quarta-feira, 2 de outubro de 2024

.: Mil graus: MAM SP anuncia abertura do 38º Panorama da Arte Brasileira

Esta edição da exposição bienal do MAM apresenta 34 artistas de 16 estados brasileiros, e traz mais de 130 obras, sendo 79 inéditas, e projetos especiais, como o ambiente 3D e o podcast. O 38º Panorama acontecerá de 5 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025 e, em função da reforma da marquise do Parque Ibirapuera, a mostra será exibida no MAC USP

Rop Cateh Alma pintada em Terra de Encantaria dos Akroá Gamella (Território Indígena Taquaritiua, MA, Brasil). Em colaboração com Gê Viana (Santa Luiza, MA, 1986) 


O Museu de Arte Moderna de São Paulo inaugura em 5 de outubro o 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, exposição com curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Souza, e curadoria-adjunta de Ariana Nuala, cujo  título evoca a ideia de um “calor-limite”, onde tudo se transforma, fazendo referência às condições climáticas e metafísicas intensas que desafiam e conduzem a processos inevitáveis de transmutação. Nesta edição, a mostra bienal do MAM apresenta 34 artistas de 16 estados brasileiros. Acesse aqui mais informações sobre a lista de artistas. 

Em função da reforma da marquise do Parque Ibirapuera no trecho em que o MAM está sediado, esta edição do Panorama será apresentada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, instituição parceira e que divide uma mesma origem com o MAM. A exposição vai ocupar partes do térreo e o terceiro andar do MAC USP com mais de 130 obras, sendo 79 inéditas, realizadas para o 38º Panorama.

“Faz alguns anos que o MAM tem estabelecido parcerias com as instituições do eixo cultural do Parque Ibirapuera. Realizar o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM no MAC, além de uma aproximação histórica entre as duas instituições, é um momento de integração e soma de esforços em benefício da arte”, comentam Elizabeth Machado e Cauê Alves, respectivamente presidente e curador-chefe do MAM. 

Para José Lira, diretor do MAC USP, “é com grande satisfação que o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo abre suas portas ao 38o Panorama da Arte Brasileira, realizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Parcerias institucionais para realização de exposições, eventos e acordos de cooperação sempre fizeram parte da história do MAC USP, e, desde 2018, quando da coincidência entre os 55 anos do MAC e os 70 anos do MAM, a aproximação entre os dois museus se intensificou.”

Mil graus 

A proposta curatorial do 38º Panorama da Arte Brasileira é elaborar criticamente a realidade atual do Brasil sob a noção de calor-limite — conceito que alude à uma temperatura em que tudo derrete, desmancha e se transforma. O projeto busca traçar um horizonte multidimensional da produção artística contemporânea brasileira, estabelecendo pontos de contato e contraste entre diversas pesquisas e práticas que, em comum, compartilham uma alta intensidade energética.

A pesquisa da curadoria foi norteada a partir de cinco eixos temáticos: Ecologia geral, Territórios originários, Chumbo tropical, Corpo-aparelhagem, e Transes e travessias. Os eixos não funcionam como núcleo ou segmentos da exposição, mas sim como fios condutores que instigam reflexões e leituras, traçando possíveis relações entre os trabalhos a partir dessas perspectivas.

Em Ecologia geral, são destacadas noções ecológicas e práticas ambientais ampliadas que se orientam por uma visão de interconectividade total. Já em Territórios originários, estão narrativas e vivências de povos originários, quilombolas e outros modos de vida fora da matriz uniformizante do capital, capazes de refletir visões alternativas sobre a invenção e a atual conjuntura do Brasil. Chumbo tropical, por sua vez, trará leituras críticas que subvertem imaginários e representações do Brasil, colocando em xeque aspectos centrais da identidade nacional. 

Corpo-aparelhagem é a linha que busca evidenciar intervenções experimentais e reflexões sobre a contínua transmutação corpórea dos seres e das coisas, com seus hibridismos e suas inter-relações, enquanto Transes e travessias aborda conhecimentos transcendentais, práticas espirituais e experiências extáticas que canalizam os mistérios vitais.

As obras

O corpo formado por 34 artistas e coletivos apresenta obras que abordam questões ecológicas, históricas, sociopolíticas, tecnológicas e espirituais, e utilizam tanto tecnologia avançada quanto materiais orgânicos, como o barro. 

Advânio Lessa construiu uma série inédita de esculturas que aludem a uma rede formada por diferentes polos e conectadas em diferentes espaços: o MAC USP, o Museu Afro Brasil Emanuel Araujo, o Caserê e a UMAPAZ.  Adriano Amaral criou uma instalação comissionada para o térreo do MAC USP, a obra Cabeça-d’água (2024), uma estrutura arquitetônica, espécie de cápsula octogonal, que traz em suas paredes peças inéditas da série Pinturas protéticas (2022).

Ana Clara Tito apresenta uma instalação comissionada que ocupa o piso do campo expositivo com uma composição de peças em diferentes escalas, como uma ecologia rizomática. Com a obra comissionada Ascendendo o silêncio (2024), Antonio Tarsis toma o centro de uma das alas do campo expositivo. 

Davi Pontes apresenta um trabalho comissionado no qual segue elaborações anteriores, envolvendo a criação de um repertório em conjunto com uma dupla de performers. Um registro documental inédito do centro espiritual e das obras de Dona Romana, líder espiritual da Serra de Natividade, uma das cidades mais antigas do Tocantins, será exibido em larga escala no campo expositivo.

Com duas obras inéditas, frutos de processos anteriores, mas que culminaram em projetos comissionados para o 38º Panorama, Frederico Filippi aborda a colisão e o atrito como ferramentas conceituais para reelaborar criticamente o imaginário social do Brasil e da América do Sul sob as marcas indeléveis do capitalismo avançado. Gabriel Massan apresenta um novo desdobramento de sua obra Baile do terror (2022-2024), no qual traça um paralelo entre a escalada de tensões e violências em âmbito global e os traumas da “guerra às drogas” no eixo Rio-São Paulo.

Ivan Campos apresenta a obra que marcou sua trajetória como seu projeto mais desafiador: uma pintura sem título (2008 - 2010), de sete metros horizontais, que levou um ano para ser concluída e traz os principais aspectos de sua obra. Em tons de verde e azul, o artista dá vida a uma selva intrincada, onde tudo está em movimento. 

Falecido durante a concepção do 38º Panorama, Jayme Fygura é o único artista não vivo a compor a exposição, e sua participação é uma homenagem à sua trajetória e à sua obra que combina a pintura, com a tradição da escultura em metal, da poesia marginal, do rock e das denúncias de opressões cotidianas. 

A colaboração entre Jonas Van e Juno B. resultou na videoinstalação imersiva Visage (2024), uma experiência ambiental envolvente que combina esculturas e mobiliários feitos com peças automobilísticas, luz, som e vídeo. José Adário dos Santos traz ao 38º Panorama um conjunto de esculturas que se referem a divindades e entidades das religiões de matriz africana, como Ogum Oniré, Oxossi Odé, Agué, Padilha e Exu, e Joseca Mokahesi Yanomami apresenta dez obras inéditas.

Lais Amaral participa com duas pinturas da série Como um zumbido estrelar, um pássaro no fundo do ouvido, Sem título I e Sem título II, ambas de 2024, enquanto Labō e Rafaela Kennedy apresentam uma série de fotografias em que mergulham no entrelaçamento entre fenômenos naturais e cenários urbanos do Norte do Brasil. 

Lucas Arruda exibe uma série de pinturas que sugerem um espaço entre o real e o imaginário, com paisagens que caminham entre o figurativo e o abstrato. Com uma obra comissionada, Marcus Deusdedit desdobra sua investigação sobre a edição de objetos, reformulando um equipamento de exercício físico para discutir questões sociais e políticas.

Marina Woisky apresenta uma instalação formada por uma série de peças inéditas, nas quais toma como ponto de partida as ilustrações científicas e representações idealizadas, que combinam diferentes eras e regiões para demonstrar o movimento ou a evolução da vida biológica na superfície terrestre.

Maria Lira Marques leva uma série com mais de dez desenhos sobre pedras e Marlene Almeida apresenta duas obras com dinâmicas distintas: Derrame (2024), uma instalação inédita feita com recortes de algodão cru tingidos com pigmentos originários do basalto e rocha vulcânica, e Tempo voraz II (2012), obra em que a artista reflete sobre questões existenciais diante da fugacidade da vida. O grupo MEXA traz, em apresentação única, a peça inédita no Brasil A Última Ceia (2024). 

Mestre Nado, como ficou conhecido Aguinaldo da Silva, apresenta três obras inéditas, esculturas de grande escala —  raras na sua produção — que parecem espécies de torres de sopro, remetendo a instrumentos como a gaita de foles. Melissa de Oliveira apresenta duas obras ligadas a suas vivências no universo do “grau”. As imagens, produzidas com conhecidos e familiares, retratam a prática de empinar moto em manobras exibicionistas e arriscadas.

Noara Quintana exibe duas obras inéditas comissionadas para o 38º Panorama. A primeira, Satélite esqueleto âmbar (2024), da série Futuro fóssil, configura uma reprodução de um objeto espacial gravitando sobre o campo expositivo. Na segunda obra, intitulada Gengiva de fogo (2024), uma grande massa rubra e disforme paira sobre nossas cabeças. Rafael RG apresenta duas obras comissionadas que se conectam e se complementam em suas naturezas: uma objetual e outra performática. Em uma delas, De quando o céu e o chão eram a mesma coisa (2024), o artista resgata grafias imemoriais inspiradas na observação do céu.

Rebeca Carapiá apresenta uma grande peça comissionada para a exposição, que remete tanto a uma escrita urbana quanto a códigos de outros tempos. Solange Pessoa traz à exposição uma constelação de quase uma dúzia de esculturas de pedra-sabão, e um conjunto composto por três peças de cerâmica e lã (2019-2024), que remetem a fragmentos de rochas escuras, que guardam a potência de tempos imemoriais. 

O povo Akroá Gamella, em colaboração com Gê Viana e Thiago Martins de Melo, participa sob o nome de Rop Cateh – Alma pintada em Terra de Encantaria dos Akroá Gamella, e exibe um grande painel multimídia que expressa a identidade e espiritualidade articuladas pela comunidade. Com um conjunto de vinte esferas cerâmicas com marcações gráficas feitas com óxido de ferro, Sallisa Rosa dá vida a seu exercício contínuo de vínculos com a terra e os territórios.

Paulo Nimer Pjota apresenta uma obra inédita, em cinco telas, no qual cria um  mar de chamas atravessado por raios de sol difusos, em que animais e seres fantásticos se misturam a lendas e elementos da natureza-morta de diferentes culturas. Paulo Pires participa com quatro obras que denotam seu estilo e, simultaneamente, a versatilidade de suas composições. Entre os trabalhos, estão a escultura de grande formato Os desejos da pedra (2023 -2024) e O namoro da pedra (2021). 

A Tropa do Gurilouko,  uma turma de “bate-bolas” criada em 2023 no bairro carioca de Campo Grande, marca sua presença no 38º Panorama por meio da indumentária criada para o Carnaval de 2024, e de uma saída do grupo por São Paulo, nas imediações do MAC USP e do Parque Ibirapuera.

Zahỳ Tentehar apresenta sua pesquisa mais recente por meio da videoperformance Ureipy (Máquina Ancestral) (2023), e Zimar, como é chamado Eusimar Meireles Gomes, apresenta uma série de máscaras oriundas de sua ligação com a Bumba meu boi —, manifestação cultural de maior importância na região onde vive, a Baixada Maranhense. 

Projeto expográfico 

Nesta edição em que, pela primeira vez, o Panorama da Arte Brasileira acontece fora da sede do MAM, o projeto expográfico assinado pelo arquiteto Alberto Rheingantz foi repensado e adaptado para os espaços do MAC USP. O objetivo foi assimilar tanto os conceitos curatoriais quanto as questões visuais e formais das obras em exposição. 

A adaptação envolveu o desafio de conectar os pavimentos do MAC que recebem o 38º Panorama - parte do térreo e todo o terceiro andar -, espaços não contíguos, o que levou à adoção de três partidos expográficos principais.

O primeiro partido é a ocupação espelhada entre as alas A e B do edifício, com elementos que se complementam em cada uma. O segundo é o uso de painéis metálicos como base estrutural, permitindo variações de combinações e materiais em suas superfícies. Por fim, o terceiro partido envolve a instalação de obras comissionadas em locais estratégicos, incluindo sob a marquise de entrada e em áreas específicas do museu. 

Para ampliar suas formas de uso e flexionar as possibilidades de exibição das obras bidimensionais, foi definida uma cartela de materiais para as superfícies expositivas, e foram consideradas opções para estruturas complementares aos painéis principais, desempenhando a função de “próteses” que transformam sua configuração original. Há, também, dispositivos expográficos e mobiliários feitos com metal e madeira desenhados para atender diversas demandas específicas.

Programação pública 

Tradicionalmente, o Panorama da Arte Brasileira promove uma série de atividades abertas ao público. São ativações de obras e apresentações de performances, conversas com curadores, visitas mediadas com educadores do MAM e outras ações educativas. A agenda será divulgada em breve no site e redes sociais do MAM. 

Projetos especiais 

A proposta do 38º Panorama da Arte Brasileira envolve uma série de projetos especiais, são desdobramentos da conceituação de Mil graus em diferentes plataformas e linguagens. 

O ambiente 3D, que estará acessível de forma gratuita durante toda a exibição, visa ampliar o alcance da mostra e criar um espaço de experimentação curatorial. A ideia não é reproduzir no digital os espaços da exposição física, mas sim trazer um espaço imaginado pelos curadores e proporcionar uma experiência imersiva,  que desafia a percepção da materialidade e reflete criticamente sobre a integração das infraestruturas digitais no que entendemos como "mundo real".

Composta por obras digitais e representações tridimensionais de criações físicas de alguns dos artistas participantes, reúne vídeos, objetos 3D e sons que formam um espaço de interação. Os visitantes podem navegar livremente, explorando novos imaginários e conexões que questionam as convenções tradicionais de produção e interpretação de imagens no campo artístico. A proposta também reflete o dinamismo e a criatividade cibernética do Brasil contemporâneo.

Disponível nos principais tocadores a partir de 30 de setembro, o podcast Mil graus vai apresentar, em seis episódios, os temas abordados no 38º Panorama da Arte Brasileira e contar a história de alguns dos coletivos e artistas que integram esta edição da mostra bienal do MAM. O objetivo é  apresentar histórias e discussões sobre arte com temas atuais, mostrando como elas refletem questões sociais, políticas e culturais da contemporaneidade. 

Em uma série de cinco episódios disponível nas redes sociais do MAM, o público pode conhecer mais a prática artística e o ateliê de Advânio Lessa, Adriano Amaral, Marina Woisky, Marlene Almeida e Zimar.  A série revela conexões singulares entre os processos e os territórios em que cada um dos artistas vivem e trabalham. 

Em uma colaboração inédita com uma marca, o MAM lança uma linha de produtos do 38º Panorama.

Mais detalhes sobre cada projeto serão divulgados em breve. 


Artistas 

Adriano Amaral (SP)                                        Marlene Almeida (PB)

Advânio Lessa (MG)                                        Melissa de Oliveira (RJ)

Ana Clara Tito (RJ)                                          Mestre Nado (PE)

Antonio Tarsis (BA)                                          MEXA (SP)

Davi Pontes (RJ)                                              Noara Quintana (SC)

Dona Romana (TO)                                          Paulo Nimer Pjota (SP)

Frederico Filippi (SP)                                        Paulo Pires (MT)

Gabriel Massan (RJ)                                         Rafael RG (SP)

Ivan Campos (AC)                                            Rebeca Carapiá (BA)

Jayme Fygura (BA)                                           Rop Cateh - Alma pintada em

Jonas Van & Juno B. (CE)                                Terra de Encantaria dos

José Adário dos Santos (BA)                           Akroá Gamella (em

Joseca Mokahesi Yanomami (RR)                   colaboração com Gê Viana

Labō (PA) & Rafaela Kennedy (AM)                  e Thiago Martins de Melo) (MA)

Laís Amaral (RJ)                                               Sallisa Rosa (GO)

Lucas Arruda (SP)                                            Solange Pessoa (MG)

Marcus Deusdedit (MG)                                   Tropa do Gurilouko (RJ)

Maria Lira Marques (MG)                                  Zahỳ Tentehar (MA)

Marina Woisky (SP)                                          Zimar (MA)


Sobre o Panorama da Arte Brasileira do MAM São Paulo: A série de mostras Panorama da Arte Brasileira foi iniciada em 1969 e coincidiu com a instalação do MAM São Paulo em sua sede na marquise do Parque do Ibirapuera. As primeiras edições do Panorama marcaram a história do museu por terem contribuído direta e efetivamente na formação de seu acervo de arte contemporânea. Ao longo das 37 mostras já realizadas, o Panorama do MAM buscou estabelecer diálogos produtivos com diferentes noções sobre a produção artística brasileira, nossa história, cultura e sociedade. Realizado a cada dois anos, sempre produz novas reflexões acerca dos debates mais urgentes da contemporaneidade brasileira.

Sobre o MAM São Paulo: Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de cinco mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas. O MAM têm uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx e Haruyoshi Ono para abriga obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.


Serviço:

38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus

Curadoria: Germano Dushá, Thiago de Paula Souza

Curadoria-adjunta: Ariana Nuala

Período expositivo: 5 de outubro de 2024 a 26 de janeiro de 2025 

Realização: Museu de Arte Moderna de São Paulo

Exibição em: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, MAC USP

Locais: térreo e terceiro andar 

Funcionamento: terça a domingo, das 10h às 21h

Gratuito

Mais informações em: mam.org.br/38panorama

.: Pandora: de 13 filmes no Festival do Rio, quatro disputam indicação ao Oscar

Imagem do filme "A Quem Eu Pertenço"

“Rainhas”, “Memórias de um Corpo Ardente”, “Encontro com o Ditador” e “Caminho da Vida” disputam vaga na categoria de melhor filme internacional


A Pandora Filmes marca presença no Festival do Rio 2024 com a exibição de treze filmes. Entre os destaques da programação, quatro títulos concorrem a vagas na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar no próximo ano. São eles: “Rainhas”, produção que representa a Suíça e esteve no Festival de Sundance 2024; “Memórias de um Corpo Ardente”, representante da Costa Rica que ganhou o Prêmio do Público na mostra Panorama no Festival de Berlim; "Encontro com o Ditador", filme apresentado na sessão Première do Festival de Cannes 2024 e que representa o Camboja; e "Caminho da Vida", longa do Nepal que concorreu ao Urso de Ouro no Festival de Berlim 2024.

Os longas são inéditos em território fluminense, tendo sido exibidos somente ao público paulista durante o Festival Filmes Incríveis, evento que ocorreu em agosto deste ano, promovido pelo Grupo Belas Artes. Além deles, dois longas ganham sua primeira exibição no país; são eles: “Aventuras de uma Francesa na Coreia do Sul", novo longa do renomado cineasta sul-coreano Hong Sang-soo, e "Os Sonhos de Pepe", documentário sobre o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica.


Confira abaixo lista completa de filmes distribuídos pela Pandora Filmes no Festival do Rio 2024:

"Caminho da Vida"

Indicado ao Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlim 2024, “Caminho da Vida” segue Pema, uma jovem que se casa com Tashi e seus dois irmãos mais novos. Tashi viaja numa caravana de negociadores para a comunidade vizinha. Em sua ausência, Pema lida com a suspeita da comunidade em relação à sua gravidez e as pressões de uma cultura rígida. Este é o segundo longa-metragem do diretor Min Bahadur Bham. Seu curta-metragem "Bansulli" (2012) foi o primeiro filme do Nepal selecionado para o Festival de Veneza, seguido por seu longa de estreia "Nas Estradas do Nepal” (2015), que ganhou o prêmio FEDEORA de Melhor Filme na Semana da Crítica de Veneza. "Nas Estradas do Nepal" é também o filme nepalês de maior bilheteria no exterior. Agora, seu segundo longa-metragem concorre a uma vaga na cerimônia do Oscar 2025.

"Rainhas"

Dirigido por Klaudia Reynicke-Candeloro, Rainhas segue as irmãs Lucia e Aurora, que enfrentam um momento decisivo em meio ao turbulento Peru dos anos 1990. Prestes a deixar o país com a mãe rumo aos Estados Unidos, elas precisam lidar com emoções conflitantes e com a ausência do pai, Carlos, cuja assinatura é essencial para que possam sair. Até então, ele esteve distante de suas responsabilidades paternas, mas agora, para reconquistar o amor das filhas, precisará provar seu valor antes que elas partam. O filme foi o vencedor do Grand Prix na categoria Generation Kplus no Festival de Berlim 2024 e agora concorre a uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025.

"Encontro com o Ditador"

Exibido no Festival de Cannes 2024 e escolhido para tentar representar o Camboja na premiação do Oscar no ano que vem, o longa retrata a tentativa de três franceses de entrevistar Pol Pot, político e líder do movimento comunista que governou o Camboja de 1975 a 1979. Suas expectativas são desconstruídas à medida que confrontam a brutal realidade do regime Khmer Vermelho. O elenco é liderado pela renomada atriz francesa Irène Jacob ("A Dupla Vida de Véronique" e "A Fraternidade é Vermelha"), e o longa foi dirigido por Rithy Pahn. O cineasta é mais conhecido por seu documentário "A Imagem que Falta" (2013), que foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário. 

"Memórias de um Corpo Ardente"

Vencedor do Prêmio do Público na mostra Panorama do Festival de Berlim, o filme explora a vida de três mulheres maduras da Costa Rica, que se permitem revisitar memórias e expressar abertamente sua sexualidade reprimida. Com direção de Antonella Sudasassi, a produção é uma narrativa poética sobre desejo e identidade. O filme foi selecionado como a entrada da Costa Rica no Oscar.

"A Quem Eu Pertenço"

"A Quem Eu Pertenço" expande a narrativa do curta-metragem indicado ao Oscar "Brotherhood" (2018), da diretora Meryam Joobeur, que foi exibido em mais de 150 festivais e conquistou 70 prêmios internacionais. Neste novo trabalho, Joobeur apresenta um drama intenso que explora as tensões familiares de uma mulher tunisiana quando seu filho retorna da guerra acompanhado de uma esposa enigmática.

"Linguagem Universal”

Matthew Rankin apresenta uma comédia surreal que se passa entre Teerã e Winnipeg. Tempo e identidades pessoais se misturam, se entrelaçam, e ecoam numa comédia desorientadora neste longa que foi vencedor do Prêmio do Público da Quinzena dos Diretores no Festival de Cannes 2024.

"Todas as Estradas de Terra Têm Gosto de Sal"

Distribuído internacionalmente pela A24 e filmado em belíssimos 35mm, o filme explora quatro décadas da vida de Mackenzie na zona rural do Mississippi nas décadas de sessenta e setenta, desde sua infância até a idade adulta. O filme teve sua estreia mundial no Festival de Sundance em 2023 e chega aos cinemas brasileiros em 28 de novembro.

"Retrato de Norah"

Situado em um pequeno vilarejo remoto da Arábia Saudita nos anos 90, quando a expressão artística era proibida, o drama retrata a história de Nader, um artista saudita que abandona sua paixão pela arte para lecionar em um vilarejo remoto, e Norah, uma mulher independente que vive com seu irmão após a perda dos pais. Juntos, eles exploram o redescobrimento artístico e as relações humanas. Dirigido por Tawfik Alzaidi, a produção foi exibida em Cannes na seção “Un Certain Regard", o primeiro da Arábia Saudita nos 77 anos de história do festival. 

"Animale”

Dirigido por Emma Benestan, o filme encerrou o Festival de Cannes 2024 e explora a jornada de uma jovem toureira que, após ser atacada, começa a perceber mudanças físicas perturbadoras, ao mesmo tempo em que sua comunidade é aterrorizada por um touro à solta. A obra combina elementos de drama e mistério, abordando questões de gênero e identidade.

"Aventuras de uma Francesa na Coreia do Sul"

Hong Sang-soo traz uma história peculiar sobre uma francesa (Isabelle Huppert) que, sem dinheiro ou meios de se sustentar na Coreia do Sul, ensina a sua língua materna para duas mulheres coreanas. Conhecido por seu estilo minimalista e altamente autoral, Hong Sang-soo se destaca no cenário do cinema internacional por suas obras intimistas, muitas vezes explorando relacionamentos complexos, a passagem do tempo, e questões sobre arte e vida cotidiana.

"Trilha Sonora Para Um Golpe de Estado"

Dirigido por Johan Grimonprez, o documentário conecta o jazz à revolução, recontando momentos chave da Guerra Fria. Vencedor do Prêmio Especial do Júri por Inovação Cinematográfica no Festival de Sundance 2024, figuras históricas como Nina Simone, Malcolm X, Louis Armstrong e Fidel Castro aparecem no filme, que examina as complexas relações entre arte, política e revolução.

"Teleférico do Amor

Conhecido por seu estilo único e sem diálogos, o diretor de “De Quem é o Sutiã?”, Veit Helmer retrata de maneira fantástica a história de amor entre duas mulheres que trabalham em um teleférico que atravessa as belas montanhas da Geórgia.

"Os Sonhos de Pepe"

Este documentário de Pablo Trobo reflete sobre a vida e os ideais de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, que conquistou o mundo com sua filosofia de vida simples e comprometida com a justiça social. O filme propõe um olhar sobre o legado de Mujica em um planeta em colapso.

 

Sinopse: Depois que o último filho sai de casa, Chiara, matriarca de uma família descendente de italianos, decide acompanhar o marido em suas viagens como vendedor pelos botecos da Serra Gaúcha. Uma tartaruga e baralhos de carta colocarão à prova mais de 50 anos de vida a dois.


.: Cineflix Santos estreia "Coringa: Delírio A Dois" e "Placa Mãe". Programe-se!

Imagem de "Coringa: Delírio a Dois" que tem pré-estreia na Cineflix Cinemas em 2 de outubro


A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia o thriller musical "Coringa: Delírio A Dois", a animação "Placa Mãe" e volta a exibir, no sábado e domingo a animação "Robô Selvagem", para serem assistidos com balde de pipoca quentinha. 

Seguem em cartaz o drama suspense nacional "Ainda Somos os Mesmos", a animação "Transformers: O Início", o drama "A Forja - O Poder da Transformação", o terror "A Substância" e o suspense, comédia de Woody Allen "Golpe de Mestre em Paris". Programe-se e confira detalhes abaixo! 

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Estreias da semana na Cineflix Santos

"Coringa: Delírio A Dois" (Joker: Folie À Deux). Ingressos on-line neste linkGênero: drama, thriller, musicalClassificação: 16 anos. Duração: 2h19. Ano: 2024. Distribuidora: Warner Bros. Filmes. Direção: Todd PhillipsRoteiro: Todd Phillips, Scott Silver. Elenco: Joaquin Phoenix (Arthur Fleck / Coringa), Lady Gaga (Harley Quinn), Brendan Gleeson (Jackie Sullivan), Catherine KeenerSinopse: Arthur Fleck institucionalizado em Arkham, à espera de ser julgado pelos seus crimes como Joker. Enquando luta contra a sua dupla personalidade, Arhtur não só encontra o amor verdadeiro, mas também a música que sempre esteve dentro dele. Confira os horários: neste link

Trailer "Coringa: Delírio A Dois"


"Placa Mãe" (nacional). Ingressos on-line neste linkGênero: animaçãoClassificação: 10 anos. Duração: 1h45. Ano: 2024. Distribuidora: O2 Play. Direção: Igor BastosRoteiro: Igor Bastos. Vozes: Ana Paula Schneider, Vitor Gabriel Pereira, Ana Júlia Silva Guimarães)Sinopse: Num futuro próximo no interior de Minas Gerais, onde Nadi (Ana Paula Schneider), uma androide com cidadania brasileira, conquista o direito de adotar duas crianças, David (Vitor Gabriel Pereira) e Lina (Ana Júlia Silva Guimarães). Confira os horários: neste link

Trailer "Placa Mãe"

"Robô Selvagem" ("The Wild Robot"). Ingressos on-line neste linkGênero: animação, infantil, aventuraClassificação: livre. Duração: 1h41. Ano: 2024. Distribuidora: Universal Pictures Brasil. Direção: Chris SandersRoteiro: Chris Sanders. Elenco: Lupita Nyong'o Rozzum (Roz), Pedro Pascal (Fink), Bill Nighy (Longneck), Catherine O'Hara (Pinktail), Kit Connor (Brightbill), Mark Hamill, Paul-Mikél WilliamsSinopse: Uma história comovente e cheia de aventuras sobre o que acontece quando a natureza e a tecnologia colidem inesperadamente, como os humanos. Baseado na série de livros de mesmo nome de Peter Brown, produzido pela DreamWorks Animation e distribuído pela Universal Pictures. Confira os horários: neste link

Trailer de "Robô Selvagem"

Seguem em cartaz na Cineflix Santos

"A Forja - O Poder da Transformação" (The Forge). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: livre. Duração: 2h03. Ano: 2024. Distribuidora: Paris Filmes. Direção: Alex KendrickRoteiro: Alex Kendrick. Elenco: Cameron Arnett (Joshua Moore), Priscilla C. Shirer. (Cynthia Wright), Aspen Kennedy Wilson (Isaiah)Sinopse: Um ano depois de encerrar o ensino médio, o jovem Isaías Wright não tem planos para o futuro e é desafiado por sua mãe solo e um empresário de sucesso a começar a traçar um rumo melhor para sua vida. Ele passa a ser discipulado pelo seu novo mentor, conta com orações de sua mãe e de uma guerreira de orações, Dona Clara, e começa a descobrir o propósito de Deus para sua vida. Confira os horários: neste link

Trailer "A Forja - O Poder da Transformação"


"Ainda Somos os Mesmos" (nacional). Ingressos on-line neste linkGênero: drama, suspenseClassificação: 12 anos. Duração: 1h31. Ano: 2023. Distribuidora: Paris Filmes. Direção: Paulo NascimentoRoteiro: Paulo Nascimento. Elenco: Carol Castro. (Clara), Edson Celulari (Fernando), Gabrielle Fleck (Helena), Lucas Zaffari (Gabriel)Sinopse: Em 1973, quando um brasileiro fugindo do exército chileno após o golpe de estado de Pinochet encontra abrigo na embaixada argentina, ele tenta sobreviver enquanto seu pai tenta resgatá-lo.. Confira os horários: neste link

Trailer "Ainda Somos os Mesmos"


"Transformers: O Início" (Transformers: One). Ingressos on-line neste linkGênero:  ação, ficção científicaClassificação: livre. Duração: 1h43. Ano: 2023. Distribuidora: Paramount Pictures. Direção: Josh CooleyRoteiro: Eric Pearson, Andrew Barrer, Gabriel Ferrari, Michael Sherman. Vozes originais: Chris Hemsworth, Brian Tyree Henry, Scarlett Johansson, Keegan-Michael Key, Steve Buscemi, Laurence Fishburne e Jon HammSinopse: A história de origem de Optimus Prime e Megatron, os maiores rivais da franquia, mas que um dia foram amigos tão ligados quanto irmãos. Confira os horários: neste link

"A Substância" (The Substance). Ingressos on-line neste linkGênero: terror, ficção científicaClassificação: 18 anos. Duração: 2h20. Ano: 2024. Distribuidora: Imagem Filmes, Mubi. Direção: Coralie FargeatRoteiro: Coralie Fargeat. Elenco: Demi Moore, Margaret Qualley, Dennis QuaidSinopse: Elisabeth Sparkle, renomada por um programa de aeróbica, enfrenta um golpe devastador quando seu chefe a demite. Em meio ao seu desespero, um laboratório lhe oferece uma substância que promete transformá-la em uma versão aprimorada. Confira os horários: neste link

.: Resenha: "A Substância" e o terror da beleza feminina "perdida" na velhice

Trailer de "A Substância"

"Golpe de Sorte em Paris" (Coup de chance). Ingressos on-line neste linkGênero: suspense, comédiaClassificação: 12 anos. Duração: 1h36. Ano: 2023. Distribuidora: O2 Play Filmes. Direção: Woody AllenRoteiro: Woody Allen. Elenco: Lou de Laâge, Valérie Lemercier, Melvil PoupaudSinopse: Fanny e Jean são parceiros que têm tudo o que um casal ideal queira ter. Um dia ela tem os seus caminhos cruzados com Alain e passa a entender que está vivendo uma vida da qual não gostaria, abrindo margem aos conflitos. Confira os horários: neste link

Trailer de "Golpe de Sorte em Paris"


terça-feira, 1 de outubro de 2024

.: Holly Jackson: "O reaparecimento de Rachel Price" traz espiral de segredos

Em novo thriller da autora do best-seller "Manual de assassinato para boas garotas", jovem investiga o desaparecimento da mãe e descobre espiral de segredos terríveis


Após o sucesso avassalador de "Manual de assassinato para boas garotas", cuja adaptação audiovisual lançada pela Netflix em agosto se tornou uma das séries mais vistas do ano, a rainha dos thrillers Holly Jackson está de volta com mais uma trama eletrizante. Em "O reaparecimento de Rachel Price", a autora apresenta uma história na qual nada é o que parece. O livro, que rapidamente alcançou a primeira posição na lista de mais vendidos do New York Times, chega ao Brasil em outubro pela Intrínseca e promete deixar os leitores, assim como a protagonista, desconfiados de tudo e todos.

Aos 18 anos, Bel vive à sombra de um acontecimento que marcou a história de sua família para sempre. Quando ela ainda era bebê, sua mãe, Rachel Price, desapareceu sem deixar rastros. Desde então, a jovem sofre com a atenção indesejada que a gerou. Enquanto isso, seu pai, que chegou a ser preso e absolvido por falta de provas, continua a ser visto pela população da cidade como o responsável pelo desaparecimento de Rachel. Para piorar, os Price passam a ser acompanhados de perto por uma equipe de filmagem que está produzindo um documentário de true crime sobre o caso. A família precisa do dinheiro, mas Bel gostaria apenas que todos esquecessem essa história e seguissem em frente.

O documentário ganha um enorme plot twist quando Rachel retorna inesperadamente e vira a vida de Bel de cabeça para baixo. A jovem sabe que deveria ficar feliz pela volta da mãe, mas sente que há algo errado e não consegue se acostumar com uma estranha em sua casa. Conforme percebe inconsistências nas histórias da mãe sobre os anos que passou desaparecida e vê o pai se afastar cada vez mais, Bel decide fazer seu próprio documentário. Com a ajuda de Ash, o peculiar assistente de câmera, ela registra sua jornada em busca da verdade e descobre que todos na família parecem esconder algo. Mas sua investigação do caso Rachel Price pode acabar se tornando um filme de terror.

Com dinâmicas familiares intrincadas, revelações arrepiantes e um mistério de tirar o fôlego, "O reaparecimento de Rachel Price" e mostra a potência de Holly Jackson como escritora de suspenses contemporâneos e a consolida como um dos maiores nomes do gênero. Na nova história, cada segredo desvendado deixa o leitor mais perto da verdade. Para Bel, as revelações podem ter um preço alto demais. Mas, para os amantes de uma boa reviravolta, a obra traz acontecimentos impactantes e um desfecho recompensador.

Compre "O reaparecimento de Rachel Price", de Holly Jackson aqui amzn.to/3zGVBwM


Holly Jackson se tornou autora best-seller do New York Times com a série Manual de assassinato para boas garotas, que vendeu milhões de exemplares em todo o mundo e foi adaptada em uma série de sucesso da BBC, distribuída pela Netflix. É for­mada na Universidade de Nottingham, onde es­tudou Linguística Literária e Escrita Criativa, e tem um mestrado em Língua Inglesa. Holly gosta de jogar videogames e assistir a documentários sobre crimes reais para fingir que é uma detetive. Atualmente, mora em Londres. Pela Intrínseca, também publicou Os cinco sobreviventes.


"O reaparecimento de Rachel Price", de Holly Jackson

Tradução: Karoline Melo

Páginas: 544

Editora: Intrínseca 

Livro impresso: R$ 69,90 

E-book: R$ 46,90

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.: "A Garota da Vez": Anna Kendrick enfatiza que as aparências enganam

Baseado na história real e bizarra de um serial killer que participou de um programa de TV de namoro nos EUA, longa estreia em 10 de outubro em todo o país


Um programa de namoro pode causar reações distintas no público: ora pode despertar o romantismo, ora a boa e velha vergonha alheia. Mas no caso do true crime "A Garota da Vez", novo lançamento da Diamond Films, o “The Dating Game” é palco para uma história que é sinônimo de algo mais sombrio: perigo.

No filme, que chega aos cinemas brasileiros em 10 de outubro, Anna Kendrick interpreta a jovem atriz Sheryl Bradshaw, que decide participar do programa em busca de uma nova chance para alavancar sua carreira. Contudo, ao final, ela acaba em um encontro com o implacável serial killer Rodney Alcala, que mais tarde seria condenado pela morte de cinco mulheres e se tornaria suspeito de mais de uma centena de crimes.

“A razão para a história ser tão atraente é porque ela é uma metáfora da vida real que explora a questão sobre em quem confiamos”, explicou Kendrick, que também dirige o longa, ao QUEUE. “Obviamente, é só um programa bobo, mas ele serve como um vetor perverso para abordar o medo do não saber. Quanto você pode realmente conhecer alguém? Quem está do outro lado da cortina?”

O roteiro de Ian McDonald se encarrega de criar tensão, conforme explora não só a história de Sheryl, mas também de outras vítimas de Rodney Alcala. Contudo, é o olhar atento de Kendrick na direção que enfatiza o perigo ao demonstrar como a nossa percepção também pode ser traiçoeira. 

Aproveitando o cenário do programa de namoro, aparentemente tão amistoso, a atriz e diretora explora essa ideia nos detalhes. À primeira vista, Kendrick retrata Rodney Alcala como o mais charmoso dos três pretendentes disponíveis no “The Dating Game”. No entanto, ela também se vale dos pequenos gestos e sinais de desconfiança para indicar que há algo de errado e gerar desconforto no espectador. Assim, "A Garota da Vez" revela as artimanhas que escondem a crueldade do assassino, na mesma medida que humaniza Sheryl e as demais vítimas.

Com estreia marcada para 10 de outubro nos cinemas de todo o país, "A Garota da Vez" é distribuído pela Diamond Films.

Sinopse: "A Garota da Vez" é baseado na história real bizarra de Sheryl Bradshaw (Anna Kendrick) e Rodney Alcala (Daniel Zovatto). Bradshaw era uma solteira em busca de um pretendente no programa de TV de sucesso dos anos 70, “The Dating Game”, e escolheu o solteiro charmoso nº 3, Rodney Alcala. No entanto, por trás da fachada gentil de Alcala havia um segredo mortal: ele era um serial killer psicopata em meio a mais uma onda de assassinatos.

Sobre a Diamond Films: A Diamond Films é a maior distribuidora independente da América Latina. Fundada em 2010, se destaca por distribuir os melhores filmes independentes da indústria cinematográfica. Atualmente, a empresa atua em sete países da América Latina: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e México. No ano de 2016 começou a atuar no mercado europeu, por meio da sua filial na Espanha. No Brasil desde 2013, a Diamond Films distribuiu títulos como “Os Oito Odiados”, “Moonlight - Sob a Luz do Luar”, “Green Book - O Guia”, “Moonfall – Ameaça Lunar”, “No Ritmo do Coração”, “Spencer”, “A Pior Pessoa do Mundo”, “Órfã 2: A Origem”, “One Piece Film Red”, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, “Fale Comigo”, “Zona de Interesse”, “Anatomia de Uma Queda” e “Guerra Civil”.


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.: Espetáculo "Um tempo chamado Yayá": trágica história de mulher confinada

Montagem aborda a vida de Dona Yayá, herdeira reclusa em um casarão no centro de São Paulo, e discute questões de saúde mental, gênero e patrimônio cultural. Foto: Beto Garavello

 

Com texto e direção de Patrícia Teixeira e processo colaborativo das atrizes da Cia. Coexistir de Teatro, o espetáculo Um Tempo Chamado Yayá explora a vida de Sebastiana de Mello Freire (1887-1961), conhecida como Dona Yayá, herdeira de uma grande fortuna que foi confinada em uma casa devido a quadros de desequilíbrios psiquiátricos. No elenco, Alana Carvalho, Gabriela Pietro, Gislaine Mendes, Janaína dos Reis, Lia Xavier, Sandra Crobelatti, Silvia Fuller e Wash Peinado interpretam diferentes fases da vida de Dona Yayá, incluindo personagens como sua madrinha, cuidadoras, enfermeiro e professor.

A peça estreia dia 11 de outubro, na Casa de Cultura Dona Yayá, onde Dona Yayá ficou presa – um casarão preservado no centro da cidade de São Paulo, que carrega histórias sobre o passado da saúde mental e seus impactos culturais. A temporada segue até 22 de novembro, sempre às sextas-feiras, às 20h.

Também serão realizadas sessões no Teatro Paulo Eiró de 29 de novembro a 1º de dezembro, às sextas e sábados às 21h e domingos às 19h. O CAPs Itapeva recebe o espetáculo em 21 de novembro, às 18h.

Dona Yayá nasceu em 21 de janeiro de 1887 em uma família paulista aristocrática marcada por tragédias. Órfã desde os 13 anos, foi tutelada pelo Senador de São Paulo, Manuel Joaquim de Albuquerque Lins, e internada em um hospital psiquiátrico em 1919 devido a desequilíbrios emocionais. Posteriormente, recebeu tratamento em casa, onde viveu reclusa até sua morte em 1961.

A obra destaca a importância de discutir a doença mental considerando o contexto cultural e social, ressaltando a importância do papel das mulheres na necessidade da transformação de estigmas e desigualdades.

“Entrar em contato com a história de Dona Yayá, é debruçar-se de forma crítica, cuidadosa e atenta sobre o que foi feito de fato com essa mulher. Na narrativa, explorar o patrimônio cultural é resistir. Narrar é resistir. Por meio do teatro, mediamos e compartilhamos questões relacionadas à história e memória da institucionalização, considerando como as questões de gênero se articulam com a loucura e não esquecermos que o manicômio é a forma na qual o estado se relaciona com a sociedade”, reflete Patrícia Teixeira.

Para a diretora, a luta por uma sociedade sem manicômios é uma luta por direitos humanos. “Estarmos diante da história de Dona Yayá é também estarmos diante de tantas Yayás no processo histórico que nos leva a compreender as estruturas a partir do conceito de gênero.

Tempos nos quais a mulher é rechaçada, desqualificada, diminuída, discriminada e assassinada. Abordar esse tema é nos fazer refletir sobre a necessidade de interseccionar a discussão da saúde mental com as questões de gênero, classe e raça”, afirma.

A dramaturgia utiliza uma narrativa dividida em duas partes, alternando entre o presente e o passado de maneira não linear. No plano do presente, uma monitora guia o espectador por meio de uma exposição, apresentando a vida de Dona Yayá. Enquanto no segundo plano, mergulha no passado da protagonista, revisitando momentos significativos de sua infância, adolescência e idade adulta. “As memórias de Yayá podem se confundir com as nossas memórias e de tantas mulheres que tiveram seus sonhos, subjetividade, alma e corpo confinados e mortos", explica a diretora.


Montagem itinerante: A narrativa da vida de Yayá é contada em diferentes ambientes da casa, criando um paralelo entre os cômodos e a fragmentação de sua psique, em uma tentativa de reunir as partes de sua vida que foram desmembradas, e reconstruir sua subjetividade.

Cada cômodo representa uma parte de sua memória, dividida em temas específicos: infância marcada por perdas, adolescência caracterizada pela solidão, e a fase adulta, explorada em duas vertentes - a busca pela liberdade e autonomia, a experiência da doença, o confinamento, a partir de um olhar sensível sobre o resgate da identidade de Yayá.

As cenas são apresentadas simultaneamente em cada cômodo, interligadas por tempos distintos. Ao mesmo tempo, uma monitora que está no tempo presente atua como narradora das memórias e da casa onde ficou confinada, propondo questionamentos sobre a história de Yayá e de tantas outras mulheres internadas em manicômios.

“Um tempo Chamado Yayá” é uma produção apoiada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, por meio do Proac Edital 01/2023.

Sobre a Cia. Coexistir: A Cia. Coexistir de Teatro, fundada em 1999 pela diretora e psicoterapeuta junguiana Patrícia Teixeira, estabeleceu um núcleo fixo de pesquisa em 2006 com três atrizes. Desde 2009, dedica-se a uma experiência cênica de ampliação simbólica na perspectiva junguiana na qual relaciona pisque, mito e rito incentivando a participação ativa do público em espaços não convencionais, trazendo uma interlocução entre Teatro-Território-Memória.

Com mais de 500 apresentações em São Paulo, alcançando aproximadamente 15.000 pessoas, a companhia destaca-se por levar seu trabalho a espaços públicos dialogando com a cidade e dentro da perspectiva de “um teatro para todos”, um Coexistir em Cena e na vida, tem um histórico de apresentações em penitenciárias, abrigos, albergues, visando inclusão e conexão com a comunidade. A pesquisa da Cia. Coexistir é colaborativa, atualiza a linguagem simbólica dos mitos e explora temas das raízes da cultura brasileira, resultando em uma teatralidade expandida, com base no teatro pós-dramático. Trata-se de um teatro de imagens capaz de investigar as potencialidades do corpo, não apenas por meio de sua capacidade de significar, mas de sua presença que gera o acontecimento, o inédito, o devir.


Ficha técnica:

Dramaturgia e Direção Geral: Patrícia Teixeira. Elenco: Alana Carvalho, Gabriela Pietro, Gislaine Mendes, Janaína Reis, Lia Xavier, Sandra Crobelatti, Silvia Fuller e Wash Peinado. Preparação Corporal: Gislaine Mendes. Preparação Vocal: Fernando Gabriel. Iluminação: Beato Ten Prenafeta. Iluminador assistente: Jackson Oliveira. Figurinos e Adereços: Wilson Ranieri. Caracterizador: Beto França. Comunicação Digital: ho.ko Comunicação. Designer: Lucas Sancho. Direção de Produção: Amanda Leones. Produtor assistente: Ana Botelho. Fotografia: Beto Garavello. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Contabilidade: JRC Assessoria Contábil. Produção Administrativa: Luana Costa. Produção Geral: Versa Cultural. Apoio Cultural: Essências e Cia. Idealização: Cia. Coexistir. Realização: Somah e Governo do Estado de São Paulo.


Serviço:

Um Tempo chamado Yayá

Duração: 1h30

Classificação: 14 anos

Entrada gratuita – reserva de ingressos pela Sympla

Estreia dia 11 de outubro, sexta, às 20h, na Casa de Cultura Dona Yayá


Casa da Dona Yayá

Temporada: De 11 de outubro a 22 de novembro - Sextas-feiras, às 20h.

Aviso: Não haverá sessão no dia 15/11 – Feriado.

Rua Major Diogo, 353 - Bela Vista/Bixiga - São Paulo


Teatro Paulo Eiró

Curta temporada: De 29 de novembro a 1º de dezembro - Sexta e sábado, às 21h e domingo, às 19h.

Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro, São Paulo - SP, 04733-100


CAPs Itapeva

Apresentação única: 22 de novembro, às 18h

Rua Carlos Comenale, 32, Bela Vista, São Paulo, SP, 01332-030 

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