domingo, 7 de julho de 2024

.: Ana Paula de Abreu fala como a arte ajuda crianças com câncer


"As crianças, mesmo doentes, só querem continuar a ser crianças", Ana Paula de Abreu

Nem sempre é fácil manter o otimismo durante o enfrentamento de doenças. Isso pode ser ainda mais desafiador para crianças, que muitas vezes não entendem a gravidade da situação ou o que está acontecendo. Voluntária na oncologia pediátrica de um hospital, a escritora Ana Paula de Abreu dedicou tempo a contar histórias com mensagens de esperança para os pacientes internados. Quando percebeu como as narrativas transformavam o dia dos pequenos, decidiu publicar um livro em que a personagem também está na luta contra o câncer infantil.

Assim surgiu "Cabelo de Estrelas" (compre o livro neste link), inspirado nas experiências que a autora teve ao lado de crianças e suas famílias. Entre as ilustrações sensíveis em aquarela, pintadas pela artista Ana Cardia, a autora narra a trajetória de uma menina que se vê no espelho e, por estar com alopecia devido à quimioterapia, imagina seu cabelo das formas mais criativas, com estrelas, flores e conchas do mar.

Nesta entrevista, a especialista em Literatura Infantil e Psicologia Positiva fala sobre o poder da literatura para ajudar as crianças em momentos difíceis, além de lições de vida que aprendeu no voluntariado. Compre o livro "Cabelo de Estrelas", de Ana Paula de Abreu, neste link.

Em "Cabelo de Estrelas", você leva uma mensagem de otimismo e esperança para as crianças com câncer enfrentarem os dias escuros. Na sua visão, qual o papel da literatura para ajudar os pequenos leitores e suas famílias nesse momento desafiador?
Ana Paula de Abreu - 
A literatura ajuda a criança internada a ter um tempo de lazer, a voltar a imaginar e a ser criança. Sendo a protagonista uma menina com câncer, o livro também funciona como uma inspiração, um alento, uma identificação com a criança que pode perceber que ela não é a única a passar por este desafio, e que este tempo difícil é doloroso, sim, mas ele também passa. O livro traz uma mensagem de esperança, de usarmos nossos vagalumes interiores para enfrentarmos os dias escuros.

Você foi voluntária de uma oncologia pediátrica de um hospital, onde lia histórias para as crianças internadas. Como essa experiência inspirou a sua trajetória enquanto escritora?
Ana Paula de Abreu - 
Um dia me chamaram no hospital porque uma criança tinha lido um livro meu e, como viu que a autora era da mesma cidade, quis me conhecer. Neste dia, levei meus livros e li as histórias para ela. A partir disso, comecei a frequentar o hospital semanalmente para ler para as crianças internadas na ala oncológica. Essa experiência me fez ver a importância da literatura no âmbito hospitalar. Então, comecei a pensar em escrever uma história cuja protagonista estivesse enfrentando a doença, assim como essas crianças.

Você tem pós-graduação em Literatura Infantil e Psicologia Positiva. Na sua opinião, qual a importância de falar abertamente com as crianças sobre o câncer infantil, um tema tão difícil de abordar?
Ana Paula de Abreu - Muitas vezes, não abordamos os temas difíceis com as crianças por receio de como vão receber as informações. Porém, esse medo nosso gera mais insegurança e ansiedade nelas. Elas sabem que algo está acontecendo (no caso de uma doença, por exemplo), mas o fato de não entenderem sobre o problema, aliado ao fato de saberem que estamos escondendo informações, é muito mais prejudicial do que conversarmos sobre o tema. A literatura é uma ótima ferramenta para iniciar esse tipo de conversa.

Qual foi a maior lição que você aprendeu ao interagir com crianças em tratamento contra o câncer, e como essa lição influenciou sua perspectiva sobre a vida?
Ana Paula de Abreu - Aprendi que as crianças, mesmo doentes, só querem continuar a ser crianças. Querem poder criar, imaginar, brincar, mesmo numa cama de hospital. Aprendi que devemos dar valor à nossa saúde e passar mais tempo com as pessoas que amamos, pois nunca sabemos o que o futuro nos reserva.

Conte um pouco mais sobre o projeto "Boneca Esperança”, uma bonequinha de turbante confeccionada para ajudar crianças com câncer. Como a iniciativa está contribuindo nesse sentido?
Ana Paula de Abreu - A Boneca Esperança é um projeto que conheci enquanto escrevia o livro, de uma mãe, a Valeria Krelling, que criou a boneca para ajudar no tratamento de câncer da sua filha. Hoje, a própria mãe que faz as bonecas passa por um tratamento de câncer de pâncreas. As bonecas continuam a ser vendidas para ajudar neste tratamento. Para cada boneca vendida, uma é doada para alguma instituição. A Boneca Esperança aparece no livro, dando conforto à personagem principal da história.


Sobre a autora
Ana Paula de Abreu
 sempre gostou de escrever histórias, mas só foi transformar a escrita em carreira após o nascimento da filha, quando se aproximou das narrativas infantis. Hoje, já tem 14 livros publicados e mais de 600 mil cópias vendidas. A escritora também é pós-graduada em Literatura Infantil e Psicologia Positiva e cursa a pós-graduação em Neurociências, Desenvolvimento Infantil e Educação. Compre o livro "Cabelo de Estrelas", de Ana Paula de Abreu, neste link.

.: Márcia Basto, pesquisadora de Clarice Lispector, e a relação com a literatura


"Nunca me conformei com explicações lineares"
, Márcia Basto
 

Escritora pernambucana multifacetada, Márcia Basto traz em sua bagagem literária uma coleção de obras que desafiam rótulos e mergulham nas profundezas da experiência humana. Com nove livros publicados, sua escrita híbrida, que transita entre conto, poesia e prosa poética, ganha destaque no relançamento de "Amar Elos Vermelhos" (compre o livro neste link) pela editora Labrador. Esta obra, premiada nos Prêmios Literários da Cidade do Recife, tece a história de uma única personagem, mapeando sua jornada da infância à vida adulta através das cores amarelo e vermelho, símbolos de inocência e maturidade.

Aos 73 anos, Márcia dedica-se exclusivamente à literatura e ao convívio com seus netos, após uma trajetória diversificada que incluiu atuações como advogada, astróloga e arte-terapeuta. Seu envolvimento com a escrita remonta à infância, onde a inclinação para a para fabular já se manifestava. Ao longo dos anos, ela encontrou na palavra escrita um meio de explorar suas múltiplas identidades e transmitir sua visão de mundo, sempre guiada pela questão “ quem eu sou, o que sou, para onde vou”. O sentido do existir é o leimotiv de seu viver.

Inspirada por autores como Clarice Lispector, Manoel de Barros e Haruki Murakami, Márcia busca, através de sua escrita, provocar uma reflexão profunda nos leitores, ampliando seu autoconhecimento e visão de mundo. É autora de nove livros, dentre eles o ensaio "Clarice, Clarear o Leitor de Si Mesmo em Clarice Lispector" (editora Bagaço, 1995), a novela "Marion" (1999) e os premiados "Desejos e Histórias" (1998) e "Amar Elos Vermelhos" (2005), que venceram os Prêmios Literários da Cidade do Recife. Confira a entrevista completa com a autora. Compre o livro "Amar Elos Vermelhos", de Márcia Basto, neste link.


Como começou sua trajetória como escritora?
Márcia Basto - 
Eu fui uma criança que sempre gostou de fabular, fazendo do sonho minha bússola. Muitos "porquês" e "para quês" habitaram minha infância e ainda hoje me habitam. Nunca me conformei com explicações lineares. Através da palavra, encontrei um meio de descobrir minhas múltiplas identidades, pois somos muitos em um só. No meu mestrado de filosofia, explorei o tema da alteridade/identidade em romances de Clarice Lispector e passei a me buscar na palavra. Depois de trilhar por vários caminhos profissionais, desde advogada, procuradora do Estado, astróloga, contadora de histórias, arte-terapeuta prestadora de serviços voluntários, e tantos outros, atualmente me dedico exclusivamente à literatura e à escrita.

Se você pudesse resumir os temas centrais do livro, quais seriam? 
Márcia Basto - 
"Amar Elos Vermelhos" traz uma única personagem cuja vida é mapeada a partir das cores amarelo e vermelho, que também representam os dois capítulos principais do livro. Dessa forma, o amarelo é atribuído a um início, um senso de inocência, em que a protagonista é apresentada como Menina e, o vermelho, designa o feminino adulto, em que a mesma passa a se chamar Mulher. São contos do feminino que almejam fazer pensar o mundo e o viver de cada leitor pela palavra, ao narrar a passagem da meninice para a idade adulta.

O que motivou a escrita do livro e como foi o processo de escrita?
Márcia Basto - 
O caminhar existencial para encontrar algo inominável, que talvez seja o encontrar a mim mesma, sempre me instigou.Daí que o binômio identidade/alteridade está presente nos meus textos. O outro de nós mesmos,o si mesmo como outro. Tenho pela infância uma relação especial. Falo da infância permanente, aquela que atravessa todas as idade e nos traz imagens de solidão, devaneios, liberdade.

Em sua análise, quais as principais mensagens que podem ser transmitidas pelo livro?
Márcia Basto - 
O livro tem no seu título, em destaque a palavra “elos”. Elos que vão além do vínculo da Menina à Mulher - protagonistas da narrativa. Elos que nos une ao universo e que precisam ser restaurados e nutridos. Provocar o leitor a refazer pela leitura, a reescritura do livro dentro do seu contexto de vida. Sua própria jornada da infância à maturidade, mergulhando nos seus contentamentos, angústias, medos, dores, tristeza e descobertas.

Você acredita que a escrita do livro te transformou de alguma forma?
Márcia Basto - 
Na escrita empresto quem sou à narradora ficcionalizando vários acontecimentos, reais ou inventados. Afinal, memória e invenção se confundem. A escrita, para mim, é essencial, é uma forma de viver. No escrevivendo me encontro e me perco, e seguindo meu caminho existencial que se apresenta, não numa linha reta, mas em círculos, labirintos, subidas e descidas.

Qual é sua missão com relação à escrita?
Márcia Basto - 
Fazer com que os leitores, ao reescreverem o livro possam ampliar o autoconhecimento e a cosmovisão.

O que você deseja transmitir como escritora?
Márcia Basto - 
O viver uma vida que faça sentido para cada um, o prestar atenção nas coisas desimportantes e simples, o autorreconhecimento das nossas limitações, menos competitividade e mais cumplicidade. Estamos vivendo numa sociedade do desempenho onde o poder-poder assume um relevante papel e resulta em sermos apressados, estressados e cansados! É preciso saber contemplar o belo, a calma, a tranquilidade

Quais são os gêneros literários que você escreve?
Márcia Basto - 
Prosa poética. A palavra denotativa usa o sentido dicionarizado da palavra para passar objetiva e literalmente o que é expresso. A palavra conotativa ultrapassa o sentido literal referencial, usada na linguagem comum é descritiva. Refere-se a alguma coisa existente na realidade visível e palpável. A palavra poética vai além. Quer expressar os sentimentos e emoções que muitas vezes nem cabem nas palavras.

Quais autores influenciam sua escrita?
Márcia Basto - 
Clarice Lispector, Herman Hesse, Milan Kundera, Gston Bachelar, Manoel de Barros, Haruki Murakami,

Você tem algum ritual de preparação para a escrita?
Márcia Basto - 
Anoto as ideias num bloquinho para depois desenvolvê-las depois, O mundo é um texto que pede para ser lido e interpretado. Não estrutura detalhadamente a concepção do livro antes de escrevê-lo. Sei apenas dos temas centrais que pretendo expressar e deixo que o livro vá se escrevendo.

Está envolvida com outra profissão ou projetos?
Márcia Basto - 
Não. Estou dedicada totalmente à literatura. Meu projeto é publicar um livro em parceria com Joana Cavalcanti e desenvolver a escrita de crônicas. Além da “netoterapia” – expressão que inventei para expressar a alegria de conviver com os netos.

.: Danilo Dias de Sousa ficcionaliza a aparição alienígena em Minas Gerais


"ET de Varginha passou de um evento inexplicável para se tornar presente no imaginário popular"
, Danilo Dias da Silva

Enquanto a população se vê atônita com a “invasão” de extraterrestres em Minas Gerais, algo maior começa a se movimentar no cenário político nacional. O enredo de "Incidente em Varginha" (compre o livro neste link), quinta obra de Danilo Dias de Sousa, vai além do misterioso caso que hoje é parte do imaginário popular, para abordar temas como corrupção e ética. É assim, por meio da ficção, que o jornalista e roteirista pretende chamar a atenção dos jovens sobre episódios políticos recentes no Brasil, e os perigos da manipulação de informações em benefício de interesses pessoais. Primeiro da trilogia "Invasores Misteriosos", o livro traça um paralelo com a vida real a partir da suposta aparição alienígena em Varginha, no ano de 1996. Em entrevista, o autor aborda outros detalhes e as motivações para o enredo, e também adianta alguns spoilers sobre a sequência da série. Compre o livro "Incidente em Varginha", de Danilo Dias de Sousa, neste link.


As aparições extraterrestres em Varginha fazem parte do imaginário popular há muitos anos. Por que, de todas as histórias de alienígenas, você escolheu esta para iniciar a sua série de livros?
Danilo Dias de Sousa - Esse é um caso bem curioso. Eu me lembro que, antes de escrever o livro, eu não fazia a menor ideia sobre o que se tratava o caso Varginha. Para mim, era algo no mesmo estilo do "ET Bilu". Porém, um belo dia, assisti a um documentário do History Channel que falava sobre a aparição de ovnis no Brasil, e aí eu entendi a dimensão do caso. Vi que houve vários envolvidos e que os eventos conversavam entre si e. A partir disso, tive a ideia de escrever o "Invasores Misteriosos - Incidente em Varginha".


Acha que eventos como este, da vida real, que brincam com o “inexplicável”, podem chamar a atenção dos leitores para uma ficção?
Danilo Dias de Sousa - Sem dúvidas, eu acho que nada prende mais a atenção das pessoas do que uma boa fofoca, ou um caso sobrenatural sem muita explicação. O Brasil possui uma série de lendas urbanas como a "Loira do Banheiro" e "o Jogo do Copo", assim como as lendas folclóricas que fazem parte do imaginário regional. Na minha visão, o "ET de Varginha" deixou de ser apenas um evento inexplicável que aconteceu em 1996 e se tornou presente no imaginário popular, como uma lenda urbana. Tenho certeza de que parte do público vai sentir curiosidade em saber sobre o que se trata.


O ET de Varginha foi noticiado pela mídia tradicional brasileira e se tornou um assunto viral entre as pessoas muito antes das redes sociais terem o poder de contribuir para os temas mais comentados no país. A partir de suas pesquisas, explica como aconteceu esse movimento? 
Danilo Dias de Sousa - A televisão ainda é tida como a principal referência em informação e, antigamente, ela era uma unanimidade. Nós, jornalistas, fazemos um trabalho árduo de apuração e checagem dos fatos antes de noticiar grandes eventos, o que reforça a credibilidade. A meu ver, quando começou a pipocar em vários jornais os relatos dos envolvidos - inclusive as mudanças nos discursos - e as reportagens especiais, foi se formando um clima de mistério. A repercussão foi mundial, e ganhou automaticamente o “boca a boca” do povo.


Que perspectivas novas podem ser tratadas na literatura mesmo depois de quase 30 anos dos eventos?
Danilo Dias de Sousa - Uma série de fatores transformou esse incidente no que conhecemos atualmente. Se esse caso acontecesse hoje, provavelmente as coisas fugiriam do controle. Haveria produção de conteúdo em massa sendo disseminado através das redes sociais, pessoas dando opiniões, crentes desacreditando, descrentes acreditando. Isso sem mencionar a possibilidade de um clima de pânico ser criado. O Estado precisaria ser muito perspicaz para abafar um evento dessa magnitude em tempos ultraconectados como os de hoje.


Em “Incidente em Varginha”, você deixa claro que grandes eventos podem servir de ferramenta política para manipular a população. Como você abordou isso e que mensagem deseja passar?
Danilo Dias de Sousa - Uma coisa é fato: não existe maneira melhor de desviar a atenção de um grande problema do que utilizando um problema ainda maior. Isso é conhecido como a Estratégia da Distração e apareceu pela primeira vez em um documento divulgado pelo linguista norte-americano Noam Chrosmky. No livro, temos o ataque dos alienígenas acontecendo, furando a bolha e chegando a milhares de cidadãos, mesmo com o belo esquema de segurança montado para conter essa crise. E, para contornar essa situação, os responsáveis decidem provocar um acontecimento ainda maior e bem mais palpável para desviar o foco do real problema enquanto pensavam em estratégias para abafar o caso. Acredito que a mensagem principal é que a comunicação, nas mãos de pessoas muito bem articuladas, pode elevar uma nação, assim como destruí-la.


Você é um aficionado por teorias da conspiração e histórias que mexem com a imaginação. Como foi o processo de construção dessa narrativa a partir dessas teorias? Pode citar algumas delas espalhadas pelo enredo?
Danilo Dias de Sousa - Super, mesmo mantendo a minha suspensão de descrença ativa, adoro um caso sem resposta. O processo de escrita desse livro se deu na época em que virei o “louco dos documentários”, e consumir esses produtos me deu uma baita inspiração pra criar o universo de Invasores Misteriosos usando esses eventos como plano de fundo. Além do tema principal, que é o ET de Varginha, a obra ainda faz referência aos Anunáqui e aos Reptilianos, além de abordar temas controversos, como a ética por trás da possibilidade de se clonar uma pessoa.


A série “Invasores Misteriosos” será composta por uma trilogia. Os leitores já podem ter uma previsão de quando saem os próximos volumes? E quais serão as temáticas e inspirações extraterrestres? Pode dar algum spoiler?
Danilo Dias de Sousa - Sim. A partir de um determinado momento, os personagens tomam suas próprias decisões, e a história passa a seguir um rumo diferente, deixando uma série de pontas soltas. Para os próximos livros, pretendo explorar os eventos da "Operação Prato" e o da "Noite de Ovnis", mas isso pode mudar se eu encontrar casos ainda mais emblemáticos. Ainda não há uma previsão definitiva de quando eles sairão, mas acredite que no início de 2026.


Você tem outros livros publicados, e de gêneros diferentes. Quais temáticas você costuma trazer nas suas obras de ficção?
Danilo Dias de Sousa - Antes de publicar oficialmente o primeiro livro da série Invasores Misteriosos, eu me dediquei a amadurecer minha escrita, melhorar a forma como desenvolvo os personagens, como construo os cenários e como conduzo a narrativa. Eu me aventurei em quatro gêneros específicos: aventura infantojuvenil, terror, ficção cientifica e drama. Algo que notei é que não importa o enredo, sempre as minhas histórias se desdobravam em um momento de suspense e investigação policial, e, a partir disso, me dei conta de que esse é o meu gênero. Com relação às temáticas, sempre acabo esbarrando em questões políticas, religiosas ou que envolvam o caráter humano. Adoro psicologia e, principalmente, brincar com esse aspecto na construção dos meus personagens.


Sobre o autor
Danilo Dias de Sousa
, também conhecido como D. D. Sousa, é escritor, jornalista, analista de Comunicação Corporativa e roteirista. Nascido em Franco Rocha, grande São Paulo, é apaixonado por ficção científica e o universo geek. Desde adolescente, gosta de criar mundos e desenvolver personagens, mas foi somente aos 25 anos, com incentivo de professores e familiares, que lançou seu primeiro o livro A Foice, um terror psicológico. A obra "Incidente em Varginha" é sua quinta publicação e a primeira da trilogia "Invasores Misteriosos".


.: "Noites Cruas": Jean Soter encontra a humanidade às margens da sociedade


"O que sei é que o livro tem um gosto de estrada, acho que é porque rodei muito o Brasil, de carro"
, Jean Soter


Nas madrugadas, ao mesmo tempo que boa parte da população se encontra adormecida em seus lares e camas confortáveis, há pessoas que trabalham, seja no transporte de mercadorias pelas estradas país afora, ou em boates e bordéis. Essa vida noturna e marginalizada é o elemento central da obra "Noites Cruas" (compre neste link), lançamento da editora Labrador, de Jean Soter. Nela, o autor descreve a trajetória de Karina e Rose, duas garotas de programa. Por meio de uma narrativa realista, concisa e com elementos líricos; entrelaçada também pelas histórias de outros marginalizados, Jean ressalta os sonhos, angústias e sentimentos dos personagens, conferindo-lhes humanidade.

Natural do interior de São Paulo, onde nasceu em 1974, Jean reside do Rio de Janeiro desde 2009 e se dedica ao exercício da escrita há 20 anos. Atualmente, trabalha como autônomo no mercado de ações, porém, sempre que possível lê e escreve literatura. Compre o livro “Noites Cruas”, de Jean Soter, neste link.


Quais são os principais temas do livro e por que os escolheu?
Jean Soter - Poderia resumir os principais temas em vida noturna, estrada, miséria e prostituição. Não sei ao certo por que escolhi esses temas. O que sei é que o livro tem um gosto de estrada, acho que é porque rodei muito o Brasil, de carro.

O que te motivou a escrever e quanto tempo você levou para construir a história?
Jean Soter - Sempre gostei de literatura e quis escrever. Escrevo regularmente há 20 anos, e nesse período escrevi dois livros de contos e o “Noites Cruas”, que é um romance. Levo no mínimo cinco anos para escrever um livro. Meu processo de escrita é difícil, trabalhoso, por vezes frustrante. Mas depois que termino, leio e acho que ficou bom.


O que esse livro representa para você?
Jean Soter - Sou orgulhoso de meu trabalho literário e com “Noites Cruas”, isso não é diferente. Não sei se minha literatura é boa, se vai agradar, mas segue sempre o padrão que eu persigo, dos livros que me influenciaram. No final, fica do jeito que eu queria, dentro de minhas possibilidades.


E quais são as suas principais influências literárias? Quais influenciaram diretamente a obra?
Jean Soter - São tantas leituras… O “Noite na Taverna” do Álvares de AzevedoGraciliano RamosFiódor Dostoiévski etc.


Como a bagagem dos livros anteriores que você escreveu ajudou na construção da obra?
Jean Soter - Ajudou, pois aprendi a escrever literatura fazendo, meu estilo foi mudando um pouco conforme eu escrevia. De um livro para o outro, percebo uma tendência à concisão.


Como você definiria seu estilo de escrita?
Jean Soter - Busco a concisão e o lirismo, que para mim é o mesmo que beleza. A escrita deve refletir a realidade, mas de um jeito bonito. Para mostrar a realidade sem muita beleza, temos os telejornais, entre outros.

Quais são os seus projetos atuais de escrita?
Jean Soter - O livro de contos “A Transferência”, o primeiro que escrevi, está no momento sendo ilustrado, e a previsão é de ser publicado ainda em 2024. Depois virá o último que escrevi, “O Vendedor”. E no momento estou escrevendo uma narrativa longa - que pretende ser um romance - quase todo ambientado no Rio, onde vivo há uns 15 anos.

.: Leticia Salles fala sobre Zélia Noronha, personagem de "No Rancho Fundo"


Leticia Salles fala sobre Zélia Noronha, personagem na novela "No Rancho Fundo". Foto: Globo/ Angélica Goudinho


A cidade de Lapão da Beirada está prestes a receber uma visitante que promete agitar a trama: Zélia Noronha, personagem interpretada por Leticia Salles desembarca nas próximas semanas em "No Rancho Fundo". Ex-namorada de Artur (Túlio Starling), Zélia chega à cidade a pedido de Marcelo Gouveia (José Loreto), e recebe a proposta de ajudar a afastar Artur de Quinota (Larissa Bocchino). Em entrevista, Leticia fala sobre a construção de sua personagem e antecipa que ela chega para causar um “rebuliço” na história. A atriz destaca ainda a felicidade em fazer parte do elenco e o reencontro com parceiros de novelas anteriores.
 

Como está sendo a construção da sua personagem?
Leticia Salles -
Ainda não posso adiantar muita coisa, mas é uma personagem que chega para causar um “rebuliço” na trama. A construção da minha personagem está sendo feita com muita troca com todo elenco, Larissa Bocchino, Túlio Starling, José Loreto e os diretores Allan Fiterman, Pedro Brenelli e Carla Bohler. Acredito que essa troca seja fundamental para a construção da Zélia, principalmente por ela chegar com a trama já toda desenvolvida, ou seja, é uma preparação e um laboratório ainda mais intenso. 
 

Como foi o convite para a novela? 
Leticia Salles -
Eu já tinha feito um teste para a novela e quando oficializaram que entraria na trama fiquei muito feliz, justamente por me identificar muito com a história e fazer parte de um grande elenco.
 

Como está sendo, para você, fazer parte desse elenco? Reencontrou parceiros?
Leticia Salles - 
Sim, reencontrei parceiros com quem trabalhei em novelas anteriores e tenho um carinho imenso. Estou muito feliz em fazer parte desse elenco e dessa história que está dando muito o que falar.
 

O que o público pode esperar com a chegada da sua personagem? Qual será o impacto dela na trama?
Leticia Salles - 
Zélia é um fator surpresa na novela. Ou seja, vai causar muitos impactos em algumas histórias, principalmente no romance do casal principal Quinota (Larissa Bocchino) e Artur (Túlio Starling).


"No Rancho Fundo" é criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman. A obra é escrita com a colaboração de Marcos Lazarini, Dino Cantelli, Angélica Lopes e Renata Sofia. A direção geral é de Pedro Brenelli e a direção é de Bernardo Sá, Carla Bohler e Larissa Fernandes. A produção é de Silvana Feu e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.

.: Renato Moreira e a ancestralidade no conhecimento científico no Brasil


"O resgate de processos de cura tem mostrado que a bagagem cultural trazida pelos negros africanos escravizados, foi essencial para o processo de cura em uma época de tão precária atenção médica"
, Renato Moreira


Capturadas em Angola e levadas ao Brasil como escravas, a curandeira Natula e a filha Kalinda encontram na ancestralidade um refúgio para superar as dificuldades: elas utilizam chás e unguentos feitos com ervas medicinais para ajudar os escravizados doentes. Esse é o enredo central do livro "A Curandeira Bantu", lançamento de Renato Moreira, pós-doutor em Bioquímica e professor universitário aposentado.

Para escrever a narrativa, o autor entrelaçou seus estudos de Ciência com a paixão pela História: realizou uma extensa pesquisa sobre herança das curandeiras negras africanas, acontecimentos do período colonial e processos de cura. O resultado foi um romance que resgata a contribuição dos povos africanos para o desenvolvimento da medicina no país. Em entrevista, Renato Moreira fala sobre as referências presentes na obra e como utilizou sua bagagem científica para narrar a trama. Compre o livro "A Curandeira Bantu", de Renato Moreira, neste link.


Você tem pós-doutorado em Bioquímica e soma uma vasta bagagem acadêmica nos estudos científicos, tendo passado por universidades da França e da Escócia. Como equilibra sua formação acadêmica com sua paixão pela História? 
Renato Moreira -
 A paixão pela história, da minha parte, é antiga e alimentada pela atividade científica, que por sua vez é guiada pela curiosidade. A ciência, como a história, é guiada por perguntas sobre o que acontece e aconteceu com a vida humana.


De que forma essa combinação de conhecimentos se reflete em "A Curandeira Bantu"?
Renato Moreira -
 No livro, a ciência é abordada quando tento resgatar a prática de cura, usando plantas medicinais, quer da tradição africana, quer dos povos originários do Brasil.


A história narra os conhecimentos científicos das curandeiras angolanas escravizadas, destacando a importância das plantas medicinais e dos métodos de cura ancestrais. Além desse legado, como você enxerga a contribuição dos povos africanos para a consolidação da cultura e da medicina brasileira hoje?
Renato Moreira - A contribuição dos povos africanos na formação da sociedade brasileira é enorme, embora pouco divulgada. O uso de plantas medicinais no processo de cura é do maior impacto na medicina. O resgate de processos de cura tem mostrado que a bagagem cultural trazida pelos negros africanos escravizados, notadamente aqueles homens e mulheres que na sua terra natal exerciam a função de curandeiros, foi essencial para o processo de cura em uma época de tão precária atenção médica, numa sociedade em formação.


No livro, as curandeiras fundam a Casa da Mãe Neusa, um local dedicado aos cuidados dos enfermos. De que forma essa instituição simboliza não apenas um espaço de cura, mas também de resistência e esperança para a comunidade negra no Brasil colonial?
Renato Moreira -
 Trago a discussão das casas de cura para o livro, exemplificada pela casa da mãe Neusa, para mostrar como esses espaços estavam presentes principalmente no interior do país. As famosas rezadeiras e curandeiras africanas sempre estiveram em comunidades pouco assistidas pela medicina tradicional.


No final da história, há um compilado com elementos adicionais, como os anexos sobre nomes históricos, linha do tempo, locais reais e plantas medicinais mencionadas. Na sua visão, como esses recursos enriquecem não somente a leitura, mas também a compreensão do contexto histórico e cultural abordado na obra?
Renato Moreira - Os anexos visam complementar as informações contidas no livro, trazendo para o leitor informações adicionais sobre tópicos específicos, como informações científicas e fatos históricos importantes, para facilitar a compreensão do contexto da época sem interromper o fluxo da leitura. Destaco como da maior importância a relação de algumas plantas medicinais e processos de cura citados na história. Também cito algumas das obras e referências que utilizei como fonte para elaborar a trama.


Você fez uma longa pesquisa para escrever esse romance histórico. Poderia nos contar um pouco mais sobre como foi esse processo de imersão?
Renato Moreira -
 Consultei dezenas de livros e centenas de textos em sites da internet, seja estritamente científico, seja de divulgação geral, para criar "A Curandeira Bantu". É claro que meus conhecimentos prévios na bagagem científica também foram de grande importância na condução do processo de pesquisa bibliográfica e de escrita. Enfim, foram muitas horas dedicadas à pesquisa e leitura de livros e textos avulsos para a construção da trama.

Sobre o autor
Renato de Azevedo Moreira é natural de Recife e, aos 17 anos, mudou-se para Fortaleza, onde vive até hoje. Sempre teve duas paixões: o estudo das Ciências da Natureza e a História. Formado em Química Industrial pela Universidade Federal do Ceará (UFC), seguiu carreira acadêmica na área da Bioquímica; fez doutorado e pós-doutorado em Bioquímica e Imunologia na França e na Escócia. Atualmente é Professor Titular Aposentado da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor). Também é membro da Academia Cearense de Química e da Academia Cearense de Ciências. Seu livro de estreia na literatura é o romance histórico "João Caetano, Memórias de um Abolicionista", publicado pela editora Autografia. Garanta o seu exemplar de "A Curandeira Bantu", escrito por Renato Moreira, neste link.

sábado, 6 de julho de 2024

.: Crítica: Em "Meu Malvado Favorito 4" Gru é paizão chantageado por garotinha

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2024


Que a franquia "Meu Malvado Favorito" sabe trabalhar com o belíssimo colorido e uma trilha sonora impecável, não é novidade. Assim, "Meu Malvado Favorito 4" estreia na Cineflix Cinemas de Santos com uma nova história para o vilão que já roubou a lua e enfrentou diversos inimigos. Agora, junto dos incríveis e fiéis minions, o malvado Gru precisa dar um jeito no vilão engraçado Maxime Le Mal, que escapou da prisão, além de ter o dever supremo de conquistar um novo ser: o próprio filhinho.

Com direção de Chris Renaud e Patrick Delage, a animação da Illumination Studios entrega um esperado embate de Gru com um outro ser malvado, que desta vez, recebe um toque afrancesado, assim como insere uma chantagista mirim chamada Poppy. Contudo, Gru e Lucy precisam manter as aparências para os vizinhos, uma vez que os dois são somente um casal comum com um bebezinho. 

Logo, "Meu Malvado Favorito 4" acaba sendo uma história de pai e filho em meio aos desafios impostos pelo inimigo Maxime -com direito a lavagem cerebral nas alturas de uma construção. A diversão é garantida com as participações importantes dos minions que mesmo dizendo coisas sem sentido, dizem muito e fazem o público rir.

Com visual de colorido belíssimo, a animação da Illumination Entertainment renova o amor do público pela franquia bilionária, embora não traga grandes novidades para a trama de Gru. Por outro lado, até os minions viram "super", o que é bem hilário. "Meu Malvado Favorito 4" é agradável de assistir e sobra espaço para boas referências. Vale a pena conferir na telona! 


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.




"Meu Malvado Favorito 4" ("Despicable Me 4"). Ingressos on-line neste linkGênero: animação infantil, comédiaClassificação: livre. Duração: 1h34. Ano: 2024. Distribuidora: Universal Pictures. Direção: Chris Renaud, Patrick DelageRoteiro: Ken Daurio, Mike White. Vozes: Leandro Hassum (Gru), Maria Clara Gueiros (Lucy)Sinopse: Gru dá as boas-vindas a um novo membro da família, Gru Jr., que pretende atormentar seu pai. No entanto, sua existência pacífica logo desmorona quando um mentor do crime escapa da prisão e jura vingança contra Gru. Confira os horários: neste link


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.: Programação completa da Mostra de Cinema Pacino, a partir deste sábado


Na imagem, Al Pacino em "O Poderoso Chefão II"

Neste sábado, dia 6 de julho, começa no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, a Mostra de Cinema Pacino, com os trabalhos mais cultuados do ator Al Pacino. Até dia 18 de agosto, o público poderá assistir filmes como "Perfume de Mulher", que lhe rendeu um Oscar em 1993 e filmes com interpretações consagradas, como a trilogia "O Poderoso Chefão", que acompanha sua ascensão e queda como um mafioso nos Estados Unidos. Além disso, formam parte da programação filmes que fez com "Michael Mann: fogo Contra Fogo", "O Informante" e "Um Dia de Cão", de Sidney Lumet, que ganha sessão com acessibilidade (legendagem descritiva, audiodescrição e libras). Confira a programação completa.

Programação completa
Mostra Pacino - CCBB São Paulo

6 de julho - sábado
15h Serpico (1973), de Sidney Lumet, 130’, digital - 12 anos
17h30 Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet, 125’, digital - 12 anos


7 de julho - domingo
15h Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, 110’, digital - 16 anos


8 de julho - segunda
14h Um Momento, uma Vida (1977), de Sydney Pollack, 125’, digital - 10 anos
16h30 Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann, 170’, digital - 14 anos


10 de julho - quarta
15h Justiça para Todos (1979), de Norman Jewison 120’, digital -  16 anos
17h30 City Hall – Conspiração no Alto Escalão (1996), de Harold Becker, 111 min, digital - 14 anos


11 de julho - quinta
14h30 Um Domingo Qualquer (1999) de Oliver Stone, 158’, digital - 18 anos
17h30 Tudo por Dinheiro (2005), de D. J. Caruso, 122’, digital - 14 anos


12 de julho - sexta
15h O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma, 144’, digital - 14 anos
18h Parceiros da Noite (1980), de William Friedkin, 102’, digital - 14 anos


13 de julho - sábado
13h O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola, 175’, digital - 14 anos
16h15 O Poderoso Chefão II (1974), de Francis Ford Coppola, 202’, digital - 14 anos


14 de julho - domingo
14h30 Perfume de Mulher (1992), de Martin Brest, 157’, digital - Livre


15 de julho - segunda
15h Dick Tracy (1990), de Warren Beatty, 105’, digital - 12 anos
18h Manglehorn (2014), de David Gordon Green, 98’, digital - 14 anos


17 de julho - quarta
14h30 O Espantalho (1973), de Jerry Schatzberg, 113’, digital - 14 anos
17h O Informante (1999), de Michael Mann, 158’, digital - 14 anos


18 de julho - quinta
14h30 Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino,162’, digital - 16 anos
18h debate com Maria Fernanda Vomero e Vanderlei Bernardino mediado pelo curador Paulo Santos Lima


19 de julho - sexta
14h30 - curso
17h Scarface (1983), de Brian De Palma, 170’, digital - 18 anos


20 de julho - sábado
14h30 - curso
17h Donnie Brasco (1997), de Mike Newell, 147’, digital - 16 anos


21 de julho - domingo
13h00 - curso
15h30 Parceiros da Noite (1980), de William Friedkin, 102’, digital - 14 anos


22 de julho - segunda
15h30 Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet, 125’, digital - 12 anos*
*sessão com acessibilidade (legendagem descritiva e audiodescrição) 


24 de julho - quarta
14h O Poderoso Chefão III (1990), de Francis Ford Coppola, 171’, digital - 14 anos
17h30 Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, 110’, digital - 16 anos


25 de julho - quinta
14h Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino,162’, digital - 16 anos
17h O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma, 144’, digital - 14 anos

26 de julho - sexta
15h City Hall – Conspiração no Alto Escalão (1996), de Harold Becker, 111 min, digital - 14 anos
17h15 O Advogado do Diabo (1997), de Taylor Hackford, 144’, digital - 16 anos

27 de julho - sábado
15h Um Momento, uma Vida (1977), de Sydney Pollack, 125’, digital - 10 anos
17h30 Serpico (1973), de Sidney Lumet, 130’, digital - 12 anos


28 de julho - domingo
14h O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola, 175’, digital - 14 anos


29 de julho - segunda
17h30 Justiça para Todos (1979), de Norman Jewison 120’, digital -  16 anos


31 de julho - quarta
16h30 Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann, 170’, digital - 14 anos


1° de agosto - quinta
14h30 Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, 110’, digital - 16 anos
17h Donnie Brasco (1997), de Mike Newell, 147’, digital - 16 anos


2 de agosto - sexta
15h O Espantalho (1973), de Jerry Schatzberg, 113’, digital - 14 anos
17h30 Vítimas de uma Paixão (1989), de Harold Becker, 113’, digital - 16 anos


3 de agosto - sábado
13h O Poderoso Chefão II (1974), de Francis Ford Coppola, 202’, digital - 14 anos
16h45 O Poderoso Chefão III (1990), de Francis Ford Coppola, 171’, digital - 14 anos


4 de agosto - domingo
14h30 Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet, 125’, digital - 12 anos 


5 de agosto - segunda
15h Manglehorn (2014), de David Gordon Green, 98’, digital - 14 anos
17h Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino,162’, digital - 16 anos


7 de agosto - quarta
15h Dick Tracy (1990), de Warren Beatty, 105’, digital - 12 anos


8 de agosto - quinta
14h Perfume de Mulher (1992), de Martin Brest, 157’, digital - Livre
17h O Advogado do Diabo (1997), de Taylor Hackford, 144’, digital - 16 anos


9 de agosto - sexta
15h Parceiros da Noite (1980), de William Friedkin, 102’, digital - 14 anos
17h O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma, 144’, digital - 14 anos


10 de agosto - sábado
14h30 City Hall – Conspiração no Alto Escalão (1996), de Harold Becker, 111 min, digital - 14 anos
17h O Informante (1999), de Michael Mann, 158’, digital - 14 anos


11 de agosto - domingo
14h Scarface (1983), de Brian De Palma, 170’, digital - 18 anos 


12 de agosto - segunda
14h30 Justiça para Todos (1979), de Norman Jewison 120’, digital -  16 anos
17h O Advogado do Diabo (1997), de Taylor Hackford, 144’, digital - 16 anos


14 de agosto - quarta
15h Um Momento, uma Vida (1977), de Sydney Pollack, 125’, digital - 10 anos
17h30 Vítimas de uma Paixão (1989), de Harold Becker, 113’, digital - 16 anos


15 de agosto - quinta
14h30 Donnie Brasco (1997), de Mike Newell, 147’, digital - 16 anos
17h30 Tudo por Dinheiro (2005), de D. J. Caruso, 122’, digital - 14 anos


16 de agosto - sexta
14h30 Serpico (1973), de Sidney Lumet, 130’, digital - 12 anos
17h Um Domingo Qualquer (1999) de Oliver Stone, 158’, digital - 18 anos


17 de agosto - sábado
14h30 O Espantalho (1973), de Jerry Schatzberg, 113’, digital - 14 anos
17h Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann, 170’, digital - 14 anos


18 de agosto - domingo
14h O Poderoso Chefão III (1990),deFrancis Ford Coppola,171’, digital - 14 anos


Serviço
Mostra de Cinema Pacino
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Período: 6 de julho a 18 de agosto
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada), disponíveis em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP 
Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Funcionamento CCBB: Aberto todos os dias, das 9h00 às 20h00, exceto às terças
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h00 às 21h00.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m)
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.

.: Com Nívea Maria e Rainer Cadete, espetáculo "Norma" retorna a São Paulo


Espetáculo ganha nova versão dirigido por Guilherme Piva, com Nívea Maria e Rainer Cadete nos papeis principais. Foto: Léo Aversa


O sucesso se repete mais de 20 anos depois. A temporada da nova montagem de "Norma" foi tão bem recebida em São Paulo, que o espetáculo retorna à cidade em julho, até dia 1° de setembro, agora no Teatro Renaissance. Com direção de Guilherme Piva, o espetáculo "Norma" traz Nívea Maria e Rainer Cadete nos papeis principais, com produção de Joana Motta e Edgard Jordão. O texto de Dora Castellar e Tônio Carvalho fala sobre Norma e Renato.

Dois seres humanos que se movimentam de forma muito diversa pela vida. Ela é rígida, segue padrões, “leis”, códigos. Ele se permite correr riscos, fazer escolhas, mudar, renascer. A peça teve sua primeira versão em 2002 e percorreu o país por mais de quatro anos, com grande sucesso de crítica e público, marcando a história do teatro nacional. Antes de retornar a São Paulo, o espetáculo cumpre temporada no Rio de Janeiro até o final de junho, no Teatro das Artes. Falar de amor, de liberdade é necessário, cada vez mais urgente. Ouvir o outro, respeitar as diferenças, dialogar. Só assim é possível transformar, renascer, abandonar as normas que engessam. Essa é a mensagem de um espetáculo que tocou as plateias brasileiras há mais de duas décadas e está pronto para provocar novas emoções.

O texto mostra-se ainda mais atual, pois reafirma o poder transformador do acolhimento, da escuta, do amor. Duas pessoas machucadas pela vida se cruzam, se enxergam e tentam expurgar seus medos e fraturas, compreender o outro com todas suas incoerências e complexidades. “Duas dores se encontram para falar de um amor. É preciso ir fundo para enfrentar medos, preconceitos, crenças negativas, cascas que colocamos durante a vida para nos protegermos. Isso é muito lindo nessa peça, os personagens se afetam, se provocam até acontecer essa transformação. É uma peça que fala de amor e superação”, explica Piva.

O espetáculo gerou uma identificação de todos os perfis de público, devido à universalidade do tema. “Ele fala sobre a liberdade de dialogar com o outro, expondo pensamentos, sentimentos, emoções, raivas, impulsos, sofrimentos, como em uma montanha-russa que nos ajuda, no final, a cair na real, ficar em paz, nos sentindo mais leves”, exalta Nívea. “Ele tem uma mensagem muito clara: viva e seja feliz, não devemos estar presos a conceitos e a ninguém", vibra Rainer.


Norma e Renato
Completamente solitária, Norma está no apartamento que acabou de alugar, quando conhece Renato, antigo inquilino do imóvel que aparece para pedir a ela que informe seu novo endereço e telefone aos que o procurarem. A liberdade de Renato incomoda Norma, as diferenças começam a vir à tona e o embate é inevitável. Mas expurgar as dores é também liberdade. E no decorrer do espetáculo revelações surpreendentes mudam os destinos dos personagens e novas possibilidades nascem do que antes parecia ser apenas o vazio. “Não somos uma coisa só. Passamos por milhares de sentimentos contraditórios a cada dia. E isso é o que mais procuro em um texto, falar do ser humano com sua montanha russa de emoções é também uma possibilidade de redenção”, enaltece Piva.

O espetáculo nasceu de um engano. Certo dia, um dos autores, Tônio Carvalho, discou um número errado, sendo hostilizado pela mulher que estava do outro lado da linha. Ele divagou sobre que tipo de vida levaria essa pessoa para ser tão dura. Imaginou então uma mulher em crise e teve a ideia de batizá-la de Norma. E Renato aparece na vida dela justamente representando essa possibilidade de “renascimento”.

Guilherme Piva não esconde o entusiasmo de trabalhar com Nívea Maria e Rainer Cadete. “Esse é o desafio que eu mais gosto. Por ser ator, o foco do meu trabalho como diretor é o ator e toda a gama de sentimentos que ele consegue atingir. E estou com uma dupla de atores muito potente, que me instigam bastante, e que estão prontos e sedentos por esse mergulho”, vibra. Nívea também vibra com seu retorno aos palcos. “Meu maior desafio, como em todos os trabalhos que eu faço como atriz, é que o público veja a verdade das emoções, de tudo que esse trabalho vai me exigir, que ele esqueça a Nívea Maria e veja a Norma em mim”, explica Nívea. Rainer Cadete complementa: “O maior desafio como ator são as nuances da personagem, a dor de cada um, precisamos acessar isso com muita sensibilidade, não é algo que explode, é mais dolorido, difícil de externar”.


Ficha técnica
Elenco - Nívea Maria e Rainer Cadete
Direção - Guilherme Piva
Cenário - Ronald Teixeira
Designer de luz - Ana Luzia de Simoni
Figurinos - Bia Salgado
Visagismo - Fernando Ocazione
Produção geral - Joana Motta e Edgard Jordão
Fotos - Léo Aversa
Designer - Alexandre Furtado
Marketing cultural - Gheu Tiberio


Serviço
Temporada até dia 1° de setembro
Local: Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 - Jardim Paulista
Sextas-feiras, às 21h00. Sábados, às 19h00.Domingos, às 17h00.
Preço: R$ 140,00 (inteira) / R$ 70,00 (meia)
Classificação indicativa: 10 anos
Duração: 80 minutos

.: Peça "Rei Lear", da Cia. Extemporânea, mistura Shakespeare e drag queens


Espetáculo tem direção de Ines Bushatsky e reúne em cena as queens Alexia Twister, Antonia Pethit, DaCota Monteiro, Ginger Moon, Lilith Prexeva, Maldita Hammer, Mercedez Vulcão, Thelores e Xaniqua Laquisha. Foto: Mariana Chama


Em uma homenagem à arte drag queen, a Cia. Extemporânea estreia uma adaptação da tragédia "Rei Lear", de William Shakespeare (1564-1616). O espetáculo fica em cartaz no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, de 26 de julho a 25 de agosto, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 18h00. Haverá também uma sessão vespertina na quinta, 22 de agosto, às 15h. As sessões dos dias 9 e 10 de agosto contarão com acessibilidade em libras.

A montagem tem direção de Ines Bushatsky e traz no elenco Alexia Twister, Antonia Pethit, DaCota Monteiro, Ginger Moon, Lilith Prexeva, Maldita Hammer, Mercedez Vulcão, Thelores e Xaniqua Laquisha. O dramaturgo João Mostazo assina a adaptação do texto. O espetáculo traz os elementos da dramaturgia shakespeariana clássica para a linguagem drag contemporânea, sem que nem uma nem outra se desfigurem no processo – isso é, sem que Shakespeare perca em poesia e tragicidade, e sem que a drag se descaracterize naquilo que ela tem de mais autêntico: a dissolução das fronteiras estéticas e o desafio aos papéis tradicionais de gênero.

“Quem está em cena é aquilo que, ao longo do processo, chamamos de ‘a drag total’. Para além da comicidade em que já estamos habituados a vê-la, é a drag nesse registro trágico. Vamos do cômico ao trágico, do performático ao teatrão, às vezes dentro de uma mesma cena”, afirma a diretora Ines Bushatsky.

Mercedez Vulcão lembra que a drag sempre esteve no teatro, mas, por razões religiosas e patriarcais, acabou sendo estigmatizada e marginalizada. “Ainda hoje, há aqueles (artistas, inclusive) que enxergam a drag como uma arte ‘menor’. Por isso a importância de colocá-la no centro de um palco como este, protagonizando uma obra de Shakespeare. Parece, mas não é uma novidade. É na verdade o resgate de espaços que há muito já nos pertenceram”.

Alguns inclusive propõem que o termo “drag” teria sido cunhado pelo próprio Shakespeare, sob a forma de uma nota de rodapé em um manuscrito, indicando que o ator deveria se vestir com roupas de mulher (em inglês, drag seria uma sigla para “dressed resembling a girl”). Na época, não era permitido que as mulheres atuassem nas peças e as personagens femininas eram interpretadas por homens. Ao longo dos séculos a arte drag se expandiu, e hoje vai muito além, englobando um pensamento moderno sobre visagismo, costura e performance para tensionar os papeis tradicionais de gênero.

Ginger Moon complementa: “embora nunca tenha saído dos palcos, infelizmente durante muito tempo a drag ficou fora do teatro mais mainstream. Isso está mudando, mas ainda é pouco perto da quantidade de drag queens, drag queers e drag kings talentosas que existem”. Para ela, ainda, o processo de criação do espetáculo foi uma oportunidade de conviver com outras artistas drag em um espaço diferente das festas e baladas. “Muitas vezes a drag é uma arte solitária. A gente acaba tendo que fazer tudo sozinha, do figurino à maquiagem e à produção, além da performance”. Nos ensaios, conta, o elenco descobriu novas formas de companheirismo e irmandade. 

“A arte drag é ampla e multifacetada, no elenco convivem perspectivas estéticas diferentes, e complementares. Não existe só uma maneira de fazer drag, as possibilidades são inúmeras. Assim, o espetáculo contribui para mostrar também a diversidade desse universo”, complementa a diretora.

A montagem
Na tragédia de Shakespeare, Lear, rei da Bretanha, está muito velho e anuncia que decidiu dividir seu reino entre suas três filhas: Goneril, Regan e Cordelia. Antes de passar a coroa, o monarca pergunta: “qual das três me ama mais?”. Quem demonstrasse maior amor pelo pai ganharia a maior porção de terras. Cordelia, a mais nova e a única que o ama genuinamente, se recusa a participar daquele jogo. Furioso, Lear decide condenar a caçula ao exílio. 

Após o banimento da irmã, Regan e Goneril começam uma luta violenta pelo poder. Traído pelas filhas, o velho rei vê seu reino à beira de uma guerra e afunda em uma espiral de loucura, arrependido por banir a única pessoa que o amou de verdade. Com figurinos de Salomé Abdala e visagismo de Malonna e Polly, a montagem da Cia. Extemporânea imagina um mundo drag queen, onde todos os eventos e conflitos são modulados por essa estética. Nessa perspectiva, Lear é uma “mama drag” e suas filhas estão disputando o poder. 

“A peça mostra como a tragédia shakespeariana e a arte drag têm vários pontos de contato”, conta João Mostazo. “O que fomos descobrindo é que a drag tem em si toda a potência trágica, ela acessa toda a complexidade de emoções que compõe a tragédia. E, por outro lado, com as suas sacadas de linguagem, provocações e irreverência, Shakespeare é também muito mais drag do que normalmente se supõe”.

Essa intersecção está, por exemplo, no uso que o espetáculo faz de recursos como o lipsync, número de dublagem típico da cultura drag: “Quando o rei enfim se joga no abismo da loucura, ele o faz performando, como se estivesse em uma boate, dublando e dançando. A loucura é sublinhada pela perda de identidade da drag. É como se Lear se perguntasse: por que estou dublando, por que estou dançando, quem sou eu?”, complementa a diretora.

A montagem, que conta ainda com cenário de Fernando Passetti e luz de Aline Santini, desperta também uma discussão sobre o ato político de Cordelia, que, ao desafiar o pai, provoca um efeito propriamente revolucionário, desorganizando por inteiro aquela sociedade. Dessa forma, a montagem destaca a relação íntima entre ação política e compromisso ético, pois a recusa da personagem é, no fundo, uma recusa a seguir reproduzindo a mentira que sustentava aquele mundo.


Ficha técnica
Direção: Ines Bushatsky
Elenco: Alexia Twister, Antonia Pethit, DaCota Monteiro, Ginger Moon, Lilith Prexeva, Maldita Hammer, Mercedez Vulcão, Thelores, Xaniqua Laquisha
Texto adaptado e assistência de direção: João Mostazo
Cenário: Fernando Passetti
Luz: Aline Santini
Figurino: Salomé Abdala
Visagismo: Malonna e Polly
Assistente de perucaria: Yuri Tedesco
Trilha sonora e operação de som: Gabriel Edé
Preparação vocal: Felipe Venâncio
Operação de luz: Pajeu Oliveira
Microfonista : Viviane Barbosa
Contrarregragem: Felipe Venâncio, Matias Ivan Arce
Costureiras: Caio Katchborian, Nana Simões, Salomé Abdala
Sapatos: Porto Free Calçados
Bordados: Alesha Bruke, Salomé Abdala
Fotos: Mariana Chama, Suka, Tetembua Dandara
Arte gráfica: Lidia Ganhito
Redes sociais: Mariana Marinho
Assistente de produção: Gabriela Ramos
Direção de produção: Tetembua Dandara
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Este projeto foi contemplado pela 18ª Edição do Prêmio Zé Renato - Secretaria Municipal de Cultura


Serviço
"Rei Lear", da Cia. Extemporânea
Temporada: 26 de julho a 25 de agosto*
Às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h
*Sessão dia 22 de agosto, , às 15h
Sessões com acessibilidade em libras 9 e 10 de agosto
Sesc Consolação – Teatro Anchieta – Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque
Telefone: 11 3234-3000
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h  às 21h30. Sábados, das 10h ás 20h. Domingos e feriados, das 10h ás 18h30.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$25,00 (meia-entrada) e R$15.00 (credencial plena)
Venda on-line em sescsp.org.br  a partir de terça-feira, dia 16 de julho, às 17h00
Venda presencial na bilheteria de qualquer unidade do Sesc SP a partir de quarta-feira, dia 17 de julho, às 17h00
Classificação: 14 anos
Duração: 120 minutos
Capacidade: 280 lugares
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

.: Ruth Melchior estreia solo sobre Frida Khalo dia 13 no Teatro Pyndorama


Ruth Melchior estreia o solo Autorretrato com Frida(z) e Flores ou Garatujas de uma Mãe Atípica dia 13 de julho no Teatro Pyndorama. Com direção de Renata Adrianna e Thiago Reis Vasconcelos, a peça propõe diálogo entre as trajetórias da pintora mexicana Frida Kahlo e a pequena Frida Melchior, que convive com a síndrome de Coats Plus. Foto: Gustavo A Amat


Estreia no dia 13 de julho de 2024, data em que faz 70 anos da morte de Frida Khalo, a peça "Autorretrato de Frida(z) e Flores ou Garatujas de Uma Mãe Atípica" no Teatro Pyndorama, localizado no bairro do Bixiga, em São Paulo. Com direção de Renata Adrianna e Thiago Reis Vasconcelos, o espetáculo é um autorretrato das questões vividas por Ruth Melchior, atriz, mãe solo e atípica, integrante de uma coletividade teatral e militante feminista pelas causas da maternagem. 

Em cena, Ruth propõe um diálogo sobre as jornadas de aprendizagem, afeto e luta que viveu nos últimos anos, decorrentes de grandes alterações no seu cotidiano com o nascimento de sua filha Frida Melchior e do convívio com a rara síndrome de Coats Plus.  A atriz se refere a peça a partir do autorretrato de um período muito distinto de sua vida, que ela resume como: "Uma linda história que se iniciou a partir de minha gestação, desde sua descoberta. 'Fridas e Flores' é um projeto com mais de cinco anos de pesquisa e reflexões sobre como regar todos os dias a grandeza da vida. O desabrochar da flor Frida que pulsa a vida”

A peça é um diálogo sobre arte, cotidiano e bem viver, o autorretrato de uma mãe atípica, em que suas garatujas revelam a trajetória em espiral de contradições entre tipicidade e atipicidade. Em um relicário de recordações, a atriz Ruth Melchior convida o público a dialogar e passear pela trajetória das duas Fridas, a pintora mexicana Frida Kahlo e sua filha Frida Melchior. 

As Frida(z) e as questões tensionadas socialmente pelo universo feminino, neuro diverso e PCD. Um autorretrato que parte das singularidades de uma mãe e sua práxis cotidiana, propondo refletir sobre as relações entre arte, sociedade, capacitismo e bem viver. 

Por um teatro atípico
Um teatro atípico se fez necessário para que as condições atípicas do cotidiano pudessem se desdobrar em uma poesia original e atípica. Fomentando outras formas de ser e estar em cena. A peça trata de repensar o cotidiano afetando não somente a vida da atriz, mas também exigindo da direção de Renata Adrianna e Thiago Reis Vasconcelos, que reformulassem a própria noção de teatro e de ensaio.

A noção de um novo teatro partiu de um conjunto de relações que alteraram a vida das pessoas envolvidas. De acordo com o diretor e dramaturgo Thiago: "Foi através da vivência ao lado de Frida, conjuntamente com a Ruth, com quem vivo há mais de 20 anos, que aprendi e expandi a própria ideia e o próprio conceito de teatro. Abrindo caminhos para perceber e responder à realidade para além dos procedimentos recorrentes da tradição"

Ficha técnica
Realização: Companhia Antropofágica
Elenco: Ruth Melchior
Direção: Renata Adrianna e Thiago Reis Vasconcelos
Dramaturgia: Ana Souto, Ruth Melchior e Thiago Reis Vasconcelos
Preparadora corporal: Fernanda Haucke
Preparadora performática: Jocarla Gomes
Direção de arte: Cassio Brasil
Figurinista: Daniela Carvalho
Pintura e desenhos figurino: Olga Carolina
Desenho de luz: Alessandra Queiroz
Equipe técnica: Gabriela Jennifer e Gustavo A. Amat
Fotografia: Gustavo A. Amat e Renata Adrianna
Provocadora rodas de conversas: Fabi Ribeiro
Produção: Ruth Melchior, Alessandra Queiroz e Flávia Ulhôa
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Arte visual: Flávia Ulhôa
Social mídia: Mauro Brito
Captação audiovisual: Gustavo A. Amat e Renata Adrianna
Edição audiovisual: Renata Adrianna 


Serviço
"Autorretrato de Frida(z) e Flores ou Garatujas de Uma Mãe Atípica".
Temporada: 13 de julho a 18 de agosto de 2024.
Sábados e domingos, às 15h00 e 17h00. Segundas, às 20h00.
Dias 21 de julho e 27 de junho não haverá espetáculo.
Teatro Pyndorama - Rua São Domingos, 224, Bixiga.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada).
Gratuito para pessoas com deficiência e acompanhante.
Vendas on-line em : https://www.sympla.com.br/antropofagica.

Bilheteria: 
1 hora antes no Teatro Pyndorama.
Classificação: livre.
Duração: 50 minutos.
Capacidade: 20 lugares.
Acessibilidade: o Teatro Pyndorama é acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: "O Sonho de Um Homem Ridículo", da Cia Lúdica dos Atores, em cartaz em SP


Premiado solo mineiro "O Sonho de Um Homem Ridículo", da Cia. Lúdica dos Atores, faz estreia paulista no Espaço Parlapatões. Com direção de Alexandre Kavanji e atuação de Leo Horta, o espetáculo explora similaridades entre São Petersburgo e Minas Gerais. Foto: Camila Campos


Para celebrar os 20 anos da mineira Cia. Lúdica dos Atores, o premiado solo "O Sonho de Um Homem Ridículo" estreia na capital paulista, no Espaço Parlapatões. A temporada vai até dia 21 de julho, com sessões de quinta-feira a sábado, às 20h00, e, aos domingos, às 19h00. Dirigido por Alexandre Kavanji, o espetáculo adapta para o teatro o clássico conto homônimo do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881). O grupo teve a preocupação de manter o texto o mais fiel possível à obra original, transportando o público para um mundo de reflexões profundas sobre vida, morte e redenção.

O espetáculo recebeu 14 indicações a prêmios em seis festivais pelo Brasil, com destaque para as conquistas de Melhor Ator, Melhor Espetáculo de Palco, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Cenário. Na trama, o ator Leo Horta, formado pela academia russa de teatro (The International Seminar “The Stanislavsky System Today”/Moscou, 2011 e Konstantin Stanislavsky and Mikhail Chekhov Today - practical training for actors and directors/Letônia, 2013), interpreta um personagem decidido a acabar com a própria vida, pois está mergulhado em reflexões sobre suas contínuas frustrações e a falta de significado e propósito no mundo que o rodeia.

O homem adormece em uma poltrona diante de um revólver carregado e tem um sonho fantástico com um mundo perfeito. Desta forma, o conto explora a introspecção do personagem e sua jornada rumo à compreensão de si mesmo e do universo ao seu redor.

“Senti de repente que para mim dava no mesmo que existisse um mundo ou que nada houvesse em lugar nenhum. Passei a perceber e a sentir com todo o meu ser que diante de mim não havia nada. No começo me parecia sempre que, em compensação, tinha havido muita coisa antes, mas depois intuí que antes também não tinha havido nada, apenas parecia haver, não sei por quê. Pouco a pouco me convenci de que também não vai haver nada jamais. Então de repente parei de me zangar com as pessoas e passei a quase nem notá-las. Para mim tudo ficou indiferente, e as questões todas se afastaram”. (Trecho de "O Sonho de um Homem Ridículo", de Fiódor Dostoiévski)


Sobre a encenação
“Para a adaptação teatral, nos interessa sobretudo esta narrativa fantástica, a intensidade da interpretação dramática, a inventividade da linguagem cênica, assim como uma reflexão crítica aliada à beleza que a obra de Dostoiévski nos proporciona”, conta Kavanji.

Para esta montagem, foi fundamental o aprofundamento do ator na busca de vestígios deste homem, o Homem Ridículo, este personagem em movimento no espaço, sua linguagem corporal, a partir da pesquisa em referências das artes plásticas, literatura, cinema, proporcionando explosões imagéticas combinadas com cenário, figurino e iluminação.

Nas pesquisas para a criação do espetáculo, o grupo também recorreu a duas referências extras. Uma é o texto "O Louco, ou O Homem que Matou Deus", de Friedrich Nietzsche, e a outra é uma reflexão sobre o mito de "Sísifo" feita por Albert Camus. Esta montagem de "O Sonho de Um Homem Ridículo" estreou em 2023, em Minas Gerais, e recebeu 14 indicações a prêmios em seis festivais pelo Brasil, com destaque para as conquistas de Melhor Ator, Melhor Espetáculo de Palco, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Cenário no renomado 7º FESTA - Festival Internacional de Palco e Rua de Araçuaí, consolidando-se como uma referência em excelência artística.

No dia 4 de julho, após o espetáculo, acontece um bate-papo entre o dramaturgo Luís Alberto de Abreu - conhecido pelos espetáculos Bella Ciao, Foi Bom, Meu Bem? e Cala Boca Já Morreu - e o jornalista de teatro Valmir Santos, que se debruça sobre a vida e a obra de Dostoiévski.

Ficha técnica
Companhia Lúdica dos Atores de BH
Espetáculo: "O Sonho de Um Homem Ridículo", de Fiódor Dostoiévski
Prólogo: "O Louco, de A Gaia Ciência", de Friedrich Nietzsche
Edição: Fiódor Dostoiévski. "O Sonho de Um Homem Ridículo"
Tradução: Vadim Nikitin, São Paulo: Editora 34.
Coordenação e produção geral: Argos Produções Culturais
Direção, cenário e figurino: Alexandre Kavanji
Ator: Leo Horta
Produção executiva: Rogério Tavares
Assistência de direção: Marina Galeri
Iluminação: Felipe Cosse
Preparação corporal: Priscila Patta
Orientação dramatúrgica: Solange Dias
Trilha sonora original: Léo Nascimento
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques e Daniele Valério


Serviço
Data: até dia 21 de julho de 2024
Quinta a sábado, às 20h e domingo, às 19h
Local: Espaço Parlapatões - Praça Franklin Roosevelt, 158 - Consolação, São Paulo, SP
Ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos

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