Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2024
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
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Gratuitas, mensais e presenciais, as duas atividades estreiam na programação da instituição no dia 13 de abril. Foto: CieteSilverio
O mês de abril marca a estreia de duas atividades no Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, relacionadas ao universo da literatura. A partir deste mês, a instituição passará a promover uma feira de troca de livros e também um clube de leitura, atendendo a um pedido antigo do público. A primeira edição de ambas as ações, que serão mensais, presenciais e gratuitas, acontecerá no dia 13 de abril.
Clube de leitura
Intitulado em 2024 Papo Literário: narrativas negras em língua portuguesa, o clube de leitura terá como objetivo, neste ano, destacar livros de autores negros em língua portuguesa e promover o debate em torno dessas obras. Serão oito encontros, sendo um por mês, até novembro.
A assistente social e mediadora de leitura Camilla Dias, do perfil @camillaeseuslivros no Instagram, é a curadora deste ano. Integrante dos coletivos Lendo Escritores Negro-Brasileiros e Leituras Decoloniais, ela selecionou livros relacionados ao tema Línguas Africanas no Brasil, o mesmo da próxima exposição temporária do Museu.
A cada edição, um escritor convidado mediará a conversa em torno de um livro e um tema específico. Na primeira, das 11h às 13h, no Saguão B do Museu, a autora Juliana Borges vai falar sobre a obra Luanda, Lisboa, Paraíso (Companhia das Letras), de Djaimilia Pereira de Almeida. O tema do debate será Descolonização e pertencimento na literatura de Djaimilia Pereira de Almeida. Haverá um cupom de desconto de 20% para quem comprar a publicação no site da Companhia das Letras utilizando o código “PAPO20” (promoção válida até 30/4).
Confira abaixo o calendário dos próximos livros que serão tema do Papo Literário:
11/5: Mata Doce, de Luciany Aparecida. Mediação de Jarid Arraes.
15/6: Minha pátria é a língua pretuguesa, de Kalaf Epalanga. Mediação de Allan da Rosa.
13/7: Poemas da recordação e outros movimentos, de Conceição Evaristo. Mediação de Lubi Prates.
10/8: Menina bonita do laço de fita, de Ana Maria Machado; Preta-Pretinha, de Rose Chiappa; Os mil cabelos de Ritinha, de Paloma Monteiro; e Manual de penteado para crianças negras, de Joana Gabriela Mendes e Mari Santos. Mediação de Luciana Bento, do Quilombo Literário.
14/9: Marinheira no Mundo, de Ruth Guimarães. Mediação de Cidinha da Silva.
19/10: Uma chance de continuarmos assim, de Taiasmin Ohnmacht. Mediação de Isa e Pétala, do Afrofuturas.
23/11: Solitária, de Eliana Alves Cruz. Mediação de Camilla Dias.
O Papo Literário: narrativas negras em língua portuguesa é organizado pelo Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa.
Troca de Livros
O dia 13 de abril também marca a estreia da Feira de Troca de Livros, que tem como objetivo proporcionar um espaço de encontro por meio do livro e da literatura e ainda incentivar a leitura. Vai acontecer das 14h às 17h, no Saguão e Pátio B e na Calçada do Museu.
A cada edição da feira, os participantes serão estimulados a doar seus livros para o Museu – a cada livro doado, ganharão um ingresso para visitar a instituição até 29 de dezembro de 2024, tendo um limite de quatro ingressos por pessoa. Serão aceitos livros, em bom estado, de literatura infantil, infantojuvenil e adulta nos gêneros poesia, ficção, histórias em quadrinhos, zine, cordéis, biografias, autobiografias, ensaios e arte. Os livros doados ficarão disponíveis para troca ou serão oferecidos a pessoas em situação de vulnerabilidade. Com esta atitude, o Museu pretende tornar a feira um evento acolhedor e acessível a todos os públicos. Quem estiver presente na feira também poderá realizar as trocas de seus livros entre si, sem a intermediação da equipe do Museu.
Outras ações vão acontecer durante a Feira de Troca de Livros. Sob comando do coletivo Itinerância Poética, a Roda de Saberes consiste em uma conversa sobre publicações independentes, estímulo à leitura e estratégias de facilitação de acesso aos livros. No Leia e Leve, o Núcleo Educativo do Museu fará mediação de leituras. Já o programa De Mão em Mão da Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas irá distribuir gratuitamente livros na calçada do Museu com o objetivo de fomentar e incentivar a leitura.
A Feira de Troca de Livros é organizada pelo Programa de Articulação Social do Museu em parceria com os coletivos Itinerância Poética e Palestinos e o Sistema Municipal de Bibliotecas da Prefeitura de São Paulo. O Centro de Referência e o Núcleo Educativo do Museu da Língua Portuguesa também integram a iniciativa.
SERVIÇO
Papo Literário: narrativas negras em língua portuguesa
Escritora Juliana Borges debate o livro Luanda, Lisboa, Paraíso (Djaimilia Pereira de Almeida)
Dia 13 de abril (sábado), das 11h às 13h
No Saguão B do Museu da Língua Portuguesa
Grátis
1ª Feira de Troca de Livros
Dia 13 de abril (sábado), das 14h às 17h
No Saguão e Pátio B e na Calçada do Museu da Língua Portuguesa
Grátis
Museu da Língua Portuguesa
Praça da Língua, s/nº - Luz – São Paulo
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2024
* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.
Mineiro da Zona da Mata e radicado em São Paulo há vários anos, Zé Geraldo construiu uma carreira que sempre se manteve bem próxima do público. Mesmo longe da grande mídia, seus shows sempre foram procurados tanto pelos admiradores de seu trabalho como pelos que curtem uma música com mensagens reflexivas e interessantes. Com forte influência da música folk representada principalmente por Bob Dylan, ele conseguiu produzir um repertório que se tornou atemporal, cada vez mais atual. Ele se apresentará com sua banda neste sábado (6) a partir das 20h30 no Sesc Belenzinho, da Capital Paulista. Em entrevista para o Resenhando, Zé Geraldo conta detalhes de sua carreira e como desenvolve sua produção musical. “Minha música é feita com liberdade total”.
Resenhando - Seu estilo de compor é frequentemente associado ao rock rural, mas percebe-se outras influências em seus trabalhos. Quais foram suas referências na música?
Zé Geraldo – A minha primeira influência veio da música caipira tradicional, bem simples em termos de harmonia. Quando cheguei em São Paulo, percebi que essa música tinha algumas semelhanças com o rock. Então, quando comecei a compor e cantar, o saudoso Zé Rodrix falava que eu fazia rock rural. Já o Renato Teixeira dizia que minha música era folk. Aí então assumi essas características da influência do rock dos anos 60 e 70 e do blues, mesclando com a música caipira e, claro, tendo Bob Dylan como referência também.
Resenhando - Seus três primeiros discos contém canções que se tornaram clássicos (Como Diria Dylan, Milho Aos Pombos, etc.) de seu repertório. Essa produção autoral surgiu a cada disco mesmo ou você já tinha esse material produzido antes de grava-lo?
Zé Geraldo – Quando eu lancei meus três primeiros discos pela CBS, eu tinha uma quantidade boa de músicas. Daria até para gravar mais dois discos naquela época. Uma ou outra foi composta naquele momento, mas a maioria eu já tinha realmente pronta na minha sacola de versos.
Resenhando - A indústria da música vem mudando nos últimos anos. Como você analisa o quadro atual para o músico?
Zé Geraldo – Depois dos discos na CBS e dos dois da gravadora Copacabana, em me tornei um artista independente, apesar de ter discos distribuídos pela Gravadora Eldorado, por exemplo. A partir do momento que eu descobri que eu tinha uma legião de admiradores, isso salvou a minha carreira. Eu estava pensando seriamente em parar, depois que as gravadoras passaram a investir para tocar seus lançamentos. Nessa época eu fui deixado de lado. Então, quando percebi que tinha admiradores, virei as costas para o mercado e cai na estrada para levar minha música para o público.
Resenhando - Como funciona o seu processo criativo? O que vem primeiro, melodia ou letra? Ou vem os dois simultaneamente?
Zé Geraldo – Eu não tenho um modelo definido. Às Vezes vem um pedaço de letra que cantarolo ao violão. Na maioria das vezes eu escrevo a letra primeiro. Mas já tive momentos em que a melodia veio antes da letra. Na verdade, não tenho um esquema definido. Minha produção é com liberdade total.
Resenhando - Você também participou de festivais nos anos 70. Ainda há espaço para novos festivais na atualidade?
Zé Geraldo – Sim. Eu acredito que há espaço. Lembro dos festivais das emissoras de TV que foram importantes em suas épocas. Eu sempre aconselho os músicos iniciantes a tocar nos festivais, que ainda são um veículo eficaz de divulgação. Eu sempre procuro tocar em festivais, porque gosto muito daquele ambiente que se cria nesses eventos.
Resenhando - Em um de seus trabalhos tem parceria com o Zeca Baleiro. Fale sobre essa parceria e cite outros parceiros também
Zé Geraldo – O Zeca Baleiro era meu vizinho na Vila Madalena. Minha filha uma vez me disse que eu tinha que conhecer um músico, que veio do Maranhão. Um belo dia ele convidou minha filha para almoçar em casa e disse para me levar junto. Daí nasceu nossa primeira parceria. E já tem uma segunda pronta que lançarei em breve. Ele é um grande amigo e um talento raro na música. Mas tive outros parceiros, como o Mario Marcos, irmão do saudoso Antonio Marcos, o Antonio Porto, músico do Mato Grosso do Sul. Não são muitos parceiros, mas todos eles são muito especiais.
Milho aos Pombos
Como Diria Dylan
Cidadão
Neste domingo, dia 07, a competição musical de personalidades mascaradas chega à final! O público conhecerá a fantasia – e a pessoa por trás dela – vencedora da quarta temporada do "The Masked Singer Brasil". Disputam pelo título Bode, Preguiça e Sereia Iara, que semanalmente apresentaram espetáculos de tirar fôlego, e passaram ilesos pelas possibilidades de eliminação.
Na final, cada fantasia mostrará, individualmente, dois musicais. Esta é a última oportunidade de convencerem plateia e jurados de que devem vencer por meio das performances. Na dinâmica, a plateia votará em quem deseja que ganhe. O menos votado será o primeiro eliminado, e o júri terá a missão de eleger, entre os dois mais votados, o vencedor, considerando o histórico na competição e as apresentações finais.
A temporada, marcada por uma série de novidades e inovações, como as fantasias virtuais, novo cenário em formato arena 360, interatividade com o público e novo elenco - com a entrada de Paulo Vieira e José Loreto no time de jurados, e Kenya Sade como parceira de Ivete Sangalo na apresentação -, contou com musicais de outros nove famosos, além dos finalistas. Foram eles: Popó, como Chimarrão; Diogo Almeida, como Cuco; Louro Mané, como Etzinho; Tati Machado, como Dona Formiga; Supla, como Livro; Valéria Barcellos, como Mamãe Abacate; Luiza Possi, como MC Porquinha; Emílio Dantas, como Pé de Alface; e Karol Conká como Trevo.
O público de casa pode dar palpites sobre quem será o vencedor por meio Masked Game, um jogo hospedado no site do programa dentro do Gshow, e concorrer a brindes e prêmios.
O "The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, com supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção geral de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). O programa vai ao ar na TV Globo aos domingos, após o ‘Temperatura Máxima’, com reexibição na madrugada de segunda para terça-feira, à 00h30, no Multishow, seguida da entrevista de Kenya Sade com o eliminado da semana.
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O objetivo de MC Bin Laden ao topar o desafio de viver a experiência do 'Big Brother Brasil' era ser reconhecido tanto por sua trajetória como por seu trabalho. Hoje, após sua eliminação, acredita que a meta foi alcançada: o funkeiro chegou ao top 8 da edição, viu hits que marcaram sua carreira tocarem na casa e voltarem a ser reproduzidos fora dela, e também não fugiu do jogo. Ao longo dos mais de 80 dias em que esteve na disputa, antes de ser eliminado com 80,34% dos votos no paredão em que enfrentou Davi, Bin articulou estratégias, colheu e disseminou informações que julgou valiosas e optou por jogar solo, depois de entrar, sair e voltar a fazer parte do grupo Gnomos ao longo do confinamento. Ele afirma não se arrepender das mudanças de rota, mas sim de ter se precipitado em alguns posicionamentos. E elege o que, em sua opinião, faltou para chegar à final: "Faltou muito discernimento para muita coisa. O jogo pede muito isso. Acho que faltou eu estar perto de uma pessoa que me passasse um pouco essa visão, me ajudasse nesses momentos".
A seguir, Bin ainda fala sobre seu relacionamento com Giovanna, a opção por jogar sozinho em alguns momentos, se diverte contando a pior e a melhor fofoca que fez enquanto esteve no BBB e surpreende citando integrantes de diferentes grupos ao apontar seu time ideal de aliados.
Como era a sua relação com o BBB antes desta experiência? Como participante, o que mais te surpreendeu?
Eu acompanhei as primeiras edições, assisti também durante a pandemia e no ano passado, porque eu gostava do Fred e também para ver o MC Guimê. Achei a xepa muito tranquila, não é esse monstro que todo mundo acha. Agora, o monstro é muito complicado, as roupas são quentes (risos). Tinham 26 pessoas na casa. Tem alguém para dar o monstro? Era eu! Já as festas foram sensacionais! A gente também acha que vai chegar ao BBB e vai treinar. Só que lá não temos noção de horário, não temos noção de nada. Esquecemos muita coisa, música, até o número do próprio RG! Isso me pegou. Nunca me senti tão ansioso na minha vida, a não ser quando vi o Santos ir para uma final ou o Brasil jogar uma Copa do Mundo.
Do que mais sentiu falta no confinamento?
De um "à parmegiana"! Eu como direto (risos). Brincadeiras à parte, senti falta de coisas da minha alimentação que eu não tinha lá dentro.
Quais foram os momentos mais marcantes da sua trajetória no programa?
Eu achei engraçado, na minha treta com o Davi, quando a Leidy ficou ali no meio de todo mundo e dos dummies de calcinha e sutiã. Foi uma situação bem inusitada naquele momento (risos). A minha liderança foi muito legal! Também encontrei uma amizade fantástica no Luigi e no Vinicius; foram meus parceiros de começo de jogo. E algo que foi legal vivenciar dentro do BBB foi saber que minha música estava tocando e alguém aqui fora que gostasse de mim podia estar curtindo. Foi surreal, fantástico! São experiências para quem sonha em sair da comunidade: vencer na vida, dar uma melhora para a família e ver sua música chegar no maior reality show do mundo, na maior emissora do país. É uma satisfação enorme!
Você também lançou músicas enquanto estava no reality. Como foi ouvi-las pela primeira vez na casa e ainda ver os brothers cantando seus sucessos?
A sensação é muito surreal porque esse ano completo dez anos de carreira no funk, na música. Saber que a "Bololo haha" começou a tocar de novo, e até que a Beatriz tinha pedido para ser uma música a tocar lá dentro, foi fantástico! São trabalhos que eu vinha trazendo de volta depois de um período muito difícil por que passei. Ver a galera curtindo, brincando, dando risada, tirando a camiseta e vindo dançar foram momentos memoráveis, que me alegraram demais!
Você levou fama de fofoqueiro na casa. Qual foi a melhor e a pior fofoca que fez no programa, na sua avaliação?
Acho que a pior foi sobre a fala do Davi com relação aos camarotes, que eu percebi que entendi errado. A melhor é difícil dizer porque o povo é fofoqueiro pra caramba lá dentro (risos). Mas acho que foi quando vi o Michel falando umas mentiras e umas paradas com que eu não estava concordando. Acabei soltando para o Buda [Lucas Henrique] porque eu achava que ele ia indicar o Michel para o paredão, e acabou somando.
Seu relacionamento com a Giovanna acabou antes da sua saída. Por que tomou a decisão de encerrar a relação e, depois, mencionou o desejo de voltar com ela?
Lá dentro são muitas as emoções que a gente vive. Eu tinha curtido a Gi, ela é uma pessoa fenomenal, fantástica, uma mulher incrível. A gente ficou, se relacionou, só que o jogo é uma parada muito complicada. Eu entendo que eu não era a prioridade dela em algumas situações e ficava com medo de ela sofrer hate por um dia, talvez, a gente trocar votos, porque eu tinha noção que isso poderia acontecer. Era uma forma de ter uma responsabilidade com o jogo. Se fosse para acontecer, aconteceria aqui fora. Só que a gente também mora longe, tem muitas situações que impedem um pouco. Conheci mais a Giovanna quando a gente virou amigo do que ficando com ela. Na época em que a gente ficava, ela tinha mais gente para dividir a atenção no jogo, e eu super entendo. E, mais recentemente, foi aquele momento de carência, né? A gente quer reviver o beijo... Foi muita conexão. Mas ela é uma pessoa fantástica, eu quero muito ter a amizade dela e acho que isso aí é o que vale; acredito que a amizade vai prevalecer por mais longos anos. O pessoal está perguntando bastante por esse futuro, mas a gente já tinha conversado bastante lá dentro que iria optar pela amizade, até porque foi assim que a gente se conectou mais.
Você optou por fazer um jogo solo durante parte do confinamento. Essa decisão foi consequência da briga com o grupo que dormia no quarto Gnomos ou foi uma escolha sua que aconteceu antes dela?
Foi uma escolha minha porque eu não concordava com algumas opiniões do quarto. Só que, depois, eu tive que recuar para poder somar votos. Também tive, em alguns momentos, que ficar mais como uma planta, porque a casa começou a ficar dividida e eu tive que mudar meu critério de jogo. São decisões que você tem que tomar a cada dia, e às vezes, em um único dia, essa decisão muda quatro, cinco, seis vezes. É pesado, chega uma hora em que você cansa mentalmente. Para uns, esse momento demora, para outros é mais cedo. Essa opção de jogar solo foi porque, se eu errasse, ninguém seria responsável por isso. E vice-versa.
Houve um paredão em que você não votou junto a nenhum dos dois grupos [Gnomos e Fadas] e a Fernanda acabou na berlinda. Essa sua atitude foi vista como traição por ela. Você se arrepende de ter feito essa escolha? Acredita ter sido essa a situação que abalou sua relação com o grupo?
Eu acho que não. Lá atrás eles falavam que a gente não era um grupo, só somava votos. E eu sentia que eles não defendiam a gente. O Luigi e o Vini foram para o paredão por isso. Eu achava que as meninas não iam me proteger também, não estavam muito na de fechar comigo. E eu bati muito na tecla de que se o Marcus Vinicius fosse ao paredão, ia me puxar, ao Rodriguinho... Então ali foi um movimento meu de jogo, não foi traição porque o que entendi naquele momento foi que se a Fernanda pudesse mandar qualquer pessoa ao paredão que não fosse ela, ela faria isso. Naquela época eu não conhecia tanto a Fê. A gente brincava, conversava, resenhava, mas não tinha a proximidade que criamos bem depois desse ocorrido. Até fiquei chateado porque eu acabei votando nela e fiquei sabendo que ela não iria votar e mim. Pensei: "Fiz besteira duas vezes mais". Recuei, pedi desculpas para ela e vida que segue. Depois eu vou pagar um Japa [comida japonesa] para ela para ver se ela me desculpa (risos).
Sua rivalidade com o Davi quase teve uma grave consequência. O que te incomodava nele? E o que provocou essa situação extrema, na sua opinião?
O Davi não me incomodava em nada. Eu não tinha esse incômodo de ele ficar cantando, nem coisas do tipo, porque no dia a dia a gente se respeitava muito. Teve momentos em que eu até fazia coisas para dar uma fortalecida para o Davi na casa, questão de lavar roupa, etc. Só que eu tive um embate com o Davi em uma festa, em uma situação em que os dois já estavam cheios de álcool, e rolou uma discussão meio boba, meio sem noção. Hoje eu paro para ver e falo: "Fui moleque, que coisa idiota". Já essa briga recente foi uma situação pós-sincerão em que a gente já fica muito tenso, não quer conversar com ninguém, fica à flor da pele, está com a mente cansada. Não queria falar naquela hora com o Matteus, também veio um monte de gente falando ao mesmo tempo, e acabamos saindo do eixo. Mas o momento em que me senti mais leve no jogo foi o que eu pedi desculpas para o Davi e para o Matteus, porque eu sinto vergonha daquela briga. Não vejo o Davi nessa caixa de monstro e manipulador que colocam ele. Eu faria a mesma coisa que ele se também tivesse que julgar outra pessoa: "É movimento de jogo, essa pessoa não joga com você". O que eu via nele era isso: uma visão de jogo em que ele só queria alertar a pessoa; não o vejo como manipulador, nesse caso.
Como mencionou, você já havia entrado em um embate caloroso com o Davi na confusão marcada pelo termo “calabreso”, que ganhou ampla repercussão fora da casa. Você falou ainda lá dentro que sabia que a palavra se referia a um meme do humorista Toninho Tornado. Por que o acusou de usá-lo de forma pejorativa com o Lucas e preferiu não explicar o termo aos demais?
Eu pontuei para o Lucas: "Talvez eu tenha me precipitado e não seja nada relacionado à gordofobia". Em outros momentos, me parecia que o Davi estava fazendo uma ofensa, xingando. Lembro que eu tinha ouvido essa expressão do Toninho, até eu mesmo tinha brincado com isso, só que lá dentro a gente se esquece de tudo. Eu tinha esquecido de uma música que eu achei que era uma homenagem para mim e nem lembrava que eu tinha a voz gravada nela. E não tinha nem um mês que eu estava lá dentro! São muitas coisas que batem e você acaba esquecendo, não raciocinando direito. Eu tive muitas atitudes precipitadas, que no calor do momento não pensei e não pisei o pé no freio. E isso daí passou. Hoje eu vou comer um X-calabresa, um à parmegiana e dando risada. E vambora (risos)...
Se pudesse escolher um grupo de aliados ideal, pensando em todos os participantes da temporada, que grupo você montaria?
Algumas vezes eu falei que eu e o Davi tínhamos o mesmo perfil. Se a gente jogasse junto ia dar um trabalho. Eu também jogaria com o Vinicius. Com o Matteus, de quem gosto muito e é um moleque sensacional, em provas nem se fala. Acho que o Marcus também; eu o curtia e ele entendia muito do BBB. E gostava muito da Anny [Deniziane]. Então, acho que eu formaria uma combinação com essa galera e até com a Pitel, porque acho ela bem inteligente. Acho que algumas dessas pessoas saíram um pouco cedo. Mas, vendo assim, para continuar a minha história dentro do 'Big Brother Brasil', se eu tivesse pessoas que me ajudassem a pisar no freio e rever algumas situações, não passassem a mão na minha cabeça para os meus erros, eu poderia ter me saído melhor no jogo. Eu jogaria com algumas pessoas assim.
Que ferramentas te faltaram para que você conseguisse desempenhar seu jogo de forma a chegar à final do BBB?
Faltou muito discernimento para muita coisa. O jogo pede muito isso. Eu acho, por exemplo, que a Cunhã [Isabelle] é uma peça fundamental para o jogo do Davi. Ela não passa a mão na cabeça dele, mas conversa muito com ele. Acho ela uma pessoa muito sincera e muito verdadeira. Via muitas vezes a Fernanda e a Pitel também terem essa troca, uma corrigindo um pouco a outra. Acho que faltou eu estar perto de uma pessoa que me passasse um pouco essa visão, me ajudasse nesses momentos.
O que você acha que levou à eliminação de quase todo o quarto Gnomos?
Acho que o posicionamento no jogo foi bem errado. A galera deixar declarada uma treta, uma guerra, somar maioria de votos. A Pitel é uma mina "da hora", a Fernanda também. Só que muita gente ali demorou um pouco para se movimentar na casa e mostrar quem era, ou recuou demais. Faltou um pouco de sensibilidade para o jogo e também para trocar ideia com o Fadas. O pessoal ali não é um monstro, igual todo mundo estava rotulando. Gosto da Alane, tenho muito respeito pela Bia. Se o pessoal interagisse mais, acho que ajudaria.
Quem tem a sua torcida hoje?
A Giovanna e o Buda, que eram pessoas de quem eu era próximo. Aqui fora eu sei como está o cenário do jogo, quem são os favoritos. E não vou mentir que gosto muito da Alane, acho uma menina fantástica. Então vou deixar essa torcida também por ela, independentemente de a gente ter se afastado no jogo. Meu top 3 seria esse. Giovanna top 1. O Buda top 2, pegar um pódio, porque o que ele vai enfrentar aqui fora não vai ser fácil, a situação vai estar meio complicada e o Vasco também não está ajudando (risos). E a Alane no top 3.
Que lugares você vislumbra alcançar na sua carreira neste pós-BBB?
Primeiro eu quero planejar meu novo álbum, que não sei se vou lançar como um último EP como MC Bin Laden ou com um nome novo, vamos decidir agora. Mas tenho alguns feats internacionais que estavam sendo preparados e conversados, preciso resgatar isso. E dar continuidade na minha carreira, fazer bastante feat, bastante música. Eu estou muito feliz por uma galera agora me conhecer e conhecer a minha história. Fiquei sabendo que minha mãe está dando entrevistas também... Ela e minha tia são mulheres maravilhosas! Torço para que o BBB tenha me ajudado a ter um reconhecimento, um respeito no meu trabalho, com as minhas músicas no funk. Quero fazer alguns hits aí, "trombar" a galera e fazer bastantes shows. Que a galera possa ir me ver, entender que no BBB foi um jogo que passou e que agora vamos meter marcha, fazer muito passinho em cima do palco, tirar onda e muito "Bololo haha" (risos).
Leia+
Muito influenciada pelo legado da pandemia de refletir e buscar conforto em momentos singelos do cotidiano, a chamada “ficção de cura” (healing fiction) vem fazendo grande sucesso. Para se juntar a Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong, que figura entre os livros mais vendidos de ficção nas lojas físicas e on-line desde seu lançamento em agosto do ano passado, chega às livrarias em abril o primeiro romance da ensaísta Yun Jungeun publicado no Brasil: "A incrível Lavanderia dos Corações".
Depois de semanas entre os primeiros lugares das listas na Coreia do Sul e com mais de 500 mil exemplares vendidos em todo o mundo, a obra chega ao Brasil traduzida direto do coreano. Ao contar a história de uma personagem com habilidades mágicas, capaz de limpar as manchas mais difíceis do passado dos moradores de um vilarejo coreano, o livro faz pensar se este seria de fato o melhor caminho. Afinal, quem somos nós sem as partes mais tristes e complicadas da nossa trajetória?
Jieun, a misteriosa proprietária de uma lavanderia, possui dois dons incríveis — a capacidade de realizar desejos e a de apaziguar sofrimentos. Ela recebe em seu estabelecimento pessoas com as mais diferentes histórias em busca de um momento de conforto. Ao decidirem beber o mágico e curativo chá de consolação oferecido por Jieun, os visitantes compartilham memórias secretas de tempos difíceis e têm a oportunidade de tomar uma decisão que mudará a própria vida para sempre: apagar ou não suas lembranças mais dolorosas.
Quando criança, a autora Yun Jungeun costumava lavar à mão as roupas que pareciam delicadas demais, para que não fossem danificadas. Enquanto observava a água escorrer, pingar e evaporar, ficava se perguntando sobre o que aconteceria se pudéssemos apagar as manchas ou feridas em nosso coração e sobre o poder dessas escolhas — como a nossa vida poderia ser diferente a partir delas.
Em "A incrível Lavanderia dos Corações", a autora criou então uma história que reflete sobre essas questões e vai além. Apresenta também uma lição de empatia que estimula a coragem de se expor e abrir o coração para as pessoas ao seu redor. Afinal de contas, como a proprietária misteriosa diz, “quando se tem uma mancha, muitas vezes não sabemos o que é bom e o que é ruim ali”.
O ato de compartilhar arrependimentos antigos, desilusões amorosas, infâncias sofridas e sonhos deixados de lado traz à tona uma série de perguntas difíceis de serem respondidas, com as quais muitos leitores vão se identificar. Por meio de uma escrita envolvente, esta reconfortante narrativa promete mostrar como, no final das contas, são as trocas e os momentos comuns que vivemos os verdadeiros responsáveis por grande parte da nossa felicidade.
Compre "A incrível Lavanderia dos Corações", de Yun Jungeun aqui: amzn.to/49knMNL
YUN JUNGEUN é ensaísta com diversos livros publicados e uma pessoa que vive, ama e abraça o poder das histórias. A incrível Lavanderia dos Corações é seu primeiro romance publicado no Brasil.
Livro: "A incrível Lavanderia dos Corações"
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Na antologia "Justiça 2", série Original Globoplay que estreia no dia 11 de abril e contará com a liberação de quatro episódios por semana, sempre às quintas-feiras, Balthazar (Juan Paiva) é um jovem motoboy criado pela avó, Dona Regina (Dja Marthins), a quem é muito apegado, e se vê desempregado do Canto do Bode, restaurante de Seu Galdino (Amir Haddad). Isso acontece depois que o genro do seu patrão, Nestor (Marco Ricca), cada vez mais envolvido na administração do negócio, decide demitir os funcionários e passa a usar aplicativos de delivery.
Ao comunicar a demissão ao grupo de funcionários, que inclui também a namorada de Balthazar, Larissa (Jéssica Marques), Seu Galdino garante que eles receberão tudo a que têm direito no momento da rescisão do contrato. Mas isso não acontece e faz com que Balthazar, inconformado com a situação, questione Seu Galdino e confronte Nestor.
Coincidentemente, na mesma noite em que o motoboy luta por seus direitos, o restaurante é assaltado. Nestor, amparado pela esposa, Silvana (Maria Padilha), acusa Balthazar de ter cometido o crime ao reconhecê-lo em um catálogo digital de suspeitos da polícia. Ele acaba acusado por outros crimes, vai preso injustamente e cumpre uma pena de sete anos de reclusão.
“É importante dar voz às pessoas que sofreram e sofrem injustiças. O Balthazar é honesto, íntegro, procura fugir dos erros. Ele quer o bem da avó e da namorada, quer melhorar de vida e está sempre na batalha. Ele tem respeito por todas as pessoas”, comenta Juan Paiva. O ator também menciona o que Balthazar e João Pedro, seu personagem de ‘Renascer’, têm em comum: “Eles conversam muito na questão de não abaixar a cabeça e de lutar pelos seus direitos”.
Balthazar sai da cadeia auxiliado por Cassiano (Luciano Mallmann), um ex-atleta que, anos antes, foi vítima de um ataque homofóbico, praticado por Nestor, que fez com que perdesse o movimento das pernas. Casado com João (Jorge Guerreiro), Cassiano decide se formar em Direito para ajudar pessoas injustiçadas pelo sistema penal.
"Justiça 2" é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Manuela Dias, com colaboração de Walter Daguerre e João Ademir e pesquisa de Aline Maia. A série tem direção artística de Gustavo Fernández, direção de Pedro Peregrino, Ricardo França e Mariana Betti, produção executiva de Luciana Monteiro e direção de gênero de José Luiz Villamarim.