terça-feira, 4 de março de 2025

.: Inspirado em HQ sueca, peça investiga amor e desafios dos relacionamentos


A trama mergulha nas transformações dos relacionamentos na era digital e no impacto do capitalismo sobre o amor. A montagem estreia no Sesc Santana com adaptação de Bianca Lopresti e Ale Paschoalini. Foto: Helena Wolfenson


O espetáculo "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha" traz aos palcos uma adaptação da aclamada HQ sueca de Liv Strömquist. No centro da montagem, quatro atrizes exploram, com intensidade e humor, as complexidades dos relacionamentos contemporâneos. Bianca Lopresti, Carolina Splendore, Fernanda Viacava e Lenise Oliveira criam uma dinâmica única, costurando a narrativa com suas distintas perspectivas sobre o amor e a paixão. A estreia será de 6 a 16 de março, no Sesc Santana, em  apresentações às quintas, sextas e sábados às 20h00 e aos domingos às 18h00.

No espetáculo, quatro mulheres com diferentes maneiras de amar retratam como os relacionamentos evoluíram ao longo da história. Em esquetes ficcionais, baseadas em romances reais, a peça investiga o por quê as pessoas se apaixonam tão raramente hoje em dia. Com concepção e dramaturgia de Bianca Lopresti e Ale Paschoalini - que também assina a direção -, a peça se divide em três atos, abordando como o capitalismo e a internet expandiram as opções e expectativas nos relacionamentos. 

A montagem também discute o impacto do crescimento feminino no mercado de trabalho e as consequências dessa mudança no comportamento masculino, além de questionar por que as pessoas se desapaixonam e como manter o amor vivo a longo prazo. A adaptação respeita a essência da obra original, explorando novas possibilidades cênicas para envolver o público. “Comecei transcrevendo todo o texto da HQ e organizando-o em possíveis cenas. O próprio quadrinho sugere sequências e diálogos, então fui estruturando a adaptação a partir disso. Depois, passei o material para Ale Paschoalini, que revisava e trazia novas sugestões. Esse processo aconteceu ao longo de várias versões”, conta Bianca Lopresti. Compre a HQ "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha" neste link.

Uma dramaturgia feminina e plural
Em esquetes ficcionais, as atrizes interpretam várias personagens com uma abordagem singular sobre as relações afetivas. Entre as histórias, Bianca Lopresti interpreta uma monogâmica confluente que questiona o amor romântico. Carolina Splendore vive uma apaixonada, mas que nunca se envolveu com alguém por mais de dois anos.  Fernanda Viacava faz uma mulher que foi casada por duas décadas e agora enfrenta a solteirice. E Lenise Oliveira, vive um relacionamento aberto e defende sua liberdade amorosa. Juntas, as histórias instigam reflexões sobre os desafios do amor na atualidade.

Com forte apelo visual, a montagem mescla projeções, trilha sonora contemporânea e um perfume criado especialmente para a peça, ampliando a experiência sensorial. O dinamismo cênico mescla comédia e drama, mantendo um ritmo intenso ao longo dos atos. “O perfume da peça foi concebido como uma extensão sensorial da experiência de se apaixonar”, explica Ale Paschoalini. Criado por Cristian Alori, da International Flavors & Fragrances, o aroma reforça a imprevisibilidade do sentimento amoroso.

Um boneco de madeira representa um “homem objeto” trazendo uma crítica visual ao comportamento emocional contemporâneo. Para Ale Paschoalini, o boneco sintetiza a apatia afetiva e a superficialidade das relações, além de funcionar como um potente elemento cômico. “Criado para representar um ator famoso de Hollywood que só namora mulheres até 25 anos de idade, o boneco também existe para sintetizar o comportamento das pessoas contemporâneas, que comunicam pouco ou nada seus sentimentos, e que ainda, segundo a teoria da autora, pararam de sentir. No espetáculo, sua presença se desdobra em diferentes personagens masculinos, ampliando a reflexão sobre masculinidade e afetividade na sociedade atual”, conta Ale.

A peça também carrega elementos autobiográficos, segundo Bianca Lopresti: "A inspiração dessas quatro personagens vem muito das nossas experiências de vida também. Parece que estamos vendo todos os relacionamentos que já tivemos, tanto os bons quanto os ruins. 'A Rosa Mais Vermelha Desabrocha' não é apenas um espetáculo sobre amor. É um convite para o público se reconhecer, rir e se emocionar com histórias que refletem os desafios de amar no século 21”, conclui Bianca Lopresti.

O projeto também inclui debates sobre relacionamentos sob o olhar da psicanálise e filosofia com o Letramento Amoroso. No dia 8 de março, Renato Noguera (filósofo) e Geni Núñez (psicóloga) conversam - Para descolonizar o coração. No dia 15 de março, Christian Dunker (psicanalista) e Carol Tilkian (psicanalista) abordam - Para além do amor romântico. Os encontros ocorrem aos sábados, das 16h às 17h30. Ingressos disponíveis mediante agendamento.

Mariana Cassa, produtora do espetáculo, ressalta que “a combinação da equipe técnica entre profissionais do teatro e do audiovisual traz pluralidade ao projeto, e também o desejo do grupo de proporcionar uma experiência completa para o público,  com a ação complementar do Letramento Amoroso”. Além disso, a peça contará com uma marca própria e produtos licenciados com as artes e desenhos da autora, Liv Strömquist, e fragmentos do espetáculo e em colab com a loja Vulva Cósmica. Compre a HQ "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha" neste link.

Sobre o livro
Publicado no Brasil pela Companhia das Letras - Quadrinhos na Cia, a HQ de Liv Strömquist foi um dos livros mais vendidos de 2021 e recebeu críticas positivas em veículos como O Globo, Folha de S.Paulo, Omelete e Revista Bravo!. "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha" foi traduzida para diversos idiomas, consolidando a autora como uma das principais vozes dos quadrinhos contemporâneos. Siga a peça no Instagram @arosamaisvermelhadesabrocha

Ficha técnica
Espetáculo "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha". HQ ORIGINAL: Liv Strömquist. CONCEPÇÃO & DRAMATURGIA: Bianca Lopresti e Ale Paschoalini. PRODUÇÃO: Mariana Cassa. COLABORAÇÃO DRAMATÚRGICA: Ligia Souza. DRAMATURGISTA: Fernanda Rocha. DIRETOR ARTÍSTICO: Ale Paschoalini. ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Isabel Wolfenson. ATRIZES: Bianca Lopresti,  Carolina Splendore, Fernanda Viacava e Lenise  Oliveira. DIRETORA DE MOVIMENTO: Paula Picarelli. DIRETORA DE ARTE: Fabiana Egrejas. FIGURINO: Julia Cassa. Maquiagem & Cabelo: Daniela Gonc & João Marcos Oliveira. Assistente:  Karina Martins. ILUMINAÇÃO: Lui Seixas. PROJEÇÃO: Ivan Soares. SOM: Leandro Simões. PERFUMISTA: Cristian Alori – IFF ( International Flavors & Fragrances). FOTO STILL CARTAZ: Helena Wolfenson. ASSESSORIA DE IMPRENSA: Adriana Balsanelli. APOIO: Escola de Teatro Célia Helena, Otzi Arts e Centro Cultural Marieta. AGRADECIMENTO: Mayra Gama e Luana Tanaka. REALIZAÇÃO: Cuco Filmes.


Serviço
Espetáculo 
"A Rosa Mais Vermelha Desabrocha"
Estreia dia 6 de março, quinta, às 20h, no Sesc Santana.
Teatro Sesc Santana - Av. Luiz Dumont Villares, 579 - Santana / São Paulo
De 6 a 16 de março de 2025 - Quinta a sábado, às 20h e domingo, às 18h.
Duração: 80 minutos. Classificação: 12 anos. Gênero: Drama, comédia.
Capacidade: 330 lugares
Ingressos: R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e R$18,00 (credencial plena).
https://www.sescsp.org.br/programacao/a-rosa-mais-vermelha-desabrocha/
Transporte público: Estação mais  próxima: Jardim São Paulo-Ayrton Senna


"Letramento Amoroso - Para Descolonizar o Coração"
Com Renato Noguera (filósofo) e Geni Núñez (psicóloga)
Dia 8 de março.  Sábado, às 16h00.
Geni Núñez e Renato Noguera unem cosmovisões indígenas e filosofia afro-brasileira para repensar os afetos e questionar as marcas coloniais no amor. A reflexão se conecta à poética de "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha", peça baseada na HQ de Liv Strömquist, que revela as contradições do amor romântico e inspira novos caminhos afetivos.

"Letramento Amoroso - Para Além do Amor Romântico"
Com Christian Dunker (psicanalista) e Carol Tilkian (psicanalista).
Dia 15 de março. Sábado, às 16h.
Carol Tilkian e Christian Dunker exploram as complexidades das relações humanas, repensando o amor como um modo de vida para além dos moldes tradicionais. A reflexão encontra eco na peça "A Rosa Mais Vermelha Desabrocha", inspirada na HQ de Liv Strömquist, que questiona as ilusões do amor romântico e propõe novas formas de se conectar e amar.

Teatro Sesc Santana (330 lugares). Livre. Grátis. Av. Luiz Dumont Villares, 579 - Santana / São Paulo.

.: “Passaporte para o Amor” reestreia no Teatro Itália para três apresentações


Após temporada de sucesso no Teatro Arthur Azevedo, espetáculo “Passaporte para o Amor”, fará somente três apresentações no mês de março no Teatro Itália. Foto: Hudson Senna


Reestreia no dia 7 de março, no Teatro Itália o espetáculo “Passaporte para o Amor”, protagonizado pela atriz Marjorie Gerardi e pelo ator Stephano Matolla, com texto de Dan Rosseto, que também assina a direção junto com Viviane Figueiredo. Essa é a primeira comédia romântica de Rosseto. “Passaporte para o Amor” é uma comédia romântica repleta de humor e amor que conta a história de Ângelo e Marina. Eles se conhecem por um acaso do destino no saguão de um aeroporto. Ela é aeromoça e ele um passageiro; que perderam o horário de voo e terão que passar a noite juntos até que a cia aérea os coloquem num outro avião. 

A mulher tem rompantes de humor e desconfia da presença do homem, tentando mantê-lo distante para sua própria segurança. Mas ele não dá trégua e faz questão de ficar por perto tentando criar laços de amizade. Durante a madrugada eles se tornam cúmplices e trocam confidências pessoais e amorosas, até que se dão conta que ambos têm mais afinidades do que imaginavam ao se conhecerem horas antes. A peça aborda assuntos relacionados ao amor, a reconquista e o luto. 

O amor está presente nas trocas diárias entre familiares, amigos e casais. A importância da afetividade para que se tenha um bom convívio social. A reconquista diária do afeto aparece de forma divertida e lúdica, com as pequenas coisas do dia a dia, dando valor nas pequenas vitórias, como um sorriso. O luto é mostrado na maneira como Ângelo e Marina lidam com a perda de formas opostas apresentando as diferentes catarses que as pessoas têm. Todo mundo já perdeu algo ou alguém que provocou uma dor em sua alma.

O espetáculo faz uma reflexão sobre a afetividade, apresentando momentos divertidos e românticos, mesclando humor e poesia com um toque de drama, criando no público vínculos com as suas próprias vidas. O autor e diretor Dan Rosseto, nos últimos anos além da escrita em espetáculos de drama, tem se dedicado também às comédias e a importância de as pessoas darem risada. “O riso melhora a resposta imunológica do organismo, estreita as relações sociais, atenua dores, diminui o stress, estimula o cérebro e aumenta a qualidade de nossa vida. O riso é inerente ao homem, assim como a arte. Através do riso, assuntos que poderiam ser difíceis de serem discutidos, são colocados num patamar de fácil compreensão. A realidade deve ser oferecida ao público em doses homeopáticas, alternando o humor, a poesia e a crítica. A partir desta premissa é que contaremos um encontro entre duas almas gêmeas no saguão de um aeroporto”, conta Rosseto.


Ficha técnica
Espetáculo “Passaporte para o Amor”
Texto: Dan Rosseto
Direção: Dan Rosseto e Viviane Figueiredo
Direção de produção: Fabio Camara
Elenco: Marjorie Gerardi e Stephano Matolla
Participação em áudio: Regiane Alves
Assistente de produção: Mayara Mariotto
Preparação vocal: Gilberto Chaves
Figurino e cenário: Dan Rosseto, Fabio Camara e Viviane Figueiredo
Costureira: Sueli da Silva
Cenotécnico: Matheus Fiorentino Nanci
Iluminador: Vini Hideki
Operador de luz: Jorge Leal
Arte gráfica: Erik Almeida
Fotos arte: Hudson Senna
Fotos de cena: Rafa Marques
Redes sociais: Stephano Matolla
Assessoria de imprensa: Fabio Camara
Produtora associada: Girassol em Cena Produções e NYN Realizações
Realização: Applauzo e Lugibi Produções


Serviço
Espetáculo “Passaporte para o Amor”
Teatro Itália, (Av. Ipiranga 344 – República). 290 lugares.
De 7 de março até 21 de março. Sextas-feiras, às 20h00.
Informações: (11) 5468 8382
Vendas pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/103327/d/304168/s/2074274
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia).
Duração: 70 minutos
Classificação: 12 anos

.: "O Mar", do uruguaio Federico Roca, faz circulação por teatros municipais de SP


Espetáculo dirigido por Fernando Nitsch propõe reflexão sobre a paz e a possível união entre pessoas que vivem em lados opostos de uma guerra. Foto: Tita Couto

"O Mar é um chamado à paz, um chamado ao amor, um chamado a reconhecer que mesmo nos contextos mais difíceis, sempre há muito mais o que nos une do que o que nos separa" – Federico Roca

O que move a humanidade? Onde menos se espera, em meio ao caos e a barbárie, será que é possível encontrar uma ponta de esperança, um resquício de luz que nos indicará um caminho a seguir? Questões como essas são o ponto de partida de "O Mar", do dramaturgo uruguaio Federico Roca, que estreou em 2023, sob a direção de Fernando Nitsch. Em cena, estão Bete Dorgam, Laura La Padula e Yael Pecarovich, Na trama, as palestinas Adila e sua neta Farida chegam ao escritório da advogada israelense Dania, que defende mulheres israelenses presas por levarem palestinas para conhecer o mar. A avó tem um pedido: sua neta quer conhecer o mar. Um acontecimento inesperado obriga as três a permanecerem juntas e a descobrirem possibilidades de relação.

Agora, o espetáculo ganha uma temporada gratuita de circulação pelos Teatros Municipais Alfredo Mesquita (de 7 a 16 de março), Teatro Paulo Eiró ( de 21 a 30 de março), e entre abril e maio nos Teatros Cacilda Becker e Arthur de Azevedo. A peça “O Mar” de Federico Roca nos coloca diante do conflito entre Israel e palestinos através do olhar feminino. As sutilezas nos gestos e palavras de três mulheres pairam sobre um território em disputa, um espaço fragmentado e controlado rigidamente.

De forma poética, a peça apresenta uma perspectiva de diálogo entre mulheres que estão em lados opostos no conflito. As personagens convidam o público a pensar sobre o quanto o ser humano tem dentro de si a força necessária para não sucumbir diante do ódio e da intolerância. Na trama, as palestinas Adila e sua neta Farida chegam ao escritório da advogada israelense Dania, que defende mulheres israelenses presas por levarem palestinas para conhecer o mar. A avó tem um pedido: sua neta quer conhecer o mar. Um acontecimento inesperado obriga as três a permanecerem juntas e a descobrirem possibilidades de relação.

Segundo Roca, "O Mar" é uma homenagem a essas mulheres e à história das tradições de um lado e do outro, tradições que mais aproximam do que afastam essas culturas. A montagem brasileira tem direção de movimento de Marina Caron, direção musical de Sonia Goussinsky, figurinos de Daniel Infantini, cenografia de Márcio Macena e iluminação de Wagner Pinto. A realização do espetáculo foi possível graças a um projeto contemplado pela 19° edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo.


Ficha técnica
Espetáculo "O Mar"
Texto: Federico Roca
Tradução: Yael Pecarovich
Direção: Fernando Nitsch
Assistente de direção: Tita Couto
Elenco: Bete Dorgam, Laura La Padula e Yael Pecarovich
Direção de movimento: Marina Caron
Cenografia: Marcio Macena
Assistente de cenografia: Morena Carvalho
Cenotécnico: Alexandre Rodrigues
Pintura artística do cenário: Carol Carreiro e Marcio Macena
Figurinos: Daniel Infantini
Costureira: Neiva Varone
Iluminação: Wagner Pinto
Direção musical e Trilha Original: Sonia Goussinsky
Técnico de som: Ivan Garro e Gylez Batista
Fotos: Tita Couto
Vozes em off: Alexandre D'Antonio, Beatriz Melo, Daves Otani, Eleonor Pelliciari, Estela Gontow Goussinsky, Flavio Tolezani, Lorenzo Saliba, Manoel Candeias, Monica Petrin e Roseli Papaiz
Direção de produção: Gustavo Sanna
Produção executiva: Fernanda Assef
Designer gráfico: Carol Coelho
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Assessoria em mídias digitais: Caró Comunicação Digital
Realização: Complementar Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "O Mar", de Federico Roca
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos


Teatro Alfredo Mesquita
Endereço: Av. Santos Dumont, 1770 - Santana, São Paulo
Quando: de 7 a 16 de março
Às sextas e aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 19h00
Ingressos: grátis
Reservas em https://www.sympla.com.br/ 
* Dia 15 de março sessão com tradução em libras e audiodescrição


Teatro Paulo Eiró
Endereço: Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro
De 21 a 30 de março
Às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h
Ingressos: grátis
Reservas em https://www.sympla.com.br/
* Dia 29 de março sessão com tradução em libras e audiodescrição

.: Solo "Tybyra - Uma Tragédia Indígena Brasileira" no Sesc Avenida Paulista


Espetáculo falado em Tupi-potyguara conta a história do primeiro caso de LGBTfobia de uma pessoa nativa documentado no Brasil, no Maranhão, entre 1613-1614. O artista pede ao público que traga uma pena para que, no final da temporada, um manto possa ser criado de forma coletiva. Foto: Matheus José Maria

“A árvore, quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira.” (Provérbio popular)


 A peça "Tybyra - Uma Tragédia Indígena Brasileira", do artista potyguara Juão Nyn, narra o primeiro caso real de LGBTfobia no Brasil, ocorrido entre 1613 e 1614, quando um indígena tupinambá foi morto por soldados franceses, preso à boca de um canhão, após ser acusado de sodomia. O texto, lançado em 2020 pela editora Selo do Burro, ganha o palco do Sesc Avenida Paulista entre os dias 7 de março e 6 de abril após ter feito, no ano passado, seis apresentações em aldeias indígenas em São Paulo, por meio do edital Funarte Retomada 2023. O espetáculo tem idealização, dramaturgia e atuação do próprio Nyn, direção artística de Renato Carrera e trilha sonora original de Clara Potiguara.

Em 1614, em São Luís do Maranhão, Brasil, preso à boca de um canhão, prestes a ser executado por sodomia por soldados franceses, Tybyra, indígena Tupinambá, propaga as últimas palavras, como se depois de relâmpagos, o som dos trovões saíssem de sua boca. Dramaturgia de estreia do artista potyguara Juão Nyn, uma ficção sobre o primeiro caso de LGBTfobia, com um corpo nativo, documentado no país.

A história do indígena foi registrada no livro "Viagem ao Norte do Brasil - Feita nos Anos de 1613 a 1614", de Frei Yves D'Évreux. Transmitida oralmente em diversos territórios indígenas, foi o antropólogo e ativista LGBT Luiz Mott quem o nomeou Tybyra, termo derivado de "tebiró", que significa "homossexual passivo". O dramaturgo Juão Nyn relata que, ao descobrir essa história, sentiu a necessidade urgente de criar uma obra a partir dela. Sua pesquisa revelou detalhes ainda mais chocantes, como o fato de a identidade do indígena assassinado ser desconhecida, enquanto o nome do responsável por acender o canhão, Caruatapirã, foi registrado.

Diante disso, Nyn decidiu adicionar uma camada narrativa à peça, transformando o algoz em irmão de Tybyra, numa referência à história bíblica de Caim e Abel. O autor explica que gosta de se apropriar de mitologias cristãs para subverter o imaginário, especialmente pelo fato de o cristianismo ter se apropriado de diversas histórias pagãs.


Sobre a encenação
Para dar o  tom da peça, a trilha sonora, criada pela artista paraibana Clara Potiguara, está presente em toda a encenação. As músicas são executadas ao vivo por ela - e algumas delas têm letras em Tupi-Potiguara. “Trouxemos ela de João Pessoa justamente para fazer esse trabalho único para a peça. O resultado ficou lindo e foi a estreia dela no teatro”, afirma o diretor. 

O cenário confeccionado por Zé Valdir Albuquerque tem fundo e chão vermelhos. O destaque fica para uma Igaçaba (jarro) de dois metros de altura que se descobre ser uma urna funerária e também a boca do canhão. Tanto os grafismos quanto os figurinos são feitos por Mara Carvalho. Haverá também projeções mapeadas desenvolvidas por Flávio Alziro MSilva.

“Meu teatro se define como contra-colonial, ou seja, tenho o objetivo de utilizar essa linguagem para devolver a dignidade para os corpos, línguas e culturas indígenas. Por isso, este espetáculo não quer servir ao colonizador e é totalmente falado em Tupi-Potiguara - apenas algumas partes têm legenda em português”, comenta Nyn. 

Para Renato Carrera, é simbólico que Tybyra ressurja das cinzas na Avenida Paulista, local que também é palco de violências contra a população LGBTQIAP+. Em 2010, alguns jovens agrediram um homem gay com uma lâmpada. “Queremos dar destaque para essas histórias para que elas não se repitam”, defende. 


Manto
Os mantos Tupi faziam parte de rituais coletivos dos povos de mesmo tronco linguístico. Na dramaturgia original "Tybyra - Uma Tragédia Indígena Brasileira", o autor Juão Nyn propõe que o artista em cena retorne para agradecer ao público vestindo um manto Tupi, em referência à personagem Tupinambá.

Atualmente, a tradição de confeccionar mantos tem sido retomada por artistas indígenas, como Amotara e Célia, ambasTupinambá. Além disso, um dos doze mantos roubados pelos europeus retornou ao Brasil em 2024, ano em que se iniciou a montagem de "Tybyra". Inspirado por esse movimento, o artista potyguara concebeu a ideia de um manto construído coletivamente.

Assim, o público é convidado a levar uma pena, que será incorporada ao manto ao final de cada apresentação. Dessa forma, a peça transforma-se em um espaço de colaboração e resgate cultural, reafirmando a importância desse símbolo ancestral.


Sobre Juão Nyn
Juão Nyn é um multiartista, e a grafia com "y" em "potyguar" destaca sua origem no Rio Grande do Norte. Por outro lado, Clara, responsável pela trilha sonora original do espetáculo, nasceu na Paraíba e assina "potiguara" com "i". Essa diferença na escrita também reflete a identidade étnica. Juão é militante do Movimento Indígena, como comunicador da APIRN (Articulação dos Povos Indígenas do Rio Grande do Norte), integrante do Coletivo Estopô Balaio de Criação, Memória e Narrativa e vocalista/compositor da banda Androyde Sem Par. Formado em Licenciatura em Teatro pela UFRN, transita há dez anos entre Rio Grande do Norte e São Paulo. Foi Mestre na Escola Livre de Teatro de Santo André no Terreiro Teatro Contracolonyal entre 2022 e 2024.

Escrito por Juão Nyn, o texto "Tybyra - Uma Tragédia Indígena Brasileira", lançado em 2020 pela editora Selo do Burro, foi um dos contemplados do edital PROAC Dramaturgias de 2019, sendo distribuído para oito aldeias de São Paulo. Na época, também foram vendidos mais de 2 mil exemplares do livro. Durante a temporada no Sesc Avenida Paulista será feito o relançamento, desta vez em português e Tupi-Potiguara e com dois capítulos extras. 


Ficha técnica
Espetáculo "Tybyra - Uma Tragédia Indígena Brasileira"
Idealização, dramaturgia e atuação: Juão Nyn
Direção: Renato Carrera
Trilha sonora original: Clara Potiguara
Direção de movimento e preparação corporal: Castilho
Assistência de direção: Jessica Marcele
Concepção de cenário: Juão Nyn e Zé Valdir Albuquerque
Confecção de cenário: Zé Valdir Albuquerque
Figurino, adereços e grafismo: Mara Carvalho
Desenho de luz: Matheus Brant
Desenho de som: Jhow Flor
Produtor musical: Nelson D
Videomaker e projeção mapeada: Flávio Alziro Msilva
Captação de vídeos: Flávio Alziro Msilva e GO Sound Productions
Consultoria de vídeo-projeção: Flávio Barollo
Comunicação Visual e Designer gráfico: Leo Akio
Visagismo: Edgard Pimenta
Assistente de maquiagem: Júpiter
Trama Manto Tupi: use.agemó
Criação do calçado: Lucas Regal
Costureiras: Lucidalva Silva Souza e Oscarina
Contrarregragem: Zé Valdir Albuquerque
Técnica e operadora de som: Naomi Nega Preta
Assistência e Operação de luz: Juliana Jesus
Consultoria e tradução para Tupi-Potiguara: Romildo Araújo
Voz em off: Flavio Francciulli
Fotos divulgação: Matheus José Maria
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Flávia Fontes
Produção geral: Tati Caltabiano
Realização: Sesc


Serviço
Espetáculo "Tybyra - Uma Tragédia Indígena Brasileira" 
De 7 de março a 6 de abril de 2025. Quinta a sábado, às 20h. Domingo, às 18h. Sessão extra no dia 2 de abril, quarta, às 20h00. Sessões com acessibilidade: audiodescrição, 20 de março, quinta, às 20h00; libras, de 21 a 23 de março, sexta a domingo, às 20h00. 
Local: Arte II (13º andar)
Duração: 60 minutos
Capacidade: 80 pessoas   
Classificação indicativa: 16 anos
Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 12,00 (credencial plena).
Venda de ingressos on-line a partir de 18 de fevereiro, às 17h00, e nas bilheterias das unidades a partir de 19 de fevereiro, às 17h00. 
Sesc Avenida Paulista. Avenida Paulista, 119, Bela Vista / São Paulo
Telefone: (11) 3170-0800
Transporte público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m
Horário de funcionamento da unidade: terça a sexta, das 10h00 às 21h30. Sábados, das 10h00 às 19h30. Domingos e feriados, das 10h00 às 18h30.

.: Espetáculo "Quem Casa Quer Casa 4.0" revisita a obra de Martins Pena


Na versão 4.0, a dramaturga Adriane Hintze preserva a essência da trama original, mas reinterpreta o texto para dialogar com questões contemporâneas. Foto: Julio Aracack


Primeira montagem do Escaldapé Coletivo de Teatro, "Quem Casa Quer Casa 4.0" atualiza a clássica comédia de Martins Pena, trazendo novos debates sobre convivência familiar e aceitação, agora sob a perspectiva de um casal LGBT+. Considerado o precursor da comédia de costumes no Brasil, Martins Pena (1815-1848) retratou em suas peças o cotidiano da sociedade brasileira do século XIX, satirizando valores, hipocrisias e conflitos domésticos. Em "Quem Casa Quer Casa", escrita em 1845, ele expõe as tensões geracionais quando um jovem casal é forçado a dividir o lar com a família, gerando embates que mesclam humor e crítica social.

Na versão 4.0, a dramaturga Adriane Hintze preserva a essência da trama original, mas reinterpreta o texto para dialogar com questões contemporâneas. O casal protagonista é formado por Sabrina, uma mulher cis, e Paulina, uma mulher trans, cuja relação desafia a aceitação da matriarca da família. “Mantivemos o embate central, onde a matriarca da casa confronta a nora, mas ampliamos os conflitos para refletir os desafios enfrentados por casais LGBTQIAPN+ no contexto familiar”, explica Hintze.

Inspirado na Indústria 4.0 (também chamado de Quarta Revolução Industrial, o termo diz respeito à modernização das fábricas com tecnologias como inteligência artificial, robôs e internet das coisas), o texto reflete a influência da tecnologia, das redes sociais e das novas formas de relacionamento sem perder a essência cômica da história.

O diretor da montagem reforça que a nova adaptação não apenas revisita Martins Pena, mas também presta homenagem ao seu legado, resgatando os elementos da farsa e do humor crítico característicos do autor. "Quem Casa Quer Casa 4.0" reafirma a atualidade da comédia de costumes, usando-a como ferramenta para discutir as transformações sociais e a pluralidade de relações na contemporaneidade.


Ficha técnica
Espetáculo "Quem Casa Quer Casa 4.0"
Texto: adaptação coletiva da obra de Martins Pena
Direção: Bryan Parasky
Dramaturgia: Adriane Hintze
Elenco: Camila Johann (Sabrina), Giovana T. S. (Fernanda), João Alves (Leonardo), Marc Pereira (Sebastião), Rafaela Gimenez (Paulina) e Sophia Dário (Eulália)


Serviço
Espetáculo "Quem Casa Quer Casa 4.0"
Temporada: de 8 a 30 de março. Sábados, às 21h00, e domingos, às 20h00
Local: Teatro Paiol Cultural. Rua Amaral Gurgel, 164 - Vila Buarque / São Paulo
Duração: 70 minutos.
Classificação indicativa: 14 anos.
Capacidade: 200 lugares.
Ingressos: de R$ 25,00 a R$ 50,00, pelo Sympla.

segunda-feira, 3 de março de 2025

.: Oscars 2025: e os vencedores foram... inclusive, o nacional "Ainda Estou Aqui"

A cerimônia do mais famoso prêmio do cinema mundial, o Oscars, que aconteceu na noite do dia 2 de março, teve filme nacional na disputa. "Ainda estou aqui", do diretor Walter Salles com três indicações: Melhor Filme, Atriz e Filme Internacional, marcando como a 1ª vez na história que uma produção brasileira disputa a principal categoria. 

Embora na homenagem aos que partiram, o roteirista brasileiro, Cacá Diegues, assim como o ator franco-suíço Alain Delon, não tenham sido inclusos no IN MEMORIAN, a euforia tomou conta dos brasileiros, pois o longa de Walter Salles garantiu a nossa primeira estatueta, entrando assim para a história do país do futebol -que também é do cinema. 

Fernanda Torres concorreu ao Oscar, 26 anos após a indicação de sua mãe, Fernanda Montenegro, por "Central do Brasil" (1998), também dirigido por Walter Salles, mas em 2025 quem levou a estatueta foi a atriz de 25 anos Mikey Madison que interpretou "Anora", no filme de mesmo nome. O grande premiado da noite foi o longa protagonizado por Madison que ganhou também como Melhor Filme.

OUTRAS INDICAÇÕES AO PRÊMIO: O Brasil foi indicado outras quatro vezes na categoria de filmes internacionais, mas nunca venceu. Na categoria Melhor Filme Internacional, o Brasil agora tem cinco indicações: "O Pagador de Promessas", (1963), "O Quatrilho" (1996), "O Que É Isso, Companheiro?" (1998), "Central do Brasil" (1999) e "Ainda Estou Aqui" (2025).

"Ainda estou aqui" adapta o livro de mesmo nome, escrito por Marcelo Rubens Paiva. No filme é apresentada a transformação da mãe do escritor – uma dona de casa dos anos 1970, mãe de cinco filhos – em uma das maiores ativistas dos Direitos Humanos do país após o assassinato do marido, o ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), pela ditadura militar. Confira a lista dos vencedores!


Melhor Filme

"Anora" - VENCEDOR

"Ainda estou aqui"

"O brutalista"

"Um completo desconhecido"

"Conclave"

"Duna: Parte 2"

"Emilia Pérez"

"Nickel boys"

"A substância"

"Wicked"


Melhor Atriz

Mikey Madison ("Anora") - VENCEDORA

Fernanda Torres ("Ainda estou aqui")

Demi Moore ("A substância")

Karla Sofía Gascón ("Emilia Pérez")

Cynthia Erivo ("Wicked")

Filme Internacional

"Ainda estou aqui" (Brasil) - VENCEDOR

"Emilia Pérez" (França)

"Flow" (Letônia)

"A Garota da Agulha" (Dinamarca)

"A Semente do Fruto Sagrado" (Alemanha)


Ator

Adrien Brody - 'O brutalista' - VENCEDOR

Timothée Chalamet - 'Um completo desconhecido'

Colman Domingo - 'Sing sing'

Ralph Fiennes - 'Conclave'

Sebastian Stan - 'O aprendiz'


Ator coadjuvante

Kieran Culkin - 'A verdadeira dor' - VENCEDOR

Yura Borisov - 'Anora'

Edward Norton - 'Um completo desconhecido' 

Guy Pierce - 'O brutalista'

Jeremy Strong - 'O aprendiz'


Figurino

'Wicked' - VENCEDOR

'Um completo desconhecido'

'Conclave'

'Gladiador 2'

'Nosferatu'


Maquiagem e cabelo

'A substância' - VENCEDOR

'Um homem diferente'

'Emilia Pérez'

'Nosferatu'

'Wicked'


Trilha sonora

'O brutalista' - VENCEDOR

'Conclave'

'Emilia Pérez'

'Wicked'

'O robô selvagem'


Curta-metragem

'I'm not a robot' - VENCEDOR

'A lien'

'Anuja'

The last ranger'

'The man who could not remain silent'


Curta-metragem animado

'In the shadow of cypress' - VENCEDOR

'Beautiful men'

'Magic candies'

'Wander to wonder'

'Yuck!'


Roteiro adaptado

'Conclave' - VENCEDOR

'Um completo desconhecido'

'Emilia Pérez'

'Nickel boys'

'Sing sing'


Roteiro original

'Anora' - VENCEDOR

'O brutalista'

'A verdadeira dor'

'Setembro 5'

'A substância'


Atriz coadjuvante

Zoe Saldaña - 'Emilia Pérez' - VENCEDORA

Monica Barbaro - 'Um completo desconhecido'

Ariana Grande - 'Wicked'

Felicity Jones - 'O brutalista'

Isabella Rossellini - 'Conclave'


Canção original

'El Mal' - 'Emilia Pérez' - VENCEDOR

'The journey' - 'The six triple eight'

'Like a bird' - 'Sing sing'

'Mi camino' - 'Emilia Pérez'

'Never too late' - 'Elton John: Never too late'


Documentário

'No other land' - VENCEDOR

'Black box diaries'

'Porcelain war'

'Soundtrack to a coup d'etat'

'Sugarcane'


Documentário de curta-metragem

The only girl in the orchestra' - VENCEDOR

'Death by numbers'

'I am ready, warden'

'Incident'

'Instruments of a beating heart'

Animação

'Flow' - VENCEDOR

'Divertida mente 2'

'Memórias de um caracol'

'Wallace & Gromit: Avengança'

'O robô selvagem'


Direção de arte

'Wicked' - WICKED

'O brutalista'

'Conclave'

'Duna: Parte 2'

'Nosferatu'


Montagem

'Anora' - VENCEDOR

'O brutalista'

'Conclave'

'Emilia Pérez'

'Wicked'


Som

'Duna: Parte 2' - VENCEDOR

'Um completo desconhecido'

'Emilia Pérez'

'Wicked'

'O robô selvagem'


Efeitos visuais

'Duna: Parte 2' - VENCEDOR

'Alien: Romulus'

'Better Man: A História de Robbie Williams'

'Planeta dos Macacos: O Reinado'

'Wicked'


Fotografia

'O brutalista' - VENCEDOR

'Duna: Parte 2'

'Emilia Pérez'

'Maria Callas'

'Nosferatu'


Design de produção

'Wicked' - VENCEDOR

'O brutalista'

'Conclave'

'Duna: Parte 2'

'Nosferatu'


domingo, 2 de março de 2025

.: Crítica: "O Brutalista" entrega a arte de fazer cinema com drama de engenheiro

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


"O Brutalista", drama com dez indicações ao Oscar 2025, incluindo a categoria principal, a de Melhor Filme, envolve o público ao longo das 3 horas e 35 de duração, além da pausa de 15 minutos. Em cartaz na telona Cineflix Cinemas, a produção aparenta contar a história real do engenheiro húngaro László Toth (Adrien Brody) e sua esposa Erzsébet (Felicity Jones) fogem da guerra. Todavia, "O Brutalista" é uma trama ficcional.

Contudo, o reencontro dos dois acontece após muitas vivências de László que tenta retomar a carreira de sucesso feita em seu país. Distantes e sem conhecimento de como cada um está, de fato, ainda que conversem constantemente por cartas, as surpresas são impactantes. Enquanto que Erzsébet muda fisicamente, passando a viver numa cadeira de rodas, László é corroído internamente. Mudando completamente seu modo de ser e agir.

A produção que transpira a arte do cinema na fotografia, também reforça a discrepância monetária entre as pessoas, ainda que se tenha conhecimento, quando não se tem dinheiro, quem brinca, mandando e desmandando é o senhor com muito dinheiro. De fato, para conseguir ser alguém na vida, quando não se tem boas condições financeiras, o caminho é muito mais árduo. O de László não é diferente, ainda mais sendo um estrangeiro.

Outro ponto marcante do longa dirigido por Brady Corbet é a canção, a qual arrepia e comove, surgindo como uma clássica, algo parecido com a do filme "Carruagem de Fogo". A parceria Adrien Brody, Felicity Jones, Guy Pearce em cena é de tirar o chapéu, entregam pura interpretação sempre despertando algum sentimento no público. O filme é completamente imperdível!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa


da sua cidade no app ou site a partir 
deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"O Brutalista" (The Brutalist). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 18 anos. Duração: 3h35. Direção: Brady Corbet. Roteiro: Brady Corbet, Mona FastvoldElenco: Adrien Brody, Felicity Jones, Guy Pearce. Sinopse: Arquiteto visionário foge da Europa pós-Segunda Guerra e chega aos Estados Unidos para reconstruir sua vida, carreira e casamento. Sozinho em um novo país, ele se estabelece na Pensilvânia, onde um rico e proeminente industrial reconhece seu talento. Confira os horários: neste link

Trailer "O Brutalista"





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.: Crítica: "Um Completo Desconhecido" agrada, mas não chega a ser filmaço


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


A cinebiografia "Um Completo Desconhecido", com oito indicações ao Oscar 2025, incluindo as categorias, Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante acontece de modo agradável, em 2 horas e 20 minutos, na telona Cineflix Cinemas, ao contar a história no meio musical do talentoso e revolucionário cantor, compositor e escritor americano Bob Dylan que hoje tem 83 anos.

Com direção de James Mangold ("Wolverine - Imortal" e "Indiana Jones e o Chamado do Destino"), a produção leva o público para o influente cenário musical de Nova York do início dos anos 60, fazendo o caminho de Dylan, o jovem músico de Minnesota, com somente 19 anos, cruzar com o de Pete Seeger (Edward Norton, "O Incrível Hulk", 2008), ao procurar por Woody Guthrie (Scoot McNairy, "Não Fale o Mal"). 

Em meio a histórias de amores e desamores, o rapaz caminha rumo à ascensão no meio musical. Ganhando fama por meio do folk, chegando ao topo das paradas com fãs o perseguindo aos gritos, culminando na performance inovadora de rock and roll elétrico no Festival Folclórico de Newport em 1965. O que fica marcado como um dos momentos mais transformadores da música do século XX.

A produção dirigida e roteirizada por James Mangold entrega grande atuação de Timothée Chalamet e Monica Barbaro (Joan Baez), fazendo com que o público não perceba o tempo passar enquanto tudo acontece. Todavia, "UmCompleto Desconhecido" não conquista um lugar entre os grandes filmes biográficos recentemente produzidos, como por exemplo, "Elvis" (2022). De toda forma, vale a pena conferir nos cinemas!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Um Completo Desconhecido" (A Complete Unknown). Ingressos on-line neste linkGênero: drama, musical, cinebiografiaClassificação: 14 anos. Duração: 2h20. Direção: James Mangold. Roteiro: James MangoldElenco: Timothée Chalamet, Edward Norton, Elle Fanning. Sinopse: Cinebiografia do cantor Bob Dylan. Confira os horários: neste link

Trailer "Um Completo Desconhecido"




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.: Crítica: "Sing Sing" emociona, mas remete ao francês "A Noite do Triunfo"

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