segunda-feira, 1 de julho de 2024

.: Peça "Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra" estreia no Teatro Sérgio Cardoso


Na peça, um ator, Ariel Borghi, interpreta dois poetas: Guillaume Apollinaire e André Breton. Através de sua vida e de seus poemas, os dois poetas surrealistas manifestam sua posição diante da guerra. Foto: Luciano Alves
 

Dia 5 de julho, sexta-feira, entra em cartaz o espetáculo "Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra" no Teatro Sérgio Cardoso. A peça é um monólogo, com Ariel Borghi que interpreta os poetas Guillaume Apollinaire e André Breton. O texto e a encenação são assinados por Esther Góes e pelo próprio Ariel Borghi. Em junho, as apresentações são gratuitas e acontecem nos CEUs da Zona Leste e em julho, no Teatro Sérgio Cardoso, com ingressos a R$ 40 e meia-entrada. A peça foi contemplada pela 41ª Edição do Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo e tem a realização da Cia. Ensaio Geral e da Rede de Teatros e Produtores Independentes.

Na peça, um ator, Ariel Borghi, interpreta dois poetas: Guillaume Apollinaire e André Breton. Através de sua vida e de seus poemas, os dois poetas surrealistas manifestam sua posição diante da guerra. "A Carta do Tarô Arcano 17", trazida à cena por Breton, simboliza e propõe a renovação da vida humana. No confinamento a que nos reduziu a pandemia, a poesia retornou ao nosso ambiente de vida e de trabalho. 

Ariel, que sempre trouxe consigo os poetas, sobretudo os surrealistas, tais como Rimbaud, Mallarmé, Lautréamont, Apollinaire e Breton, voltou a citá-los no contexto do vazio e da incerteza que a pandemia trouxe ao mundo. E começamos, por iniciativa dele, a leitura dos poemas Caligramas de Apollinaire, e do Arcano 17 de Breton. À pandemia seguiu-se não a esperada pacificação e solidariedade que esperávamos, mas a onda de beligerância que transformou em ambiente de conflito e guerras surpreendentes as relações das nações e dos seres humanos.

A gratuidade de tais acontecimentos, levando à guerra questões passíveis de soluções melhores, assemelhava-se ao momento vivido pelos poetas criadores do Surrealismo, na I Guerra Apollinaire, e Breton na I e II Guerras. Caligramas são na verdade diários da I Guerra, escritos por um Guillaume Apollinaire combatente, na linha de frente, e o Arcano 17 é o poema em prosa em que André Breton, auto exilado no Canadá, em 1944, refuga todas as razões que motivaram a carnificina das duas guerras mundiais.

Claramente o Surrealismo tenta resgatar o ser humano da obrigação da morte sem razão, a serviço de interesses ou para se defender deles. A carta do Renascimento Arcano 17 é uma carta de recomeço, de aprofundar-se na possibilidade que existe dentro de nós de outra construção mais bela e inteligente para a vida.

Assim nasceu o espetáculo "Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra"
Em cena os dois poetas, vividos por um ator. Ambos se conheceram em vida, Breton sendo admirador e seguidor de Apollinaire nos primeiros passos da grande liberdade intelectual deste. Guillaume Apollinaire (1880-1918) lutou na I Guerra, como dever patriótico à sua amada França. André Breton (1896-1966) criticou a guerra desde sempre, e escreveu contra ela tudo que pôde.

A peça descreve esses movimentos dos poetas, Apollinaire vivendo em cena, através de seus poemas, o que ocorreu em sua vida. Breton observando em contraponto o desenrolar da história de Apollinaire, de um outro lugar e tempo, em que as ilusões sobre qualquer legitimidade da guerra tinham sido há muito superadas. Esse encontro dos dois poetas é ficcional, criado pelos autores Ariel Borghi e Esther Góes, para sintetizar o olhar dos poetas surrealistas sobre a guerra, e a ação poética a que se dedicaram em prol da felicidade humana.

Ficha técnica
Texto e encenação: Ariel Borghi e Esther Góes
Autores citados: Guillaume Apollinaire e André Breton
Poetas: Ariel Borghi
Direção artística: Esther Góes
Criação visual e iluminação: Nadia Hinz
Direção de arte e figurino: Carolina Casarin
Trilha sonora: Sérvulo Augusto
Visagismo: Kene Heuser
Assistência e contrarregragem: Beatriz Alves
Direção técnica e cenotecnia: José Alves da Silva
Coordenação geral de produção – Cia Ensaio Geral
Produção executiva: Tiago Barizon e Isadora Petrin (PiTô Produções)
Assessoria de coordenação: Daniel Gomes Gouveia
Assessoria de imprensa: Miriam Bemelmans
Fotografia e design gráfico: Luciano Alves
Realização: Cia Ensaio Geral e Rede de Teatros e Produtores Independentes

 
Serviço
"Arcano 17 - Os Surrealistas e a Guerra"
De 5 a 28 de julho
Sextas-feiras e sábados, às 19h00. Domingos, às 18h00.
Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno - Ingressos a R$ 40,00 e meia entrada
R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, Centro, São Paulo - SP, 01326-010
Bilheteria (11) 3288.0136
Classificação indicativa – 14 anos
Capacidade da sala: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes

.: "La Vie en Close", livro cultuado de Paulo Leminski, ganha edição avulsa


A Companhia das Letras acaba de lançar a edição avulsa de "La Vie en Close" um dos livros mais cultuados do poeta Paulo Leminski. Com a língua afiada e uma surpreendente habilidade de brincar com as palavras, criando rimas inesperadas e subvertendo clichês e ideias fixas, este livro é um elogio ao movimento e à mudança. O resultado é uma obra meditativa, que dialoga com as experimentações da poesia concreta, a coloquialidade da geração marginal e a filosofia da cultura oriental. A capa foi elaborada por Elisa von Randow.

"Completa a obra/ o vento sopra/ e o tempo sobra". Publicado originalmente em 1991, dois anos depois da morte de Paulo Leminski, "La Cie en Close" foi organizado em uma tarde de setembro de 1988 pelo autor e pela poeta Alice Ruiz S. Com a língua afiada e uma surpreendente habilidade de brincar com as palavras, criando rimas inesperadas e subvertendo clichês e ideias fixas, este livro é um elogio ao movimento e à mudança: "alguém parado/ é sempre suspeito/ de trazer como eu trago/ um susto preso no peito". E conclui: "parar dá azar".

O resultado é uma obra meditativa, que dialoga com as experimentações da poesia concreta, a coloquialidade da geração marginal e a filosofia da cultura oriental. Ao jogar luz sobre a vida, suas revelações e suas descobertas - mas também suas dores e sua finitude -, o poeta curitibano traz a inteligência, o humor, a erudição e a sagacidade que se firmaram como suas marcas registradas: "vida que me venta/ sina que me brisa/ só te inventa/ quem te precisa". Compre o livro de poemas "La Vie en Close", de Paulo Leminski, neste link. 


Sobre o autor
Paulo Leminski 
nasceu em Curitiba. Foi poeta, romancista, tradutor, compositor, biógrafo e ensaísta - além de faixa preta de judô. É autor de "Caprichos e Relaxos" e "Catatau", entre outros. Teve composições gravadas por artistas como Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Arnaldo Antunes e Itamar Assumpção. Em 2013, a Companhia das Letras publicou "Toda Poesia", uma reunião de sua obra poética completa. Garanta o seu exemplar de "La Vie en Close", escrito por Paulo Leminski, neste link.

.: Santa Teresa ganha mural artístico em homenagem a Machado de Assis


O artista visual Raimundo Rodriguez coordenou o trabalho no muro da Escola Municipal Machado de Assis

Um dos nomes mais importantes da literatura brasileira, o escritor Machado de Assis acaba de ganhar uma homenagem. A frase “Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução”, do conto “Primas de Sapucaia!”, de 1883, aparece transcrita acima das nove imagens coloridas do escritor no mural artístico da Escola Municipal Machado de Assis, fundada no bairro de Santa Teresa em 1934. 

Idealizado e dirigido pelo artista plástico Raimundo Rodriguez, o mural com mais de 21 metros de comprimento e quase 5 de altura, uma pra cada década da escola, contou com a participação dos artistas Luisa Gomes Cardoso, Natália Lima, Omarcca, Rodrigo Sini, e dos pesquisadores Carla Lemos e Thales Monnerat.“A possibilidade de observar a realidade através de intervenções artísticas transforma o lugar e o sentido habitual das coisas, renovando significados na partilha de sensibilidades inscritas em uma comunidade da diferença, como é a comunidade escolar que recebe o mural”, explica Raimundo Rodriguez. 

Os alunos também foram envolvidos no processo, participaram de oficinas de literatura e conheceram a técnica de estêncil, utilizada na produção da obra. O projeto “Mural Machadiano”, código 48759, foi contemplado no edital de chamada emergencial nº 17/2023 “Conexões Urbanas”, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa - Secec.



.: Começam as gravações da sequência de "Sexta-feira Muito Louca"


A sequência de "Sexta-feira Muito Louca" já começou a ser produzida. A comédia de sucesso do The Walt Disney Studios de 2003 começou a ser gravada na segunda-feira passada, dia 24 de junho, em Los Angeles. As atrizes Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan voltam a interpretar Tess e Anna Coleman. Outros membros do elenco original retornam, incluindo Mark Harmon, Chad Michael Murray, Christina Vidal Mitchell, Haley Hudson, Lucille Soong, Stephen Tobolowsky e Rosalind Chao. Além deles, Julia Butters, Sophia Hammons, Manny Jacinto e Maitreyi Ramakrishnan se juntam ao elenco.

A sequência do amado filme de 2003 tem uma reviravolta multigeracional e acontece anos depois que Tess (Curtis) e Anna (Lohan) passam por uma crise de identidade. Agora, Anna tem uma filha e logo terá uma enteada. Enquanto enfrentam os inúmeros desafios que surgem quando duas famílias se juntam, Tess e Anna descobrem que um raio pode, sim, cair duas vezes no mesmo lugar. O filme tem direção de Nisha Ganatra. Os produtores são Kristin Burr, Andrew Gunn e Jamie Lee Curtis, com Nathan Kelly, Ann Marie Sanderlin e Lindsay Lohan como produtores executivos. O filme estreia nos cinemas em 2025.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Divertida Mente 2" ("Inside Out 2") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


domingo, 30 de junho de 2024

.: A edição comemorativa aos 60 anos de publicação de "Ou Isto ou Aquilo"


Mais que uma homenagem, a edição especial é um convite para redescobrir a magia das palavras de Cecília Meireles e para garantir que seu legado continue a inspirar muitas gerações futuras.


Em celebração aos 60 anos do icônico livro "Ou Isto ou Aquilo", da renomada poeta Cecília Meireles, a Global Editora anuncia para setembro de 2024 – bem a tempo da Bienal do Livro de São Paulo – o lançamento de edição especial limitada da obra. Serão sessenta mil exemplares para encantar antigos e novos leitores com seu novo projeto gráfico e acabamento sofisticado.

A edição comemorativa de 2024 terá nova capa em tecido, que confere mais um toque de elegância e sofisticação ao livro. Contará também com lombadas coloridas em cor prata, um detalhe que a fará se destacar em qualquer prateleira. Além disso, a obra seguirá tendo as belíssimas e consagradas ilustrações de Odilon Moraes.

A Global Editora, que publica todas as obras de Cecília Meireles com exclusividade, investiu na criação de um novo projeto gráfico para esta edição especial, que reflete a importância e a atemporalidade de Ou isto ou aquilo. Publicado pela primeira vez em 1964, Ou isto ou aquilo ocupa um lugar especial na literatura infantil brasileira. Os poemas de Cecília Meireles, com suas brincadeiras com as palavras e sua sensibilidade única, marcaram gerações de leitores. Em suas páginas, a autora cria um universo mágico com imagens como a borboleta no jardim, a casa da avó e a lua após a chuva, que permanecem vivos na memória afetiva do público. Garanta a edição especial de "Ou Isto ou Aquilo", escrito por Cecília Meireles, neste link.


Sobre a autora
Cecília Meireles, nascida em 7 de novembro de 1901 no Rio de Janeiro, é uma das mais importantes figuras da literatura brasileira. Órfã desde os três anos, foi criada pela avó materna e desde cedo mostrou talento para a poesia. Em 1919, lançou seu primeiro livro de poemas, Espectros. Ao longo de sua carreira, recebeu inúmeros prêmios, incluindo o Prêmio de Poesia Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras e o Prêmio Jabuti de Poesia. Sua obra, traduzida para diversos idiomas, continua a inspirar leitores ao redor do mundo. Os leitores e admiradores de Cecília Meireles têm agora a oportunidade de adquirir uma edição única e limitada de "Ou Isto ou Aquilo", um verdadeiro tesouro da literatura infantil que celebra seis décadas de histórias, poemas e encantamento. Compre o livro "Ou Isto ou Aquilo", de Cecília Meireles, em edição especial, neste link.

.: Jorge Farjalla dirige "Álbum de Família", de Nelson Rodrigues, no Teatro Estúdio


Encenação celebra os 80 anos da obra mais polêmica e controversa de Nelson Rodrigues. A trama mergulha nos conflitos e segredos obscuros de uma tradicional família patriarcal, e permaneceu censurada por 19 anos, recorde na trajetória do dramaturgo. A estreia marca a inauguração do Teatro Estúdio, localizado nos Campos Elíseos. Foto: João Kehl


Clássico do teatro brasileiro, que passou quase duas décadas interditado pela polícia, o texto teve papel decisivo para consolidar a reputação de “autor maldito” frequentemente associada a Nelson Rodrigues (1912-1980). Oitenta anos após sua turbulenta criação, a tragédia "Álbum de Família" ganha nova montagem na visão de Jorge Farjalla. O espetáculo estreia no dia 6 de julho, sábado, às 20h, e inaugura o Teatro Estúdio, localizado nos Campos Elíseos, zona central da cidade de São Paulo. A temporada vai até 18 de agosto com sessões sempre sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 18h00. O elenco é formado por Agmar Beirigo, Alexandre Galindo, Daniel Marano, Fernanda Gidali, Helena Cury, Iuri Saraiva, Jullia Leite, Lakís Farias, Lara Paulauskas, Lídia Engelberg, Mariana Barioni e Roberto Borenstein.

A história desvenda os segredos e as tensões de uma família aparentemente tradicional brasileira, no interior de Minas Gerais, na década de 1920. A trama gira em torno do patriarca Jonas (Alexandre Galindo) - um fazendeiro de convicções religiosas fervorosas -, sua esposa, Senhorinha (Mariana Barioni) e seus quatro filhos: Guilherme (Daniel Marano), Edmundo (Iuri Saraiva), Nonô (Agmar Beirigo) e Glória (Fernanda Gidali). Com o tumultuado retorno à casa dos pais, tem início uma série de revelações chocantes sobre a moralidade distorcida dos membros da família, conduzindo a um desfecho trágico e perturbador. A obra é um retrato visceral das disfunções familiares e das hipocrisias sociais, característica do provocador universo rodriguiano.

Para o diretor, uma das características principais da história são as relações humanas. O espetáculo é uma forma de denunciar o retrato de nossa sociedade e suas monstruosidades em evidência dos noticiários. “Este texto escrito por Nelson Rodrigues, talvez seja o que mais se aproxima do universo de Antonin Artaud (dramaturgo francês da década de 1930) e de seu teatro da crueldade, por desmistificar as relações de uma família e sua estrutura instituída pela Igreja. Os personagens desse teatro desagradável sempre querem mais, passam de seus limites para alcançar o que desejam revelando que estão ligados uns aos outros pela cumplicidade, todos sabem o que acontece e o que os espera”.

Além da direção, Jorge Farjalla também assina cenografia, figurinos e adereços. Os figurinos refletem o microcosmo de uma sociedade falida do interior de Minas Gerais dos anos 20, vinda da tradição do café, tanto nas cores quanto nas texturas. Na encenação, todo o elenco permanece em cena, onde um corredor de terra vermelha divide a plateia que fica de frente uma à outra, gerando um jogo de espelhos e proximidade com os atores. A música de Cartola marca a trilha sonora e pontua as cenas do texto de Nelson Rodrigues.

“Todos os personagens do Nelson ganham corpo em cena, inclusive os que estão mais à deriva. Eu trouxe à cena personagens que eram apenas citados na obra, como Nonô e Totinha - a mulher grávida interpretada por Lara Paulauskas. Os símbolos e signos da obra são aqui reforçados na encenação:  a terra vermelha do cenário que representa o útero e ressignifica as mortes do texto, o ritual do banho e a água trazendo a purificação desse nicho familiar, tanto no âmbito do profano como no sagrado; quanto mais banho a família toma, mais sujos eles vão ficando”, enfatiza Farjalla.


Trajetória de "Álbum de Família"
Escrita por Nelson Rodrigues há quase 80 anos, em 1945, "Álbum de Família" é reputada como uma das mais polêmicas e controversas peças da dramaturgia brasileira em todos os tempos. O texto veio à luz logo após sua consagração com "Vestido de Noiva" (1943), que desconcertou o meio intelectual da época com sua linguagem ousada e inovadora, estabelecendo um padrão de excelência inédito. No entanto, "Álbum de Família" subverteu todas as expectativas da opinião pública, que encampou uma intensa campanha difamatória contra o autor e a obra. 

A repercussão negativa rendeu a Nelson a reputação de “autor maldito”, que o acompanharia durante toda sua carreira. Apesar do desgaste, o dramaturgo não recuou e escreveu, em sequência, ainda nos anos 1940, outros três textos tão incendiários quanto "Álbum de Família": "Anjo Negro" (1946), "Senhora dos Afogados" (1947) e "Dorotéia" (1949).

O autor atribuiu a esse conjunto de quatro peças o rótulo de “teatro desagradável” - devido à sua abordagem direta e chocante de temas considerados tabus na sociedade brasileira. Já os estudiosos denominam esse ciclo temático de "peças míticas", por serem textos marcados por uma profundidade psicológica e uma intensidade dramática que revelam as complexidades da condição humana em sua forma mais crua e visceral.

A primeira produção de "Álbum de Família" estreou em 1965, no Rio de Janeiro, trazendo no elenco, entre outros, José Wilker, no papel do filho Edmundo - que na montagem de Jorge Farjalla, será interpretado por Iuri Saraiva. O diretor tem uma relação forte com Nelson Rodrigues, em sua trajetória estão montagens de "Doroteia" (2017), "Senhora dos Afogados" (2018) e uma versão de "Álbum de Família" (2005), onde integrou o elenco e fez temporadas em lugares como Rio de Janeiro e Minas Gerais.


Ficha técnica
Texto: Nelson Rodrigues | Direção e encenação: Jorge Farjalla | Elenco: Agmar Beirigo, Alexandre Galindo, Daniel Marano, Fernanda Gidali, Helena Cury, Iuri Saraiva, Jullia Leite, Lakís Farias, Lara Paulauskas, Lídia Engelberg, Mariana Barioni, Roberto Borenstein | Iluminação: Aline Santini | Cenografia, Figurinos e Adereços:  Jorge Farjalla | Assistência de Figurino: Allan Ferc | Visagista: Eliseu Cabral | Assistentes de Visagismo: Camila Santos e Silvia Rocha | Costureira:  Denise Evangelista | Direção de Arte: Jorge Farjalla e Mariana Barioni | Trilha sonora: Jorge Farjalla | Desenho de som: Raul Teixeira | Preparação vocal: Lara Córdulla | Operação de Som: May Manão | Cenotécnico: Alício Silva | Fotos: João Kehl | Teaser e Making off: May Manão | Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes | Produção Executiva: Lara Paulauskas e Gabi Manaia | Direção de Produção: Mariana Barioni e Alexandre Galindo | Realização: Teatro Estúdio.


Serviço
Teatro Estúdio
Endereço: Rua Conselheiro Nébias, 891 – Campos Elíseos
Capacidade: 142 lugares
Temporada: De 6 de julho a 18 de agosto
Horário: sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h
Ingressos: Inteira R$ 80,00 | Meia R$ 40,00
Vendas online: Sympla.com.br
Classificação indicativa: 18 anos. Tempo de duração: 90 minutos.
Teatro Estúdio é inaugurado no centro de São Paulo com estreia de texto de Nelson Rodrigues

.: "Vento em Setembro", de Tony Bellotto, expande a estrutura das tramas policiais


Ao expandir a estrutura típica das tramas policiais - para dar conta de temas como o amor, o desejo e os traumas familiares -, Tony Bellotto leva o leitor àquele lugar onde os sonhos são feitos, para logo em seguida virarem pó. Essa é a premissa do romance "Vento em Setembro", lançado pela Companhia das Letras. O livro tem a capa elaborada por André Hellmeister.

O romance se passa em Assis, interior de São Paulo, década de 1970. Em uma de suas muitas fazendas, o magnata rural Máximo Leonel organiza uma nababesca festa para celebrar a perda da virgindade de seu filho mais novo, Alexandre. Para a ocasião, contrata Laura, a prostituta mais deslumbrante da capital do estado. Mas a farra se transforma em pandemônio quando, chegado o grande momento, Alexandre desaparece sem deixar rastros, fazendo pairar sobre a família e a cidade uma atmosfera de puro mistério.

A história passa para o Centro histórico de Ouro Preto, nos dias de hoje. Uma série de pichações em prédios históricos gera revolta em todo o país. Após ver no telejornal as imagens da parede de uma igreja em que se lê a frase "Deus Está Morto" escrita com spray em letras góticas, o jornalista e escritor Davi não consegue se livrar da sensação de que aqueles crimes estão de algum modo relacionados ao livro que escreveu sobre a obra de Aleijadinho.

Assim, ele acaba se vendo no centro de uma trama complexa que começa há mais de 50 anos e se ramifica por diversas partes do mundo. Seminários, bordéis, vagões de trem e leitos de hospital são alguns dos cenários desta epopeia que nos conduz de Santos à Grécia, de Assis à Cidade do México, de paredes de igrejas ao coração da repressão durante a ditadura brasileira para desaguar em um final surpreendente. Compre o livro "Vento em Setembro", de Tony Bellotto, neste link.

Sobre o autor
Tony Bellotto nasceu em São Paulo, em 1960. Compositor e guitarrista da banda Titãs, estreou na literatura em 1995 com o já clássico "Bellini e a Esfinge", primeiro de uma bem-sucedida série de livros policiais. Além desses, a Companhia das Letras publicou os romances "Dom" (2020), "Lô" (2018), "Machu Picchu" (2013), "No Buraco" (2010), entre outros. Garanta o seu exemplar de "Vento em Setembro", escrito por Tony Bellotto, neste link.

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.: Em cartaz no cinema, "Divertida Mente 2" reflete sobre habilidades emocionais


“Divertida Mente 2”
, em cartaz na rede Cineflix Cinemas, assim como o primeiro longa-metragem da franquia, é um convite para os adultos refletirem sobre a importância das habilidades emocionais - leia a crítica "Divertida Mente 2" revela Segredo Sombrio de Riley neste link. Especialista na área e idealizadora de uma série de livros sobre soft skills, Lucedile Antunes comenta alguns aspectos do longa infantil que traz lições para adultos.

O filme traz reflexões importantes sobre autoconhecimento e habilidades emocionais. Marcado pela chegada de um novo personagem, a ansiedade, mostra como é fundamental observar as emoções e tentar sempre aplicá-las de modo construtivo e consciente, minimizando riscos e problemas posteriores, inclusive para a própria pessoa. 

Habilidades emocionais é um recurso que se constrói, é um treino que necessita de exercícios. Lucedile Antunes, especialista em desenvolvimento humano e idealizadora da série de livros soft skills, acredita que o filme pode trazer reflexões valiosas para os adultos. “Apesar do filme ser envelopado para as crianças, nós adultos podemos aprender muito sobre a importância de olhar nossas emoções e aprender a lidar com elas, inclusive para o nosso próprio bem. Não saber isso tem impacto na vida como um todo, inclusive no trabalho, área onde tem crescido essa demanda”, explica ela. Compre os livros de Lucedile Antunes neste link.


A especialista elencou 4 lições importantes com o filme:
1 - Reconhecimento e aceitação das emoções:
assim como no primeiro filme, o segundo também enfatiza a importância de reconhecer e aceitar todas as emoções, inclusive as consideradas “negativas” como tristeza e medo e, agora, a ansiedade.

2 - Regulação emocional: o filme pode ensinar como gerenciar emoções intensas e encontrar maneiras saudáveis de lidar com elas é importante primeiramente para a pessoa e depois para as relações.

3 - Empatia: a capacidade de entender e compartilhar os sentimentos dos outros pode ser um tema central, ajudando os personagens a se conectarem melhor. É possível perceber isso durante todo o filme. 

4 - Comunicação emocional: o filme consegue mostrar a importância de expressar os sentimentos de maneira clara e aberta e como isso facilita a comunicação e até a resolução de conflitos.


Lucedile finaliza lembrando que adultos e crianças podem aprender sempre. “Explorar esse assunto de forma envolvente e educativa é fundamental para que nosso autoconhecimento seja estimulado e até transformado”.


Sobre Lucedile Antunes
Referência no Brasil no desenvolvimento de soft skills, Lucedile Antunes é autora de mais de dez livros e diversos artigos sobre o tema Pessoas e Organizações. Idealizadora da série "Soft Skills", reconhecida como best-sellers pela revista Veja. Consultora de gestão de pessoas, Coach com reconhecimento pela International Coach Federation (ICF) e interventora da Human Code na ferramenta de mapeamento humano. Palestrante, escritora e mentora Sou mentora, palestrante e uma engenheira de pessoas, fundadora da L. Antunes Consultoria & Coaching, idealizada com a missão de desenvolver pessoas e empresas, visando potencializar resultados pessoais e profissionais. Compre os livros de Lucedile Antunes neste link.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Um Lugar Silencioso: dia Um" ("A Quiet Place: day One") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Trailer de "Divertida Mente 2"

.: "Renascer": Malu Mader repete dupla de "Celebridade" com Marcos Palmeira


Malu Mader sobre o retorno à TV: "Fiquei tomada de novo por uma vontade de fazer novela". Na imagem, Gustavo Fernández dirige Malu Mader e Marcos Palmeira nos bastidores de gravação de "Renascer". Foto: Globo/ Fábio Rocha

A atriz Malu Mader estará em breve de volta às novelas. Repetindo a dobradinha que fez na novela Celebridade, de Gilberto Braga, com Marcos Palmeira, ela começou a gravar sua participação esta semana em "Renascer" como Aurora, uma fazendeira e investidora bem-sucedida, que chega para balançar o coração de José Inocêncio (Marcos Palmeira). “Quando eu recebi o convite para essa participação na novela ‘Renascer’ imediatamente fiquei tomada de novo por uma vontade de fazer novela, algo que não me passava mais pela cabeça”, conta.

Nesta semana, Malu, Marcos Palmeira, o diretor artístico Gustavo Fernández e a equipe da novela viajam para o Espírito Santo para gravar as sequências na fazenda que pertence à personagem Aurora, natural da região. A atriz não esconde a empolgação com o retorno. “Apesar de não fazer novela há muito tempo e estar distante desse universo, é claro que por ter feito isso a minha vida inteira, a minha identidade se confunde um pouco com essa figura da atriz de novela. É algo muito forte. Então, ao longo desses anos todos afastada, eu ouvia muito do público em geral: 'E aí, não vai fazer mais novela?'. Agora vou poder falar: 'Vou, vou fazer sim! Vou fazer uma participação em 'Renascer'!'", celebra.

A estreia de Malu Mader como Aurora em "Renascer" está prevista para a primeira quinzena de julho na TV Globo. "Renascer" é uma novela escrita por Bruno Luperi baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Gustavo Fernández, direção geral de Pedro Peregrino e direção de Walter Carvalho, Alexandre Macedo, Ricardo França e Mariana Betti. A produção é de Betina Paulon, Bruna Ferreira e Lucas Zardo e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.

.: "Provoca" entrevista Sonia Guimarães, primeira mulher negra doutora em física


Primeira mulher negra a obter um doutorado em física no Brasil e ser professora do prestigiado ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), há 40 anos ela estuda tecnologias que hoje transformam a vida das pessoas. Foto: Beatriz Oliveira

Na próxima terça-feira, dia 2 de julho, no "Provoca", o apresentador Marcelo Tas conversa com a cientista e inventora Sonia Guimarães, primeira mulher negra a obter um doutorado em física no Brasil e ser professora do prestigiado ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica). Há 40 anos ela estuda tecnologias que hoje transformam a vida das pessoas. A entrevista inédita vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h00.

"Você chega no ITA quando nem existiam alunas. Que ambiente é esse?", pergunta Tas. “O pior ambiente, do instituto que eu conheço muito bem, possível. Eles não conseguiram aceitar uma pessoa assim. Não conseguem até hoje. Ontem eu fui chamada na sala do reitor para assuntos de alunos (...) meu coração parou na boca porque eu falei o que será que eu fiz, o que aconteceu (...) os meus alunos continuam me avaliando pessimamente e usando palavras muito feias, violentas (...) o pró-reitor da graduação queria dizer que não é nada pessoal, eles foram obrigados a colocar porque os alunos estavam exigindo (...) não é uma opinião que eles tem contra mim, é o caso dos alunos que ainda acham (...) em 1996 fui expulsa do ITA por causa dessas avaliações”, revela a cientista.

"Isso tem a ver com o fato de você ser mulher? Negra? Uma pessoa que se afirma?", continua Tas. “Justificativa deles na primeira vez, em 1996, eu não sei física - formada na Federal de São Carlos, Mestrado na USP de São Carlos, PhD na Universidade de Manchester -, sou a pior professora do mundo, sabe, eles conhecem todos os professores do mundo, e a minha roupa chama muita atenção para o meu corpo”, diz.

Em outro momento do bate-papo, Sonia conta como virou inventora. “Eu trabalhei no Instituto Aeronáutica Espaço e lá eu inventei uma técnica para produzir sensores de radiação infravermelha (...) o meu sensor se torna detector de radiação infravermelha (...) invisível a olho nu, mas ele enxerga ondas de calor (...) uma vez encapsulado, ele vê temperatura de 600 Kelvin, que é exatamente a temperatura de um avião ligado (...) ele vai na cabeça do míssil e é dessa forma que o míssil vê o avião que ele vai atacar. Eu pedi uma patente e agora, além de cientista, eu sou inventora. Eu tenho uma única patente, mas grito para todo mundo que sou inventora”, brinca.

"Tem como explicar de um jeito fácil o que é um semicondutor?", pergunta Tas. “É um material que fica entre os condutores, aqueles que conduzem energia elétrica e os que não conduzem. Só que ele é fabricado como você quer e pelo tempo que você quer”, responde Sonia. "Como isso funciona?", indaga Tas. “Você está lá no seu celular caríssimo, cheio de semicondutores e você está lá falando. Todos os semicondutores da fala e transmissão estão conduzindo nesse momento (...) aí a pessoa do outro lado vai responder, ele fecha tudo, para de conduzir, e o celular da outra pessoa começa a conduzir e a te mandar as informações por eles ainda (...) conseguem fazer isso porque são muito pequenos e tem uma resposta liga e desliga muito rápida (...) o próximo passo é o quântico, estávamos falando de uma dimensão e agora a dimensão é muito, muito maior, e a rapidez a gente nem sabe ainda, está em teste, o tempo vai ser uma coisa que a gente nem imagina (...) o objetivo é eficiência, rapidez da informação”, explica a professora.

sábado, 29 de junho de 2024

.: "Não Sou Poeta", a reunião de poemas de Victor Heringer


"Não Sou Poeta: Poesia Reunida"
é a reunião de poemas - boa parte inéditos em livro - de Victor Heringer um dos nomes mais celebrados da literatura contemporânea brasileira. Embora tenha ficado mais conhecido entre os leitores pelo premiado romance "O Amor dos Homens Avulsos", de 2016, a estreia do autor em livro foi como poeta. Além de ficção e crônicas, sua produção abrange uma vasta quantidade de poemas, publicados sobretudo na forma de plaquetes por editoras independentes e em séries lançadas exclusivamente na internet. A organização é de Eduardo Heringer, que também escreve a introdução.

A experimentação formal, uma das marcas de Victor, está presente em tudo o que ele criou: em sua obra, proliferam mídias, estilos, formatos e modos de dizer, que mostram a liberdade do pensamento de um artista no auge de sua produção. A ousadia e a rebeldia - um inconformismo geral, talvez - estão no cerne de sua expressão criativa. Tudo que parte de sua perspectiva ganha frescor e interesse e serve como convite para enxergarmos o mundo novamente, sem o automatismo de quem já olhou tantas vezes.

Em "Não Sou Poeta", os leitores podem conhecer as maquinações de uma mente inquieta e brilhante. Essas engrenagens aparecem quando Victor contempla o céu e imagina um astronauta a quilômetros de distância, flutuando no silêncio do cosmo, mas também quando se volta para os próprios pés e observa seus sapatos gastos. Compre o livro "Não Sou Poeta: poesia Reunida", escrito por Victor Heringer, neste link.


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"Vida Desinteressante: Fragmentos de Memórias", de Victor Heringer. A obra reúne memórias, ensaios, anotações e crônicas que entremeiam literatura, poesia, filosofia e política para refletir sobre si mesmo, mas também sobre as transformações do mundo ao seu redor. Vencedor do Prêmio Jabuti e finalista do Prêmio Oceanos, Heringer - falecido precocemente em 2018, aos 29 anos - é considerado uma das mentes mais brilhantes de sua geração.

O livro reúne 70 textos publicados entre fevereiro de 2014 e maio de 2017 na revista Pessoa. Na coluna "Milímetros", o escritor registrou um pouco de tudo: o cotidiano, as referências literárias, a infância no Rio de Janeiro, a mudança para São Paulo, as novas e as velhas amizades, os sebos, as viagens, a política, o noticiário e um Brasil em franca ebulição. O título reúne também algumas entrevistas com poetas, a quem Victor muito admirava, como Matilde CampilhoIsmar Tirelli Neto e Marilia Garcia.

Segundo o organizador, Carlos Henrique Schroeder, que que assina a organização e a apresentação do volume, o que se encontra nos textos são anticrônicas, em uma prosa situada entre memórias, ensaios, anotações e crônicas. Schroeder foi editor de Victor por alguns anos; foi quem convidou o autor para assinar a coluna. Em reflexões oscilam entre a ironia mordaz e a ternura funda, trata-se do retrato de um escritor inquieto, que absorvia, a quente, as transformações de um Brasil turbulento, às vésperas de um colapso, o qual o autor não presenciou. “Que sonho seria ter conservadores melhores, não este lumpenreacionariato”, escreveu no dia da eleição de Dilma Roussef. O título 'Vida Desinteressante' dava nome também a um diário que o escritor mantinha; alguns trechos desses textos pessoais se encontram nesta edição".

Nesta reunião de textos – mistura de memórias, ensaios, anotações e crônicas –, uma das mentes mais brilhantes de sua geração entremeia literatura, poesia, filosofia e política para refletir sobre si mesmo, mas também sobre as transformações do mundo ao seu redor. Entre fevereiro de 2014 e maio de 2017, Victor Heringer assinou 70 textos para o site da revista Pessoa. Na coluna "Milímetros", o escritor registrou um pouco de tudo: o cotidiano, as referências literárias, a infância no Rio de Janeiro, a mudança para São Paulo, as novas e as velhas amizades, os sebos, as viagens, a política, o noticiário e um Brasil em franca ebulição.

As reflexões oscilam entre a ironia mordaz e a ternura funda, sem nunca deixar de lado o estilo irresistível, perspicaz e de rara sensibilidade, que remete a Machado de AssisManuel BandeiraOswald de AndradeLydia DavisCarlos Drummond de Andrade e Hilda Hilst."Vida Desinteressante" traz uma prosa situada entre memórias, ensaios, anotações e crônicas – ou anticrônicas, como aponta Carlos Henrique Schroeder, que assina a organização e a apresentação deste volume. São pensamentos luminosos de um escritor inquieto, que absorvia, a quente, as transformações de um mundo trepidante e de um país às vésperas do colapso. Compre o livro "Vida Desinteressante", de Victor Heringer, neste link.

Sobre o autor
Victor Heringer
 nasceu no Rio de Janeiro, em 1988. Publicou "Automatógrafo" (7Letras, 2011), "Glória" (7Letras, 2012; Companhia das Letras, 2018) – premiado com o segundo lugar do Prêmio Jabuti na categoria romance – e "O Amor dos Homens Avulsos" (Companhia das Letras, 2016), entre outros livros e plaquetes. Faleceu em 2018. Garanta o seu exemplar de "Não Sou Poeta: poesia Reunida", escrito por Victor Heringer, neste link.

.: HBO anuncia minissérie sobre a vida e o assassinato de Ângela Diniz


A HBO anunciou a produção de uma minissérie HBO Original de ficção sobre a vida e o assassinato de Ângela Diniz, com produção da Conspiração, ainda sem data prevista de estreia. Em seis episódios, "Praia dos Ossos" (título provisório), baseado no podcast homônimo, retratará a jornada de libertação de Ângela, uma mulher que durante os anos 70 ousou viver em seus próprios termos - desde o momento em que declara que quer se separar do seu primeiro marido até ser assassinada com quatro tiros pelo seu último companheiro que, assim como o primeiro, não aceitou sua decisão. Nessa jornada de embates, Ângela pagou com a própria vida pelo direito de tentar viver do seu jeito.

Segundo Mariano Cesar, vice-presidente senior de estratégia de conteúdo e programação da WBD na América Latina, mesmo depois de quase 50 anos, a história do assassinato de Ângela Diniz ainda reverbera no imaginário brasileiro. "É muito importante para nós na Warner Bros. Discovery poder continuar dando voz aos talentos locais para contar as histórias que impactam nosso público. No contexto do true crime, um gênero que continua prendendo os espectadores, nos propomos a uma rigorosa seleção dos casos que contribuem para os grandes debates contemporâneos e buscamos nos associar com criadores de conteúdo que possam contá-los com sensibilidade e respeito por seus protagonistas. Esta nova produção se juntará ao nosso extenso catálogo do gênero, como em 'Pacto Brutal: o Assassinato de Daniella Perez', 'O Curioso Caso de Natalia Grace' e 'Maria Marta, o Assassinato no Country Clube', entre outros grandes títulos nacionais e internacionais”.

“Desde o momento que ouvimos o podcast pela primeira vez, antes mesmo dele ser publicado, em 2020, vimos que tínhamos um sucesso nessa adaptação. Ângela, essa mulher que viveu as suas próprias contradições e desafiou os limites, dela e da sociedade da época. Uma personagem fascinante que, com os roteiros precisos de Elena e a direção sensível de Andrucha, nos permitirá mergulhar em uma trama sobre como a sociedade trata mulheres destemidas como Ângela”, diz Renata Brandão, CEO da Conspiração.

“'Praia dos Ossos' será uma série de vida. A vida de Ângela Diniz, uma mulher que nos anos 70, auge do machismo, ousou viver à sua maneira, totalmente sem medo dos preconceitos, julgamentos e opiniões. Ao mesmo tempo será um lembrete incisivo de que só em 2023 o STF aboliu a infame tese da legítima defesa da honra, tantas vezes utilizada em favor de diversos crimes de feminicídio, como o que aconteceu com Ângela, pela oratória do advogado Evandro Lins e Silva na defesa de Doca Street”, conta o diretor da série Andrucha Waddington.

"Praia dos Ossos" (título provisório) é uma série HBO Original com produção da Conspiração. Escrita por Elena Soárez (O Mecanismo, Casa de Areia, Filhos do Carnaval) e dirigida por Andrucha Waddington (Sob Pressão, FIM), a minissérie tem produção executiva de Waddington, Lorena Bondarovsky e Renata Brandão. Por parte da Warner Bros. Discovery a produção executiva é de Mariano Cesar, Anouk Aaron e Monica Albuquerque.

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