quarta-feira, 3 de julho de 2024

.: Cinema: filme baseado em "Holocausto Brasileiro", de Daniela Arbex, estreia


Baseado no livro "Holocausto Brasileiro", de Daniela Arbex, filme "Ninguém Sai Vivo Daqui" estreia nos cinemas no dia 11 de julho


O filme "Ninguém Sai Vivo Daqui", baseado na premiada obra "Holocausto Brasileiro" (compre neste link), da jornalista Daniela Arbex, estreia nos cinemas na quinta-feira, dia 11 de julho. Dirigido por André Ristum e estrelado por Andréia Horta e Fernanda Marques, o longa ficcionaliza os horrores reais ocorridos no Hospital Psiquiátrico de Barbacena, relatados por Arbex no que foi eleito o Melhor Livro-Reportagem do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo colocado na mesma categoria pelo Prêmio Jabuti (2014). O roteiro, assinado por Ristum, Marco Dutra e Rita Glória Curvo, segue Elisa, jovem que, após engravidar do namorado no início dos anos 1970, é internada à força pelo pai no manicômio, conhecido como Colônia. Vítimas de todo tipo de abusos no local, a moça e outros internos se unem para descobrir uma forma de fugir do inferno. 

Fundada em 1903, a instituição se tornou um depósito de homens e mulheres — e até de crianças — indesejáveis para o convívio social: homossexuais, prostitutas, mães solteiras, meninas violentadas pelos patrões, moradores de rua ou moças que tinham perdido a virgindade antes do casamento. Os pacientes, muitas vezes sem diagnóstico de doença mental, eram submetidos a condições desumanas com o consentimento do Estado, de médicos, de funcionários e da sociedade. 

Quando chegavam ao Colônia, os internos tinham as cabeças raspadas e as roupas arrancadas. E isso era apenas o começo: no dia a dia eram submetidos a toda ordem de maus-tratos. Mesmo nas madrugadas frias da serra da Mantiqueira, eram atirados ao relento e perambulavam nus pelos pátios. Comiam ratos, bebiam esgoto e urina, dormiam sobre o feno, além de serem submetidos a torturantes sessões de eletrochoque. Pelo menos sessenta mil pessoas morreram dentro dos muros do Colônia — a maior parte entre as décadas de 1960 e 1970. Entre 1969 e 1985, quase dois mil cadáveres foram vendidos clandestinamente para dezessete faculdades de medicina do país, sem que ninguém questionasse. Em 1979, o psiquiatra italiano Franco Basaglia, pioneiro da luta pelo fim dos manicômios e defensor do tratamento humanizado, conheceu o Colônia e declarou nunca ter visto uma tragédia como aquela.

Num árduo esforço de apuração, Daniela Arbex localizou sobreviventes e entrevistou ex-funcionários para resgatar de maneira detalhada e emocionante as histórias de quem viveu de perto o horror perpetrado por uma instituição com o propósito de limpeza social comparável ao nazismo. Holocausto brasileiro é o relato essencial de um capítulo obscuro da história brasileira, o que fez dele um marco do jornalismo investigativo no país. Compre o livro "Holocausto Brasileiro", de Daniela Arbex, neste link.



Sobre a autora
Nascida em Minas Gerais, Daniela Arbex é autora premiada de seis livros, todos publicados pela Intrínseca. Sua obra de estreia, Holocausto brasileiro (2013), foi reconhecida como Melhor Livro-Reportagem de 2013 pela Associação Paulista de Críticos de Arte e ficou em segundo lugar no Prêmio Jabuti de 2014. "Cova 312" (2015), seu segundo livro, venceu o Jabuti de Melhor Livro-Reportagem em 2016 e "Todo Dia a Mesma Noite" (2018) ganhou adaptação pela Netflix em 2023. "Os Dois Mundos de Isabel" (2020) foi lançado no mesmo ano em que a autora recebeu o prêmio de Melhor Repórter Investigativa do Brasil pelo Troféu Mulher Imprensa. Arrastados (2022) foi agraciado com o Prêmio Vladimir Herzog 2023 e Longe do ninho (2024) é seu título mais recente. Daniela Arbex conquistou ainda outros 20 prêmios nacionais e internacionais, entre eles três prêmios Esso e o americano Knight International Journalism Award. Foi repórter especial do jornal Tribuna de Minas por 23 anos e atualmente dedica-se à literatura. Foto: Leo Aversa. Garanta o seu exemplar de "Holocausto Brasileiro", escrito por Daniela Arbex, neste link.

.: "Freud e o Visitante" coloca em cena uma disputa entre divindade e ateísmo


Após 20 anos, o Grupo TAPA volta à sala Dina Sfat, do Teatro Ruth Escobar, com o espetáculo "Freud e o Visitante", de Éric-Emmanuel Schmidt, com Adriano Bedin, Anna Cecília Junqueira, Brian Penido Ross e Bruno Barchesi no elenco. A temporada vai do dia 5 de julho até 1° de setembro com sessões sempre de sexta-feira a domingo, às 20h00. Em sua última passagem por lá, em 2004, o grupo estreou "A Mandrágora".

Dramaturgia do autor belga de origem francesa Éric-Emmanuel Schmitt coloca em cena a disputa entre divindade e ateísmo. Brian Penido Ross é o responsável por dar vida ao pai da psicanálise em cena. O espetáculo acontece na noite a filha de Freud é levada pela Gestapo para interrogatório, e ele recebe um inusitado visitante. Enquanto do lado de fora, os nazistas marcham e cantam hinos em louvor da morte, o pai da psicanálise e o desconhecido travam um instigante diálogo sobre a vida. Sonho ou ficção?

Ficha técnica
Texto: Eric-Emmanuel Schmitt. Direção: Eduardo Tolentino de Araujo. Elenco: Adriano Bedin (Nazista), Anna Cecília Junqueira (Anna Freud), Brian Penido Ross (Freud), Bruno Barchesi (Visitante). Trilha Sonora: Paulo Marcos. Desenho de Luz: Wagner Pinto. Assistente de Iluminação: Gabriel Greghi. Fotografias: Ronaldo Gutierrez. Design Gráfico: Mau Machado. Redes Sociais: Renato Fernandes. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Assistente de Produção: Luisa Ferrari. Produção Executiva: Rafaelly Vianna. Direção de produção: Ariell Cannal.

Serviço
De 5 de julho até 1° de setembro.
De sexta a domingo, às 20h.
R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada).
Classificação: 14 anos.
Duração: 80 minutos.

Teatro Ruth Escobar - Sala Dina Sfat
Rua dos Ingleses, 209 - Morro dos Ingleses
Ar-condicionado.
Capacidade: 370 lugares
Ingressos: https://cannal.link/freudIngressos


Atenção: chegar cedo. O ingresso da Sympla deverá ser trocado na bilheteria do teatro. Não será permitida a entrada após o início do espetáculo.

.: Peça teatral com Natália Lage e Caio Manhente estreia em cidades de SP


Lena Brito codirige a peça de Sérgio Roveri sobre a história de superação de uma mãe, que estreia em julho em Osasco e em mais três cidades da Grande São Paulo. Foto: Guilherme Scarpa


Primeira direção teatral da premiada atriz Ana Beatriz Nogueira, o espetáculo inédito "Ensaio Para Um Adeus Inesperado", de Sérgio Roveri (compre os livros dele neste link) – um dos expoentes da cena teatral paulistana contemporânea –, traz no elenco os atores Caio Manhente e Natália Lage e faz sua estreia em quatro cidades da Grande São Paulo em julho: Osasco (dias 5 e 7), Campinas (21 e 22), Mauá (24 e 25) e Diadema (26 e 27). A produção está sendo viabilizada pelo Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e do Programa de Ação Cultural – ProAC.

A peça é puro acolhimento e como ele se faz necessário nos momentos de crise e desesperança. A partir do choque inicial provocado pela morte precoce do filho (Caio Manhente), uma mãe (Natália Lage) caminha para a reorganização das forças necessárias à continuidade de sua existência que, obviamente, em nada lembrará a vida anterior que conhecia antes da manhã daquela trágica segunda-feira.

Por meio de dois monólogos que se alternam em cena, mãe e filho, relembram, cada um a seu modo, o evento traumático ocorrido há sete anos e que mudou para sempre os destinos da família. Ainda que discorra sobre um tema espinhoso e que ainda é considerado tabu em nossa sociedade, a peça procura mostrar caminhos de superação e a busca pela felicidade empreendida pelos personagens da trama, principalmente o da mãe.

Este retrato de um afeto interrompido, que o texto trabalha, tem inegável potencial para despertar a afinidade e intimidade do público, em uma jornada de resiliência e redenção. O espetáculo reúne uma equipe criativa encabeçada por Ana Beatriz Nogueira - referência do teatro, cinema e televisão brasileira, a atriz e produtora tem 40 anos anos de carreira e é uma das únicas três atrizes brasileiras vencedoras do Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim, ao lado de Marcélia Cartaxo e Fernanda Montenegro.

A trilha sonora leva a assinatura de Zélia Duncan e o cenário e o figurino são de Analu Prestes. A direção de produção cabe à Dobbs Scarpa, de Fábio Dobbs e Guilherme Scarpa, empresa responsável também pela assessoria de comunicação do espetáculo. A realização é da renomada produtora paulistana Casa Azul Produções, a partir do edital Proac 2023.

Levar aos palcos um projeto como este, acena com novas possibilidades de análise a respeito de algumas questões primordiais desta época em que vivemos como, por exemplo, a relação entre pais e filhos, o sistema patriarcal que oprime as famílias, a pressão, ainda que disfarçada, sobre os jovens em transição para o universo adulto, a medicalização do sofrimento e a necessidade de manter intactas as aparências quando tudo ao redor já desmoronou. Os temas propostos, sob o ponto de vista do espetáculo, falam sobretudo da nossa contemporaneidade.


Ficha técnica
Texto: Sérgio Roveri
Concepção: Ana Beatriz Nogueira
Direção: Ana Beatriz Nogueira e Lena Brito
Elenco: Natália Lage e Caio Manhente
Cenário e figurino: Analu Prestes
Iluminação: Paulo César Medeiros
Tricô: Ticiana Passos
Trilha sonora: Zélia Duncan e Ana Beatriz Nogueira
Arranjos e direção musical: Léo Brandão
Direção de produção: Dobbs Scarpa
Produtora assistente: Ivy Farias
Fotos: Guilherme Scarpa
Designer: Alexandre de Castro
Assessoria institucional e jurídica: Ivy Farias
Realização: Casa Azul Produções Artísticas

Serviço
Osasco
Teatro Municipal Glória Maria Garcia Giglio
Av. dos Autonomistas, 1533 - Vila Yara, Osasco / São Paulo.
Telefone: (11) 3685-9596.
Dias 5 e 7 de julho.
Sexta-feira, às 20h00.
Domingo, às 17h00 e às 19h00.
70 minutos. 16 anos.
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada).
Vendas: Bilheteria Express.
Workshop de produção gratuito dia 7 de julho, às 14h30.

Campinas
Teatro Iguatemi
Avenida Iguatemi, 777 - Vila Brandina / São Paulo.
Dias: 21 e 22 de julho.
Domingo, às 18h00 e às 20h00.
Segunda-feira, às 20h00.
70 minutos. 16 anos.
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada).
Vendas: Ingresso Digital.

Mauá
Teatro Municipal Anselmo Haraldt Walendy
Rua Gabriel Marques, 353 - Vila Noêmia / São Paulo.
Dias: 24 e 25 de julho.
Quarta-feira, às 20h00.
Quinta-feira, às 19h00 e às 21h00.
70 minutos. 16 anos.
Ingressos: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada).
Vendas: Bilheteria Express.
Workshop de produção gratuito dia 25 de julho, às 14h30.

Diadema
Teatro Clara Nunes.
Rua Graciosa, 300 - Centro de Diadema / São Paulo.
Dias: 26 e 27 de julho.
Sexta-feira, às 20h00.
Sábado, às 17h00 e 19h00.
70 minutos. 16 anos.
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada).
Vendas: Bilheteria Express.
Workshop de produção gratuito dia 27 de julho, às 14h00.

.: Museu Afro Brasil reabre "Tributo a Emanoel Araujo" e inaugura exposições


Temática das novas mostras inclui história do samba paulistano e o olhar de dois artistas baianos sobre os espaços físicos e sociais. Imagens da exposição "Wagner Celestino: Caminhos do Samba"


No próximo fim de semana, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, prestes a completar 20 anos de existência, reabre a exposição "Tributo a Emanoel Araujo" e inaugura duas novas mostras: "Wagner Celestino: Caminhos do Samba" e “Entre Linhas: Aurelino dos Santos e Rommulo Vieira Conceição”. As três exposições serão abertas ao público no sábado, 6 de junho de 2024, às 11h, em diferentes espaços do museu. A entrada é gratuita.

“Essas exposições aproximam e celebram quatro artistas extraordinários, num momento decisivo para o Museu Afro Brasil, prestes a completar 20 anos de existência”, sublinha Hélio Menezes, diretor artístico da instituição, e que assina a curadoria das  três mostras. “É quando o Museu volta os olhos para a sua própria história, a constituição de seu próprio acervo, reapresentando-o e rearranjando-o à luz de diálogos novos, inéditos – e, assim, qual sankofa, vira para trás para mirar para a frente”, completa.

O "Tributo a Emanoel Araujo" reabre na recepção do térreo, com as novas peças que integram o programa ‘Singular Plural’, programa dedicado à acessibilidade na mediação do acervo e das exposições temporárias do Museu. A mostra apresenta reproduções táteis de obras de Emanoel Araujo, artista e fundador do Museu Afro Brasil, e disponibiliza a audiodescrição do vídeo que compõe o acervo. 

A mostra "Wagner Celestino: Caminhos do Samba" é uma homenagem à rica tradição do samba paulistano. A partir do olhar sensível do fotógrafo Wagner Celestino, a exposição retrata figuras lendárias do samba, como Seu Nenê da Vila Matilde, Xangô da Vila Maria e Carlão do Peruche. Instalado sob a marquise do museu, na área externa, o acervo apresentará as fotografias acompanhadas de biografias dos homenageados.

A exposição “Entre Linhas: Aurelino dos Santos e Rommulo Vieira Conceição”, que estará disponível no térreo do Museu, coloca em diálogo os artistas soteropolitanos, explorando a profunda relação que ambos têm com os espaços físicos e sociais que os cercam. Aurelino dos Santos apresenta a complexidade urbana de Salvador em suas 28 pinturas, reordenando o caos urbanístico com cores vibrantes e elementos do cotidiano. Rommulo Vieira Conceição, com duas esculturas, transforma objetos do dia a dia em instalações que desafiam as fronteiras entre o interno e o externo. 


Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
Inaugurado em 2004 a partir da coleção de seu fundador, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido em parceria com a Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura. Situado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, no Parque Ibirapuera, o museu possui mais de 8 mil obras em um espaço de 12 mil m², e destaca a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais desde o século XVIII até a contemporaneidade, explorando temas como religião, trabalho, arte e escravidão, registrando a influência africana na construção da sociedade brasileira.


Serviço
Sábado,  6 de julho, das 11h00 às 18h00
"Tributo a Emanoel Araujo" -  Local: Recepção - Térreo
Wagner Celestino: Caminhos do Samba -  Local: Marquise
Entre Linhas: Aurelino dos Santos e Rommulo Vieira Conceição -  Local: Térreo
Endereço do Museu: Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 10, São Paulo – SP (acesso via transporte público ou veículo de aplicativo)
Funcionamento: terça a domingo, 10h às 17h (permanência até às 18h)
Ingresso: R$ 15,00 (meia-entrada, R$7,50)
Entrada gratuita às quartas-feiras e no dia da abertura, 6 de julho
Estacionamento (Parque Ibirapuera)
Horário: das 5h à 0h
Acessos para automóveis: portões 3 e 7

.: Marco Brotto, caçador de aurora boreal, conta a trajetória das luzes


A aurora boreal é um dos fenômenos celestes mais espetaculares e enigmáticos da natureza. Embora os detalhes precisos da descoberta inicial permaneçam envoltos em mistério, evidências históricas sugerem que povos indígenas do Ártico e civilizações antigas ao redor do Círculo Polar foram os primeiros a testemunhar as misteriosas luzes dançantes no céu. Mitologias e crenças religiosas desses povos frequentemente incorporavam essas observações, atribuindo significados profundos às auroras boreais. Esta descoberta histórica sublinha a longa relação da humanidade com os mistérios do cosmos. 

Segundo o brasileiro Marco Brotto, conhecido como "O Caçador da Aurora Boreal" (compre o livro dele neste link) as civilizações ao redor do mundo, desde os povos nórdicos na Escandinávia até os povos siberianos na Rússia, têm documentado e interpretado esses eventos ao longo de séculos. "Desde 30.000 antes de Cristo existem representações pré-históricas de auroras boreais, pinturas rupestres de cro-magnon e de aborígenes, “o "homem de cro-magnon" foi um grupo de homo sapiens que habitou a Europa durante o período paleolítico superior, que vai de aproximadamente 40.000 a 10.000 anos atrás”, explica ele.  

Os primeiros registros escritos europeus datam da idade média, quando crônicas históricas e anais de viagens começaram a documentar esses avistamentos celestiais. Já a investigação científica das auroras boreais começou a ganhar forma no século XVIII, quando cientistas como Edmond Halley e Anders Celsius propuseram teorias sobre a relação entre as luzes no céu e a atividade solar. “No século XIX, o físico norueguês Kristian Birkeland propôs que as auroras boreais eram causadas por partículas carregadas do Sol (vento solar) interagindo com o campo magnético da Terra”, explica Brotto.

Com o advento da era espacial, especialmente a partir dos anos 1950 e 1960 com o lançamento de satélites e sondas espaciais, os cientistas puderam estudar as auroras boreais com mais detalhes e confirmar suas teorias sobre suas origens e processos físicos. “Desde então, o estudo científico moderno das auroras boreais evoluiu significativamente, utilizando instrumentos avançados para compreender melhor sua natureza física e as condições que as causam, como as atividades solares e geomagnéticas”, finaliza Marco Brotto que já realizou 149 expedições em busca das luzes do norte.

.: Mostra que homenageia ator Al Pacino começa sábado no CCBB SP


Imagem de "O Poderoso Chefão II", filme de 1974

Ícone indiscutível da indústria cinematográfica, Al Pacino será homenageado com a Mostra Pacino no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, entre 6 de julho e 18 de agosto. A mostra já passou pelo CCBB RJ e também estará em cartaz no CCBB de Brasília. No CCBB SP, a programação contará com 24 longas e um debate com dois convidados: Maria Fernanda Vomero e Vanderlei Bernardino. Além disso, haverá um curso sobre a história da atuação no cinema (com duração de seis horas no total), que contemplará o método moderno de atuação nos Estados Unidos (EUA), onde se formou Al Pacino.

Na seleção de títulos da Mostra Pacino estão alguns de seus trabalhos mais cultuados, como "Perfume de Mulher", que lhe rendeu um Oscar em 1993 e filmes com interpretações consagradas, como a trilogia "O Poderoso Chefão", que acompanha sua ascensão e queda como um mafioso nos Estados Unidos. Além disso, formam parte da programação filmes que fez com "Michael Mann: fogo Contra Fogo", "O Informante" e "Um Dia de Cão", de Sidney Lumet, que ganha sessão com acessibilidade (legendagem descritiva, audiodescrição e libras).

O curador da Mostra, Paulo Santos Lima, explica que a intenção é rever a história do mundo e das artes através desse grande ator. "A história de vida de um artista do cinema é a de uma filmografia (...). Filmes costumam espelhar a realidade, e a intenção aqui é revermos a história do mundo e a das artes nas últimas cinco décadas através do gênio deste extraordinário artista".

A mostra é, também, uma chance de (re)ver filmes menos famosos, mas nem por isso menores em sua carreira, como "Os Viciados", de Jerry Schatzberg, lançado em 1971, no qual o ator faz seu primeiro protagonista, um viciado e traficante. Entre os longas que a mostra resgata, estão "O Espantalho", de Jerry Schatzberg, e "Um Momento, Uma Vida", de Sidney Pollack.

Não poderiam ficar de fora filmes que levaram Al Pacino a indicações ao Oscar, como "Dick Tracy", "Justiça para Todos", "Um Dia de Cão" e "Serpico". Fazem parte da Mostra Pacino, algumas de suas produções mais recentes, e também uma obra inédita nos cinemas brasileiros, como é o caso de "Maglehorn" (2015).

“Al Pacino é uma virtuose da interpretação de cinema, pelo que faz em cena e pelo que sua imagem emana da tela. Um ator genial que traz a finesse do método de atuação moderna que singulariza o cinema norte-americano e, especialmente, habita um imaginário coletivo, sendo uma referência transcultural”, conta Santos Lima.

Em mais de 50 anos de carreira, Al Pacino esteve com notórios diretores, de Sidney Lumet e Brian De Palma a, mais recentemente, Martin Scorsese e Quentin Tarantino. O ator também foi para detrás das câmeras e dirigiu quatro longas-metragens que tratam do teatro, paixão eterna de Al Pacino.

Oferecer ao público do CCBB a chance de vivenciar o trabalho de um dos maiores atores do nosso tempo é uma oportunidade única para testemunhar a evolução de uma forma de atuação que deixou uma marca indelével em décadas da cinematografia global. Ao realizar esse projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil reafirma o seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, por meio de uma mostra que homenageia um dos maiores atores do nosso tempo e inspira uma nova geração de artistas e cinéfilos.


Sobre os convidados do debate
Maria Fernanda Vomero:
jornalista, orientadora criativa de projetos artísticos e doutora em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP). Tem especialização em Documental Creativo pela Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), Espanha. Atua como provocadora cênica em diversos coletivos teatrais da cidade de São Paulo desde 2014. Foi curadora das Ações Pedagógicas da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo de 2015 a 2020. Como jornalista, trabalhou em revistas como Superinteressante, Revista das Religiões e Bravo!, além de ter colaborado como freelancer com diversas outras publicações. Atualmente escreve textos sobre teatro, cinema e literatura.

Vanderlei Bernardino: ator, Mestre em Meios e Processos Audiovisuais com a dissertação “O Ator do Teatro de Arena no Cinema Novo” e Bacharel em Interpretação Teatral pela Escola de Comunicações e Artes-USP. Alguns dos espetáculos teatrais que participou estão “O Paraíso Perdido”, “O Livro de Jó” , “Apocalipse 1,11” com o Grupo Teatro da Vertigem; “O Idiota”, “O Duelo” com a cia mundana; “Galileu Galilei” com a atriz Denise Fraga. No audiovisual atuou nas séries “Sintonia”, “Irmandade”, “Segunda Chamada”, “Colônia”, “O Rei da TV”, “Rota 66” e nos longas-metragens “Mussum – O Filmis”, “Fortaleza Hotel”.

Serviço
Mostra de Cinema Pacino
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Período: 6 de julho a 18 de agosto
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada), disponíveis em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP 
Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Funcionamento CCBB: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m)
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

terça-feira, 2 de julho de 2024

.: Crítica: "A Grande Fuga" é história de amor de idosos e lembranças da guerra

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em julho de 2024


As marcas deixadas pela guerra desenham a trama que também entrega a linda e emocionante história de amor de Bernard Jordan (Michael Caine) e Rene (Glenda Jackson). "A Grande Fuga", novo filme do diretor Oliver Parker ("Emily", "O Retrato de Dorian Gray", "Hellraiser: Renascido do Inferno"), é inspirado num acontecimento de 2014, quando o veterano Bernard Jordan, de 89 anos, fugiu do asilo em que vivia e parte rumo à França para celebrar os 70 anos do Dia D (ocorrido em 6 de junho de 1944, uma das operações militares mais significativas da Segunda Guerra Mundial), na Normandia.

Tal façanha acontece pelo fato de ele não ter pedido à enfermeira, em tempo hábil, para se inscrever no evento que acontece em um navio, passando pelas margens da Normandia, quando soldados conseguiram livrar a França do nazismo. Toda a tragédia daquele dia é revivido na telona de cinema, seja na história de Bernard e seu amigo Douglas ou ainda Arthur (Jon Standing) que carrega a possibilidade de ter matado o próprio irmão quando passou de avião bombardeando certa região.

Há espaço também para a história do jovem Scott (Victor Oshin) que está se adaptando a uma nova realidade, que em recente operação de guerra, perdeu uma perna. Assim, a lucidez de Bernard serve de boa influências para os novos amigos que faz durante o evento anual. Contudo, durante as 48 horas que passa longe de sua amada, Rene, Bernard percebe o que realmente importa para ele.

A trama não é focada somente no evento ou nas lembranças de guerra -todas muito fortes-, mas há também o núcleo no asilo. Assim, Rene, por estar mais debilitada, fica no local, enquanto também deixa sua marca na vida da enfermeira Adele (Danielle Vitalis). A produção além de ter Michael Caine, Glenda Jackson e John Standing, conta com Laura Marcus, Will Fletcher e Wolf Kahler no elenco. 

"A Grande Fuga", filme que tirou Michael Cane de sua aposentadora, é emocionante. Não por somente questionar o desperdício daquelas vidas que se foram durante a guerra, mas por destacar a parceria de um casal de idosos que se amou até o fim da vida. Longa tocante e imperdível! 

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


"A Grande Fuga" (""). Ingressos on-line neste linkGênero: guerra, drama, comédiaClassificação: 12 anos. Duração: 1h37. Ano: 2023. Distribuidora: Diamond Films Brasil. Direção: Oliver Parker. Roteiro: William Ivory. Elenco: Michael Caine, Glenda Jackson, John StandingSinopse: Bernard Jordan, um veterano da Segunda Guerra Mundial, foge de sua casa de repouso para participar da comemoração do 70º aniversário do desembarque do Dia D na Normandia.. Confira os horários: neste link

Trailer de "A Grande Fuga"

Leia +

.: Obra reunida de Carla Madeira ganha box de luxo com textos inéditos


Os três best-sellers de Carla Madeira, a aclamada autora de  "Tudo É Rio", "A Natureza da Mordida" e "Véspera" – juntos, pela primeira vez, em um box de luxo (compre neste link). Com capa dura, pintura trilateral e novo projeto gráfico, os romances contam com prefácios inéditos de Mia Couto, Luiz Antonio de Assis Brasil e Tatiana Salem Levy, e vão acompanhados de um livreto com textos nunca antes reunidos em livro.

Carla Madeira é um fenômeno literário. A escritora de ficção brasileira mais vendida e lida entre nós nos últimos anos chegou a ter, ao mesmo tempo, seus três livros na lista dos mais vendidos. As obras dela já foram publicadas com grande sucesso em Portugal e, em breve, terão edições no México, na Itália e na Rússia. Além de tudo isso, Madeira conquistou o reconhecimento da crítica, como fica evidente nos prefácios inéditos incluídos nestas novas edições, escritos por nomes incontornáveis dos meios literário e acadêmico.

Para comemorar os dez anos do primeiro lançamento de "Tudo É Rio", seus três romances são reunidos em um box rígido de luxo. Neste novo projeto gráfico, assinado pela premiada designer Flávia Castanheira, todos os livros têm capa dura, pintura trilateral e imagens da artista plástica inglesa Jess Allen. A coleção contém ainda um livreto com três contos da autora e um texto em que ela discorre sobre seu processo criativo, nunca reunidos em livro. Compre o box com a obra completa de Carla Madeira neste link.


"Tudo É Rio" (176 páginas)
O romance conta a história de Dalva e Venâncio, casal que tem a vida transformada após uma perda trágica, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que forma com eles um triângulo amoroso. Com uma escrita madura, precisa e, ao mesmo tempo, forte e poética, Carla Madeira nos apresenta uma narrativa emocionante e personagens de uma rara densidade psicológica. Prefácio de Mia Couto.


"A Natureza da Mordida" (240 páginas)
“O que você não tem mais que te entristece tanto?” É com esta pergunta que Biá, uma psicanalista aposentada, aborda a jovem jornalista Olívia pela primeira vez. A provocação inesperada, vinda de uma estranha, desencadeia uma sucessão de encontros, marcados pela intimidade crescente e que, aos poucos, revelam as histórias das duas. Com alternância entre as vozes, a força do discurso objetivo, descritivo e linear de Olívia contrapõe-se às anotações esparsas de Biá, cujos fragmentos de uma memória já falha e pouco confiável conduzem a um ponto de virada na trama que irá revelar os eventos que marcaram o passado de cada uma. Prefácio de Luiz Antonio de Assis Brasil.


"Véspera" (264 páginas)
Destroçada por um casamento marcado pelo desamor, Vedina, em um momento de descontrole, abandona o filho na rua. Imediatamente arrependida, ao voltar ao lugar onde o deixou, já não o encontra mais. A partir deste trauma inicial, a narrativa nos mostra a vida dos gêmeos Caim e Abel, bem como as de Vedina e Veneza, marcadas pela fatalidade e o desencontro. Contado em dois tempos, os dias posteriores ao abandono do menino na rua e os dias que vieram antes dele, o romance avança como duas ondas, que então se chocam e iluminam todo o quadro humano posto em movimento. Prefácio de Tatiana Salem Levy. Garanta o seu box com a obra completa de Carla Madeira neste link.

.: Livro "Vou Te Receitar Um Gato", de Ishida Syou, traz olhar encantador


Não que pesquisas fossem necessárias, mas até os números comprovam: em breve, os gatos vão dominar o mundo, ou melhor, curar o mundo. Segundo o último Censo Pet (sim, ele existe), a busca por gatos para adoção aumentou. Durante a pandemia, foi até maior do que a procura por cachorros. E para a sorte dos novos adoradores, dos antigos amantes e dos corações que vêm se rendendo a eles aos poucos, em julho chega às livrarias pela Intrínseca o romance "Vou Te Receitar Um Gato" (compre neste link)  - considerado o best-seller japonês de 2023, da premiada autora Ishida Syou. Vendido para mais de 20 países, o livro japonês traz olhar encantador sobre como o amor de um animal pode mudar vidas. A tradução é de Eunice Suenaga.

Os gatos, que já têm um Dia Mundial (17 de fevereiro) e são reconhecidos como inspiração por grandes nomes da MPB, costumam ser uma companhia muito misteriosa, mas o seu poder curativo é inquestionável. No livro, quem garante isso é o excêntrico Dr. Nike e sua enfermeira mal-humorada, Chitose. Em uma misteriosa clínica localizada no final de um beco escuro, aonde apenas as almas que mais precisam de ajuda conseguem chegar, a receita deles é única e certeira: um tratamento exclusivo - e um tanto estranho - com gatos.

Como não é difícil imaginar, ao receberem essa prescrição nada convencional, os pacientes muitas vezes ficam intrigados. No entanto, quando “tomam” o animal pelo período recomendado, testemunham profundas transformações em suas vidas. A melhora em si não vem de uma ação do personagem a ser curado nem por meio de mágica. Ela aparece como efeito colateral causado pelos gatinhos brincalhões, cativantes e de vez em quando bagunceiros. Ou seja, por meio das famosas gatices - cenas com as quais muitos donos de gato vão se identificar. 

Eles derrubam coisas, não deixam os donos dormirem, rasgam documentos importantes… E é dessa forma, no livro, que um corretor de investimentos se depara com uma alegria inesperada após ser demitido. Um homem de meia-idade encontra paz no trabalho e em casa. Uma mãe cansada se reconecta com a filha. Uma designer de bolsas aprende finalmente a relaxar. E uma gueixa abalada pela perda de sua gata descobre como seguir em frente. Em cada um dos cinco capítulos que compõem a obra, conhecemos uma história e um gatinho diferente (ou dois), retratado por lindas e inéditas ilustrações da artista Nicole Bustamante. Compre o livro "Vou Te Receitar Um Gato", de Ishida Syou, neste link.



Sobre a autora
Ishida Syou sempre amou gatos. Nascida em 1975 em Quioto, começou a se dedicar à literatura enquanto trabalhava em uma empresa de telecomunicações. Vou te receitar um gato é bestseller no Japão e teve seus direitos vendidos para mais de vinte países. Foto: Tetsuro Goto. Garanta o seu exemplar de "Vou Te Receitar Um Gato", escrito por Ishida Syou, neste link.



.: Espetáculo de Jon Fosse, “Mãe e Filho” ganha primeira montagem no Brasil


Texto de Jon Fosse, ganhador do Nobel de 2023, “Mãe e Filho” ganha primeira montagem no Brasil. Estreia em São Paulo, neste sábado, dia 6 de julho, no Sesc Ipiranga. Com Vera Zimmermann e Tiago Martelli, espetáculo é uma intensa jornada de dois sujeitos tentando se conectar. Como estranhos em um primeiro encontro, eles perseguem um ao outro, confrontados com uma história compartilhada que não podem ignorar. Foto: João Pacca

 

"Não escrevo sobre personagens no sentido tradicional da palavra. Escrevo sobre a humanidade", declarou Jon Fosse ao jornal francês Le Monde em 2003. “Mãe e Filho” estreia no Sesc Ipiranga no sábado, dia 6 de julho, e é uma jornada de dois sujeitos tentando se conectar. Estranhos unidos por um acidente de nascimento décadas atrás, ela (Vera Zimmermann) reacendendo a memória, ele (Tiago Martelli) se perguntando se o melhor seria não ter nascido, ambos os personagens tentam se reconhecer após anos de hiato e tendo a maternidade como único elo que os conecta. A tradução do norueguês é de Guilherme da Silva Braga, e a direção, de Lavínia Pannunzio e Carlos Gradim.

Projeto concebido originariamente pelo ator Tiago Martelli, que interpreta o filho, a montagem se tornou possível com a formação dos núcleos criativo e técnico coordenados pela Mosaico Produções e com a realização do Sesc. Para os diretores, Lavinia Pannunzio e Carlos Gradim em uma sociedade patriarcal e capitalista, há a insistência em perceber o corpo da mulher a partir do conceito de transmissão de autoridade e herança paternas. E faz isso enquanto subordina às mulheres à servidão doméstica, como se esta fosse a vocação delas. O texto fala sobre isso. “Fosse nos mostra uma família em que todos e cada um são vistos apenas em seus papéis, sociais e de gênero. Um lugar em que o afeto precisa sempre ser (re)construído. O absurdo toma forma, e o que se tem, então, são dois estranhos unidos por uma gestação e um nascimento. Desesperadamente, nada além disso", acrescenta Gradim.

Em "Mãe e Filho", Jon Fosse consegue fazer com que o que é próximo se torne estranho e o que é estranho se torne próximo. Com um estilo poético de prosa bastante peculiar, a narrativa ganha uma simplicidade acentuadamente musical e rítmica em que o silêncio ocupa o lugar do que não é dito. A montagem opta cenicamente pelo minimalismo da escrita de Fosse priorizando elementos que remetam subjetivamente a determinadas fases ou lugares marcantes da história das personagens.
 
Chamado popularmente de "o novo Ibsen", os personagens de Fosse não falam muito. As frases se repetem e permanecem em suspense. Os silêncios são fundamentais e demonstram que, mesmo juntas, as pessoas continuam sozinhas. Seu estilo descrito como minimalista apresenta “situações cotidianas que são instantaneamente reconhecíveis em nossas próprias vidas”, afirma o comitê do prêmio Nobel, Anders Olsson.

Fosse ficou conhecido por uma obra que aborda, de maneira profunda e sensível, questões que estão no cerne da existência humana, como as ansiedades e as inseguranças que perpassam a vida e a morte. “Há uma certa universalidade em tudo que ele escreve e, por conta disso, consegue atingir a totalidade da essência humana. Não importa se é uma peça, uma poesia ou uma prosa, suas obras têm o mesmo tipo de apelo para o que nos faz humanos”, completou Olsson.


Ficha técnica
Espetáculo "Mãe e Filho"
Texto: Jon Fosse
Tradução do norueguês: Guilherme da Silva Braga
Direção: Lavínia Pannunzio e Carlos Gradim
Elenco: Vera Zimmermann e Tiago Martelli
Cenografia: Bia Junqueira
Assistente de cenografia: Millena Cabral
Desenho de luz: Aline Santini
Assistente de iluminação: Sibila
Assistente de iluminação: Paloma Dantas
Figurino: Manauara Clandestina
Assistente de figurino: Fëdra
Trilha sonora original: Rafael Thomazini
Design de som: Rafael Thomazini
Preparação corporal: Fabrício Licursi
Cenotécnica: Katiana Aleixo
Diretora de palco: Millena Cabral
Contrarregra: Uriel Machado Barbosa
Fotografia, design e vídeo: João Pacca - OPACCA
Identidade visual: Tiago Martelli e João Pacca
Operadora de luz: Paloma Dantas
Operador de Som: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza
Filmagem: Libre Audiovisual
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro - Ofício das Letras
Assessoria contábil: Tuty e Lyla
Assessoria jurídica: Thiago Oliveira
Idealização: Tiago Martelli
Direção de produção: Cicero de Andrade - Mosaico Produções
Produção executiva: Gabriela Morato

 
Serviço
Espetáculo "Mãe e Filho"
Texto de Jon Fosse, com Vera Zimmermann e Tiago Martelli
De 6 de julho a 11 de agosto, às sextas-feiras e sábados, às 20h00, domingos e feriado (dia 9 de julho, às 18h00.
Classificação: 12 anos. Duração: 60 minutos
Dia 2 de agosto, sexta-feira, às 20h00, sessão com intérprete de Libras
Ingressos: disponíveis no portal ou pessoalmente nas unidades do Sesc São Paulo. Valores: R$50,00 (inteira), R$25,00 (estudante, servidor de escola pública, idosos, aposentados e pessoas com deficiência), R$15,00 (credencial plena).
Sesc Ipiranga - Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga / São Paulo | (11) 3340-2000



.: Clara Carvalho dirige "Hedda Gabler", que traz a modernidade de Ibsen


A tragicomédia "Hedda Gabler" foi escrita em 1890 e traz uma das personagens femininas mais enigmáticas e desconcertantes do autor. Hedda encarna o profundo mal-estar existencial da mulher do final do século XIX e de sua busca por um lugar dentro da opressiva sociedade patriarcal. A montagem contará com trilha sonora ao vivo de Greg Slivar e é a terceira incursão de Clara Carvalho em Ibsen pelos palcos, a primeira como diretora. Foto: Ronaldo Gutierrez


O dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) foi criador de uma galeria marcante de personagens femininas que exprimiam o profundo mal-estar e a opressão das mulheres na sociedade de seu tempo. "Hedda Gabler" absorve toda essa atmosfera e e fica em cartaz até dia 25 de agosto no Auditório do MASP. A montagem é idealizada pela pesquisadora Rosalie Rahal Haddad e realizada pelo Círculo de Atores e SM Arte Cultura.

A tradução e direção é de Clara Carvalho, que ganhou o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) por seu trabalho em 2023 como atriz, tradutora e diretora no teatro. O elenco é formado por Karen Coelho, Guilherme Gorski, Carlos de Niggro, Chris Couto, Nábia Villela, Mariana Leme e Sergio Mastropasqua. A tragicomédia foi escrita em 1890 e conta a história da enigmática, voluntariosa e fascinante Hedda Gabler, que na volta de sua lua-de-mel, descobre que não vai suportar viver o que considera uma vida medíocre junto a seu marido, Jorge Tesman.

De acordo com Clara, a personagem interpretada por Karen Coelho não consegue descobrir sua vocação e não exerce uma profissão que lhe dê alguma autonomia econômica.  Dotada de um sarcasmo impiedoso, ela tenta desastradamente manipular o jogo patriarcal, mas diante de uma vida sem nenhum prazer, se vê encurralada. “Filha única de um militar que lhe deixou de herança apenas um piano, um quadro, duas pistolas e a arrogância, Hedda casa-se sem amor com um homem que não admira e cria para si mesma uma armadilha sem saída. Ela é convencional demais para bater a porta e sair do casamento (como Nora, de "Casa de Bonecas") ou aceitar o triângulo amoroso proposto pelo Juiz Brack, por considerar o adultério uma condição vulgar; mas também é inquieta: rejeita sua gravidez e não suporta a vida conjugal com um homem que considera medíocre”, ressalta.

A peça se passa em Cristiânia (atualmente Oslo, capital da Noruega) no final do século 19, todavia ganha contornos contemporâneos por meio de cenário de Chris Aizner e figurinos de Marichilene Artisevskis. A cenografia conta com um ambiente despojado com a fachada de uma casa burguesa da época, cercada por um jardim. Todos os atores ficam em cena com poucos elementos cênicos. A trilha sonora, de Gregory Slivar, é executada ao vivo com instrumentos como piano, teclado, violoncelo, entre outros. Inclusive, a atriz Nábia Villela utiliza o canto em cena. Para a tradução, foram utilizadas uma versão em inglês de William Archer, e uma em francês do Conde Prozor. E algumas notas e dúvidas da dramaturgia também foram pesquisadas no norueguês.

O projeto dá sequência às montagens de "A Profissão da Sra. Warren" (2018) e de "O Dilema do Médico" (2023), ambas de Bernard Shaw, dramaturgo irlandês que foi quem, juntamente com o dramaturgo e crítico William Archer, publicou e introduziu a obra de Ibsen na Inglaterra. Rosalie Rahal Haddad, Clara Carvalho, Círculo de Atores e SM Arte Cultura mantém a parceria que foi frutífera nas produções anteriores.  Nestes espetáculos, uma das constantes foi a presença de figuras femininas marcantes, característica também presente no texto do dramaturgo norueguês.

Ibsen, modernidade e as figuras femininas
Essa é a terceira incursão de Clara Carvalho em Ibsen pelos palcos, a primeira como diretora. Suas experiências anteriores foram como atriz em "Espectros" (2011) com direção de Francisco Medeiros; e "Um Inimigo do Povo" (2022), de José Fernando Peixoto de Azevedo.

“Ibsen foi o fundador do drama moderno. Foi ele quem estabeleceu a peça realista em prosa e fez do teatro um fórum de debates de assuntos polêmicos como a condição da mulher na sociedade, a corrupção, reformas políticas e a eutanásia. Ele expandiu os limites da “peça bem-feita” da tradição francesa, rompeu com clichês do melodrama e das tramas de simples entretenimento. Ele se dizia mais um arquiteto do que um dramaturgo, porque suas peças apresentavam e explodiam a casa burguesa da segunda metade do século 19; seus títulos recorrentemente remetiam a construções: Os Pilares da Sociedade, Casa de Bonecas, Solness, o Construtor, Rosmersholm, apresentam construções aparentemente sólidas que vão sendo, ato a ato, demolidas”, enfatiza a diretora.

Hedda Gabler é uma das personagens emblemáticas do autor. Figuras como Nora Helmer ("Casa de Bonecas"), Rebeca West ("Rosmersholm"), Hilda Wangel ("Solness, o Construtor"), Ellida Wangel ("A Dama do Mar") e Thea Elvsted ("Hedda Gabler"), por exemplo, têm a coragem de romper amarras. Mas, dentre todas elas, Hedda Gabler talvez seja a mais enigmática e desconcertante.

“A Hedda está emparedada e encarna a profunda solidão feminina. Ela é uma mistura de Iago, personagem de Otelo de Shakespeare, na maldade e manipulação; e de Cleópatra, pois ela ama a beleza e o espetáculo, ela não quer a vida medíocre. O próprio Sigmund Freud, que era um profundo admirador de Ibsen, se inspirou em algumas das personagens femininas do dramaturgo que mergulhou no inconsciente feminino, para escrever estudos sobre o desejo e a frustração.  Aquela Noruega provinciana foi um dos primeiros países a adotar o sufrágio feminino, em 1913, e vai se tornar um local pioneiro em conquistas sociais. Ibsen estava dialogando com todo esse universo”, finaliza Clara.


Ficha técnica
Texto: Henrik Ibsen. Produção: Rosalie Rahal Haddad. Tradução e Direção: Clara Carvalho. Assistentes de direção: Mariana Muniz e Thiago Ledier. Elenco: Karen Coelho, Guilherme Gorski, Carlos de Niggro, Chris Couto, Nábia Villela, Mariana Leme e Sergio Mastropasqua. Trilha Original e Música ao Vivo: Gregory Slivar. Cenários: Chris Aizner. Figurinos: Marichilene Artisevskis. Costureira: Judite Lima. Cenotecnia: Alicio Silva. Produção De Objetos: Jorge Luiz Alves. Luz: Nicolas Caratori. Operação de Luz: Luisa Silva. Preparação Vocal: Babaya Morais. Direção Técnica e Operação de Som: Valdilho Oliveira. Fotografia: Ronaldo Gutierrez. Visagismo: Marcos Padilha. Maquiagem: Ale Toledo. Design Gráfico: Rafael Oliveira. Registro e edição da montagem: Ícarus Filmes. Produção: SM Arte e Cultura. Direção de Produção: Selene Marinho. Coordenação de Produção: Sergio Mastropasqua. Produção Executiva: André Roman/Teatro de Jardim. Direção de Palco: Henrique Pina. Contrarregra: André di Peroli. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Gerenciamento de Mídias Sociais: Sergio Mastropasqua, Selene Marinho e Luisa Silva. Realização: Círculo de Atores.

Serviço
Espetáculo "Hedda Gabler"
Estreia 28 de junho, sexta-feira, às 20h, no Auditório do MASP.
Temporada: até dia 25 de agosto. Sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 18h00.
Classificação: 14 anos. Duração: 110 minutos.
Ingressos: R$ 80,00 (inteira) R$ 40,00 (meia)
Bilheteria Masp: https://masp.byinti.com/#/event/hedda-gabler
Auditório do MASP
Av. Paulista, 1578
Capacidade: 344 lugares



.: Grátis: "Copo Vazio", do livro de Natalia Timerman, em nova temporada


Após uma temporada com ingressos esgotados no Sesc Belenzinho, peça reestreia no TUSP Maria Antonia, com ingressos gratuitos. Idealizada pela atriz Carolina Haddad, com direção de Bruno Perillo, "Copo Vazio" retrata a história de Mirela e Pedro, que viveram um intenso relacionamento até um deles sumir de maneira repentina. Foto: Ligia Jardim
 


O espetáculo "Copo Vazio", com direção de Bruno Perillo, fez sua estreia há pouco mais de um mês, no Sesc Belenzinho, com ingressos esgotados antes do fim da temporada. A peça é a primeira adaptação do livro de Natalia Timerman, muito reverberado na literatura, feita pela dramaturga Angela Ribeiro, e reflete sobre a necessidade de se desenvolver a responsabilidade afetiva. A peça teatral inicia uma nova temporada, gratuita, no TUSP Maria Antonia, em São Paulo, entre os dias 5 e 21 de julho, com sessões às sextas e sábados, às 20h00 e, aos domingos, às 18h00.

Com idealização de Carolina Haddad, que divide o palco com Vinicius Neri, o espetáculo tenta reconstruir a trajetória de Mirela e Pedro, personagens do romance que viveram um intenso relacionamento por três meses até que Pedro decide sumir de maneira repentina.  A psiquiatra e escritora brasileira Natalia Timerman lançou o livro "Copo Vazio" pela editora Todavia em 2021, um romance dedicado a falar sobre uma experiência de abandono por uma perspectiva contemporânea. Criada a partir de sua própria experiência com um ghosting (termo atualmente usado para designar o desaparecimento voluntário e repentino de alguém em um relacionamento amoroso, sem quaisquer explicações ou aviso), a obra é uma ficção.

A narrativa explora o ponto de vista de Mirela, uma mulher inteligente e bem-sucedida que acaba submergida em afetos perturbadores quando se apaixona por Pedro, que a abandona. “Pedro desaparece de sua vida sem nenhum motivo aparente e Mirela precisa lidar com esse sentimento que é pior do que uma simples rejeição. Vemos uma mulher angustiada, buscando nas suas memórias algum sinal de que ela cometeu algum erro durante a relação. A vida dela vai acontecendo e ela está sempre às voltas com esse fantasma”, conta Carolina.

Como já ocorreu em outros trabalhos (...), a direção de Bruno Perillo é delicada e elegante, qualidades estas que caracterizam o seu estilo de trabalho. Mesmo ao tratar de um assunto espinhoso que é a desilusão/depressão/revolta de Mirela com o desaparecimento abrupto de Pedro, Bruno o faz com delicadeza e sem nenhum arroubo melodramático, para isso conta com a excelente interpretação de Carolina Haddad. Outra demonstração dessa elegância está na forma bonita e poética como o encenador apresenta a cena de relação sexual entre os personagens. Crítica de José Cetra no Palco Paulistano

Enquanto o livro está focado na vulnerabilidade da protagonista, na peça, os atores vão tentando recriar essa história, levantando questionamentos sobre os personagens do livro. Dessa forma, a peça convoca a uma discussão coletiva sobre a superficialidade dos relacionamentos contemporâneos. O trabalho suscita uma série de questionamentos, entre eles: será que o medo de sofrer está impedindo as pessoas de apostarem no amor? Ou o fato de o ser humano estar, de uma certa forma, refém do mundo virtual, está deixando-o ainda mais solitário? Fato é que a peça não se propõe a trazer respostas exatas, já que amar é se colocar em risco e não simplesmente uma teoria.

“Nosso foco é mostrar para as pessoas que ter responsabilidade afetiva é o básico para qualquer relacionamento. Somos seres dotados de sentimentos e não podemos perder a empatia. Afinal, as pessoas podem estar lidando com situações que nem imaginamos e simplesmente sumir da vida de alguém, como acontece na história, pode disparar gatilhos bem ruins”, defende Carolina. Compre o livro "Copo Vazio", de Natalia Timerman, neste link.

Sobre a encenação
Do ponto de vista narrativo, a peça é estruturada sem uma ordem cronológica, assim como no romance. Presente, passado e futuro se misturam a todo o momento, conduzindo a plateia a um labirinto de sensações vertiginosas, como se Mirela de fato tivesse sido lançada num abismo. Para dar conta de toda essa complexidade, os intérpretes Carolina Haddad e Vinícius Neri alternam-se em momentos em que são atriz e ator discutindo sobre os personagens, e em que são os personagens vivendo a história. E, algumas vezes, seus corpos estão em um tempo e suas vozes em outro. 

O espetáculo é metalinguístico e faz uso de recursos como vídeo-projeções mapeadas, trilha sonora, canto, dança, elementos cenográficos e iluminação para multiplicar os planos de percepção do público. “Quisemos transportar o tom da prosa poética  da narrativa original para os palcos”, diz Perillo. Garanta o seu exemplar de "Copo Vazio", escrito por Natalia Timerman, neste link.

Sinopse de "Copo Vazio"
A partir da obra homônima de Natalia Timerman, a peça "Copo Vazio" coloca em cena uma atriz e um ator ensaiando e refletindo sobre seus personagens, Mirela e Pedro. O tema que perpassa a obra é a responsabilidade afetiva nos relacionamentos contemporâneos, pois Pedro desaparece da vida da Mirela após três meses de intenso relacionamento, num fenômeno caracterizado nos dias atuais como "ghosting".

Ficha técnica
Espetáculo "Copo Vazio"
Dramaturgia: Angela Ribeiro (livremente inspirada no livro Copo Vazio da autora Natalia Timerman, Ed. Todavia)
Elenco: Carolina Haddad e Vinicius Neri
Direção: Bruno Perillo
Direção de movimento: Marina Caron
Cenografia: Chris Aizner
Cenotecnia: Casa Malagueta
Desenho de luz: Gabriele Souza
Operação de luz: Letícia Rocha
Trilha sonora: Pedro Semeghini
Operação de som: Eder Sousa
Direção de imagem e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Operação de vídeo: Rodrigo Chueri
Figurinista: Anne Cerutti
Assistente de Figurino: Luiza Spolti
Fotos: Bruna Massarelli, Lígia Jardim, Kim Leekyung
Redes sociais: Madu Arakaki, Livia Joia, Gabriela de Sá
Design gráfico: Angela Ribeiro
Produção: CM Haddad Produções e Corpo Rastreado – Letícia Alves
Assistência de produção: Madu Arakaki
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Flávia Fontes e Daniele Valério
Idealização: Carolina Haddad


Serviço
Espetáculo "Copo Vazio"
Tusp Maria Antonia - R. Maria Antônia, 294 - Vila Buarque / São Paulo
De 5 a 21 de julho de 2024
Sextas e sábados, às 20h00; e, aos domingos, às 18h00
Sessão com Libras: domingo 14 de julho, às 18h00
Classificação etária: 16 anos Duração: 80 minutos

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