, uma literatura que tem um apelo pedagógico e de encontro. É muito engraçado porque os pais vão conversar com a gente depois do espetáculo e sempre fazem questão de dizer que também são apaixonados pelos livros da Pilar ou o livro instigou a leitura no filho ou na filha”, conta Miriam.


A montagem

O cenário de Natalia Lana preenche todo o palco com múltiplas e coloridas cordas suspensas em diferentes camadas que representam a floresta e sua profundidade, e por onde surgem e desaparecem os personagens ao logo da ação. Os bonecos de José Cohen, manipulados pelos atores, dão vida a diferentes animais da floresta. Há ainda outros elementos icônicos da região amazônica, como as coloridas e típicas redes para deitar, que recriam o grande barco-gaiola, além de uma representação figurativa da árvore Sumaúma (ou Samaúma), considerada a grande mãe da floresta.


Sinopse

Preocupados com o desmatamento e a destruição da floresta, a menina Pilar, seu amigo Breno e o gato Samba se transportam para a Amazônia onde, ao lado da indígena Maiara, enfrentam um perigoso grupo de madeireiros que depreda sem dó a floresta traficando madeira rio abaixo. Navegando pelos rios Amazonas, Solimões, Negro e Tapajós, os amigos têm encontros surpreendentes com seres encantados da floresta como Iara e Curupira, que se tornam fortes aliados na empreitada.


Ficha técnica:

Idealização: Miriam Freeland. Adaptação e direção: Symone Strobel. Baseado na obra de Flávia Lins e Silva. Ilustrações: Joana Penna. Elenco: Miriam Freeland, Fernando Melvin, Jorge Neves, Ludimila D’Angelis, Márcio Mattos, Sávio Moll e Valéria Alencar. Cenário: Natália Lana. Iluminação: Felipe Lourenço. Figurino: Luciana Buarque. Criação e Execução de Bonecos: José Cohen e Lucila Belcic. Direção Musical e Arranjos: Marco de Vita. Canções Originais: Symone Strobel e Marco de Vita. Pesquisa Sonora e Assistência de Direção: Pedro Scovino. Preparação Corporal, Coreografias e Assistência de Direção: Paula Águas. Preparação Vocal: Chiara Santoro. Visagista: Sid Andrade. Designer Gráfico: Leonardo Pires. Designer de Mídia Digital: Milena Lemos. Direção de Produção: Tatianna Trinxet e Miriam Freeland. Co-Produção: Constelar - Arte, Diversão e Cultura. Realização: Movimento Carioca Produções Artísticas - Roberto Bomtempo, Miriam Freeland e Regina Sampaio.


Serviço:

Diário de Pilar na Amazônia

Estreia dia 23 de março, sábado, às 15h.

Temporada: Sábados às 15h e domingos às 11h e às 15h. Até 14 de abril.

Duração: 65 minutos.

Classificação: Livre.

Ingressos: R$90 e R$45.

TEATRO VIVO – Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 – Morumbi. Telefone: 11 3430-1524.

Bilheteria:

Funcionamento somente nos dias de peça, 2h antes da apresentação.

Ponto de Venda Sem Taxa de Conveniência: Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 (antigo 860) – Morumbi

Estacionamento no local: Valor R$25 - Funcionamento: 2h antes da sessão até 30 minutos após o término da apresentação.

- Crianças até 3 anos não pagam (devem sentar no colo do adulto responsável)

- Crianças de 3 a 12 anos pagam meia entrada.

Obs. O ingresso PROMOCIONAL no valor de R$39,60 é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional por sessão. O comprovante de meia entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo


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