terça-feira, 7 de maio de 2024

.: João Côrtes reestreia o monólogo "Invisível" no Teatro Itália Bandeirantes


Com texto de Moisés Bittencourt e direção de Fernando Gomes, a peça foi indicada ao prêmio de melhor ator e iluminação na FITA - Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis. Foto: divulgação

No Brasil, a taxa de feminicídio bateu recordes em 2023, com uma alta de 1,6% em relação ao do ano anterior. Pesquisas também mostram que nosso país é onde mais se mata pessoas LGBTQIAP+. Mas pouco se fala ainda sobre a violência abusiva em relacionamentos homossexuais. Abordando questões complexas que frequentemente são silenciadas, o monólogo “Invisível”, com texto de Moisés Bittencourt e direção de Fernando Gomes, reestreia nesta quarta-feira, dia 8 de maio, no Teatro Itália Bandeirantes. Em cena, o ator João Côrtes dá vida a Eduardo, cuja rotina é marcada por uma convivência tóxica e dolorosa com seu parceiro Michel – também interpretado por João. O espetáculo, que estreou na Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis (FITA) em 2023 (com indicações a melhor ator e iluminação), volta ao cartaz depois de elogiada temporada de janeiro a março de 2024, no Teatro Renaissance.

A peça aborda temas urgentes e atuais, levantando questões como a vergonha e o medo de denunciar abusadores, a falta de apoio das autoridades e a fragilidade da vítima em relações tóxicas. Com “Invisível”, Moisés Bittencourt desafia os espectadores a confrontarem temas desconfortáveis, mas inegavelmente relevantes, que muitas vezes são evitados nas conversas cotidianas. "A sociedade fecha os olhos para determinadas minorias. Estamos mostrando que essas pessoas existem, não são invisíveis, e estão no mesmo barco, seja trans, hetero, bissexual... Poderia ter me baseado em casais heterossexuais que sofreram abusos dentro de casa, porque o sentimento é universal”, reflete o autor Moisés Bittencourt.

Para o ator João Côrtes, que também pode ser visto na segunda temporada de “Encantados” (TV Globo), esta é uma oportunidade de mergulhar em território inexplorado em sua carreira: "É muito importante que a gente sempre coloque questões sociais no palco. Questões delicadas, questões que provoquem, questões que sejam tabus pra sociedade", conta João, em seu primeiro monólogo. Sua interpretação dá vida aos dilemas e angústias dos personagens, incitando debates e reflexões profundas sobre o comportamento humano e a necessidade urgente de mudança. “Fiz um trabalho de pesquisar minhas emoções e minhas dores. Apesar de não ter vivido um relacionamento abusivo, foi um processo de buscar abusos e sentimentos que eu vivi de qualquer maneira. Abuso é universal”, conta.

O monólogo não apenas denuncia a violência e o preconceito, mas também convida o público a uma jornada de autoconhecimento e empatia. "Teatro é um lugar de transformação", afirma o diretor Fernando Gomes, que tem mais de 35 anos trabalhando com o teatro: "Só tem sentido um espetáculo teatral quando consegue tocar as pessoas, transformar as pessoas de alguma forma". O autor complementa: “A dramaturgia exerce o serviço de indagar, questionar, mostrar fisicamente que o problema acontece. Teatro não é apenas para entreter, é para emocionar e para mudar. E 'Invisível' tem o poder de mudança”.


Sinopse do espetáculo "Invisível"
Eduardo vive um relacionamento abusivo com seu namorado Michel. A situação se agrava ainda mais quando decidem morar juntos. Eduardo, por muito tempo, sofreu calado violência física e psicológica provocadas por seu parceiro até que um dia decide denunciar, levando o caso às autoridades. O descaso e o preconceito, vindos de quem deveria protegê-lo, cria uma barreira, ainda maior, entre o grito de socorro e o medo de se expor. A violência, então, persiste fazendo com que Eduardo sobreviva a uma estatística, normalmente atribuída apenas às mulheres.


Sobre João Côrtes
Com quase dez anos de uma carreira sólida e bem-sucedida como ator, tendo feito projetos nacionais e internacionais, protagonizado campanhas publicitárias de sucesso, 10 longa-metragens, novelas, curtas, séries para canais fechados (HBO, Sony, GNT) e abertos (Multishow, Globo) e diversos espetáculos teatrais, João vem, nos últimos três anos, se firmando como roteirista, diretor e produtor.  Em 2018, escreveu o longa-metragem "Nas Mãos de Quem Me Leva", e em 2019 produziu e dirigiu o filme, de forma 100% independente. Ainda em 2019, escreveu o roteiro do curta-metragem LGBTQIA+ "Flush", o qual também estrelou como ator. Ambos os filmes foram premiados em festivais pelo mundo, incluindo prêmios de roteiro, direção e atuação. João segue desenvolvendo roteiros para todos os formatos de conteúdo, dirigindo, produzindo, além de continuar trabalhando como ator.


Sobre Moisés Bittencourt
Moisés Bittencourt tem em seu currículo aproximadamente 40 textos de teatro, sete roteiros para cinema e três roteiros para televisão, com trabalhos encenados no Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil. Trabalhou 12 anos ao lado do autor, diretor, ator e cineasta Domingos Oliveira, exer­cendo as funções de assistente de direção e colaboração de roteiro para Teatro e TV. Atualmente Moisés Bittencourt está dirigindo um roteiro de sua autoria intitulado “A REGRA” com Charles Paraventi e Clarice Dersiê Luz

Sobre Fernando Gomes
Ator, produtor, administrador e diretor artístico, Fernando atua profissionalmente em teatro e cinema desde 1987. Trabalhou como ator com diretores e cineastas de renome nacional como Domingos Oliveira, Hamilton Vaz Pereira, Eduardo Wotzik, Breno Silveira, Pedro Vasconcellos, Claudio Torres, entre outros. No teatro produziu cerca de 40 espetáculos, como “Confissões de Adolescente” de Maria Mariana, “Confissões das Mulheres de Trinta”, de Priscilla Rozenbaum, Clarice Niskier e Maitê Proença, “Amores” e “Todo Mundo tem problemas sexuais”, de Domingos Oliveira, entre outros. Dirigiu a montagem portuguesa do espetáculo “Confissões de Adolescente”, a montagem baiana (em Salvador) de “Todo Mundo tem problemas sexuais”, de Domingos de Oliveira, e “Da Boca Pra Fora”, de Marcelo Rubens Paiva. Dirigiu, também, os atores Marcos Pasquim, Oscar Magrini e Leona Cavalli no espetáculo “E aí, comeu?” que esteve em cartaz no Rio de Janeiro e SP.  Atualmente, também é Diretor Artístico do Teatro das Artes e do Teatro dos Grandes Atores, ambos no Rio de Janeiro.


Ficha técnica
Monólogo "Invisível"}
Texto: Moisés Bittencourt
Direção e cenário: Fernando Gomes
Elenco: João Côrtes
Direção de movimento e preparação de ator: Ana Magdalena
Figurino: Clara Gomes
Visagismo: Matheus Pasticchi
Iluminação: Paulo César Medeiros
Trilha sonora: Moisés Bittencourt
Músicas: Ed Côrtes
Design gráfico: Rico Vilarouca
Direção de produção: Ricardo Fernandes


Serviço
Monólogo "Invisível"
Temporada: De 08/05 a 06/06
Teatro Itália Bandeirantes: Av. Ipiranga, 344 - República, São Paulo.
Telefone: (11) 32144579
Dias e horários: Quartas e quintas, às 20h
Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada
Duração: 65 minutos - sem intervalo
Classificação etária: 16 anos
Capacidade de público: 290 pessoas
Venda de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/93744

segunda-feira, 6 de maio de 2024

.: Natércia Pontes e a Copacabana que você nunca leu em livro de contos


Idílica, caótica, nostálgica, improvável. Os contos reunidos no livro "Copacabana Dreams" escrito por Natércia Pontes mostram o bairro de Copacabana como você nunca viu. Lançada pela Companhia das Letras, esta nova edição do livro de estreia da autora do romance "Os Tais Caquinhos", com apresentação de Letrux e Arthur Braganti.

A quitinete onde este livro foi escrito - cravada entre a rua Tonelero e a Barata Ribeiro, no coração de Copacabana - serviu de pouso para uma jovem vinda de Fortaleza que desembarcou no Rio de Janeiro com olhos e ouvidos ávidos em busca de boas histórias. Aos 24 anos, tudo ao seu redor era fascinante: as vitrines, os sebos, as locadoras de vídeo, as lojas de peruca Lady, os bares, os inferninhos. As pochetes, a maquiagem derretida no calor, os chapéus escandalosos, os vestidos de elastano, o esmalte vermelho descascado, os frangos de padaria, os sanduíches gordurosos, o chope na pressão.

Entre a prosa e a poesia, o banal e o extraordinário, a crônica e a fotografia instantânea, "Copacabana Dreams", lançado originalmente em 2012, recebeu altos elogios da crítica e foi finalista do prêmio Jabuti na categoria contos. A nova edição do livro de estreia de Natércia Pontes traz de volta para as prateleiras seu olhar a um só tempo cômico e trágico, pop e lírico, amoroso e cruel, e pinta um retrato apaixonante de uma cidade. Compre o livro "Copacabana Dreams", de Natércia Pontes, neste link. 

O que disseram sobre o livro

"Tudo ali é pequeno, canhestro e vulgar - não fosse também perdidamente humano. Triste pra burro e belo, belíssimo. É essa a grandeza de 'Copacabana Dreams'." - Beatriz Bracher

"As situações, os cenários e os personagens de Copa nunca são menos do que tresloucados, e são tão fascinantes quanto inquietantes. Nada aqui é óbvio ou previsível. Não só a voz de Natércia é única: sua imaginação também não encontra paralelos." - Camila Von Holdefer

"Sem dormir, ela sonhava acordada e confabulava essas pérolas que viraram esse livro, que pra mim é puro deslumbre. Lembro de não querer que acabasse e, quando acabou, já reli de cara, tamanho assombro e frisson me causou." - Letrux

"'Copacabana Dreams' é um brinde embrulhado em celofane neon, um agrado dourado àqueles que já viraram vapor e podem passear por tudo que é lado." - Arthur Braganti


Sobre a autora

Natércia Pontes nasceu em 1980, em Fortaleza, viveu no Rio de Janeiro, onde fez faculdade de radialismo, e atualmente mora em São Paulo. É autora do romance "Os Tais Caquinhos" (Companhia das Letras, 2021) e de "Copacabana Dreams" (publicado originalmente pela Cosac Naify, em 2012, reeditado pela Companhia das Letras em 2024). Garanta o seu exemplar de "Copacabana Dreams" escrito por Natércia Pontes , neste link.

.: "Caio em Revista" traz para o teatro textos inéditos de Caio Fernando Abreu


Os textos que compõem o roteiro abordam a relação de Caio com a cidade de São Paulo, memórias da infância e da juventude, a visão crítica da sociedade e dos tipos urbanos que a compõem. Foto: Gilberto Perin


“Gentalha adora ruído e fica úmida com aquela britadeira que ocupa espaço dentro do seu cérebro sem permitir pensar. Aliás, gentalha que é gentalha pensa pouco ou quase nada. Mas, como fala muito, às vezes engana”. (Caio Fernando Abreu para a revista "AZ")

Espetáculo solo do ator Roberto Camargo, dirigido por Luís Artur Nunes, "Caio em Revista" põe em cena textos inéditos de Caio Fernando Abreu. Engraçadíssimos, com altas doses de ironia e sarcasmo, as crônicas publicadas em revistas, como a "Around", depois "AZ", sucessos editoriais de Joyce Pascowitch, fazem um retrato dos anos 80, com as suas questões sexuais, sociais e de mudança de comportamento. Dias 11, 18 e 25 de maio, sábados, às 17h00, no Teatro Viradalata.

As vidas de Roberto Camargo, Luís Artur Nunes e Caio Fernando Abreu se cruzaram definitivamente em Paris, no início dos anos 90, e os encontros se repetiram até a morte precoce do escritor em 1996, aos 47 anos. "A Maldição do Vale Negro", texto de Luíz Artur Nunes, em colaboração com Caio Fernando Abreu, recebeu o Prêmio Molière de melhor autor em 1988.  

A ideia do espetáculo "Caio em Revista" surgiu em uma homenagem para o escritor, quando Roberto Camargo, um dos fundadores da "Terça Insana", em meio aos textos mais densos e conhecidos de Caio trouxe “Bolero”, uma crônica escrita para a revista "AZ", editada por Joyce Pascowitch, que comandou uma revolução editorial nos anos 80, trazendo personagens e a efervescente cena cultural de São Paulo para as suas páginas e capas. Ao lado de Caio, trabalhavam para as suas publicações a fotógrafa Vania Toledo, o jornalista Antonio Bivar e o artista Guto Lacaz, que assinava a direção de arte e que agora, em "Caio em Revista" irá assinar o cenário e toda a parte gráfica.

Os textos que compõem o roteiro abordam a relação de Caio com a cidade de São Paulo, suas memórias da infância e da juventude, sua visão crítica da sociedade e dos tipos urbanos que a compõem, como o bar Ritz, a novela "Vale Tudo", a boite Madame Satã e as músicas de Rita Lee, Madonna e Chet Baker. Tudo isso temperado com a ironia fina e o humor cáustico e requintado que caracterizaram a vida e a obra do escritor, uma pessoa à frente do seu tempo, ligado em questões que só muito mais tarde viriam a ser discutidas.


“Sexo hoje em dia, para mim, é uma palavra envolta em brumas ainda mais densas do que as de Avalon. Um assunto pré-histórico, algo que as pessoas costumavam fazer umas com as outras antes que isso fosse considerado fatal.”
(Caio Fernando Abreu)


Em cena, Roberto será porta voz de Caio nos textos mais pessoais, falando em primeira pessoa sem qualquer tentativa de reproduzir as características físicas e vocais de Caio. Uma outra voz abarca dois heterônimos criados por Caio:  as colunistas Nadja de Lemos e Terezinha O’Connor, figuras femininas (dentro de uma estética “camp”, é claro), que fazem uma crônica dos tipos humanos e comportamentos da fauna urbana da São Paulo (ou de qualquer megalópole) dos anos 80, revelando uma percepção aguda a apontar um dedo (de longa unha vermelho-ciclâmen) para as idiossincrasias da sociedade alternativa da época.


“Naja é aquela pessoa que faz ou diz maldades com classe, elegância, charme, inteligência, sabedoria e humor. Uma najice dói feito ácido porque é verdadeiríssima.” (Caio Fernando Abreu)

Em "Caio em Revista" teremos um Caio Fernando Abreu um tanto diverso daquele intérprete das angústias e do mal-estar no mundo de sua geração. Roberto Camargo vestirá a roupa de um Caio memorialista e poético, de um Caio humorista e cronista, de um Caio cheio de graça e de luz.


Ficha técnica
Monólogo "Caio em Revista"
Textos: Caio Fernando Abreu
Roteiro e Atuação: Roberto Camargo
Direção: Luís Artur Nunes
Assistência de direção: Patrícia Vilela
Projeto gráfico: Guto Lacaz
Iluminação: Claudia de Bem
Figurino: Mareu Nitschke
Trilha Sonora: Roberto Camargo e Luís Artur Nunes
Edição de Trilha Sonora: André Omote
Direção de Produção: COLAATORES e Splendore Produções Produtor de Parcerias
Gênero: comédia
Indicação etária: 14 anos
Duração: 60 minutos

Serviço
Monólogo "Caio em Revista"
Temporada: dias 11, 18 e 25 de maio, sábados, às 17h00
Ingressos: R$ 80,00 | R$ 40,00
Bilheteria abre duas horas antes do espetáculo
Link para compra on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/92820/d/250020
Teatro Viradalata | 240 lugares
Rua Apinajés, 1387 – Sumaré/São Paulo
Teatro com acessibilidade

.: "O Gato Subiu no Teclado": a história de um bichano que se transforma em poeta


Todo bichano é esperto, não? Com o andar elegante e suas patinhas inquietas, eles são capazes até de abrir uma torneira para beber água. Mas tem um gatinho, em especial, que se arriscou também em virar poeta. E sua história é contada em "O Gato Subiu no Teclado", escrito por Mariana Mesquita e com ilustração de Rafa Antón. Com uma abordagem criativa e divertida, a história mostra que para a literatura não há limites para imaginação e que o amor é capaz de extrair coisas inimagináveis.

"O Gato Subiu no Teclado", traz a história de um bichano que, despretensiosamente, começou a escrever poesias enquanto rolava pelo teclado. Seus passos leves e curiosos o levaram a explorar não apenas os telhados da vizinhança, mas também a literatura. Com um olhar curioso sobre o mundo, ele descobre que as palavras têm o poder de criar universos inteiros.

Ao colocar seus óculos e se olhar no espelho, ele se depara com uma visão surpreendente de si mesmo. Ali, diante do reflexo, ele se reconhece não apenas como um felino comum, mas como um ser capaz de ir além. Se vê um poeta em potencial, alguém que não se contenta em apenas observar o mundo, mas que deseja expressar sua essência por meio das palavras.

Motivado por essa revelação, o gato decide criar seus versos, mas sente que algo ainda lhe falta. Por mais que dominasse as técnicas e os ritmos poéticos - há referências até a versos do poeta português Fernando Pessoa -, o gato percebe que suas palavras careciam de emoção. Faltava-lhe o combustível essencial que fazia as palavras ganharem vida: o amor.

Foi então que o gato sentiu seu coração bater mais forte ao lembrar da gatinha da vizinha. Era algo sublime, pulsando em suas veias e inundando sua alma. Naquele instante, ele compreendeu que o verdadeiro motor da poesia era o sentimento puro e verdadeiro.

Com o amor e sua musa inspiradora, o gato finalmente encontrou a fonte de sua criatividade. Seus versos, agora impregnados de paixão, ganharam vida própria, fluindo livremente pelo teclado. Cada palavra era um reflexo de sua devoção pela gatinha da vizinha, um tributo à beleza e à profundidade do sentimento que os unia.

"O Gato Subiu no Teclado" não é apenas a história de um bichano que se transforma em poeta, mas também uma ode ao poder transformador do amor na arte. É uma celebração da criatividade e da imaginação, que nos lembra que, mesmo nos cantos mais inesperados, a beleza da poesia pode florescer. Compre o livro "O Gato Subiu no Teclado" neste link.

Sobre a autora
Mariana Mesquita
é uma artista multifacetada que emergiu no cenário do Rio de Janeiro nos anos 80. Iniciou como atriz no grupo Banduendes, "filho" do Asdrúbal Trouxe o Trombone, ela se destacou na fundação do Circo Voador, no Arpoador. Nos anos 90, expandiu sua atuação como assistente de direção e dirigiu peças notáveis, enquanto autografava obras como "Voluntários da Pátria" e "Solidão a Dois". Na TV, brilhou como roteirista em programas como "Malhação" e "A Grande Família", e em minisséries premiadas como Justiça. Sua contribuição literária para o público infantil inclui o Dicionário da Turma do Sítio e A Ilha de Malabares.


Sobre o ilustrador
Rafa Antón é natural da Galícia, Espanha, e já morou em Madri e Munique antes de estabelecer-se em São Paulo. Sua carreira está centrada na colaboração com produtoras de cinema e agências de publicidade, onde se destaca na criação de storyboards, animações e ilustrações diversas. Sua arte também se estende a revistas e obras de ficção, além de desenhos de personagens e projetos de animação. Garanta o seu exemplar de "O Gato Subiu no Teclado" neste link.

.: "O Vazio na Mala" guarda os segredos da 2ᵃ Guerra Mundial no Teatro Sesi-SP


Criado a partir da história de uma família sobrevivente do Holocausto, o espetáculo segue em cartaz no Teatro Sesi-SP até dia a 30 de junho. Foto: João Caldas

Entre ficção e realidade, o espetáculo "O Vazio na Mala" guarda os segredos  de uma família sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. Criado a partir da história de uma família sobrevivente do Holocausto, o espetáculo segue em cartaz no Teatro Sesi-SP até dia a 30 de junho. Idealizado pela atriz Dinah Feldman, que também atua, tem texto de Nanna de Castro e direção de Kiko Marques. Com Emílio de Mello, Fábio Herdford e Noemi Marinho.

A partir de fatos verídicos mesclados a uma trama ficcionada, a história de uma família  sobrevivente do Holocausto - que imigrou da Alemanha para a China e em seguida fugiu da ocupação japonesa em Shangai, em 1941, vindo para o Brasil - é recuperada em "O Vazio na Mala". Inspirada e provocada pelo drama da perseguição nazista, a dramaturgia inédita cria uma ficção, atual, que desdobra inúmeros temas a partir do trauma familiar: as relações que se estabelecem pelo silêncio na família e na sociedade; e, também, como o afeto regenera feridas e aparece de maneiras inusitadas.

Em "O Vazio na Mala", o silêncio é um dos personagens principais, guardado e vigiado dentro de uma mala. Esta mala antiga, um objeto aparentemente sem importância, foi testemunha dos horrores que tentam esconder dentro dela. E nessa busca pelo vazio, que ali jaz, é que a história se revela. Concepção e idealização de Dinah Feldman, texto de Nanna de Castro e direção de Kiko Marques. No elenco, Noemi Marinho, Emílio de Mello, Fabio Herford e Dinah Feldman. Compõem a equipe Gregory Slivar (trilha sonora), Márcio Medina (cenário), João Pimenta (figurinos), Louise Helène (visagismo) Wagner Pinto (luz), André Grynwask (videomapping) e Marcela Horta (direção de produção). A temporada conta com interpretação em Libras e sessões com audiodescrição aos sábados e domingos.


Idealização e texto
A atriz Dinah Feldman idealizou o espetáculo ao tomar conhecimento, por meio do depoimento em vídeo do primo William Jedwab, dos fatos ocorridos com pais e avós dele. De valor narrativo, os dados fornecidos na gravação e uma mala de couro surrada vinda da Segunda Guerra (contendo documentos em alemão e chinês), trazida pelos parentes, contam a trajetória e o drama dos Jedwab. Hoje são documentos preservados e guardados no Museu Judaico de São Paulo.

À saga da família, junta-se a ficção em torno da curiosidade sobre o conteúdo de uma velha mala de couro. A ideia de montar a peça nasceu paralelamente ao trabalho de Dinah no núcleo Educação e Participação do Museu Judaico de São Paulo, quando conviveu por um ano com a mala, exposta no local depois de doada pelo primo. Nas visitas guiadas, a atriz contava a história do objeto. “Falando da mala, fui desenvolvendo o projeto do espetáculo”, diz, informando que ela e o primo logo escolheram Nanna de Castro para escrever o texto.

Em "O Vazio na Mala", Samuel (Emílio de Mello), renomado jornalista de guerra, retorna ao Brasil em 2005 para vender o apartamento dos pais, fechado desde a morte deles, há mais de cinco anos. Porém, ao mergulhar nas memórias familiares, ele se depara com conflitos e segredos. A avó, Esther (Noemi Marinho), guarda numa mala fechada os relatos e documentos da fuga da Alemanha nazista. Em meio a revelações sobre o passado violento de seu pai, Franz (Fabio Herford), a cuidadora Ruth (Dinah Feldman) surge como elo de afeto e uma força propulsora do encontro entre Samuel e Esther e das transformações necessárias a cada um. Baseada em eventos reais, "O Vazio na Mala" explora temas universais como família, ciclos e a busca por significado.


Sobre a montagem – por Kiko Marques
A encenação de Kiko Marques é centrada nas atuações, no poder das palavras, na qualidade ao mesmo tempo particular e pública daquilo que está sendo contado e também na comunhão desses fatores com o cenário, figurinos, luz, som e projeções.  “Contamos uma história criada a partir de um fato real, e que trazemos ao espectador na forma de uma visita aos protagonistas dessa história, um encontro com suas vidas particulares e seus dramas mais íntimos”.  Kiko pretende levar o espectador a ser testemunha e cúmplice dessas vidas e suas trajetórias. “Pra isso os apresentamos à intimidade das personagens, às suas casas, aos quartos de sua infância, seus hábitos, suas roupas”. Ao mesmo tempo, a proposta é centrada na perspectiva ampla dessa história que nasce no holocausto, da fuga de uma mulher judia à perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial, história de uma sobrevivente ao projeto nazista de extermínio em massa de seres humanos. 


“Em cena temos as casas de Esther e Franz, mãe sobrevivente e filho já morto, que aparece na forma de espectro/memória; Sami, neto de Esther e filho de Franz, que chega para visitar ao mesmo tempo a avó e suas memórias de infância; e uma mala fechada onde Esther pretendeu aprisionar sua história, como sua memória que se esvai. Também temos um céu de malas por sobre nosso mundo e nossa mala particular. Um céu de histórias iguais a dela. Temos as duas casas, espelhadas, onde a ação acontece, e que se separam à medida que as memórias se encarnam e o vazio se instaura; temos a segunda guerra e a perseguição que são projetadas nas paredes dessas casas, como balas e bombas a corroer não mais a matéria presente, mas a perspectiva do futuro.”

 
Sobre o texto de Nanna de Castro
Nanna de Castro foi uma das pessoas entrevistadas por Dinah e William quando selecionavam quem escreveria o texto. Da história ouvida por ela, o ponto considerado marcante da trama, “o que tocou minha alma” - foi a relação entre pai e filho. De forma intuitiva e emocional, a autora logo imaginou o resgate dessa relação danificada. “Propus o caminho e William topou”, conta, lembrando do frio na barriga ao imaginar “andar pela história de uma família, pelos meandros afetivos das relações”.

Para escrever o texto, Nanna baseou-se também em entrevistas que fez com pessoas da família de William – a irmã, os amigos do pai, uma tia. “Aprofundei-me em pesquisas no Museu Judaico, estudei histórias similares e li alguns livros, entre eles 'A Garota Alemã', de Armando Lucas Correa; 'Maus, a História de um Sobrevivente', de Art Spiegelman, e 'Ten Green Bottles', de Vivian Kaplan”, conta, observando que a peça tem um lugar quase de uma constelação familiar. “De alguma forma, o teatro tem o poder de revistar a ligação de pai e filho e trazer para um lugar mais saudável”, finaliza.
 

Sobre a cenografia de Marcio Medina
A velha mala de couro – com os segredos e as memórias de uma história de vida - foi o objeto que inspirou e norteou a cenografia de Marcio Medina. Para reproduzir o passado de duas gerações - o quarto de Esther (Noemi Marinho) e do seu filho Franz (Fábio Herford) – o cenógrafo concebeu dois quadrantes espelhados com objetos e mobiliário. O fundo do palco abriga um grande telão de papel - como uma antiga carta -, emoldurado com palavras e fragmentos de frases em hebraico, chinês etc.

Medina explica que as peças retratam o que resta de memória no cérebro e alma de Esther e servem de superfície para inúmeras projeções de lembranças e fatos passados. “Os quadrantes pouco a pouco deslizam para as coxias, deixando o palco nu, deserto. Como o apagamento da mente, fica o nada absoluto. Várias malas ocupam todo o espaço aéreo do palco. Iluminadas, revelam em seu conteúdo imagens de vários grupos perseguidos pelos nazistas na segunda guerra”, explica. “Uma mala pode transportar uma história de sobrevivência, resguardada e reduzida por um apagamento de memória da personagem Esther, de 92 anos. São histórias, objetos e documentos consumidos pela luta e manutenção de uma família”, finaliza Marcio.

 
Sobre o figurino de João Pimenta
O figurinista João Pimenta inverteu seu processo de trabalho na construção do figurino dos personagens. Depois de receber o briefing do diretor Kiko Marques, solicitando “uma roupa casual, do cotidiano”, o criativo logo partiu para a criação das peças. Pelo que absorveu, começou a desenvolver as roupas antes mesmo de ter o texto finalizado e de saber o perfil, as características dos personagens - quem era essa família - mãe, pai,  cuidadora e filho. “Minha proposta com o Kiko foi fazer este caminho inverso - criar o figurino e depois encaixá-lo na necessidade do espetáculo. A gente costuma dizer que na moda a roupa é a segunda pele e que no figurino ela é a primeira pele, a casca do personagem”. Pimenta considera positivo o processo pois permite que o elenco ensaie com as roupas desde o começo e não em uma etapa mais adiante. “Assim, o ator já pode sentir o personagem. E a ideia agora é ir ajustando até finalizar”.

Uma única cor foi concebida para todas as peças - o cinza e suas várias tonalidades. No design, a proposta de mesclar referências de várias não define tempo nenhum. Todas as roupas foram confeccionadas em tecido de alfaiataria, como risca de giz, lã fria, cinza mescla. Para dar a ideia de uma roupa com história, o figurino passou por um tratamento de envelhecimento, menos na roupa do filho. Um vestido em tecido de gola fechada transmite a austeridade demandada pela personagem Esther. Desgastado, o figurino do pai – “uma roupa de ficar em casa” – é formado por camiseta regata, roupão e chinelo. Já o da cuidadora, em tom mais claro, tem fluidez e passa o conceito de um anjo. Camisa e calça social, o do filho jornalista é mais elegante e atual.

 
Sobre a trilha sonora de Gregory Slivar
O universo da música judaica e suas variadas matizes são o foco da pesquisa de Gregory Slivar, autor da trilha sonora. “Com a ajuda de Dinah Feldman, entrevistamos pessoas ligadas à música deste contexto cultural, como músicos de Klezmer, cantores e pesquisadores, bem como também assistimos reuniões em sinagogas. Para além dessas pesquisas, ainda estou experimentando como me apropriar deste material a fim de poder colaborar com a história da peça”, conta Gregory. Uma vez imerso neste universo, Greg pretende usá-lo como inspiração para suas composições. “As músicas irão aparecer como traços de memória e ligações entre os recortes de espaço e tempo da peça”.  Slivar explica que as vozes serão um elemento sonoro de lembrança e, remetendo aos conjuntos tradicionais, uma base instrumental será usada para realizar a costura das cenas. “Penso na trilha como este caminho entre o subjetivo destas personagens, suas buscas de um lugar de pertencimento, a fuga dos traumas e seus ritos de cura”.

 
Serviço
Espetáculo "O Vazio na Mala"
Culturas em Movimento – coletivo artístico e produção cultural
Drama, adulto, 90 minutos. Recomendado para maiores de 14 anos
Centro Cultural Fiesp. Teatro do Sesi - São Paulo. Av Paulista, 1313
Dramaturgia: Nanna de Castro. Direção: Kiko Marques. Elenco: Dinah Feldman, Fábio Herford, Emílio de Mello e Noemi Marinho
Temporada - De quinta a sábado, às 20h00. Domingo, às 19h00
Até dia 30 de junho, de quinta a sábado, às 20h00, e domingo, às 19h00
Libras e audiodescrição: sábados e domingos
Debates: um domingo por mês
Gratuito, tem que fazer agendamento pelo site do Sesi
 
Oficina: “Ler Dramaturgia” - com Silvia Gomez
Dias 06, 13, 20 e 27 de maio, das 19h30 às 21h30
Sobre a oficina - Ler para escrever. Escrever como modo de ler. Partindo da inspiração de que “a invenção literária é, na verdade, um trabalho da memória”, como afirmou o escritor Jorge Luis Borges, esta jornada de encontros é dedicada a quem se interessa em aprofundar o olhar para a leitura de peças teatrais e suas especificidades: estrutura, imagens, repetições, oposições, tensão e interesse.

.: Espetáculo "M4NO": todas as segundas de maio no Teatro Pequeno Ato


O espetáculo "M4NO" conta a história de Luís Felipe, alguém que faz escolhas guiadas pela angústia de não se sentir completo. Desesperado pela apatia dos dias e das pessoas comuns, ele considera a felicidade como algo inalcançável. A segunda temporada do espetáculo segue até 27 de maio, todas as segundas-feiras, às 21h00, no Teatro Pequeno Ato. O bar do teatro abre 30 minutos antes. 

Em distintas janelas de tempo, a perturbação de Luís Felipe é narrada num jogo que experimenta todas as tensões entre o que é real e o que é ficção. De forma despretensiosa, a peça fala de masculinidade, de privilégios e dos erros cometidos na busca de resolver o tédio com sexo. Os narradores desenrolam a história de Luís Felipe, que mesmo com o passar dos anos não consegue se livrar da persistente sensação de vazio.

Ficha técnica
Espetáculo "M4NO". Direção e dramaturgia: Gabriela Lemos | Elenco: Haroldo Miklos, Natália Coutinho, Rafael Americo, Thomas Marcondes | Participação especial: Marilia Curtolo | Coreografia e movimento: Marilia Curtolo | Figurino: Gi Marcondes | Produção técnica: Quinhoss | Iluminação: Dida Genofre | Trilha Sonora: Haroldo Miklos e Rafael Americo | Design Gráfico: Haroldo Miklos | Social Mídia: Rafael Americo | Fotos: Haroldo Miklos | Assistente de Produção: Ricardo Granado | Produção: Gabriela Lemos e Thomas Marcondes


Serviço
Espetáculo "M4NO". 
Segundas-feiras, às 21h00, até dia 27 de maio.
Teatro Pequeno Ato.
R. Teodoro Baima, 78 - Vila Buarque/São Paulo.
Ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada) via Sympla.
Lotação: 40 lugares.
Classificação: 16 anos.
Duração: 60 minutos.

domingo, 5 de maio de 2024

.: Depois do show histórico, biografia de Madonna chega para arrebatar


Com escrita envolvente, Mary Gabriel faz em "Madonna: uma Vida Rebelde", lançado no Brasil pela editora BestSeller, um relato impactante sobre a vida de uma das maiores artistas do mundo, um ícone cultural que mudou os rumos da música pop. A biografia, que destaca a influência da cantora e sua obra na cultura e na sociedade mundial, foi indicada como livro do ano pelo Sunday Times, biografia do ano pelo Guardian e melhor livro do ano sobre música pelo Telegraph, além de estar entre as biografias indicadas pelo New York Times Editor’s Choice de 2023. A autora foi finalista dos prêmios Pulitzer, National Book Award e National Book Critics Circle Award. A tradução é de Patrícia Azeredo, Luana Balthazar e Alessandra Bonrruquer.

No último sábado, dia 4 de maio, Madonna fez o encerramento mundial da Celebration Tour, que comemorou os 40 anos de carreira da artista em um show inesquecível na praia de Copacabana, no Rio. O show gratuito, descrito no oficial da artista como a maior pista de dança do mundo, entrou para a história. Quando decidiu escrever "Madonna: uma Vida Rebelde", em 2016, Mary Gabriel, autora finalista dos prêmios Pulitzer e National Book Award, não imaginava que o resultado seria um trabalho monumental, com mais de 800 páginas. Escrever sobre uma artista como Madonna não é tarefa fácil, afinal, não se trata apenas de um ícone do entretenimento, mas de uma artista que teve impacto na cultura mundial.

A menina comum que perdeu a mãe para o câncer de mama e precisou amadurecer rápido demais para cuidar dos irmãos se transformaria em algo muito maior do que uma estrela da música pop: um ícone cultural e uma das artistas mais influentes da indústria. Questões culturais, religiosas, sociais e políticas sempre foram o combustível que alimentava a criatividade de Madonna, por vezes fazendo a artista ser alvo de polêmicas e sofre críticas vorazes. Mas ela nunca deixou de aproveitar a notoriedade de que desfrutava para - muitas vezes de forma chocante e até mesmo feroz - defender bandeiras: a liberdade sexual feminina, os direitos da comunidade LGBTQIAPN+, o antirracismo e a luta contra o patriarcado, o machismo e a xenofobia. Com falas de pessoas próximas à artista, "Madonna: uma Vida Rebelde" apresenta tudo o que influenciou (e ainda influencia) a obra da maior artista performática da nossa era.

Com escrita empolgante e pesquisa embasada, Mary Gabriel nos apresenta uma biografia monumental retratando as múltiplas faces de uma artista ousada, disciplinada e visionária, costurando os dramas da vida pessoal, o ativismo, o questionamento diante da sociedade e os feitos de uma das maiores artistas do nosso tempo. Compre o livro "Madonna: uma Vida Rebelde", de Mary Gabriel, neste link.


Sobre a autora
Mary Gabriel
é jornalista e já escreveu quatro livros, incluindo Amor & capital, sobre o casamento de Jenny e Karl Marx, que foi finalista dos prêmios Pulitzer, National Book Award e National Book Critics Circle Award. A autora trabalhou em Washington, D.C., e em Londres como editora da Reuters por quase duas décadas. Ela mora na Irlanda. Garanta o seu exemplar de "Madonna: uma Vida Rebelde", escrito por Mary Gabriel, neste link.

.: “Complicações de um relacionamento me fascinam", diz diretor de "Rivais"


Em cartaz, filme estrelado por Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor já arrecadou R$ 2 milhões em bilheteria

Em exibição rede Cineflix Cinemas, "Rivais" ("Challengers"), novo longa de Luca Guadagnino, tem como centro da narrativa o triângulo amoroso formado por Zendaya, Mike Faist e Josh O'Connor em uma trama que traz o universo do tênis como pano de fundo. Para o cineasta, abordar as relações amorosas por meio da modalidade foi uma experiência inédita em sua carreira. “As complicações de um relacionamento me fascinam. O controle sobre o outro, que acaba dependendo do controle de si mesmo. Eu não sabia nada sobre tênis, mas meu trabalho como cineasta é estudar e descobrir o que eu antes não sabia. Foi uma grande oportunidade para eu entender como a dinâmica do desejo e a dinâmica do controle e do autocontrole, se espelham na beleza e no atletismo do jogo de tênis”, afirma o diretor. Há duas semanas em cartaz no Brasil, a produção já arrecadou R$ 2 milhões em bilheteria.

Segundo Zendaya, que também produziu o filme, Luca vê os personagens como seres humanos. "Tem uma maneira incrível de olhar para cada personagem de 'Rivais' por meio de uma lente empática. Ele é tão bom em extrair nuances e aspectos humanos dos personagens, para que eles sejam vulneráveis e facilitem a conexão com o público”. "Rivais" segue em cartaz nos cinemas brasileiros, com sessões acessíveis. 


Sobre o filme
Dirigido pelo visionário cineasta Luca Guadagnino, Rivais é estrelado por Zendaya (Duna, série Euphoria), no papel de Tashi Duncan, atleta prodígio do tênis que se tornou treinadora, uma força da natureza que não pede desculpas por seu jogo dentro e fora da quadra. Casada com um campeão (Mike Faist, Amor, Sublime Amor) que tem acumulado apenas derrotas nos últimos jogos, a estratégia de Tashi para a redenção de seu marido toma um rumo surpreendente quando ele deve enfrentar o fracassado Patrick (Josh O'Connor, série The Crown) nas quadras. Patrick foi o melhor amigo de seu marido, e é ex-namorado de Tashi. Quando o passado e o presente entram em colisão, e as tensões aumentam, Tashi deve se perguntar qual será o custo dessa vitória.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Garfield - Fora de Casa" ("The Garfield Movie") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: "É uma chance para recomeçar livre de pesos", diz autor que sofreu amnésia


Em entrevista, Tom W. Kooper conta como utilizou a literatura para recuperar as próprias lembranças e publicou "Identidade", romance policial ficcionalizado a partir desta experiência 

Imagine acordar em um dia qualquer, após um breve cochilo, e não lembrar de nada do que viveu nas três últimas décadas. Sua profissão, relacionamento, amigos, família: de repente, tudo desapareceu. Como se reconstruir após perder as lembranças dos principais momentos da vida? Esse foi o sofrimento real de Tom W. Kooper, professor de matemática que teve uma amnésia total em 2019, aos 50 anos. Baseado na experiência, o escritor publicou o romance policial Identidade, no qual ficcionaliza a própria história com uma boa dose de mistério. 

Nesta narrativa, Alan Cerqueira sofre um acidente que muda o rumo da sua trajetória: quando o carro dele é alvejado por tiros, o respeitado médico recebe uma descarga elétrica que o faz esquecer de tudo. Enquanto luta para recuperar as memórias, o protagonista descobre segredos obscuros, como traições e desvios de dinheiro no hospital que administrava. Mas além de buscar pelo passado perdido, assim como o autor, o personagem inicia uma missão para desvendar a verdadeira face das pessoas que o cercam e para tentar sobreviver a uma conspiração que pode colocar sua vida em risco. 

Hoje, Tom se divide entre dar aulas e escrever. Em entrevista, o autor conta sobre como transformou o hobbie da escrita em uma forma de resgatar a própria identidade. Ele também comenta sobre o impacto do trauma e como abordou isso no desenvolvimento da trama, trazendo para a ficção diversas reflexões existenciais. Compre o livro "Identidade", de Tom W. Kooper, neste link.


Sua experiência pessoal com a amnésia total é um aspecto único que influenciou diretamente a trama de "Identidade". Como a sua própria jornada de recuperação de memórias influenciou a construção do protagonista e a narrativa como um todo?
Tom W. Kooper - A influência foi grande. Durante a terapia, foi-me sugerido escrever sobre a minha condição e sobre como eu passava os dias, na forma de um diário. A partir desses registros, construí o personagem Alan Cerqueira e todo o drama que ele passou na tentativa de recuperar as lembranças perdidas. A minha experiência pessoal com a perda de memória facilitou e deu profundidade na descrição de cada passo da jornada dele.  


Como foi o processo de transformar uma experiência tão pessoal e desafiadora em uma narrativa ficcional? 
Tom W. Kooper - Quando eu decidi escrever "Identidade", eu já havia escrito um livro de estreia, "A Segunda Chance de Thomas Lutter", e também havia recuperado uma boa parte das minhas memórias, o que facilitou na escrita desse segundo livro.


Você encontrou alguma dificuldade em separar sua própria experiência da história que estava criando para o livro?
Tom W. Kooper - Na época em que escrevi "Identidade", tinham passado dois anos do ocorrido, e eu já compreendia melhor a minha situação, não havendo nenhuma dificuldade em abordá-la, mesmo de forma ficcional. 


Você acredita que sua experiência com a amnésia mudou sua perspectiva sobre a vida?
Tom W. Kooper - Essa é uma pergunta difícil de responder, uma vez que eu não me recordo da forma como eu enxergava a vida. Posso afirmar que houve mudanças de gostos e comportamento, relatados pelas pessoas mais próximas a mim. Hoje, eu me vejo como uma pessoa paciente, reflexiva, compreensiva, focada em viver o presente e aprender o máximo que posso sobre diversos assuntos. Apesar de ter sido um período difícil, sou grato pelo que me aconteceu, pois me proporcionou a ser quem eu sou hoje e a valorizar mais as minhas conquistas, a minha vida e as pessoas que fazem parte dela. 


Você começou a escrever como uma forma de recuperar as memórias. Como isso contribuiu para você se recordar das lembranças? 
Tom W. Kooper - Na verdade, a sugestão feita para que eu usasse a escrita como forma de terapia tinha como objetivo tirar o meu foco da busca pelas lembranças perdidas, pois estava me causando depressão e ansiedade.


E por que você decidiu enveredar pela ficção após iniciar o processo de escrita? 
Tom W. Kooper - Foi a minha esposa que sugeriu que eu deixasse de escrever sobre o meu dia a dia pós-amnésia e contasse uma história de ficção, baseada em uma redação elogiada do meu ensino médio. Nascia ali o meu primeiro livro,"A Segunda Chance de Thomas Lutter", inspirado em "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas. Minhas memórias foram sendo recuperadas quando me submeti a sessões de hipnose. 


Protagonista do livro, Alan Cerqueira é retratado como um personagem complexo, enfrentando não apenas a perda de memória, mas também dilemas éticos e emocionais. Como você desenvolveu a jornada interna de Alan e como a amnésia sofrida por ele afeta não apenas a percepção do mundo ao seu redor, mas também sua própria identidade e moralidade?
Tom W. Kooper - Com a amnésia, Alan encontrou dificuldades nas relações pessoais e nas interações sociais, por não reconhecer as pessoas que faziam parte da sua vida pessoal e profissional, e por não saber se podia confiar no que lhe era dito. Apesar da perda de memória, o protagonista tinha uma noção do que era certo e errado, o que o levou a conflitos internos diante de descobertas de caráter questionável a respeito do seu passado e sobre as pessoas próximas, forçando-o a se posicionar.  


A capa do livro traz uma frase provocativa: "Se somos a soma das nossas experiências, então quem somos se todas as lembranças de uma vida desaparecem da noite para o dia?". No desfecho, qual é a mensagem que você espera passar para seus leitores com essa trama?
Tom W. Kooper - Nossa vida é muito frágil e, por isso, muito preciosa. Toda a nossa história, toda a nossa identidade é formada a partir de anos de experiências, de decisões certas e erradas. Perder todas as lembranças é desesperador, principalmente se você não sabe se vai recuperá-las, mas ao mesmo tempo, quando a mente silencia, é uma experiência reveladora, pois mesmo sem conhecimentos, sem crenças, sem referências, ainda nos restam valores intrínsecos à nossa vida e/ou à nossa personalidade mais básica. Esse é o primeiro item da nossa bagagem a ser carregada na nova jornada. Essa experiência é transformadora e uma grande chance para um recomeço livre de pesos, pressões e cobranças que impomos a nós mesmos.

.: Milhem Cortaz em "Diário de Um Louco" no Teatro Viradalata


O ator, que recentemente brilhou na série “Os Outros”, interpreta Akcenti Ivanovitch, um funcionário público que gradualmente vai perdendo a sanidade mental. Foto: Priscila Prade


Pela primeira vez em São Paulo, "Diário de Um Louco" traz o ator Milhem Cortaz no primeiro espetáculo-solo da carreira, com direção de Bruce Gomlevsky. Em formato de um diário, a peça conta a história de um funcionário público e a súbita paixão pela filha do seu chefe, que desencadeia uma série de conflitos com o mundo ao redor, culminando na desestruturação total do seu pensamento. A partir da loucura como eixo central, essa adaptação do conto do escritor russo Nikolai Gogol - publicado em 1835 - lança um olhar sobre as pessoas à margem da sociedade.

O ator, que recentemente brilhou na série “Os Outros”, interpreta Akcenti Ivanovitch, um funcionário público que gradualmente vai perdendo a sanidade mental. A partir dos relatos em seu suposto diário, fica evidente a progressiva desconexão desse "homem comum" com a realidade. “Diário de Um Louco” apresenta as desventuras do funcionário público, tomado subitamente de paixão pela filha do chefe. Elaborando planos mirabolantes para ser percebido pela moça, de uma classe social mais alta, cria para si um mundo de fantasias que sai de seu controle e acaba por condená-lo ao manicômio.  

O projeto foi idealizado pelo produtor Carlos Grun, que retoma a parceria com o ator e o diretor iniciada há doze anos na montagem de “A Volta ao Lar”, de Harold Pinter. A PRIO, em conjunto com o Ministério da Cultura, apresenta essa adaptação do conto literário do escritor russo Nikolai Gogol (1809-1852). A encenação se concentra na fisicalidade do trabalho de Milhem Cortaz - seus recursos vocais e corporais desenham a desintegração mental do personagem. Há tons de surrealismo na subversão do uso dos objetos de cena, que têm suas funções trocadas.

“'Diário de Um Louco' é um clássico de grande atualidade e pertinência nos dias de hoje. Num momento onde o consumo de medicamentos psiquiátricos banalizou-se, é de suma importância discutir a questão da saúde mental. O clássico de Gogol retrata o processo dramático e gradativo de ‘enlouquecimento’ de Akcenti Ivanovitch, um emblemático funcionário público da classe trabalhadora fadado a ser explorado por toda uma vida. E dirigir Milhem Cortaz é muito gratificante. Um ator de extrema potência, completamente disponível e em sintonia com a minha forma de trabalhar a cena”, festeja o diretor.


Ficha técnica
Solo "Diário de Um Louco"
Texto: Nicolai Gogol
Tradução: Paulo Bezerra - Editora34
Idealização: Carlos Grun
Direção: Bruce Gomlevsky
Elenco: Milhem Cortaz
Luz: Elisa Tandeta
Figurinos: Carol Lobato
Cenário: Nello Marrese
Trilha sonora e direção musical: Marcelo Alonso Neves
Fotos: Priscila Prade
Design gráfico: Rita Ariani
Vídeos: Eduardo Chamon
Direção de produção: Carlos Grun
Realização: Bem Legal Produções
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany

Serviço
Solo "Diário de Um Louco". Até dia 2 de junho. Teatro Viradalata - Rua Apinajés, 1387, Perdizes / São Paulo (estacionamento conveniado na Rua Capital Federal, 260), Telefone: (11) 3868-2535. Horários: sextas-feiras e sábados, às 20h00. Domingos, às 19h00. Ingressos:  R$ 80,00 e R$ 100,00; R$ 40,00 e R$ 50,00 (meia-entrada), na bilheteria ou www.sympla.com.br. Bilheteria: de sexta-feira a domingo, a partir de duas horas antes. Gênero: drama. Capacidade: 240 espectadores. Classificação: 14 anos. Duração: 80 minutos.

.: Prestes a completar 160, "Alice no País das Maravilhas" ganha edição especial


Prestes a completar 160 anos, o clássico da literatura inglesa "Alice no País das Maravilhas" recebe uma nova edição no Brasil pelo selo Via Leitura, do Grupo Editorial Edipro. A obra, que chega a este marco em 2025, continua a encantar gerações, e é fonte de inspiração para inúmeras adaptações no cinema e na literatura.

Escrito por Charles Lutwidge Dodgson sob o pseudônimo de Lewis Carroll, o livro transcende a categoria de conto infantil ao oferecer aspectos históricos e culturais da época vitoriana. As primeiras ilustrações foram feitas pelo próprio Carroll, antes de Sir John Tenniel assumir a tarefa para a primeira edição, em 1865.

Esta nova edição preserva o texto integral da primeira edição, bem como as ilustrações originais de Sir John Tenniel. A capa foi criação do ilustrador, quadrinista e designer gráfico Thiago Souto, conhecido por seu trabalho premiado no Brasil, França, Polônia e Estados Unidos. Souto mergulhou na narrativa para trazer todos os elementos do clássico e proporcionar aos leitores uma experiência tão maravilhosa quanto a própria história de Alice – também nome de sua filha e inspiração para o trabalho. Pela primeira vez, o clássico entrou na lista de leituras obrigatórias e pode ser tema de questões nas próximas três edições do vestibular da Unicamp. Compre o livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll, neste link.


Relembre a história
"Alice no País das Maravilhas"
narra a jornada épica de uma menina curiosa que cai na toca de um coelho, adentra um universo de personagens icônicos como o Chapeleiro Maluco, a Rainha de Copas e o enigmático Gato de Cheshire. A maestria de Carroll na linguagem nonsense desafia convenções lógicas e cativa leitores de todas as idades.

Além de desconstruir a lógica tradicional e explorar a fantasia como um exercício de liberdade, a obra estimula a autenticidade e a diversão. Sem uma lição de moral, o autor refuta o maniqueísmo, e propõe a pensar o que é viver eticamente no mundo. Garanta o seu exemplar de "Alice no País das Maravilhas", escrito por Lewis Carroll, neste link.

.: Tereza Seiblitz na última apresentação de "Carangueja", neste domingo


A peça "Carangueja", escrita e codirigida por Tereza Seiblitz, que também pode ser vista na segunda temporada da série “Justiça”, e dirigida pela piauiense Fernanda Silva, fala da força criadora do planeta Terra. Foto: Renato Mangolin


O manguezal, bioma de transição entre os ambientes terrestre, fluvial e marinho, e berço de variadas espécies, é a metáfora escolhida para falar da força criadora vital da Terra na peça teatral "Carangueja". O primeiro encontro de Tereza Seiblitz com o manguezal aconteceu durante as gravações da novela “Renascer”, quando interpretou a personagem Joaninha, e viu naquele lugar uma espécie de “útero do mundo, onde a vida está em vertiginoso movimento de criação”. A partir da figura de uma andarilha capaz de proezas para surpreender e vencer um inimigo, a peça revê, de forma poética e bem-humorada, noções de feminino, maternidade, antropocentrismo e desigualdade social. A última apresentação desta bem-sucedida temporada, dirigida pela piauiense Fernanda Silva, será neste domingo, dia 5 de maio, às 18h30, no auditório do Sesc Ipiranga.  

“Quando estive num manguezal pela primeira vez, na Bahia, andei e afundei na lama por muitas horas. Tive a maravilhosa sensação de sentir a pulsação da fertilidade daquele lugar e pensei: ‘isso aqui é o útero do mundo.’ Era de manhã cedo, muitos filhotinhos de caranguejo brilhavam na luz do sol. A lama era uma espécie de colo alegre e vital”, afirma a atriz Tereza Seiblitz, que também é a idealizadora, autora e codiretora do espetáculo.

A peça "Carangueja", escrita e codirigida por Tereza Seiblitz, que também pode ser vista na segunda temporada da série “Justiça”, e dirigida pela piauiense Fernanda Silva, fala da força criadora do planeta Terra. O manguezal, formação vegetal de grande biodiversidade situada na transição entre os ambientes terrestre, fluvial e marinho, é a imagem escolhida pelas artistas para falar do que está em permanente transformação.

Em tempos de catástrofes ambientais e crises políticas e econômicas, tornou-se urgente para a atriz e autora falar da importância da preservação deste bioma, bem como de todas as outras formas de vida, hoje ameaçadas pelo comportamento humano. "Carangueja" fala da necessidade tomar para si a responsabilidade pela preservação e defesa deste bioma e a sua relação direta com a qualidade de vida sobre a Terra. 

No espetáculo, uma mulher, que não sabemos de onde vem ou a que tempo pertence, é atravessada por múltiplas vozes, que ouvimos como se estivéssemos dentro de sua cabeça. Entre elas há desde uma voz de locução de aeroporto até alguém que lê uma notícia de jornal ou um radialista que ensina uma receita de moqueca. As vozes falam de diferentes formas através do corpo da mulher e vão desenhando pistas do que está acontecendo. Uma espécie de metamorfose vai se dando ao longo da ação, levando essa mulher a viver num limiar entre humano e crustáceo, entre mulher e carangueja.

A peça propõe uma experiência sensorial de um manguezal e seus símbolos. Pelas mãos e pelos múltiplos estados/vozes vividos pela atriz, variados materiais como tecidos, madeira, metais e argila vão sendo continuamente ressignificados ao longo da ação. 

O texto de "Carangueja" foi escrito por Tereza Seiblitz em 2015 sob a influência de leituras teóricas e literárias em sua graduação em Letras, na PUC-Rio. Numa oficina a atriz se perguntou: “Como seria Samuel Beckett escrevendo sob o sol do Equador e as marés do Piauí? Como seria a busca pelo fim da angústia de Sarah Kane se estivesse grávida e morasse nos trópicos? Como se poderia levar uma plateia de teatro a experimentar o contato com um manguezal?”.

O dramaturgo irlandês Samuel Beckett (1906-1989) e seus personagens de “lugar nenhum", perdidos no tempo e no espaço, são fonte de inspiração para o nascimento desta andarilha, em cruzamento com a nossa brasilidade. A ideia é transportar o público do aqui-e-agora urbano ao ambiente selvagem de um manguezal. 


Ficha técnica
Espetáculo "Carangueja"
Texto, idealização e atuação: Tereza Seiblitz 
Direção: Fernanda Silva e Tereza Seiblitz
Direção de movimento: Denise Stutz
Figurino: Fernanda Silva, Tereza Seiblitz e Maria Adélia
Visagismo: Maria Adélia
Iluminação: Adriana Ortiz
Programação Visual: André Senna
Fotos: Renato Mangolin
Produção: Corpo Rastreado
Realização: Sesc SP
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação - João Pontes e Stella Stephany


Serviço
Espetáculo "Carangueja". Última apresentação: domingo, dia 5 de maio, às 18h30. Sesc Ipiranga – auditório. R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga. Telefone: (11) 3340-2000. Ingressos:  R$ 40,00, R$ 20,00 (meia-entrada), R$ 12,00 (credencial plena Sesc) e gratuito (público PCG) / Vendas on-line:  https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/?path=bilheteria. Bilheteria: domingo, das 10h00 às 18h30. Gênero: solo. Duração: 60 minutos. Classificação: 12 anos. Capacidade: 32 lugares (sendo 1 lugar exclusivo para obeso, pessoa com cadeiras de rodas e pessoa com mobilidade reduzida.


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