terça-feira, 8 de outubro de 2024

.: "Robô Selvagem" é sobre sermos mais do que fomos programados; crítica

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em outubro de 2024


Robôs são formados por combinações de códigos em função de executarem tarefas. Eis que em "Robô Selvagem", da Dreamworks, a máquina batizada de Rozzum é acidentalmente acionada por um grupo de lontras ainda à deriva. Com facilidade no aprendizado, analisando o andar de um crustáceo, Roz (Elina de Souza) sai da área de risco da ilha (água) e segue mata adentro, em busca de uma missão a cumprir. No entanto, pouco antes de solicitar a volta para o seu lugar de origem, uma vez que nenhum animal deseja sua ajuda -mesmo que tenha distribuído selos para muitos, de modo muito cômico-, encontra um ovo de ganso desamparado.

Sem saber como lidar com tal situação inusitada, quando o filhote rompe a casca do ovo, Roz tenta reunir as partes, o que de nada adianta, uma vez que o bebê ganso surge diante de seus olhos e, rapidamente, a adota como figura materna. Certa de que a missão está concluída, Roz pretende retornar ao seu local de origem quando a raposa de nome Astuto (Rodrigo Lombardi), mesmo com vontade de devorar o filhote -desde quando estava no ovo-, revela que o bichinho precisa de mais cuidados como alimentação, assim como dois aprendizados: nadar e voar.

Logo, a missão da máquina é estendida e, enquanto o filhote não aprende a voar, Roz, Astuto e Bico-Vivo (o filhote de ganso) formam uma família diferente, construindo, inclusive, um crucial abrigo para o período da neve. De formas distintas, o trio sofre diversas formas de bullying pelos outros animais da ilha, mas também recebem apoio de uma mamãe saruê (gambá) que carrega sete filhotes. 

Tal qual o famoso conto "O Patinho Feio", Bico-Vivo, o filhote de ganso adotado por uma robô, com o apoio de uma raposa, não é aceito no grupo de seus semelhantes. Rendendo uma tremenda confusão e, até, feridas para Roz (igualmente acontece com as mães de sangue ou de coração). Todavia, Bico-Vivo precisa se enturmar, uma vez que o inverno se aproxima e deve fazer a migração, o que, em partes, remete também a animação recente "Patos!".

Contudo, "Robô Selvagem"produção dirigida por Chris Sanders ("Lilo & Stitch" e "Como Treinar o Seu Dragão"), ainda que remeta também ao incrível "Wall-E", da Disney, é original e surpreendente do início ao fim, garantindo com facilidade seu espaço entre as grandes animações já produzidas, além de indicar fortes chances de concorrer ao Oscar no gênero (e até abocanhar o prêmio). 

De colorido lindo e sequências de encher a telona do cinema, a animação encanta o público com tiradas cômicas que trazem leveza para uma narrativa séria, a adoção, ou seja, ser mais do que fomos programados. Emocionante e capaz de tirar lágrimas do público, "Robô Selvagem", inspirado no livro de Peter Brown, de mesmo nome, entrega um roteiro brilhante que cativa e desperta total curiosidade a respeito do desfecho sobre as relações. Simplesmente imperdível!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


"Robô Selvagem" ("The Wild Robot"). Ingressos on-line neste linkGênero: animação, infantil, aventuraClassificação: livre. Duração: 1h41. Ano: 2024. Distribuidora: Universal Pictures Brasil. Direção: Chris SandersRoteiro: Chris Sanders. Elenco: Lupita Nyong'o Rozzum (Roz), Pedro Pascal (Fink), Bill Nighy (Longneck), Catherine O'Hara (Pinktail), Kit Connor (Brightbill), Mark Hamill, Paul-Mikél WilliamsSinopse: Uma história comovente e cheia de aventuras sobre o que acontece quando a natureza e a tecnologia colidem inesperadamente, como os humanos. Baseado na série de livros de mesmo nome de Peter Brown, produzido pela DreamWorks Animation e distribuído pela Universal Pictures. Confira os horários: neste link

Site oficial: universalpics.com.br/micro/wild-robot

Trailer de "Robô Selvagem"



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.: Resenha de "Placa Mãe", animação brasileira numa Minas Gerais do futuro

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em outubro de 2024


"Placa Mãe", animação brasileira, dirigida por Igor Bastos, num colorido bastante arenoso, apresenta um enredo pautado no afeto, quando a androide Nadi (Ana Paula Schneider), protagoniza uma história de mãe de coração, uma vez que os irmãos David (Vitor Gabriel Pereira) e Lina (Ana Júlia Silva Guimarães) estão à espera de adoção (juntos). Assim,  tentam sobreviver estando nas mãos de uma mulher má que só visa dinheiro.

Definida "carinhosamente como SCI-FI da Roça", pelo diretor e roteirista, a produção que soma 1 hora de 45 minutos, entrega uma história futurista com muita tecnologia, ambientada no interior de Minas Gerais. Uma vez que a androide Nadi trabalha na adoção de outros robôs, tendo cidadania brasileira, a robô move céus e terras para poder ficar com os irmãos descobrindo ter aprimorado os dados, evoluindo para um toque humano, culminando no mais puro sentimento.

Entre as vozes de destaque na animação está Márcio Simões, interpretando o maior vilão da trama. Marcado também por dar voz a personagens como Randall (Monstros S.A.) e atores como Samuel L. Jackson e Ed. Harris, tornam o poderoso e ambicioso Asafe ainda mais maléfico com o toque perfeito para situações cômicas.

Inteligente e com trilha sonora envolvente, o longa animado tem vozes de crianças reais de Minas Gerais, além de incluir personagens de diversas etnias e raças. Vale a pena conferir a produção que está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


"Placa Mãe" (nacional). Ingressos on-line neste linkGênero: animaçãoClassificação: 10 anos. Duração: 1h45. Ano: 2024. Distribuidora: O2 Play. Direção: Igor BastosRoteiro: Igor Bastos. Vozes: Ana Paula Schneider, Vitor Gabriel Pereira, Ana Júlia Silva Guimarães)Sinopse: Num futuro próximo no interior de Minas Gerais, onde Nadi (Ana Paula Schneider), uma androide com cidadania brasileira, conquista o direito de adotar duas crianças, David (Vitor Gabriel Pereira) e Lina (Ana Júlia Silva Guimarães). Confira os horários: neste link

Site oficial: placamaeofilme.com.br

Trailer "Placa Mãe"



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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

.: Beto Pandiani lança o livro "Nas Terras do Vento" na Galeria GIZ

A experiência adquirida em mais de 40 anos velejando pelos oceanos do planeta inspirou Beto Pandiani a escrever uma história que promete cativar jovens leitores. "Nas Terras do Vento" relata a viagem, em barco sem cabine, de Espaguete e de seu cachorro Picolé por um caminho repleto de aventuras e descobertas. Os dois partem de Santos, no litoral de São Paulo, com o objetivo de alcançar o Cabo Horn, ao sul do nosso continente, um dos destinos mais desafiadores do planeta. O lançamento será na quinta-feira, dia 10 de outubro, das 17h00 às 22h00, na Galeria GIZ - Rua Sampaio Vidal, nº 978 - Jardim Paulistano, em São Paulo.

Em cada página, os leitores são convidados a explorar não apenas a beleza das paisagens marítimas, mas também a refletir sobre a importância da amizade, da resiliência e da superação diante dos desafios. Na jornada, os protagonistas encontram muito plástico nas praias, mas recuperam a esperança em um futuro melhor, ao conhecer personagens inspiradores, como Pedro Rajadão, que os ensina sobre os caminhos do vento; Seu Serafim, guardião do Farol da Solidão; Hernán, que os leva em uma emocionante viagem pelos Andes; e Kei, uma botânica japonesa, entre muitos outros.

Beto Pandiani realmente navegou pelos mares do Cabo Horn na expedição Rota Austral, de 2001, uma das mais desafiadoras que o velejador enfrentou em seu pequeno veleiro e também explorou a Patagônia de moto. Embora a história tenha uma base real, alguns dos personagens e eventos são fruto da ficção.


A história em HQ
A história escrita ganha vida com uma experiência visual atraente, graças aos quadrinhos realizados por Olavo Costa. A ideia do editor Roberto Linsker, da Terra Virgem Edições, de trazer esta arte para o livro resultou em 60 páginas ilustradas. As imagens são uma excelente oportunidade para incentivar o gosto pela leitura, ao mesmo tempo em que se ensina sobre o mar e as suas belezas ao traduzir a narrativa em cenas detalhadas e precisas.

"Criei os personagens com base na realidade: Picolé é o cachorro do Beto e Espaguete é seu alter ego", explica Olavo. O cuidado na representação é notável: os registros geográficos, a posição do barco em relação aos ventos e ao sol refletem a realidade vivida na jornada. “Com sua experiência como velejador, Pandiani traz uma autenticidade única à narrativa, enriquecendo a história com detalhes sobre navegação e o respeito pelos elementos da natureza”, fala Olavo sobre a parceria.


Sobrecapa traz informações sobre o correto descarte do plástico
“Durante os anos que passei no mar me deparei com uma quantidade assustadora de embalagens plásticas jogadas nas águas”, fala Beto Pandiani, que já está em sua 8ª expedição. O livro em capa dura, vem com uma sobrecapa que traz a importância do plástico em nossas vidas e a urgência na conscientização sobre o seu descarte. O plástico é um dos principais poluentes dos mares, afetando a vida marinha e, consequentemente, a saúde dos ecossistemas e da vida humana. A vontade da Terra Virgem Edições com essa publicação é informar ao leitor sobre a gravidade da situação, além de incentivá-lo a adotar práticas mais sustentáveis.

“Minha intenção com este livro é compartilhar as lições que aprendi ao longo destes anos navegando pelos oceanos: a consciência de que não existe separação entre nós e a natureza. Todos nós fazemos parte de um mesmo todo. Infelizmente, os oceanos se tornaram depósitos de lixo do planeta, e espero que, através desta obra, eu consiga despertar a urgência de reverter essa situação” fala Beto Pandiani sobre a publicação

"Nas Terras do Vento" é o primeiro passo para a implantação do projeto "Somos 1 Oceano", uma plataforma educacional que terá o objetivo de oferecer recursos valiosos, como artigos, workshops e discussões interativas, que ajudam a ampliar o conhecimento sobre a preservação dos oceanos e a importância de reduzir o uso de plásticos, estimulando ações individuais e coletivas em busca de soluções para um futuro mais sustentável.


Ficha técnica
"Nas Terras do Vento"

Autor: Beto Pandiani
Ilustrações: Olavo Costa
Direção criativa: Roberto Linsker
Design: Ciro Girard
Capa dura com sobrecapa
Formato: 21 x 23,5 cm
204 páginas
Impressão: 4 x 4 cores
Tiragem: 3.000 exemplares
ISBN 978-65-88376-03-4
Vendas: https://terravirgem.com.br/

.: MAM São Paulo estreia podcast do Panorama da Arte Brasileira


Em seis episódios narrados pela jornalista Adriana Couto, a série em áudio vai apresentar os temas abordados nesta 38º edição da exposição bienal do MAM, por meio da história de artistas e coletivos que integram a mostra. Gravação do primeiro episódio do podcast Mil Graus, com curadoria do MAM e curadoria do 38º Panorama. Foto: Marina Paixão, cortesia MAM São Paulo


O Museu de Arte Moderna de São Paulo estreou o podcast "Mil Graus", uma série em áudio sobre o 38º Panorama da Arte Brasileira, exposição bienal e fundamental na história do MAM e no circuito artístico do país,  que abre em 5 de outubro no MAC USP. Leia aqui mais informações sobre esta edição da mostra. O podcast foi batizado com o mesmo título da exposição, "Mil Graus", e traz a ideia de um calor-limite, conceito proposto pela curadoria do 38º Panorama para aludir à uma temperatura em que tudo derrete, desmancha e se transforma. 

A série é uma forma de aprofundar e ampliar discussões essenciais da exposição. Ao longo de seis episódios, os ouvintes podem conhecer mais sobre o 38º Panorama do MAM, bem como histórias e curiosidades sobre alguns dos coletivos e artistas que participam da exposição. O objetivo é conectar o contexto e as práticas desses agentes com cenários maiores, trazendo discussões que refletem questões sociais, políticas e culturais da contemporaneidade. 

Concebido pelo MAM, a série em áudios "Mil Graus" é narrada pela jornalista Adriana Couto e tem direção e produção executiva da Trovão Mídia. O episódio que abre o podcast - e o único em formato de mesa redonda - traz Cauê Alves, curador-chefe do museu, e o trio Ariana Nuala, Germano Dushá e Thiago de Paula Souza, curadores desta 38ª edição da mostra, em uma conversa com Adriana Couto sobre o Panorama da Arte Brasileira e a proposta curatorial deste ano.  Os próximos episódios serão anunciados semanalmente nas redes sociais do MAM (@mamsaopaulo). 


Sobre o Panorama da Arte Brasileira do MAM São Paulo
A série de mostras Panorama da Arte Brasileira foi iniciada em 1969 e coincidiu com a instalação do MAM São Paulo em sua sede na marquise do Parque do Ibirapuera. As primeiras edições do Panorama marcaram a história do museu por terem contribuído direta e efetivamente na formação de seu acervo de arte contemporânea. Ao longo das 37 mostras já realizadas, o Panorama do MAM buscou estabelecer diálogos produtivos com diferentes noções sobre a produção artística brasileira, nossa história, cultura e sociedade. Realizado a cada dois anos, sempre produz novas reflexões acerca dos debates mais urgentes da contemporaneidade brasileira.


Sobre o MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de cinco mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas. O MAM têm uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx e Haruyoshi Ono para abriga obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.


Ficha técnica
"Mil Graus" é um podcast original do Museu de Arte Moderna de São Paulo, com patrocínio do Nubank e da EMS através da Lei federal de incentivo à cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal, Brasil União e Reconstrução
Direção e produção executiva: Trovão Mídia
Concepção: Ane Tavares, Ariana Nuala, Germano Dushá e Thiago de Paula Souza
Apresentação: Adriana Couto
Pesquisa e roteiro: Flavia Martin
Edição, mixagem e montagem de som: Pedro Vituri
Trilha sonora original: José Hess
Identidade visual: Raul Luna
Design: Paulo Macedo 


38º Panorama da Arte Brasileira: Mil Graus
Curadoria: Germano Dushá, Thiago de Paula Souza
Curadoria-adjunta: Ariana Nuala
Período expositivo: até dia 26 de janeiro de 2025
Realização: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Exibição em: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC USP
Locais: térreo e terceiro andar
Funcionamento: terça a domingo, das 10h00 às 21h00
Gratuito

.: Flávia Junqueira apresenta "Extasia" no Centro Cultural Fiesp


A mostra reúne, pela primeira vez, um panorama de sua criação multidisciplinar, aberta à visitação do público a partir de 18 de setembro. Flávia Junqueira, Real Gabinete Português de Leitura #1, 1837 (2021)


O universo onírico da produção artística de Flávia Junqueira ocupa o espaço expositivo do Centro Cultural Fiesp, a partir do dia 18 de setembro, com a mostra intitulada “Extasia”, neologismo que mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia. A exposição apresenta desdobramentos da pesquisa da artista, passando pela cenografia, fotografia, escultura e iluminação. Com curadoria de Bianca Coutinho Dias, o público acessa um recorte de obras que percorre os últimos cinco anos de sua produção e que será exposto em conjunto pela primeira vez.

Pautada na criação de narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória, Flávia Junqueira faz de Extasia uma grande instalação imersiva, com uma atmosfera de magia e encantamento. “Estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”, afirma a artista.

A mostra abriga nove fotografias encenadas, sempre com a presença de balões de látex, produzidas dentro e fora do país, em ambientes internos e externos, como parques, teatros, bibliotecas, salas de palácios e monumentos icônicos. É o caso do Parque Henrique Lage, do Theatro Municipal de Niterói e Real Gabinete Português de Leitura, todos no Rio de Janeiro; do Teatro de Ouro Preto, em Minas Gerais; e de um parque de diversões na cidade paulista de Amparo. Também estão em cena edificações espanholas como o Palacio de Fernan Nuñez, Palacio de Santoña, Liceu Opera Barcelona e Palacio de Linares.

Nesse mergulho sensorial proposto na exposição, os elementos presentes nas fotografias – luzes de parque de diversão, cortinas de teatro, cavalos de carrossel e os próprios balões de látex – se materializam no espaço, ganhando tamanho real e intensificando a sensação nostálgica da infância nos visitantes. É como se estivessem dentro da obra ao mesmo tempo que a observam. “O público não será só espectador da arte, mas também vai estar no meio dela, sentindo o que está na foto para além da imagem fotográfica”, explica.

A inventividade da artista é revelada, ainda, na série Magic Carnival, uma instalação formada por um conjunto de cavalos de carrossel em miniatura. Colocados em cúpulas separadas sobre uma mesa giratória, a obra faz referência a esse brinquedo encontrado nos parques. "Extasia" conta também com duas obras audiovisuais. Uma em formato de making of, sobre o processo de criação das fotografias encenadas, concebidas de forma analógica e com técnicas da cenografia teatral. A outra, é um videoarte, que projeta no espaço um carrossel criado pela artista, em uma instalação em Piracicaba (SP).

A gerente executiva de cultura do Sesi-SP, Débora Viana, traz a importância de exposições como Extasia integrar a programação do Sesi-SP: “Reiteramos o compromisso da nossa instituição em ofertar um ambiente cultural e artístico, proporcionando ao público projetos de qualidade, acesso a obras e ao processo criativo de artistas de diversas origens, e incentivando a reflexão e a experimentação. No SESI-SP, consideramos crucial a formação de novos apreciadores das artes, promovendo a difusão e o acesso à cultura de maneira gratuita. Por isso, concebemos e executamos projetos em uma ampla gama de áreas, convidando o público a mergulhar de cabeça no universo do conhecimento e da expressão artística”.

Serviço
"Extasia", por Flávia Junqueira
Local: Centro Cultural Fiesp
Endereço: Avenida Paulista, 1313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô
Período expositivo: até dia 26 de janeiro
Visitação: terça a domingo, 10h00 às 20h00
Entrada gratuita

.: Encontro de Leituras recebe escritora Natalia Timerman e discute livro


A obra da escritora e médica brasileira, que revive o luto da perda de seu pai, é tema do encontro que ocorre no dia 8 de outubro, resultado da parceria entre revista Quatro Cinco Um e o jornal português Público

A escritora Natalia Timerman é a convidada especial do Encontro de Leituras de outubro que terá como tema o livro “As Pequenas Chances”, lançado pela editora Todavia. A moderação será feita pela jornalista Isabel Coutinho e pelo escritor e jornalista Sérgio Rodrigues. O encontro será realizado de forma virtual, pela plataforma Zoom, no dia 8 de outubro, às 18h, e é aberto ao público

A partir do encontro com o médico responsável pelos cuidados paliativos de seu pai, em uma luta contra o câncer, a autora nos permite acompanhar com delicadeza o fim da trajetória de Artur em “As Pequenas Chances”. Em um romance sobre família, a vida e a morte, a autora vai muito além da descrição do declínio físico de seu pai, mas mergulha nas consequências emocionais refletidas em toda família a partir de um resgate de memórias profundas e dolorosas. Também lançado em Portugal pela editora Tinta-da-China, este retrato do luto constrói uma possível compreensão do que é inevitável: a experiência da perda. 

Sobre a autora e o moderador
Natalia Timerman
é nascida em São Paulo, médica psiquiatra pela Unifesp, mestre em psicologia, doutoranda em literatura pela USP e foi finalista do prêmio Jabuti pela publicação da coletânea de contos "Rachaduras" (Quelônio, 2019). 

Sérgio Rodrigues é um escritor e jornalista mineiro que vive no Rio de Janeiro. Tem livros publicados na Espanha, nos EUA, na França e em Portugal e é colunista de língua e linguagem da Folha de S.Paulo. É autor dos romances "A Vida Futura" (2022), narrado pelo fantasma de Machado de Assis, finalista do Jabuti; "O Drible" (2013), livro do ano no prêmio Portugal Telecom, atual Oceanos; e "Elza, a Garota" (2009, com segunda edição revista em 2018). 


Sobre o Encontro de Leituras
O Encontro reúne leitores de língua portuguesa e discute romances, ensaios, memórias, literatura de viagem e obras de jornalismo literário na presença de um escritor, editor ou especialista convidado. Os encontros são gratuitos e acontecem sempre nas segundas terças-feiras de cada mês, às 18h do Brasil e 22h de Portugal. O evento não é transmitido nas redes sociais, nem disponibilizado depois. É uma experiência para ser vivida por aqueles que se juntam à sessão. Os melhores momentos são depois publicados no podcast Encontro de Leituras, disponível no Spotify, Apple Podcasts, SoundCloud ou outros aplicativos habituais. 

A parceria entre a Quatro Cinco Um e o PÚBLICO conta com um espaço editorial fixo nos dois veículos e uma newsletter mensal sobre o trânsito literário e editorial entre os países de língua portuguesa. A editoria especial publica materiais jornalísticos sobre autores do Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Timor que tenham sido lançados dos dois lados do oceano. A newsletter mensal traz notas, curiosidades, imagens e informações sobre as novidades das livrarias e os eventos literários em Lisboa, São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades onde se fala português. De vez em quando, na programação de festivais e em outras ocasiões, eventos presenciais serão realizados.

Sobre a Revista Quatro Cinco Um
Publicada em edição impressa, site, newsletters, podcasts e clubes de leitura, a revista dos livros seleciona e divulga mensalmente cerca de duzentos lançamentos em mais de vinte áreas da produção editorial brasileira. 

Em linguagem clara, sem jargões nem hermetismo, os textos são assinados por nomes de destaque da crítica e da cultura. Tendo o pluralismo e a bibliodiversidade como nortes editoriais, a Quatro Cinco Um busca misturar em sua pauta diferentes gerações, sensibilidades e pontos de vista. Projetos editoriais especiais focalizam temas relevantes, tais como cidades, democracia e justiça, literatura infantojuvenil, literatura japonesa, literatura francesa, literatura israelense e livros LGBTQIA+. 

Desde 2019, a revista publica duas vezes por mês o 451 MHz, primeiro podcast da imprensa profissional dedicado exclusivamente a livros. Acreditamos no livro como objeto de transformação individual e coletiva, com base no princípio de que não há sociedade democrática sem ampla circulação de livros. 

A revista foi lançada em maio de 2017, tendo como editores Fernanda Diamant e Paulo Werneck. Desde 2019, a Associação Quatro Cinco Um tem como diretores os jornalistas Paulo Werneck e Humberto Werneck.

Serviço
Encontro de Leituras | Quatro Cinco Um + Público
“As Pequenas Chances”, de Natalia Timerman
Quando: terça-feira, 8 de outubro
Horário: 18h00 (Brasil), 22h00 (Lisboa, Portugal)
Mediação: Sérgio Rodrigues e Isabel Coutinho
Convidado: Natalia Timerman
O evento não é transmitido nas redes e nem disponibilizado depois
Aberto ao público
Transformação em vídeo e podcast
Acesso à sala virtual do zoom: https://us06web.zoom.us/j/82156058496?pwd=XVajCpNXeHl8x1QmXY9aL32G2yfHoB.1#success
ID: 821 5605 8496
Senha de acesso: 719623 

domingo, 6 de outubro de 2024

.: Crítica musical: Delia Fisher canta o Brasil em "Beyond Bossa"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Foi disponibilizado nas plataformas de streaming e em CD o primeiro álbum internacional de Delia Fischer, o "Beyond Bossa", pelo selo Origin Records, com as primeiras gravações de seu repertório autoral assinadas com parceiros como Camila Costa, Carlos Careqa e Claudio Botelho, por exemplo. Nesse trabalho ela canta as canções com letras em inglês em versões recriadas pelo compositor, pianista e jornalista americano Allen Morrison, além de reunir intérpretes brasileiros e internacionais de diferentes gêneros para participar das gravações.

Neste projeto, a pianista, cantora, compositora e diretora musical carioca Delia Fischer - duas vezes indicada ao Grammy Latino e com diversos álbum lançados - comemora 40 anos de carreira e 60 anos de vida dando nova cor à sua trajetória musical expandindo sua música para outras fronteiras, mostrando as diversas formas da música brasileira e a compreensão das letras antes só ouvidas em português pelo público estrangeiro.

“A intenção foi mostrar para o público estrangeiro as canções como elas são. Essas versões ficaram bem próximas das letras originais em português. O Allen Morrison fez um trabalho primoroso, digno de elogios”, explica a cantora. Ela também agradeceu o apoio dado durante a campanha de crowdfunding que viabilizou a gravação do disco. “Se o resultado final ficou bonito, foi porque tivemos pessoas que acreditaram no trabalho que fizemos”.

Delia retrabalhou as bases instrumentais e gravou com artistas convidados para enriquecer seis das 12 faixas do álbum - incluindo a cantora de jazz americana Gretchen Parlato (“My Time”), a cantora brasileira baseada nos Estados Unidos, Luciana Souza (“Almost Paradise”), o mestre da bossa nova e do groove Marcos Valle (“Workaholic”, versão em inglês da canção Garra), o guitarrista Chico Pinheiro e o instrumentista carioca Pretinho da Serrinha (ambos em “The Acupuncture Song”), o cantor Matias Correa (“Song of Self Affirmation”), o cantor e parceiro Marcio Nucci e o violoncelista americano Eugene Friesen (“What Good is Summer”), o grupo vocal New York Voices (“Lemon Jugglers of Rio”) e o cantor de soul italiano Mario Biondi (“Marketplace”).

Em todas as faixas, Délia deixa impressa sua sonoridade que oscila entre a nossa MPB e o jazz. Seu estilo suave e afinado de interpretação conquista o ouvinte logo na primeira audição. E além disso, é uma musicista de primeira linha, principalmente nos teclados. Destaco as faixas "A Little Samba" e a "Workaholic", sendo esta segunda cantada em dueto com o autor, Marcos Valle. A mescla do vocal de Marcos Valle com Delia ficou acima da média.


"A Little Samba"

"Workaholic"

"Marketplace"

.: "Desaprendendo o Silêncio" promete transformar a vida pessoal e no trabalho


O silêncio é mais do que uma ausência de fala: é uma ferramenta que pode tanto proteger quanto aprisionar. É nisso que acredita a facilitadora e palestrante Elaine Lin Hering, autora de "Desaprendendo o Silêncio: como Falar o que Pensa, Revelar Seus Talentos e Viver Mais Plenamente", lançado no Brasil pela editora Fontamar. Estreia de Lin Hering no Brasil, a obra explora as influências culturais e sociais que nos levam a calar - ou a sermos calados -, oferecendo um guia prático para romper com esses padrões e encontrar nossa verdadeira voz.

No livro, ela também compartilha sua própria jornada como filha de imigrantes taiwaneses nos EUA, onde o silêncio, como sinal de respeito às autoridades, foi útil em alguns contextos, mas se tornou um obstáculo em sua carreira corporativa. "Recebia conselhos como 'seja mais direta, tenha mais confiança', mas isso não considerava como o silêncio era recompensado ou como líderes bem-intencionados, sem perceber, nos silenciam", refletiu em entrevista à Forbes. A tradução é de Steffany Dias. Compre o livro "Desaprendendo o Silêncio" neste link.


Como falar o que pensa, revelar seus talentos e viver mais plenamente
Você já deve ter ouvido que “o calado vence”. Historicamente, o silêncio foi difundido como a decisão mais segura e benéfica que podemos tomar, porém nem sempre temos outra escolha. Este livro é sobre como aprendemos a ficar em silêncio, como nos beneficiamos dele, como nós silenciamos outras pessoas - e como podemos escolher outro caminho.

Neste livro perspicaz, a facilitadora e palestrante Elaine Lin Hering explora como aprendemos a nos silenciar e a aceitar ser silenciados. Ser visto e ouvido é um grande desafio para quem é menos favorecido, como mulheres, pessoas não brancas e imigrantes, principalmente porque o silêncio se torna uma estratégia de sobrevivência no trabalho, na faculdade e, até mesmo, em sua própria casa.

Apenas ao desaprender o silêncio podemos revelar nossos talentos, falar o que pensamos e nos tornar as melhores versões de nós mesmos… e ajudar outras pessoas a fazer o mesmo. Com empatia, clareza e equilíbrio, Hering guia os leitores através de exemplos da vida real e oferece um roteiro para que possamos fazer escolhas mais lúcidas sobre como cada um de nós deseja se apresentar ao mundo.


O que disseram sobre o livro
“Esse é o livro que eu gostaria de ter lido no começo da minha carreira. Hering não só prova que o silêncio é tóxico, mas dá um passo além e nos mostra como nos impor de uma forma segura, que se alinhe com nossos valores e seja impactante. Esse livro mudará sua vida profissional para melhor.” — Pooja Lakshmin, autora de "Autocuidado de Verdade"

Quando vale a pena romper com o silêncio?
O livro propõe uma análise de custo-benefício sobre o ato de falar ou se calar, incentivando os leitores a refletir sobre quando o silêncio faz sentido e quando vale a pena romper com ele. "Nem sempre falar é a melhor escolha, mas é preciso entender as consequências de se manter calado. O silêncio pode evitar desconfortos imediatos, mas também pode impedir mudanças significativas e impedir que sejamos compreendidos", explica a autora.

Com uma abordagem prática e reflexiva, Hering oferece ferramentas concretas para que os leitores descubram suas próprias vozes. Já disponível nas livrarias e lojas on-line, a obra é um convite poderoso para aqueles que desejam viver de forma plena, expressando-se de maneira verdadeira e consciente. Garanta o seu exemplar de "Desaprendendo o Silêncio neste link.


Sobre a autora
Elaine Lin Hering é uma escritora, palestrante e facilitadora e se especializou em comunicação, colaboração e mediação de conflitos. Ela foi professora na Escola de Direito de Harvard e sócia do Triad Consulting Group, onde trabalhou com líderes corporativos para identificar seus desafios e capacitá-los para negociar, influenciar liderados e gerenciar crises. Ao longo de sua carreira, Elaine trabalhou nos seis continentes e com uma gama de clientes em organizações corporativas, governamentais e não governamentais. "Desaprendendo o Silêncio" é o primeiro livro da autora.


Ficha técnica
"Desaprendendo o Silêncio"
Autora: Elaine Lin Hering
Tradução: Steffany Dias
Número de páginas: 312
Editora Fontamar

.: "Dora", uma viagem pela memória e resistência de uma guerrilheira


A peça é o resultado de um longo processo de pesquisa da atriz Sara Antunes, que compartilha trechos de escritos e cartas trocadas entre a guerrilheira Maria Auxiliadora Lara Barcelos e sua mãe, recriando um campo de comunicação entre o confinamento e a possibilidade da utopia. Foto: Alessandra Nohvais


Aos 23 anos, Maria Auxiliadora Lara Barcelos, a Dora, uniu-se à luta armada contra a ditadura militar. A atriz e criadora Sara Antunes mergulhou na história da guerrilheira, explorando sua prisão, tortura e exílio, que terminou em suicídio na Alemanha, em 1976. As cartas trocadas entre a guerrilheira e sua mãe, Clélia Lara Barcelos, durante o período de prisão e exílio resultam no espetáculo "Dora", em cartaz até dia 20 de outubro no Sesc Ipiranga

Com direção, dramaturgia e atuação de Sara Antunes, a peça é uma continuação da pesquisa iniciada em 2016 e recria um espaço de comunicação entre o confinamento e a busca pela utopia, explorando as complexidades das relações humanas em tempos de opressão. “Dora foi uma figura feminina política no âmbito pessoal, porque o pessoal é político, como diz Simone de Beauvoir, e também na esfera pública.  Ela entrou na faculdade de medicina em terceiro lugar, em uma época em que 90% dos alunos do curso eram homens. Envolveu-se politicamente nas organizações, foi presa, exilada e denunciou a ditadura. Foi muito amiga e parceira de casa de Dilma Rousseff.  É uma figura que entregou o corpo inteiro à luta que acreditava e quero mais do que contar sua morte, desejo trazê-la para vida”, conta Sara Antunes. 

Em um espaço que combina a sala de anatomia de uma estudante de medicina com o corpo de uma guerrilheira durante a ditadura, a obra explora os escritos autênticos de Maria Auxiliadora Lara Barcelos, estabelecendo um diálogo sensorial e íntimo entre Dora e sua mãe. O espetáculo ressoa a história do Brasil nos 60 anos do golpe militar, criando um espaço de reflexão sobre a luta pela liberdade e a preservação da memória daqueles que resistiram à injustiça. 

“O cenário tem aspectos singulares, porque resolvi reunir os papeis, as cartas e os documentos coletados nesses anos todos numa espécie de instalação.  Sempre senti que os documentos da Dora, quando eu estive durante todos esses anos envolvida em outros projetos, ficavam me olhando, me indagando, numa espécie de 'quando você vai colocar enfim pra estrear?' Chegou a hora e eu literalmente quero colocá-los em cena”, explica Sara. 

A peça propõe uma reflexão sobre a jornada que levou Dora à luta política, transformando o palco em um espaço dinâmico onde sua presença se faz viva, e explora resistência e memória. A trilha sonora inclui Tropicália, Violeta Parra e Torquato Neto, canções que marcaram a época e que Dora ouvia e até recomendava. 


Trajetória da obra
Em 2016, Sara Antunes começou sua pesquisa após ser convidada pelo diretor José Barahona para atuar no documentário Alma Clandestina. Ao conhecer a história de Dora, ela idealizou um espetáculo, inicialmente planejado para 2020. Com a pandemia, o projeto foi adaptado, resultando no curta "De Dora por Sara" lançado na Mostra de Cinema Tiradentes, em janeiro de 2021. Em seguida, Dora foi apresentado de forma online em plataformas digitais, e durante a pesquisa, quando os palcos se abriram, fez duas aberturas do processo no Theatro Municipal de São Paulo e na Mostra de Direitos Humanos de João Pessoa. 

Agora a obra completa estreia presencialmente no Sesc Ipiranga. "Essa pesquisa conjuga palavras 'reais' em um tempo poético, explorando tanto os processos que levaram o corpo de Dora à luta política quanto a construção de um campo cênico para que ela reviva, em uma espécie de cartografia do 'encarnar', fomentando aspectos de resistência e memória", explica Sara. 


Sobre Dora
Maria Auxiliadora Lara Barcelos (1945-1976), nascida em 25 de março na cidade de Antônio Dias (MG), é uma figura rica em história, embora pouco conhecida. Estudante de medicina e integrante da VAR (Vanguarda Armada Revolucionária), Dora tinha 23 anos quando foi presa. Foi libertada no grupo dos 70 em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher e banida do Brasil. Viveu no Chile, Bélgica, França e, em 1974, estabeleceu-se na Alemanha, onde, em 1976, aos 31 anos, cometeu suicídio em Berlim, jogando-se na frente de um trem. 

Durante seu tempo na prisão, Dora foi submetida a diversas formas de violações, principalmente de natureza desmoralizante por sua condição de mulher. Foi exposta como objeto de visitação para militares curiosos e sofreu degradação moral diante de seus companheiros. Dora denunciou essas violências durante seu julgamento na Justiça Militar. No exílio, ela escreveu: "Sou boi marcado, fui aprendiz de feiticeira... Eu era criança e idealista. Hoje sou adulta e materialista, mas continuo sonhando. Dentro da minha represa, não há lei neste mundo que impeça o boi de voar"


Ficha técnica
Espetáculo "Dora". Direção, texto e atuação: Sara Antunes. Assistente de direção: Renan Ferreira. Videografia: Vic von Poser e André Voulgaris. Captação e Montagem de vídeos: Henrique Landulfo, Sara Antunes e Vic Von Poser. Cenário: Sara Antunes e Camila Landulfo. Figurino: Sara Antunes. Assistente de Cenário Figurino e Arte: Camila Landulfo. Luz: Wagner Antônio. Desenho sonoro: Edson Secco.  Participação: Angela Bicalho. Operação de vídeo: Vic von Poser e André Voulgaris. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Produção: Gabi Gonçalves e Lud Picosque - Corpo Rastreado. 


Serviço
Espetáculo "Dora"
Temporada: até dia 20 de outubro - Sextas, às 21h30, sábados e domingos, às 18h30.
Classificação: 14 anos.
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 15,00 (credencial plena)
Vendas pelo site sescsp.org.br/ipiranga e nas unidades do Sesc.
Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga
Horário de Funcionamento: Terça a sexta, das 7h às 21h30; aos sábados, das 10h às 21h30; domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Local: auditório

.: Ojcuro, grupo argentino de teatro cego, estreia espetáculo "Ilha Deserta"


Após 23 anos de sucesso na Argentina, o espetáculo chega a São Paulo, oferecendo uma imersão na escuridão, onde o público explora novos sentidos e percepções. Foto: Camila Rios


O espetáculo "Ilha Deserta" convida o público a explorar estímulos sensoriais que vão além do que se vê. Apresentado pelos argentinos Grupo Ojcuro, que explora o potencial do teatro cego de forma inovadora, a  peça segue em cartaz no Espaço Elevador até 27 de outubro, com sessões aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 19h00. A abordagem busca despertar a percepção do espectador para a narrativa de formas inesperadas.

Com dramaturgia de Roberto Arlt, direção de Mateo Terrile e realização de José Menchaca, a obra provoca reflexões sobre trabalho, liberdade e felicidade. O Grupo Ojcuro, pioneiro no Teatro Cego na Argentina, aposta nessa proposta, valorizando a força da narrativa sensorial. “Ressaltamos a capacidade expressiva da narrativa dos sentidos, audição, olfato e tato. Depois de 23 anos ininterruptos em cartaz, em 2023 decidimos embarcar em uma nova aventura: ampliar o grupo com artistas do Brasil e viajar a São Paulo com nossa proposta”, conta o diretor Mateo Terrile.

Na montagem, o público é colocado no centro da ação, com sons e sensações que mudam de acordo com a posição dos espectadores na sala. O realizador José Menchaca explica: “Dependendo do lugar que ocupam no espaço, as pessoas captam determinados estímulos e conseguem uma percepção da história”. A experiência começa antes mesmo de entrar na sala: os espectadores são guiados por um integrante do grupo, em fila, segurando-se nos ombros, até um espaço completamente escuro. A partir desse momento, os sentidos são ativados e cada um começa a criar suas próprias imagens a partir de sons, cheiros e toques. Com uma proposta multissensorial, o espetáculo faz com que os espectadores vivenciem uma pequena revolução interna, onde a imaginação assume o controle.

A peça retrata um escritório onde os funcionários parecem condenados à rotina, enquanto sonham com um futuro melhor. Um caseiro compartilha histórias de viagens e anseios de liberdade, enquanto os espectadores são transportados para diversos universos. “A partir dos estímulos sensoriais, o público é levado a múltiplos mundos imaginários”, conclui Menchaca.

A obra, escrita na primeira metade do século passado, reflete sobre trabalho, liberdade e felicidade, temas que parecem cada vez mais relevantes no dia a dia. A decisão de encenar um texto de Roberto Arlt não foi acidental. Na obra de Arlt existe uma dupla tensão: a de trabalhar essas novas realidades e a de criar uma “realidade ficcional” que se nomeia de outro modo. Uma forma de explorar a condição humana, questionando a natureza da realidade, a busca por significado na vida e a complexidade das relações humanas, onde os limites entre sonho e realidade se tornam turvos, convidando o público a refletir sobre a natureza da experiência humana e a capacidade transformadora da imaginação.

“A peça se baseia na farsa dramática que Arlt escreveu, embora tenha certas modificações que facilitam a interpretação no escuro. A escolha deste autor explica também a validade desta proposta que estreamos em 2001 naquela que foi a primeira Cidade Cultural Konex, já que foi um escritor prolífico e moderno que nos convida a viajar por temas que hoje nos mobilizam", acrescenta o realizador.


Sinopse
Já teve vontade de abandonar o trabalho e começar uma nova vida? Já ouviu uma história de aventura que te prendeu na imaginação? O tempo passa arrastado, como os transeuntes que cruzam a janela do escritório. Os funcionários fazem café, sentam em suas mesas e iniciam suas tarefas. As jornadas seguem, repetitivas, como o barulho de uma copiadora. Entre o som das teclas e as ligações, surge um canto inquietante: é Cipriano, um simples funcionário de manutenção, que, no entanto, nos faz questionar o sentido de nossas vidas.


Ficha técnica
Espetáculo "Ilha Deserta". Elenco: Caroline Varani, Juan Monteiro, Raiane Souza, Ricardo Sotero, Simone Santos, Verônica Trindade e Victor Sousa. Direção: Mateo Terrile. Realização: José Menchaca. Dramaturgia: Roberto Arlt. Direção de arte: José Menchaca. Assistente de Direção: China Gonzalez. Figurino: Grupo Ojcuro. Preparação Vocal: Mateo Terrile. Sonoplasta e Técnico de Som: Marina Negreiros. Produção Executiva: Beatriz Stok. Fotografia: Camila Rios. Mídias Sociais: Federico Belloni. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Produção e Realização: Grupo Ojcuro e Espaço Elevador. Apoio: Armazém da Luz. Direção de Produção: Rommaní Carvalho.


Serviço
Espetáculo "Ilha Deserta"
Temporada: de 5 a 27 outubro - sábados às 20h e domingos às 19h.
Não haverá espetáculo no domingo (20 de outubro), esse dia será substituído pela sexta-feira (18 de outubro) às 21h.
Ingressos: R$ 60 (inteira)e R$ 30 (meia)
Vendas on-line: https://www.sympla.com.br/produtorgrupoojcuro
Duração: 80 minutos.
Classificação: 14 anos.
Espaço Elevador
Rua Treze de Maio, 222 - Bela Vista, São Paulo - SP, 01327-000
Capacidade: 60 lugares.
Informações: (11) 94315-6701

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