domingo, 28 de julho de 2024

.: Entrevista: Cidinha Ribeiro, autora que aos 73 anos discute as opressões


"Existe esperança para as mulheres porque ganhamos consciência de classe e do nosso valor como pessoas e como agentes de transformação", afirma a escritora Cidinha Ribeiro em entrevista. No livro de prosa poética "Eva no Tempo", a autora traz histórias de mulheres oprimidas desde os primórdios da humanidade e dá protagonismo para as indignações femininas


Aos 73 anos, a escritora mineira Cidinha Ribeiro lança pela Boutique do Livro seu mais recente trabalho literário, “Eva no Tempo”, um mergulho nas experiências das mulheres ao longo dos séculos. Neste livro, o seu primeiro no estilo prosa poética, Cidinha explora o tema da opressão feminina desde os primórdios da humanidade, utilizando histórias curtas para dar voz às indignações e resistências das mulheres frente a um mundo marcado pelo machismo e misoginia.

Cidinha Ribeiro nasceu em Itapecerica, interior de Minas Gerais, em 1950. Viveu no município até os 19 anos e depois mudou-se para Belo Horizonte, capital do estado, onde morou por mais de três décadas. Formou-se pedagoga pelo Instituto Estadual de Educação de Minas Gerais (IEMG), na década de 1980 e foi servidora pública estadual até se aposentar da função. É casada há 54 anos, mãe e avó. Atualmente mora na cidade natal. Após uma carreira literária diversificada que incluiu crônicas, contos e memórias autobiográficas, a autora nos apresenta uma narrativa complexa da vida feminina com sensibilidade e profundidade.

"Eva no Tempo" é dividido em três partes, sendo a central, que dá nome à obra, a mais extensa. Cada história apresenta uma Eva diferente, explorando nuances da condição feminina com originalidade e impacto emocional. A obra não só oferece uma rica tapeçaria de experiências femininas, mas também convida os leitores, homens e mulheres, a refletirem sobre as pressões sociais e individuais que moldam a identidade feminina até os dias de hoje. Para conhecer mais sobre o processo criativo e as inspirações por trás de "Eva no Tempo", não deixe de conferir a entrevista com a autora. 


Do que se trata “Eva no Tempo”? 
Cidinha Ribeiro - O livro trata de temas como o feminismo e as dores e alegrias de ser mulher.


Por que escolher esses temas?
Cidinha Ribeiro - Escolhi estes temas porque me dizem respeito e, também, dizem respeito ao universo que habito por meio de outras mulheres.


O que motivou a escrita do livro e como foi o processo de escrita?
Cidinha Ribeiro - Meu motivo para escrever o livro foi a importância que percebo em falar sobre as questões das mulheres num mundo machista. Durante o processo da escrita, tive oportunidade de ouvir muitas histórias reais, de conversar com muitas mulheres sobre as questões que dizem respeito a todas nós. Foi enriquecedor porque foi um tempo de muita reflexão e de muitas lembranças. A escrita do livro durou três anos aproximadamente.


Em sua análise, quais as principais mensagens que podem ser transmitidas pelo livro? 
Cidinha Ribeiro - Nós, mulheres, estamos no caminho certo porque somos mais solidárias, mais empáticas e mais envolvidas com nossas próprias questões e com as questões do grupo. Existe esperança para as mulheres porque ganhamos consciência de classe e do nosso valor como pessoas e como agentes de transformação.


O que esse livro representa para você? 
Cidinha Ribeiro - O livro representa um passo importante na minha carreira de escritora.


Você acredita que a escrita do livro te transformou de alguma forma?
Cidinha Ribeiro - Ele me aproximou daquilo em que acredito, me inseriu de forma definitiva no feminismo consciente e ficou bonito. Tem sido prazeroso olhar para ele.


Como a bagagem dos livros anteriores que você escreveu ajudou na construção da obra? 
Cidinha Ribeiro - Todo livro escrito é uma construção importante, um passo para o amadurecimento. Escrever é ato contínuo. Nada é desperdiçado, tudo é agregado. “Eva no Tempo” é um conjunto de tudo que aprendi e um propósito de continuidade no aprendizado. 


Quais são as suas principais influências artísticas e literárias?
Cidinha Ribeiro - A literatura, de modo geral, me influencia e os bons escritores me inspiram. Sempre que leio uma página bem escrita sinto desejo de escrever também. Mantenho com meus pares uma relação amorosa, íntima e duradoura. Um casamento. Não teria como citar nomes. Seria injusto com outros escritores a quem devo tanto. 


Como você definiria seu estilo de escrita?  
Cidinha Ribeiro - Minha escrita é leve, meu vocabulário é escolhido. Sou tradicional. Pontuo, uso maiúsculas e minúsculas, não uso palavrões, embora respeite quem prefere o diferente de mim. Acho que posso dizer sobre “prosa poética” se referindo à minha escrita.


Que tipo de estrutura você adotou ao escrever a obra?
Cidinha Ribeiro - Em relação à estrutura, procuro manter uma organização de ideias mais linear, sem grandes complicações e mudanças bruscas. Gosto de clareza, de concisão. Sou adepta da simplicidade.


Por que escolher prosa poética para “Eva no Tempo”?
Cidinha Ribeiro - Foi minha primeira experiência fora da crônica e do conto. Aconteceu naturalmente. Foi o mais adequado que encontrei para meu projeto de encaixar várias vozes femininas dentro de um mesmo contexto.

Você escreve desde quando, Cidinha?
Cidinha Ribeiro - Escrevo desde minha adolescência, quando escrevia cartas de amor por encomenda. Escrevia para namorados alheios, fazia diários. Meu primeiro livro físico, publiquei em 2015. 


Você tem algum ritual de preparação para a escrita? 
Cidinha Ribeiro - Não tenho preparação para a escrita. Escrever para mim é tão natural como comer, fazer atividade física, dormir. Gosto de ter um projeto em andamento: um livro sendo revisitado para reescrita, um livro nas primeiras páginas, uma releitura do livro abandonado por ser considerado sem recurso, um conto para concorrer à publicação em revista. Escrevo, leio, escrevo. É minha vida.  


Quais são os seus projetos atuais de escrita?
Cidinha Ribeiro - Tenho um livro no mesmo estilo do meu “Eva” aguardando a devolução da leitura crítica. Depois disso, estará pronto para publicação. Considerando-se que ele foi aprovado em leitura crítica anterior, penso que será publicado daqui a um certo tempo. Tenho outro livro, de contos, já na editora Arpillera. Ele será artesanal, e tem sido uma boa experiência fora do meu habitat.

sábado, 27 de julho de 2024

.: "Em Nome do Desejo", de João Silvério Trevisan, volta às livrarias para celebrar


O livro "Em Nome do Desejo" (compre a nova edição neste link) está de volta às livrarias após décadas fora de catálogo. Com vigor e atualidade impressionantes, clássico queer volta às livrarias para celebrar 80 anos do autor, João Silvério Trevisan. Um dos mais importantes nomes da literatura nacional, ele venceu três vezes o Prêmio Jabuti e foi finalista do Oceanos Novidade, as ilustrações, que articulam masculinidade e homoerotismo, são de Francisco Hurtz, artista que integrou a Bienal de São Paulo e a mostra "Queermuseu", com obras na coleção de Gilberto Chateaubriand e no acervo permanente do Museu de Arte do Rio (MAR)

O prefácio, reforçando a atualidade desse clássico, é de Alexandre Rabello, autor de "Miss Macunaíma" e curador do Festival Mix Literário. O texto de orelha é assinado por Italo Moriconi, professor, crítico literário e poeta, organizador de "Os Cem melhores Contos Brasileiros do Século" e "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século".

Intenso e impactante, mas sem perder a sensibilidade e a delicadeza, "Em Nome do Desejo", de João Silvério Trevisan, já é um clássico. Lançado originalmente em 1983 e há décadas esgotado, o romance retorna em nova edição, com design assinado pelo premiado artista gráfico Gustavo Piqueira. Para contar a história de amor e ódio entre os seminaristas Abel e Tiquinho - jovens divididos entre a mortificação da carne e a exaltação da alma, presos entre as glórias do divino e a ebulição da adolescência –, o autor contrapõe a beleza sensual à rigidez católica. Com um enredo envolvente, João Silvério Trevisan guia o leitor entre labirintos de desejo proibido e mortificação.


O que disseram sobre o livro
“Denso, corajoso, emocionado, mas com emoção seguramente medida por uma forma severa, Em nome do desejo deve ser uma agradável (ou no mínimo perturbadora) surpresa para os leitores.” — Caio Fernando Abreu

“[...] trata-se de dar voz a uma subjetividade ameaçada pelas diversas formas de autoritarismo castrador.” — Silviano Santiago

“[...] o que torna 'Em Nome do Desejo' um texto vibrante e luminoso é a maneira pela qual o autor conduz o tema da paixão.” — Folha de S.Paulo


Sobre o autor
João Silvério Trevisan nasceu em 1944, em Ribeirão Bonito, São Paulo. Na década de 1970, iniciou sua produção artística e assumiu-se homossexual, duas facetas que sempre estiveram imbricadas em sua vida. Seu primeiro, polêmico e único longa-metragem, "Orgia ou O Homem que Deu Cria", de 1971, foi censurado pela ditadura civil-militar e, entre outras razões, o levou ao exílio. Já de volta ao Brasil, participou, em 1978, da fundação do lendário jornal Lampião da Esquina, primeira publicação homossexual do país, e do Grupo Somos – movimento vanguardista na promoção dos direitos da comunidade LGBTQIAPN+. Venceu três vezes o Prêmio Jabuti, foi finalista do Oceanos e recebeu, entre outras, uma bolsa da prestigiosa Fundação Vitae, para escritura do romance "Ana em Veneza". Sua vasta produção artística e intelectual inclui mais de uma dezena de livros publicados, roteiros para cinema e peças teatrais.


"Em Nome do Desejo"
João Silvério Trevisan
Ilustrador: Francisco Hurtz
216 páginas
Ed. Record | Grupo Editorial Record
Compre o livro neste link

.: Espetáculo "Macário do Brazil" retoma clássico de Álvares de Azevedo no teatro


Peça inacabada do escritor brasileiro relata um encontro emblemático entre um jovem estudante e o Satã. Temporada acontece no TUSP Maria Antonia entre 2 de agosto e 1º de setembro. Na imagem, cena do espetáculo "Macário do Brazil". Foto: Ligia Jardim


O espetáculo "Macário do Brazil", dirigido por Carlos Canhameiro, estreia no TUSP Maria Antonia, dia 2 de agosto, sexta-feira, e segue em temporada até 1º de setembro de 2024, com sessões gratuitas de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h, totalizando 20 apresentações. Às sextas-feiras, a peça ganha um novo formato com a inserção de uma palestra entre a primeira parte e o final. Dias 9, 16, 23 e 30 de julho, Janaina Leite, Andréa Sirihal Werkema, Ave Terrena e Welington Andrade fazem uma fala de 30 minutos sobre literatura, teatro e contemporaneidades cênicas brasileiras.

O trabalho revisita o clássico "Macário", de Álvares de Azevedo (1831-1852), publicado postumamente em 1855. Trata-se de uma obra inacabada e a única do escritor brasileiro pensada para o teatro. A trama é dividida em dois episódios. No primeiro, o jovem estudante Macário chega em uma taverna para passar a noite e começa a conversar com um estranho sobre as várias concepções de amor e da poesia. De repente, ele descobre que o seu interlocutor é o Satã e parte com ele para a cidade de São Paulo.

Depois, a narrativa segue em outro ambiente, a Itália. O protagonista deseja morrer e encontra o amigo Pensaroso (que na versão de Canhameiro, será Pensarosa), que está apaixonado. Os dois travam diálogo sobre o amor, a filosofia e a literatura, depois Macário é levado pelo Satã para uma orgia em uma taverna. Inclusive, de acordo com a pesquisa de Canhameiro, o crítico literário Antonio Candido aposta na ideia de que a continuação de Macário é justamente o livro Noite na Taverna (1855), também de Azevedo. 


Sobre a encenação
“Há algo de cativante na peça de moço Álvares de Azevedo, talvez porque seja uma espécie de  embrião da dramaturgia contemporânea brasileira. Ao mesmo tempo, os grandes críticos literários, como Antonio Candido e Sábado Magaldi, foram taxativos em dizer que a peça seria apenas para a leitura e não para a encenação. Acho isso curioso, porque é uma visão sobre o teatro muito limitada, de alguém que enxerga esta linguagem artística apenas como uma estrutura dramatúrgica bem-acabada. É exatamente tal contraste entre texto e cena que me interessa”, conta Canhameiro. 

Álvares de Azevedo morreu jovem, com 20 anos, e nenhuma das suas obras foi publicada em vida. Mesmo assim, ele é conhecido como o principal nome do ultrarromantismo brasileiro. “É incrível que uma pessoa com menos de 20 anos tenha escrito uma peça no século 19 que apresenta estrutura celebrada na contemporaneidade. Para mim, Macário coloca o teatro como o lugar da diversão, da invenção, da imaginação, do inacabado, daquilo que ainda não é possível ser capturado pela razão. E é com essas ideias em mente que eu construo as minhas encenações”, acrescenta. 

Para situar todas estas ideias no palco, Canhameiro colocou em cena um coro de 20 jovens de 20 anos. Eles são, em sua maioria, estudantes de teatro e dança de diferentes escolas, cursos técnicos e universidades da cidade de São Paulo e região. Além disso, no elenco estão Alitta (ex Blackyva), primeira atriz travesti preta indicada ao Prêmio Shell por sua performance em "Chega de Saudade"; Danielli Mendes, artista da dança; José Roberto Jardim, que recentemente concorreu ao Prêmio APCA pela direção da peça "Pawana"; e Nilcéia Vicente, cantora e atriz fundadora do Grupo 59 de Teatro.

“O que eu quis foi me debater com o passado, justamente colocando o texto de Álvares de Azevedo em diálogo com as manifestações estéticas contemporâneas. Não se trata de nova roupagem para um texto do século 19 e sim o que o teatro contemporâneo pode fazer com esse texto. O tempo não é uma medida estável como gostaríamos que fosse. Por isso quero em cena diferentes referências temporais desde a morte do autor até hoje, pontua o encenador. Para viabilizar isso, Anuro e Cacau Francisco assinaram o figurino. Assim como aconteceu em seu trabalho anterior, 'xs Culpadxs', a música tem bastante importância em 'Macário do Brazil'. O quarteto À Deriva, formado por Beto Sporleder (saxofone e flautas), Daniel Muller (piano, acordeão e sintetizadores), Guilherme Marques (bateria e percussão) e Rui Barossi (baixo acústico, cordas em geral e tuba) toca brasilidades que vão desde o sertanejo da dupla Cascatinha & Inhana ao pop americanizado de Pepê e Neném. A criação musical tem ainda a participação dos cantores Paula Mirhan e Yantó. O cenário de José Valdir Albuquerque segue a mesma ousadia fragmentária da peça. No primeiro episódio o público vê um quarto de hotel muito bem definido. Depois, a cama se transforma em uma piscina e o elenco permanece dentro dela. Já a banda fica em uma estrutura mais alta, próxima da cabeceira. “Pensei em criar uma experiência cênica coletiva e poderosa. São 30 pessoas em cena e uma equipe externa de mesmo tamanho. Cenário, figurino, luz, música, vídeo, tudo para potencializar ao máximo a teatralidade e a juventude de Álvares de Azevedo", diz Canhameiro. 


Álvares de Azevedo
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu na cidade de São Paulo, em setembro de 1831, e morreu pouco mais de 20 anos depois, em abril de 1852, no Rio de Janeiro. A peça Macário foi publicada em 1855. Álvares de Azevedo escreveu cedo e morreu cedo. Não viu quase nada do que escreveu, publicado. E também não viu sua dramaturgia em cena. 

Este projeto aqui apresentado quer colocar Macário em cena, mas quer ir além de resgatar um texto do século XIX de um autor extremamente jovem e de verve anárquico-romântico. Há algo na forma, na matéria dramatúrgica de Macário que pode ser melhor compreendida ou melhor elaborada em cena hoje, no século XXI. A aposta deste projeto é colocar no palco o texto de Álvares de Azevedo em diálogo com as manifestações estéticas contemporâneas,  juntando o jazz livre e a mpb, o pós-dramático e o musical, o teatro documentário e a dança. 

Em uma certa ousadia de ressignificar o passado, “Macário é, possivelmente, a primeira obra pós-dramática brasileira”, segundo Canhameiro. “Não há em Macário personagens bem elaborados, narrativa progressiva, drama em forma bem apurada. O que poderia ser apontado como defeito, é virtude”, conclui o diretor. 


Sinopse de "Macário do Brazil"
"Macário do Brazil" é uma releitura do texto "Macário" escrita por Álvares de Azevedo, um dos expoentes do ultra-romantismo brasileiro. A peça é dividida em dois episódios e explora temas como a melancolia, a busca pelo sentido da vida, o desencanto e o pacto faustiano com o diabo.

O jovem Macário, estudante e poeta, encontra-se em uma taberna, profundamente desencantado com a vida e questionando o sentido de sua existência. Ele está em um estado de espírito sombrio, reflexo de sua visão pessimista do mundo. É nesse cenário que o jovem romântico encontra um misterioso e carismático desconhecido, ninguém menos do que o próprio Satã! "Macário" é uma peça que mergulha fundo na psique humana, explorando os conflitos internos do protagonista e suas interações com forças metafísicas.

Em "Macário do Brazil", Carlos Canhameiro e o quarteto À Deriva procuram colocar em cena a força jovem do século XIX com os dilemas da juventude e da teatralidade contemporâneas.


Sobre Carlos Canhameiro
Carlos Canhameiro é um artista múltiplo – ator, diretor, dramaturgo e escritor que trafega por diversas linguagens com desenvoltura. É integrante da Cia. LCT e da Cia. De Feitos, além de participar como artista convidado em diversos coletivos. Tem livros de poesia, dramaturgia, infantil publicados pela Editora Mireveja, 7Letras e Lamparina Luminosa. Como diretor e dramaturgo, soma mais de 20 anos de criações em São Paulo, com mais de 30 peças no currículo. Foi vencedor do Prêmio Shell 2023 com Melhor Dramaturgia para a peça "Xs Culpadxs" e do Prêmio APCA 2023 com Melhor Espetáculo Infantil com a peça A Grande Questão.  


Ficha técnica
Espetáculo "Macário do Brazil"
Concepção e Encenação Carlos Canhameiro
Texto Álvares de Azevedo
Elenco Alitta | Danielli Mendes | José Roberto Jardim | Nilcéia Vicente
Músicos e trilha sonora original quarteto À Deriva
Beto Sporleder | Daniel Muller | Guilherme Marques | Rui Barossi
Cantores Paula Mirhan | Yantó
Cenário José Valdir Albuquerque | Carlos Canhameiro
Figurinos Anuro e Cacau Francisco
Iluminação Gabriele Souza
Coreografia Andreia Yonashiro | Danielli Mendes
Coro dos 20 anos Alana Campos | Beatriz Dultra | Beatriz Galli | Brenda Regio | Carolayne Coelho | Duda Fernachione | Eric Vivarelli | Fernanda de Almeida | Gabriel Viana | Gabriela Guimarães | Glenda Matos | Igor Rocha |Jaqueline Chiesa | Jaqueline Samaris | Joyce Dourado |Mar Lumini | Maria Clara | Sarah Lima | Victoria Ribeiro | Willian Galiazzi |
Som Pedro Canales
Operador de Luz Renan Estevão
Arte gráfica Isak Alves
Produção Gabs Ambrozia Corpo Rastreado

Prêmio Zé Renato
Secretaria de Cultura do Município de São Paulo
Este projeto foi contemplado pela 18ª Edição do Prêmio Zé Renato — Secretaria Municipal de Cultura

Serviço
Espetáculo "Macário do Brazil"
De 2 de agosto a 1º de setembro, de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 18h
TUSP Maria Antonia – Rua Maria Antonia, 294 – Vila Buarque / São Paulo
Ingressos: gratuitos
Duração: 95 minutos
Classificação: 14 anos
Sessões com palestras entre as partes do espetáculo (30 minutos):


de agosto> Palestra n.1
"Macário ou do Drama Romântico Brasileiro"
Andréa Sirihal Werkema
Andréa Sirihal Werkema é professora de Literatura Brasileira da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde dá aulas na graduação e na pós-graduação, com pesquisa, em geral, sobre temas relativos à literatura do século XIX: Romantismo, Machado de Assis. Doutora em Literatura Brasileira pela UFMG, onde também se graduou. Publicou e/ou organizou, entre outros, Macário, ou do drama romântico em Álvares de Azevedo (Ed. UFMG, 2012); As duas pontas da literatura: crítica e criação em Machado de Assis (Relicário, 2019); “Cuidado, leitor”: Álvares de Azevedo pela crítica contemporânea (Alameda, 2021) e Atualidade de Machado de Assis: leituras críticas (Nankin, 2021); Machado de Assis e os direitos humanos (Alameda, 2024).

16 de agosto > Palestra n.2
"Teatro e Transformação"
Ave Terrena
Ave Terrena é dramaturga, diretora teatral, poeta e professora da Escola Livre de Teatro de Santo André. Com dez textos encenados no Brasil, México e Portugal, já publicou três livros, dois de dramaturgia e um de poesia. Entre seus últimos trabalhos, destacam-se "Fracassadas BR" e "As mulheres dos cabelos prateados", além de sua atuação como curadora no Rumos Itaú Cultural, SESC Pulsar 2023, e a 9a Mostra de Dramaturgia do CCSP. Atua também na comunidade ballroom SP, sendo integrante da Pioneer House of Hands Up.

23 de agosto > Palestra n.3
"Teatro e Abjeção"
Janaína Leite
Janaina Leite é atriz, diretora, dramaturga e pós-doutoranda pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Nos últimos anos, em trabalhos como  "Stabat Mater", Camming 101 noites" e "História do Olho - um conto de fadas porno noir" vem pesquisado as relações entre teatro e pornografia, se interessando especialmente por linguagens híbridas, a perspectiva ob-cena que aproxima teatro e performance, arte e vida, fronteiras difusas entre práticas artísticas e práticas sócio-culturais. Já apresentou seus trabalhos em países tais quais França, Espanha, Portugal, Chile, Bélgica, México e Alemanha. Seu último trabalho "Deeper" é uma experiência imersiva em realidade virtual, na qual pesquisa o universo digital e os estados dissociativos de consciência em situações limite. Ainda este ano, à convite do Lift Festival em Londres e a Clean Break compagnie, dirige o trabalho "The trials and passions of unfamous women" aproximando práticas jurídicas e teatro.

30 de agosto > Palestra n.4
"Dramaturgia Brasileira e Formas Contemporâneas"
Welington Andrade
Doutor em Literatura Brasileira pela USP, é editor da revista Cult e crítico de teatro da mesma publicação desde 2013. É bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio) e professor titular de Língua Portuguesa da Faculdade Cásper Líbero, onde ingressou em 1997. Ministrou cursos no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo e no Ágora Teatro. Foi professor-palestrante das disciplinas História do Teatro e Crítica Teatral no curso de Artes Cênicas da ECA-USP, em 2010 e 2016, respectivamente. É autor de um dos capítulos da História do teatro brasileiro: do modernismo às tendências contemporâneas e do prefácio de Viagem magnética, de Décio Pignatari. Organizou o livro "Imagens da era Vargas: artigos, fábulas e memórias" (Sesc-SP, 2004) e coordenou a coleção Clássicos Adaptados, da Editora Larousse do Brasil (2005-2006). Editou os livros A morte de si (Cult Editora, 2023), do psicanalista Marcelo Veras, e Abjeção: a construção histórica do racismo (Cult Editora, 2024), da socióloga Berenice Bento.

.: Fã do filme de 1996, Daisy Edgar-Jones fez questão de entrar em "Twisters"


Cada tornado mostrado no longa da Warner Bros., que reuniu um time de mais de 400 pessoas para a produção, foi inspirado em pelo menos um evento real

O que poucas pessoas sabem é que cada tornado vivido pelos personagens de "Twisters" - nova aventura da Warner Bros. Pictures, em cartaz na Rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil e estrelada por Daisy Edgar-Jones, Glen Powell e Anthony Ramos - foi inspirado em pelo menos um evento da vida real e recriado para o filme com efeitos visuais e digitais. 

O longa-metragem contou com mais de 400 pessoas em sua produção. De acordo com a líder de segurança de "Twisters", Lacie Mackey ("Oppenheimer") “alguém poderia pensar que seria tolice rodar um filme sobre tornados durante o pico da temporada de tempestades, mas é a única oportunidade de ter o visual e a sensação em termos de campos de trigo verde e céus majestosos”.E esse foi um dos principais pontos que chamou a atenção da atriz Daisy Edgar-Jones para o projeto. 

A protagonista chegou para a produção de "Twisters" como uma fã fervorosa de seu antecessor: “Eu cresci na Inglaterra, onde não temos clima traiçoeiro além de neblina espessa ocasional, então 'Twister' foi uma viagem emocionante e assustadora, que despertou minha imaginação. Quando soube que haveria um novo capítulo, dirigido por Isaac, fiquei animada com a ideia de alguém como ele, com sua sensibilidade cinematográfica, fazer o filme e como o faria”, afirma. Para Daisy, a história homenageou "Twister" (1996) com “a forte liderança feminina e com um conjunto de personagens ricas e fascinantes, e com esse incrível mundo moderno tão interessante, emocionante, atraente e divertido de caçadores de tempestades no qual decididamente queria entrar”, completa.

No total, são seis sequências de tornados representado os chamados "tornados gêmeos" e mostrando que, em alguns casos, um evento acaba levando a outro. Graças a esse cenário tão realístico, “no segundo dia de filmagem, a equipe de segurança disse: ‘Ok, todos para o abrigo, uma tempestade está chegando’. A equipe entrou nos ônibus e carros com pneus de borracha isolantes de raios, em estrita observância do protocolo de segurança criado”, narra Lacie Mackey, líder de segurança.


"Twisters" tem recebido críticas positivas e encantado fãs em todo o mundo
"Twisters" conta a história de Kate Cooper (Edgar-Jones), uma ex-caçadora de tempestades que estuda padrões de tormentas bem longe delas, diante das telas do computador. Porém, ela embarca em uma nova jornada com seu amigo para testar um novo sistema e acaba tendo que lutar novamente pela sua vida quando se vê próxima do perigo.

O longa-metragem está em cartaz nos cinemas brasileiros, também em versões acessíveis. Para mais informações, consulte a programação de sua cidade. "Twisters", transporta o espectador para um passeio eletrizante e cheio de adrenalina, em um cenário repleto das mais maravilhosas – e destrutivas – forças da natureza: os tornados. Leia as críticas publicadas no portal Resenhando.com nestes links: Resenha: "Twisters" é resgate da pura adrenalina para se ver na telona Cineflix e "Twisters" coloca o espectador dentro da tragédia sem que ele se arrisque.


Sobre o filme
Em julho de 2024, o épico filme de desastre retorna às telonas com um passeio eletrizante, emocionante e cheio de adrenalina que coloca você em contato direto com uma das forças mais maravilhosas – e destrutivas – da natureza. Os produtores das séries de filmes “Jurassic”, “Bourne” e “Indiana Jones” apresentam Twisters, o mais recente capítulo, todo atualizado, do blockbuster de 1996, “Twister”. Dirigido por Lee Isaac Chung, roteirista e diretor indicado ao Oscar por “Minari: Em Busca da Felicidade”, Twisters é estrelado pela atriz indicada ao Globo de Ouro, Daisy Edgar-Jones (“Um Lugar Bem Longe Daqui”, série “Normal People”), e Glen Powell (“Todos Menos Você”, “Top Gun: Maverick”), como forças opostas que se unem para tentar prever e, talvez, domar o imenso poder dos tornados.

Daisy Edgar-Jones interpreta Kate Carter, ex-caçadora de tempestades traumatizada por um encontro devastador com um tornado durante seus anos de faculdade, que agora pesquisa padrões de tempestades pelo computador, em segurança, na cidade de Nova York. Ela volta às planícies abertas pelas mãos de seu amigo Javi para testar um sistema de rastreamento inovador. Lá, encontra Tyler Owens (Glenn Powell), charmoso e imprudente astro das redes sociais, cada vez mais popular com os posts de suas aventuras de caçada às tempestades ao lado de sua tripulação barulhenta - quanto mais perigoso, melhor.

Quando a temporada de tempestades fica mais intensa, acaba desencadeando fenômenos aterrorizantes nunca vistos antes, e Kate, Tyler e suas equipes concorrentes entre si vão de encontro à maior luta de suas vidas, já que estão exatamente no corredor central da passagem de múltiplas tempestades por Oklahoma.

Twisters também é estrelado pelo ator indicado ao Globo de Ouro, Anthony Ramos (“Em um Bairro de Nova York”), como Javi; Brandon Perea (“Não! Não Olhe!”); a vencedora do Globo de Ouro Maura Tierney (“Querido Menino”) e Sasha Lane (“Docinho da América”), ao lado de David Corenswet (o inédito “Superman: Legacy”), Daryl McCormack (série “Peaky Blinders”); Kiernan Shipka (série “O Mundo Sombrio de Sabrina”), e Nik Dodani (série “Atypical”).

Lee Isaac Chung dirige Twisters, com roteiro de Mark L. Smith, de “O Regresso”, indicado ao Oscar de Melhor Filme, e argumento de Joseph Kosinski (“Oblivion”), baseados nos personagens criados por Michael Crichton e Anne-Marie Martin. Os indicados ao Oscar Frank Marshall (franquias “Jurassic” e “Indiana Jones”) e Patrick Crowley (franquias “Jurassic” e “Bourne”) são os produtores do filme, com produção executiva de Steven Spielberg, Thomas Hayslip e Ashley Jay Sandberg.

A equipe de produção criativa de Twisters inclui o diretor de fotografia Dan Mindel (“Missão: Impossível 3”, “Star Trek”, “Star Wars: O Despertar da Força”); o designer de produção Patrick Sullivan (“Brightburn - Filho das Trevas”, diretor de arte de “Twister”); a editora Terilyn A. Shropshire (“A Mulher Rei”); a figurinista Eunice Jera Lee (“Clube da Luta para Meninas”, “How to Blow Up a Pipeline”); e o compositor Benjamin Wallfisch (“Blade Runner 2049”, “The Flash”). Warner Bros. Pictures, Universal Pictures, e Amblin Entertainment apresentam Twisters, um filme de Lee Isaac Chung, distribuído internacionalmente pela Warner Bros Pictures.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Twisters" são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: “O Filho da Geni” reflete sobre cultura do silêncio e violência infantil masculina


Espetáculo estreia em 2 de agosto na SP Escola de Teatro Rosevelt e continua a temporada, sem intervalo, no O Andar. Texto de Diego Lourenço, com direção de Matheus Lipari. De 2 de agosto a 27 de setembro. Foto: Thiago Santana

“Soube muito mais tarde que o que fazíamos era malcriação. Para nós, não tinha nome. A coisa mesmo era feita de palavras não-ditas. Ele me oferecia um brinquedo que eu queria e desenhava no chão o que eu tinha de fazer se eu quisesse.” Essas são frases de “O Filho da Geni”, monólogo encenado pelo ator Luiz Fernando Almeida, a partir do texto de Diego Lourenço, com direção de Lipari, estreia em 2 de agosto na SP Escola de Teatro, unidade Roosevelt, trazendo à luz  a temática da violência sexual contra meninos, propondo reflexão a um tema invisibilizado pela cultura do silêncio. 

O título do espetáculo faz referência à música “Geni e o Zepelim” de Chico Buarque, que pode ser lida como uma das múltiplas faces da desigualdade social e econômica sofrida por quem vive às margens da sociedade. O espetáculo assume a continuidade hereditária dessa desigualdade dando ênfase ao abuso sexual infantil.

Segundo o relatório anual -referente a 2019- do Disque 100, canal de denúncias mantido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, somente 18% dos registros de violência sexual contra crianças e adolescentes brasileiros referiam-se a vítimas do sexo masculino. A subnotificação de abusos contra meninos  se torna ainda maior na adolescência. Enquanto 46% dos casos atinge vítimas do sexo feminino entre 12 e 17 anos, a proporção de garotos da mesma faixa etária que denunciam é de apenas 9%.

Escrito a partir de extensa pesquisa de estudos e entrevistas realizadas pelo ator e equipe com vítimas de abuso sexual infantil no Brasil e na Europa durante cerca de três anos,“O Filho da Geni” enfatiza, por um lado os mecanismos sociais que facilitam a violência sexual com sua perpetuação geracional nas camadas mais pobres da sociedade e, por outro, os processos pessoais pelos quais esses traumas são interiorizados, silenciados e como impactam na vida adulta das vítimas.

“Muitas das vítimas de abuso sexual infantil arrastam essa experiência ao longo de suas vidas como um fardo que não são capazes de descartar. Além disso, em muitos casos, o trauma afeta de maneira disfarçada: a pessoa não se sente bem, mas não consegue identificar o porquê”, diz Luiz. Na peça, o personagem central ao retornar ao Brasil depois de anos trabalhando em condição de subemprego pela Europa, se vê forçado a confrontar seu passado traumático. Com um tom ora inocente, ora cômico, o personagem navega obstinado pelas memórias perturbadoras de sua infância e adolescência para nos contar sua história sem reservas enquanto ganha consciência da dimensão dos abusos que sofreu, inadvertidamente perpetuou, e aprendeu a normalizar.

Para escrever "O Filho da Geni", que envolve entendimento profissional sobre o abuso infantil e seu impacto psicológico na vida infantil e adulta das vítimas, Diego cursou um segundo mestrado, dessa vez em Psicologia pela Arden University, em London. O mestrado, a ser concluído este ano, contribuiu para o embasamento teórico, levantamento de conhecimento científico atualizado sobre os temas centrais da peça e o desenvolvimento de uma pesquisa de campo robusta e ética para acessar o problema. O resultado é uma obra inteiramente baseada em fatos reais que visa refletir de forma anônima, artística e segura sobre as nuances e mecânicas do abuso infantil masculino.

“As mulheres estão emergindo progressiva e dolorosamente da cultura do silêncio pela qual esse tipo de abuso sexual está cercado. Mas as vítimas masculinas de abuso sexual na infância estão apenas começando a denunciar o que há muito tempo silenciaram. Nossa cultura não abre espaço para o homem como vítima. Aqueles que viveram essa situação sentem-se feminilizados, castrados, com vergonha e a sensação de terem deixado de pertencerem ao gênero masculino. A vergonha está relacionada com o sentimento de que não foram capazes de deter o abuso, ou seja, um sentimento de impotência frente à situação vivida”, complementa Luiz.

"O Filho da Geni" é a terceira obra teatral de Diego Lourenço e a segunda parceria com o ator Luiz Fernando Almeida. Sua última peça, Gotas de Codeína (2015) - um monólogo visceral tratando de questões de pertencimento, identidade de gênero e suicídio, encenado por Luiz Fernando - continua relevante e sendo apresentada.


Sinopse de "O Filho da Geni"
O personagem ao retornar ao Brasil depois de anos trabalhando em condição de subemprego pela Europa, se vê forçado a confrontar seu passado traumático. Com um  tom ora inocente, ora cômico, o personagem navega obstinado pelas memórias perturbadoras de sua infância e adolescência para nos contar sua história, sem reservas, enquanto ganha consciência da dimensão dos abusos que sofreu, inadvertidamente  perpetuou, e aprendeu a normalizar.


Idealização e atuação - Luiz Fernando Almeida
Formado pelo CPT de Antunes Filho, atua em teatro há 30 anos e trabalhou em montagens como : "Dama da Noite" de Caio Fernando Abreu, "Gotas de Codeína" de Diego Lourenço, "Capitães da Areia" de Jorge Amado, "Anjos de Augusto" de Luiz Fernando Almeida, "Caxuxa" de Ronaldo Ciambroni, "Negrinha" de Monteiro Lobato, "Rapunzelee" de Kadu Veríssimo, "O que terá Acontecido a Rosemary?"de Kadu Veríssimo, "Beckett in White" de Maurício Lencastre, "Navalha na Carne" de Plínio Marcos, "Quando as Máquinas Param" de Plínio Marcos entre outras. Integrou o elenco de Cias como: Teatro Mambembe de Repertorio, Cia Anonima de Teatro, Cia Pernilongos Insolentes Pintam de Humor a Tragédia.Foi indicado ao Prêmio Aplauso Brasil de Teatro 2014, na categoria Melhor Ator, com o espetáculo Dama da Noite. Premiado em diversos festivais e Mostras de Teatro, entre eles: :Festival Santista de Teatro, Prêmio Plínio Marcos de Teatro, Prêmio Nacional das Artes de Mogi das Cruzes .

Como produtor esteve à frente de eventos como Bazar Cafofo, Mercado Mundo Mix, Sansex - Mostra da Diversidade, Festival Santista de Teatro, Free Jazz Festival, Carlton Dance Festival, Skol Beats, Bavaria Vibe Festival, Combo Cultural, Curta Santos- Festival de Cinema de Santos, Verão Teatral (Santos), Teatro nas Bibliotecas, Itinerância Festival Mix Brasil da Diversidade (Santos) Casa de Criadores, Phytoervas Fashion entre outros. Foi membro do Conselho de Cultura de Santos no biênio 2013/2014 ocupando a cadeira do segmento de Produção Cultural. Como Arte Educador, ministrou oficinas em instituições como Oficinas Culturais do Estado de SP e Senac.

Colaborador de sites e publicações importantes como: Mix Brasil, Juicy Santos e Super Site como colunista. É autor dos livros “ Não Deixe a Ansiedade Destruir sua Vida” e “ Notícias do Subterrâneo” ambos disponíveis na Amazon e apresentador do podcast “Tá Passada?" disponível em todas as plataformas digitais.


Direção Lipari
Cofundador do Galpão Cultural - Parque Anilinas, e do Coletivo 302, ganhador do 33º Prêmio Shell na categoria Inovação, ambos sediados na cidade de Cubatão, atua como performer, designer de luz, produtor e diretor de arte em obras de diferentes linguagens. Foi presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Cubatão durante o biênio de 2020 e 2021. Atualmente em processo de formação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade São Judas Tadeu.

No campo das artes cênicas, em 2017 fez parte da criação técnica e visual do espetáculo “#República”, peça premiada pelo PROAC - primeiras obras, onde também atuou e desenvolveu sua pesquisa em light performance. Em 2019 desenvolve o projeto da peça Vila Parisi, uma obra em site-specific, contemplada pelo PROAC - montagens inéditas, junto ao coletivo 302 e a diretora convidada Eliana Monteiro do Teatro da Vertigem. Em 2020 coordenou o 17º FESTAC - Festival de Teatro de Cubatão. Em 2022 fez parte da programação do Mirada - Festival Ibero Americano de Artes Cênicas do Sesc com o espetáculo "Vila Parisi".

Em 2020 a convite do Sesc Santos, desenvolveu a direção de arte dos "Vídeo - Retratos: Vila Parisi", projeto com exibição permanente em todas as plataformas digitais da rede, sendo este convidado para ser exibido no Festival Internacional de Performance de Zacatecas, México. Em 2021 assinou a direção de arte do documentário “Vila Fabril: Território, História e Cultura" da Flair Produção Cultural em parceria com o Coletivo 302 pela Lei Aldir Blanc e do curta-doc Diário de Bordo Vila Fabril, para edição especial do Mirada 2021.


Dramaturgia – Diogo Lourenço
Diego é historiador e cientista social britano-brasileiro radicado em Londres. Sua pesquisa centra-se na investigação das forças sócio-históricas ligadas à desigualdade social. Para seu doutorado em Sociologia, na Humboldt University of Berlin, Diego pesquisa a desigualdade de classe em 8 países com vínculos coloniais ou imperiais (Brasil, Portugal, Espanha, México, Reino Unido, Estados Unidos, Índia e Alemanha). Mais precisamente, ele investiga como essa forma de desigualdade se manifesta através de práticas de bem-estar, saúde e espiritualidade como o yoga e a meditação. Seu trabalho acadêmico tem sido publicado na França e no Reino Unido, sendo a sua contribuição mais recente um capítulo para o livro Gurus and Media: Sound, Image, Machine, Text and Digital a ser publicado este ano pela UCL, University College London (Livro editado por J. Copeman, A. Longkumar and K. Duggal).

Em Londres, Diego participa de diversas oficinas e eventos voltados a produção teatral, sendo os mais recentes a oficina anual British Theatre 2022 organizada por Matt Wolf no Victoria & Albert Museum voltada a análise crítica dos textos das melhores produções teatrais do Reino Unido em 2022 (2/10/22 a 20/11/22) e palestras Sustainability in Theatre and Representation in Theatre na mesma instituição (22 e 23/04/23).


Ficha técnica
Monólogo "O Filho da Geni" @ofilhodageni
Idealização e atuação: Luiz Fernando Almeida @oluizfernandoalmeida
Encenação: Lipari @liipari
Dramaturgia Diego Lourenço
Trilha original: Marcos Ozi @marcozi.stos
Design de Luz: Juliana Sousa @julianasouza.cultura
Iluminadora: Marina Gatti @marinagatti_
Figurino: Mário Francisco @dermetropol
Direção de Arte: Lipari @liipari
Inflável: Aloha e Ruan @inflapower
Adereços : Mauro Fecco @maurofecco
Preparação corporal : Eleonora Artysenk @eleonoraartysenk
Produção executiva: Luiz Fernando Almeida
Assistente de produção: Ricardo Werson @ricardo_werson_artista
Assessoria de comunicação: Adriana Monteiro/Oficio das Letras @adrianadrixmonteiro
Fotografia: Thiago Santana @thiagofotocubatao
Administração: Regina Aguillar @associacaodosartistassp
Transporte: Mayara Viagens
Costureira : Rose
Ingressos Sympla @sympla
Realização: PROAC e Cafofo Produções @cafofo.producoes
Parceria: Associação dos Artistas, Lab PROCOMUM, SP Escola de Teatro, Associação dos Amigos da Praça, Cultura SP, Governo do Estado de SP (Secretaria de Economia e Indústria Criativa).
Apoio: Apfel, Pizzaria 1900, Nutrisom, Planetas, Oficio das Letras Comunicação, Der
Metropol, Mayara Viagens
* Espetáculo contemplado pelo Edital PROAC-01/23- Montagem de Espetáculo Teatral Inédito no Estado de SP


Serviço
Monólogo "O Filho de Geni"
SP Escola de Teatro - Unidade Roosevelt (Praça Franklin Roosevelt, 210, Consolação)
De 2 de agosto a 1° de setembro - Sextas e sábados, às 20h30; Domingos, às 18h00
Ingressos: gratuitos
Somente pela internet: Sympla SP Escola de Teatro - www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatro
Lotação: 60 lugares
Duração: 60 minutos
Gênero: Monologo dramático
Classificação: 16 anos
SP Escola de Teatro - Residências Artísticas
Direção Executiva: Ivam Cabral
Curadoria e Coordenação de Extensão Cultural e Projetos Especiais: Miguel Arcanjo Prado
Assistentes de Extensão Cultural e Projetos Especiais: David Godoi, Rodrigo Barros e Solange Correia
Gerência de Produção: Ricardo Pettine


"O Filho da Geni" no Espaço O Andar
De 5 a 27 de setembro
R. Dr. Gabriel dos Santos, 30, 2º andar, Santa Cecília, São Paulo/SP - 01231010
Região
Centro / São Paulo
Capacidade
50 lugares pessoas
Bilheteria
Segunda a sexta-feira: uma hora antes do evento
Sábado: uma hora antes do evento
Domingo: uma hora antes do evento
Estacionamento - Rua Dr Gabriel dos Santos, 131
Cafeteria
Ar-condicionado
Acessibilidade
Telefone: (11) 3666-6138
E-mail: contato@oandar.com
Site: https://oandar.com/
Instagram: https://www.instagram.com/o.andar/

.: “Por Entre Espaços” estreia em São Paulo com apresentações gratuitas


Durante todo o mês, o espetáculo seguirá em circulação por outros três teatros da cidade: Arthur Azevedo, Paulo Eiró, e Kasulo Espaço de Arte. Foto: Paulo Cesar Lima


No mundo atual, onde a migração forçada ou voluntária atravessa fronteiras e culturas, o tema do exílio ganhou relevância para os quatro solistas unidos no projeto Dramaturgias Paralelas – Jussara Miller, Luciana Hoppe, Simone Mello e Marcos Sobrinho -, abordado a partir da experiência de vida e da relação com o solitário fazer artístico de cada um. “Por Entre Espaços” , trabalho que resulta da dramaturgia experimentada durante as vivências cênicas e pesquisas corporais entre Marcos Sobrinho e as performers Jussara Miller, Luciana Hoppe e Simone Mello, dentro do projeto Dramaturgias Paralelas, estreia no primeiro fim de semana de agosto (dias 2, 3 e 4 de agosto), no Teatro Alfredo Mesquita, em Santana, zona Norte da capital.

Durante todo o mês, o espetáculo seguirá em circulação por outros três teatros da cidade: Arthur Azevedo, na Mooca, Zona Leste (de 9 a 11 de agosto); Paulo Eiró, em Santo Amaro, Zona Sul (de 23 a 25 de agosto), e encerra temporada no Kasulo Espaço de Arte, na Barra Funda, região central (de 30 de agosto a 1° de setembro). As apresentações em todos os espaços têm entrada gratuita.

Com pensamentos diversos sobre o corpo e a cena, mas tendo em comum transitarem num território estético onde as artes visuais se instauram como gesto criativo predominante e as complexidades do ato da criação acontecem na solidão de um artista-solista, os quatro experenciaram um intenso processo de compartilhamento de suas práticas, que se deu num largo período nos laboratórios de investigação, nos vários workshops e na mostra Arrastão dos Solos, realizada na Oficina Cultural Oswald de Andrade e indicada ao prêmio APCA na categoria Programa/Memória.

A estrutura da performance teve a improvisação como base para a coleta de novos vocabulários corporais e se chegar à questão do exílio e seus desdobramentos - tema bastante discutido durante o processo -, não limitado às conotações existenciais e religiosas do termo, mas como um desafio à criatividade, trazendo rastros do que pode ser o exílio pra cada um, a partir de suas experiências pessoais e da relação com seu fazer artístico. 

Como inspiração natural, surgiu a obra do filósofo tcheco-brasileiro Vilem Flusser, que tem o exílio como um marco importante em sua vida. Nascido em 1920, na cidade de Praga, Flusser teve que deixar sua terra natal em função da Segunda Guerra Mundial e do avanço do regime nazista. Após passar por países da Europa, se estabeleceu no Brasil em 1941, onde encontrou um ambiente intelectualmente estimulante, influenciado pela cultura brasileira e latino-americana. 

“No território de experimentações cênicas, temos a percepção de que o exílio é uma condição humana, que traz consigo desafios, questionamentos e provocações. Portanto, trazer essas experiências de exílio, vividas em contextos e condições de existência diversas, nos serve para criarmos um campo de diálogo cênico, onde se faz ecoar e reverberar tanto os desconfortos e incômodos, quanto os arrebatamentos e fascínios, dentro e fora do processo de criação artística”, pondera Marcos Sobrinho, diretor do núcleo artístico que concebeu o projeto.   

Para a criação de “Por Entre Espaços”, Ana Cristina Colla atuou como provocadora;  Talita Vinagre responde pelas intervenções dramatúrgicas  e Valquíria Rosa pelas intervenções sonoras. A sonorização e a vídeo instalação são de Téo Ponciano, o desenho de luz é de Décio Filho e Warner Júnior assina o figurino. As apresentações integram projeto realizado com apoio da 34ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.

Núcleo de Dança e Performance Marcos Sobrinho
Marcos Sobrinho, cuja formação em dança passa por  por Maria Olenewa (RJ), pela Ècole de Danse du Marais (Paris-França), Folkwang Schule em Essen e Die Werkstatte Düsseldorf, ambas na Alemanha, e Zélia Monteiro, em São Paulo,  fundou o Núcleo de Dança e Performance que leva o seu nome, com a proposta de investigar o universo da dança em conjunto com as artes visuais, música e vídeo. Já foi contemplado pelo Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, Prêmio Funarte Klauss Vianna, Programa de Ação Cultural – ProAC e Rumos – Itaú Cultural. Em seus 26 anos, o grupo vem trabalhando de forma sistemática no campo da dança e performance, estabelecendo conexões entre o fazer/pensar arte contemporânea. Nas  investigações cênicas tem sempre abordado as artes visuais como estratégia para as modulações estéticas.

Serviço
Estreia "Por Entre Espaços" – Núcleo Marcos Sobrinho
Com Marcos Sobrinho, Jussara Miller, Luciana Hoppe e Simone Mello
Duração: 40 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
@dramaturgiasparalelas e @dionisioproducao

De 2 a 4 de agosto (sexta e sábado, às 21h00, domingo, às 19h00)
Teatro Alfredo Mesquita
Av. Santos Dumont, 1770 - Santana / São Paulo
Ingresso: gratuito - presencial
Acessibilidade: sim

De 9 a 11 de agosto (sexta e sábado, às 21h00, domingo, às 19h00)
Teatro Arthur Azevedo
Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca / São Paulo
Ingresso: gratuito - presencial
Acessibilidade: sim


De 23 a 25 de agosto (sexta e sábado, às 21h00, domingo, às 19h00)
Teatro Paulo Eiró
Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro / São Paulo
Ingresso: gratuito - presencial
Acessibilidade: sim


Dias 30 e 31 de agosto e 1° de setembro  (sexta e sábado, às 20h00; domingo, às 19h00)
Kasulo Espaço de Arte
R. Sousa Lima, 300 - Barra Funda / São Paulo
Ingresso: gratuito - presencial
Acessibilidade: não

sexta-feira, 26 de julho de 2024

.: Entrevista: Yohan Kisser explora novos rumos na música


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O músico e compositor Yohan Kisser vem mostrando um trabalho original, fora dos padrões estabelecidos pelo pop e rock convencional. Ele já lançou um elogiado EP e vem divulgando dois singles de seu próximo trabalho, que terá 12 canções autorais e deve ser concluído em breve. Filho do músico Andreas Kisser, integrante do grupo Sepultura, Yohan desenvolve um trabalho por uma linha diferente do seu pai, mesclando influências do rock progressivo e até da chamada vanguarda paulista, representada por nomes como Arrigo Barnabé. Em entrevista para o portal Resenhando.com, ele conta como foi seu início na música e explica o conceito de seu trabalho. "O álbum é uma mistura de inglês e português, e a ideia por trás do título é uma reflexão sobre a vida, a competição e a harmonia na natureza e na sociedade".

Resenhando.com - Fale como foi seu início na música. Os pais te incentivaram?
Yohan Kisser -
Meu início começou ainda na infância. Tive aulas de bateria e violão, que me deram uma base para formar a primeira banda que tocava rock progressivo. Mais tarde me formei em violão clássico e a partir daí passei a buscar uma identidade musical mais definida. Mais precisamente a partir de 2017 passei a compor canções nesse tipo de formato atual, já com muita influência de Frank Zappa e até Arrigo Barnabé, que são dois nomes que curto muito.


Resenhando.com - À primeira vista, quem não te conhece imaginaria que você produziria um trabalho com foco no metal.
Yohan Kisser - 
Pois é. Eu também curto muito o trabalho que meu pai (Andreas Kisser) desenvolve no Sepultura. Mas o fato é que sempre tive a liberdade para seguir o meu próprio caminho, que buscava ir mais além, em novos horizontes.


Resenhando.com - Em um de seus singles recentes, o "Membro Fantasma", você presta uma homenagem a mãe. Como foi a repercussão?
Yohan Kisser - 
Essa música foi muito especial. Eu a compus em um piano que minha mãe (Patricia Kisser, que faleceu em 2022) me deu. Passei a abrir novas perspectivas ao tocar e compor nesse instrumento. Então veio a ideia de compor algo sobre ela, sobre a falta que ela faz para mim e toda a família. Recentemente o neto do Tom Jobim, Daniel Jobim, disse ter gostado muito da canção e observou que o coral que canta a melodia lembrava o grupo vocal que o Tom Jobim tinha na banda quando tocava ao vivo. Não foi algo intencional, mas de certa forma reflete a influência que recebi. Tom Jobim e Chico Buarque sempre foram referências importantes, além das que citei antes, do rock.


Resenhando.com - Como está a produção de seu novo trabalho?
Yohan Kisser - 
Finalizamos duas faixas que já foram lançadas como singles: “Membro Fantasma” e "The Rivals are Fed and Rested", sendo que esta última será a faixa título do disco. As demais devem estar concluídas até o final de agosto. O álbum é uma mistura de inglês e português, e a ideia por trás do título é uma reflexão sobre a vida, a competição e a harmonia na natureza e na sociedade. Há influências que vão desde Frank Zappa até Beatles e Queen, buscando capturar a diversidade e a surpresa que encontramos na música.

Resenhando.com - E como está preparando os shows para divulgar?
Yohan Kisser - 
Com certeza estaremos na estrada para mostrar esse trabalho, assim que o disco for concluído. Estamos ansiosos para subir no palco e tocar essas canções. E espero conseguir levar o show aí, para Santos, que guardo com carinho na memória. Minha família frequentava bastante a Cidade. Andei bastante pelo Canal 1 (Avenida Pinheiro Machado), próximo da praia. É uma cidade muito acolhedora.

"Membro Fantasma"

"The Rivalks Are Fed and Rested"


.: Crítica musical: banda Front lança "Metropolis" em disco e streaming


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

A banda Front está divulgando o seu mais recentemente lançamento: o álbum "Metropolis", gravado no exterior, que foi lançado nas plataformas de streaming e em formato vinil. A sonoridade funciona como uma espécie de atualização do pop rock dos anos 80, mesclando com outras influências musicais.

A banda tem seu núcleo no trio formado por Nani Dias, Ricardo Palmeira e Rodrigo Santos, todos músicos experientes que já tocaram com a nata do rock dos anos 80 (Lobão, Barão Vermelho, Cazuza, etc.). Eles chegaram a se apresentar como Front nos anos 80, mas logo acabaram deixando a proposta adormecida por anos, porque logo depois foram recrutados para tocar em outras bandas.

Seria normal encontrar alguns ecos dos anos 80 nesse novo trabalho. Aliás, nas plataformas já se encontram outros discos gravados pelo grupo ("The Hansa Album" e "XXX Dutch"). "Metropolis" encerra uma alegre trilogia pop muito bem produzida e gravada pelos músicos. Parece até que essas canções estavam represadas, esperando a hora certa para serem lançadas.

O disco abre com "Ao Menos Uma Vez", com uma batida que oscila entre o reggae e o pop na medida certa para tocar nas rádios. Depois cai no balanço soul de "Loop na Pista de Esqui". Nessas duas, Rodrigo Santos conduz os vocais com maestria. "Bom Final" tem uma batida agitada que lembra o Barão Vermelho dos anos 80, na fase com o Cazuza no vocal. Aliás, Cazuza parece ser uma referência importante na construção das letras do Front.

A faixa "La Nave" foi composta em castelhano, fazendo uma ponte com grupos e artistas pop latinos como Soda Stereo, Fito Paez e Charly Garcia, em um ritmo alegre e envolvente. O disco encerra com a ótima balada "Outra Vez", cuja letra lembra novamente a poesia melancólica e romântica de Cazuza, sem soar piegas. (“Outra Vez ando pela rua te procurando/Mais uma vez me vejo olhando a Lua/Não te achando...”).

"Metropolis" é mais um acerto da banda Front, que ao que parece agora veio para ficar de vez. Esperamos que eles continuem lançando novos discos e buscando sempre se reinventar no nosso pop rock. Vale muito a pena a audição.


"Ao Menos Uma Vez"

"Filme"

"Outra Vez"

.: "A Árvore Mais Sozinha do Mundo", o novo livro de Mariana Salomão Carrara


“A escrita de Mariana Salomão Carrara é de uma visceralidade impressionante”
, afirmou a escritora Tatiana Salem Levy recentemente. A afirmação é mais do que justa e, em agosto, a editora Todavia publica o mais novo livro da premiada autora Mariana Salomão Carrara. O romance "A Árvore Mais Sozinha do Mundo" (compre o livro neste link) é arrebatador e gira em torno das nuances da convivência familiar e os desafios - sociais e climáticos - que assombram o trabalho com a terra.

Nesta obra, Carrara se reafirma como uma das escritoras mais talentosas da nova literatura brasileira, abordando temas densos como a exploração do trabalho familiar e o abuso de agrotóxicos nas lavouras. O centro da trama de "A Árvore Mais Sozinha do Mundo" é ocupado por Guerlinda e Carlos, casal que vive com os filhos em uma pequena roça no Rio Grande do Sul e se dedica ao cultivo do tabaco. Na dura época da colheita, a mãe de Guerlinda é chamada para ajudar nos trabalhos, e sua chegada transforma os já desgastados contornos da rotina familiar.

Com uma escrita engenhosa, a autora joga com as formas narrativas e constrói um enredo a partir da visão de objetos que rodeiam a casa: o espelho lusitano na sala; a roupa de proteção que acompanha os filhos na lida com os defensivos agrícolas; a velha caminhonete Rural da família; e a árvore que observa tudo do alto, no quintal em frente à propriedade. O livro chega às livrarias no dia 9 de agosto. 

Sobre a autora
Mariana Salomão Carrara nasceu em 1986, em São Paulo. Defensora pública, é autora de "Fadas e Copos no Canto da Casa" (Quintal Edições), "Se Deus me Chamar Não Vou" (editora Nós, indicado ao Jabuti 2020) e "É Sempre a Hora da Nossa Morte Amém" (editora Nós, indicado ao Jabuti 2022 e ao Prêmio São Paulo de Literatura 2022). Pela Todavia, publicou "Não Fossem as Sílabas do Sábado", vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura 2023 na categoria Melhor Romance.

.: Série "Manual de Assassinato para Boas Garotas" será lançada em agosto

A aguardada adaptação do best-seller "Manual de Assassinato para Boas Garotas" (compre o livro neste link) chega à Netflix em 1º de agosto. Escrito por Holly Jackson e publicado no Brasil pela Intrínseca em 2022, o livro conta a história de uma jovem de 17 anos que dá início a uma investigação obsessiva e perigosa para desvendar a misteriosa morte de uma adolescente de sua cidade. A série é estrelada por Emma Myers ("Wandinha") e Zain Iqbal ("All Crazy Random"). 

Pip conhece bem a história que assombra a pequena cidade de Little Kilton: o trágico assassinato de Andie Bell, a garota mais popular do colégio, por seu namorado Sal Singh, que teria se suicidado em seguida. Cinco anos depois, as matérias tendenciosas da imprensa local e o ostracismo das famílias de ambos confirmam que todos estão longe de esquecer o crime, apesar de o caso nunca ter ido a julgamento.

Para a jovem, as peças desse quebra-cabeça não se encaixam. Será que Sal realmente era um assassino? Ou será que Andie não era tão inocente quanto todos achavam? Envolta nesses questionamentos, Pip decide analisar o crime em seu projeto de conclusão de curso no colégio, e, com a ajuda de Ravi, irmão mais novo de Sal, ela começa a questionar a investigação oficial. Nem todos, porém, parecem satisfeitos com as descobertas da garota. À medida que segredos aterrorizantes são revelados, a vida da jovem detetive corre perigo, e talvez ela precise deixar de ser uma boa garota para reescrever a história de sua cidade.

Best-seller do jornal The New York Times e muito elogiado pela crítica, "Manual de Assassinato para Boas Garotas" é uma leitura indispensável para os fãs de histórias de mistério e true crime. Com uma trama viciante, personagens carismáticos e reviravoltas assustadoras, o livro mostra o impacto - às vezes irreversível - das pequenas violências do cotidiano.



Sobre a autora
Holly Jackson escreve desde jovem, tendo terminado seu primeiro (e terrível) romance aos 15 anos. Ela se tornou autora best-seller com sua série de estreia, "Manual de Assassinato para Boas Garotas", que vendeu milhões de exemplares em todo o mundo e foi adaptada em uma série de sucesso da BBC, distribuída pela Netflix. É formada na Universidade de Nottingham, onde estudou Linguística Literária e Escrita Criativa, e tem um mestrado em Língua Inglesa. Atualmente, mora em Londres. Holly gosta de jogar videogame e assistir a documentários sobre crimes reais para fingir que é uma detetive. Pela Intrínseca, também publicou "Os Cinco Sobreviventes". Foto: divulgação.

"Manual de Assassinato para Boas Garotas",  de Holly Jackson
Tradução: Diogo Magalhães e Karoline Melo.
Páginas: 448.
Editora: Intrínseca.
Compre o livro neste link.

.: "Agatha Desde Sempre": nova série da Marvel estreia em setembro


Kathryn Hahn retorna como Agatha Harkness em série que estreia com seus dois primeiros episódios no dia 18 de setembro, exclusivamente no Disney+


Já está disponível o trailer e o pôster da nova série da Marvel Television, "Agatha Desde Sempre", que estreia em 18 de setembro com seus dois primeiros episódios, exclusivamente no Disney+. A série é centrada na personagem Agatha Harkness, interpretada por Kathryn Hahn, da aclamada série da Marvel Studios, "WandaVision". Ela embarca em uma perigosa e misteriosa aventura repleta de provações e adversidades. A showrunner Jac Shaeffer, criadora de "WandaVision", é a diretora do episódio piloto.

Em "Agatha Desde Sempre", a infame Agatha Harkness se encontra deprimida e sem seus poderes depois que um suspeito adolescente gótico a ajuda a se libertar de um feitiço distorcido. O interesse de Agatha é despertado quando o jovem implora que ela o leve para o lendário Caminho das Bruxas, um desafio mágico de provações que recompensará a bruxa sobrevivente com o que lhe falta. Juntos, Agatha e esse misterioso jovem reúnem um coven desesperado e partem para o Caminho.

Além de Kathryn Hahn, Agatha Desde Sempre é estrelada por Joe Locke, Sasheer Zamata, Ali Ahn, Maria Dizzia, Paul Adelstein, Miles Gutierrez-Riley, Okwui Okpokwasili, com Debra Jo Rupp, Patti LuPone, e Aubrey Plaza. Os produtores executivos são Kevin Feige, Louis D’Esposito, Brad Winderbaum, Mary Livanos e Jac Schaeffer. Os diretores da série incluem Jac Schaeffer, Rachel Goldberg e Gandja Montiero.

"Agatha Desde Sempre" - Trailer dublado

"Agatha Desde Sempre" - Trailer legendado


.: Comédia "Pão com Ovo", sucesso de milhões, em curta temporada em SP


Visto por mais de um milhão e 300 mil espectadores, com milhões de visualizações na internet e indicado ao Prêmio Prio de Humor, espetáculo criado pelos atores maranhenses César Boaes e Adeilson Santos, retorna a São Paulo para curtíssima temporada. Foto: Ayrton Vale

A comédia "Pão com Ovo" é um dos maiores sucessos do teatro nordestino brasileiro. Criado há 12 anos em São Luís, capital do Maranhão, o espetáculo se renova em torno das aventuras vividas por duas personagens: a nova rica Clarisse Milhomem e sua amiga Dijé, que nunca saiu do bairro popular onde as duas foram criadas.

Na comédia autoral, cheia de irreverência e ingenuidade, que escondem uma divertida crítica social, Adeilson Santos da vida à Dijé, enquanto a socialite é vivida pelo ator César Boaes, que também assina o espetáculo que já foi visto por mais de um milhão e 300 mil espectadores, com inúmeras cenas viralizadas na internet e indicação ao Prêmio Prior de Humor, comandado por Fábio Porchat.

Em São Luís, eles mantêm um espaço próprio, a Casa Pão com Ovo, onde mantêm residência, sem parar de se apresentar em teatros e em praças pelo estado, em espetáculos sempre lotados. O grupo representou o Brasil no Festival Internacional da Cidade da Maia em Portugal, já cumpriu grandes temporadas de sucesso no Rio de Janeiro e São Paulo, e agora retorna para a cidade em uma curtíssima temporada no Teatro Bibi Ferreira.

 
Ficha técnica
Espetáculo "Pão com Ovo"
Texto: Adeilson Santos e César Boaes
Direção: César Boaes
Iluminação: Djair Barros
Atores: César Boaes e Adeilson Santos
Ator convidado: Alysson Lima
Designer gráfico: Hudson Santos
Fotos: Ayrton Vale
Assessoria de imprensa em São Paulo: Flavia Fusco Comunicação
Técnico de som: Marcelo Nunes
Técnico de luz e som em São Paulo: Nelson Elbet
Camareiro e contrarregra: Max Farria
Produção executiva: Esmeralda Boaes
Produção em São Paulo: U.S. Saide produções Bira Saide e Valdir Archanjo
Realização: Cia Santa Ignorância.
 

Serviço
Espetáculo "Pão com Ovo"
Texto e atuação: Adeilson Santos e César Boaes
Direção: César Boaes
Ator convidado: Alysson Lima
Gênero: comédia
Duração: 85 min
Recomendação: 12 anos
Temporada: de 26 de julho a 11 de agosto, sextas e sábados, às 21h, e domingos às 19h30
Ingressos: de R$ 45 a R$ 90
Bilheteria: abre uma hora antes do espetáculo
Teatro Bibi Ferreira | 294 lugares
Endereço: Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, 931 - Bela Vista
Telefone: (11) 3105.3129
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