Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2024
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
Visite a lojinha do Resenhando.com!
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2024
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
Sobre o Festival
Sediado no IMS Paulista, o Festival Serrote reunirá escritores, artistas e ativistas para dois dias de atividades gratuitas, em 3 e 4 de maio. A programação inclui debates e a já tradicional serrote ao vivo, apresentação que une performances, leituras e música. Entre os participantes confirmados, estão o escritor chileno Alejandro Zambra, que publica ensaio na serrote #46 e lança seu novo livro, "Literatura Infantil", pela Companhia das Letras, o pesquisador Mário Augusto Medeiros da Silva, autor de "A Descoberta do Insólito: literatura Negra e Literatura Periférica no Brasil".
Também estão entre os convidados, a escritora, roteirista e ativista Triscila Oliveira, o artista Thiago Rocha Pitta e a escritora Bianca Santana, a crítica literária e tradutora Fernanda Silva e Sousa e a jornalista e ensaísta Thaís Regina. O evento reunirá escritores, pesquisadores, jornalistas e artistas para apresentações e debates sobre temas como as literaturas periféricas e as narrativas de experiências negras. Todos os eventos são gratuitos, abertos ao público e contam com interpretação em Libras.
Sobre a serrote #46
Já disponível nas livrarias, o novo número da revista traz textos de autores como Alejandro Zambra, Hilton Als, Djaimilia Pereira de Almeida e Roland Barthes. Destaque desta edição, “Conto de Natal” é um relato entre a ficção, a memória e o ensaio, no qual Alejandro Zambra (1975) narra, de forma bem-humorada, a relação de amizade com o seu editor. “Agora sei que um editor é uma espécie de irmão mais velho, que nos educa, protege e reprime, ou talvez, propriamente, um segundo pai, que nunca deixamos de querer bem, respeitar e temer, mesmo que depois o desafiemos”, escreve o autor chileno.
A serrote #46 publica ainda um ensaio do filósofo francês Roland Barthes (1915-1980), sobre a obra de Saul Steinberg (1914-1999). No texto, intitulado “All except you”, o autor analisa aspectos da produção do artista, como o papel da representação e a presença de elementos constantes, como as máscaras e os gatos. Escrito em 1976, “All Except You” só viria à luz em 1983, publicado pela galeria Maeght, então representante de Steinberg na França. A tradução publicada na serrote é a primeira a restituir o formato original, com os desenhos de Steinberg.
A publicação traz também o ensaio “Minha Pinup”, do crítico norte-americano Hilton Als (1960), autor de "Garotas Brancas". O escritor revisita a carreira e a obra de Prince para refletir sobre gênero, negritude, poder e indústria cultural, temas frequentes em sua produção. Inédito no Brasil, o texto foi publicado em livro em 2022 pela editora New Directions.
Autora de "Esse Cabelo e Luanda, Lisboa, Paraíso", a escritora Djaimilia Pereira de Almeida (1982), nascida em Angola e hoje radicada nos Estados Unidos, assina o ensaio “A Condição Sem Nome”. A autora analisa os usos e significados do termo “mulata”. “Estará o problema não na palavra ‘mulata’, que abomino, mas no facto de que não há lugar no mundo para a (minha) raça ambígua? [...] Que fazer, se nem uns nem outros me aceitam como parte da tribo — branca não serei nunca, negra a sério muito menos?”, indaga a autora.
A linguagem também está no centro do ensaio “´Pretagogias”, da artista visual e professora Andréa Hygino (1992). A partir de memórias da infância, da convivência com a mãe, professora no subúrbio do Rio de Janeiro, e da experiência de uma residência artística em Joanesburgo, Hygino reflete sobre o papel da linguagem e dos sistemas de ensino como forma de dominação, mas também sobre as possibilidades de levante e valorização de novos saberes, no contexto dos movimentos estudantis e das culturas afrodiaspóricas.
Em “Desapropriação para Principiantes”, a mexicana Cristina Rivera Garza (1964) investiga os processos de escrita e as tensões entre experiência individual e coletiva. “A figura solitária do autor, com suas práticas de devorador e seu estatuto de consumidor genial, encobriu a série de relações complexas de intercâmbio e compartência, a partir das quais são geradas as diferentes formas de escrita que, depois, ele assina como suas”, escreve.
A edição também publica dois textos que conquistaram menção honrosa na última edição do Concurso de Ensaísmo serrote. Em “Apontamentos para Costurar Mortalhas”, Douglas Santana Ariston Sacramento (1993), doutorando na Universidade Federal da Bahia, reflete sobre as representações da morte e o papel da literatura negra em criar espaços dignos de luto, “dando conta de tantos corpos que tombam diariamente em solo brasileiro”. Já o pesquisador, dramaturgo e escritor cearense kulumym-açu (1995), assina o texto “Era Possível Anoitecer como Velhim e Acordar como Curumim”, no qual une a arte da contação de histórias com reflexões sobre os resquícios da dominação colonial e a potência dos saberes ancestrais.
A escritora e pesquisadora Elvia Bezerra (1947), por sua vez, parte de memórias pessoais, da lembrança de um namorado de infância até uma ida recente ao médico, para refletir sobre como a experiência da surdez intriga pensadores e artistas. Esta edição traz ainda o ensaio visual “O Suplício de Cabral”, do artista Thiago Rocha Pitta, além de trabalhos de Lidia Lisbôa, Rodrigo Cass, Vivian Caccuri e Alisson Damasceno, que assina a capa da revista.
Sobre a revista
Lançada pelo Instituto Moreira Salles em 2009, a serrote é uma revista dedicada ao gênero do ensaio, publicada três vezes ao ano, em edição impressa. Nesses 15 anos, a revista apresentou textos inéditos em português de alguns dos principais nomes do ensaio mundial e publicou autores brasileiros consagrados e iniciantes. Também realiza, desde 2011, o Concurso de Ensaísmo serrote, que premia novas vozes. Já foram contemplados com o prêmio nomes como Djaimilia Pereira de Almeida, Francesco Perrotta-Bosch e Rodrigo Nunes. Em 2018, lançou a antologia Doze ensaios sobre o ensaio e promoveu a 1a edição do Festival Serrote, que reúne artistas, ativistas e intelectuais para debates, no IMS Paulista, e chega agora à sua sétima edição.
Entrada gratuita, com distribuição de senhas. Para o dia 3 de maio, sexta | Distribuição de senhas 1 hora antes do evento, com limite de 1 senha por pessoa. Para o dia 4 de maio, sábado | Distribuição de senhas para qualquer uma das mesas a partir das 12h. Limite de 1 senha por mesa para cada pessoa. Evento com interpretação em Libras,
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo
Tel.: 11 2842-9120
Programação completa
Sexta-feira, dia 3 de maio
20h00 - serrote ao vivo
Alejandro Zambra + Hurtmold + Padmateo + Thiago Rocha Pitta + Triscila Oliveira + Vivian Caccuri & Thiago Lanis + Yasmin Santos
4 de maio (sábado)
15h00 - Mesa 1: Reescrevendo histórias negras
Fernanda Silva e Sousa e Thaís Regina. Mediação: Bianca Santana
17h00 - Mesa 2: As periferias e os livros
Mário Augusto Medeiros da Silva e Triscila Oliveira. Mediação: Juliana Borges
19h00 - Mesa 3: Encontro com Alejandro Zambra
Alejandro Zambra. Mediação: Ana Lima Cecilio
Evento com tradução simultânea
Sobre os participantes
Alejandro Zambra (1975) é romancista, ensaísta e poeta chileno radicado na Cidade do México. É autor de Bonsai, Poeta chileno e Literatura infantil, todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras. A serrote 46, lançada no festival, apresenta seu texto “Um conto de Natal”, escrito em diálogo com o editor Andrés Braithwaite. De Zambra a revista também já publicou os ensaios “Caderno, arquivo, livro” (#15) e “À procura de Pavese” (#22).
Ana Lima Cecilio (1978) é editora e curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Bianca Santana (1984) é jornalista e escritora, professora na FAAP e na FGV, e diretora-executiva da Casa Sueli Carneiro, que compõe a Coalizão Negra por Direitos. É autora de Arruda e guiné: resistência negra no Brasil contemporâneo (Fósforo, 2022), Continuo preta: a vida de Sueli Carneiro (Companhia das Letras, 2021) e Quando me descobri negra (Fósforo, 2022). Foi uma das juradas do Concurso de Ensaísmo serrote 2023.
Fernanda Silva e Sousa (1993) é nascida e criada no Itaim Paulista, extremo leste da cidade de São Paulo. É doutora em teoria literária e literatura comparada pela Universidade de São Paulo (USP), tradutora, crítica e professora. Seu texto “Dos pés escuros que são amados” ficou em primeiro lugar no Concurso de Ensaísmo serrote 2023 e foi publicado na edição #45 da revista.
Hurtmold é uma das principais bandas do cenário alternativo e instrumental no país, com influências do rock e diversos gêneros. Presente desde a primeira edição da serrote ao vivo, em 2018, o grupo atualmente é formado por Fernando Cappi (guitarra e rabeca), Guilherme Granado (teclado/sinth e vibrafone), Marcos Gerez (baixo e sampler), Mário Cappi (guitarra e flauta), Richard Ribeiro (bateria) e Rogério Martins (percussão e clarone).
Juliana Borges (1983) é escritora, estuda segurança pública e é conselheira da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Droga e da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. Feminista antipunitivista e antiproibicionista, é autora dos livros Encarceramento em massa (Pólen) e Prisões: espelhos de nós (Todavia). Na serrote, publicou "A quem interessa lotar as prisões?" (#33) e "A vida pulsante das periferias" (#35-36).
Mário Augusto Medeiros da Silva é professor do Departamento de Sociologia da Unicamp e diretor do Arquivo Edgar Leuenroth. É autor de volumes de contos e do livro A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2020), publicado em edição ampliada pelo Sesc em 2023.
Padmateo (1999) vive e trabalha entre Salvador e Jequié (BA), onde nasceu. É artista transdisciplinar e crítica de arte, bacharelanda em artes visuais pela UFBA e em arquitetura e urbanismo pela Unifacs. Em sua pesquisa, estuda as fantasmagorias e o invisível como método de emancipação do gênero e de trânsitos não binários. Ficou em terceiro lugar no Concurso de Ensaísmo serrote 2023 com “Pepper´s Ghost”, publicado na edição #45.
Thaís Regina (1996) nasceu em São Paulo, é repórter e ensaísta. Já colaborou com veículos como Time, Agência Pública, Elle Brasil e Uol. Formada em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, atualmente estuda a relação entre prisões, poder e resistência. “Severinos, o Brasil é uma guerra nossa”, publicado na serrote 45, ficou em segundo lugar no Concurso de Ensaísmo serrote 2023.
Thiago Lanis (1983) é artista, DJ e músico e nasceu no Rio de Janeiro.
Thiago Rocha Pitta (1980) nasceu em Tiradentes (MG) e vive entre o Rio de Janeiro e Petrópolis (RJ). Artista multimídia, explora linguagens de vídeo, fotografia, escultura, intervenções públicas e aquarela. Na serrote 46, publica o ensaio visual “O suplício de Cabral”.
Triscila Oliveira (1985) vive em Niterói (RJ) e é escritora, roteirista e ativista dedicada a pautas de gênero, raça e classe. Com o desenhista Leandro Assis, publica charges na Folha de S.Paulo e lançou os livros de quadrinhos Confinada (2021) e Os santos (2023). Este último narra as histórias cruzadas de uma família periférica e uma família branca rica da Zona Sul carioca.
Vivian Caccuri (1986), nascida em São Paulo e radicada no Rio de Janeiro, propõe experimentos com o som em trabalhos que abarcam dimensões visual, corpórea e tecnológica. Seu trabalho está publicado na serrote 46.
Yasmin Santos (1998) é jornalista e escritora e vive no Rio de Janeiro. Colaborou com veículos como piauí, Quatro Cinco Um, Folha de S.Paulo, Nexo, The Intercept Brasil, Uol, GQ e Elle Brasil. É editora do selo Companhia das Letras. “Ladainha da sobrevivência”, menção honrosa no 4o Concurso de Ensaísmo serrote, em 2021, foi publicado no número 40 da revista.
serrote #46
224 páginas
R$ 48,50
Festival serrote
3 e 4 de maio (sexta e sábado)
IMS Paulista (Av. Paulista, 2424, São Paulo)
Entrada gratuita
Esta obra é o retrato da Geração Alpha, uma juventude que teve a individualidade moldada por números na internet. A protagonista é Majô, uma influenciadora digital mirim que vê sua vida desandar após ser alvo de uma denúncia anônima on-line. O livro é o primeiro de uma trilogia que reflete sobre o impacto da tecnologia na primeira geração completamente exposta às redes sociais.
O cancelamento
No livro "A Arte de Cancelar a Si Mesmo", a adolescente Majô tem uma vida perfeita, assim como todos os influenciadores digitais aparentam. É bonita, carismática, está sempre nas manchetes de sites de fofoca e seu engajamento das redes sociais é enorme. A adolescente começou a fazer vídeos quando era criança, e agora um “publi” lucra mais do que ganharia se seguisse uma carreira tradicional. Porém, depois de uma denúncia anônima, seu canal do YouTube fica à berlinda, e ela desaparece da casa dos pais. Esse enredo marca novo livro infantojuvenil de Jacqueline Vargas, roteirista vencedora do Emmy Awards, principal premiação para programas de televisão do mundo.
A arte de cancelar a si mesmo é o retrato dos conflitos de uma juventude que teve a individualidade moldada por números na internet. Aos 15 anos, a famosa mirim já precisa lidar com a ideia de sustentar toda a família, sofre com as dores de ter uma mãe narcisista e, por causa da profissão, não consegue manter amizades próximas. Entretanto, uma decisão muda a vida dela: enquanto todo o Brasil se pergunta o que teria acontecido à jovem, Majô está escondida na casa da vizinha Kauane – adolescente com um perfil completamente diferente da protagonista.
A garota que mora na casa ao lado é introvertida, sarcástica, neurótica e com uma tendência a reclusão social. Porém, quando encontra a influenciadora na edícula do lar, surge uma amizade improvável. A partir disso, as duas revisitam as memórias de infância, compartilham frustrações sobre o futuro, ponderam sobre o peso das redes sociais na vida delas, experienciam primeiros amores e tentam encontrar formas de existir sem se prenderem às amarras do engajamento no mundo virtual.
Nesta obra, a escritora entrelaça pesquisas sobre psicanálise em uma ficção para o público infantojuvenil. Entre as páginas, reflete sobre como a subjetividade dos jovens está conectada às redes sociais, pondera acerca das consequências do excesso de informações no cotidiano e questiona os limites entre o esquecimento e a necessidade de registrar as memórias na internet.
A autora atravessa esses temas em uma narrativa fluida e multimídia: com uma linguagem similar à da juventude contemporânea, utiliza as redes sociais como recurso extra para acrescentar detalhes no enredo. Na história, Majô tem um “dix”, uma espécie de perfil no Instagram para pessoas próximas. Sob o nome @rouxinoulazul, a menina publica poemas e desenhos em aquarela, e esse usuário existe de verdade com os posts que a protagonista teria divulgado.
"A Arte de Cancelar a Si Mesmo" - é o canto do rouxinol azul é o primeiro livro de uma trilogia, que terá as continuações “No Playground de Vênus - O Amor É de Brincadeira” e “Existe Vida Dentro do Meu Quarto - Quando Eu Era Feliz Antes de Ser Feliz”. As obras contarão com os mesmos personagens, mas haverá protagonismos diferentes. “Estamos diante de uma primeira geração exposta desta forma às redes sociais. Como será sua vida madura? Este livro fala de temas que outros até falam, mas não tão a fundo. E é um equívoco achar que o jovem não quer ir a fundo nos seus questionamentos”, afirma a escritora. Compre o livro "A Arte de Cancelar a Si Mesmo", de Jacqueline Vargas, neste link.
Trecho do livro
“Trabalho”, a palavra voltou como um bumerangue. Tantos anos de trabalho. Quando foi mesmo que ela parou de falar dos animais? Quando foi mesmo que o canal virou um diário da sua vida apimentado com provações diárias de coragem e superação? O que tinha a vida dela de tão interessante assim? Ir para o Twitch a apavorava imensamente. E essa era a última novidade dos pais. Fez o teste e ficou quase dez horas “live”. A possibilidade de repetir a experiência a apavorava. (A arte de cancelar a si mesmo, pg. 125)
Sobre a autora
Jacqueline Vargas é roteirista com 20 anos de experiência. Adaptou as duas primeiras temporadas da série “Sessão de Terapia” e criou mais três temporadas originais. Trabalhou como consultora dramatúrgica de diversos projetos audiovisuais, como “No Mundo da Luna”. Ainda contribuiu para o roteiro de novelas como “Floribella”, “Malhação - Viva a Diferença” e “Terra Prometida”. Assinou os longas-metragens “Querida Mamãe”, “TPM - meu amor”, “Alguém como eu” e “As Polacas”. No mercado literário, lançou “Aquela que Não É Mãe”, “Valentina - A Herdeira da Magia” e agora publica a obra infantojuvenil "A Arte de Cancelar a Si Mesmo". Em paralelo, formou-se em Psicanálise, com foco na abordagem para a adolescência e tem pós-graduação em Filosofia, Psicanálise e Cultura, além de integrar o grupo de analistas “Escutamiga”. Garanta o seu exemplar de "A Arte de Cancelar a Si Mesmo", escrito por Jacqueline Vargas, neste link.
A história "O Luto É Um Lugar que Não se Vê" oferece uma perspectiva diferente sobre o luto. A autora Gabriela Güllich realiza uma reportagem sensível e envolvente sobre diversos aspectos relacionados ao tema, como os rituais de despedida e a arquitetura dos cemitérios, em especial o cemitério da Consolação, abordando a simbologia única para quem infelizmente já teve que passar por esse momento.
Já em "O Novo Sempre Vem", os leitores vão encontrar um novo olhar sobre a relevância e o impacto cultural de Belchior, um dos maiores artistas da música brasileira. A autora, Carol Ito, conta um pouco da trajetória do artista através da perspectiva da filha do cantor, Ali Vannick. Para os fãs da boa música brasileira, Ali Vannick mostra como foi seguir os passos do pai na música para manter viva a poética única criada por ele.
A edição de HQ de Fato, em poucas páginas, contempla duas temáticas distintas de forma bastante detalhada e sensível, combinando o trabalho e o talento de duas autoras e jornalistas brasileiras de destaque. O quadrinho foi lançado pela Conrad em 20 de março e está disponível nas edições física, por apenas R$ 14,90 na Amazon, e digital, de forma gratuita tanto na Amazon quanto no site oficial da Revista O Grito!. Compre os livros "O Luto É Um Lugar que Não se Vê" e "O Novo Sempre Vem", escritos por Gabriela Güllich e Carol Ito , neste link.
Sobre o livro
"O Luto É Um Lugar que Não se Vê" | "O Novo Sempre Vem"
Autoras: Gabriela Güllich e Carolina Ito
Páginas: 32
Preço: R$ 14,90 (versão impressa) / gratuita (versão digital)
Sobre as autoras
Gabriela Güllich é jornalista, quadrinista e os dois ao mesmo tempo. Atua nas áreas de direitos humanos e meio ambiente, com foco nas dinâmicas do jornalismo visual. Venceu o Troféu HQMix com São Francisco, HQ-reportagem publicada no formato digital pela Conrad Editora. É autora da coluna Entre Quadros, projeto de entrevistas ilustradas no site Mina de HQ. Suas colaborações incluem Revista O Grito!, SOLRAD Mag, Latinográficas, ((o))eco e Embaixada da França no Brasil.
Carol Ito é jornalista, quadrinista e ilustradora que ama contar histórias usando narrativas gráficas. Trabalha com HQs desde 2014 e é especialista em jornalismo em quadrinhos, colaborando com veículos como Revista Piauí, Agência Pública, Revista Trip, Revista Morel, entre outras, com destaque para temas envolvendo direitos humanos e direitos das mulheres. Ela também entrou na lista da Forbes under 30 de 2022 e ganhou o prêmio Vladimir Herzog. Garanta o seu exemplar de "O Luto É Um Lugar que Não se Vê" e "O Novo Sempre Vem", escritos por Gabriela Güllich e Carol Ito , neste link.
A chamada "deficiência" está mais do que presente e deve ser olhada de frente e não de lado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), há mais de um bilhão de pessoas com diferentes deficiências no planeta! No Brasil, são 18,6 milhões de pessoas, o que representa quase 8,9% da população total, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2022).
Por isso, Eliana Aparecida Conquista trata do tema com ciência e consciência. Ciência dos dados e consciência, pois tem uma luxação congênita (desencaixe da cabeça do fêmur com o quadril) e é uma Pessoa com Deficiência (PCD) física, integrando as estatísticas e conhecendo todas as dificuldades que podem existir.
Esta cartilha traz a integração de PCDs na escola e nas empresas, com ênfase em temas como acessibilidade, cotas, estatuto e dicas de interação, inclusive com crianças, uma quebra de paradigmas para rachar o preconceito existente. Nela, você pode aprender sobre possíveis "micos". Pessoa com Deficiência (PCD) é a mais atualizada terminologia. E há um porquê. Já ouviu a utilização de diversos termos, né? Especiais, mas não somos todos especiais de algum modo? Ou excepcional: a mesma explicação anterior é válida.
Pessoa com necessidades especiais: todo indivíduo tem alguma especificidade: precisa de sapatos de determinado tipo ou evita algum alimento devido a reações alérgicas ou intolerância. E deficiente? Nem todos possuem as mesmas habilidades e é deficiente em alguma área; acerta em humanas, mas erra na matemática, por exemplo, e não se pode definir quem tem alguma deficiência como deficiente em sua totalidade.
E pessoa "portadora" de deficiência? Bem, quando portamos algo, podemos deixar de portá-lo, uma carteira que se deixa em casa, um passaporte, mas as PCDs não podem tirar sua deficiência. Por isso, quando se fala 'Pessoa com Deficiência', coloca-se a pessoa antes da deficiência e se define que essa é apenas uma das suas características e não toda ela.
Essa clareza de propósitos, conceitos e dicas é o que você encontrará neste livro, essencial para trabalhar a inclusão, dirimir dúvidas, superar preconceitos e construir um mundo diverso e com equidade. Leia e indique! Compre o livro "O Caminho a seguir - Como Agir Frente a Uma Pessoa com Deficiência", escrito por Eliana Aparecida Conquista, neste link.
Sobre o livro
O "O Caminho a seguir - Como Agir Frente a Uma Pessoa com Deficiência". Eliana Aparecida Conquista. Com o apoio e pesquisa de Ana Paula Aquilino, Maria do Carmo Braga do Amaral Tirado, Flávia Aquilino Marcondes Cezar. Ilustração: Raquel Boari. Gênero: educação inclusiva; desenvolvimento pessoal. Formato: 18x25 cm, colorido, 70 pág., ISBN 978-65-87788-06-7. São Paulo: editora O Artífice, 2023. R$ 50,00. Palavras-chave: pessoa com deficiência; acessibilidade; inclusão social; educação inclusiva.
Sobre a autora
Eliana Aparecida Conquista, coordenadora da cartilha, é psicóloga clínica, da linha Junguiana, especialista no Teste de Rorschach e Grafologia; graduada em Letras. É autora do livro autobiográfico Escolhi Ser Feliz. Palestrante, integra projetos voltados às Mães de Filhos com Deficiência, O Caminho a Seguir, sobre inclusão de PCDs em empresas, instituições e escolas, e grupos de adolescentes e idosos. O livro conta com a coautoria de Ana Paula Aquilino, Maria do Carmo B. A. Tirado e Flávia Aquilino, da Conquistah Consultoria Psicológica. Garanta o seu exemplar de "O Caminho a seguir - Como Agir Frente a Uma Pessoa com Deficiência", escrito por Eliana Aparecida Conquista, neste link.
Cena de "O Dublê", com Ryan Gosling, estreia na Cineflix Cinemas de Santos
A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, traz três estreias para as telonas. São elas: o longa de ação "O Dublê", a animação "Garfield: Fora de Casa" e "The Chosen: Os Escolhidos" a partir de 1º de maio, feriado que celebra o Dia do Trabalhador. Seguem em cartaz os sucessos de bilheteria como o filme de ação bélica "Guerra Civil" e o drama de romance caótico "Rivais". Programe-se e confira detalhes abaixo!
A pré-venda dos ingressos para o longa de ação "Planeta dos Macacos: O Reinado", que estreia em 9 de maio, está aberta. Garanta os ingressos pela internet antecipadamente aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.
O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.
Estreias da semana na Cineflix Santos
Peça fundamental da literatura nacional, "Vidas Secas" é um retrato em várias dimensões do Brasil a partir do relato da história de uma família sertaneja. O casal Fabiano e Sinha Vitória, seus dois filhos, “o menino mais novo” e “o menino mais velho”, e a cachorra Baleia tentam fugir de uma situação de extrema pobreza e carência. Cada personagem é a encarnação de tantas e tantas pessoas que sofrem com as desigualdades e dramas de nosso país. A edição especial da Global Editora, a Casa da Literatura Brasileira, empresta nossa tradição de cuidado com texto, pesquisa, revisão de acervo e materiais e tratamento gráfico a esta obra singular.
Para fazer jus a tamanha relevância, o volume conta com posfácio de Alfredo Bosi, um dos maiores críticos literários brasileiros; fac-símiles (reproduções coloridas) de manuscritos originais coletados no acervo do autor no Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB-USP); e, um texto apresentando a cronologia da vida de Graciliano Ramos. Compre o livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, neste link.
Sobre o autor
Graciliano Ramos (1892-1953) tornou-se um dos mais renomados escritores brasileiros do século XX. Nascido em Alagoas, destacou-se por sua prosa seca e realista. Além de escritor, foi prefeito de Palmeira dos Índios e teve uma trajetória política marcada pelo engajamento social. Sua contribuição à literatura brasileira continua a influenciar gerações de novos escritores e a formar mais e mais leitores. Garanta o seu exemplar de "Vidas Secas", escrito por Graciliano Ramos, neste link.
“O ser humano não nasceu pra sofrer, qualquer sofrimento. E tem umas vaidades meio inúteis, porque a gente não fica, né? No caso do teatro então, isso é ainda mais óbvio. O cinema ainda registra, a posteridade e tal, o teatro nem isso. Se daqui a cem anos abrirem um livro e disserem: houve uma atriz chamada Glauce Rocha, isso é o máximo que eu posso esperar. Então, encara com simplicidade, minha filha, porque no final não fica nada. Ou quase nada.” (Trecho do espetáculo “Glauce”)
Em 2021, às vésperas das comemorações de seus 55 anos de carreira, a atriz Françoise Forton e o marido e produtor, Eduardo Barata, estavam se preparando para levar aos palcos, assim que a pandemia permitisse, a vida da festejada e célebre atriz Glauce Rocha. Morta precocemente em 1971, aos 41 anos, Glauce, que foi tutora e mentora profissional de Françoise no final dos anos 1960, seria vivida pela atriz no teatro. Contudo, naquele mesmo ano, Fran, como era chamada pelos colegas e íntimos, descobriu o câncer que a levou embora em janeiro de 2022. Mesmo assim, Françoise participou de toda a construção do texto e do espetáculo. Ainda na cama do hospital, leu a última versão escrita pelo ator, diretor e dramaturgo Leonardo Netto.
A fim de realizar este último desejo de Françoise e homenagear ambas as atrizes, Eduardo Barata então convidou a atriz Débora Duboc - artista notável do teatro, da TV e do cinema, além de ser madrinha de casamento dos dois - para interpretar a vida da lendária atriz em "Glauce", montagem em cartaz em São Paulo até dia 4 de maio, no Sesc Pinheiros, no Auditório, com texto de Leonardo Netto e direção de Debora Dubois.
As histórias de Françoise e Glauce se misturam quando a atriz ainda era criança e as duas se conheceram em Brasília. Ao passar no teste para o filme "Marcelo Zona Sul", que trouxe Fran para morar no Rio de Janeiro, Glauce imediatamente se colocou como tutora da atriz, ainda menor de idade. Françoise a chamava de "tia Glauce" e desse convívio nasceu o desejo ainda maior da então iniciante atriz de seguir a carreira artística, nos passos dessa monstra dos palcos, que morreu vítima de um ataque do miocárdio e que deixou uma grande marca na cultura brasileira.
"Fran me mandou uma mensagem linda, dizendo que não tinha conseguido parar de ler o texto. Glauce queria muito ser mãe, teve nove abortos espontâneos, nunca conseguiu manter uma gravidez. Isso era uma grande frustração na vida dela. Por isso, tinha uma relação muito maternal com a Françoise", recorda Leonardo Netto, autor da peça.
Sinopse do espetáculo
Em cena, Débora Duboc é Glauce, que após ser despertada por um telefonema na madrugada, imagina ter diante de si uma plateia, para quem conta um pouco de sua vida e visão de mundo, discorrendo sobre trabalho, amores e ideais políticos e humanitários. O solo é uma homenagem às atrizes Françoise Forton e Glauce Rocha.
Glauce Rocha - Trajetória
Em apenas 18 anos de carreira, Glauce Rocha atuou em 46 peças, 25 filmes e 6 novelas, além de uma enorme quantidade de teleteatros. Ela participou de movimentos artísticos importantes nas telas e nos palcos, como o Teatro do Estudante e, principalmente, o Cinema Novo, no qual integrou o elenco de filmes antológicos como "Rio 40 Graus", "Os Cafajestes", "Terra em Transe", entre outros.
Em sua breve, porém meteórica, trajetória, Glauce recebeu prêmios relevantes concedidos a grandes atores no Brasil na época, como o Molière e o APCA, e também se destacou como ativista. Lutou pela legalização da profissão de ator, contra o fascismo e a ditadura e refugiou em seu apartamento diversos representantes da esquerda brasileira. É considerada, ao lado de Cacilda Becker e Fernanda Montenegro, uma das maiores atrizes do país.
Para contar toda essa trajetória que marcou a arte brasileira, Françoise quis que a ficha técnica fosse formada somente por mulheres, com exceção do texto, que já havia sido encomendado. Coube a Eduardo Barata essa escalação: a direção ficou a cargo de Debora Dubois e, no palco, Débora Duboc dá vida à Glauce Rocha.
"Débora Duboc é nossa madrinha de casamento. A gente nunca pensou que a Fran fosse morrer. É uma linda homenagem para a memória da Fran e para perpetuar a imagem dela como atriz e mulher", diz Barata.
"Glauce - A Peça"
O texto começa na madrugada do dia 12 de outubro de 1971, dia em que Glauce Rocha morreu. Às 4h00 da manhã, o telefone toca na casa da irmã dela, em São Paulo, onde a atriz estava hospedada para gravar uma novela na TV Tupi. Ela atende e do outro lado da linha uma mulher avisa que alguém naquela casa iria morrer, que a morte rondava aquele local. "Isso foi um fato real, ninguém sabe até hoje quem era aquela mulher", diz Leonardo. Glauce não consegue mais dormir, com medo de perder a hora da gravação, e começa a relembrar sua vida. Naquele mesmo dia, às 19h00, ela sofreu uma parada do miocárdio, mesma tragédia que matou sua mãe, um ano antes.
"Muita gente diz que ela morreu de exaustão e ela nunca deixou que essa exaustão a impedisse de fazer qualquer coisa. Ela aceitava mais trabalho, amava o teatro, ser atriz. Isso me tocou demais: como a pessoa vai se abandonando para fazer o que é sua paixão. Ela trabalhava muito, mas não era rica. Tinha uma vida muito generosa com dinheiro, ajudava os amigos, família, estava sempre dura", afirma o autor.
É essa paixão pela arte que a diretora Debora Dubois quer mostrar na peça. "A vida da Glauce é construída pela arte. Falar dela é muito mais do que falar de sua história. Se você pensa que ela morreu em 1971, o discurso dela cabe hoje. Nos últimos quatro anos, estávamos quase iguais ao momento em que ela estava vivendo. Ela enfrentava e dava a cara a bater", diz Débora. Um dos destaques do texto é quando o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) invade o teatro e prende uma das atrizes da peça "Electra", antes da apresentação. Glauce não hesita em convocar toda a plateia para libertar a atriz. Vão todos para a frente do DOPS e conseguem libertá-la. "Eles poderiam matá-la naquela hora, ou prendê-la. Mas ela era uma influenciadora e usava sua postura para falar e fazer o que precisava. Ela era uma diva do momento e não se comportava como tal. Tinha um cuidar da classe teatral muito forte", diz Dubois.
"Glauce ensina que não tem outro caminho a não ser a união. Precisamos estar de mãos dadas com as pessoas que têm a mesma onda", complementa Débora Duboc, que afirma estar aprendendo muito com a personagem. Para ela, interpretar Glauce não é apenas mostrar a vida dessa diva, mas falar de muitas mulheres. "A Glauce explode para ser todas nós do ofício. Ela é uma atriz sensacional, fico muito apaixonada assistindo ao seu trabalho. Ela é moderna e contemporânea. Tudo desse texto tem um espelho para o momento que vivemos hoje, com os artistas brigando pelos seus direitos no streaming. Não existe outro caminho senão lutar pelo que precisamos", acredita Duboc. O projeto "Glauce" conta com o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativas.
Ficha técnica
Monólogo "Glauce"
Idealização: Françoise Forton
Texto: Leonardo Netto
Direção: Debora Dubois
Elenco: Débora Duboc
Cenário: Giorgia Massetani
Figurinos: Karen Brusttolin
Iluminação / Trilha sonora: Debora Dubois
Programação visual: Felipe Braga
Coordenação de produção: Eduardo Barata
Direção de produção: Elaine Moreira
Produção executiva: Cris Rocha
Assessoria de Imprensa RJ: Barata Comunicação
Assessoria de Imprensa SP: Canal Aberto - Márcia Marques
Realização: Sesc SP
Serviço
Monólogo "Glauce"
Até dia 4 de maio de 2024
De quinta a sábado, às 20h00
Local: Auditório do Sesc Pinheiros – 3º andar.
Endereço: Rua Pais Leme, 195, Pinheiros, São Paulo, SP.
Ingressos à venda no site: https://www.sescsp.org.br ou na bilheteria das unidades Sesc.
Valores: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia-entrada) e R$ 12,00 (credencial plena).
Indicação etária: 12 anos.
Duração: 60 minutos