Simão Bacamarte, um dos personagens mais importantes e controverso da obra de Machado de Assis, estreia dia 2 de novembro, na Sala Léa Garcia. Foto: Ronaldo Gutierrez
Em comemoração aos 185 anos de nascimento de Machado de Assis, um dos maiores autores brasileiros, o ator Victor Garbossa une-se ao diretor Eduardo Figueiredo para trazer aos palcos uma adaptação de "O Alienista", clássico que atravessa gerações e mantém-se atual ao abordar questões profundas sobre a sociedade contemporânea. A obra provoca reflexões sobre temas como razão, loucura, diferenças sociais, poder, e civilidade - assuntos que, embora raros, são de extrema relevância nos dias de hoje.
"O Alienista, Um Solo Musicado" oferece uma nova perspectiva da obra, por meio da linguagem teatral e com músicas interpretadas ao vivo, com uma dinâmica pensada para o público jovem e familiar, sem perder a essência da narrativa original. No palco, o talentoso Victor Garbossa (recentemente visto na novela "Terra e Paixão" da TV Globo e, anteriormente, na novela "Reis" da TV Record) interpreta não apenas o excêntrico médico Simão Bacamarte, mas também uma série de personagens cômicos e irônicos da trama. A peça faz uso de diversos recursos cênicos, proporcionando uma experiência repleta de humor e crítica social.
Um jovem ator se mistura entre os espectadores logo na recepção do espetáculo, compartilhando como a leitura de um clássico da literatura transformou sua vida. Tudo começou quando ele "tropeçou" em Machado de Assis. A partir daí, a narrativa nos transporta de volta ao teatro e à obra de Machado, que, com sua habitual ironia e humor, apresenta o célebre personagem Simão Bacamarte, ilustre morador de Itaguaí. Bacamarte dedicou sua vida ao estudo das doenças mentais e da loucura, sendo um homem da ciência e um fervoroso investigador, cuja única vocação é a prática científica. Prepare-se para embarcar nesta fascinante aventura! Compre o livro "O Alienista" neste link.
Sobre o livro
"O Alienista" apresenta uma característica marcante do autor, isto é, a ironia. Assim, se configura como uma narrativa cômica, crítica e sem idealizações. Afinal, o narrador machadiano zomba do cientificismo naturalista de finais do século XIX e mostra os perigos causados pelo excesso, que pode fazer a ciência quase se confundir com uma crença.
A crítica machadiana sobre a higienização social na época de publicação da obra em relação aos considerados loucos e marginalizados persiste até os dias atuais, quando mais uma vez, o discurso médico de certa forma fundamenta a reclusão e internação de moradores de rua e usuários de drogas em grandes cidades. Observa-se ainda a atualidade da crítica presente na obra quando: nos deparamos com discursos em prol da volta da estrutura manicomial, as justificativas para a internação compulsória, a produção massiva de diagnósticos, a psicopatologização da vida cotidiana e o aumento do tratamento farmacológico para os considerados distúrbios psiquiátricos.
A obra propicia uma reflexão sobre vários temas importante, inclusive do poder em todas as suas formas, o jogo de interesses na política, os protocolos de saúde, a falta de empatia, o massacre aos direitos humanos. Todas essas características juntas nos são familiares em nossa sociedade atual. É justamente esse cenário distópico, que inspira a peça “O Alienista”. Garanta o seu exemplar de "O Alienista" neste link.
Sobre o autor
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Seu pai era brasileiro e sua mãe, açoriana. Pobres, eles viviam como agregados na Quinta do Livramento, propriedade da madrinha do autor. De uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Para o considerado crítico literário norte-americano Harold Bloom, Machado de Assis é o maior escritor negro de todos os tempos. Filho de um descendente de negros alforriados. Anos depois, o rapaz se tornou romancista, poeta, contista, cronista e dramaturgo.
Ademais, trabalhou como aprendiz de tipógrafo e revisor de textos, além de ter sido funcionário público. É considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com seu romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas", publicado em 1881. Também foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Faleceu em 29 de setembro de 1908, no Rio de Janeiro.
Sobre o ator
De São Paulo capital, Victor Garbossa é ator, dublador, locutor, diretor, professor de teatro e Bacharel em Audiovisual pelo Senac começou a estudar teatro em 2013. Fez cursos no Teatro Escola Nill de Pádua, Laboratório de Teatro Musical, Academia de Atores e Universidade da Dublagem. Apresentou os espetáculos “O Aprendiz de Feiticeiro” com direção de Eduardo Figueiredo, “Fala Sério, Gente!” Raia Produções com direção de Jarbas Homem de Mello, “Ao Som de um Violino” dirigido por Caroline Verban e “O Despertar da Primavera” da Nonada Produções com direção de Pedro Ruffo.
Está no elenco do espetáculo "O Homem Mais Inteligente da História" com direção de Ivan Parente além de produzir e atuar no espetáculo “Sindelar no Divã do Dr. Freud” com direção de Pedro Ruffo atuando junto com Ariel Moshe. No audiovisual participou da série “Who we Are” como o personagem Tomás que lhe rendeu uma indicação de Melhor Ator no LA Webfest em 2022. Fez sua primeira participação na emissora Globo em 2023 na novela "Terra e Paixão" como Oficial de Justiça. Em 2024 participou do curta em inglês “True Self” e participou da novela “Reis” da emissora Record.
Sobre o diretor
Eduardo Figueiredo é diretor de teatro e mestre em teatro pela USP, encenador de diversos espetáculos e um dos principais produtores do atual teatro brasileiro – sócio da manhas & manias projetos culturais. Sócio e curador do Teatro J Safra. Produtor de dezenas de espetáculos em seu currículo.
Autor e diretor de “Só os Doentes do Coração Deveriam ser Atores”, com Antonio Petrin e em 2012, repetiu sua parceria em outro solo com o ator em “Ser Ator”, Em 2008 diretor de produção do 7º FIL - Festival Internacional Intercâmbio de Linguagens. É idealizador e diretor de um dos maiores fenômenos do teatro brasileiro: “Mulheres Alteradas” adaptação do Best seller de Maitena, em cartaz desde 2010 com elenco de estrelas composto por: Luiza Tomé, Mel Lisboa, Adriane Galisteu, Samara Felippo entre outros.
Seus últimos trabalhos, podemos citar: o premiado “Frida Y Diego” com dramaturgia de Maria Adelaide Amaral, com Leona Cavalli e José Rubens Chachá. Em 2016, da obra de Goethe, “O Aprendiz de Feiticeiro”, primeira peça de teatro do premiado novelista Antonio Calmon. Em 2017, a comédia "Gatão de Meia-Idade", da obra de Miguel Paiva com Oscar Margini e Leona Cavalli no elenco.
Em 2018/2019 é diretor do espetáculo ‘Festa, a Comédia” um solo cômico com o ator Maurício Machado dos dramaturgos: Walcyr Carrasco, Alessandro Marson, Heloisa Perisse, Vicent Villari e Daniele Valente segue em turnê. Diretor geral do show inédito “Casos e canções”, que reúne os mais diversos nomes e gerações através da música, com a atriz Eva Wilma e banda. Diretor do premiado espetáculo “Um beijo em Franz Kafka” de Sergio Roveri, com Anderson Di Rizzi e Maurício Machado no elenco.
Em 2020, dirige a adaptação do livro “O Elogio da Loucura” um ensaio escrito por Erasmo de Rotterdam em 1509 e publicado em 1511, com Leona Cavalli no elenco. E roteiriza e dirige o espetáculo musical “Toada do Bardo”, inspirado na obra de Shakespeare, com Maurício Machado e grande elenco, com direção musical de Guga Stroeter.
Em 2021/ 2022 a comédia “Procuro o homem de minha vida, marido já tive” da autora argentina Daniela Di Segni com grande elenco: Totia Meireles, Leona Cavalli, Grace Gianoukas e Maurício Machado com dramaturgia de Claudia Valli, sucesso e público e crítica. E dirige a adaptação do “O Elogio da Loucura” um ensaio escrito por Erasmo de Rotterdam em 1509 e publicado em 1511, com Leona Cavalli interpretando a Loucura. Participa como diretor do projeto em homenagem ao centenário de Cacilda Becker “Cacilda, por ela mesma” com Leona Cavalli e grande elenco.
Em 2023 o espetáculo musical infantil “Hoje tem festa no Céu” de Cintia Alves e a turnê nacional do premiado “Um Beijo em Franz Kafka” de Sergio Roveri com Maurício Machado e Anderson Di Rizzi, com direção de Eduardo Figueiredo. Agora em 2024 a estreia de 'O Veneno do Teatro', texto premiado em mais de 62 países do autor catalão Rodolf Sirera, com Osmar Prado e Maurício Machado.
Para 2025 Em curso o espetáculo infantojuvenil “Vamos Comprar Um Poeta” do autor português Afonso Cruz e com estreia prevista em Lisboa/ Portugal. E o musical em homenagem ao grande artista plástico francês "Toulouse Lautrec, Boemia, Amor e Arte", com grande elenco. E ainda, adaptação da obra espanhola “Votemos, Vizinhos Alterados”, comédia de maior sucesso na Argentina em 2023, agora no Brasil.
Ficha técnica
"O Alienista, Um Solo Musicado" - Da obra original de Machado de Assis
Adaptação: Eduardo Figueiredo e Victor Garbossa
Direção: Eduardo Figueiredo
Elenco: Victor Garbossa
Figurinos: Thais Boneville
Cenário: Demerson Campos
Máscaras: Murilo Inforsato
Desenho de luz: Eduardo Figueiredo
Composições e versões musicais: Victor Garbossa
Programação visual: Zurcc Studio Criativo
Fotografias divulgação: Ronaldo Gutierrez
Assessoria de imprensa: Flavia Fusco Comunicação
Idealização e produção: Carlton's Produções
Serviço
"O Alienista, Um Solo Musicado"
De Machado de Assis
Adaptação: Eduardo Figueiredo e Victor Garbossa
Direção: Eduardo Figueiredo
Elenco: Victor Garbossa
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos
Temporada: de 2 a 23 de novembro, sábados, às 18h00
Ingressos: R$ 70,00 | R$ 35,00
Ingressos on-line: https://www.ingressoparatodos.com.br/evento/o_alienista_um_solo_musicado_teatro_shopping_metro_tatuape_sala_lea_garcia_48884
Funcionamento da bilheteria: terças a sextas, das 13h00 às 22h00. Sábado e domingo, das 12h00 às 22h00.
Teatro Shopping Metrô Tatupé - Sala Léa Garcia | 255
Rua Domingos Agostim, 91 - Piso Superior