domingo, 3 de novembro de 2024

.: Um livro de poesia feito inteiramente de plástico reciclado


Novo livro de poesia de Pedro Tancini, "Poemas de Plástico" vai além da abstração e se torna a primeira obra de literatura do mundo produzida inteiramente com plástico reciclado e reciclável. As páginas são impressas em um papel sintético com as mesmas propriedades do papel de celulose, feito principalmente de tampinhas de garrafa PET coletadas por catadores. Já as capas de cada exemplar são personalizadas pelo próprio autor, com colagem de pedaços de plástico que ele retirou das praias do estado de São Paulo.

O projeto se baseia na contradição do plástico no mundo contemporâneo: ao mesmo tempo que é um material tão descartável, leva mais de quatrocentos anos para se decompor na natureza. É esse paradoxo que conecta os poemas, sejam os que denunciam a descartabilidade de tudo, inclusive do amor, na sociedade capitalista, sejam os que procuram um futuro diferente do fim para o qual o mundo está se encaminhando.

Como evitar as cada vez mais intensas e frequentes catástrofes ambientais se até as corporações que se posicionam como "amigas” do meio ambiente estão devastando o planeta? Como a vida psíquica e emocional é afetada pelo império do desperdício? Qual o poder da poesia dentro do sistema capitalista? Essas e outras questões são propostas pelo escritor entre poesias repletas de metalinguagem e ironia.


é nossa a culpa?
os castelos
que erguemos
para os inúteis reis
desta terra
e talvez seja a ilha
(de plástico)
nosso refúgio
mais doentio
nossa revolta
mais possível
nossa mais duradoura
destruição
("Poemas de Plástico", p. 41)


Em meio a versos que desbravam as margens da folha e desafiam as estruturas padrões de um trabalho poético, o livro em si é a tentativa de se fazer durar em uma realidade onde tudo parece inútil. A grande ironia é que, para fazer isso, Pedro Tancini utiliza o plástico, material que é produzido e descartado de forma irrestrita.

“Fiz questão de que o livro fosse produzido com plástico reciclado e reciclável para que o seu impacto ambiental se aproximasse do zero. Porém, a proposta da obra é alertar que, infelizmente, a saída não está no âmbito individual, pois o verdadeiro responsável pelas catástrofes ambientais e sociais que estamos vivendo é o sistema em si. O livro é uma tentativa de sobreviver psiquicamente e emocionalmente nesse mundo que nos violenta diariamente e, mais do que isso, vislumbrar caminhos possíveis de superação do capitalismo também por meio da poesia”, comenta o autor. "Poemas de Plástico" tem o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústrias Criativas. Compre o livro "Poemas de Plástico" neste link.


Sobre o autor
Pedro Tancini é poeta,  dramaturgo, ator, diretor, produtor e fundador do Coletivo Parêntesis de Teatro. É graduado em Comunicação Social pela ESPM, mestre em Comunicação e Práticas de Consumo também pela ESPM e pesquisa sobre os impactos do capitalismo contemporâneo nas sociedades do século XXI. Como autor, escreveu oito peças de teatro, publicou o livro de contos “Nove Autores – Nova Histórias” e a edição “Erramos” da revista literária “Moreia” junto de outros escritores. Teve, ainda, poemas, dramaturgias e crônicas selecionados por diversos editais e premiações. Em 2024, lançou os livros “Teatro à Venda”, “Professores Online” e Poemas de Plástico. Redes sociais do autor: @pedrotancini e @coletivoparentesis. Garanta o seu exemplar de "Poemas de Plástico" neste link.


Ficha técnica
"Poemas de Plástico"
Autor: Pedro Tancini
ISBN: 978-65-01-12872-6
Páginas: 64
Compre o livro neste link.

.: Zeca Baleiro e Wado lançam "Coração Sangrento", álbum de parcerias inéditas


Zeca Baleiro
e Wado liberaram hoje o álbum de parcerias inéditas “Coração Sangrento” (ouça neste link). Produzido pelos artistas com Sérgio Fouad, o álbum reúne uma nova safra de canções, todas compostas por Wado e Baleiro a partir do período da pandemia, quando a parada dos shows deu espaço para novas criações. Wado e Zeca Baleiro lançam ‘Coração Sangrento’ e fazem uma pequena turnê, começando por Maceió, São Paulo e Recife (Wado, crédito Brenda Guerra + Zeca, crédito Necka Ayala)

"Coração Sangrento", por Wado
Muito animado em apresentar “Coração Sangrento”, novo álbum em parceria com Zeca Baleiro. É um disco que morro de orgulho. Nele, reunimos dois punhados de canções inéditas, resultado de um encontro verdadeiro, canções feitas muito no bate bola dos áudios e vídeos trocados por WhatsApp. Essa amizade e a admiração mútuas colocam esse disco num lugar único; paira no ar uma vontade de praticar a canção bonita.

O léxico dos acordes do Brasil, talvez o país de diversidade harmônica mais sofisticado do mundo, está presente aqui neste disco. Embora estes acordes da nossa história venham do burilar do samba e resulte na bossa nova, “Coração Sangrento" não soa como tal. Muito pela produção arejada de Sérgio Fouad, o disco ganha um punch de rock, trazendo ainda mais frescor às composições.

As letras também seguem essa escola da canção bonita brasileira, apresentando uma paleta ampla de temas, mais existencial do que romântico. O álbum trata de pertencimentos, tecnologia, realidade virtual, coletividade e questões morais. É um disco contra o individualismo, mais na onda da construção de algo com menos ego, como num jogo de frescobol, onde o lance é manter a bola no ar.

A canção título, "Coração Sangrento", trata do ímpeto de mergulhar nas coisas que importam. Ela convida todos a viver intensamente, mergulhando nelas sem as redes de contenção. As cordas escritas pelo maestro Pedro Cunha acrescentam uma camada de riqueza sonora que eleva as canções a um outro patamar. Essa é uma das quatro músicas do disco que contém cordas gravadas por um quarteto no estúdio Midas de Rick Bonadio.

É um álbum que se ergue do charco do que é mediano e se coloca forte na cena. Estou numa ansiedade boa de que nossos ouvintes mergulhem nas nuances de “Coração Sangrento”, disco grande que celebra a amizade de dois compositores que se admiram.

A parceria, por Zeca Baleiro
Apesar de no início da minha discografia assinar quase todas as canções sozinho – letra e música -, sempre amei compor em parceria. Fiz música com parceiros os mais diversos, de Hyldon a Fagner, de Arrigo Barnabé a Frejat, de Vicente Barreto a Lô Borges. E falo isso com descarada vaidade, porque me orgulho da diversidade musical com que ergui meu trabalho ao longo dos anos.

Agora é chegada a hora de lançar um disco inteiro ao lado de um querido parceiro, um dos maiores compositores da geração que sucedeu a minha, Wado. Essa parceria se iniciou lá atrás, quando gravei "Era", com melodia dele e letra minha, que fazia alusão ao 11 de setembro e que gravei no álbum duplo "O Coração do Homem-Bomba" (2008).

Depois vieram outras tantas. E agora, depois de 15 anos de amizade, chegamos ao "Coração Sangrento", álbum com canções compostas no início da pandemia e refinadas ao longo dos últimos anos. O disco versa sobre o momento confuso que o mundo atravessa, essa aparente "transição de eras", mas sem esquecer temas eternos como o amor, a amizade e o pertencimento.

São dez canções onde se vê rastros de referências várias, que fizeram nossa cabeça desde a infância até a nossa atuação como músicos profissionais: Trio Mocotó, Clube da Esquina, Paulo Diniz, Pessoal do Ceará e pitadas de rock indie, sempre buscando um invólucro lírico para as canções, buscando fazer jus ao histórico repertório da "grande música brasileira".

Tenho que mencionar que o disco não existiria - não como existe, pelo menos – sem a produção e incrível empenho (e criatividade) de Sergio Fouad, outro parceiro querido e indispensável nessa aventura artística. Wado é um craque, e foi um prazer dividir este álbum com ele. Há algo de muito especial na nossa parceria, uma sintonia cósmica, indecifrável. Chegou a hora de dividi-lo com o público. Evoé, Wado!


Como tudo começou
Eles se conheceram no início dos anos 2000, quando Wado surgiu na cena musical com seu emblemático “Manifesto da Arte Periférica”. “Seu universo estético particular, com melodias líricas e às vezes tomadas de certa estranheza, sua poesia crua e visceral, e seu despudor de passear por muitos mundos musicais, do axé ao samba, do rock à bossa, me chamaram a atenção”, relembra Baleiro. “Eu li numa revista IstoÉ de 2002, estupefato, que Zeca gostava do meu trabalho. A partir disso eu o procurei num show em Maceió e vide nossa verve e paixão por copos e bons assuntos, nos tornamos imediatamente amigos”, completa Wado.

A primeira parceria é de 2002, a primeira gravação é “Era”, lançada por Baleiro em “O coração do Homem-Bomba Vol.2” (2007), e de lá pra cá fizeram outras tantas canções, apresentações conjuntas e feats. O primeiro single do álbum juntos, “Dia de Sol", chegou nas plataformas digitais dia 20 de setembro deste ano (2024) e “Alma Turva” foi liberado em 11 de outubro. Agora, lançam “Coração Sangrento” dia  1º de novembro e fazem uma pequena turnê de lançamento, que começa por Maceió (23 de novembro, Teatro Gustavo Leite), São Paulo (7 de dezembro, Bona Casa de Música) e Recife (13 de dezembro, Teatro do Parque).


"Coração Sangrento" | Wado + Zeca Baleiro

1 - "Coração Sangrento"
2 - "Carrossel do Tempo"
3 - "Avatar"
4 - "Dia de Sol"
5 - "Incêndios"
6 - "Congelou"
7 - "Quebra-mar"
8 - "Alma Turva"
9 - "Zaratustra"
10 - "Amores e Celulares"


Produzido por Sergio Fouad
Coproduzido por Wado e Zeca Baleiro
Arranjos de cordas por Pedro Cunha
Arranjos de base por Sérgio Fouad, Jair Donato, Wado, Zeca Baleiro, com colaboração dos músicos
Gravado nos estúdios Donamix (Maceió), Al Gazarra e Midas Estúdio (São Paulo) e SoundPie (São Carlos/SP) por Jair Donato, Sergio Fouad e Zeca Baleiro
Mixado por Sérgio Fouad no Estúdio SoundPie
Masterizado por Sergio Fouad e Gabriel Galindo no Midas Estúdio
Confira o encarte digital: https://tinyurl.com/EncarteCoracaoSangrento
Ilustrações: Moisés Crivelaro
Projeto gráfico: Andrea Pedro
Lançamento Saravá Discos | Distribuição ONErpm

.: Com Johnny Depp , "A Favorita do Rei" é destaque no Festival Varilux


Filme de abertura do Festival de Cannes 2023, o drama histórico "A Favorita do Rei" ("Jeanne du Barry") é destaque na 15ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que apresenta uma programação de filmes inéditos e com passagens pelos principais festivais do mundo, como Cannes e Veneza. Dirigido por Maïwenn, que também está no elenco, o filme conta também com Johnny Depp e Benjamin Lavernhe. A distribuição no Brasil é de Mares Filmes e a classificação indicativa é de 14 anos.

No fiçlme, Jeanne Vaubernier, uma jovem de origem humilde, está determinada a sair da sua condição, usando seus encantos. Seu amante, o conde Du Barry, que se beneficia muito dos relacionamentos lucrativos de Jeanne, decide apresentá-la ao Rei. Com a ajuda do influente duque de Richelieu, ele organiza o encontro. Contra todas as expectativas, Luís XV e Jeanne se apaixonam intensamente. Com a companhia da cortesã, o Rei redescobre o prazer de viver, a tal ponto que não consegue mais ficar sem ela e decide torná-la sua favorita oficial. Isso causa um escândalo, pois ninguém quer uma garota “da rua” na Corte.

O Festival Varilux ocorre entre 7 e 20 de novembro, com exibição de 20 filmes em 60 cidades e 110 salas de cinema do país. O portal Resenhando.com assiste aos filmes do Varilux no Cineflix Cinemas, localizado no Miramar Shopping, no Gonzaga, em Santos.


Críticas publicadas sobre o filme

Le Parisien
"Com 'Jeanne du Barry', apresentado na abertura do Festival de Cannes (...), Maïwenn conseguiu criar um filme que, apesar de clássico, é extremamente contemporâneo e totalmente envolvente."

Ficha técnica
"A Favorita do Rei" ("Jeanne du Barry")
2023 / 1h57 / Drama histórico
Com: Maïwenn, Johnny Depp, Benjamin Lavernhe
Direção: Maïwenn
Distribuição no Brasil: Mares Filmes
Classificação indicativa: 14 anos

Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês que, nos últimos 14 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 1,2 mil espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e com uma edição em São Paulo.


Sobre o festival
O Festival Varilux de Cinema Francês é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinadores principais a Essilor/Varilux, Pernod Ricard/Lillet, Axa, Michelin, além do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria do Estado de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são a Alliance Française, a Embaixada da França no Brasil, as empresas Edenred, Air France, Fairmont (grupo Accor), além das distribuidoras dos filmes e os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.

Assista na Cineflix
No litoral de São Paulo, o Festival Varilux de Cinema Francês acontece no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Para acompanhar as novidades da rede Cineflix Cinemas mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste linkonsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

sábado, 2 de novembro de 2024

.: Filme "Pássaro Branco", do universo de "Extraordinário", chega aos cinemas


A adaptação cinematográfica de "Pássaro Branco", emocionante história que expande o universo de "Extraordinário", best-seller de R. J. Palacio, finalmente ganhará as telonas. A produção é inspirada na obra em quadrinhos - ilustrada pela própria autora - que comoveu o público ao apresentar o surpreendente passado da família de Julian, personagem que tornava difíceis os dias do pequeno Auggie. Ambientada durante a Segunda Guerra Mundial, a narrativa apresenta paralelos importantes com a história que conquistou os leitores em todo o mundo. Estrelado pela vencedora do Oscar Helen Mirren e por Gillian Anderson, o filme chegará aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, dia 7 de novembro. 

Em "Pássaro Branco", Grandmère, a avó de Julian, conta ao neto sobre sua infância conturbada em meio ao avanço da ocupação nazista na França. Separada dos pais, ela encontrou abrigo junto à família de Julien Beaumier, seu colega de escola acometido por poliomielite e excluído por todos. A tragédia vivida por Grandmère mostra a Julian e aos leitores a importância de gestos de bondade em momentos de sofrimento. 

Com belas ilustrações, a HQ revisita de forma poética e sensível um dos capítulos mais cruéis da história da humanidade e evidencia que a única forma de interrompermos ciclos de violência e ódio é não nos esquecermos das tragédias do passado. Compre a HQ "Pássaro Branco", de R.J. Palacio, neste link.


Sobre a autora
R.J. Palacio
foi diretora de arte e designer gráfica de uma grande editora por mais de 20 anos antes de estrear na literatura com "Extraordinário". Best-seller do New York Times publicado em 50 idiomas, o livro vendeu mais de 12 milhões de exemplares em todo o mundo e foi adaptado para o cinema em um filme de sucesso. Palacio mora em Nova York com o marido, os dois filhos e dois cachorros. Também é autora de "365 Dias Extraordinários", "Auggie & Eu", "Diário Extraordinário" e "Somos Todos Extraordinários". Compre os livros de R.J. Palacio neste link.

Ficha técnica
"Pássaro Branco" 
Autora: R. J. Palacio
Tradução: Rachel Agavino
Páginas: 224
Editora: Intrínseca
Compre a HQ neste link.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Coringa: Delírio a Dois” (“Joker: Folie à Deux”) são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. 

.: Itamar Vieira Junior e Valter Hugo Mãe participam do "Sempre Um Papo"


Encontro acontece dia 12 de novembro e tem como tema "Territórios e Pertencimento: terra Como Fundamento das Existências". Fotos: Itamar Vieira Junior / Fernando Rabelo. Valter Hugo Mãe / Lucilia Monteiro


Os escritores Itamar Vieira Junior e português Valter Hugo Mãe são os convidados de uma série de encontros promovidos pelo projeto "Sempre Um Papo" em parceria com o Sesc São Paulo. No dia 12 de novembro, terça-feira, às 19h00, no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros recebe os autores para falar sobre o tema "Territórios e Pertencimento: terra como Fundamento das Existências". 

Na ocasião, Valter e Itamar trarão a centralidade do território no debate sobre a conservação de todas as formas de vida e o respeito aos modos de viver a partir de diferentes abordagens e experiências. A mediação fica por conta da jornalista, apresentadora e escritora Semayat Oliveira. A entrada é gratuita, e os ingressos deverão ser retirados na bilheteria do Sesc Pinheiros uma hora antes do início.

Trata-se de uma parceria entre o projeto Sempre Um Papo e o Sesc SP que, retorna, pelo 22º. ano consecutivo, para uma série de eventos. O encontro dos escritores Valter Hugo Mãe e Itamar Vieira Junior é o segundo desta temporada, tendo sido precedido por um bate papo entre Veronica Stigger e Edson Kayapó, com mediação de Semayat Oliveira, no dia 8 de outubro de 2024. Até abril de 2025, os eventos promovidos por essa parceria seguirão enfocando criações que dialogam com o meio ambiente, promovendo uma nova visão sobre sustentabilidade e respeito aos ciclos naturais.


Sobre os autores
Itamar Vieira Junior
nasceu em Salvador, na Bahia, em 1979. É geógrafo e doutor em Estudos Étnicos e Africanos pela UFBA. Seu romance “Torto Arado” é um dos maiores sucessos – de público e crítica – da literatura brasileira nas últimas décadas, tendo sido traduzido em mais de 20 países, com futura adaptação para o audiovisual. Sua obra mais recente é o livro infantojuvenil “Chupim”, lançado em 2024. É vencedor dos prêmios Leya, Oceanos e Jabuti. Compre os livros de Itamar Vieira Junior neste link.

Valter Hugo Mãe é escritor, editor e artista plástico. Cursou pós-graduação em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea na Universidade do Porto. Possui livros publicados de poesia, contos e narrativa longa. Em Portugal, atuou como editor de autores brasileiros como Ferreira Gullar, Manoel de Barros e Caetano Veloso. Atualmente, apresenta um programa de entrevistas na televisão e escreve colunas para os veículos Público e Jornal de Letras. Em seus trabalhos, o autor se destaca pela variedade dos meios de expressão e de temáticas, que podem falar dos pequenos detalhes do cotidiano, dos problemas contemporâneos enfrentados por países como Portugal ou das paisagens da Islândia, combinando uma prosa apurada e histórias marcadas pela emoção. Compre os livros de Valter Hugo Mãe neste link.


Sempre um Papo – 38 anos, há 22 com o Sesc SP
Criado em 1986, pelo jornalista Afonso Borges, o “Sempre Um Papo” é reconhecido como um dos programas culturais de maior credibilidade do país. O projeto realiza encontros entre importantes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros.

Em sua história, já ultrapassou os limites de Belo Horizonte e chegou a 30 cidades, em oito estados do País, tendo sido realizado também na Espanha e Portugal. Em 38 anos de trabalho, aconteceram mais de 7 mil eventos, que reuniram um público superior a 2,5 milhões de pessoas. Atua em conjunto com o Sesc SP há 22 anos consecutivos, tendo passado por diversas unidades da instituição.


Serviço:
"Sempre Um Papo" com Itamar Vieira Junior e Valter Hugo Mãe
Dia 12 de novembro, terça-feira, às 19h00.
Retirada de ingressos, gratuitos, na bilheteria da unidade, 1h antes do início da atividade.
Local: Teatro Paulo Autran
Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros / São Paulo.
Informações: (11) 3095-9400.

.: Sessão especial no Itaú Cultural faz a pré-estreia do documentário "Santino"


Filme marca retorno do trabalho do cineasta mineiro ao sertão de Minas Gerais, onde produziu seus longas-metragens mais celebrados, A Alma do Osso, de 2004, e Andarilho, de 2007. Narrativa acompanha o cotidiano de Santino, um agricultor que vive nas veredas do estado, e luta pela preservação do cerrado em uma relação especial com a natureza e a espiritualidade


O novo documentário do cineasta e artista plástico mineiro Cao Guimarães, "Santino", realizado em 2023, tem pré-estreia no Itaú Cultural na segunda-feira, 4 de novembro, às 19h. A exibição é seguida por um bate-papo com o diretor e mediação do jornalista e documentarista Piero Sblagia. O filme acompanha o cotidiano e o imaginário do veredeiro – morador nas veredas mineiras que se sustenta a partir do plantio na terra –Santino Lopes Araújo, que vive na bacia do Rio São Francisco, próximo à fronteira com a Bahia, e tem uma relação especial com a natureza, os animais e a espiritualidade.

Como todas as atividades no Itaú Cultural, os ingressos são gratuitos e podem ser reservados no site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br). Quem não conseguir garantir o seu, pode comparecer uma hora antes do evento ser iniciado, quando é formada uma fila de espera. Os ingressos que tiverem desistência são distribuídos por ordem de chegada.

Santino marca o retorno do trabalho de Cao Guimarães ao sertão de Minas Gerais, local onde produziu alguns dos seus documentários mais celebrados. Enquanto "A Alma do Osso" (2004) registra o cotidiano de um senhor idoso que vivia isolado em uma caverna havia quatro décadas, e "Andarilho" (2007) acompanha as andanças de três homens, Santino explora o mundo externo e interno deste morador da bacia do Rio São Francisco, próximo à fronteira com a Bahia.

O roteiro adentra a vida e o imaginário de Santino, conhecido por ser um grande ativista em prol da preservação do cerrado brasileiro, bioma que tem sofrido ainda mais com a exploração humana e incêndios nos últimos anos. Com sensibilidade e escuta, Cao Guimarães desvenda o protagonista em conversas e passeios pela mata, quando o veredeiro revela a sua forma peculiar de ver o mundo, repleta de misticismo, espiritualidade e conexão com a natureza.

"No filme, acompanhamos Santino, que equilibra seu ativismo em defesa da natureza diante da dura realidade do cerrado brasileiro, com conexões surpreendentes a um mundo místico e sobrenatural”, resume Guimarães. “É um filme simples, observacional, que não busca se fechar em conclusões, deixando que cada espectador sinta a luta do ser humano com a natureza, com seus semelhantes e com o desconhecido e o mistério”, completa o cineasta.

A ideia para o longa-metragem surgiu de conversas com o músico Makely Ka, que assina o argumento e a codireção. Em 2012, ele fez uma viagem de bicicleta pelo sertão de Minas Gerais para conhecer os lugares descritos por Guimarães Rosa no romance clássico "Grande Sertão: Veredas", publicado em 1956. Nesse trajeto, ele conheceu várias figuras do cerrado. Com a ajuda de Damiana Campos, moradora da região, que depois se tornou uma das produtoras do documentário, ele encontrou Santino, que acabou virando o centro do documentário devido ao seu carisma e sabedoria.

Produzido pela Cinco em Ponto e distribuído pela Livres Filmes, Santino participou do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade em 2023 — no mesmo festival, em 2004, A Alma do Osso foi premiado nas categorias nacional e internacional de médias e longas-metragens — e foi exibido oficialmente para o público mineiro em outubro deste ano, em sessão especial, em Belo Horizonte. A pré-estreia no Itaú Cultural antecede a estreia nacional, no dia 14 de novembro.

Outro filme do cineasta, Ex-isto, já se encontra no catálogo da IC Play. O longa-metragem de 2010 faz parte da série de filmes "IconoClássicos", produzida pelo IC, na qual cinco diretores homenagearam, cada um, cinco diferentes artistas brasileiros.  "Ex-isto" celebra o escritor paranaense Paulo Leminski, a partir da adaptação de seu livro "Catatau" (1975). O enredo volta ao século XVII e aborda a vinda fictícia do filósofo René Descartes ao Brasil, onde ele é confrontado com formas, cores e sons que não conhece.

O acesso à Itaú Cultural Play é gratuito, disponível em www.itauculturalplay.com.br, nas smart TVs da Samsung, LG e Apple TV, nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast.


Sobre Cao Guimarães
Cao Guimarães
atua no cruzamento entre o cinema e as artes plásticas. Com produção intensa desde o final dos anos 1980, o artista tem suas obras em numerosas coleções prestigiadas como a Tate Modern (Reino Unido), o MoMA, o Museu Guggenheim (EUA), Fondation Cartier (França), Colección Jumex (México), Inhotim (Brasil), Museu Thyssen-Bornemisza (Espanha), dentre outras. Participou de importantes exposições como XXV e XXVII Bienal Internacional de São Paulo, Brasil; Insite Biennial 2005, México; Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, EUA; Tropicália: The 60s in Brazil, Áustria; Sharjah Biennial 11 Film Programme, Emirados Árabes Unidos e Ver é Uma Fábula, Brasil, uma retrospectiva com grande parte das obras do artista expostas no Itaú Cultural, em São Paulo.

Realizou 12 longas-metragens: "Amizade" (2023); "Santino" (2023); "Espera" (2018), "O Homem das Multidões" (2013), "Otto" (2012), "Elvira Lorelay Alma de Dragón" (2012), "Ex-Isto" (2010), "Andarilho" (2007), "Acidente" (2006), "Alma do Osso" (2004), "Rua de Mão-Dupla" (2002) e "O Fim do Sem Fim" (2001), que participaram de renomados festivais internacionais como Cannes, Locarno, Sundance, Veneza, Berlim, IDFA e Rotterdam. Ganhou retrospectivas de seus filmes no MoMA, em 2011, Itaú Cultural, em 2013, BAFICI (Buenos Aires), Cinemateca do México em 2014, Festival EDOC Equador (2024). Em setembro de 2017, inaugurou a maior exposição e retrospectiva acerca de sua obra em território europeu, no Eye Filmmuseum, em Amsterdã. É representado pela Galeria Nara Roesler (São Paulo, Rio e Nova York) e Galeria Xippas (Paris e Montevideo).


Sobre Piero Sbragia
Jornalista, documentarista, doutorando em Artes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e biógrafo de Geraldo Sarno. Escreveu os livros "Na Ilha: conversas sobre Montagem Cinematográfica" (2022) e "Novas Fronteiras do Documentário: entre a Factualidade e a Ficcionalidade" (2020). Dirigiu e escreveu "República das Saúvas" (2021), melhor documentário em curta-metragem no 6º Festival Internacional de Santos e indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2022.


Ficha técnica
"Santino"
De Cao Guimarães (88 min, 2023)
Classificação indicativa: livre
Sinopse: Santino é um veredeiro que vive com a família na bacia do Rio São Francisco, em Minas Gerais, numa região de paisagens mágicas que inspiraram o escritor Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas. Em um momento de grave ameaça a esse ecossistema, Santino surge como um grito de esperança pela preservação das nascentes e das matas brasileiras.


Serviço
Pré-estreia de "Santino" (2023), de Cao Guimarães
Seguido de bate-papo com o diretor e o jornalista Piero Sbragia
Segunda-feira, dia 4 de novembro, às 19h00, no Itaú Cultural
Sala Itaú Cultural – 230 lugares
Duração: aprox. 2h30
Classificação indicativa: livre
Ingressos gratuitos, disponíveis para reserva no site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br
Para acessar os recursos de acessibilidade, é necessário baixar o aplicativo PingPlay


Itaú Cultural 
Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô
Terça a sábado, das 11h00 às 20h00
Domingos e feriados, das 11h00 às 19h00
Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
Acesso para pessoas com deficiência física 
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108. 
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas. 

.: Autor aposta no português arcaico para escrever novo romance


O autor Fernando Dusi Rocha lança, pela editora 7 Letras, o romance "Aquando Nem o Inferno", uma obra que inova ao combinar a linguagem arcaica do cancioneiro galego-português com uma narrativa contemporânea e provocativa. O livro traz à tona temas que questionam a sociedade atual, utilizando elementos lexicais desse vasto acervo trovadoresco medieval, uma das mais ricas tradições literárias da Península Ibérica, que floresceu entre os séculos XII e XIV.

Na obra, Dusi revisita as cantigas de escárnio e maldizer, um dos gêneros do cancioneiro, ao mesmo tempo que transgride as normas da gramática culta brasileira, utilizando construções linguísticas pouco usuais, algumas das quais mais próximas do português europeu, como a colocação pronominal.

A narrativa, menos complexa que seu romance anterior, "Eu, Jeremias", estabelece uma ponte entre o passado literário e linguístico e o presente, expondo a desintegração crescente dos valores éticos, agravada na contemporaneidade.

“Minha intenção é afastar do público leitor a ideia de que meu processo de escrita, pautado numa linguagem e léxico tão inusuais, seria incompatível com a contemporaneidade, por soar anacrônico e descabido à formatação habitual dos romances em voga”, explica o autor. “O tom de novidade que pretendo dar ao meu romance reside em reavivar a chave medieval e fecunda de nossa língua, buscando mostrar como um léxico usado há quase oitocentos anos ainda pode interagir com o leitor atual”.

A história se passa na fictícia cidade de Santa Vaia, no interior de Minas Gerais, onde um boticário e maestro de uma banda local vive com suas três filhas: Celestina, Melibea e Areúsa. A trama central gira em torno de um incidente desastroso envolvendo Celestina durante a procissão da Sexta-Feira da Paixão. A partir desse episódio, uma série de acontecimentos negativos passa a afetar sua vida e de suas irmãs, desencadeando diversos conflitos e reviravoltas. Paralelamente, o processo de beatificação da Devota Hebreia, uma figura de suposta origem criptojudaica, gera comoção e ceticismo na cidade, intensificando os dilemas religiosos e sociais.

O autor usa o ambiente familiar e religioso para refletir sobre questões profundas, como a prevalência da aparência sobre a essência (das coisas e da psique) e a superficialidade da fé institucionalizada. Ao longo da narrativa, o boticário procura, por meio de suas reflexões filosóficas e moralistas, inspiradas na doutrina do jesuíta espanhol Baltasar Gracián, moldar o destino de suas filhas, especialmente da primogênita, que busca aventuras fora do casamento e desafia a moral reinante.

“A dominância da aparência das coisas e pessoas nos anos 1950 e 1960, época em que transcorre a narrativa, chega a ser desprezível se comparada com os acontecimentos que vivenciamos agora, sobretudo diante do poderio das redes sociais sobre as pessoas, que nelas encontram lugar ideal para a dissimulação e o disfarce”, reflete Dusi. “Além disso, a hipocrisia da sociedade vigente na época do romance ganhou uma grandeza ostentosa nos dias de hoje. O falso moralismo filtrado no romance mostra-se agravado em progressão geométrica pelas engrenagens do conservadorismo em nossa sociedade contemporânea”, finaliza o autor.

"Aquando Nem o Inferno" é uma obra que funde tradição e inovação, oferecendo ao leitor uma trama envolvente e reflexiva, que critica as hipocrisias de uma sociedade conservadora enquanto celebra a riqueza linguística e cultural de uma das mais valiosas tradições literárias do mundo ocidental. A obra já está disponível nas principais plataformas digitais de vendas. Compre o livro "Aquando Nem o Inferno" neste link.

Sobre o autor
Fernando Dusi Rochaé poeta e escritor. Mineiro de Ubá, reside em Brasília desde 1984. É pós-doutor em Literatura pela Universidade de Brasília. Pela 7 Letras, publicou os livros de poesia "O Exílio de Polifemo" (2006), finalista do Prêmio Jabuti em 2007, "Crisol com Açúcar" (2008) e "O Breviário" (2016), a reflexão autobiográfica "Tua Carne Verá a Luz" (2014) e "Eu, Jeremias" (2020). Em 2009 teve publicado, ainda, seu poemário "Lições de Taxidermia" pela Ateliê Editorial; e, em 2010, o livro ensaístico "O Problema da Verdade: literatura e Direito", pela Fino Traço.


Ficha técnica
"Aquando nem o Inferno"
Autor: Fernando Dusi Rocha
Editora: 7 Letras
Páginas: 150
Compre o livro neste link.

.: "O Sol Por Testemunha" é o clássico do Festival Varilux de Cinema Francês


"O Sol Por Testemunha" ("Plein Soleil")
, o filme que revelou Alain Delon para o mundo, é o clássico homenageado na 15ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que apresenta uma programação de filmes inéditos e com passagens pelos principais festivais do mundo, como Cannes e Veneza. Adaptado do romance "O Talentoso Ripley", escrito por Patricia Highsmith, o thriller de 1960 conta com Alain Delon, Marie Laforêt e Maurice Ronet no elenco. 

Dirigido por René Clément, o longa-metragem distribuído no Brasil pela Bonfilm Filmes, conta a história de Tom Ripley. Ele é enviado à Europa para trazer o filho de um ricaço de volta aos Estados Unidos. Ludibriado pelo herdeiro que pretende permanecer no Velho Continente com sua noiva, ele resolve assumir a identidade e a boa vida do jovem mimado. 

O Festival Varilux ocorre entre 7 e 20 de novembro, com exibição de 20 filmes em 60 cidades e 110 salas de cinema do país. O portal Resenhando.com assiste aos filmes do Varilux no Cineflix Cinemas, localizado no Miramar Shopping, no Gonzaga, em Santos.


Críticas publicadas sobre o filme

Le Monde
"Filmado na Itália em 1959, o filme de René Clément é o longa-metragem onde o ator de 23 anos, pouco conhecido até então, se torna um ícone. Ele irradia beleza. A beleza do diabo."

Télérama
"Adaptado de um sucesso de Patricia Highsmith, este thriller ambíguo é iluminado por seus atores esplendorosos e selvagens. Um sol brilhante de beleza."


Ficha técnica
"O Sol Por Testemunha" (" Plein Soleil")
1960 / 1h54 / Thriller
Com: Alain Delon, Marie Laforêt, Maurice Ronet
Direção: René Clément
Distribuição no Brasil: Bonfilm


Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês que, nos últimos 14 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 1,2 mil espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e com uma edição em São Paulo.


Sobre o festival
O Festival Varilux de Cinema Francês é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinadores principais a Essilor/Varilux, Pernod Ricard/Lillet, Axa, Michelin, além do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria do Estado de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são a Alliance Française, a Embaixada da França no Brasil, as empresas Edenred, Air France, Fairmont (grupo Accor), além das distribuidoras dos filmes e os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.

Assista na Cineflix
No litoral de São Paulo, o Festival Varilux de Cinema Francês acontece no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Para acompanhar as novidades da rede Cineflix Cinemas mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste linkonsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

.: Crítica: "Todo Tempo Que Temos" trata desejos e certezas diante do câncer

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em novembro de 2024

Uma história de amor contada tal qual lembranças fragmentadas, ou seja, "Todo Tempo Que Temos" apresenta uma narrativa não-linear. Tanto é que, Tobias (Andrew Garfield) entra na vida de Almut (Florence Pugh) por meio de um assustador atropelamento -que impressiona na telona do cinema, remetendo ao clássico romântico "Encontro Marcado".

Em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos, a trama que não ignora o passado de ambos promove lindas conexões, provando que quando o parceiro certo é encontrado, não há como deixá-lo escapar. Em meio a convicções quebradas em nome do amor, Almut mantém sua paixão pela cozinha. 

Intensa na corrida para aproveitar o lhe resta de vida diante de uma doença implacável, Almut acaba escanteando seu parceiro e a filhinha em nome da arte culinária. A história de Almut na vida de Tobias é extremamente comovente. Sorte a do público, pois Garfield e Pugh dão um show de atuação ao longo de 1 hora e 44 minutos. Não há como passar impune a cada batalha enfrentada pela dupla, seja no posto do doente ou daquele que está junto.

Sem pretensão de fazer chorar a todo custo, o longa dirigido por John Crowley não explora uma trilha sonora, nem mesmo romântica. Assim, "Todo Tempo Que Temos" dá valor ao roteiro de Nick Payne, que entrega um enredo que promove dilemas de uma mulher que luta contra o câncer de mama.

"Todo Tempo Que Temos" é o recorte de uma história de amor linda e emocionante, capaz de mudar desejos e certezas. Vale a pena conferir na telona esse encontro entre aqueles que já interpretaram Homem-Aranha e Viúva Negra!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

"Todo Tempo que Temos" (We Live in Time). Ingressos on-line neste linkGênero: drama, romance, comédiaClassificação: 14 anos. Duração: 1h44. Ano: 2024. Distribuidora: Imagem Filmes. Direção: John CrowleyRoteiro: Nick Payne. Elenco: Andrew Garfield (Tobias). Florence Pugh (Almut), Adam James (Simon Maxon), Marama Corlett (Adrienne)Sinopse: Almut e Tobias são unidos por um encontro surpresa que muda suas vidas. Ao embarcarem em um caminho desafiado pelos limites do tempo, eles aprendem a valorizar cada momento de sua história de amor não convencional. Confira os horários: neste link

Trailer "Todo Tempo que Temos"


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.: "Oswald de Andrade: mau Selvagem": o contraditório da literatura brasileira


Primorosa biografia de uma das personalidades mais contraditórias da literatura brasileira. Escrito no estilo cinematográfico de Lira Neto e amparado em farto acervo documental, este livro apresenta Oswald de Andrade em sua verve sarcástica, lírica e demolidora.


Um Oswald de Andrade contraditório, ao mesmo tempo explosivo e lírico, é revelado na nova biografia  "Oswald de Andrade: mau Selvagem", escrita por Lira Neto. Depois de mapear a trajetória de controvertidas personalidades da história nacional - a exemplo de Getúlio Vargas e Padre Cícero -, o autor vasculha e esmiuça a vida de Oswald de Andrade, um dos autores mais polêmicos da literatura brasileira. Muito além do ativista do modernismo e da Semana de 1922, Oswald aparece como um pensador vigoroso, que usava a violência verbal e o sarcasmo como armas contra o conformismo intelectual.

O menino solitário descobriu no escárnio a forma de se impor diante dos colegas que o hostilizavam na escola. O garoto inibido se revelou um rapaz sardônico e desregrado. Ao distribuir pilhérias, gracejos e chacotas contra os oponentes, sublimou o retraimento da infância, oculto por trás da máscara da insolência. A formação cultural anárquica, a iniciação no jornalismo e na literatura, a revolta contra o oficialismo beletrista, tudo é descrito de forma atraente e meticulosa, com base em rigorosa pesquisa em cartas, diários e escritos íntimos de Oswald.

O estilo cinematográfico de Lira Neto, amparado em vasto acervo documental, reconstitui os cenários e ritmos vertiginosos de uma São Paulo em expansão. O autor demonstra como a velocidade das transformações na paisagem urbana se refletiram e foram refletidas na vida - e na literatura - de Oswald. As amizades construídas e desfeitas de forma tumultuosa, os amores sempre turbulentos, a mitografia pessoal estabelecida em relatos memorialísticos, nada escapa ao olhar do biógrafo, atento às fronteiras e interseções entre realidade e encenação, fato e lenda.

Ao passar em revista as circunstâncias e as motivações da escrita oswaldiana, Lira Neto possibilita que se rediscuta a obra do autor do “Manifesto Antropófago” no que ela tem de mais atual: a antecipação do pensamento decolonial e a crítica feroz ao patriarcado. A Antropofagia, com seu intuito de devoração e síntese, continua a inspirar - e a desafiar - teóricos na área dos estudos culturais. À placidez do “bom selvagem” de Jean-Jacques Rousseau, ele contrapôs a ferocidade criativa e carnavalizante, imune aos dogmas de qualquer espécie de catequese, seja religiosa, social ou política.

Mas Oswald não tinha pudores em se contradizer publicamente, combater ideias que antes defendera, sustentar opiniões que um dia repudiara. Anarquista e temente a Deus, burguês e comunista, apaixonado e adúltero, sua verdadeira coerência residia no ato de se fazer presente a todo instante no debate público, munido de uma verve irresistível. Era, acima de tudo, um personagem de si mesmo.

“De um homem assim, pode-se dizer que a existência é tão importante quanto a obra”, dizia a respeito dele o crítico literário Antônio Cândido. Um dos últimos amigos do escritor, Cândido testemunhou o fascínio - e o indisfarçado terror - que o autodidata Oswald infundia à nova geração de intelectuais universitários que o cercou nos anos de maturidade, incluindo Paulo Emílio Sales Gomes e Décio de Almeida Prado, apelidados por ele de chato boys.

Ao longo do livro, Lira Neto mostra como foi possível ao herdeiro de uma fortuna imobiliária terminar seus dias tendo que se submeter aos agiotas e às casas de penhores para viabilizar a sobrevivência da própria família. Milionário na juventude, arruinado na velhice, o febril Oswald de Andrade viveu sob o primado do hedonismo e da dissipação. Autor de vanguarda, não teve tempo suficiente para assistir à própria profecia: “A massa ainda comerá o biscoito fino que fabrico”.

Apenas depois de sua morte o país recuperaria o grande legado do pensamento revolucionário e contestador de Oswald de Andrade, fonte para manifestações artísticas futuras, como a Poesia Concreta, o Teatro Oficina e a Tropicália. Compre o livro em pré-venda neste link.

Sobre o autor
Lira Neto
nasceu em Fortaleza, em 1963. Jornalista e escritor, ganhou o prêmio Jabuti em quatro ocasiões. É mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e doutorando em Discursos: Cultura, História e Sociedade, pela Universidade de Coimbra. Pela Companhia das Letras, publicou "Padre Cícero" (2009), a trilogia "Getúlio" (2012-4), "Uma História do Samba" (2017), "Maysa", reeditado em 2017, "Castello", reeditado em 2019, "Arrancados da Terra" (2021), "A Arte da Biografia" (2022) e "Oswald de Andrade" (2024). Garanta o seu exemplar do livro em pré-venda neste link.


Ficha técnica
"Oswald de Andrade: mau Selvagem"
Autor: Lira Neto
Número de páginas: 528
Lançamento: 11 de fevereiro de 2025
Pré-venda do livro neste link.

.: Crítica musical: "Amorosa" mostra Paula Toller ao vivo e sem surpresas


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

A cantora e compositora Paula Toller lançou o CD "Amorosa Ao Vivo" comemorando seus 40 anos de carreira. Um trabalho que registra um dos shows da turnê revisitando antigos hits com algumas novidades nos arranjos daquele pop radiofônico inspirado no movimento new wave dos anos 80. Não faltaram os hits da época da sua antiga banda, Kid Abelha. Pouco se nota do material que ela lançou em carreira solo, que acabou sendo eclipsado pelos velhos hits. E cá entre nós, era isso que o público queria ouvir mesmo no show.

O repertório incluiu um tributo à Rita Lee, com a interpretação de "Agora Só Falta Você". E uma releitura de Nada Por Mim em ritmo bossa nova com participação do veterano Roberto Menescal. Paula Toller divide o vocal de "Na Rua, na Chuva, na Fazenda" com Fernanda Abreu, e de "Nada Sei", com Luiza Sonza. Sozinha canta canções como "Lágrimas e Chuva", "Educação Sentimental II", "Como Eu Quero" e "Amanhã É 23", entre outros sucessos dos anos 80 e 90.

Um dos melhores momentos é a releitura de "Não Vou Ficar", do síndico Tim Maia, com um arranjo interessante (em ritmo de samba rock) e uma interpretação firme da cantora. O dueto com Fernanda Abreu também ficou ótimo. E é preciso destacar também a  competente banda de apoio da cantora, que conta com o experiente produtor musical Liminha no violão acústico e guitarra.

"Amorosa Ao Vivo" pode até parecer algo previsível, sem muitas surpresas para o ouvinte. Mas é fato que ainda tem momentos interessantes para quem deseja relembrar os divertidos anos 80, quando ouvíamos um pop comercial made in Brazil, feito sob medida para tocar nas rádios.

"Educação Sentimental"

"Não Vou Ficar"

"Agora Só Falta Você"

"Na Rua, na Chuva, na Fazenda"

.: Roberto Mangabeira Unger relança "Paixão", que faz 40 anos, em São Paulo



Será lançada em novembro a nova tradução do livro "Paixão: um Ensaio sobre a Personalidade", de Roberto Mangabeira Unger, pela editora LeYa Brasil. A obra, que completa 40 anos, explicita, defende, critica e desenvolve a imagem modernista do ser humano e mostra suas consequências para nossos ideais e ideias de transformação pessoal e social. 

Como análise das formas básicas de relacionamento humano, o livro trata dos muitos lados de nossa luta para sermos aceitos pelos outros e para reconciliar o engajamento na vida social com a posse de nós mesmos. Como visão moral, reinterpreta a relação entre nossos desejos de amor e de empoderamento. Como argumentação filosófica, sugere uma maneira de reinventar e justificar a prática antiga e universal de buscar orientação em concepções da natureza humana. Como polêmica cultural e política, liga dois projetos que perderam um vínculo que os unisse: a crítica modernista das relações pessoais e a crítica esquerdista das instituições sociais.

O objetivo de Unger é duplo. Primeiramente, visa criticar, expandir e defender o pensamento moderno sobre o ser humano e a sociedade, “de modo que essa prática possa resistir melhor às críticas que a filosofia, desde Hume e Kant, tem lhe feito” (Unger, 2024, p. 7). Em segundo lugar, tem como objetivo desenvolver uma teoria prescritiva da identidade humana centrada no que Unger chama de paixões – nossas respostas cruas ao mundo que, embora ambivalentes em relação às motivações, também agem a serviço da razão. 

O autor descreve nove paixões que organizam e são organizadas por nossas relações com os outros: lascívia, desespero, ódio, vaidade, ciúme, inveja, fé, esperança e amor. Ainda que esses estados emocionais possam ser vistos como emoção bruta, sua expressão é sempre condicionada pelo contexto no qual o indivíduo os mobiliza ou aprende a mobilizá-los.

Obra impessoal e filosófica, mas ao mesmo tempo intimista e emotiva, "Paixão" exigiu tradução inteiramente nova que fizesse justiça à sua beleza. É o que a editora LeYa Brasil apresenta nessa publicação. Compre o livro "Paixão: um Ensaio sobre a Personalidade" neste link.


Sobre o autor
Roberto Mangabeira Unger é professor da Universidade de Harvard (EUA). Ele engloba três grandes áreas no seu pensamento: a filosofia, que reconhece nossa finitude, mas também nossa transcendência; o pensamento social, político, econômico e jurídico, que explica o existente sem deixar de imaginar o possível; e a reinterpretação do Brasil, que afirma nossa originalidade nacional e nos credencia a liderar inovações do interesse de toda a humanidade. Mangabeira participa ativamente da vida pública brasileira e luta por um rumo de desenvolvimento que dê braços, asas e olhos a nosso recurso mais importante, a vitalidade. Garanta o seu exemplar de "Paixão: um Ensaio sobre a Personalidade" neste link.


Serviço
Dia: 8 de novembro, às 19h00, na Livraria da Travessa - Shopping Iguatemi.
Av. Faria Lima, 2232, Piso 3 - Jardim Paulistano / São Paulo.
Compre o livro neste link.
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