domingo, 6 de abril de 2025

.: Paulo Leminski será o homenageado da Flip e "Toda Poesia" revela o porquê


Neste ano, a Flip - Festa Literária Internacional de Paraty irá homenagear o poeta, romancista, compositor, biógrafo e ensaísta Paulo Leminski. O evento acontece de 30 de julho a 3 de agosto, mas você pode entrar no clima lendo a obra desse autor surpreendente, marcada pela experimentação e coloquialidade. Lançado pela Companhia das Letras em fevereiro de 2013, o livro "Toda Poesia" a obra poética completa revela - Entre haikais e canções, poemas concretos e líricos - por que Paulo Leminski é um dos poetas brasileiros mais lidos das últimas décadas. A capa do livro é de Elisa von Randow.

Paulo Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre duas enormes construções que rivalizavam na década de 1970, quando publicava seus primeiros versos: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lírica que florescia entre os jovens de vinte e poucos anos da chamada "geração mimeógrafo".

Ao conciliar a rigidez da construção formal e o mais genuíno coloquialismo, o autor praticou ao longo de sua vida um jogo de gato e rato com leitores e críticos. Se por um lado tinha pleno conhecimento do que se produzira de melhor na poesia - do Ocidente e do Oriente -, por outro parecia comprazer-se em mostrar um "à vontade" que não raro beirava o improviso, dando um nó na cabeça dos mais conservadores. Pura artimanha de um poeta consciente e dotado das melhores ferramentas para escrever versos.

Entre sua estreia na poesia, em 1976, e sua morte, em 1989, a poucos meses de completar 45 anos, Leminski iria ocupar uma zona fronteiriça única na poesia contemporânea brasileira, pela qual transitariam, de forma legítima ou como contrabando, o erudito e o pop, o ultraconcentrado e a matéria mais prosaica. Não à toa, um dos títulos mais felizes de sua bibliografia é Caprichos & relaxos: uma fórmula e um programa poético encapsulados com maestria.

Este volume percorre, pela primeira vez, a trajetória poética completa do autor curitibano, mestre do verso lapidar e da astúcia. Livros hoje clássicos como Distraídos venceremos e La vie en close, além de raridades como Quarenta clics em Curitiba e versos já fora de catálogo estão agora novamente à disposição dos leitores, com inédito apuro editorial.

O haikai, a poesia concreta, o poema-piada oswaldiano, o slogan e a canção - nada parece ter escapado ao "samurai malandro", que demonstra, com beleza e vigor, por que tem sido um dos poetas brasileiros mais lidos e celebrados das últimas décadas. Com apresentação da poeta (e sua companheira por duas décadas) Alice Ruiz S, posfácio do crítico e compositor José Miguel Wisnik, e um apêndice que reúne textos de, entre outros, Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés, "Toda Poesia" é uma verdadeira aventura - para a inteligência e a sensibilidade. Compre o livro "Toda Poesia", escrito por Paulo Leminski, neste link.


Sobre o autor
Paulo Leminski 
nasceu em Curitiba. Foi poeta, romancista, tradutor, compositor, biógrafo e ensaísta - além de faixa preta de judô. É autor de "Caprichos e Relaxos" e "Catatau", entre outros. Teve composições gravadas por artistas como Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Arnaldo Antunes e Itamar Assumpção. Em 2013, a Companhia das Letras publicou "Toda Poesia", uma reunião de sua obra poética completa. Garanta o seu exemplar de "Toda Poesia", escrito por Paulo Leminski, neste link.


Ficha técnica
Livro "Toda Poesia"
Número de páginas: 424
Formato: 14.00 X 21.00 cm
Peso: 0.51 kg
Acabamento: livro brochura
Lançamento: ISBN: 978-85-3592-223-3
Capa: Elisa von Randow
Selo: Companhia das Letras
Compre o livro neste link.

.: "Temporada de Curtas" leva ao Sesc Digital produções celebradas


Com curadoria do CineSesc, programação disponibiliza, toda primeira sexta-feira do mês, curtas-metragens recentes, com passagem e prêmios em importantes mostras e festivais do país . Na imagem, “Kabuki”, de Tiago Minamisawa, estreia no Sesc Digital

 
Desde março de 2025, o Sesc Digital disponibiliza uma seleção de curtas-metragens brasileiros a cada primeira sexta-feira do mês. Com curadoria do CineSesc, a “Temporada de Curtas” traz em sua programação produções reconhecidas pela crítica, que revelam a pluralidade do cinema contemporâneo feito no Brasil. O serviço de streaming gratuito do Sesc São Paulo pode ser acessado em todo o país, pelo site sesc.digital ou por meio do aplicativo Sesc Digital, disponível para download nas lojas Google Play e App Store.

Com o objetivo de aumentar os canais de exibição para o curta-metragem brasileiro, a "Temporada de Curtas” oferece uma seleção de títulos recentes, mapeando a produção cinematográfica de diversos estados brasileiros, com variedade de propostas, formatos e narrativas. A programação tem a intenção de difundir e de fazer circular o cinema produzido nesse formato, com filmes que estiveram nos principais festivais do país, muitas vezes sendo premiados, e, entretanto, com cada vez menos espaços de exibição. Na plataforma Sesc Digital, essas produções estarão disponíveis em todo o território brasileiro para que o público tenha acesso às diversas construções e narrativas dos diferentes lugares do país.

Uma das estreias de abril é a animação premiada "Kabuki" do cineasta Tiago Minamisawa, onde a personagem-título reside em um corpo masculino que não reconhece. Tiago escreveu e dirigiu o curta durante nove anos, tendo estreado no 57° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de onde saiu vencedor de três prêmios. Inspirado nas muitas histórias reais de pessoas trans mortas todos os dias pela intolerância, o filme acompanha a busca de Kabuki por autoaceitação e identidade frente a um mundo violento e machista.

O curta documental "Elizabeth", de Alceu Luís Castilho, Luis Indriunas e Vanessa Nicolav, é um retrato de Elizabeth Teixeira e das mulheres que dão prosseguimento à sua luta. Líder das Ligas Camponesas, na Paraíba, ela protagonizou o clássico "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho, em 1984, e gravou seu nome na história da luta pela reforma agrária no Brasil. O documentário é uma produção do "De Olho nos Ruralistas", filmado em julho de 2023, em João Pessoa e Sapé, quando Elizabeth Teixeira havia completado 98 anos.

Em "Maremoto", de Cristina Lima e Juliana Bezerra, após frustrar-se com a paixão pelo mergulho em alto-mar, Léo, a filha mais nova de um pescador, decide mudar o curso da sua vida e abre uma oficina de motos. Porém, a volta do irmão, Maço, com o GPS do pai que se encontra doente, faz com que Léo considere realizar um último mergulho para resgatar um tesouro esquecido.

Por fim, "Confluências", de Dácia Ibiapina e Nêgo Bispo, apresenta os modos de festejar e outros modos de vida do quilombo Saco-Curtume, território situado no Estado do Piauí/Brasil, a partir do qual Nêgo Bispo anunciou seus saberes e sua poética sobre a preservação da vida no planeta Terra e sobre as cosmologias quilombolas. O filme foi exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes, entre outros festivais, e tem como coprodutor o cineasta brasileiro Adirley Queirós. Confira a programação completa das estreias da “Temporada de Curtas” no Sesc Digital.

"Confluências"
Direção: Dácia Ibiapina e Nêgo Bispo | Brasil | 2024 | 26 min | Documentário | Livre
Confluências apresenta os modos de festejar e outros modos de vida do quilombo Saco-Curtume, território situado no Estado do Piauí/Brasil, a partir do qual Nêgo Bispo anunciou seus saberes e sua poética sobre a preservação da vida no planeta Terra e sobre as cosmologias quilombolas. Disponível até 4 de maio de 2025.


"Elizabeth"
Direção: Alceu Luís Castilho, Luis Indriunas e Vanessa Nicolav | Brasil | 2023 | 19 min | Documentário | Livre
O curta documental "Elizabeth" é um retrato de Elizabeth Teixeira e das mulheres que dão prosseguimento à sua luta. Líder das Ligas Camponesas, na Paraíba, ela protagonizou o clássico "Cabra Marcado para Morrer" (Eduardo Coutinho, 1984) e gravou seu nome na história da luta pela reforma agrária no Brasil. O documentário é uma produção do De Olho nos Ruralistas, filmado em julho de 2023, em João Pessoa e Sapé, quando Elizabeth Teixeira havia completado 98 anos. Disponível até 4 de maio de 2025.


"Kabuki"
Direção: Tiago Minamisawa | Brasil | 2024 | 20 min | Animação | 14 anos
Kabuki reside em um corpo masculino que não reconhece. Sem identidade desperta a Alma. Se nutre do mundo. Na impermanência do corpo material Transcende. Disponível até 4 de maio de 2025.

"Maremoto"
Direção: Cristina Lima, Juliana Bezerra | Brasil | 2023 | 24 min | Ficção | Livre
Após frustrar-se com a paixão pelo mergulho em alto-mar, Léo, a filha mais nova de um pescador, decide mudar o curso da sua vida e abre uma oficina de motos. Porém, a volta do irmão, Maço, com o GPS do pai que se encontra doente, faz com que Léo considere realizar um último mergulho para resgatar um tesouro esquecido. Disponível até 4 de maio de 2025. 

.: Marcelo Médici retorna aos palcos com “Cada Um Com Seus Pobrema”


O mês de abril contará com o retorno de Marcelo Médici ao teatro, na premiada comédia “Cada Um Com Seus Pobrema”. O espetáculo terá apresentações entre os dias 8 de abril a 27 de maio, no Teatro Frei Caneca, às terças-feiras, e os ingressos serão disponibilizados pela Bilheteria Express. No espetáculo, o ator dá vida a oito personagens marcantes.

Estão de volta o corintiano Sanderson (do "Vai que Cola"), a vidente Mãe Jatira (famosa no YouTube), a infantil Tia Penha e outros tipos hilários. Sucesso absoluto, a peça já fez mais de um milhão de pessoas rirem pelo Brasil, misturando improviso, crítica e muito carisma no palco.

Formado no Teatro Escola Célia Helena e no CPT (Centro de Pesquisas Teatrais), o artista é ator, autor e diretor. Já protagonizou grandes musicais e participou de novelas da Rede Globo, além da própria peça em cartaz ter ganhado muitos prêmios desde que estreou em 2004. Com um humor inteligente e dinâmico, a linguagem moderna do show contagia o público, que dá gargalhadas do início ao fim. Para adquirir os ingressos, basta acessar o link.


Serviço
Espetáculo “Cada Um Com Seus Pobrema”
De 8 de abril a 27 de maio, às terças-feiras, 20h00
Teatro Frei Caneca - R. Frei Caneca, 569 - Consolação
Inscrições: acessar o link.

sábado, 5 de abril de 2025

.: "Nós: o Atlântico em Solitário" traz Tamara Klink em audiobook gratuito


Lançado pela Companhia das Letras, o livro "Nós: o Atlântico em Solitário", escrito pela navegadora, arquiteta e poeta Tamara Klink, acaba de virar um audiobook na voz da própria autora e será disponibilizado gratuitamente por tempo limitado no seu tocador de podcast favorito. A publicação será dividida em seis partes, uma por semana, às sextas-feiras, e já conta com um episódio, lançado na última sexta-feira, dia 4 de abril. Além disso, no novo episódio do podcast Rádio Companhia, ela fala sobre as leituras que a inspiram e a escrita como parte de sua jornada. 

Em "Nós: o Atlântico em Solitário", a autora compartilha os maiores medos e desafios (físicos e psicológicos) que enfrentou durante a viagem que a tornou a pessoa mais jovem do Brasil a cruzar o Atlântico sozinha em um veleiro aos 24 anos. O livro descreve os triunfos e percalços dessa expedição. Em 2021, em plena pandemia, a navegadora partiu da França com o objetivo de chegar até a costa brasileira pelo mar. Nessa empreitada ambiciosa, contou apenas com a companhia permanente de seu caderno e do barco, Sardinha. 

À distância, teve o apoio (e também a preocupação) constante da família, dos amigos, de Henrique - conselheiro de primeira hora -, e dos admiradores nas redes sociais, que seguiram a viagem praticamente em tempo real. Em meio a vitórias, fracassos, temores e desvios de percurso, a obra convida a embarcar numa jornada corajosa, feita de deslocamentos físicos, mas sobretudo de impressionantes superações psicológicas. Compre o livro "Nós: o Atlântico em Solitário", escrito por Tamara Klink, neste link.


Sobre a autora
Tamara Klink
 nasceu em São Paulo, em 1997. Navegadora, arquiteta e poeta, é autora de "Mil Milhas" - livro que narra sua primeira viagem em solitário, pelo Mar do Norte, em 2020 — e da coletânea de poemas "Um Mundo em Poucas Linhas", ambos publicados em 2021 pela editora Peirópolis. Garanta o seu exemplar de "Nós: o Atlântico em Solitário", de Tamara Klink, neste link.

.: Mamede Jarouche apresenta palestra "As Mil e Uma Noites e a Crise do Islã"


A BibliON abre as inscrições para a palestra "As Mil e Uma Noites e a Crise do Islã", com o professor e tradutor  Mamede Jarouche. O evento acontece no dia 14 de abril, das 19h00 às 20h30, ao vivo pelo canal do YouTube da BibliON, com tradução em Libras. Ao longo do papo, os participantes farão reflexões de como o clássico Livro das Mil e Uma Noites se relaciona com as questões políticas do mundo muçulmano durante os séculos XIV e XV. O evento gratuito explora como a história influenciou o clássico da literatura.

A palestra abordará como as narrativas do clássico "Livro das Mil e Uma Noites", que reflete as grandes crises vividas pelo mundo muçulmano durante os séculos XIV e XV. Mamede Jarouche vai realizar uma análise aprofundada dessa relação entre literatura e história, oferecendo uma nova perspectiva sobre um dos livros mais importantes da cultura árabe. O encontro será gratuito e transmitido ao vivo no YouTube da BibliON: www.youtube.com/@biblionsp. Os interessados em receber o certificado é podem fazer a inscrição pelo link: cadastro.siseb.org.br/biblion/inscrito/novo.

Sobre o palestrante
Mamede Jarouche é professor titular do Curso de Língua e Literatura Árabe da Universidade de São Paulo, onde se formou e leciona desde 1992. Estudou e trabalhou na Arábia Saudita, Iraque, Líbia e Egito. Entre vários outros trabalhos de pesquisa e orientação, traduziu diretamente do árabe ao português o "Livro das Mil e Uma Noites", em cinco volumes (prêmios Jabuti, APCA e Paulo Rónai, da Biblioteca Nacional), bem como Kalila e Dimna, O Leão e o Chacal Mergulhador, As Cento e Uma Noites, Livro do Tigre e do Raposo e Fábulas Árabes.

.: Em "A Pele em Flor", Vinicius Neves Mariano investiga o "mal do senhor"


O delicado elo entre passado e futuro é o fio condutor dos seis textos de "A Pele em Flor", coletânea inédita de Vinícius Neves Mariano, lançada pela editora Alfaguara. Autor de "Velhos Demais para Morrer", finalista do Prêmio Jabuti, o autor conduz seus personagens por trajetórias das quais emergem com uma nova consciência, prontos para florescer em direção a um novo futuro.

No conto de abertura do volume, Vinícius — o narrador que se confunde com o escritor — testemunha no café de uma livraria uma funcionária negra ser humilhada porque errou o pedido. Perplexo, ele ouve o amigo Henrique, que também presencia a cena, explicar o ocorrido como sintoma de uma doença: o “mal do senhor”. Vinícius decide, então, investigar essa grave mazela que, assim como a narrativa do conto, entrelaça realidade e fabulação.

Em “Fawohodie”, uma releitura brilhante e provocativa do "Aleph" de Borges, Mariano questiona não só o que é digno do cânone literário, mas quem pode ocupar esse posto e quais temas são pertinentes na chamada “alta literatura”. As tradições e heranças culturais e simbólicas são a chave para os personagens de A pele em flor entenderem suas emoções e construírem seu lugar no mundo. Na busca pela própria individualidade, eles encontram ressonância no coletivo. Compre o livro "A Pele em Flor" neste link.


O motivo que inspirou o livro: um relato chocante
"Foi graças a uma xicarazinha de café adoçado que ouvi, pela primeira vez, sobre o 'mal do senhor' - o que é bem simbólico pensando agora, já que essa história tem raízes tanto nas plantações de cana-de-açúcar quanto nas de café. Eu estava no Rio de Janeiro na companhia do Henrique (Henrique Marques Samyn, escritor, crítico literário, professor da Uerj, entre tantas outras coisas) quando a cena aconteceu"...

"Conversávamos em uma mesa no segundo andar da Livraria da Travessa, em Ipanema. Eu ficaria pouco tempo na cidade, estava ali a trabalho, por isso pedi que nosso encontro se desse em algum lugar perto do escritório; a livraria fica do lado. Henrique estava eufórico: no fim de semana anterior, seu Botafogo havia vencido o Flamengo por três a dois no Carioca, depois de anos de freguesia. Acabou o tabu! Seria um ano fantástico no Brasileirão — palavras do Henrique —, e ele tentava me convencer dos benefícios das saf para os clubes de futebol quando o escarcéu nos assustou"...

"Três ou quatro mesas à nossa direita, uma senhora berrava com uma atendente. Meu susto foi tão grande que até hoje consigo me lembrar de muitos detalhes daqueles poucos segundos em que tudo aconteceu: a senhora tinha por volta de 70 anos, era branca, estava bastante maquiada e tinha os cabelos pintados de um loiro muito amarelo. Usava um bom número de pulseiras e anéis — e me lembro dessa particularidade porque, depois da primeira leva de gritos, deu um tapa na mesa e o barulho se confundiu: o chacoalhar das pulseiras, o tilintar dos anéis no tampo de pedra e o ruído agudo da xícara de louça tombando"...

"Meus ombros deviam estar arqueados e minha cabeça encolhida entre eles, assim como os do Henrique, que também se contraiu no instante em que a xícara virou. O café escorreu pelo tampo e a atendente tentou conter o líquido com um paninho que tirou do bolso da frente do avental. Era uma menina negra, de pele retinta, que não devia ter mais de 20 anos; usava o uniforme do estabelecimento e tinha os cabelos presos. Me compadeci"...

"Àquela altura, não havia mais ninguém que não estivesse se contorcendo para tentar entender o que acontecia ali. Exaltada, a senhora se levantou e começou a juntar seus pertences: óculos, celular, bolsa. Teve o cuidado de arrumar qualquer fio de cabelo amarelo que pudesse ter saído do lugar durante o ataque. Estava constrangida, mas com a convicção inabalada. Era o seu direito, parecia pensar, não podia deixar barato"...

"A centímetros dela, ainda mais constrangida, ainda mais assustada que todos nós, a atendente se curvou para limpar a bagunça causada pelo tapa. Era fácil perceber como estava chocada: os gestos pareciam frágeis e inseguros, sua voz soou trêmula, e só foi possível ouvi-la porque estávamos em silêncio absoluto. Pediu desculpas pelo erro e tentou se justificar alegando um engano na cozinha. Mas aquilo só resultou em outra erupção de gritos"....

"Foi no segundo berreiro que conseguimos entender o que se passara: a senhora havia pedido um cappuccino, que é servido sem açúcar, e a atendente trouxe um mocaccino, que já vem adoçado porque leva chocolate. A jovem não negava o erro e pedia que a cliente compreendesse. Por sua vez, a senhora, que não era diabética, alegava que, se fosse, poderia ter morrido - palavras dela. O tumulto não durou mais que um minuto. Talvez até metade disso"...

"É o estado de alerta que insiste em acumular detalhes e acaba dando à cena uma duração mais longa do que teve na realidade. A gerente agiu rápido: se aproximou com gestos exagerados de subserviência (cabeça baixa, ombros encolhidos, tom de voz suave) e conseguiu conduzir a senhora até as escadas; solícita, ofereceu a mão como apoio para ajudá-la a descer. A idosa pareceu se acalmar com a complacência habilidosa, ainda que uma indignação incrédula arrebatasse suas expressões e seus gestos"...

"Apoiada na mão da gerente — convém registrar que também era branca —, desceu as escadas e em poucos segundos já não era mais possível vê-la. Mas podíamos ouvi-la: antes que a distância cuidasse de desaparecer com sua voz, ainda escutamos uma firme recomendação de que demitissem a funcionária. Um dia ela vai acabar matando alguém, garantiu. Então não a ouvimos mais"...

"A atendente tentava recolher a xícara e o pires que causaram tamanho alvoroço, mas, como tremia, deixou a xícara tombar mais uma vez. O casal da mesa ao lado tentou ajudá-la: o homem ajeitou a xícara no pires e usou um guardanapo para limpar os últimos respingos de café na mesa; a mulher pousou a mão no ombro da menina, oferecendo algum consolo. Então a atendente agradeceu com um menear mínimo de cabeça, recolheu o que faltava e sumiu pela porta da cozinha"...

"O ruído sincronizado dos pés das cadeiras arranhando o piso indicou que, assim como eu, os demais fregueses retornaram a suas posições iniciais. Qualquer clima ruim que pudesse ter pairado sobre o ambiente se dispersou em poucos instantes, e logo o burburinho das conversas voltou ao normal. Comentei com Henrique sobre o absurdo de tudo aquilo por conta de um motivo tão esdrúxulo; bastava pedir para trocar o café. Notei que ele estava disperso, percorrendo o olhar pelo trajeto entre a escada e a cozinha. Talvez tentasse perceber — e intervir, caso necessário — se a sugestão da idosa seria acatada. Desatento, respondeu apenas: 'É o mal do senhor. Não precisa de muito'."


O que disseram sobre o livro
“As narrativas de Vinícius Neves Mariano são assombradas pelo passado. Os textos de A pele em flor são povoados por pessoas que procuram seu lugar no mundo, compartilhando um denominador comum: a cor da pele. Aí está o que as configura racialmente, determinando quais espaços (restritos) podem ocupar e quais caminhos (estreitos) podem percorrer na labiríntica sociedade brasileira. Na esteira da tradição literária negra, Vinícius demonstra que cada um desses personagens representa uma singularidade: que, para além dos estereótipos impostos pelos discursos hegemônicos, nenhuma vida negra é redutível à insignificância dos lugares-comuns. Desse modo, imersos em seus negros dramas, os personagens de A pele em flor buscam recuperar não apenas seus sentidos próprios; mas, em última instância, a humanidade que nos foi usurpada.” Henrique Marques Samyn, poeta, escritor, professor e doutor especializado em literatura negra.


Sobre o autor
Vinícius Neves Mariano
 nasceu em Alfenas, no sul de Minas Gerais. É autor de "Empate" (2015) e "Velhos Demais para Morrer" (2020), romance vencedor do Prêmio Malê de Literatura e finalista do prêmio Jabuti. É roteirista e produtor audiovisual. Seu terceiro livro,  "A Pele em Flor", é a primeira obra que publica pela Alfaguara. Garanta o seu exemplar de "A Pele em Flor" neste link.


Serviço
Livro "A Pele em Flor" 
Autor: Vinícius Neves Mariano
Número de páginas: 136
Compre o livro neste link.

.: Japan House São Paulo em abril tem workshop e atividades literárias


Instituição apresenta programação gratuita ligada às temáticas das exposições "A Vida Que Se Revela" e "Princípios japoneses: design e recursos", além de atividades literárias e infantis.


Em abril, a Japan House São Paulo apresenta uma programação para todos os gostos, com atividades ligadas às exposições em cartaz “Princípios japoneses: design e recursos” e “A Vida Que Se Revela”, rodas de conversas sobre obras da literatura japonesa, e oficinas para todos os públicos. Pensando em proporcionar uma melhor experiência aos visitantes e evitar a necessidade de chegar com muita antecedência à JHSP para retirada de senha, a participação das sessões e atividades presenciais e gratuitas estão com uma nova dinâmica: agora os acessos acontecem a partir da validação de QRCode disponibilizado ao final da inscrição virtual na plataforma Hoppin, evitando esperas e filas. Mais informações sobre as inscrições estão disponíveis no site da instituição.

Abrindo a programação do mês, a JHSP promove visitas mediadas à exposição “A Vida Que Se Revela”, que acontecem nos dias 9, 23 e 30 de abril, às 11h00 e às 15h00; no dia 15, às 15h00; e nos dias 12 e 26 de abril, às 11h00. Durante as atividades, os participantes poderão conhecer mais sobre os trabalhos sensíveis das fotógrafas Tokuko Ushioda (1940) e Rinko Kawauchi (1972), que retratam seus cotidianos familiares de forma poética ao longo dos anos. As imagens presentes na exposição em cartaz no segundo andar da instituição, que foi prorrogada até 4 de maio, foram destaque no Festival Internacional de Fotografia KYOTOGRAPHIE 2024, reconhecido como um dos mais prestigiados eventos do gênero no Japão.

Em abril os visitantes também podem conhecer mais detalhes sobre a exposição “Princípios Japoneses: design e Recursos”, em cartaz no andar térreo, até 4 de maio. Nos dias 10, 17 e 24 de abril, a equipe do Educativo da JHSP realiza sessões às 11h00 e às 15h00; e no dia 19, às 11h00. Durante as visitas, os participantes poderão explorar os 16 projetos voltados para a sustentabilidade e o máximo aproveitamento de recursos e materiais, feitos por 14 criadores japoneses. Também serão abordadas iniciativas de valorização de técnicas tradicionais nipônicas, como o bashōfu (tecido feito a partir da fibra de bananeira), o aizome (técnica de tingimento natural com índigo) e o kayabuki (tradicionais telhados de casas japonesas feitos comumente de palha), além da importância do elemento mottainai na cultura japonesa, que pode ser traduzido como o “não desperdício” e norteia todo o conceito da exposição.

A exposição também apresenta ao público a “Paper Log House”, projeto do arquiteto japonês vencedor do prêmio Pritzker 2014 Shigeru Ban, pensada para servir como habitação temporária em situações emergenciais, como em casos de desastres naturais. Construída em colaboração com estudantes e voluntários, utiliza materiais de fácil acesso como tubos de papelão, madeiras e engradados de plástico. A versão apresentada na área externa da JHSP é baseada no modelo construído em Kobe após o Grande Sismo de Hanshi-Awaji de 1995.

Seguindo os exemplos presentes na mostra o Restaurante Aizomê, no segundo andar da JHSP, criou uma versão do korokke (croquete japonês) utilizando o okara, resíduo muito saboroso e rico em nutrientes obtido no processo de fabricação do tofu a partir do leite de soja, e que usualmente é descartado. A receita une os conceitos do mottainai com a valorização dos ingredientes disponíveis, propondo a utilização integral dos alimentos.

Para os amantes da fotografia e das artes cênicas, a dica é participar da “Experiência A vida Que Se Revela: Corpo, Imagem, Histórias”, no dia 5 de abril, às 10h30. Aqui o público é convidado a refletir sobre as fotografias da mostra “A Vida Que Se Revela”, por meio de práticas do teatro e da dança em um evento imersivo, compartilhando histórias a partir dos temas capturados nas imagens de Rinko Kawauchi e Tokuko Ushioda. Para participar da oficina presencial, é necessário realizar inscrição prévia pelo Hoppin.

Para as crianças, a JHSP oferece a “Oficina Infantil Shiori Ningyo: boneca de papel”, no dia 6 de abril, às 11h00 e às 14h00. Nesse encontro, a equipe do Educativo irá contar para os pequenos mais detalhes sobre as delicadas bonecas de papel “Shiori Ningyo”, utilizadas na decoração de cadernos e como marca-páginas. Os participantes também aprenderão a criar suas próprias bonecas, explorando padrões coloridos e formas, enquanto descobrem mais sobre essa figura da cultura japonesa. Para participar da experiência presencialmente, é necessária inscrição prévia pelo Hopping.

No dia 13 de abril, às 10h30, 10h50, 11h10, 11h30, 14, 14h20, 14h40 e 15h, a JHSP promove uma “Gincana do Arroz”, convidando crianças de todas as idades a conhecerem mais sobre o ciclo do arroz e do conceito mottainai. No Japão, cada parte do arroz tem um uso: os grãos alimentam, a palha pode ser usada para fazer telhados, e até sua casca pode ser reaproveitada em tingimentos. Para participar da experiência presencialmente, é necessária inscrição prévia pelo Hoppin.

Já para os amantes dos quadrinhos japoneses, a JHSP convida para mais uma edição do Ciclo de Mangá, que acontece no dia 12 de abril, a partir das 15h. Esse mês, o bate-papo abordará os detalhes da obra “Diário de uma cidade litorânea”, escrito e ilustrado por Akimi Yoshida, que narra a história de três irmãs que vivem juntas e, após a morte do pai, precisam aprender a conviver com a meia-irmã mais nova recém-chegada. A história aborda temas sobre o cotidiano japonês e sobre as pequenas mudanças na vida, e traça uma narrativa delicada sobre laços familiares. A atividade é recomendada para maiores de 16 anos. Para participar da experiência presencialmente, é necessária inscrição prévia pelo Hopping.

Ainda dentro do universo literário do Japão contemporâneo, a JHSP realiza o Clube de Leitura JHSP + Quatro Cinco Um, no dia 24 de abril, às 19h00. Sob mediação da diretora cultural da JHSP, Natasha Barzaghi Geenen, e do editor da revista literária Quatro Cinco Um, Paulo Werneck, o bate-papo irá discutir detalhes da obra “Neve de Primavera”, primeiro volume da tetralogia “Mar da Fertilidade”, do escritor Yukio Mishima. A história acompanha o jovem aristocrata Kiyoaki Matsugae em sua transição entre a escola e a faculdade, nos momentos finais da era Meiji e iniciais da era Taisho. 

A narrativa aborda temas recorrentes na ficção japonesa moderna, como questões de classe, religião, a ocidentalização e o contato com o estrangeiro, além de relacionamentos, amor, e diferenças geracionais causadas pelas guerras. Para participar da atividade virtual de qualquer lugar do mundo, é necessário realizar uma inscrição prévia gratuitamente pela plataforma Sympla. Todos os participantes do Clube podem adquirir o livro com 30% de desconto pelo site da Estação Liberdade usando o cupom JHSP451ABR25, válido até 26 de abril de 2025.

Para os amantes das artes manuais, o representante da Tsutsumi Asakichi Uruchi, empresa especializada na manufatura da laca japonesa (urushi), Takuya Tsutsumi, e o shaper e professor de marcenaria japonesa, Rodrigo Matsuda, ministram o Workshop de Hashi com acabamento em Urushi no dia 22 de abril, em duas sessões: às 10h30 e 15h30. Aqui o público poderá conhecer em detalhes essa resina natural, extraída da árvore da laca e nativa do continente asiático, que é utilizada há mais de 10 mil anos para envernizar utensílios e objetos de decoração de forma sustentável. Ao final da atividade, os participantes aprenderão o método fuki urushi (polimento com urushi), colocando em prática no acabamento de um hashi de madeira que poderão levar para casa. Para participar da experiência presencialmente, é necessário realizar inscrição prévia pelo Hopping.

Encerrando a programação do mês, no dia 24 de abril, às 17h00, a JHSP recebe o vencedor do 1° Masterchef Confeitaria Cesar Yukio durante a Palestra Viagem Sensorial com Cesar Yukio: Como a comida japonesa conta histórias e conecta pessoas. Durante o bate-papo, que acontece de maneira híbrida com transmissão pelo Youtube da Japan House SP, o Chef abordará assuntos como a adaptação de pratos japoneses no Brasil, as diferenças culturais e regionais que influenciam a culinária, e sua experiência como convidado do governo japonês pelo Programa de Convite ao Japão para os Descendentes de Japoneses da América Latina. Após a palestra, Cesar Yukio estará disponível para assinar o livro de sua autoria “Do Mundo ao Japão: Segredos da Confeitaria Yogashi”. Para participar da experiência presencialmente, é necessário realizar inscrição prévia pelo Hopping.


Serviço
Japan House São Paulo
Avenida Paulista, 52 - São Paulo/SP 
Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 10h às 18h e sábados, domingos e feriados, das 10h00 às 19h00.
Entrada gratuita. Reserva online (opcional): https://agendamento.japanhousesp.com.br/  


Exposição “A Vida Que Se Revela”
Período prorrogado até 4 de maio de 2025
Exposição “Princípios Japoneses: design e Recursos”
Período: até 4 de maio de 2025


Visitas mediadas à exposição "A Vida Que Se Revela" (presencial) 
Dias 9, 23 e 30 de abril, às 11h00 e às 15h00; 16 de abril, às 15h00; e 12 e 26 de abril, às 11h00
Local: segundo andar da JHSP
Gratuito sem necessidade de inscrição prévia


Visitas mediadas à exposição "Princípios Japoneses: design e Recursos" (presencial) 
Dias 10, 17 e 24 de abril, às 11h00 e às 15h00; e 19 de abril, às 11h00
Local: andar térreo da JHSP
Gratuito sem necessidade de inscrição prévia


Experiência "A Vida Que Se Revela - Corpo, Imagem, Histórias" (presencial)
Dia 5 de abril, às 10h30
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: a partir dos 14 anos
Gratuito mediante inscrição prévia pelo Hopping. Vagas limitadas.


Oficina infantil "Shiori Ningyo: boneca de Papel" (presencial)
Dia 6 de abril, às 11h e 14h
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: crianças entre 4 e 12 anos acompanhadas por adultos
Gratuito mediante inscrição prévia pelo Hopping. Vagas limitadas.


Ciclo de Mangá (presencial)
Diário de uma cidade litorânea, de Akimi Yoshida
Dia 12 de abril, às 15h00
Duração: 90 minutos
Vagas limitadas. Participação mediante inscrição prévia pelo Hopping.
Participantes até 15 anos de idade devem estar acompanhados por um adulto responsável.

Gincana do Arroz (presencial)
Dia 13 de abril, às 10h30, às 10h50, às 11h10, às 11h30, às 14, às 14h20, às 14h40 e às 15h00
Duração: 45 minutos
Classificação indicativa: crianças entre 4 e 12 anos acompanhadas por adultos
Gratuito mediante inscrição prévia pelo Hopping. Vagas limitadas.


Workshop de Hashi com acabamento em Urushi (presencial)
Dia 22 de abril, às 10h30 e 15h30
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: a partir de 16 anos. Como a manipulação do urushi requer cuidados específicos, nesta oficina não serão admitidas crianças nem mesmo como acompanhantes.
Vagas limitadas. Participação gratuita mediante inscrição prévia pelo Hopping.

 
Clube de Leitura JHSP + Quatro Cinco Um (online)
"
Neve de Primavera", de Yukio Mishima
Dia 24 de abril, às 19h00
Duração: 90 minutos
Gratuito mediante inscrição obrigatória prévia no site.
Vagas limitadas.
Transmissão via plataforma Zoom. Acesso liberado aos inscritos via e-mail. 
Participantes do Clube de Leitura JHSP + Quatro Cinco Um têm 30% de desconto na compra do livro pelo site da Estação Liberdade usando o cupom JHSP451ABR25, válido até 26 de abril.


Palestra Viagem Sensorial com Cesar Yukio: Como a comida japonesa conta histórias e conecta pessoas
Dia 24 de abril, às 17h00
Duração: 60 minutos
Gratuito mediante inscrição obrigatória prévia no Hopping.
Transmissão simultânea via YouTube
Todas as atividades do Educativo da JHSP contam com incentivos do ProAC, Programa de Ação Cultural, lei de incentivo à cultura do estado de São Paulo.

.: Marcus Lima e Thais Motta prestam tributo a Chico Buarque


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Com produção artística de João Carino e Marcos Gomes, e realização do Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB), chegou nas plataformas digitais o álbum "Tributo a Chico Buarque", registro ao vivo do show que reúne clássicos do compositor nas interpretações de Marcus Lima e Thais Motta (do selo Biscoito Fino). Um registro de rara beleza que merece ser apreciado por quem curte a nossa MPB. 

O espetáculo "Tributo a Chico Buarque", foi gravado durante a turnê do projeto em Portugal, onde circulou por 23 cidades em duas temporadas.  Com arranjos originais de Cristóvão Bastos e João Lyra, o show apresenta 22 clássicos de Chico Buarque

Marcus Lima é conhecido por suas participações em festivais de música, dos quais venceu alguns com seu trabalho autoral. O cantor, compositor e violonista tornou-se respeitado pela qualidade inovadora de seu repertório e por sua interpretação vocal. Ao longo de 25 anos de carreira, Marcus se apresentou em seis turnês pela Europa, lançou cinco CDs e compôs músicas que fizeram parte de trilhas sonoras para o cinema.

A cantora e compositora carioca Thaís Motta foi apelidada de Miss Ritmo pelo baterista Marcio Bahia, por conta de seu carisma e divisão rítmica criativa. Thaís transita por estilos diferentes: gravou com o grupo de rock progressivo holandês Focus, se apresentou no Biennale de la Danse de Lyon, no Festival Montreux meets Brienz, na Suíça, e no Java Jazz Festival, em Jakarta, na Indonésia, do qual participaram Ivan Lins e Jammie Cullum. 

Apontada como uma grande intérprete da obra de Chico Buarque, a artista promoveu uma turnê em Portugal com o espetáculo ‘Quem te viu, quem te vê’, sobre o compositor. Lançou o álbum “Minha Estação”, em 2008, e participou de várias gravações, incluindo com o saxofonista francês Baptiste Herbin. Nesse tributo, foram incluídas canções clássicas do repertório de Chico Buarque, como "Noite dos Mascarados", "Tanto Mar", "Partido Alto", "Anos Dourados", "O Que Será", "Apesar de Você" e "A Banda", passando por várias fases da carreira do compositor.

O Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB) é uma organização social sem fins lucrativos voltada para preservação e propagação da cultura musical do Brasil. Desde sua fundação, em 2006, preserva o passado e o presente da nossa música e tem como finalidade principal a promoção da assistência social.

"Tanto Mar"

"Noite dos Mascarados"

"Apesar de Você"

.: Primeiro fim de semana de "Um Filme Minecraft" promete arrasa-quarteirão


Filme transporta os espectadores para o universo pixelado do jogo, em que a criatividade é a chave para a sobrevivência. Foto: divulgação Warner Bros. Pictures 

Em cartaz na rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil, a aguardada adaptação live-action do jogo mais vendido de todos os tempos promete ser um arrasa-quarteirão no primeiro fim de semana de exibição. "Um Filme Minecraft", da Warner Bros. Pictures e Legendary Pictures, chega hoje aos cinemas de todo o Brasil. Dirigido por Jared Hess ("Nacho Libre"), o longa é a primeira adaptação live-action do icônico videogame "Minecraft", um fenômeno global com milhões de cópias vendidas e milhões de jogadores ativos mensais espelhados pelo mundo todo. 

Estrelado por Jason Momoa ("Aquaman"), Jack Black ("Escola de Rock"), Emma Myers ("Wandinha"), Danielle Brooks ("A Cor Púrpura"), Sebastian Hansen e Jennifer Coolidge, "Um Filme Minecraft" transporta os espectadores para o universo pixelado do jogo, em que a criatividade é a chave para a sobrevivência. Na trama, quatro atrapalhados - Garrett “O Lixeiro” Garrison (Momoa), Henry (Hansen), Natalie (Myers) e Dawn (Brooks) - são inesperadamente levados ao Mundo Superior, um reino cheio de desafios e criaturas como Piglins e Zumbis. Para encontrar o caminho de volta para casa, eles se unem a Steve (Black), um construtor experiente, e embarcam em uma jornada cheia de ação, humor e trabalho em equipe. 

"Um Filme Minecraft" celebra a criatividade, a colaboração e a imaginação, enquanto entrega uma experiência cinematográfica imersiva para fãs de todas as idades. Com um elenco talentoso e efeitos visuais impressionantes, o filme promete conquistar tanto jogadores veteranos quanto novos espectadores e está disponível nas versões 2D, 3D e IMAX, além de versões acessíveis. Para mais informações, consulte os cinemas.


Ficha técnica
"Um Filme Minecraft"
Direção e produção: Jared Hess
Elenco: Jack Black, Jason Momoa, Sebastian Hansen, Emma Myers, Danielle Brooks e Jennifer Coolidge e outros.
Argumento: Allison Schroeder, Chris Bowman & Hubbel Palmer
Roteiro: Chris Bowman & Hubbel Palmer, Neil Widener & Gavin James, Chris Galletta, baseado no videogame Minecraft
Produção: Roy Lee, Jon Berg, Mary Parent, Cale Boyter, Jason Momoa, Jill Messick, Torfi Frans Ólafsson, Vu Bui
Produção executiva: Todd Hallowell, Jay Ashenfelter, Kayleen Walters, Brian Mendoza, Jon Spaihts
Direção de fotografia: Enrique Chediak
Design de produção: Grant Major
Edição: James Thomas
Figurino: Amanda Neale
Supervisão de efeitos Visuais: Dan Lemmon
Supervisão musical: Gabe Hilfer, Karyn Rachtman
Trilha sonora: Mark Mothersbaugh 

 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

.: Cineflix Cinemas Santos estreia "Um Filme Minecraft" e "Um Dia Daqueles"


A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia hoje, dia 3 de abril duas produções nas telonas: a aventura baseada no jogo querido por grande público, "Um Filme Minecraft" e a comédia "Um Dia Daqueles", com Keke Palmer e Sza.

Seguem em cartaz o drama francês "Quando chega o outono" e o romance, fantasia "Parthenope: Os Amores de Nápoles", a aventura "Branca de Neve", o drama nacional "Vitória", com Fernanda Montenegro.

Na sexta-feira, a aventura "Branca de Neve" será exibida em sessão especial para mamães e bebês, "Bebê a Bordo", às 15 horas.

Programe-se, confira detalhes  e compre os ingressos aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Um Filme Minecraft" ou de "Branca de Neve".


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


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.: Gregório Duvivier estreia "O Céu da Língua" no Teatro Sérgio Cardoso, em SP

Depois de passar por Lisboa, Porto, RJ, Curitiba, Porto Alegre e interior de SP, O Céu da Língua, com texto e interpretação de Gregório Duvivier estreia em São Paulo no dia 1º de maio  Dirigido por Luciana Paes, espetáculo é uma comédia sobre a presença quase invisível da poesia no nosso cotidiano

Gregório Duvivier. Foto: Demian Jacob


"Uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra. É comédia da boa, apesar de por vezes ser difícil rir, estando tão assoberbados com tudo o que acontece em palco", - crítica Suzana Verde, no jornal O Observador.


Quem tem medo de poesia? Gregorio Duvivier não faz parte deste grupo e usa seu discurso sedutor para mostrar que esse assunto pode ser prazeroso e divertido no solo "O Céu da Língua". O espetáculo, que estreou em Portugal e já passou pelo Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, agora desembarca em São Paulo para uma temporada no Teatro Sérgio Cardoso, de 1º de maio a 1º de junho, com sessões de quinta a sábado, às 19h, e aos domingos, às 16h.

Essa comédia poética estreou em Lisboa no contexto das comemorações ao aniversário de 500 anos de Luis de Camões e roubou a cena por lá. Gregorio Duvivier, que não estreava uma peça nova há cinco anos, fez essa peça para homenagear sua língua-mãe. 

E, ao fazer isso, encontrou uma legião de pessoas que compartilham dessa paixão. “A poesia é uma fonte de humor involuntário, motivo de chacota”, reconhece o ator, que cursou a faculdade de Letras na PUC do Rio de Janeiro e publicou três livros sobre o gênero literário. “Escrevi uma peça que pode ajudar alguém a enxergar melhor o que os poetas querem dizer e, pra isso, a gente precisa trocar os óculos de leitura”.  

A direção é da atriz Luciana Paes, que já foi parceira de Duvivier no espetáculo de improvisação Portátil e nos vídeos do canal Porta dos Fundos. Se no seu solo anterior, Sísifo (2019), escrito junto com Vinicius Calderoni, Gregorio subia uma grande rampa dezenas de vezes, agora, o que se tem é uma encenação desprovida de qualquer cenário. 

No palco, totalmente limpo, o instrumentista Pedro Aune cria ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena. O resto é só o comediante e sua devoção pelas palavras. “Acredito que ele tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo”, diz Luciana, uma das fundadoras da celebrada Cia. Hiato, que estreia na função de diretora teatral.   

"O Céu da Língua" não é um recital, mas não deixa de ser poética. “O stand-up comedy aqui é uma pegadinha pra falar de literatura”, como descreve a diretora. "A peça fica na esquina do poema com a piada", arremata o ator.

O Gregorio comediante está no palco ao lado do Gregorio intelectual com seu fluxo de pensamento ininterrupto e, por isso, a plateia embarca na proposta”, explica a diretora, que compartilha com o ator a paixão pelo nome das coisas. “Graças aos seus recursos de ator, ele pega o público distraído. Ninguém resiste quando é surpreendido por alguém apaixonado.

O humorista, desde a infância, carrega uma obsessão pela palavra, pela comunicação verbal, pela língua portuguesa. Assim, o protagonista brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados. 

As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas. O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvi-las geram sensações estranhas, a exemplo de afta, íngua, seborreia, ou outras, inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “disruptivo” ou “briefings”? Até destas, extrai humor.

Para o artista, a língua é algo que nos une, nos move, mas raramente damos atenção a ela. É só pensar nas metáforas usadas no cotidiano – “batata da perna”, “céu da boca”, “pisando em ovos”. Nesta hora, usamos a poesia e nem percebemos. Para provar que a poesia é popular, Gregório chama atenção para os grandes letristas da música brasileira, como Orestes Barbosa e Caetano Veloso, citados através das canções “Chão de Estrelas” (1937) e “Livros” (1997). 

A massa ainda há de comer o biscoito fino que fabrico", disse Oswald de Andrade. Infelizmente a literatura no Brasil nunca encheu estádios. Mas a palavra cantada, essa sim, ganhou multidões. “Foi a nossa música popular quem conseguiu realizar o sonho oswaldiano de levar poesia para as massas”, festeja o ator. 

Nesta cumplicidade com a plateia, Duvivier mostra gradativamente que a poesia não tem nada de hermética e que a nossa língua não deve nada a nenhuma outra. Muito pelo contrário. Temos um manancial de poesia desperdiçada em cada conversa jogada fora. 

"Minha pátria é a língua portuguesa", diz Fernando Pessoa. Caetano continua: "e eu não tenho pátria, eu tenho mátria e quero frátria". Gregorio constrói o espetáculo em torno dessa fraternidade, e nos lembra que, apesar de todas as nossas diferenças, temos uma língua em comum que nos irmana. E também pode nos fazer gargalhar. 


Ficha Técnica

Interpretação e Texto: Gregorio Duvivier

Direção e Dramaturgia: Luciana Paes

Assistência de Direção e projeções: Theodora Duvivier

Direção Musical e Execução da Trilha: Pedro Aune

Cenografia: Dina Salem Levy

Assistente de Cenografia: Alice Cruz

Figurino: Elisa Faulhaber e Brunella Provvidente

Iluminação: Ana Luzia de Simoni

Diretor Técnico: Lelê Siqueira

Diretor de Palco: Feee Albuquerque

Visagismo: Vanessa Andrea

Fotos de Divulgação: Demian Jacob

Fotos de Cena: Joana Calejo Pires e Raquel Pellicano

Design Gráfico Publicação: Estúdio M-CAU – Maria Cau Levy e Ana David

Identidade Visual Divulgação: Laercio Lopo

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Marketing Digital: Renato Passos

Redes Sociais: Lucas Lentini e Theodora Duvivier

Administração: Fernando Padilha e Lucas Lentini

Produção Executiva: Lucas Lentini

Direção de Produção: Clarissa Rockenbach e Fernando Padilha

Produção: Pad Rok 


Serviço

O Céu da Língua, de Gregorio Duvivier

Temporada: 1º a 25 de maio

De quinta a sábado, às 19h, e aos domingos, às 16h

Teatro Sérgio Cardoso - Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista

Sala Nydia Lícia (827 lugares)

Plateia: R$ 140,00

Balcão: R$ 100,00

Vendas online em Sympla

Bilheteria: vendas antecipadas, de terça a sábado, das 14h às 19h; e vendas para o espetáculo do dia, das 14h até o horário da atração.

Contato bilheteria: (11) 3288-0136

Duração: 85 minutos

Classificação: 12 anos

Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida


.: Filme "A Vida de Chuck", com Tom Hiddleston, ganha pôster

Adaptação do conto de Stephen King chega às telonas nas mãos do diretor Mike Flanagan e com Tom Hiddleston no papel do protagonista


A Diamond Films acaba de revelar o pôster de um dos seus lançamentos mais aguardados para 2025: o drama "A Vida de Chuck" (The Life of Chuck), adaptação do conto homônimo de Stephen King (“À Espera de um Milagre”), com direção de Mike Flanagan (“A Maldição da Residência Hill”) e estrelada por Tom Hiddleston (“Loki”). O filme, que chega aos cinemas brasileiros em 28 de agosto, apresenta a extraordinária história de um homem comum, conforme explora os altos e baixos da existência humana. 

O filme conta a jornada de Charles "Chuck" Krantz em três capítulos, combinando diferentes gêneros em uma narrativa única e emocionante. Ao longo de sua vida, Chuck vive o encanto do amor, a dor da perda e descobre as muitas facetas que existem dentro de cada um de nós.

Vencedor do prêmio de público da última edição do Festival de Toronto, "A Vida de Chuck" chega às telonas pelas mãos do diretor Mike Flanagan, que também assina o roteiro do longa. Além deste novo título, o cineasta tem na sua filmografia “Jogo Perigoso”, “Doutor Sono” e a série de TV de “A Torre Negra”, todas baseadas em obras de Stephen King. 

Com distribuição da Diamond Films, "A Vida de Chuck" estreia nacionalmente em 28 de agosto.

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