Davi. Foto: Globo/ João Cotta
Escolhido pelo público, do início ao fim. Da primeira à última decisão popular, muita coisa aconteceu com o baiano Davi em 100 dias na casa mais vigiada do país. Alvo desde a primeira semana, esteve no centro dos grandes momentos da temporada. Seu comprometimento com o jogo era sua maior defesa e não parou nas palavras: se materializou em posicionamentos firmes e em embates arriscados, mas também em atitudes de colaboração, em uma amizade fiel e, por fim, no título de campeão. Julgado pelos seus defeitos, Davi foi também amado pelas suas qualidades e terminou vencedor da 24ª edição do ‘Big Brother Brasil’ nesta terça-feira, dia 16, com 60,52% dos votos. Ele não só conquistou o prêmio de R$ 2.920.000, como chegou ao último dia no pódio que escolheu, tendo ao lado Isabelle e Matteus.
Ao analisar sua trajetória no reality, Davi constata o que lhe impulsionou durante a competição: “A minha maior força para chegar ao primeiro lugar veio desse sonho de criança de ser médico e de dar orgulho a minha mãe, de dar o direito a uma vida com mais conforto para toda a minha família. Eu acho que isso falou bem mais alto e me fez brigar pelo prêmio, me posicionar sempre e ser uma pessoa comprometida com o jogo, do início até o final. Fui para jogar mesmo, para me entregar, para viver o ‘Big Brother’ de cabo a rabo. Piquei a mula para frente e botei para andar. Mesmo com todas as dificuldades que eu passei no programa, Deus olhou para mim e fez a minha estrela brilhar”.
Na entrevista a seguir, Davi avalia em detalhes a sua trajetória no ‘BBB 24’, fala sobre as amizades e as movimentações de jogo. O baiano de Salvador revela, ainda, como pretende retribuir o carinho que vem recebendo do público nesta nova fase de sua vida e o que espera da carreira na Medicina.
Você foi o grande campeão do ‘BBB 24’. A que atribui essa vitória?
Eu acho que o que me levou ao primeiro lugar foi não desistir nunca do objetivo pelo qual eu fui lá dentro lutar: ser um médico, um doutor. É um sonho que eu tenho desde pequeno. A gente quer vencer, ultrapassar barreiras, testar nossos limites e ir para cima dos sonhos. Se a oportunidade chegou, a gente vai abraçar, independentemente dos espinhos que estiverem na frente. A minha maior força para chegar ao primeiro lugar veio desse sonho de criança de ser médico e de dar orgulho a minha mãe, de dar o direito a uma vida com mais conforto para toda a minha família. Eu acho que isso falou bem mais alto e me fez brigar pelo prêmio, me posicionar sempre e ser uma pessoa comprometida com o jogo, do início até o final. Fui para jogar mesmo, para me entregar, para viver o ‘Big Brother’ de cabo a rabo. Piquei a mula para frente e botei para andar. Mesmo com todas as dificuldades que eu passei no programa, Deus olhou para mim e fez a minha estrela brilhar. Com toda a humildade, eu consegui chegar aqui no primeiro lugar.
Foram 100 dias intensos na casa mais vigiada do Brasil. Quais foram os altos e baixos dessa experiência para você?
Os baixos foram todas as brigas, os momentos em que as pessoas me desprezaram dentro da casa. Os Sincerões foram muito pesados, mexeram muito com a dinâmica do jogo. Eu sempre fui o alvo principal do Sincerão, toda segunda-feira, e isso refletia a semana toda na casa. Eram vários assuntos que as pessoas inventavam sobre mim lá dentro, me acusavam de coisas que eu não era, então aquilo me fez sofrer bastante. Foram momentos em que eu me senti muito para baixo dentro do jogo. Quando a Leidy jogou as minhas roupas na piscina, eu me senti muito humilhado. Eu queria mesmo fazer alguma coisa, mas apesar da vontade, eu sabia que não era aquela pessoa. Eu sou alegre, divertido, brincalhão e não a pessoa que eles queriam que eu me tornasse. Eu tinha sonhos e fui ali para lutar por um objetivo. Eles queriam me transformar numa pessoa que eu não era, então esses momentos foram muito difíceis. Eu sempre quis o bem das pessoas e elas sempre querendo me colocar para fora da casa.
Os melhores momentos foram as grandes amizades que eu construí no decorrer do jogo, como a Isabelle, o Matteus e outras pessoas que eu vou levar para o resto da minha vida. Além disso, as provas que eu consegui ganhar e as conquistas que eu obtive lá dentro. É um programa de ganhos, aonde a gente vai para conquistar bens materiais. Eu consegui conquistar os dois carros, o dinheiro, a liderança... As mesas de café da manhã e de almoço que eu montava para a galera foram bons momentos dentro da casa. As alegrias, as dancinhas, a questão do ‘Calma, calabreso’, que teve uma repercussão positiva aqui fora. Lá dentro eu falei isso de forma natural, soltei naquela hora ali e deu certo. Eu agradeço a Deus, porque Ele sabe o que faz. E agora na final, esse grande momento que eu estava esperando e pelo qual eu lutei o tempo todo, que foi sair vitorioso, o campeão do ‘Big Brother Brasil’.
Do início ao fim da temporada, você optou por um jogo de comprometimento, como falou lá dentro. Antes de entrar no BBB, você planejou a estratégia que desejava seguir? Como se preparou para o game?
Não tem cartilha para jogar o ‘Big Brother’. Antes do início do programa, quando eu já estava no confinamento, eu comecei a pensar o que iria fazer dentro da casa. Mas quando eu cheguei lá, me deparei com muitas situações, com pessoas de personalidades diferentes. A gente tem que se comprometer, ser sincero, falar na cara a verdade, não fugir dos embates, das brigas. Eu sempre ia pro embate, sempre colocava a minha opinião sobre qualquer assunto dentro da casa. Eu sempre deixei isso bem claro.
Chamou atenção do público e dos brothers o fato de você ter assistido apenas à última temporada do programa, o BBB 23. De fato, não costumava acompanhar o BBB? O que te motivou a se inscrever no reality?
De fato, eu não costumava acompanhar o programa. Eu assisti só ao do ano passado, o ‘BBB 23’, que a Amanda ganhou. Ela se inscreveu para o programa com o objetivo de quitar a faculdade de Medicina, porque ela tinha financiado 100% do curso. E como eu tenho o sonho de ser médico, eu falei: ‘A esperança é a última que morre, então eu vou me inscrever no programa’. E graças a Deus, consegui sair de lá com o meu objetivo. Foi isso que me inspirou a entrar no programa, esse foi o incentivo.
Outro ponto comentado dentro e fora do confinamento foi o fato de não conhecer artistas e celebridades consideradas populares, até mesmo integrantes do Camarote desta edição e famosos que visitaram a casa durante a temporada. Como era sua relação com a internet e as redes sociais antes de entrar no BBB?
Minha relação com a internet era bem pouca, porque na minha infância e na adolescência, até o ano passado, eu não era de ficar mexendo. Eu sempre tive que trabalhar e ir à luta, nunca tive tempo de ficar me comunicando, brincando ou jogando. Então, eu era meio perdido nesse lado de internet, por isso que eu não conhecia muitos artistas. Até quando eu cheguei na casa, alguns camarotes eu não conhecia mesmo. Acho que foi por não ter tido muito tempo, já que desde a infância até agora, antes de entrar no ‘Big Brother’, foi muito trabalho. Mas vou passar a me inteirar mais desses assuntos.
Logo na primeira semana, você foi ao paredão. Depois, enfrentou sucessivas berlindas. Por que acha que se tornou alvo da casa tão rapidamente?
Logo na primeira semana, teve aquela conversa e o mal entendido do Binn comigo sobre a questão do Camarote; também teve aquela briga minha com o Nizam. Quando o Binn trouxe o argumento dizendo que eu falei que Camarote não merecia ganhar o prêmio, eu não me recordava de falar isso e mantive a minha opinião firme e forte. A partir daquele momento, a galera da casa começou a me olhar de uma maneira diferente por algo que eu nunca falei, e eu comecei a me tornar alvo das pessoas. Eles tiveram uma percepção diferente de mim, não procuraram investigar ou saber a história direito. Nem eles mesmos, que estavam na conversa, lembravam. Ele [Binn] trouxe uma frase meio distorcida, com um mal-entendido dele próprio, e foi ali que começou toda a confusão comigo.
Você parecia tranquilo nas noites de eliminação. Como foi enfrentar vários paredões? Você realmente ficava tranquilo? O que se passava na sua cabeça nessas ocasiões?
Eu sempre mantinha a fé em Deus. Eu sofri muito na minha infância, quando pequeno, e agora, já adulto, eu tive que transformar toda a minha sofrência em alegria. Nunca pensei em ficar para baixo, então o que tivesse que acontecer aconteceria. Foi muito difícil enfrentar vários paredões no ‘Big Brother’, porque ali dentro você se depara com a rua, com a possibilidade de ser eliminado e, ao mesmo tempo, com o seu sonho de continuar no programa. O fato de saber que todas as atitudes que eu tomava dentro da casa, referentes a minha pessoa, não eram atitudes erradas – era eu mesmo tomando as minhas decisões, naturalmente – me deixava mais tranquilo. Ter consciência sobre a minha conduta e sobre os meus passos dentro da casa me fazia ficar tranquilo. Eu sabia quem eu era e o que eu estava fazendo. Eu não tinha o que temer no paredão se eu não fiz nada grave nem para prejudicar alguém. Simplesmente agi conforme a dinâmica do jogo pediu, fui para jogar.
Você teve diversos embates calorosos com Rodriguinho, Nizam, Lucas, MC Binn, Yasmin Brunet, Leidy Elin, entre outros. Quem considera ter sido seu maior adversário na competição e por quê?
O meu maior adversário no programa foi, com certeza, o MC Binn. Desde o início do jogo, a gente teve embates, começando por aquele mal-entendido e se arrastando pelo jogo inteiro.
Você costumava organizar as refeições no BBB, afirmava que gostava de fazer o mesmo aqui fora. Isso fez parte de uma estratégia de jogo, em algum momento, como adversários seus chegaram a dizer?
Não fez parte de nenhuma estratégia de jogo. Antes de entrar no ‘Big Brother’, eu passei pelo Exército e lá eu aprendi a cozinhar, a lidar com a cozinha. Quando eu era pequeno, não sabia fritar um ovo, não sabia fazer nem um arroz. Quando entrei no Exército, eu aprendi muita coisa. E isso vem da minha determinação, da minha vontade de querer fazer e dar o meu melhor – tanto de limpar a casa, até cozinhar. Eu não fiz curso, não fiz nada. Aquilo ali é a minha vontade de agradar as pessoas e querer o bem delas. Eu gostava de fazer e se tornou um hobby meu. Eu gostava de ver as pessoas felizes. Muitas vezes eu estava na Xepa, onde não tem muitos itens, e eu fazia para dar uma melhorada na alimentação, porque é algo que mexe com o nosso psicológico, então eu queria ajudar as pessoas dentro da casa.
Você e a Isabelle foram os dois participantes que entraram na casa por escolha do público e tiveram uma grande amizade no confinamento. Qual foi a importância dela para o seu jogo? E como foi conciliar a relação amizade x jogo, já que ela sempre deixou claro que não queria competir em dupla?
A fase mais importante foi logo no início, quando as pessoas me desprezaram muito, me deixaram de escanteio dentro da casa, e eu não tinha mais ninguém para conversar a não ser a Isabelle. Nesse momento, especialmente, ela teve uma grande importância para mim, porque a gente conversava, a gente brincava. É uma pessoa que não me desprezou em momento nenhum, que sempre esteve comigo. Ela me apoiou, me abraçou. Algum tempo depois, eu fui começando a conversar com outras pessoas, a me entrosar mais, e ela me incentivava. Ela me ajudou bastante.
Em relação ao jogo, foi muito tranquilo equilibrar, porque quando se trata de uma amizade, e não de jogar, a gente sabe respeitar o espaço e o limite de cada um. Como eu gosto muito dela e ela, de mim, a gente se aproximou por amizade. Então, foi uma coisa que aconteceu de forma natural, desde o início.
No começo do programa, você tentou uma aliança com integrantes do quarto Fadas e fez uma sugestão à Alane para troca de imunidades, caso ganhassem o Anjo. Mas foi depois da saída da Deniziane que vocês realmente passaram a jogar juntos. Qual era a importância da formação da aliança com o Fadas para o seu jogo?
Eu e a Isabelle chegamos a um certo ponto em que amigos divergem de opiniões, brigam, discutem. A gente teve uma discussão e ela disse que não queria mais conversar de jogo comigo. Como eu era uma pessoa que gostava conversar de jogo, eu tive que procurar pessoas para fazer isso. Foi quando eu tive que criar essa abertura. Eu sabia que a casa toda estava me desprezando, mas tive que ir atrás das pessoas. Eu achei interessante, analisei os comportamentos e procurei me entrosar com as melhores pessoas, no meu ponto de vista. Eram pessoas verdadeiras, de corações bons. Antes da saída da Deniziane, eu tentei ir, mas enquanto ela estava na casa, não me deu essa abertura para jogar junto com eles. Mas logo após a eliminação dela, eu pude me entrosar com o Matteus, a gente começou a malhar junto... Ele também estava precisando de mais força e a nossa amizade começou ali. As meninas também me conheceram melhor, viram o ser humano que eu sou e a nossa amizade foi acontecendo de forma natural. Eu queria conversar de jogo com a Isabelle, mas ela não queria. Acabou que a gente foi jogando juntos e viemos até o final.
Você conquistou mais de 9 milhões de seguidores e muitos fãs. Que mensagem gostaria de deixar para essas pessoas? O que elas verão de Davi nas redes sociais daqui por diante?
Como eu saí do programa e agora estou tendo em vista toda essa quantidade de fãs, de pessoas que me admiram e que abraçaram a minha história, eu queria muito agradecer a quem votou em mim, que confiou, que acreditou e que me deu mais uma chance, a cada vez que eu ia para o paredão, de continuar na casa e poder chegar à final. O meu sentimento é de eterna gratidão a essas pessoas do Brasil que se identificaram com o meu caráter, com o meu jeito de ser, com a minha personalidade. Viram que eu não era uma pessoa falsa nem manipuladora. Então, eu quero agradecer de coração e dizer que eu vou continuar dando o meu melhor aqui fora, como dei no ‘Big Brother’. Vou me empenhar mais em tudo o que for preciso para poder transparecer para o público o que eles pedem e esperam de mim. Eu prometi que entraria no programa para lutar para ser um médico e eles vão ver isso acontecer. Sei que é uma faculdade muito demorada, mas eles vão poder acompanhar toda a minha trajetória lá dentro, de estudo, de dedicação. Tudo o que for acontecendo eles vão poder acompanhar. Eu quero passar ao público essa confiança, porque eu não entrei no ‘Big Brother’ para ganhar o dinheiro, simplesmente, e sumir no mapa. Eu entrei lá para lutar pelo meu sonho. Eu vou buscar esse sonho e mostrar para eles que eu entrei lá para ser campeão, mas também para ser alguém na vida, para ser um doutor e dar orgulho a minha mãe, como eu sempre falei dentro da casa.
O que pretende fazer nessa fase após o programa, agora que é conhecido nacionalmente?
Quero entrar na faculdade de Medicina, me tornar um doutor. Quero ser um médico-cirurgião e me especializar nas áreas, estudar mais, fazer um mestrado, um doutorado, um pós-doc e por aí vai. Minha meta é ser um cirurgião-geral e, com fé em Deus, não parar de estudar.
Além da faculdade, o que deseja fazer com o prêmio que conquistou no BBB?
Eu tenho o sonho de dar uma casa para minha mãe morar em paz, estabilizar a vida dela sem se preocupar de trabalhar. Quero dar uma vida melhor às minhas irmãs, um trabalho digno para uma e uma escola boa para a outra pequena poder estudar. Quero também dar uma condição boa para o meu pai se manter na vida. Acho que dar uma vida melhor para a família é um grande sonho no Brasil e no mundo, e esse é um dos que eu tenho.
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