sexta-feira, 17 de maio de 2024

.: Resenha: "Amigos Imaginários" faz reencontrar o "eu" usando a imaginação

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em maio de 2024


A importância de reencontrar o seu eu interior mais puro. Em cartaz na Cineflix Cinemas, a comédia dramática voltada para o público infantil -que engloba com eficácia os adultos-, "Amigos Imaginários", chama a praticar tal exercício que a vida adulta acaba por não mais permitir. Num colorido de encher os olhos, o longa entrega uma aventura com os companheiros de infância, os migs, que inglês é muito mais interessante e também o título original da produção estrelada por Ryan Reynolds (Deadpool), IF, ou seja, "imaginary friends".

Em "Amigos Imaginários" tudo começa quando Bea (Cailey Fleming) ainda em luto pela perda da mãe, sem saber se despedir de novo de alguém tão importante em sua vida, vê que o pai está doente e passará por uma cirurgia de risco. Assim, ela se muda para a casa da vó, quem nitidamente, não percebeu que a garotinha agora é uma adolescente. Descobrindo que folhas em branco e produtos para pintura não mais a fascinam, a vó coloca tudo numa caixa bem guardada e tenta uma reaproximação -o que não é muito bem desenvolvido, por exemplo.

Contudo, a mocinha preocupada em mostrar que cresceu acaba esbarrando em uma figura inimaginável que faz parte do mundo da imaginação. Portanto, toda a trama, bastante dramática é desenvolvida, levando-a até Cal (Ryan Reynolds) quem precisa ajudar os amigos imaginários que estão sem uma criança como companhia. 

Inicialmente, o filme chega a remeter a um live-action da animação Disney "Monstros S.A", porém logo segue o caminho de uma nova e diferente história. Quando Bea e Cal ingressam no mundo da fantasia, mudanças acontecem, inclusive nos cenários, assim como a garota vai reencontrando a magia perdida, tanto quanto sua interpretação infantil, privada, guardada numa gravação, imitando a cantora Tina Turner.

Assim, em 1h44, a produção dirigida por John Krasinski (Um Lugar Silencioso) que também interpreta o pai doente de Bea, reforça o poder da fantasia para vencer obstáculos difíceis que a vida nos reserva de tempos em tempos. Sendo assim, quando o receio bater, usar a imaginação, é muito importante. A versão dublada tem no elenco os atores Murilo Benício e Giovanna Antonelli. Vale a pena conferir!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.



"Amigos Imaginários" ("IF"). Ingressos on-line neste linkGênero: infantil, comédiaClassificação: livre. Duração: 1h44. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Paramount Brasil. Direção: John Krasinski. Roteiro: John Krasinski. Elenco: Ryan Reynolds, John Krasinski, Fiona ShawSinopse: Depois de descobrir que pode ver os amigos imaginários de todos, uma garota embarca em uma aventura mágica para reconectar amigos imaginários esquecidos.


Leia+

.: Banda Selton apresenta o álbum "Gringo", análise do crítico musical Otero

Banda Selton. Foto: Simone Biavati

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

É possível uma banda de pop rock ter nascido no Brasil, se criado na Espanha e se consolidar na Itália? No caso da Selton, essa situação inusitada já é uma realidade há 15 anos. O mais recente trabalho do grupo, o álbum Gringo, que conta com a participação de Ney Matogrosso, apresenta uma sonoridade mais próxima do universo radiofônico pop.

Formada por Ramiro Levy, Daniel Plentz e Eduardo Stein Dechtiar, o projeto começou como uma banda tocando covers dos Beatles nas ruas de Barcelona. Depois que um produtor da MTV italiana os viu tocando nas ruas, o grupo assinou seu primeiro contrato de gravação na Itália, onde estão na cidade de Milão há 15 anos.

A produção é de Ricky Damian, vencedor de um Grammy Award com “Uptown Funk” de Bruno Mars, que se mudou para Londres. Juntos, a banda e Damian  gravaram grande parte do disco no estúdio de Damon Albarn (das bandas Blur e Gorillaz).

Banda Selton. Foto: Simone Biavati

Além das canções autorais, há uma interessante releitura de Sangue Latino, do Secos e Molhados, com letra em italiano. Essa faixa tem a participação de Ney Matogrosso, cuja presença para os músicos representou uma benção. A ideia de fazer uma versão italiana de Sangue Latino, segundo eles, veio uma noite em um sonho que acabou se tornando realidade. “A letra original parece ter sido escrita já pensando que algum dia ela seria traduzida ao italiano. De alguma maneira sentimos que essa canção nos pertence, pertence a esse nosso momento”, explicam os músicos.

As canções oscilam entre o pop e a MPB, criand0 uma sonoridade próxima do chamado som Indie alternativo. Faixas como Café para Dois, Maresia e Fatal apresentam elementos pop com potencial radiofônico.  O álbum Gringo é uma surpresa agradável de uma banda cuja trajetória une Brasil, Espanha, Itália e Inglaterra.


Sangue Latino


Fatal


Calma Cara



.: Estreia de "As Aves da Noite", drama de Hilda Hilst dirigido por Hugo Coelho

"As Aves da Noite", drama de Hilda Hilst dirigido por Hugo Coelho. Foto: divulgação


O espetáculo "As Aves da Noite", drama teatral escrito por Hilda Hilst, há 55 anos, vencedor do Prêmio APCA de Melhor Espetáculo Virtual, em 2022, faz sua estreia oficial no dia 24 de maio de 2024, sexta-feira, no Teatro Cacilda Becker, às 21h. A encenação, que se passa em Auschwitz, tem direção de Hugo Coelho e elenco formado por Marco Antônio Pâmio, Marat Descartes, Regina Maria Remencius, Rafael Losso, Walter Breda, Fernando Vítor, Marcos Suchara, Wesley Guindani e Heloisa Rocha.

As apresentações no Teatro Cacilda Becker vão até o dia 2 de junho, às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. Na sequência, segue para o Teatro Arthur Azevedo (6 a 16/06) e Teatro Paulo Eiró (20 a 30/06), sempre com ingressos gratuitos. Este projeto foi contemplado pela 17ª Edição do Prêmio Zé Renato, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

O enredo de "As Aves da Noite" parte da história real do padre franciscano Maximilian Kolbe que, em um campo de concentração nazista de Auschwitz, apresentou-se voluntariamente para ocupar o lugar de um judeu sorteado para morrer no chamado “porão da fome” em represália à fuga de um prisioneiro. Segundo o diretor Hugo Coelho, “esta é uma versão contemporânea do texto de Hilda. Não é uma reconstituição de Auschwitz, partimos de Auschwitz. O espetáculo é um grito contra a barbárie, contra o fascismo que usa a violência como instrumento de ação política”.

No porão da fome, a autora coloca em conflito os prisioneiros condenados a morrer na cela: o Padre, o Carcereiro, o Poeta, o Estudante e o Joalheiro, que são visitados pelo Oficial da SS, pela Mulher que limpa os fornos e por Hans, o ajudante da SS. Na montagem, eles aparecem isolados, confinados em gaiolas como um signo, uma alusão à prisão onde a história se passa. “A primeira coisa que os governos totalitários e ditatoriais fazem ao prender alguém é destituí-lo de sua dignidade e submetê-lo ao sofrimento extremado, e isso os nazistas fizeram com requintes inimagináveis de crueldade”, comenta o diretor.  Segundo ele, a proposta de concepção de Hilda Hilst é muito clara, colocando as personagens em estado de reflexão sobre suas próprias condições no confinamento. A leitura que a autora faz dos aspectos éticos e humanos passam por questionamentos sobre Deus, sobre o mal e sobre a crueldade.

Nos diálogos estão o embate entre a vida e o que lhes resta, os devaneios entre o desespero e o delírio. O Poeta declama como se morto estivesse, o Estudante sonha com outro tempo, o Joalheiro ainda lembra-se da magnitude das pedras, enquanto a Mulher é humilhada em sua condição inferior. O Carcereiro, mesmo sendo um condenado, ironiza a condição dos demais e os trata com escárnio; o SS os chama de porcos e os agride e menospreza, enquanto o estado de debilidade emerge da vida e da já não existência desses humanos subjugados.

A montagem de "As Aves da Noite" busca elucidar a humanidade e densidade contida no texto, mergulhando nas possibilidades inesgotáveis do drama para emergir na poética da tragédia. “O discurso racional não dá conta da realidade. A arte tem o papel de traduzir esse discurso como uma segunda realidade que passa pela razão, mas também pelo sensorial e pela emoção”, reflete Hugo Coelho. “E temos a sorte de reunir um elenco de extrema grandeza. O talento desses atores é um pilar fortíssimo no resultado final do trabalho”.

Sobre o texto, Hilda Hilst falou: “Com As aves da noite, pretendi ouvir o que foi dito na cela da fome, em Auschwitz. Foi muito difícil. Se os meus personagens parecerem demasiadamente poéticos é porque acredito que só em situações extremas é que a poesia pode eclodir viva, em verdade. Só em situações extremas é que interrogamos esse grande obscuro que é Deus, com voracidade, desespero e poesia”.

O cenário, que traduz o cárcere com gaiolas humanas, foi concebido pelo diretor. O figurino (de Rosângela Ribeiro) faz alusão aos uniformes de presidiários, reforçando a imagem do encarceramento. A iluminação (de Fran Barros) dá foco a cada personagem, reforça o clima denso e claustrofóbico do ambiente, privilegiando o espaço teatral, “afinal a visão do espectador é diferente da visão do telespectador”, diz o diretor reportando à temporada virtual.  A trilha sonora, assinada por Ricardo Severo, traz uma canção original do texto que remete à tradição judaica, cantada pelas personagens, e segue a mesma orientação da iluminação: “não faria sentido apenas reproduzirmos o que fizemos no vídeo, pois agora estamos no palco, que tem a sua dinâmica e necessidades próprias. Quem viu a peça online e for assistir no teatro vai encontrar cenas e tratamentos diferentes, inclusive com introdução de novos elementos”, explica o diretor.

Hugo Coelho afirma que o propósito do espetáculo é trazer à cena o discurso poderoso e contundente de Hilda Hilst. “As Aves da Noite nos faz encarar toda a barbárie do poder, do domínio, do autoritarismo, das torturas nos porões das ditaduras. Auschwitz é uma ferida aberta na humanidade para a qual é difícil encontrar palavras que a qualifique. As Aves da Noite mostra o reverso, o outro rosto da humanidade, perverso, doente e profundamente violento. Não podemos permitir que a violência e a barbárie continuem sendo normatizadas ao longo da história. Por isso essa obra, de extrema qualidade literária, é tão importante para o momento em que vivemos”, finaliza o encenador.

"As Aves da Noite", idealizado pelo produtor Fábio Hilst, teve sua primeira temporada apresentada virtualmente, devido à pandemia da covid-19. Foi gravado em vídeo, 80 anos após a morte de Maximilian Kolbe, exatamente no momento em que o mundo vivia uma experiência de confinamento. Kolbe morreu em Auschwitz, em 1941, e foi canonizado em 1982, pelo Papa João Paulo II. São Maximiliano é considerado padroeiro dos jornalistas e radialistas e protetor da liberdade de expressão.

FICHA TÉCNICA - Texto: Hilda Hilst (1968). Direção: Hugo Coelho. Elenco: Marco Antônio Pâmio (Pe. Maximilian), Marat Descartes (Carcereiro), Regina Maria Remencius (Mulher), Walter Breda (Joalheiro), Rafael Losso (Estudante), Fernando Vítor (Poeta), Marcos Suchara (SS), Wesley Guindani (Hans) e Heloisa Rocha. Direção de produção: Fábio Hilst. Assistência de direção e de produção: Fernanda Lorenzoni. Cenografia: Hugo Coelho. Figurino e objetos de cena: Rosângela Ribeiro. Desenho de luz: Fran Barros. Música original e desenho de som: Ricardo Severo. Cenotecnia: Wagner José de Almeida. Serralheria: José da Hora. Pintura de arte: Alessandra Siqueira. Assistência de cenotecnia: Matheus Tomé. Confecção de figurino: Vilma Hirata e Natalia Hirata. Fotos/divulgação: Priscila Prade e Heliosa Bortz. Design gráfico: Letícia Andrade. Gerenciamento de mídias sociais: Felipe Pirillo. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Realização: Três no Tapa Produções Artísticas. Apoio: Prêmio Zé Renato - 17ª Edição, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Serviço

Espetáculo: As Aves da Noite

Duração: 75 min. Gênero: Drama. Classificação: 16 anos.

Ingressos: Gratuitos - Bilheterias dos teatros: 1h antes das sessões.

Ingressos antecipados: Sympla - www.sympla.com.br.


Teatro Cacilda Becker

De 24 de maio a 2 de junho - Sextas e sábados, às 21h, e Domingos, às 19h.

Rua Tito, 295 - Lapa. São Paulo/SP.

Tel.: (11) 3864-4513. Capacidade: 198 lugares.

26/05 (domingo) - Intérprete de Libras, audiodescrição e bate-papo com o público.


Teatro Arthur Azevedo

De 6 a 9 de junho - Quinta a sábado, às 21h, e Domingo, às 19h.

De 14 a 16 de junho - Sexta e sábado, às 21h, e Domingo, às 19h.

Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca. São Paulo/SP.

Tel.: (11) 2604-5558. Capacidade: 349 lugares.

09/06 (domingo) - Intérprete de Libras, audiodescrição e bate-papo com o público.


Teatro Paulo Eiró

De 20 a 23 de junho - Quinta a sábado, às 21h, e Domingo, às 19h.

De 28 a 30 de junho - Sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 19h.

Avenida Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro. São Paulo/SP.

Tel.: (11) 5546-0449. Capacidade: 467 lugares.

23/06 (domingo) - Intérprete de Libras, audiodescrição e bate-papo com o público.


.: "Renascer": “Foi bem forte vivenciar tudo aquilo”, comenta atriz Malu Galli

“Foi bem forte vivenciar tudo aquilo, muito emocionante”, comenta Malu Galli sobre a participação em "Renascer". Foto: Globo/Divulgação

Malu Galli está de volta às novelas com uma participação especial em ‘Renascer”. Interpretando Meire, a mãe de Buba (Gabriela Medeiros) na história, ela reencontra a filha depois de muitos anos e ficam frente a frente pela primeira vez desde a transição de gênero da psicóloga. O momento revela que feridas nunca cicatrizaram. 

Por um lado, Meire não aceita a filha, enquanto Buba se ressente pela falta de apoio e de amor dos pais desde quando foi expulsa de casa e da cidade pelo pai, Humberto (Guilherme Fontes). Na época, Meire não conseguiu impedir por temer a reação violenta do marido. O retorno de Buba é a oportunidade para mãe e filha conversarem. “Acho que muitos vão se identificar e torço para que as sequências contribuam para mexer com alguém e, quem sabe, promover alguns reencontros”, reflete Malu.

Na sequência prevista para ir ao ar na segunda, dia 20, as duas se encontram por acaso na cidade. Meire pede perdão a Buba pela ausência ao longo de todos esses anos. Ela se declara para a filha dizendo que sentiu muitas saudades e que nunca a esqueceu. Emocionada, Meire convida Buba e José Augusto (Renan Monteiro) para irem à sua casa e tomar um café. Buba fica um tanto temerosa, mas aceita o convite. Durante o encontro, Humberto aparece e, ao reconhecer Buba, faz diversas ofensas a ela. Buba e Zé Augusto o enfrentam e a psicóloga rebate com firmeza. 

Antes de deixar a cidade, ela se despede do amigo, Décio (Miguel Rômulo) e fica aliviada pela reconciliação com a mãe. Buba ainda deixa fluir seus sentimentos em relação a Zé Augusto e os dois se beijam pela primeira vez.

"Renascer" é uma novela escrita por Bruno Luperi baseada na obra de Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Gustavo Fernández, direção geral de Pedro Peregrino e direção de Walter Carvalho, Alexandre Macedo, Ricardo França e Mariana Betti. A produção é de Betina Paulon, Bruna Ferreira e Lucas Zardo e a direção de gênero de José Luiz Villamarim. Leia na íntegra a entrevista com Malu Galli sobre a participação em ‘"Renascer"!


Como surgiu o convite para esta participação em ‘Renascer’ e o que motivou você a aceitá-lo?
Recebi uma ligação da produtora de elenco da novela, a Marcela Bergamo. Achei a personagem interessante, principalmente o contexto das cenas e toda a discussão que o tema suscita.


Como você define a Meire? 
Meire é uma mulher de vida simples, muito religiosa e que não entende, nem aceita a questão essencial da filha. Ela não se permite amar e acolher a própria filha. Isso é muito triste e infelizmente a realidade em muitos lares brasileiros.


Você chegou a fazer alguma preparação ou buscou referências para compor a personagem?
Fizemos leituras e conversamos com o Jefferson Miranda, o preparador de elenco da novela. As referências, infelizmente, estão por toda parte. Somos o país que mais mata pessoas trans no mundo, um recorde de intolerância, ódio e ignorância. 


Assim como Humberto (Guilherme Fontes), Meire também é uma personagem que não existiu na primeira versão e surge agora dentro de um contexto em que a trama aborda a reação de pais, que não aceitam a transição de gênero de seus filhos. Como foi gravar essa sequência?
São cenas muito intensas e algumas bem violentas do ponto de vista do que é dito. Foi bem forte vivenciar tudo aquilo, muito emocionante. Acho de extrema importância levar esta discussão à casa da família brasileira através da dramaturgia. Acho que muitos vão se identificar e torço para que as sequências contribuam para mexer com alguém, e quem sabe promover alguns reencontros.


Como foi a troca com a Gabriela Medeiros (Buba) e com o Guilherme Fontes? Já havia trabalhado com eles anteriormente?
Foi muito bacana. Gabi se entregou às cenas com muita determinação e coragem. Sei que para ela não deve ter sido muito fácil. Guilherme Fontes eu também não conhecia, e nos demos muito bem.


Atualmente você também está na reprise de ‘Cheias de Charme’ com uma personagem bem diferente. Como tem sido acompanhar a repercussão da novela mesmo tantos anos depois da exibição original?
Adoro poder interpretar personagens bem diferentes uns dos outros. É um prazer. ‘Cheias de Charme’ foi uma novela que só me deu alegrias e até hoje repercute, seduz o público. Foi um grande acerto de Izabel de Oliveira e Filipe Miguez e da Denise Saraceni.


Quais são seus planos e próximos projetos?
Estou desenvolvendo uma série sobre a vida da arqueóloga brasileira Niéde Guidon e um projeto de show como cantora.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

.: Tércia Montenegro: "Cada personagem se aproxima e se distancia de seu autor"


"Cada personagem se aproxima e se distancia de seu autor", afirma Tércia Montenegro em entrevista para o Resenhando.com. Foto: Igor de Melo. Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 


Fotógrafa e professora da Universidade Federal do Ceará, Tércia Montenegro é um sopro de frescor na literatura brasileira. Autora de "Turismo para Cegos" "Em Plena Luz", ela acaba de lançar pela Companhia das Letras o romance "Um Prego no Espelho", , que conta a história de uma mulher que leva uma vida normal até que tem sua trajetória abalada quando pensa ver, em uma ação rotineira, o rosto do irmão falecido. Nascida em 1976, em Fortaleza, ela publicou vários livros de contos e crônicas, além de obras voltadas para o público infantil e juvenil. Nesta entrevista exclusiva, ela fala sobre literatura, processo de criação e identidade. Compre o livro "Um Prego no Espelho", de Tércia Montenegro, neste link.


Resenhando.com - O que você quis dizer com o título de seu livro?
Tércia Montenegro -
Um prego no espelho traz, desde o título, uma discussão sobre identidade. Dentro de uma narrativa familiar, como é o caso, cada pessoa se constitui com semelhanças que são reflexos de seus ancestrais.


O que é "um prego no espelho"?
Tércia Montenegro - 
O prego é esse elemento que surge como algo fixo, mas que despedaça, promove fragmentações e desvios também. Em outras palavras, a imagem do sujeito não é algo uniforme, mas sempre múltipla, no jogo de ramificações familiares.

Resenhando.com - Você acredita que os nossos antepassados têm influência na maneira que levamos a vida?
Tércia Montenegro - 
Neste livro, existe a premissa de que a vida de uma pessoa pode ser uma espécie de repetição do destino de seus antepassados, tudo de uma maneira inconsciente, é claro. "Um Prego no Espelho" trata exatamente dessa ideia de uma fissura na identidade, algo que corrompe a individualidade, cria um rasgo no sujeito. A protagonista, Thalia, decide se tornar atriz para viver várias vidas, sem saber que sua escolha acontece justamente por causa da morte de um irmão, ocorrida muito tempo atrás.

Resenhando.com - O que mais a aproxima e o que mais a diferencia de Thalia, a protagonista de seu livro?
Tércia Montenegro - 
Cada personagem se aproxima e se distancia de seu autor.  Embora Thalia seja a protagonista, ela não é a única figura importante. Claro que há pontos de semelhança entre nós, como o magistério e a incursão pelas artes, mas eu fui me surpreendendo muito enquanto escrevia Um prego no espelho. Surgiram algumas conexões, relações entre os personagens, que eu não tinha previsto inicialmente. No fundo, creio que eles se tornaram realmente uma família, e nesse aspecto chegaram a desenvolver um entendimento, uma espécie de pacto interno que eu não chegava a acessar. Em certos momentos, tive a sensação de ser uma espectadora, alguém que não podia interferir nos destinos que se desenrolavam ali, no papel. É uma experiência mágica, quando um livro ganha o próprio rumo. Talvez nesse sentido fique reforçada a ideia de que uma obra literária é quase um filho: nasce de uma pessoa, mas tem uma identidade diversa e imprevisível.

Resenhando.com - As protagonistas de seus livros sempre estão atreladas à alguma arte. Teatro, escultura, artes plásticas. Por quê?
Tércia Montenegro - 
Tenho muitas personagens ligadas às artes, porque este é um assunto que me interessa o tempo inteiro; estou sempre atenta às construções estéticas em várias linguagens. A arte me comove, fascina, inquieta; não saberia dizer sobre a importância dela para as pessoas em geral, porque só posso falar sobre mim, mas do meu ponto de vista a arte é um fator de encanto indispensável na vida.


Resenhando.com - Se pudesse relacionar seus livros a sentidos humanos, quais seriam os de "Um Prego no Espelho", "Turismo para Cegos" e "Em Plena luz"?
Tércia Montenegro - 
"Um Prego no Espelho" traz a visualidade pela cena teatral, já que a personagem Thalia é atriz. "Turismo para Cegos", a partir de uma história sobre uma artista plástica que sofre de retinose pigmentar, também é um livro que experiência o visual, assim como o táctil. "Em Plena Luz", livro sobre uma fotógrafa, mais uma vez reflete sobre as imagens. Essa é uma constante na minha literatura: penso e escrevo através das imagens; para mim, a literatura é uma arte visual.

Resenhando.com - Você se sente mais confortável como cronista, contista ou romancista? 
Tércia Montenegro - 
Cada gênero textual tem o seu apelo, dependendo do momento. Narrativas longas são propícias para momentos de retiro, quando o autor pode conviver demoradamente com seus personagens, vê-los nascer e se desenvolver. Contos já são como situações instantâneas, deflagradas  por uma ideia repentina, uma "inspiração". E crônicas são reflexões, assim como os ensaios; são maneiras de se debruçar sobre um comportamento ou um fato instigante, usando um estilo mais prosaico.

.: "Eu Sou um Monstro": espetáculo de Fause Haten reestreia no Teatro Vivo

Criado a partir de um acontecimento da vida do artista Francis Bacon, o trabalho mescla teatro, performance, vídeo e artes plásticas para propiciar uma experiência única ao espectador. Foto: Fause Haten


Na véspera da estreia de uma importante exposição, um artista encontra seu namorado morto e deixa o corpo no mesmo lugar, para não atrapalhar o grande dia. A história, com ares de filme de mistério, aconteceu com o pintor anglo-irlandês Francis Bacon (1909–1992) e inspirou Fause Haten a criar a performance “Eu Sou um Monstro”, que faz sua segunda temporada em São Paulo, de 25 de maio a 30 de junho, no Teatro Vivo. O espetáculo estreou em abril de 2024 no Sesc Pompeia.

Tudo começou a partir da palavra. Haten, que transita entre as diversas artes, ficou muito impressionado com esse relato e escreveu um conto ficcional. Em um determinado momento, surgiu a ideia de transportar a narrativa para o teatro – foi quando começou a fazer leituras individuais para amigos atores e diretores de teatro. Nessas leituras sempre gravadas e roteirizadas depois, foi performando de improviso todo o restante da obra.

“Eu Sou um Monstro” alcançou seu formato final e fez uma temporada na Casa Rosa Salvador, em 2022. Na prática, o universo desenvolvido pelo conto foi expandido para se tornar esse teatro-performance site specific, ou seja, que pode ser adaptado e alterado por cada espaço onde é encenado. 

Sobre a encenação: Fause Haten quer levar o público a uma vivência singular. Tudo aquilo que é, pode não ser. E tudo aquilo que deveria ser, talvez não seja. Todas as expectativas da rotina de um espetáculo teatral como a chegada, a entrada e o fim podem ser subvertidas e a mágica do teatro se fará por outras vias. “Talvez as projeções de imagens do espetáculo aconteçam dentro da cabeça do espectador. 'Eu Sou um Monstro' se apresenta como teatro, mas poderia ser uma exposição ou uma performance de artes visuais. Mas o trabalho é mais do que isso", comenta o artista.

Como estilista, Fause extrapola ao também performar seus desfiles. Como ator, cria seus textos, cenários e figurinos. As artes plásticas também estão presentes na cena ou nos seus processos de criação. Neste trabalho, em particular, tudo está amalgamado, as artes cênicas, visuais e a moda estão presentes. 

As obras visuais presentes no espetáculo são fotos-performances elaboradas com o rosto de Fause acrescido de diferentes materiais, como fitas, cordões e adesivos. Essas imagens provocam distorções em busca  de um "novo" rosto ou da revelação de um interior desconhecido.

Neste jogo, o artista coloca na mesa as inquietações de um artista a respeito da arte. “Quando eu li ‘Os anormais’, de Michel Foucault, que estabelece uma relação entre o exame psiquiátrico e o direito penal, partindo da análise de grandes casos de monstruosidade criminal, vi várias frases que se eu tirasse a palavra monstro e colocasse artista, o sentido se manteria. Então, estou assumindo que sim, somos monstros: deixamos as pessoas sem ar e fazemos coisas inimagináveis. Eu sou um artista e quero redesenhar o mundo!”, defende. 

Sobre Fause Haten: é um artista reconhecido pela sua trajetória na moda. Desde 2006, abriu seus horizontes para o campo das artes, iniciando pelos estudos em artes cênicas no Teatro Escola Célia Helena, onde se formou em 2010. 

Participou de vários trabalhos como ator, entre os quais destacamos “A Feia Lulu” (2014) e “Lili Marlene Um Anti Musical” (2017), em que escreveu, dirigiu e atuou. Entrando pela porta do teatro, foi se reconhecendo também como performer e acabou chegando nas artes visuais. 

Sua pesquisa, sempre muito relacionada ao corpo, parte do seu próprio como matéria-prima principal. O seu ponto de partida é a sua habilidade em fazer imagens e na construção escultórica a partir de tecidos, fios, linhas e pedrarias.

O seu ponto de chegada tem sido a construção de uma nova realidade. Suas plataformas de expressão são a performance, vídeo, fotografia, escultura, pintura têxtil e pintura a óleo.

Sinopse: escrita a partir de um acontecimento na vida do artista Francis Bacon (1909/1992) e seu namorado George Dyer, o performer pretende submeter seu público a experiência de sentir um ser idolatrado se transformar em um Monstro dentro delas. O sentimento de admiração e aversão colocados em confronto.

Ficha Técnica

Fause Haten | Diretor, Ator e Autor

Caetano Vilela | Designer de Luz

Associação SÙ de Cultura e Educação | Gestão e Produção 

Assessoria de Imprensa | Canal Aberto - Márcia Marques e Daniele Valério


Serviço

Eu Sou um Monstro

De 25/05 a 30/06 de 2024, sábados às 20h e domingos às 18h. 

Teatro VIVO - Espaço Convivência  - Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 Morumbi, São Paulo

Ingresso: R$100 (inteira), R$50 (meia-entrada)

Recomendação de idade: 14 anos

Capacidade: 30 lugares

Duração: 50 minutos


.: Cineflix Cinemas estreia "Amigos Imaginários" e "Back To Black"

Cena de "Amigos Imaginários" que estreia na Cineflix Cinemas de Santos


A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia a comédia infantil "Amigos Imaginários" e o drama musical biográfico "Back To Black"Seguem em cartaz os sucessos de bilheteria como a trama de ação e aventura "Planeta dos Macacos: O Reinado", a animação "Garfield: Fora de Casa" e "The Chosen: Os Escolhidos". Programe-se e confira detalhes abaixo! 

A pré-venda dos ingressos para o longa de ação "Furiosa", que estreia em 23 de maio, está aberta. Garanta os ingressos pela internet antecipadamente aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Estreias da semana na Cineflix Santos


"Amigos Imaginários" ("IF"). Ingressos on-line neste linkGênero: infantil, comédiaClassificação: livre. Duração: 1h44. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Paramount Brasil. Direção: John Krasinski. Roteiro: John Krasinski. Elenco: Ryan Reynolds, John Krasinski, Fiona ShawSinopse: Depois de descobrir que pode ver os amigos imaginários de todos, uma garota embarca em uma aventura mágica para reconectar amigos imaginários esquecidos.

Sala 4 (dublado) - De 16 a 22 de maio: 15h20 - 17h40
Sala 4 (legendado) - De 16 a 22 de maio: 20h00


"Back To Black" ("Back To Black"). Ingressos on-line neste linkGênero: musical, dramaClassificação: 16 anos. Duração: 1h44. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Universal Pictures Brasil. Direção: Sam Taylor-Johnson. Roteiro: Matt Greenhalgh. Elenco: Marisa Abela (Amy Winehouse), Jack O'Connell (Blake Fielder-Civil), Eddie Marsan (Mitch Winehouse), Lesley ManvilleSinopse: O relacionamento tumultuado da cantora Amy Winehouse com Blake Fielder-Civil a inspirou a escrever e gravar o álbum "Back to Black".

Sala 3 (legendado) - De 16 a 22 de maio: 15h30 - 18h10 - 20h50

Trailer de "Back To Black"

Seguem em cartaz na Cineflix Santos

"Planeta dos Macacos: O Reinado" ("Kingdom of the Planet of the Apes "). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, aventuraClassificação: 14 anos. Duração: 2h18. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: 20th Century Studios. Direção: Wes Ball. Roteiro: Josh Friedman, Rick Jaffa, Patrick Aison, Amanda Silver. Elenco: Owen Teague, William H. Macy, Freya Allan, Kevin Durand, Peter MaconSinopse: O longa realiza um salto no tempo após a conclusão da Guerra pelo Planeta dos Macacos. Muitas sociedades de macacos cresceram desde quando César levou seu povo a um oásis, enquanto os humanos foram reduzidos a sobreviver e se esconder nas sombras. Confira os horários: neste link



"Garfield: Fora de Casa" ("Garfield The Movie"). Ingressos on-line neste linkGênero: infantil, comédiaClassificação: livre. Duração: 1h41. Ano: 2024. Distribuidora: Sony Pictures Motion Picture Group. Direção: Mark Dindal. Roteiro: David Reynolds, Paul A. Kaplan, Mark Torgove. Dublagem original: Chris Pratt, Nicholas Hoult, Hannah Waddingham, Brett Goldstein, Cecily Strong, Bowen Yang e Luke Cinque-WhiteSinopse: Garfield tem um reencontro inesperado com seu pai, que estava há muito tempo desaparecido - um gato de rua todo desengonçado que atrai o filho para um assalto de alto risco. Confira os horários: neste link


"The Chosen: Os Escolhidos" ("The Chosen"). Ingressos on-line neste linkGênero: religiosoClassificação: 12 anos. Duração: 2h08. Ano: 2024. Distribuidora: Paris FilmesSinopse: Exibição dos episódios 3 e 4 da 4ª temporada da série The Chosen. Confira os horários: neste link





"Furiosa: Saga Mad Max" ("Furiosa - A Mad Max Saga"). Ingressos on-line neste linkGênero: açãoClassificação: 14 anos. Duração: 2h28. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Warner Bros. Pictures Brasil. Direção: George Miller. Roteiro: George Miller, Nico Lathouris. Elenco: Anya Taylor-Joy (Furiosa), Chris Hemsworth (Dr. Dementus), Alyla Browne (Young Furiosa), Tom Burke, Nathan Jones, Angus Sampson, Daniel WebberSinopse: Quando o mundo entra em colapso, a jovem Furiosa terá que sobreviver a muitos desafios para encontrar e trilhar o caminho de volta para casa.


Sala 3 (legendado) - De 23 a 29 de maio: 15h00 - 18h00 - 21h00


quarta-feira, 15 de maio de 2024

.: "Back To Black" estreia na Cineflix Cinemas de Santos amanhã


Drama musical "Back To Black" estreia na Cineflix Cinemas de Santos, dia 16 de maio, apresentando a história da cantora Amy Winehouse. Dirigido por Sam Taylor-Johnson, de "Cinquenta Tons de Cinza", o longa retrata o relacionamento tumultuado da cantora Amy Winehouse com Blake Fielder-Civil a inspirou a escrever e gravar o álbum "Back to Black".

"Back To Black" ("Back To Black"). Ingressos on-line neste linkGênero: musical, dramaClassificação: 16 anos. Duração: 1h47. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Universal Pictures Brasil. Direção: Sam Taylor-Johnson. Roteiro: Matt Greenhalgh. Elenco: Marisa Abela (Amy Winehouse), Jack O'Connell (Blake Fielder-Civil), Eddie Marsan (Mitch Winehouse), Lesley ManvilleSinopse: O relacionamento tumultuado da cantora Amy Winehouse com Blake Fielder-Civil a inspirou a escrever e gravar o álbum "Back to Black".

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Trailer de "Back To Black"

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