segunda-feira, 14 de outubro de 2024

.: Guia bem-humorado sobre a vida após a morte ganha edição brasileira


Chega ao Brasil através de lançamento da editora Cultrix, em pleno mês do Halloween, o livro “100 Lugares para Conhecer Depois de Morrer - Um Guia de Viagem para a Vida Após a Morte”, que longe de ser apenas um livro bem-humorado sobre o assunto, traz de forma leve, descontraída e por meio do conhecimento enciclopédico do autor, uma verdadeira obra de referência sobre o assunto. Escrito de forma fascinante, engraçada e irreverente, – e com tiradas hilariantes –, Ken Jennings, que obteve 74 vitórias consecutivas no "Jeopardy!" (programa de perguntas e respostas da TV norte-americana, do qual hoje é apresentador) nos conduz pelo universo de Harry Potter, da DC Comics, da Marvel, e até do jogo de RPG Dungeons & Dragons. 

Das principais religiões e tradições espirituais do mundo à cultura pop, passando pela mitologia, cinema e séries de TV, nosso interesse e curiosidade sobre a morte é realmente universal. Escrito em forma de um guia turístico, “100 Lugares para Conhecer Depois de Morrer” fornece informações privilegiadas sobre destinos da vida pós-morte, e, como o autor afirma: “a eternidade é muito longa para acabarmos no lugar errado, embora jamais saibamos quando ou como ocorrerá essa partida”. A obra nos convida a um passeio único pelos diversos mundos – fictícios, reais ou imaginários – dos reinos do pós-vida, a fim de ajudar o leitor a criar a própria lista de desejos depois de ter chutado o balde e passado desta para uma melhor... ou não! Compre o livro “100 Lugares para Conhecer Depois de Morrer” neste link.


Trecho do livro
Mais recentemente, rebaixamos o céu ainda mais para encaixá-lo em nossas novas economias de trabalhos temporários (como nas séries "Dead Like Me: a Morte lhe Cai Bem" e "Miracle Workers") ou preocupações com a tecnologia (como em "Black Mirror" e "Upload"). Neste livro, você encontrará informações privilegiadas de viagem sobre 100 destinos pós-morte, organizados em sete categorias principais – um capítulo para cada tipo de vida após a morte: mitológico, bíblico, cinematográfico e assim por diante. 

Elas vão desde as famosas até as mais infames, das bem conhecidas até as menos exploradas. Leia este livro na ordem em que preferir, fazendo pausas nos destinos conhecidos sobre os quais você gostaria de saber mais, ou acrescentando novos e fascinantes locais à sua lista de desejos pós-morte. Como Hamlet bem disse, ninguém nunca voltou de nenhum desses lugares, mas mesmo assim fiz o máximo para descrever os destaques regionais e as atrações mais notáveis de cada um. 

E, como qualquer bom escritor de guias de viagem, procurei oferecer algo mais intangível também: a impressão geral de um lugar, a atmosfera, etc. Um número mais reduzido de pós-mortes notáveis recebe descrições mais longas, com informações mais detalhadas sobre refeições, acomodações e passeios de um dia. Não há como saber com certeza para onde vamos quando morremos… e é possível, é claro, não irmos para lugar nenhum. Mas este livro não é apenas para aventureiros de sofá. Por que não começar agora a fazer o seu próprio checklist de viagem pós-morte? Compre o livro neste link.


O que disseram sobre o livro
“A abordagem descontraída e o conhecimento enciclopédico de Jennings permitem que ele vá da série 'Twin Peaks' à 'Divina Comédia' de Dante com facilidade, e até mesmo leitores casuais que mergulham nesse assunto de vez em quando terão os devidos esclarecimentos. Qualquer pessoa que tenha curiosidade sobre ‘o grande tema da vida’, e além dela, deve dar uma olhada por conta própria para verificar como pode ser o outro lado.”  – Publishers Weekly

“Tudo o que você sempre quis saber sobre a vida após a morte, mas estava vivo demais para perguntar. Uma obra hilariante e divertida com informações sobre o tema.” – Kirkus Reviews


Sobre o autor
Ken Jennings, autor best-seller do New York Times com obras como: "Brainiac", "Maphead", "Because I Said So!" e "Planet Funny", conquistou em 2020 o título de “O Maior de Todos os Tempos” no programa de perguntas e respostas 'Jeopardy!' e, em 2022, sucedeu Alex Trebek como apresentador. Atualmente, durante a jornada terrena, reside em Seattle (EUA), mas seu paradeiro póstumo ainda não foi determinado. Garanta o seu exemplar de “100 Lugares para Conhecer Depois de Morrer” neste link.


Ficha técnica
“100 Lugares para Conhecer Depois de Morrer - Um Guia de Viagem para a Vida Após a Morte”
Autor: Ken Jennings
Páginas: ‎296
Editora: Cultrix
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domingo, 13 de outubro de 2024

.: Mariana Ianelli lança romance que dialoga com a infância de todos nós


Poeta e cronista consagrada, Mariana Ianelli estreia na ficção com o lançamento de "A Infância de Joana", publicado pela Maralto Edições. Reconhecida por sua trajetória literária que inclui 16 livros de poemas, 3 obras infantis e o Prêmio Minuano de Literatura 2021, Ianelli agora se aventura em um novo território, apresentando uma obra que ultrapassa o limite de uma única personagem e dialoga com a infância de todos nós. Com ilustração da experiente fotógrafa Juliana Monteiro, as imagens selecionadas para a obra transmitem o incomunicável do interior da criança.

"A Infância de Joana" aposta numa narrativa fragmentada, construída com base em recortes de cenas e rastros de acontecimentos, revelando que a história de Joana é, em essência, a história de todas as infâncias. Ambientada entre os anos 1980 e o início de 1990, a obra mistura memórias da própria autora com impressões particulares à experiência infantil. Ao acompanhar a trajetória da protagonista, o leitor se depara com um mosaico de momentos que ressoam com os segredos, descobertas e mistérios que marcam o universo da criança.

“Busquei levar para a linguagem, de maneira deliberadamente fragmentada, aquele primeiro estranhamento da infância diante de certas coisas que uma criança vê, sente e vive”, explica a autora. “Muitas imagens e sensações me voltaram, numa mistura de tempos, e esse olhar para a criança que fui me fez tanto dar feitio e temperamento a uma personagem como ser instrumento, ter minha história também como matéria-prima dessa experiência narrativa”.

Cada fragmento da obra traz uma nova faceta de Joana, e o leitor é convidado a explorar como ela responde aos desafios e aos encantamentos de seu mundo. A infância é retratada não apenas como um período da vida, mas como uma metáfora das primeiras descobertas emocionais, dos primeiros confrontos com o desconhecido, e do modo como essas experiências nos moldam.

As imagens, que foram criadas a partir de transferências de fotografias e de carimbos de objetos, apresentam diversas Joanas. Trabalhei com fotografias de diferentes crianças para sublinhar visualmente as transformações pelas quais essa personagem passa durante seu percurso de descobertas e para evocar o caráter universal da experiência narrada”, a fotógrafa Juliana Monteiro, que ilustra o livro.

"A Infância de Joana" não é apenas a história de uma menina; é uma obra que nos lembra dos medos, encantos e sonhos que moldaram quem somos. Provocativo e delicado, o livro convida o leitor a revisitar suas próprias memórias. “Toda criança tem um pouco da Joana, na medida em que cada uma recebe e sente o que lhe fazem, respondendo de algum modo a isso, quem sabe mesmo sem palavras. A criança tece seu mundo interior com tudo o que tem (e lhe dão) de assombroso ou fascinante, e assim ela também vai escrevendo sobre o texto que lhe inscrevem, o que pode dar num lúdico e também – como não? – desconcertante palimpsesto”, finaliza Mariana Ianelli. O livro já está disponível nas plataformas digitais de vendas e faz parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada a escolas de todo o país. Compre o livro "A Infância de Joana" neste link.


Sobre a autora
A escritora Mariana Ianelli nasceu em 1979, em São Paulo, onde vive. É autora de dezesseis livros de poemas, como "Trajetória de Antes" (1999), "Duas Chagas" (2001), "Passagens" (2003), "Fazer Silêncio" (2005), "Almádena" (2007), "Treva Alvorada" (2010), "O Amor e Depois" (2012) e "Tempo de Voltar" (2016) – reunidos na antologia "Manuscrito do Fogo" (2019), que marca 20 anos de poesia –, além de "Terra Natal" (2021), "Moradas" (2021), "Vida Dupla" (2022), "Dança no Alto da Chama" (2023) e "América: um Poema de Amor" (2021), semifinalista do Prêmio Oceanos de 2022. Tem cinco livros de crônicas: "Breves Anotações Sobre Um Tigre" (2013), "Entre Imagens para Guardar" (2017), "Dia de Amar a Casa" (2020) – Prêmio Minuano de Literatura 2021, categoria Crônica –, "Prazer de Miragem" (2022) e "Turno de Madrugada: antologia" (2023). Também é autora de três infantis: "Bichos da Noite" (2018), "Dia no Ateliê" (2019) e "A Menina e as Estrelas" (2022). Garanta o seu exemplar de "A Infância de Joana" neste link.


Sobre a fotógrafa
Juliana Monteiro nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e vive em São Paulo, onde cursou Linguística e, desde então, tece relações entre diferentes linguagens. O caráter universal do que é íntimo, a impermanência e a dinâmica entre palavra e imagem são eixos presentes em sua observação artística, que se vale da fotografia como principal instrumento do dizer. Participou de exposições coletivas em galerias e museus, além de residências artísticas nacionais e internacionais. É coautora, juntamente com o escritor João Anzanello Carrascoza, do "Catálogo de Perdas" (2017), obra finalista do Prêmio Jabuti e vencedora do FNLIJ, e de "Fronteiras Visíveis" (2023).


Ficha técnica
"A Infância de Joana"
 Autora: Mariana Ianelli
Fotos: Juliana Monteiro
80 páginas
Editora: Maralto Edições
Compre o livro neste link

.: Peça "A Mulher Perfeita" retrata drama de imigrantes e a busca pela perfeição


O Teatro Pequeno Ato, em São Paulo, apresenta "A Mulher Perfeita", uma produção da companhia de teatro Os Profanos, dirigida por Guilherme Franco e com dramaturgia de Jonatan Cabret. A temporada vai até dia 27 de outubro, contará com apresentações aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. A peça aborda temas como imigração, transexualidade e as pressões de uma sociedade constantemente em busca da perfeição.

"A Mulher Perfeita" acompanha Crisálida, uma jovem trans imigrante brasileira em Lisboa, que observa de perto as vidas dos moradores locais e de outros imigrantes que, assim como ela, buscam uma nova oportunidade. Ao lado de José, um jovem português dotado de habilidades mediúnicas, Crisálida embarca em uma jornada que transita entre a vida e a morte, o amor e o desapego, sempre cercada de questionamentos sobre o que realmente significa ser "perfeito".

Explorando os desafios da imigração e a ilusão da perfeição
A peça se fundamenta na premissa de que, para muitos brasileiros, viver na Europa representa um “pote de ouro” – um sonho de estabilidade e qualidade de vida. No entanto, a realidade frequentemente se revela dura e complexa. "A Mulher Perfeita" retrata a experiência de imigrantes que enfrentam não apenas o desafio de estarem longe de suas raízes, mas também o preconceito e a xenofobia, especialmente de alguns nativos portugueses que resistem à presença de estrangeiros em seu país.

Em um cenário multicultural de Lisboa, Crisálida e José cruzam caminhos e, juntos, desvendam os segredos e as histórias de outros personagens marginalizados. Inspirada na estética Red Herring, a trama se desdobra em um labirinto de falsas pistas e reviravoltas. Cada personagem, com suas motivações e aspirações, convida o espectador a refletir sobre a busca desenfreada por aceitação e o peso de se adequar às expectativas externas.

A narrativa entrelaça suspense e drama, utilizando essa mesma estética para envolver o público em uma trama repleta de ilusões e enganos. Em suas jornadas pela perfeição, os personagens provocam o espectador a considerar a verdadeira essência do que significa ser perfeito. Segundo o diretor Guilherme Franco, “a peça questiona, acima de tudo, o que realmente significa ser perfeito em uma sociedade obcecada por expectativas irreais”.

Uma peça que discute temas urgentes e contemporâneos
Para Jonatan Cabret, dramaturgo envolvido em várias produções paulistanas, o espetáculo serve como um espelho da sociedade contemporânea, abordando questões frequentemente silenciadas. “A peça traz à tona assuntos difíceis, como bulimia, ninfomania e violência, propondo uma reflexão sobre o impacto dessas pressões em um mundo que impõe padrões irreais”, explica Cabret. Ele observa que “A Mulher Perfeita é um convite para o público enfrentar suas próprias expectativas e cultivar empatia por essas histórias”.

A peça também aborda questões de gênero e identidade, com Crisálida como um símbolo de resistência e autenticidade. Em uma sociedade que frequentemente marginaliza aqueles que desafiam normas estabelecidas, a transexual imigrante representa a luta e os desafios enfrentados pelas pessoas LGBTQIAP+, especialmente quando estão longe de casa e sem o suporte familiar.

A obra aborda outros temas urgentes e sensíveis, como violência, bulimia, ninfomania e ideais suicidas, refletindo a realidade de muitos em um mundo onde as redes sociais exacerbam a busca por validação. “É um convite para o público confrontar suas próprias expectativas e cultivar empatia por essas histórias”, afirma o dramaturgo.


A estreia de Guilherme Franco na direção
Guilherme Franco, com vasta experiência como ator, faz sua estreia como diretor em "A Mulher Perfeita". Com uma trajetória consolidada no teatro Bibi Ferreira, Franco enfrenta o desafio de dirigir um elenco diverso e numeroso, que inclui nomes importantes do teatro paulista, como Anderson Neves, Belenice Baeza, Bruno Gambini, Bruno Nunes Lesses, Carlinhos Tucson, Cacau Almeida, Doni Gadêlha, Edvaldo Ramalho, Elisa Naamã, Fabrizzio SanVarez, Hugo Henrique de Souza, Paola Romero, Talita Duarte e Thalita Alves.

“Busquei explorar o tema da imigração e aprofundar a luta interna de cada personagem, onde a ideia de perfeição se revela como uma máscara que utilizam para se proteger do julgamento social”, afirma Franco. O espetáculo também explora a tensão entre tradição e modernidade, representada por Seres e Fysi, um casal cigano que decide romper com suas tradições para viver entre imigrantes brasileiros. Além disso, aborda as pressões estéticas e a espetacularização da dor nas redes sociais, por meio do influenciador Venério e sua personalidade dupla, sombria e perfeita, Éron. Esses enredos secundários complementam a narrativa principal, criando um mosaico cultural que desafia os conceitos de pertencimento e identidade.


Serviço
Espetáculo "A Mulher Perfeita"
Sábados e domingos de outubro
Sábados, às 21h00; Domingos, às 19h00
Local: Teatro Pequeno Ato, São Paulo Endereço: Rua Dr. Teodoro Baima, 78 - Vila Buarque/ São Paulo
Classificação etária: livre
Ingressos: https://www.sympla.com.br/evento/a-mulher-perfeita/2679098 e via WhatsApp da Cia. (+351) 968 762 235.


Ficha Técnica
Espetáculo "A Mulher Perfeita"
Direção: Guilherme Franco
Texto: Jonatan Cabret
Elenco: Anderson Neves, Belenice Baeza, Bruno Gambini, Bruno Nunes Lesses, Carlinhos Tucson, Cacau Almeida, Doni Gadêlha, Edvaldo Ramalho, Elisa Naamã, Fabrizzio SanVarez, Hugo Henrique de Souza, Paola Romero, Talita Duarte, Thalita Alves.
Designer de maquiagem: Vini Welch
Designer de figurinos: Davi Olliver
Produção associada; Belenice Baeza e Pedro Fagundez
Realização: Cia. Os Profanos
Assessoria de imprensa: Bruno Gambini e Jonatan Cabret

.: No teatro, "A Bailarina Fantasma" parte da escultura icônica de Degas


Na peça-instalação, a bailarina brasileira Verônica Santos trava um diálogo íntimo com a dramaturga, Dione Carlos. Diante do público, elas elaboram um plano de vingança. Com dramaturgia de Dione Carlos, encenação de Wagner Antônio e idealização e produção de Fernando Gimenes, o espetáculo revela os bastidores do universo da dança clássica e da escultura que virou um marco na história da arte moderna. Foto: Helton Nóbrega 

Partindo da polêmica escultura "A Bailarina de 14 Anos", do pintor e escultor francês Edgar Degas (1834 - 1917), e das memórias da bailarina brasileira Verônica Santos, Dione Carlos criou a dramaturgia da peça-instalação "A Bailarina Fantasma". A temporada de estreia acontece no Espaço Cênico Ademar Guerra, localizado no porão do CCSP - Centro Cultural São Paulo, entre os dias 17 e 31 de outubro de 2024, com sessões às quartas e quintas, às 20h30, e, de sexta a domingo, às 18h e às 20h30. 

A peça destaca as violências físicas e simbólicas sofridas por Verônica em seu processo de formação em dança, bem como as tentativas de apagamento de sua visibilidade ao longo de sua carreira como bailarina clássica negra. A partir de um pensamento curatorial articulado por Fernando Gimenes, idealizador do projeto, foram reunidos profissionais com fortes traços autorais como Dione Carlos na dramaturgia, Wagner Antônio na encenação, Natália Nery na trilha sonora original executada ao vivo, além de Verônica Santos. O espetáculo revela, em uma peça-instalação, os bastidores do universo da dança clássica e da escultura que virou um marco na história da arte moderna.

“Com a mediação artística-psicanalítica de Rafael Costa no levantamento da minha biografia e de materiais para a composição da nossa dramaturgia, acessei muitas das minhas memórias. Voltamos para a minha infância e avançamos até o momento presente em que me encontro na melhor forma de me expressar”, conta Verônica. 


As esculturas polêmicas de Degas
Edgar Degas tinha um grande interesse por bailarinas, representadas em mais da metade de suas duas mil obras, principalmente retratando membros do corpo de balé da Ópera de Paris. Ele pintava cenas no palco, ensaios e momentos de descanso. Na Ópera de Paris, Degas conheceu Marie van Goethem, uma estudante de balé de 13 anos, que serviu de modelo para a escultura "A Bailarina de 14 Anos", a única exposta por Degas em vida, em 1881. A obra recebeu críticas negativas, com o público associando sua aparência a algo animalesco e estranho, semelhante a um boneco de cera. 

Degas inovou ao misturar materiais como cera, cabelo real e tecidos, mostrando uma visão artística à frente de seu tempo. A escultura, considerada uma de suas mais famosas e influentes, teve 28 cópias em bronze feitas a partir do molde original e estão em importantes museus ao redor do mundo, como o Museu d'Orsay, em Paris, e o MASP, em São Paulo.

"Sobre as réplicas, como elas são feitas em bronze, um material que escurece quando exposto à ação do tempo, muitas pessoas pensam que a bailarina retratada era uma jovem negra. O que ao longo dos anos gerou diversos atos de cunho racista sobre a obra, chegando a nomearem como ‘A Pequena Macaca de 14 anos’, conta Fernando Gimenes, idealizador do projeto.


A perspectiva política, social e crítica na obra
As vivências de Verônica fundem-se ao que pode ser estudado e também visto na escultura de Degas. De acordo com Fernando Gimenes, idealizador do projeto, se em um primeiro momento a garota retratada parece estar em uma simples posição de descanso, ao olharmos mais de perto, é possível enxergar todo o sofrimento e a dificuldade dela em sustentar aquela postura. Esta análise foi ponto central na exposição “Degas”, realizada pelo MASP em 2020, quando além das esculturas expostas, a artista brasileira Sofia Borges produziu fotografias em grande escala a partir das esculturas do artista francês, com destaque para a “Bailarina de 14 anos”. 

O resultado desse trabalho revelou não o rosto e as posições das modelos, mas os sentidos através do foco na expressão dos olhos e movimento dos músculos do corpo. Nas fotos, a delicadeza pela qual a obra ficou conhecida na arte ocidental dos séculos XIX e XX dá lugar à sombra captada pela lente, que aumenta a tensão do rosto, e as perspectivas - política, social e crítica - até então ocultas.

Se o meio do balé é cristalizado por imagens doces como a da escultura de Degas, a trajetória de Verônica foi marcada pela busca incessante por encontrar uma linguagem que a representasse. “Eu venho de uma periferia, de uma família preta, pobre e que tem todas as suas histórias dentro dessa subjetividade e dessa intersecção que envolve a nossa cor. Inclusive, fui uma criança que por anos frequentou as salas e os espaços de balé durante quatro, cinco horas por dia, porque meus pais entendiam que essa talvez fosse uma possibilidade de educação e de sociabilização”, argumenta. Entretanto, sua formação foi desafiadora. “Eu aprendi duas técnicas específicas, uma francesa e uma russa, que nada têm a ver com um corpo negro ou tipicamente brasileiro. Depois, fui conhecer o trabalho das norte-americanas, incluindo o sapateado. Mas eu sempre sentia que aqueles ambientes não me queriam”, completa.  

Para Dione Carlos, dramaturga de A Bailarina Fantasma, o espetáculo é um ritual de libertação do corpo. “Queremos mostrar uma mulher renascendo. E como tenho investigado o poder do erotismo, principalmente quando falamos em corpos subalternizados, tenho construído uma espécie de quilombo-erótico-místico nos meus projetos”, explica a dramaturga. Verônica e Dione dialogam e planejam uma vingança, mas contra o colonialismo, contra o sistema, contra o racismo. É um plano de vingança subjetivo e poético, compartilhado com a plateia. 

Sobre a encenação 
O diretor estruturou a obra num estudo das materialidades cênicas propondo uma trajetória que parte do elemento bronze, passando pela cera e que retorna à carne. “Estamos propondo uma volta à carne. A Verônica está esculpindo o próprio espaço e o próprio corpo aos olhos do público. Na verdade, ela esculpe as próprias sombras para voltar a elas depois”, detalha Wagner Antônio.

E o público acompanhará todo esse processo sob uma perspectiva única e autônoma. Não haverá um local pré-determinado para se sentar. A intérprete e a equipe técnica performativa acompanharão o público por um ambiente imersivo instalado no porão do CCSP. Enquanto as pessoas observam toda a ação, seus sentidos também estarão sendo esculpidos ou lapidados.    

Quem cria a atmosfera sonora é a pianista Natália Nery. Tocando um piano elétrico e inspirada pelo estilo experimental de John Cage, ela executa composições originais e canções que têm referências em obras clássicas como “O Lago dos Cisnes” e inspirações em canções icônicas de Nina Simone. Ao mesmo tempo, a voz de Dione ecoa pelo espaço cênico, tendo as peças radiofônicas como mais uma inspiração para a criação do espetáculo.    

“Este trabalho é uma desobediência poética, uma insurgência. Eu ficava pensando que o verbo se fez carne e rezava para que a carne se fizesse verbo e fosse dançar. Esse verbo deveria nos recordar de que fomos feitos para o movimento. Quer dizer, para mim, essa bailarina fantasma também é essa memória corporal da primeira diáspora da humanidade, que foi a saída de África. Com esse espetáculo eu gostaria de resgatar essa nossa vocação para a dança”, completa Dione. 


Sinopse
A peça-instalação foi criada a partir da icônica e polêmica escultura francesa "A Bailarina de 14 Anos", do escultor Edgar Degas, em fricção com os relatos autobiográficos da bailarina brasileira Verônica Santos. Com dramaturgia inédita de Dione Carlos, o espetáculo revela um corpo fraturado por violências físicas e simbólicas e também por tentativas de apagamento da visibilidade de uma bailarina clássica negra. A obra propõe uma espacialidade imersiva onde a performer e a dramaturga ritualizam um diálogo íntimo e, diante do público, elaboram um plano de vingança.


Ficha técnica
Peça-instalação "A Bailarina Fantasma" | Idealização e Direção de Produção: Fernando Gimenes | Produção: Plataforma – Estúdio de Produção Cultural  | Atuação: Verônica Santos | Dramaturgia: Dione Carlos | Pianista: Natália Nery | Encenação e instalação cênica: Wagner Antônio | Diretora Assistente: Isabel Wolfenson | Mediação Artística-Psicanalítica: Rafael Costa | Equipe técnica performativa: Laysla Loysle, Ijur Sanso, Lucas JP Santos, Camila Refinetti, Denis Kageyama, Guilherme Zomer, Marina Meyer | Acessibilidade: Sina – Acessibilidade e Produção | Designer Gráfico: Murilo Thaveira | Fotos: Helton Nóbrega e Noelia Nájera | Redes Sociais: Jorge Ferreira | Fisioterapeuta: Claudia Carahyba | Professora de balé: Aurea Ferreira | Assistente de Produção: Bruno Ribeiro | Técnico de Gravação em Áudio: Fabrício Zava | Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério


Serviço
Peça-instalação "A Bailarina Fantasma"
Data: 17 a 31 de outubro de 2024, às quartas e quintas, às 20h30, e, de sexta a domingo, às 18h e às 20h30.
No dia 31 também haverá sessão dupla às 18h e às 20h30.
Local: CCSP - Centro Cultural São Paulo | Espaço Cênico Ademar Guerra | Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso – São Paulo – SP
Ingresso: gratuito
Duração: 75 minutos
Classificação: 14 anos
Acessibilidade: todas as sessões contarão com acessibilidade em Libras - Língua Brasileira de Sinais.

.: A peça inédita de Tennessee Williams: "Por que Desdêmona Amava o Mouro?"


Conto adaptado ao teatro por Tom Michell revela olhar contemporâneo ao discutir questões de gênero e raça. Espetáculo tem direção de Noemi Marinho e traz no elenco Alfredo Tambeiro, Camila dos Anjos, Luis Marcio Arnaut e Matilde Mateus Menezes. Foto: Ronaldo Gutierrez 


Com uma abordagem muito à frente de seu tempo para pautas como a misoginia, a homofobia e o racismo, o conto "Por que Desdêmona Amava o Mouro?", do norte-americano Tennessee Williams (1911-1983), foi publicado apenas em 2019 graças ao professor, dramaturgo e diretor estadunidense Tom Mitchell, que também adaptou a obra para o teatro. Como o próprio título indica, é uma referência ao clássico “Othelo, o Mouro de Veneza”, de William Shakespeare

também do bardo inglês; no romance “Oliver Twist”, de Charles Dickens, e Agora, o público brasileiro pode conferir a versão inédita da peça, com direção de Noemi Marinho, que tem sua temporada de estreia no Sesc Santo Amaro até o dia 17 de novembro, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos e feriados, às 18h.

O texto tem tradução de David Medeiros e Luis Marcio Arnaut, que idealizou a montagem ao lado da atriz Camila dos Anjos, profunda pesquisadora da obra de Williams, e do ator Alfredo Tambeiro. Para completar o elenco, além dos três idealizadores, está a atriz Matilde Mateus Menezes. Escrita provavelmente entre 1939 e 1943, a obra de Tennessee Williams está em vários rascunhos originais – a maior parte do texto tem o formato de um conto, no entanto, há partes trabalhadas em forma de roteiro para teatro e cinema. A obra teria sido abandonada pelo autor graças ao conselho de Audrey Wood, sua agente. 

O motivo seria a presença de três personagens impensáveis para a sociedade conservadora estadunidense em plena Segunda Guerra Mundial: um homem negro com alto status social, uma mulher branca apaixonada, porém independente e que luta por seu desejo, e o amigo homossexual dela que não tinha traços caricatos ou um final trágico.

"Por que Desdêmona Amava o Mouro?" narra o inusitado romance entre Helen. uma famosa e solitária atriz de Hollywood, reconhecida como símbolo sexual, e Kip, um jovem e talentoso roteirista. Ela, uma mulher que exerce sua liberdade sexual, precisa lutar contra seu próprio preconceito e é obrigada a assumir seu desejo e sua paixão por esse homem negro e bem-sucedido. A condição humana naquela sociedade preconceituosa e misógina está, portanto, acima das questões de gênero e raça, em uma peça cuja abordagem é absolutamente contemporânea.

Personagens inconcebíveis para a década de 1930
Por ser um homem negro com um cargo prestigiado de roteirista de Hollywood, Kip é uma figura absolutamente inconcebível para a época, visto que as pessoas negras sofriam embargos racistas pela sociedade de então de fazer parte de um grupo tão importante e seleto, reservado apenas para pessoas brancas. A personagem, portanto, é um ponto fora da curva e sua presença na peça revela a estranheza dos seus pares profissionais no trato humano com sua raça, os preconceitos sociais e a própria surpresa da personagem ao se perceber em um mundo estranho ao seu.

As contradições da sociedade são expostas como uma ferida aberta e Tennessee Williams a espreme, levando a questão racial a um nível que poderia chocar naquele momento histórico e, assustadoramente, até nos dias atuais. "É incrível imaginar que Tennessee Williams, um homem branco, nos anos 30, conseguiu imaginar e escrever com tanta elegância e sutileza, Kip. Esse homem negro de sucesso, que tem plena consciência da sua negritude, mas que não se deixa cair no glamour ilusório de Hollywood. Kip percebe que aquela parcela da sociedade branca, que ele se vê obrigado a conviver naquele momento, não o vê como ele realmente é e sim como mais um homem negro objetificado", comenta o ator Alfredo Tambeiro sobre seu personagem. 

Já a atriz Helen Jackson não só ultrapassa as barreiras das exigências étnicas, raciais, culturais e conservadoras de sua sociedade. Ela é retratada como uma mulher estadunidense típica do Sul, cheia de preconceitos, às voltas com uma paixão e uma atração sexual incontroláveis. A luta interior da mulher neste campo de batalha íntima é figurada com delicadeza e um pouco de humor, de forma a respeitar os limites tanto do negro quanto da mulher.

O que existe entre eles é arrebatador e, assim, o dramaturgo quebra as barreiras raciais e os preconceitos seculares com a força do amor, expondo apenas dois seres humanos comuns, tendo que lidar com seus próprios dilemas, suas próprias dificuldades em aceitar o que lhes acontece naquela sociedade nevrálgica, revelando que o problema é estrutural, está nas bases, na tradição, na educação, nos costumes. 

Williams a retrata como uma mulher que se permite viver essa atração sexual, uma paixão que pode destruir sua reputação, sua profissão e sua moral, segundo os ditames da época - que exigia das mulheres o recato, o silenciamento, subserviência e obediência, anulando sua sexualidade. Por fim, o terceiro personagem da peça, também inconcebível naquele momento histórico, é Renaldo, o melhor amigo e confidente de Helen. Um homossexual aberto, com trejeitos efeminados, portanto com um comportamento que destoa das atitudes de um homem heterossexual cis, o que era proibido de ser abordado na época pelos códigos censores. 

Na verdade, o homossexual aparecia em algumas peças e em filmes hollywoodianos apenas como alívio cômico, com um comportamento estereotipado e preconceituoso que remetia a trejeitos efeminados. Williams faz esse retrato trágico-cômico, porém com tantas camadas que a personagem revela mais da sociedade e da história desses personagens naquele momento histórico do que a personalidade ou um aprofundamento psicológico de Renaldo.

Um dos pontos mais altos do texto é a forma como Tennessee Williams questiona o tão almejado “sonho americano”, desconstruindo a meritocracia e revelando as desigualdades enraizadas na sociedade estadunidense. “Ele frequentemente retrata personagens marginalizados, cujas vidas são marcadas pela luta, pela desilusão e pela falta de oportunidades. Ao invés de romantizar a ascensão social, expõe as estruturas de poder que perpetuam a desigualdade, questionando a noção de igualdade de oportunidades de brancos e negros na sociedade americana”, comenta Camila dos Anjos, que pode ser considerada uma das atrizes que mais atuaram em obras do autor norte-americano.

“O que mais me chama atenção é a sua contemporaneidade: após mais de 80 anos, questões que martelavam a consciência desse gênio da dramaturgia mundial, hoje já martelam a de muitas pessoas que começaram a se conscientizar sobre a opressão, preconceito e os contrassensos da sociedade capitalista. Talvez uma das histórias mais atuais do Tennessee. Um manifesto contra o racismo, a misoginia e a homofobia”, acrescenta Luis Marcio Arnaut.

Outra camada interessante da peça é, como o próprio título indica, uma referência ao clássico “Othelo, o Mouro de Veneza”, de William Shakespeare, mas ainda busca inspirações na peça “O Mercador de Veneza”, também do bardo inglês; no romance “Oliver Twist”, de Charles Dickens, e no conto “A Princesa”, de D. H. Lawrence. "Por que Desdêmona Amava o Mouro?" é possível graças a um projeto contemplado pelo edital ProAc nº 01/2023 - Teatro/Produção de espetáculo inédito. 


Sinopse de "Por que Desdêmona Amava o Mouro?"
Uma inusitada história de amor na década de 1930 entre Helen, uma solitária atriz de Hollywood, famosa e símbolo sexual, e o jovem, Kip, um roteirista talentoso, parece ser mais um romance que se repete entre tantos. Tennessee Williams, entretanto, apresenta um homem negro de sucesso e uma mulher branca promíscua às voltas com uma paixão avassaladora por ele. Ela precisa lutar contra seu próprio preconceito e é obrigada a assumir seu desejo e sua paixão por Kip.

Ficha técnica
Espetáculo "Por que Desdêmona Amava o Mouro?"
Da obra original e inédita de: Tennessee Williams
Adaptação: Tom Mitchell
Tradução: Luis Marcio Arnaut e David Medeiros
Idealização: Luis Marcio Arnaut, Camila dos Anjos e Alfredo Tambeiro
Direção: Noemi Marinho
Assistente de direção: Tati Marinho
Elenco:  Alfredo Tambeiro, Camila dos Anjos, Luis Marcio Arnaut e Matilde Mateus Menezes.
Direção de Movimento: Erica Rodrigues
Cenário e figurino: Chris Aizner
Iluminação: Wagner Freire
Direção musical: Daniel Maia
Caracterização: Beto França
Operação de luz: Luisa Silva
Operação de som: Valdilho Oliveira
Cenotécnico: Alício Silva
Costureira: Judite Lima
Estagiária de produção: Luisa Pamio
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Social mídia e gestão de tráfego: SM Arte Cultura
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Projeto gráfico: Raquel Alvarenga/Studio Janela Aberta
Administração financeira e prestação de contas: André Roman e Camila dos Anjos
Produção executiva: André Roman/Teatro de Jardim SP
Direção de produção: Selene Marinho/ SM Arte Cultura
Coordenação geral: Camila dos Anjos Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "Por que Desdêmona Amava o Mouro?" a partir da obra de Tennessee Williams
Temporada: até dia 17 de novembro
Sextas, às 21h00. Sábados, 20h00. Domingos e feriados, às 18h00.
Sesc Santo Amaro - R. Amador Bueno, 505 - Santo Amaro, São Paulo
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) | R$ 30,00 (meia-entrada) | R$ 18,00 (credencial plena)
Venda on-line em sescsp.org.br/
Classificação: 14 anos
Duração:  75 minutos
Capacidade: 274 lugares
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

.: Biografia sobre a morte (e a vida) de Edgar Allan Poe chega ao Brasil


Chega ao Brasil o livro "O Mistério dos Mistérios - A Morte e a Vida de Edgar Allan Poe", lançamento da editora Cultrix, obra que investiga a vida do renomado autor pelo prisma das inúmeras causas possíveis de sua misteriosa morte. Edgar Allan Poe, um dos escritores norte-americanos mais icônicos de todos os tempos, tem sua obra cultuada por inúmeros tipos de leitores, inclusive pelos jovens, e é um dos autores que teve seus trabalhos mais adaptados da história, seja para cinema, TV, quadrinhos e cultura pop, através de novas adaptações e releituras de seus clássicos.

Poe morreu em circunstâncias assustadoras. Ao longo dos anos, multiplicaram-se as especulações sobre a causa de sua morte: hidrofobia, sífilis, suicídio, alcoolismo e até mesmo assassinato. Agora, por meio de uma pesquisa feita por Mark Dawidziak – escritor, ator, jornalista e professor universitário – surge uma nova teoria, capaz de provar qual foi a causa da morte de Poe, algo que assombrou a vida do biógrafo por toda sua vida.

Tal como nas famosas histórias que escreveu, sua morte foi um momento envolto em horror e mistério. Edgar Allan Poe faleceu em 7 de outubro de 1849, com apenas 40 anos, de maneira absolutamente bizarra, que não soaria estranha a nenhum de seus contos de terror. Qual teria sido o real motivo dessa morte prematura? E o que teria acontecido com ele durante os três dias em que esteve desaparecido, antes de ser encontrado, delirante e “em grande aflição”, nas ruas de Baltimore, trajando roupas que não eram suas e não lhe serviam?

Recorrendo ao envolvente processo narrativo de linha do tempo dupla, que opõe os últimos meses, cada vez mais angustiantes de Poe, à cronologia de sua vida breve, e muito produtiva, Mark traz uma narrativa em estilo documentário ‘true crime’, criando um processo investigativo de desconstrução, tanto das muitas teorias sobre sua trágica morte, como do mito criado em torno do escritor, que praticamente ao longo das décadas acabou por se tornar uma caricatura de si mesmo, um mero personagem que poderia ter saído de suas próprias histórias de imaginação e mistério.

Indicado aos prêmios Agatha, Edgar, Anthony, Macavity e Ohioana, ”O Mistério dos Mistérios – a Morte e a Vida de Edgar Allan Poe” resgata a vida do homem por trás do mito, e trata-se da primeira biografia de fôlego já editada em língua portuguesa em nosso país após dezenas de lançamentos e adaptações de sua obra nos últimos tempos, sendo um livro indicado a todos os que o admiram, ou que apenas queiram saber mais sobre este grande mestre do conto gótico e imortal da literatura, que influenciou um sem número de escritores e cineastas através dos tempos. Compre o livro "O Mistério dos Mistérios - A Morte e a Vida de Edgar Allan Poe" neste link.


Sobre o autor:
Mark Dawidziak é crítico de televisão do jornal Plain Dealer, de Cleveland (EUA), desde julho de 1999. Entre seus inúmeros livros estão obras de ficção e não ficção, histórias de terror e textos sobre Mark Twain, além de obras para teatro e TV. Também é professor adjunto na Universidade Estadual de Kent, em Ohio (EUA), onde ministra dois cursos por semestre: Crítica de Cinema e Televisão, e Vampiros no Cinema e na Televisão. Garanta o seu exemplar de "O Mistério dos Mistérios - A Morte e a Vida de Edgar Allan Poe" neste link.

Ficha técnica
"O Mistério dos Mistérios - A Morte e a Vida de Edgar Allan Poe" 

Autor: Mark Dawidziak 
Editora: Cultrix
344 páginas
Capa dura
Compre o livro neste link.

sábado, 12 de outubro de 2024

.: Clássico: Orquestra Ouro Preto lança o álbum “Auto da Compadecida, a Ópera”


Disponível em todas as plataformas via ONErpm, o projeto está disponível a partir da última sexta-feira, dia 11 de outubro. Imagem: divulgação/ ONErpm


É com o espírito de ousadia que a Orquestra Ouro Preto apresenta seu novo lançamento, o álbum “Auto da Compadecida, a Ópera”, adaptação do clássico de "Auto da Compadecida", escrito por Ariano Suassuna, que agora ganha um registro com alta qualidade. O disco estará disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm a partir da última sexta-feira, dia 11 de outubro. 

A história de Chicó e João Grilo reúne, na versão da formação mineira, uma verdadeira constelação em sua equipe para apresentar “uma ópera-buffa brasileira em dois atos”. A música é original e traz a assinatura de Tim Rescala. O compositor assina o libreto junto com o maestro Rodrigo Toffolo, regente titular e responsável pela concepção e direção musical da montagem que agora poderá ser ouvida por todos. 

“Auto da Compadecida, a Ópera” marca a terceira incursão da Orquestra no gênero e simboliza um marco na maturidade da formação, que se aproxima de seus 25 anos de história. O álbum não só reflete a excelência musical da Orquestra Ouro Preto, mas também seu compromisso em democratizar o acesso à cultura e à música de concerto, proporcionando uma excepcional experiência para o ouvinte.

O registro é a celebração de um grande sucesso obtido pelas salas de espetáculo do país, desde a estreia da montagem em 2022, passando por uma noite de total encantamento de uma plateia de mais de 10 mil pessoas nas areias da praia de Copacabana em 2023. 

“Além de criar novos projetos, a Orquestra Ouro Preto também dá grande importância à formação de repertório e de novos públicos. Nada melhor para isso do que oferecer a todos, de forma gratuita, a oportunidade de ter contato com esse gênero tão antigo na história da arte, mas apresentado de maneira super contemporânea, com a linguagem dos nossos tempos e do nosso povo, em um suporte tão acessível e ocupado por públicos de todas as idades como são as plataformas digitais”, comemora o maestro Rodrigo Toffolo.

“Auto da Compadecida, a Ópera” traz a comédia como elemento principal de sua linguagem. Para cumprir essa missão, formou-se um grande elenco em cena, e também nas gravações, para que essa relação direta com a plateia estabelecida nos palcos transbordasse para o disco. São grandes nome do canto lírico brasileiro – Fernando Portari, Marília Vargas, Marcelo Coutinho, Carla Rizzi, Jabez Lima e Rafael Siano –, além de um trio de atores escolhidos para dar voz e corpo ao clássico da literatura brasileira – Glicério do Rosário, Claudio Dias e Maurício Tizumba.

Tim Rescala, em sua terceira parceria com a Orquestra Ouro Preto, desfila toda sua capacidade de composição, criando uma música de alcance imediato com o ouvinte/espectador, cativante e de caráter universal. “Foi um trabalho incrível do Tim, uma música belíssima. E tenho certeza de que o público que ainda não conhece a ópera, assim como quem vai ouvir novamente agora nas plataformas, vai ficar feliz com o resultado e muitos vão dizer aquela frase que tanto nos traz alegria de ouvir: ‘só a Orquestra Ouro Preto para fazer isso’”, garante Toffolo.

“Auto da Compadecida, a Ópera”, é o quarto lançamento da Orquestra Ouro Preto com a Musickeria, uma bem-sucedida parceria que já deu à luz aos álbuns “Gênesis: Orquestra Ouro Preto e João Bosco”, “Orquestra Ouro Preto: A-Ha” e “Orquestra Ouro Preto: Vander Lee (No Balanço do Balaio)”. “Para nós da MSK é sempre uma honra e alegria participar dos lançamentos da Orquestra Ouro Preto. Estamos chegando ao quarto lançamento juntos da nossa parceria com esse álbum mais que especial da ópera do Auto da Compadecida. Um clássico que vai emocionar a todos que ouvirem”, afirma Flávio Pinheiro, sócio diretor da Musickeria. “Auto da Compadecida, a Ópera” já está disponível em todas as plataformas digitais via ONErpm. Compre o livro "Auto da Compadecida" neste link.


Sobre Orquestra Ouro Preto
Criada em 2000, a Orquestra Ouro Preto tem atuação marcada pelo experimentalismo e ineditismo, sob os signos da excelência e da versatilidade. Reconhecida como uma das mais prestigiadas formações orquestrais do Brasil a Orquestra Ouro Preto tem como diretor artístico e regente titular o Maestro Rodrigo Toffolo. Premiado nacionalmente, o grupo vem se apresentando nas principais salas de concerto do Brasil e do mundo. Seu trabalho ousado e plural é reconhecido com importantes premiações nacionais e aplausos efusivos do público nas salas e casas de espetáculo por onde passa.

.: A nova edição do majestoso álbum “As Canções que Você Fez pra Mim”


Marco na carreira de Maria Bethânia e na história da música popular brasileira, o álbum “As Canções que Você Fez pra Mim” ganhou uma nova edição em vinil Azul Bic translucido esfumaçado, via Universal Music. Quando Bethânia lançou o álbum, em 1993, sua bem-sucedida carreira andava distante da popularidade obtida com os LPs “Álibi” (1978), “Mel” (1979) e “Talismã” (1980). Contudo, o álbum dedicado às canções de Roberto Carlos e Erasmo Carlos mudou este panorama, tornando-se seu disco mais vendido.

Escolhidas minuciosamente pela cantora, 11 composições da dupla ganharam memoráveis interpretações de Bethânia, que participou de todo o processo de produção. O primeiro single, “As Canções que Você Fez pra Mim” (1968), conquistou as paradas de sucesso e os corações mais românticos do país. Os impecáveis e originais arranjos (e regência de cordas) do maestro inglês Graham Preskett contribuíram para dar novas nuances às músicas, mesmo às mais conhecidas, como “Olha” (1975) e “Detalhes” (1971).

A contundente “Fera Ferida” (1982), outro grande momento do disco, foi tema de abertura da novela homônima da TV Globo escrita por Aguinaldo Silva. A alta carga dramática impressa por Bethânia em “Palavras” (1973), “Costumes” (1979) e “Você Não Sabe” (1983) rivaliza com as belas gravações originais do Rei.

Despudorada declaração de amor, “Eu Preciso de Você” (1981) surge iluminada e, assim como a sensual “Seu Corpo” (1975), é uma das faixas mais leves do tributo. Joia obscura lançada por Roberto em 1974, a tristíssima “Você” é trilha sonora certeira para qualquer dor de cotovelo e também da novela "Pátria Minha", escrita por Gilberto Braga, que ilustrou a história de amor dos protagonistas interpretados por Cláudia Abreu e Fábio Assunção. Celebração à vida de artista, “Emoções” (1981) encerra o álbum com brilhantismo.

Lado A:

1 - "As Canções que Você Fez pra Mim" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
2 - "Olha" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
3 - "Fera Ferida" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
4 - "Você Não Sabe" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
5 - "Palavras" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
6 - "Costumes" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)


Lado B:

1 - "Detalhes" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
2 - "Eu Preciso de Você" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
3 - "Seu Corpo" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
4 - "Você" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)
5 - "Emoções" (Roberto Carlos/ Erasmo Carlos)

.: "Perfekta: uma Aventura da Escola de Gênios" estreia na rede Cineflix


Do universo da série "Escola de Gênios", reproduzida em mais de 80 países, surge "Perfekta: uma Aventura da Escola de Gênios", um longa-metragem de ficção científica que promete encantar públicos de todas as idades. Foto: @malaguetaproducoes

Do universo da série "Escola de Gênios", reproduzida em mais de 80 países, surge "Perfekta: uma Aventura da Escola de Gênios", um longa-metragem de ficção científica que promete encantar públicos de todas as idades. Com estreia marcada para 17 de outubro na rede Cineflix Cinemas e participação no Festival do Rio na Mostra Geração, o filme traz um roteiro totalmente original, que mistura ciência, tecnologia e muita aventura com uma pegada super divertida.

A produção utilizou o que há de mais novo em termos de tecnologia – a mesma utilizada nos games e diversos filmes de Hollywood – para produzir os cenários: painéis de leds com cenários virtuais que acompanham os movimentos. A produção reúne um elenco talentoso, incluindo Sophia Rosa, Enzo Ignácio, Murilo Gricolo, e renomados nomes como Romulo Estrela, Daniel Dantas e Roberto Birindelli.

O filme é dirigido por João Daniel Tikhomiroff ("Besouro"), com roteiro de Ângela Fabri, criadora da série, e David França Mendes, trilha original de Diogo Poças, produção da Mixer Films, em coprodução com a Globo Filmes e o Gloob, e tem distribuição da Imagem Filmes

Nesta aventura no mundo da ciência, o filme acompanha a saga dos jovens gênios Isa (Sophia Rosa), Tom (Enzo Ignácio) e Linus (Murilo Gricolo), que precisam salvar a memória do robô Einstein, o mais antigo da escola. Para isso, eles precisam se aventurar pelo Laboratório Perfekta, o paraíso dos robôs e androides, e encontrar um renomado cientista, o misterioso Édison Thomas (Romulo Estrela), que vive recluso com sua filha Nano (Ana Carolina Leite), e sumiu do mapa misteriosamente.

Ao longo do caminho, o trio conhece os androides de grandes gênios da humanidade, como Isaac Newton (Roberto Birindelli), Nikola Tesla (Hugo Gallo) e até Beethoven (Daniel Dantas), Machado de Assis (Heraldo Firmino) e Santos Dumont (Marcos Lanza), que na trama são apresentados destacando suas identidades, invenções e contribuições para a humanidade, de forma acessível e divertida, ideal para despertar a curiosidade das crianças. A atriz e influenciadora Bárbara Coura, com mais de 12 milhões de seguidores no TikTok, faz sua estreia nos cinemas, interpretando o androide da matemática Sophie Germain.

"Perfekta: Uma Aventura da Escola de Gênios" é uma aventura tecnológica de alta qualidade, utilizando a inovadora tecnologia de virtual production em LEDs Unreal, que confere um realismo mágico aos efeitos visuais. Este é o primeiro filme nacional que utiliza a tecnologia da engenharia de games.

O longa conta ainda com a participação especial dos personagens já conhecidos pelo público da série, os antigos gênios Isaac, papel de Kaik Pereira Francisco, Loma, vivida por Stella Camargo, e Tesla, interpretada por Julia Ramos Mendes. "Escola de Gênios" conquistou o prêmio máximo da Academia de Cinema Brasileiro como melhor série do ano do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2019, e melhor série infantil do Rio2C, em 2020 e, agora, vai conquistar todo mundo, de criança a adulto, na versão para as telonas.


Sinopse de "Perfekta: uma Aventura da Escola de Gênios"
Os jovens gênios Isa (Sophia Rosa), Tom (Enzo Ignácio) e Linus (Murilo Gricolo) precisam salvar a memória de Einstein, um antigo robô da escola. Para isso, eles vão contar com a ajuda de um misterioso cientista, Édison (Romulo Estrela), que vive isolado no Laboratório Perfekta, um lugar habitado por androides de última geração inspirados em grandes gênios da humanidade, como Isaac Newton (Roberto Birindelli) e Sophie Germain (Bárbara Coura). Após um incidente durante um upgrade, Einstein torna-se perigoso e assume o controle de Perfekta. Agora, os três jovens precisam enfrentar os androides e reconquistar a confiança do robô Einstein, nesta emocionante aventura de ficção científica, repleta de ciência e tecnologia.


Ficha técnica
"Perfekta: uma Aventura da Escola de Gênios"
Direção: João Daniel Tikhomiroff
Elenco: Romulo Estrela (Édison Thomas), Murilo Gricolo (Linus), Ana Carolina Leite (Nano), Enzo Ignácio (Tom), Sophia Rosa (Isa), Stella Camargo (Loma), Julia Ramos Mendes (Tesla), Kaik Pereira (Isaac), Daniel Dantas (Beethoven), Roberto Birindelli (Isaac Newton), Bárbara Coura (Sophie Germain), Hugo Gallo (Nikola Tesla), Marcos Lanza (Santos Dumont), Dudda Olive (Alice Ball) e Heraldo Firmino (Machado de Assis)
Roteiro: Angela Fabri e David França Mendes 
Direção de fotografia: Hugo Takeuchi
Produtora executiva: Adriana Marques
Produtor de VFX: Hugo Gurgel
Direção de arte: Jenny Schauff
Montagem: Leticia Giffoni
Figurino: Bartira Davis E Elaine Marinho
Técnico de som: Fábio Henrique
Direção de produção: Zé Eduardo Jordão
Trilha original: Diogo Poças - PlugIn
Produção: Mixer Films
Produtora associada: Rosane Svartman
Coprodução: Globo Filmes e Gloob 
Incentivo Fundo Setorial do Audiovisual / Ancine / BRDE / Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro
Distribuição Imagem Filmes


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Coringa: Delírio a Dois” (“Joker: Folie à Deux”) são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. 

.: Trupe DuNavô apresenta o espetáculo "Refugo Urbano" no Sesc Pinheiros


Montagem retrata com sensibilidade o universo de quem vive à margem da sociedade Trupe DuNavô apresenta Refugo Urbano no Sesc Pinheiro com entrada grátis para crianças até 12 anos. Foto: Julio Leão


Neste domingo, dia 13 de outubro, e também no próximo dia 20, no Sesc Pinheiros, a Trupe DuNavô apresenta "Refugo Urbano". Espetáculo infantil que, a partir da palhaçaria, reforça de forma criativa a importância do senso de humanidade e propõe a desconstrução de estereótipos que promovam a ideia de que a vida se limita apenas a finais felizes. Com um cenário construído a partir de objetos descartados, Refugo Urbano retrata o universo de uma mulher catadora, em situação de rua, e um coletor, que se esbarram em um beco esquecido da cidade.

Em meio a encontros e desencontros, a palhaça Pamplona e o palhaço Claudius terão que lidar com suas diferentes personalidades, trajetórias de vida e sonhos, para quem sabe viver uma possível história de amor. O espetáculo "Refugo Urbano" recebeu duas indicações para o Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem (antigo Prêmio FEMSA), nas categorias Melhor Atriz (Gabi Zanola) e Prêmio Sustentabilidade. Em uma votação especial, organizada para escolher os melhores do ano, o espetáculo foi eleito pelos leitores do Guia Folha como Melhor Espetáculo Infantil do Ano de 2015.

O espetáculo foi criado a partir de uma vivência da Trupe DuNavô que, ao longo de dois anos, realizou intervenções urbanas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo, colhendo histórias, sentimentos, aflições e sonhos de tantas pessoas ditas invisíveis na cidade, com as quais cada um de nós esbarra diariamente. O espetáculo, que se desenvolve sem palavras, instiga no adulto a ampliação de um olhar mais sensível em relação às pessoas em situação de rua.

A montagem também propõe uma reflexão sobre como os mais diversos sentimentos podem ser levados para o universo infantil, não subestimando a capacidade de uma escuta sensível por parte da criança. “Abordar temas conflituosos do cotidiano de forma poética e bem-humorada permite que a criança crie uma conexão saudável com uma ampla gama de sentimentos, contribuindo para sua compreensão e habilidade de lidar com desafios futuros”, comenta o grupo.


Sinopse de "Refugo Urbano"
Claudius é organizado, comedido e cuidadoso. Pamplona é vibrante, emocional e guarda consigo um universo único debaixo de seus sacos plásticos e papelões. Em um encontro improvável entre dois mundos, o caos e a ordem se entrelaçam para dar vida a uma fábula urbana. Dois seres que, ao se esbarrar em um beco esquecido da cidade, embarcam juntos em uma jornada que revela a magia escondida na crueza das ruas. O encontro de uma mulher catadora, em situação de rua, e um coletor, que deságua em uma história rica em sentimentos, humanidade, sonhos, amor e, é claro, palhaçaria.


Sobre a Trupe DuNavô
Formada por Gabi Zanola, Gis Pereira, Renato Ribeiro e Vinicius Ramos, em 2024 a Trupe DuNavô comemora 14 anos de pesquisa com a arte da palhaçaria, utilizando o espaço urbano e a interação que se estabelece entre palhaços, palhaças e as pessoas nesse contexto, como matéria prima de seus processos de criação.

Em agosto de 2023, o grupo inaugurou sua sede, o espaço cultural Casa DuNavô, localizado na Rua Guaicurus, 368, na Água Branca, em São Paulo. E, ao longo dos últimos anos, também atuou no universo digital, disponibilizando muitas de suas criações e reflexões sobre a arte da palhaçaria em seu canal do YouTube. 


Ficha técnica
Espetáculo "Refugo Urbano"
Direção: Suzana Aragão
Assistente de direção: Gis Pereira
Dramaturgia: Nereu Afonso
Direção musical: André Grynwask
Preparação corporal: Ronaldo Aguiar
Preparação de bonecos: Rani Guerra
Cenário e adereços: Bira Nogueira
Assessoria de imprensa: Luciana Gandelini
Operação bonecos de sombra: Cia. Mevitevendo
Operação de luz: Rafael Araujo
Operação de som: Vinicius Ramos
Serviço: Refugo Urbano, com Trupe Dunavô

Serviço
Espetáculo "Refugo Urbano"
Neste domingo, dia 13, e 20 de outubro de 2024, domingos, às 15h00 e às 17h00
Duração: 60 minutos
Local: Auditório - Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros/São Paulo
Classificação: livre
Ingressos: R$ 40,00 (inteira); R$ 20,00 (meia), R$ 12,00 (credencial plena), grátis para crianças até 12 anos.
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h. 
Capacidade: 100 lugares
Acessibilidade: Sim
Estacionamento: pago no local

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

.: Entrevista: Tom Schuman entra em nova fase com disco solo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O músico Tom Schuman, que por mais de 40 anos integrou o grupo Spyro Gyra, está iniciando uma nova fase da carreira solo. Morando atualmente na Espanha, ele acaba de lançar o álbum "I Am Schuman" nas plataformas digitais e começa a divulgar esse novo trabalho autoral, no qual tem o controle total da produção e mixagem e segue a linha do chamado smooth jazz com influência direta do estilo fusion. Destaque para as faixas "Loose Change" e "Set It Off", onde ele demonstra sua habilidade como solista no teclado. Em entrevista para o Resenhando.com, Schuman explica o conceito utilizado para esse trabalho e revela seus planos para o futuro. “Este álbum representa minhas capacidades de produção”.


Resenhando.com - Como você define o conceito musical do seu novo CD," I Am Schumam"?
Tom Schuman - O conceito musical para "I Am Schuman" começou como uma série de faixas que criei usando improvisações improvisadas. Eu as executei no meu estúdio e/ou no meu piano em Las Vegas nos últimos 15 anos. Já lancei dois singles com esse conceito em mente. "The Candy Store is Open" e "Syntropy". Esses dois singles também estão sendo relançados neste álbum. Meu título inicial era "I'm Only Schuman". Mas quando Sandeep Chowta concordou em promovê-lo em seu selo Namma Music na Índia, ele o chamou de "I Am..." em vez de "Im Only...". Então, para mim, este álbum representa minhas capacidades de produção, bem como meu trabalho de teclado sozinho no estúdio. Com exceção de dois cortes, ("Comfortable Silences" e "Loose Change"), executei cada parte e mixei o álbum inteiro sozinho. "Comfortable Silences" apresenta o guitarrista indiano, Abhay Nayampally. "Loose Change" incorpora os ritmos ofegantes de Kevin Whalum.

Resenhando.com - Qual é a diferença entre esse trabalho atual e o que você fez no Spyro Gyra?
Tom Schuman - Este trabalho atual é um esforço completamente solo. Tenho controle sobre todos os aspectos da música, som, performance e mixagem. Enquanto Spyro Gyra era um ambiente mais democrático, incorporando muitas pessoas que influenciam o resultado final.

Resenhando.com - Como funciona seu processo de criação musical?
Tom Schuman Meu processo de criação geralmente começa com um sentimento inspirado por um solo de piano improvisado ou um groove de um orquestrador de ritmo ou patch de sintetizador. O resto do processo é deixado para a performance improvisada, conforme eu sinto ao longo do tempo. Às vezes, edito muitas improvisações diferentes juntas para criar algo único para mim. Outras vezes, a peça inteira sai de mim em uma tomada. Então, eu a produzo usando patches de baixo, ritmos, pads, cordas ou outros sons para aprimorar a performance básica. Eu chamo isso de método Zawinul. O falecido e grande Joe Zawinul do Weather Report falou sobre esse método de escrita durante uma entrevista. A maioria de suas composições surgiu de uma improvisação básica que ele então escreveu para outros músicos interpretarem. Descobri que essa era a melhor maneira de escrever algo novo e interessante, pelo menos para meus ouvidos.


Resenhando.com - Você tocou com vários nomes atuais do jazz, como Jeff Lorber e Jeff Kashiwa, entre outros. Há planos para novas parcerias musicais no futuro?
Tom Schuman Ainda não há planos, mas estou sempre aberto a trabalhar com qualquer um que queira pensar fora da caixa. Recentemente trabalhei com Paul Brown em algumas faixas. Ele tem uma técnica de mixagem linda que faz tudo soar como uma lufada de ar fresco!


Resenhando.com - Como o novo CD está sendo promovido? Há planos para shows?
Tom Schuman Estou deixando Sandeep Chowta e o consórcio Namma Music liderarem o caminho na promoção e distribuição. Quanto aos shows, tenho algo marcado na Sardenha, Itália, com meu trio de jazz. É para o Culture Fest de 2024 lá. Será no dia 16 de novembro e contará com Ameen Saleem no baixo e Guido May na bateria. O material de "I Am Schuman" exigiria muito mais músicos e ensaios para representá-lo adequadamente ao vivo. Então, espero poder apresentá-lo em um futuro próximo. Fique ligado!


"Set It Off"

"Loose Change"

"How Sensitive"

.: Espetáculo explora poéticas de Abdias Nascimento e Augusto Boal


Trabalho metalinguístico com direção de Eugênio Lima, que estreia no Sesc 14 Bis, busca um novo futuro para a negritude. Foto: Pérola Dutra

Partindo da ideia de que negritude é construir outros futuros, o Coletivo Legítima Defesa estreia o espetáculo Exílio: notas de um mal-estar que não passa. A temporada acontece entre 18 de outubro e 10 de novembro, com sessões de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h, no Sesc 14 Bis. No dia 27 de outubro não haverá apresentação e, em 8 de novembro, haverá uma sessão às 15h e outra às 20h.

O trabalho é definido pelo grupo como uma "transcriação da poética" do período de exílio vivido por Abdias Nascimento (1914-2011) e a sua relação com Augusto Boal (1931-2009). Por isso, para a construção dramatúrgica, Eugênio Lima e Claudia Schapira se inspiraram livremente nas peças escritas pelos dois autores, além de utilizarem vários materiais de pesquisa do acervo do TEN – Teatro Experimental do Negro. 

"A peça é fundamentada na ideia de que existe uma relação entre o Abdias Nascimento e o Augusto Boal que não foi contada. Nosso principal argumento é que o início do Teatro Experimental do Negro se funde com o começo da carreira dramatúrgica do Boal, já que o primeiro texto que ele escreveu foi para o TEN", comenta Lima, que também assina a direção de Exílio. 

Segundo as pesquisas do grupo, a dupla defendia que a hybris trágica negra estava no candomblé e, por isso, Boal escreveu quatro textos para o TEN cujo cenário era o terreiro: O Logro (1953), O Cavalo e o Santo (1954), Filha Moça (1956) e Laio se Matou (1958). "Eles lutavam contra um pensamento comum nas primeiras décadas do século 20 de que as atrizes e atores negros só podiam fazer comédias, pois não tinham profundidade para fazer papeis trágicos ou dramáticos", acrescenta.  

Por esse motivo, Abdias também se interessa pela obra do dramaturgo estadunidense Eugene O'Neill (1888-1953). "Com esses autores, seu objeto de investigação é a crença de que a grande tragédia do negro no Brasil é o processo de embranquecimento, porque ou ele deixa de ser negro e morre ou permanece negro e é morto. Assim, as peças encenadas por ele não têm praticamente nenhuma redenção e apesar da centralidade das personagens negras, elas  partem do princípio de que o negro é um ser trágico", afirma o diretor.


Sobre a encenação
Na narrativa de Exílio: notas de um mal-estar que não passa, um grupo de atores e atrizes investiga todas essas relações enquanto tenta montar trechos de várias dessas peças. O que os bloqueia é um sentimento de impossibilidade, pois o elenco não quer vivenciar essas tragédias. "Nosso espetáculo, então, constitui-se como um sample de textos em que tudo é documento", define Eugênio.

A montagem é composta de samples dramatúrgicos que abordam o Protagonismo Negro, centrada no texto O Imperador Jones (Eugene O'Neill); o Drama, focado em Todos os Filhos de Deus Têm Asas (Eugene O'Neill); a Tragédia, inspirada em O Logro (Augusto Boal); o Sacrifício, baseado e em Sortilégio – Mistério Negro (Abdias Nascimento) e o Exílio composto samples da peça Murro em Ponta de faca (Augusto Boal) .

"Para Abdias, que passou 13 anos exilado nos Estados Unidos e na Nigéria, todo negro fora da África é um autoexilado, já que não tem mais nenhuma possibilidade de retorno ao seu real local de origem e sofre racismo no seu país natal. Dessa forma, o conceito de autoexílio permeia todo o espetáculo", explica Eugênio Lima. A estreia do Coletivo Legítima Defesa faz uso de metalinguagem, ou seja, a equipe técnica está em cena devidamente iluminada. Ao mesmo tempo, Eugênio age como se estivesse dirigindo um ensaio. 

No palco existe um grande "tapete da memória",  criado pela projeção,  por onde transitam seis performers negres: Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Gilberto Costa, Fernando Lufer e Thaís Peixoto (atriz convidada). Ainda há a participação da atriz Luaa Gabanini (em vídeo). Por convenção, o grupo estabeleceu que quem não estiver no "tapete" está fora de cena, entretanto, como eles nunca abandonam o espaço, os espectadores sempre os veem.  

Ainda compõem o cenário uma série de projeções de documentos históricos, como cartas, filmes, fotos e materiais pesquisados no IPEAFRO – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros e Instituto Boal. Bianca Turner assina a videografia. E o desenho de Luz é de Matheus Brant. Do ponto de vista sonoro, Exílio: notas de um mal-estar que não passa utiliza diversos recursos. Existem depoimentos de Léa Garcia (1933-2023), Ruth de Souza (1921-2019) e do próprio Abdias do Nascimento, e trechos de obras de autores como Frantz Fanon.

Já a parte musical explora diversos ritmos. "Selecionamos muito Hip Hop dos anos 1980 e 1990, mas também canções de Philip Glass, Racionais MC's, tambores de candomblé, Billie Holiday e Marvin Gaye", comenta Lima, que assina a direção musical, música e desenho de som. A ação acontece em um local indefinido, em diversos países, mas perpassa as décadas de 1940, 1950, 1960 e 1970.

O figurino de Claudia Schapira, sem traçar uma linha cronológica linear, contorna e situa as personagens trazidas à cena pelos atores e atrizes, utilizando de determinadas peças chaves da indumentária, que pautaram décadas. Os atores e atrizes, por sua vez, aparentam estar sempre com "roupa de ensaio". Em termos de cores, a ideia é trabalhar a paleta PB a partir de um conceito do diretor. "Quisemos voltar para o preto e branco, como na nossa primeira peça, que somado ainda a elementos históricos bem concretos, nos colocam também em cena como documentos", acrescenta Eugênio.


Sinopse
"Exílio: notas de Um Mal-estar que Não Passa" é uma "transcriação da poética" do período de exílio vivido por Abdias Nascimento e a sua relação com Augusto Boal, criada a partir de uma livre inspiração nos textos de Abdias Nascimento, nas peças escritas por Augusto Boal e diversos materiais de pesquisa do acervo do TEN – Teatro Experimental do Negro.

Seis performers negres estão sempre em cena e existe um tapete no chão, o grande tapete da memória. "Por convenção, quando os atores/atrizes estão fora do tapete, estão fora de cena. Porém, não devem sair nunca: devem ser vistos sempre pelos espectadores. A ação passa-se em muitos países, em muitas épocas, em muitas circunstâncias. Quando um ator/atriz representa outro personagem, que não o seu, ele deve fazê-lo tranquilamente, sem muitas explicações". Citação de Augusto Boal, em "Murro em Ponta de Faca".


Ficha técnica
Espetáculo "Exílio: notas de Um Mal-estar que Não Passa"
Direção, direção musical, música e desenho de som: Eugênio Lima
Dramaturgia: Eugênio Lima e Claudia Schapira
Intervenção dramatúrgica: Coletivo Legítima Defesa
Com samplers dramatúrgicos de: Frantz Fanon, Racionais MC's, Augusto Boal, Abdias Nascimento, Maurinete Lima, Eugene O'Neill, Nelson Rodrigues, Agnaldo Camargo, Ruth de Souza, Léa Garcia, Túlio Custódio, Guilherme Diniz, Gianfrancesco Guarnieri, Molefi Kete Asante e Iná Camargo Costa
Elenco do Legítima Defesa: Walter Balthazar, Luz Ribeiro, Jhonas Araújo, Gilberto Costa, Fernando Lufer e  Eugênio Lima
Atrizes convidadas: Thaís Peixoto e Luaa Gabanini (em vídeo)
Produção: Iramaia Gongora Umbabarauma Produções Artísticas
Videografia: Bianca Turner
Iluminação: Matheus Brant
Figurino: Claudia Schapira
Direção de gesto e coreografia: Luaa Gabanini
Assistência de direção: Fernando Lufer
Fotografia: Cristina Maranhão
Design: Sato do Brasil
Consultoria vocal: Roberta Estrela D´Alva
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e  Daniele Valério
Cenotécnico: Wanderley Wagner
Vídeo: Matheus Brant
Engenharia de som: João Souza Neto e Clevinho Souza
Costureira: Cleusa Amaro da Silva Barbosa
Parceiros: Casa do Povo, Ipeafro, Instituto Boal, Editora 34 e Editora Perspectiva

Serviço
Espetáculo "Exílio: notas de Um Mal-estar que Não Passa"
Data: 18 de outubro a 10 de novembro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h
Atenção: no dia 27 de outubro não haverá espetáculo e, no dia 8 de novembro, haverá uma sessão às 15h e outra às 20h
Local: Sesc 14 Bis - Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista - São Paulo
Ingresso: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia-entrada) e 18 (credencial plena) | Ingressos disponíveis nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo, pelo aplicativo Credencial Sesc ou pelo site centralrelacionamento.sescsp.org.br
Tel: (11) 3016-7700
Duração: 90 minutos
Classificação: 16 anos

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