sábado, 17 de agosto de 2024

.: Com Caio Blat, “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, estreia em SP


Uma novíssima adaptação do clássico da literatura brasileira “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, o filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, com direção de Bia Lessa, estrelado por Caio Blat (Riobaldo) e Luiza Lemmertz (Diadorim), ganha trailer e cartaz. O filme terá um lançamento diferenciado nos cinemas, com distribuição da Filmes do Estação, dentro do projeto Mãos à Obra, que é apresentado pelo Instituto Cultural Vale através da Lei Federal de incentivo à Cultura.

O título do longa-metragem é uma das frases mais famosas do livro, que narra a trajetória do jagunço Riobaldo, enfrentando seus demônios em guerras pelo Sertão mineiro. A produção do longa foi realizada pela 2+3 Produções, em coprodução com a Globo Filmes, Canal Brasil, RioFilme, 2+2 Comunicações e em associação com Quanta, Effects Film e O Grivo. O lançamento do filme se desdobrará no projeto Mãos à Obra, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, São Luís, Fortaleza, Salvador e Porto Alegre, onde serão promovidos encontros com a diretora e o elenco e serão desenvolvidas diversas atividades em torno do universo de criação do filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”. 

O projeto consiste em apresentação do making of da peça dirigida por Bia Lessa, do documentário premiado “Onde Nascem as Ideias”, de Carolina Sá, e da projeção do filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” em teatros, cinemas ou espaços educacionais, além de palestras, debates e oficinas sobre o tema. As palestras abordarão diferentes aspectos da obra de Guimarães Rosa,, como sua linguagem, temáticas, além de explorar o processo criativo de Bia Lessa. As oficinas, por sua vez, oferecerão oportunidades de aprendizado e experimentação para os participantes. Os debates, as palestras, as oficinas e exibições do making of e do documentário serão gratuitas.

O filme fez sua estreia mundial no Festival do Rio 2023 e, em seguida, participou de diversos festivais nacionais e internacionais, como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo de 2023, a 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, XV Festival Internacional de Cinema da Fronteira, o Festival du Cinéma Brésilien de Paris, a Mostra Cinebrasil Berlim e o Panorama Brasileiro do Cine en El Kirchner e exibição na Universidade de Yale.

“O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” é o resultado de um longo trabalho de Lessa com a literatura de Guimarães Rosa. Bia Lessa diz: “Este filme vem do desejo de dialogar com a linguagem cinematográfica da mesma forma que Guimarães estabeleceu um diálogo com a língua portuguesa escrita e oral” . Primeiro, ela fez uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, com textos do autor. Depois, transformou o livro em peça de teatro, com a parceria do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em montagem de enorme sucesso de público e de crítica, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio, no SESC, em São Paulo e em várias capitais brasileiras. 

E, durante a pandemia, entre 2020 e 2022, retrabalhou as histórias de Riobaldo, desta vez para o cinema, com os mesmos atores da peça. O elenco reúne Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luisa Arraes, Leonardo Miggiorin, Clara Lessa, José Maria Rodrigues, Lucas Oranmian, Daniel Passi, Elias de Castro e Balbino de Paula.

Na tela do cinema, os atores transitam por um espaço sem referências geográficas nem fronteiras. Se no teatro os personagens estavam aprisionados numa jaula construída por Paulo Mendes da Rocha e Camila Toledo, na tela do cinema eles perambulam num vazio acinzentado, atordoados entre o delírio, a memória, a fúria e a paixão. São personagens de um sertão onde a ferocidade das emoções é o que há de concreto diante do trágico da vida intensamente vivida. O sertão imaginário de Lessa, como o de Guimarães Rosa, expõe as encruzilhadas da tragédia na representação do mundo como lugar de dúvidas dilacerantes. Neste sertão nebuloso, o próprio cinema, como suporte para apreensão da realidade, é posto em questão por uma metafísica que desafia os limites da linguagem.

“O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” é a quarta incursão pelo audiovisual de Bia Lessa, depois dos longas-metragens “Crede-mi” (de 1996, dirigido em parceria com Dany Roland), de “Então Morri” (de 2016, outra parceria com Dany Roland) e de uma série audiovisual, a trilogia “Cartas ao Mundo” (pesquisa autoral de Bia em torno da linguagem cinematográfica de Glauber Rocha). Lessa é uma artista multimídia com uma extensa produção e já trabalhou com teatro, ópera, exposições, shows, desfiles de moda, videoarte, instalações, além de performances e trabalhos de curadoria para museus e bienais. Atualmente, prepara o Pavilhão do Brasil para a Expo 2025 em Osaka.


Sinopse de “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”
Riobaldo, um jagunço (cangaceiro ou pistoleiro) revive sua vida turbulenta no sertão. Ele relata suas experiências como membro de dois bandos inimigos entre si, um bando liderado por Joca Ramiro e o outro, por Zé Bebelo. Posteriormente, assume a liderança do bando após a morte de Ramiro. O enredo é marcado pela presença de um personagem enigmático chamado Diadorim, que se torna o grande amor de Riobaldo e despertando neste inúmeras questões: “Aonde está o Demo? Está fora ou dentro do homem? Como um homem pode amar outro homem? Coração da gente - o escuro, escuros…” Diadorim é um mistério constante para Riobaldo e a verdadeira identidade de Diadorim é revelada apenas no clímax da história.

A narrativa é não linear, com reflexões filosóficas entrelaçadas com cenas detalhadas da vida e das batalhas sangrentas no sertão, incluindo crenças populares, lendas e tradições. No cerne estão as questões de dualidade, ambiguidade e conflito interior. Riobaldo constantemente lida com escolhas morais e dilemas éticos, enquanto busca entender seu lugar no mundo e sua própria natureza. A relação entre Riobaldo e Diadorim simboliza muitos desses temas, explorando a complexidade da identidade, gênero e afetos profundos.
 

Sobre Bia Lessa
Bia Lessa, artista multimídia brasileira, autodidata, realizou trabalhos nas áreas de cinema, teatro, música, ópera, instalações, exposições, museus e arquitetura. Em cinema, realizou três longas-metragens: “Crede-mi”, a partir da obra “O Eleito”, de Thomas Mann, “Então Morri”, prêmio de melhor longa-metragem na categoria Novos Rumos do Festival do Rio, e o filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, a partir da obra de João Guimarães Rosa, com o qual participou do Festival do Rio 2023. Realizou a minissérie “Cartas ao Mundo”, a partir da obra de Glauber Rocha, um documentário intitulado “Scar”, sobre a violência contra a mulher, para o Southbank Centre em Londres, e “Casa de Bonecas”, de Ibsen. Seus espetáculos e filmes foram apresentados no Centre Georges Pompidou em Paris, no Festival de Outono de Madri, no Festival Theater der Welt na Alemanha, no Festival de Cinema Berlinale em Berlin, no Sommer Theater Festival, em Hamburgo, no Sigma Festival, em Bordéus, no Zurcher Theater Spektakel, em Zurique, no Festival Internacional de Teatro de Caracas, no Festival des Ameriques, em Montreal, no Festival Dumaurier, em Toronto, no Festival de Cadiz e no Festival de Cinema de São Francisco, Biarritz, Shangai, Jerusalém, Calcutá, Praga, Brisbane, Munique, Colônia, Dusseldorf, Nova York etc. Seus primeiros trabalhos em teatro não tinham nomes, e sim números: “Ensaio Número 1”, “Ensaio Número 2” e assim sucessivamente, reforçando a ideia de um pensamento que se desenvolve a partir do raciocínio anterior. Sua trajetória cênica foi calcada por espetáculos experimentais, desenvolvendo um trabalho de pesquisa rigoroso que privilegiou levar à cena obras literárias. Montou, ao longo de sua trajetória, grandes obras literárias, como “Os Possessos”, de Dostoiévski, “O Homem Sem Qualidades”, de Robert Musil, “Orlando”, de Virginia Woolf, “A Terra dos Meninos Pelados”, de Graciliano Ramos, “A Tragédia Brasileira”, de Sergio Sant’Anna, “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, “A Cena da Origem”, transcrição de Haroldo de Campos de trechos da Bíblia Sagrada (Eclesiastes e Gênesis). Recentemente, montou “Macunaíma”, de Mario de Andrade, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e “Pi - Panorâmica Insana”, a partir das obras de autores contemporâneos.

Realizou importantes exposições, entre elas “Grande Sertão: Veredas” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Claro e Explícito” e “Itaú Contemporâneo”, no Instituto Cultural Itaú e a exposição “Barroco Brasileiro”, na Bienal do Redescobrimento. Realizou no Salão Nobre da ONU a performance “The Second Unveiling”, a partir do painel “Guerra e Paz”, de Candido Portinari. Fez a exposição-manifesto “Cartas ao Mundo”, um tríptico dividido em três capítulos – “Asfixia”, “Mercadoria” e “O Comum” –, a partir da obra de Glauber Rocha.

Criou o “Pavilhão do Brasil” na Expo 2000 em Hannover, Alemanha e o “Pavilhão Humanidade 2012”, com Carla Juaçaba, durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. Participou da criação dos museus Paço do Frevo, em Recife, e do Museu Casa de Cultura de Paraty. Inaugurou o Museu da Língua Portuguesa, com a exposição “Grande Sertão: Veredas”. Montou as óperas – “Il Trovatori”, “Aida”, “Don Giovanni”, “Cavalleria Rusticana”, “Pagliacci” e “Suor Angelica” nos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

 

O projeto Mãos À Obra
O projeto Mãos à Obra acontece nas cidades com intervenções artísticas, palestras, oficinas, vídeos, filme a partir da obra “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, com concepção de Bia Lessa. As palestras e debates abordarão diferentes aspectos da obra, como sua linguagem, temáticas, além de explorar o processo criativo de Bia Lessa. As oficinas, por sua vez, oferecerão oportunidades de aprendizado e experimentação para os participantes. As palestras, os debates, as oficinas e exibições do making of e do documentário “Onde Nascem as Ideias” serão gratuitas. Mão à Obra é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. E no Rio de Janeiro, o projeto também conta com o patrocínio da Firjan SESI.

@institutoculturalvale e usar as hashtags #InstitutoCulturalVale, #Cultura, #firjansesi e #firjansesicultura

 

Programação

São Paulo
CineSesc e Sesc
Cinesesc – Dias 17, 19 e 20 de agosto: sessão às 16h - 21/08 - sessão às 15h

Centro de Pesquisa e Formação - Sesc 14 Bis
20 de agosto - Oficina Processo Criativo - dia 20/08, das 10h30 às 18h00 - inscrição direto no site do Sesc (mediante pagamento) 

Espaço Augusta - Mostra Mãos à Obra* (17 a 18 de agosto de 2024)
Oficina "Processo Criativo" será realizada em dois dias, 17 e 18 de agosto de 2024, no Espaço Augusta - Rua Augusta, 1475 – Consolação.


Programação
Dia 17 de agosto - sábado (das 10h às 18h) - Ementa: Atravessar o processo criativo. Partindo da necessidade de decodificação e domínio dos códigos, do estreito diálogo com a realidade e da necessidade da criação.

Dia 18 de agosto - domingo (das 10h às 14h) - Ementa: Faces da criação, desde a elaboração até a realização, passando pelo percurso que transforma a ideia em obra.

Informações adicionais:
A atividade é totalmente gratuita, com vagas limitadas, e haverá uma seleção de participantes. Os selecionados receberão um e-mail de confirmação.

Exibição “O Diabo Na Rua no Meio do Redemunho” – até dia 21 de agosto: sessões diárias às 16h30, 19h e 21h30.  (ingressos a venda na bilheteria do cinema), participação no debate entrada gratuita).

Dia 16 de agosto - Sessão às 19h seguida de debate com Bia Lessa, Luiza Lemmertz e Marcelo Moreschi

Dia 18 de agosto – Sessão às 19h seguida de debate com Bia Lessa, Nuno Ramos, Eduardo Sterzi e Veronica Stigger.

Dia 19 de agosto - Sessão às 19h seguida de debate com Anna Muylaert, Amara Moira, Bia Lessa, Caio Blat e Luisa Arraes (a confirmar).

Dia 20 de agosto - Sessão às 19h seguida de debate com Bia Lessa e Bernardo Carvalho

Até dia 21 de agosto - Filmes da Mostra Mãos à Obra, entrada franca, diariamente sessões das 13h30 às 15h30

"Onde Nascem as Ideias", de Carolina Sá (57 min) – 15 e 19/08

"Mutum," de Sandra Kogut (1h35min) – 18 e 20/08

"Poema Desentranhado de Uma Nota de Rodapé", de Suzana Macedo (25 min) – 17/08

"Seres, Coisas, Lugares, de Suzana Macedo (50 min) – 17/08

"Outras Estórias, de Pedro Bial (100 min) 16 e 21/08

"Projeções de 15 a 21/08 – Mezanino 1

Vídeoinstalação com frases de Guimarães Rosa (Bia Lessa)

"Nonada" (Bia Lessa)

Making-of do "Grande Sertão: Veredas", de Bia Lessa


Elenco
Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luisa Arraes, Leonardo Miggiorin, Clara Lessa, José Maria Rodrigues, Daniel Passi, Lucas Oranmian, Elias De Castro, Balbino De Paula


Ficha Técnica
Produção: 2+3 PRODUÇÕES
Coprodução: GLOBO FILMES, CANAL BRASIL, RIOFILME, 2+2 COMUNICAÇÕES
Em associação com: QUANTA, EFFECTS FILM, O GRIVO
Produtores: LUCAS ARRUDA e BIA LESSA
Produtores associados: GUEL ARRAES e RT FEATURES
Direção e roteiro: BIA LESSA
Figurinos: SYLVIE LEBLANC
Cenografia: BIA LESSA
Adereços: FERNANDO MELLO DA COSTA
Direção de fotografia: JOSÉ ROBERTO ELIEZER, ABC
Montagem: SÉRGIO MEKLER, RENATA CATHARINO
Música: EGBERTO GISMONTI
Trilha sonora e música original: O GRIVO
Produção musical (Egberto Gismonti) e Pesquisa Sonora: DANY ROLAND
Direção de arte: TONI VANZOLINI
Mixagem: RICARDO REIS, ABC
Supervisão de edição de som: MIRIAM BIDERMAN, ABC
Coreografia e preparação corporal: AMÁLIA LIMA
Design gráfico: TON ZARANZA
Classificação 18 anos

.: Peça investiga a trágica coincidência dos músicos que morreram aos 27 anos


Espetáculo estreia em 20 de agosto, terça-feira, às 20h00, no Teatro Garagem, na Vila Romana, em curta temporada. Foto: Ronaldo Gutierrez


Há, na história da música mundial, uma coincidência reincidente – trágica e sem explicação lógica – sobre a morte de ídolos, de diferentes épocas, aos 27 anos. Alguma espécie de falta de controle sobre a pulsão de morte parece atingir seu ápice nessa idade. Escrito por Daniela Pereira de Carvalho, com direção de Gustavo Rodrigues, “27’s” é uma investigação sobre essa lendária coincidência, conhecida mundialmente como "Clube dos 27". Em cena, o ator Augusto Zacchi interpreta um famoso roqueiro fictício, cuja vida por pouco não se encerra nessa mesma idade. 

Ao longo do espetáculo, a trajetória emocional do personagem é atravessada pelas histórias de cinco de seus ídolos mortos aos 27 anos: Jimi Hendrix, Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse e Jim Morrison. A dramaturgia transita pela biografia desses jovens músicos que influenciaram comportamentos e lançaram tendências, numa crítica social que apresenta uma forte conexão com os dias de hoje ao passar por temas como liberdade, feminismo, cultura de consumo, racismo, sexualidade, política e misticismo.

“Acredito que as mortes precoces dos músicos do 'Clube dos 27' tenham acontecido talvez porque, nessa idade, eles não tivessem atingido a maturidade, fato que os tornou mais propícios aos exageros e às pulsões de morte”, acredita a dramaturga Daniela Pereira de Carvalho. “Assim como seus ídolos, o personagem do Gustavo é um roqueiro que passou por uma tragédia aos 27 anos. Ele não morreu, mas sua vida praticamente acabou. Fã de música, ele se projeta nessas estrelas se identifica com esse lugar de morte, considerando-se também um membro do 'Clube dos 27'”, explica.


Sinopse de "27's"
O espetáculo teatral “27's” conta a história de um astro do rock decadente que rememora sua vida, glórias e fracassos, mergulhado no universo do "CLUBE DOS 27", formado por ícones do rock que morreram aos 27 anos (Jim Morrison, Janis Joplin, Jimi Hendrix,  Kurt Cobain e Amy Winehouse). Uma história repleta de som, fúria e rock 'n roll.


Ficha técnica
Espetáculo "27's"
Autor: Daniela Pereira de Carvalho
Direção: Gustavo Rodrigues
Elenco: Augusto Zacchi
Direção musical: Marcelo H e Tauã de Lorena
Iluminação: Ricardo Lyra
Preparação vocal: Daniel Lotoy
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Realização e idealização: Gustavo Rodrigues ‎


Serviço
Espetáculo "27's"
Estreia em 20 de agosto, terça-feira, às 20h
Teatro Garagem
R. Silveira Rodrigues, 331 - Siciliano / São Paulo
Sala Garagem Cênica - 30 lugares.
Terças e quartas, às 20h00.
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) R$ 30,00 (meia-entrada) Vendas no Sympla.
Duração: 65 minutos.
Classificação: 18 anos.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

.: "Meu Filho, Nosso Mundo" é retrato nada florido da vida de criança autista

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2024


Qual a receita para criar um filho diagnosticado com autismo? No drama "Meu Filho, Nosso Mundo", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos, dirigido por Tony Goldwyn, um casal separado tenta encontrar a maneira ideal de criar o garotinho Ezra (William A. Fitzgerald). Assim, todo o embate fica concentrado em Max (Bobby Cannavale, "Bem-vindos à Vizinhança", "MaXXXine") e Jenna (Rose Byrne, "Vizinhos") em meio a dificuldades de lidar com a condição de Ezra, outros dois personagens interferem na trama. Seja Stan (Robert De Niro, "Assassinos da Lua das Flores"), pai de Max e avô daquele que é o alvo da disputa, assim como de Bruce (Tony Goldwyn, eterno vilão de "Ghost - Do Outro Lado da Vida", além de dirigir, atua neste filme), na pele do namorado de Jenna que, numa fala, leva Ezra a uma situação limite.

Max que teve uma carreira na televisão, parte para o stand-up e sonha participar do programa televisivo de Jimmy Fallon (que faz uma aparição especial durante os créditos do filme). É com uma ajudinha que ele consegue fazer o caminho das pedras, entrando na trama a personagem de Whoopi Goldberg. Na vida pessoal, numa relação nem tão amistosa com a mãe do filho, numa guarda compartilhada, criar o filho com transtorno do espectro autista (TEA) fica complicado.

Contudo, o ponto de partida da trama se dá quando Ezra ouve o que não deve e tem uma reação que o coloca no meio da rua e resulta em seu atropelamento. Numa reação furiosa, Max ataca o médico e precisa estabelecer um acordo que fere o filho em nome de sair de trás das grades. Com medida restritiva, ele comete outro crime: sequestra Ezra e, assim, juntos embarcam numa aventura cheia de descobertas que esbarra na casa de uma antiga amiga, Grace (Vera Farmiga).

Com roteiro de Tony Spiridakis, "Meu Filho, Nosso Mundo" é um filme delicado que emociona enquanto retrata de modo nada florido como é a criação de um filho com TEA. Todavia, destaca também a necessidade dos pais se encontrarem nos próprios filhos. Vale muito a pena conferir! 

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


"Meu Filho, Nosso Mundo" ("Ezra"). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 14 anos. Duração: 1h40. Ano: 2024. Distribuidora: Diamond Films. Direção: Tony Goldwyn Roteiro: Tony Spiridaki. Elenco: Bobby Cannavale (Max Bernal), Robert De Niro (Stan), Rose Byrne (Jenna), William A. Fitzgerald (Ezra), Vera Farmiga (Grace). Whoopi Goldberg (Jayne), Rainn Wilson, Daphne Rubin-Vega (Agent Margo Jenkins). Sinopse: No longa, Bobby Cannavale vive Max Bernal, um comediante que, com casamento e carreira falidos, está morando com seu pai, Stan (Robert De Niro). Max e sua ex-esposa Jenna (Rose Byrne) têm dificuldades em encontrar a maneira ideal de criar seu filho, Ezra, diagnosticado com autismo aos 11 anos. Confira os horários: neste link


Leia+

.: Entrevista com Simone Kopmajer: a sustentável leveza da voz da Áustria


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Tinksi

A cantora austríaca Simone Kopmajer está divulgando o seu mais recente trabalho, o álbum "Hope", que reúne algumas releituras com foco no jazz e em alguns elementos do pop, além de canções autorais compostas em parceria com outros músicos. O disco segue a linha de sonoridade de outros lançamentos, mostrando uma voz suave, madura e bem segura de si como intérprete. Em entrevista para o portal Resenhando.com, ela conta como foi seu início na música e comenta o atual panorama do mercado fonográfico, marcado pela volta do vinil em países da Europa e na América do Norte. “Espero que possamos desacelerar um pouco nesse processo e curtir mais a música em sua essência”.


Resenhando.com - No seu álbum "With Love" você apresenta músicas autorais. Neste álbum mais recente, "Hope", você se mostrou como compositora novamente?
Simone Kopmajer - Sim, eu co-escrevi três músicas: "Black Tattoo", "Hope" e "So Faengt das Leben an".


Resenhando.com - Como você começou na música?
Simone Kopmajer - Cresci em uma família musical e comecei a tocar piano quando tinha oito anos. Mas cantar continuou sendo meu primeiro amor e ainda é. 


Resenhando.com - Quais foram as suas referências musicais?
Simone Kopmajer - Quando criança, ouvia os artistas favoritos do meu pai, como Frank Sinatra, Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Dean Martin, Herb Alpert, ... e mais tarde fui influenciada por todos os grandes cantores de pop e soul como Aretha Franklin, Stevie Wonder, Whitney Houston, Marvin Gaye, Al Jarreau, entre outros.


Resenhando.com - A indústria musical vem mudando nos últimos anos. Como você vê a situação atual?
Simone Kopmajer - Está mudando rápido e as plataformas de downloads e streaming estão se tornando cada vez mais importantes, mas também está voltando para o vinil e isso é bom. Acho que teremos que desacelerar novamente e selecionar mais.


Resenhando.com - Você conhece a música brasileira?
Simone Kopmajer - Claro, eu adoro música brasileira e também há uma comunidade musical brasileira em Viena que começou anos atrás com Alegre Correa.


Resenhando.com - E quem você mais admira na MPB?
Simone Kopmajer - Eu gosto muito de Elis Regina. Adoro a voz dela, seu fraseado e interpretação de uma música.


Resenhando.com - Quais são os planos para shows de promoção do álbum "Hope"?
Simone Kopmajer - Estamos agora fazendo muitos shows na minha terra natal, Áustria. E faremos uma turnê nos Estados Unidos em fevereiro de 2025.


"The Dock Of The Bay"

"Black Tatoo"

"Hope"

.: Vozes do Cerrado Goiano se unem no palco para celebrar a música brasileira


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O que era para ser um encontro de amigos no palco acabou se tornando um espetáculo de música brasileira autêntica.  O projeto Vozes do Cerrado Goiano conseguiu unir Juraildes da Cruz, Antônio Pádua e Maria Eugênia, três talentos da região de Goiás,  que desenvolvem carreiras solo férteis para mostrar um pouco de sua arte e poesia cantando juntos.

O show sob a direção musical de Luiz Chaffin já chegou em São Paulo e deve se estender para outras localidades, conforme informa Antônio Pádua. “A resposta do público acabou superando nossas expectativas. De uma certa forma, creio que a obra que apresentamos tem um forte apelo popular. Nós três somos artistas do palco”.

Pádua explica que o projeto nasceu inicialmente para comemorar os 50 anos de carreira de Juraildes da Cruz. Mas acabou crescendo e sendo ampliado com a união de Maria Eugênia, que já havia gravado várias canções de Juraildes. Por sua vez,  Pádua, que já tinha feito várias parcerias com o homenageado ao longo dos anos, acabou por contribuir para dar forma ao espetáculo. “É uma celebração a obra do Juraildes, que representa muito a nossa autêntica música regional, aquela que atinge o coração do público”.

Juraíldes da Cruz é um ícone da música brasileira que celebra 50 anos de carreira e quase 70 anos de vida dedicados à sua arte. Com composições gravadas por artistas renomados como Xangai, Elomar e Saulo Laranjeira, Juraíldes já foi indicado cinco vezes ao Prêmio da Música Brasileira, vencendo duas vezes. Sua obra abrange uma rica diversidade de ritmos, melodias e temas que vão da natureza ao humor e filosofias de vida, é a base deste espetáculo. 

Pádua, nome artístico de Antônio de Pádua da Silva, é um cantor e compositor de voz marcante. Com 40 anos de carreira e diversas premiações em festivais, é conhecido por sua habilidade em mesclar sonoridades e criar músicas que refletem a simplicidade e a riqueza cultural de sua terra. Em "Vozes do Cerrado Goiano", ele apresenta composições próprias e parcerias com Juraíldes da Cruz, Paulinho Pedra Azul e outros grandes nomes da MPB. 

Maria Eugênia celebra 30 anos de carreira fonográfica com uma trajetória dedicada à diversidade da música brasileira. Sua voz já deu vida à abertura da novela Araguaia e foi destaque no programa Som Brasil em homenagem a Chico Buarque. Com uma carreira internacional que inclui turnês por mais de 20 países, Maria Eugênia traz ao palco sua interpretação única das composições de Juraíldes da Cruz e outros clássicos da MPB. Juntos,  os três com seus estilos próprios, encontram um ponto comum na música de Juraíldes, criando uma homenagem singular a este artista ímpar. 

"Toda Vez" - Juraildes da Cruz

"Louca Magia" - Pádua

"Quem Ama Perdoa" - Maria Eugenia

.: Robert De Niro levou drama pessoal para "Meu Filho, Nosso Mundo": saiba


A Diamond Films lança o drama "Meu Filho, Nosso Mundo" ("Ezra"), a emocionante história do comediante em crise Max Bernal (Bobby Cannavale), que impulsivamente decide levar seu filho Ezra (William A. Fitzgerald), uma criança diagnosticada com autismo, para uma viagem de carro. Mas, além do retrato honesto dessa relação entre pai e filho, o longa do diretor Tony Goldwyn traz Robert De Niro roubando a cena como o avô de Ezra, Stan, e mais: contribuindo inclusive no roteiro.

Como pai de um jovem diagnosticado com autismo na vida real, De Niro trouxe um pouco da sua sensibilidade pessoal para o projeto e ajudou a afinar o tom de "Meu Filho, Nosso Mundo", equilibrando a comédia por vezes ácida com a realidade crua da situação em que se encontra a família protagonista. “Bob falou muito sobre como o público tinha que saber que estava ouvindo a verdade e que o humor não poderia interferir nisso”, explicou o roteirista Tony Spiridakis

A contribuição do ator foi muito valiosa, segundo o diretor. “Através dos insights do Bob, o Tony criou um relacionamento bem mais profundo entre os três homens, porque não importa o quanto eles se amem, a comunicação emocional é difícil para eles”, disse Goldwyn. Já na frente das câmeras, De Niro levou para a superfície do personagem os arrependimentos de um pai que desejava se tornar uma pessoa melhor. “Bob construiu Stan tão completamente na sua performance que você o sente com pouquíssima exposição. Você apenas sente a lacuna que precisa ser curada entre ele e Max”, completou o roteirista.

Entretanto, De Niro não é o único que tem uma relação pessoal com a dinâmica familiar retratada em "Meu Filho, Nosso Mundo". Na realidade, o próprio Spiridakis e o produtor William Horberg também são pais de pessoas com transtorno do espectro autista, e cada um trouxe um pouco da sua própria experiência para o projeto. Por exemplo, o senso de humor do longa está intimamente ligado à família de Spiridakis. "A nossa salvação como família sempre foi a comédia”, explicou. “Sempre foi meu estilo dar risada quando estou com medo, então trouxe essa qualidade para o Max. E meu filho também tem seu jeito perspicaz de olhar para o mundo".

O resultado dessa convergência de sensibilidades foi um filme emocionante, sobre e para todas as famílias. “Como pai de um rapaz de 18 anos com autismo, a história me nocauteou. Foi tão honesta e real… Eu pude sentir que foi escrita por alguém que viveu essa experiência”, afirmou Horberg. Além do quarteto principal composto por William A. Fitzgerald, Bobby Cannavale, Rose Byrne e Robert De Niro, "Meu Filho, Nosso Mundo" também conta com os atores Rainn Wilson, Whoopi Goldberg e Vera Farmiga. O título entra em cartaz nacionalmente com distribuição da Diamond Films.


Sinopse
"Meu Filho, Nosso Mundo" acompanha o comediante Max Bernal (Bobby Cannavale) que, com casamento e carreira falidos, está morando com seu pai Stan (Robert De Niro). Ele não concorda com Jenna (Rose Byrne) sobre a melhor maneira de cuidar do filho deles, Ezra, de 11 anos e diagnosticado com autismo. Cansado e decidido a mudar o jogo, Max parte com Ezra em uma viagem de carro para encontrar um lugar onde possam ser felizes.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "É Assim que Acaba" ("It Ends with Us") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: "É Assim que Acaba" traz alerta sobre relacionamentos abusivos


"Quinze segundos. Esse é o tempo necessário para mudar completamente tudo o que você conhece sobre uma pessoa. Quinze segundos"
. Uma das importantes frases do livro "É Assim Que Acaba" ("It Ends with Us") de Collen Hoover já destaca o porquê é um grande sucesso entre os fãs de livros e romances nos dias atuais. O sucesso é tanto que a história se adaptou para o filme que está em cartaz na rede Cineflix Cinemas

No filme, Lily (Blake Lively) é uma jovem dona de uma floricultura que acaba se apaixonando por Ryle (Justin Baldoni). A princípio, um relacionamento comum, passando por altos e baixos, até que a história toma um rumo diferente e apresenta sinais importantes a serem observados pelos cinéfilos, deixando de lado o destaque da palavra "amor". A psicanalista e terapeuta Ana Lisboa destaca que o livro e o filme ajudam a reparar nos principais indícios de um relacionamento conturbado, abusivo e reforça que o fim é a melhor solução, por mais que pareça ser difícil. 

“Um outro ponto bem relevante na análise é que a realidade de Lily começa a ficar parecida com o relacionamento dos seus pais e isso volta à tona na vida da protagonista. Muitos casos de mulheres, da vida real, é ficar diante de brigas dos pais e se sentir responsável pela família, e não é o papel da mulher. Deixando esse rastro para seus relacionamentos futuros. Muitas ainda pensam que replicar a vida amorosa da mãe pode ser uma saída e não, isso não deve acontecer. Nós somos prioridades de nossas vidas, independente do que nossos pais fizeram ou façam”, explica a psicanalista. 

Em paralelo, um amor antigo de Lily chega na história. Aos poucos, a trama conta um pouco sobre essa história antiga. Inclusive, Atlas (Brandon Sklenar) ajuda Lily em muitas situações e decisões atuais de sua vida. É um personagem chave para sua evolução. “A trama traz isso muito diretamente em diversos pontos. A comunicação e o poder de um apoio emocional em situações como em um relacionamento tóxico, por exemplo. Como é no caso de Lily com Atlas”, completa Ana Lisboa. 

Mas a psicanalista acredita que o perdão e a cura, diante dos traumas do passado, é um dos destaques de toda história. Os personagens precisam enfrentar suas dores, aprenderem a perdoar tanto os outros quanto a si mesmos para construir uma nova vida, tanto falando de amor, quanto na vida profissional ou social. “Não é um processo fácil, mas é possível quando existe uma jornada de cura segura. Com apoio sincero, isso fica claro em pontos altos da vida de Lily”, destaca Ana. 

E ainda falando da personagem principal, mesmo com seus problemas com os pais - que são inúmeros -, aparição de Ryle, que movimentou muito sua vida, Lily aprendeu, ao longo da história, a aceitar suas imperfeições e a trabalhar sua auto aceitação, longe do que é imposto pela sociedade. Além disso, ela também reflete sobre sua própria jornada, suas descobertas e conquistas, principalmente, quando ela consegue, no começo da história, comprar sua floricultura. “São nessas conquistas e descobertas que a jornada se torna mais clara para a pessoa, dando um significado, evolução e propósito de vida”, finaliza Ana. Compre o livro "É Assim Que Acaba" neste link.


Ana Lisboa @analisboa
Psicanalista, líder do maior movimento de Feminino e Mentalidade do Mundo, Ana Lisboa é especialista em construção de comunidades e terapias sistêmicas, sendo pioneira em grandes movimentos na história das Constelações Familiares, tanto no Brasil como na Europa. Atualmente, após impactar milhões de vidas em suas redes sociais e possuir uma comunidade de mais de 32 mil alunas em 41 países, Ana ensina mulheres a usarem sua potência máxima para conquistarem dignidade e liberdade. Professora, Palestrante, Advogada, Empresária, mestranda em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade de Lisboa, especialista em Direitos das Mulheres, com quase uma década de aprofundamento nos conhecimentos sistêmicos, é fundadora do Movimento Feminino Moderno e CEO do Instituto Conhecimentos Sistêmicos. Garanta o seu exemplar de "É Assim Que Acaba" neste link.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Deadpool & Wolverine" são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

.: "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" estende temporada até dezembro


Pela atuação no espetáculo, Mel Lisboa está indicada ao Prêmio APCA e Prêmio Shell de Teatro. O espetáculo tem roteiro e pesquisa de Guilherme Samora, direção de Marcio Macena e Débora Dubois e direção musical de Marco França e Marcio Guimarães. Foto: João Caldas F.º

Fenômeno da temporada teatral paulistana, desde sua estreia no Teatro Porto em abril deste ano, "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" esgotou todas as sessões e foi visto por mais de 32 mil espectadores em 65 apresentações. Com esse sucesso, a temporada foi novamente estendida, dessa vez até 8 de dezembro. Já começaram as vendas para as sessões de setembro e outubro (para novembro e dezembro serão anunciadas em breve). As sessões acontecem às sextas e aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 17h00, e os ingressos podem ser adquiridos na Sympla.

Com direção de Marcio Macena e Débora Dubois, "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" traz a atriz Mel Lisboa interpretando a roqueira-mor Rita Lee, o que lhe rendeu as indicações aos Prêmios APCA e Shell 2024 de melhor atriz. Como diz Rita no livro, seu grande gol é ter feito um monte de gente feliz. E Mel, no palco como Rita, leva a sério essa missão e comemora o sucesso da temporada. “Ao mesmo tempo que me surpreendi com o sucesso de vendas absolutamente incomum do espetáculo, não é estranho considerando a magnitude da obra e vida da Rita Lee. E, agora que estamos sentindo a reação da plateia, percebemos que, de fato, Rita fez e ainda faz um monte de gente feliz", declara Mel Lisboa.

A montagem tem roteiro e pesquisa de Guilherme Samora inspirada no livro "Rita Lee - Uma Autobiografia" (compre neste link), onde a cantora fala abertamente da sua vida pessoal e profissional. A direção musical é de Marco França e Marcio Guimarães e, junto com Mel, estão no elenco Bruno Fraga, Fabiano Augusto, Carol Portes, Debora Reis, Flavia Strongolli, Yael Pecarovich, Antonio Vanfill, Gustavo Rezê e Roquildes Junior.

O espetáculo é baseado no livro homônimo de Rita Lee, lançado em 2016 e um dos maiores sucessos editoriais do Brasil. O livro narra os altos e baixos da carreira de Rita com uma honestidade escancarada, a ponto de ter sido apontado como “ensinamento à classe artística” pelo jornal O Estado de São Paulo. A ideia do novo musical surgiu quando Mel gravou a versão em audiolivro, como Rita, em 2022. 

O texto de Rita, numa narrativa envolvente e perfeita para um musical biográfico, conta do primeiro disco voador avistado por ela ao último porre. Sem se poupar, ela fala da infância e dos primeiros passos na vida artística; de Mutantes e de Tutti-Frutti; de sua prisão em 1976, na ditadura; do encontro de almas com Roberto de Carvalho; das músicas e dos discos clássicos; do ativismo pelos direitos dos animais; dos tropeços e das glórias.

Clientes do Porto Bank mais acompanhante têm 50% de desconto, e clientes Porto mais um acompanhante têm 30% de desconto.  O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.


Ficha técnica
Espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical". Roteiro e Pesquisa: Guilherme Samora. Texto: Márcio Macena. Direção Geral: Débora Dubois e Márcio Macena. Direção Musical: Marco França e Marcio Guimarães. Coreografia: Tainara Cerqueira. Assistente de Coreografia: Priscila Borges. Figurinista: Carol Lobato. Iluminação: Wagner Pinto. Elenco: Mel Lisboa, Bruno Fraga, Fabiano Augusto, Carol Portes, Debora Reis, Flavia Strongolli, Yael Pecarovich, Antonio Vanfill, Gustavo Rezê e Roquildes Junior. Coordenação de Produção: Edinho Rodrigues. Realização: Brancalyone Produções.


Serviço
Espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical". Estreou em 26 de abril de 2024. Temporada prorrogada até 8 de dezembro - Sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 17h00. Ingressos: sextas, sábados e domingos - Plateia: R$ 120,00 (inteira). Balcão e Frisas: R$ 100,00 (inteira). Valor Especial: R$ 40,00 (inteira). *O ingresso VALOR ESPECIAL é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional por sessão.
Classificação: 12 anos. Duração: 120 minutos.


Teatro Porto
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos/São Paulo. Telefone (11) 3366-8700. Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 508 lugares. Formas de pagamento: cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: gratuito para clientes do Teatro Porto. O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.

.: Otavio Augusto apresenta "A Tropa" em duas sessões especiais no Teatro Estúdio


Espetáculo marca as comemorações pelos 60 anos de carreira de Otavio Augusto. Ele interpreta um ex-militar viúvo e autoritário que, no leito de hospital, vê as relações veladas da família serem descortinadas. Foto: Philip Lavra e Isadora Relva


Há oito anos em cartaz, o espetáculo "A Tropa", estrelado por Otavio Augusto, retorna a São Paulo para duas sessões especiais no Teatro Estúdio. As apresentações acontecem nos dias 24 e 25 de agosto, sábado, às 20h00, e domingo, às 17h00. A montagem, que já passou por 16 cidades do Brasil, tem direção de Cesar Augusto e texto de Gustavo Pinheiro, vencedor de um concurso de dramaturgia promovido pelo Banco do Brasil, em 2015. Os filhos são interpretados por Alexandre Menezes, Daniel Marano, Alexandre Galindo e André Rosa.

Na trama, um pai doente recebe a visita dos quatros filhos no hospital. O que seria apenas um encontro em função de um parente debilitado se revela um acerto de contas familiar, permeado de humor e afeto, tendo como pano de fundo os últimos 50 anos de História brasileira. Os filhos, muito distintos entre si, formam um mosaico da sociedade brasileira: um dentista militar aposentado que mora com o pai; um jovem usuário de drogas com passagens por clínicas de reabilitação; um empresário casado, pai de duas filhas, que trabalha numa empreiteira sob investigação por corrupção; e um jornalista que acaba de pedir demissão e passa por uma crise com a profissão. Os cinco vivenciam enfermidades ideológicas, sociais, afetivas e familiares. E seus embates e descobertas servem para discutir diferenças e tolerância - um tema cada vez mais atual. 

Em cartaz desde 2016, A Tropa faz uma leitura perspicaz, sensível, ácida e bem-humorada da sociedade brasileira. “Estreamos no governo Dilma, atravessamos em cena o impeachment dela, o governo Temer, o governo Bolsonaro e agora estamos de volta a um governo de esquerda, com Lula. Não mexemos em uma vírgula do texto e ele se mantém mais atual do que nunca. É interessante e perturbador ao mesmo tempo”, afirma o autor.


60 anos de carreira
"A Tropa" marca as comemorações pelos 60 anos de carreira de Otavio Augusto. Ele interpreta um ex-militar viúvo e autoritário que, no leito de hospital, vê as relações veladas da família serem descortinadas. “Tenho três famílias teatrais fundamentais: a primeira foi no começo da minha carreira, no Teatro Oficina, ao lado de Zé Celso, Renato Borghi, Othon Bastos, fazendo espetáculos fantásticos, como 'Pequenos Burgueses' (1963), 'O Rei da Vela' (1967), e 'Galileu Galilei' (1968). O segundo grande encontro teatral da minha vida foi com Fernanda (Montenegro) e Fernando (Torres), meus queridos amigos e parceiros de cena em grandes sucessos como 'O Interrogatório' (1972), 'O Amante de Madame Vidal' (1973) e 'Suburbano Coração' (1989). E o terceiro encontro vivo desde 2016, com essa verdadeira família afetiva que se formou em torno de 'A Tropa'. Sou muito feliz fazendo esse espetáculo com estes companheiros”, afirma o ator, agraciado, em junho deste ano, com o Prêmio APTR pelo conjunto da sua carreira teatral. Em sua carreira, Otavio coleciona importantes prêmios como Kikito, Prêmio Shell e nada menos do que cinco Prêmios APCA.

Zé Celso reconheceu o talento e a sensibilidade do ator muito antes de sua estreia nas peças do Teatro Oficina. “Num dia, apareceu na minha frente um sujeito que atuava com espontaneidade, humor, emoção. Um ator feito, que nasceu com a vocação. Era Otavio Augusto", escreveu o dramaturgo na orelha do livro da peça, publicado em 2018 pela Editora Cobogó. “É um ator verdadeiro, completo: é trágico, cômico, tesudo, antropofágico, e faz parte de uma linhagem rara de atuação brasileira", complementou.

Otavio Augusto também marcou gerações com personagens inesquecíveis na televisão, nos sucessos "Vamp" (1991), "Tieta" (1989) e "Avenida Brasil" (2012), e no cinema, com os filmes "Central do Brasil" (1998), "Boleiros" (1998), "Mar de Rosas" (1977) e no mais recente "Eduardo e Mônica".


Ficha técnica
Espetáculo "A Tropa". Texto: Gustavo Pinheiro. Direção: Cesar Augusto. Elenco: Otavio Augusto (Pai), Alexandre Menezes (Humberto), Daniel Marano (João Batista), Alexandre Galindo (Artur) e André Rosa (Ernesto). Stand in: Daniel Villas. Assistente de interpretação: Mar Martins. Cenografia: Cesar Augusto. Iluminação: Adriana Ortiz. Figurinos: Ticiana Passos. Fotos: Elisa Mendes, Pablo Henriques e Fernandovisky. Registro videográfico: Tiago Scorza. Assessoria de Comunicação: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Produção Executiva: Ciro Duprat. Direção de Produção: André Roman. Coordenação. Geral de Projeto: Alexandre Galindo. Realização: AR Produções & Gênese Produções.


Serviço
Espetáculo "A Tropa"
Dias 24 e 25 de agosto, sábado, às 20h00, e domingo, às 17h00.
Ingressos: R$ 90,00 e R$ 45,00.
Classificação indicativa: 14 anos.
Gênero: comédia dramática.
Duração: 80 minutos
Teatro Estúdio
Rua Conselheiro Nébias, 891 - Campos Elíseos/São Paulo
Capacidade: 142 lugares.
Vendas https://bileto.sympla.com.br/event/97082

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

.: André Rocha lança o livro "A Bancada da Bíblia" pela editora Todavia


Escrito por André Ítalo Rocha, o livro "A Bancada da Bíblia" é um estudo contundente sobre uma força cada vez mais consolidada na política brasileira. Em 1890, quando os primeiros deputados protestantes foram eleitos ao Congresso Nacional, os evangélicos compunham 1% da população brasileira. Ao longo do século seguinte, no entanto, os congressistas ligados a igrejas se tornaram uma influente força política, paralelamente ao crescimento demográfico dos fiéis.

Sob a diretriz das denominações históricas, como a batista e a presbiteriana, até os anos 1980 o perfil dos parlamentares protestantes e seu pequeno contingente refletiam o escasso interesse dessas igrejas pela política secular. Naquela década, porém, começou a grande expansão do pentecostalismo no país. O impressionante crescimento da população evangélica, hoje estimada em mais de 30% dos brasileiros, foi impulsionado pelas concessões de rádio e televisão conquistadas pelas novas igrejas. Bispos e pastores se converteram em ricos empresários e cobiçados cabos eleitorais, à frente de multidões de seguidores. 

Na Constituinte, a recém-formada “bancada evangélica” ou “da Bíblia” passou a defender os interesses das igrejas com furiosa devoção. Esse grupo multipartidário, com 32 parlamentares na época, atualmente ocupa quase um quinto das cadeiras da Câmara dos Deputados. Evangélica (FPE), fundada em 2003, institucionalizou a atuação política dos crentes. De Sarney a Lula, todos os governos precisam negociar seus projetos com o partido informal dos evangélicos.

Seus membros mais proeminentes se revezam entre os papéis de celebridades midiáticas e caciques partidários, ao mesmo tempo respeitados e temidos por seus oponentes. Através de uma competente mistura de reportagem, ensaio histórico e análise política, André Ítalo Rocha lança um olhar investigativo para a bancada da Bíblia e seus representantes, no passado e no presente, a fim de compreender sua evolução e suas perspectivas de poder. Compre o livro "A Bancada da Bíblia" neste link.

O que disseram sobre "A Bancada da Bíblia"
“Contando a história da bancada que se converteu numa opção real de poder e seduz cada vez mais eleitores, André Ítalo Rocha revela de forma envolvente e esclarecedora como a religião voltou para o coração da política no Brasil.” — Bruno Paes Manso


Trecho de "A Bancada da Bíblia"
O pentecostalismo que se conhece no Brasil nasceu nos Estados Unidos e se diferencia do protestantismo histórico basicamente por acreditar que Deus continua, até os dias de hoje, a se manifestar por meio de atos como a cura de doentes e a expulsão de demônios. O termo é uma referência ao episódio bíblico de Pentecostes, evento que comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo. É nessa passagem da Bíblia que aparece também o dom de falar em línguas estranhas, uma prática bem comum em igrejas pentecostais.

Essa distinção de crença é capaz de explicar por que as igrejas pentecostais têm cultos mais fervorosos, com milagres e momentos emotivos, enquanto as protestantes históricas são mais tradicionais, com cerimônias mais comedidas. No Brasil, uma parcela dos protestantes históricos, aliás, se incomoda quando o protestantismo histórico é colocado no mesmo balaio dos pentecostais, como se todos fossem um grupo homogêneo — os “evangélicos”. 

É um incômodo que vem de certo preconceito de classe, porque os protestantes históricos brasileiros, em geral, fazem parte de segmentos mais abastados da sociedade, com raízes na imigração europeia. Se os históricos se veem como figuras mais intelectualizadas, discretas e que de fato estudam a Bíblia, os pentecostais seriam apenas manipulados por pastores escandalosos. Nesse sentido, até o uso do termo “crente” pode fazer algum protestante histórico olhar torto, porque, em outros tempos, essa palavra costumava ser mais associada aos “alienados” das “seitas” pentecostais.

Recentemente, contudo, a expressão tem sido mais aceita e seu uso já é comum como mais um sinônimo para protestante ou evangélico, como neste livro. Esse distanciamento entre históricos e pentecostais, além disso, tem sido encurtado ao longo das últimas décadas, porque é o crescimento do pentecostalismo que vem dando mais poder para o segmento lutar em favor de pautas que os unem, e também porque igrejas pentecostais mais elitizadas têm surgido, atraindo as classes mais altas, em especial empresários, artistas e atletas. Tanto que, na disputa por fiéis, algumas igrejas protestantes históricas passaram até a adotar práticas pentecostais em seus cultos. E para políticos protestantes históricos, tornou-se conveniente se apresentar de maneira genérica ao povo como evangélico ou crente, de olho nos votos.

Seja como for, o candidato que quiser conquistar esse eleitorado em expansão terá mais chance de sucesso se assumir uma postura em defesa da chamada agenda de costumes, que inclui pautas como aborto, legalização de drogas e homossexualidade, três dos temas mais sensíveis para os eleitores crentes. Isso não significa que o voto evangélico é homogêneo. Ainda que seja uma minoria, uma parcela de crentes se coloca mais à esquerda, inclusive em pautas como reforma agrária, como os evangélicos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). 

Na classe política, a presença de nomes como Henrique Vieira, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), também indica diversidade de pensamento. Mas é fato que os crentes costumam ser mais conservadores que a média dos brasileiros em questões morais. Em pesquisa feita um ano antes da eleição de 2018, 74% dos evangélicos se mostraram contra a liberação do uso de maconha, enquanto a média brasileira é de 66%.

A distância é maior quando o assunto é homossexualidade. Entre os evangélicos, 68% são contra a legalização da união entre pessoas do mesmo sexo, bem acima da taxa registrada para a população como um todo, de 42%, segundo pesquisa de 2016. Políticos evangélicos, portanto, ganham pontos com seus eleitores quando se engajam no combate a iniciativas como a do chamado “kit gay”, termo utilizado de maneira pejorativa por candidatos para se referir à cartilha do programa Escola sem Homofobia. 

Encomendada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados ao Ministério da Educação, a cartilha seria distribuída às escolas com o objetivo de orientar professores a lidar com questões LGBTQIAP+ e desestimular entre os estudantes a discriminação por orientação sexual. Cercado de polêmicas, o conteúdo nunca foi distribuído à rede de ensino público, mas o termo “kit gay” pegou e tem sido utilizado até hoje por políticos evangélicos, que afirmam, erroneamente, se tratar de conteúdo produzido para ensinar e incentivar a homossexualidade entre as crianças.


Sobre o autor
André Ítalo Rocha nasceu em 1990, em Fortaleza. É jornalista com especialização em ciência política. Tem passagens por veículos como Diário do Nordeste e Agência Estado, do jornal O Estado de S. Paulo. Atualmente trabalha no Pipeline, coluna de negócios do Valor Econômico. Em 2021, venceu o Prêmio Todavia de Não Ficção. Garanta o seu exemplar de "A Bancada da Bíblia" neste link.

Ficha técnica

"A Bancada da Bíblia" - Não-ficção brasileira | Jornalismo
Autor: André Ítalo Rocha
Editora: Todavia
Páginas: 304
ISBN: 978-65-5692-704-6
E-ISBN: 978-65-5692-708-4
Compre o livro neste link.

.: Antonio Pokrywiecki lança livro de contos que explora a consciência


“Dentes de Leite” é o novo livro do escritor catarinense Antonio Pokrywiecki aborda como a psique humana está sujeita aos efeitos da incerteza do futuro, do medo do fim do mundo e das pressões da ideologia neoliberal. Publicado pela editora Cachalote, selo do grupo editorial Aboio criado em parceria com a Lavoura Editorial, a obra conta com a orelha assinada pelo escritor Joca Reiners Terron.

Antonio usa da sátira e do potencial inventivo do conto para desafiar as fronteiras do realismo e explorar o quanto a vida moderna pode parecer insólita. A palavra crise guia os sete contos do livro. “Após escrever, me dei conta de que todos os contos tratam de personagens em que algo falta, e a pulsão de morte de alguma maneira se manifesta. Para todos os personagens, há algo fora do lugar - como um dente arrancado”, comenta Antonio. 

Esse deslocamento também é trabalhado na estrutura do livro em si. Segundo o autor, os contos serem bem fragmentados em sua maioria é resultado de uma escolha formal para refletir a realidade fragmentada em que vivemos. A proposta de fragmentação das narrativas não é um impedimento para Antonio produzir uma escrita certeira, direta e irônica. Nesse sentido, Joca Reiners Terron destaca: “É com extrema paciência que ele extrai do leitor suas prevenções e medos. Com o método e a lisura do dentista realizando seu trabalho num paciente sentado na cadeira elétrica”.


Medo do futuro, capitalismo tardio e neoliberalismo
O medo do futuro é um tema que permeia quase todos os contos em “Dentes de Leite”. Em “O Anjo Exterminador”, um conto pandêmico - embora não cite a pandemia de 2020 -, o fim do mundo é assistido pelas janelas de um apartamento e ganha contornos de punição divina. Enquanto em “O Balneário”, não é Deus, mas o progresso humano e a construção civil que arruinam a natureza.

Já no conto “Nico e Kira”, acompanhamos a saga de um casal que tem suas vidas impactadas pelo avanço tecnológico quando Nico é substituído em seu emprego na fábrica de colchões por uma máquina alemã. Diante da insegurança financeira, do medo que Kira também perca seu sustento, o casal, sem conseguir verbalizar seus tormentos, busca uma fuga individual nos prazeres.  

Já em “Dentes de Leite”, conto que nomeia a obra, acompanhamos a saga de um menino que tem os dentes arrancados em um episódio de bullying, na escola. O conto explora as raízes do comportamento de uma psique moldada pela consciência de uma inferioridade surgida na infância, explorando também a natureza humana. 

Para Antonio Pokrywiecki , é impossível falar do fim do mundo, o sintoma, sem mencionar a doença, a ideologia de progresso. A opressão pelo trabalho contemporâneo é explorada no conto que fecha o livro, “Ilusões perdidas”. Cheio de bordões satirizando o Vale do Silício, o texto apresenta uma startup acometida por uma crise financeira e institucional sem precedentes. Em um cargo de gerência, o protagonista Arturo, deve buscar caminhos para superar a situação, e gerar uma boa percepção interna. Compre o livro de contos "Dentes de Leite" neste link.


A escrita minuciosa de Antonio Pokrywiecki 
Natural de Joinville, em Santa Catarina, Antonio Pokrywiecki vive atualmente em São Paulo, capital. Jornalista de formação e escritor de ficção, estreou com o romance “Tua Roupa em Outros Quartos” (Patuá, 2017) e tem contos publicados nas antologias “2020, o Ano que Não Começou” (Reformatório, 2021), “Antologia - Contos” (Selo Off Flip, 2022) e “Realidades Estilhaçadas” (Mondru, 2023).

Escreve desde 2014, quando intensificou seu contato com a literatura contemporânea. “Dentes de Leite” surgiu após ele decidir voltar a escrever contos como uma forma de reencontrar a diversão na escrita. “Entre o primeiro conto e o último, o livro, em uma rotina quase diária de escrita, revisão e reescrita, levou quatro anos para ser finalizado”, comenta o escritor, sobre seu processo criativo.

Suas principais influências literárias são J.M. Coetzee, Roberto Bolaño, Rubem Fonseca, Carola Saavedra, Lydia Davis, Ali Smith, Donald Barthelme, Thomas Pynchon, George Saunders e Georges Perec. Garanta o seu exemplar de "Dentes de Leite" neste link.


Ficha técnica
“Dentes de Leite” - Contos
Autor: Antonio Pokrywiecki
Orelha assinada pelo escritor Joca Reiners Terron.
Editora Cachalote
144 páginas
Instagram do autor:@antonio.pokrywiecki
Compre o livro neste link.

.: Jeferson Tenório, autor de "O Avesso da Pele" fala sobre a censura de livros


O banimento de livros em escolas de todo o país e o "cancelamento" de títulos nas redes sociais chamam a atenção para a censura das obras literárias. É o caso do livro "O Avesso da Pele", que foi recolhido de uma escola no Rio Grande do Sul e pelos governos do Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Foto: reprodução Instagram @jeferson.tenorio.9


Na sexta-feira, dia 16 de agosto, o programa "Opinião" conversa com o escritor Jeferson Tenório, autor do livro "O Avesso da Pele", e recebe o educador e escritor Ilan Brenman; e o também autor e professor de literatura Ricardo Lísias para falarem sobre a censura de obras literárias. Com apresentação de Rita Lisauskas, a edição inédita vai ao ar na TV Cultura, às 20h30.

O banimento de livros em escolas de todo o país e o "cancelamento" de títulos nas redes sociais chamam a atenção para a censura das obras literárias. É o caso do livro "O Avesso da Pele", que foi recolhido de uma escola no Rio Grande do Sul e pelos governos do Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. A justificativa foi que a obra possui "linguagem imprópria para menores" e "conteúdo sexual".

Outros escritores brasileiros renomados também têm sido alvo de silenciamento por motivos variados. Nomes como Machado de Assis, Jorge Amado, Monteiro Lobato e até Ziraldo estão na lista de livros que são alvos de polêmicas, principalmente nas redes sociais. Mas não é só no Brasil que isso acontece. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, um levantamento da Associação Americana de Bibliotecas mostrou que, apenas em 2023, foram retirados de circulação 4.240 títulos de bibliotecas no país, quase o dobro do registrado em 2022, em que 2.571 livros foram vetados. É o maior número desde o início do monitoramento, há mais de duas décadas. Compre o romance "O Avesso da Pele" neste link.

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