segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

.: MASP Escola oferece curso gratuito de "Estudos Críticos" em março


O curso propõe uma reflexão sobre a educação e as artes como ferramentas emancipadoras, através de práticas insurgentes para o enfrentamento da colonialidade. Na imagem , a arte de Maria Auxiliadora da Silva, "Capoeira", 1970, acervo MASP


O MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, entre 9 e 30 de março de 2024, um novo curso online e gratuito de Estudos críticos, organizado pelo MASP Escola. O curso "Entre a Universidade e a Escola: diálogos para Uma Arte e Educação Insurgente e Antirracista", contará com os professores Clarissa Suzuki, Claudia Miranda, Cynthia Cy Barra, Fernanda Priscila Alves da Silva e Sumaya Mattar. As aulas pretendem refletir sobre o caráter indissociável do ensino, da pesquisa e da responsabilidade social e política da educação pública, a partir de redes colaborativas, epistemologias comunitárias e o potencial transformador das artes e da educação. 

De programa intensivo, o módulo de "Estudos Críticos" tem como objetivo ser um espaço de debate sobre as intersecções entre a arte e as questões políticas e sociais de peso na atualidade. As aulas também transitam pelos assuntos propostos pelos ciclos temáticos que pautam o programa de exposições do museu a cada ano.

Entre a universidade e a escola: diálogos para uma arte e educação insurgente e antirracista busca compartilhar práticas de resistência contra as violências coloniais, valorizando outros pensares e fazeres para além daqueles já celebrados pela história moderna/ocidental e as instituições formais de arte, educação e cultura. O objetivo é construir coletivamente reflexões sobre os saberes tecidos pelo diálogo da universidade com a escola pública, conhecendo e partilhando estratégias pedagógicas no combate ao racismo, preconceito e discriminação, sobretudo ampliando proposições metodológicas que auxiliem na pedagogia voltada para uma educação insurgente e antirracista.

Durante os encontros, serão discutidas as práticas educativas/artísticas em diálogo com as memórias e ancestralidades que fundamentam outros pensares e fazeres na educação. Por este motivo, os encontros contemplarão o diálogo com professoras de quatro universidades públicas de diferentes regiões do país, que realizam ações transformadoras com escolas da rede estadual.

O curso é gratuito e as aulas serão on-line, transmitidas ao vivo pelo canal do MASP no YouTube. Haverá tradução simultânea em LIBRAS. O link para registro de presença será compartilhado durante cada aula no chat. O curso será gravado e ficará disponível posteriormente. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem no mínimo 75% de presença. Junto ao certificado, será enviado um cupom de desconto de utilização única e individual para qualquer curso do MASP Escola, válido até dia 29 de junho de 2024.


Serviço
"
Entre a Universidade e a Escola: diálogos para Uma Arte e Educação Insurgente e Antirracista". Com Clarissa Suzuki, Claudia Miranda, Cynthia Cy Barra, Fernanda Priscila Alves da Silva e Sumaya Mattar. De 9 a 30 de março de 2024. Sábados, 10h00 às 12h00. On-line (4 aulas). Curso gratuito. Inscrições aqui. https://maspescola.byinti.com/#/event/entre-a-universidade-e-a-escola-dialogos-para-uma-arte-e-educacao-insurgente-e-antirracista

.: "Escute as Feras" reestreia em curta temporada no Teatro Cacilda Becker


Fruto de uma criação coletiva, a peça é ao mesmo tempo um espetáculo solo de Maria Manoella, e uma experiência artístico-sonora conduzida ao vivo pelo músico Lúcio Maia. Foto: Ariela Bueno 


Quando a experiência vivida nutre uma reflexão vertiginosa sobre o humano e o natural, a identidade e a fronteira, o tempo do mito e a história contemporânea. O livro "Escute as Feras" ganha livre adaptação do livro homônimo da antropóloga francesa Nastassja Martin publicado na França em 2019 e no Brasil em 2021 pela Editora 34 em curtíssima temporada no Teatro Cacilda Becker, de 29 de fevereiro a 3 de março, realizando seis apresentações gratuitas com os artistas Maria Manoella e Lúcio Maia em cena.

A autora do livro teve o rosto desfigurado por um urso pardo em um encontro inesperado na região de Kamchatka, na Sibéria, e experimenta transformações físicas e espirituais se vendo às voltas com questões filosóficas sobre as relações entre a humanidade e a natureza. Sonhos, delírios provocados por intervenções médicas e memórias em meio aos vulcões: é preciso acreditar nas feras. Antes, o projeto, idealizado por Maria Manoella e Fernanda Diamant, foi contemplado pelo edital ProAC n.1 de produção inédita, teve sua temporada de estreia em novembro no Sesc Ipiranga. 

A adaptação teatral se concentra nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres. A versão final, descarnada, se descola do realismo da obra e procura criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos. A atriz Maria Manoella então dá voz à narradora acompanhada pelo músico Lucio Maia, que executa a trilha ao vivo como uma extensão dramatúrgica, criando não só música, mas ambiências sonoras.

Daniela Thomas e Caetano Vilela colaboram para a instauração deste não-lugar onde a protagonista se encontra; Fabio Namatame e Vivien Buckup na expressividade e hibridação dessa mulher-animal; a escritora Ana Paula Pacheco contribui para a adaptação teatral ao lado de Fernanda Diamant e Mika Lins – que co dirigem o espetáculo. Nastassja Martin teve seu rosto desfigurado por um urso pardo em um encontro inesperado na região de Kamchatka, na Sibéria no ano de 2015. A autora então parte do relato desse acontecimento para pensar questões sociais, políticas e existenciais.

Sobre a adaptação
A atriz Maria Manoella estava à procura de um texto literário para transpor ao teatro quando a filósofa e editora Fernanda Diamant lhe apresentou essa obra ficcional que tinha acabado de ler, baseada numa história verídica, — e as duas, junto com a diretora Mika Lins, escreveram a adaptação teatral.

Fruto de uma criação coletiva, a peça é ao mesmo tempo um espetáculo solo de Maria Manoella, e uma experiência artístico-sonora conduzida ao vivo pelo músico Lúcio Maia. “Uma infinidade de instrumentos musicais acompanha as ações da atriz, a partir da concepção dos Dubs jamaicanos somados a minha experiência autoral de manejar múltiplos setups explorando novas sonoridades”, comenta Lucio.

O processo de adaptação do texto se concentrou nos principais pontos de contato entre essa história e a realidade brasileira, entre essa mulher e todas as mulheres resultando em uma hibridação – ela passa a ser miêdka, meio a meio. A versão final, descarnada, se descola do realismo da obra de não ficção e procura criar um microclima de sonho e estímulo dos sentidos. 

Para isso, conta também com a direção de arte de Daniela Thomas e a iluminação de Caetano Vilella, artistas hipnóticos. Fabio Namatame se soma a proposta estética com o figurino. Para expressar essa fisicalidade, foi essencial o trabalho de Vivien Buckup e também a colaboração dramatúrgica da escritora Ana Paula Pacheco, que acrescentou uma camada a mais ao trabalho desta adaptação. A diretora Mika Lins se encarrega de conduzir essa orquestra.

“Se afirmo sou humano, digo sou diferente dos animais. Toda identidade perpassa por uma noção de diferença, em que ser como se é depende do não-ser outra coisa. A partir do momento em que Nástia sobrevive à troca de olhares com um urso; ao encontro dos corpos físicos de dois mamíferos tão diferentes quanto iguais, se corporifica um não-lugar no que restou de Nástia. É isso que investigamos nessa obra, as incertezas geradas nesse embate”, conclui Maria Manoella.


Ficha técnica
Espetáculo "Escute as Feras". Autora: Nastassja Martin / Tradução: Camila Boldrini e Daniel Lühmann / Idealização: Maria Manoella e Fernanda Diamant /  Adaptação: Fernanda Diamant, Mika Lins, Maria Manoella / Fala do Urso: Ana Paula Pacheco / Direção: Mika Lins /  Co- direção: Fernanda Diamant /  Com: Maria Manoella e Lúcio Maia /  Direção Musical, Produção, Composição e Execução: Lúcio Maia /  Direção de Arte: Daniela Thomas / Figurino: Fabio Namatame /  Iluminação: Caetano Vilela /  Direção de Movimento: Vivien Buckup /  Assistente de Direção: Luana Gouveia /  Direção de Produção: Carla Estefan /  Produção Executiva: Daniela D'eon /   Operação de Luz: Rodrigo Palmieri /  Operação de Som e Vídeo: Edézio Aragão / Direção de Palco: Diego Dac /  Assistente de Palco: Samuel Rodrigues / Fotos e vídeos: Ariela Bueno / Edição de Vídeo: Sergio Glasberg / Identidade Visual: Flávia Castanheira / Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro / Gestão de Projeto e Difusão: Metro Gestão Cultural. Este projeto foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural – ProAC n. 1 – 2023, do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas.


Serviço
Espetáculo "Escute as Feras". Teatro Cacilda Becker  – Rua Tito, 295 – Lapa – Curta temporada de 6 apresentações. De 29 de fevereiro a 3 de março de 2024. Reestreia quinta-feira dia 29 de fevereiro, às 18h00. Quinta, 29 de fevereiro e sábado, 2 de Março – sessões às 18h00 e 21h00. Sexta-feira, dia 1° de março, às 21h00. Domingo, dia 3 de março, às 19h00. Ingressos gratuitos distribuídos exclusivamente na bilheteria do teatro, uma hora antes do início das apresentações – Sujeito a lotação – 195 lugares. Recomendação etária – 16 anos. Duração – 70 minutos. Idealização: Maria Manoella e Fernanda Diamant. Adaptação teatral: Fernanda Diamant, Mika Lins, Maria Manoella. Direção: Mika Lins. Co- direção: Fernanda Diamant. Direção Musical, Produção, Composição e execução: Lúcio Maia. Direção de Arte: Daniela Thomas. Iluminação: Caetano Vilela. Figurino: Fabio Namatame. Direção de Movimento: Vivien Buckup.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

.: 1° romance de Caetano W. Galindo, "Lia" pode ser lido em qualquer ordem


Primeiro romance de Caetano W. Galindo, o aclamado tradutor de "Ulysses" e autor de "Latim em Pó", o livro "Lia" costura fragmentos de uma existência numa prosa inovadora, revelando com maestria a matéria de que é feita uma vida. A arte da capa é de Alceu Chiesorin Nunes. 

Romances podem ser como filmes. Este é um álbum de retratos. Como fotos, os capítulos devem ser vistos por si sós. Como álbum, o livro pode ser lido em qualquer ordem: o que lhe dá sentido (nos dois sentidos) é a vida que registra. É assim que vamos conhecer Lia. Alguém que acompanhamos por toda uma vida feita à nossa frente em fragmentos, lascas e relances. Não é assim, afinal, que conhecemos todas as pessoas da nossa vida? Compre o romance "Lia", de Caetano W. Galindo, neste link. 


O que disseram sobre o livro
'Lia' é um livro profundo e lúdico. Enquanto o leitor se entretém com a montagem do quebra-cabeças, satisfeito ao encaixar mais uma peça da misteriosa Lia, Caetano Galindo traduz a complexidade de existir.” ― Martha Batalha, escritora.


Sobre o autor
Caetano W. Galindo nasceu em Curitiba, em 1973, é professor, pesquisador, tradutor e escritor. Sua tradução de "Ulysses" recebeu os mais importantes prêmios literários do país. É autor de "Sim, Eu Digo Sim: uma Visita Guiada ao Ulysses de James Joyce" (2016), finalista do prêmio Rio de Literatura, e do livro de contos "Sobre os Canibais" (2019). "Ensaio sobre o Entendimento Humano", livro não comercial, com tiragem limitada, recebeu o prêmio Paraná de Literatura em 2013. Garanta o seu exemplar de "Lia", escrito por Caetano W. Galindo, neste link.

.: Veronica Botelho lança "Verão", com capa de artista de "Torto Arado"

"Verão", lançado pela editora e-galáxia, é o primeiro romance da piauiense Veronica Botelho, uma autora de literatura que nasceu nos intervalos da escrita de suas teses acadêmicas, sempre exigindo muita leitura e comparações de pontos de vista antes de ganhar forma na tela do computador. Cidadã do mundo e mãe de meninas de dois, 11 e 14 anos, Veronica pegou o diploma de psicologia na Itália e, no momento, faz mestrado em Neurociência da Saúde Mental em Londres, além de vir se especializando em Neurociência Cultural, um braço super novo da Neurociência.

O lançamento será na sexta-feira, dia 1º de março, às 19h00, na Janela Livraria. Haverá um bate papo entre a autora e duas convidadas: Maria Carolina Casati, à frente do projeto Encruzilinhas, focado na pesquisa sobre a importância da história oral para a construção da sociedade, e Tamlyn Ghannam, criadora do perfil de entrevistas LiteraTamy. A artista Aline Bispo foi escolhida para assinar a capa de "Verão". Bispo ficou conhecida no meio editorial pela criação da capa emblemática de "Torto Arado", de Itamar Vieira Jr. e um dos livros responsáveis pelo recente boom da literatura brasileira.

A literatura entrou na vida da autora pela porta do divertimento. "Sempre quis escrever ficção, mas achava impossível. Então, continuei produzindo textos acadêmicos. De vez em quando, o meu companheiro falava que eu deveria investir na ficção para relaxar um pouco. Até que resolvi tentar. Uma amiga me apresentou à dona da e-galáxia. Ela leu os originais e quis publicar o 'Verão', que faz parte da série As Estações", explica Veronica, adiantando que "Inverno" já está nas mãos da sua editora, Sandra Espilotro.

Transitando entre o passado e o presente, a história se desenrola por 21 anos - entre os verões de 1998 e 2021. Rebecca, a protagonista, experimentou o racismo na pele e pouco sabe de sua origem. Ao atingir a maioridade, decide ir atrás dos fatos jamais esclarecidos pelos tios que ficaram com a sua guarda. Quais serão os motivos da ausência da mãe e a verdade sobre a morte do pai? Essa jornada de busca e esperança ocupa o centro da trama.

E não é só nos ponteiros que "Verão" convida os leitores a viajar, mas também no espaço: de Toscana ao nosso Nordeste, da Cataluña à Serra Fluminense. Assim como a personagem, Veronica Botelho está sempre com, ao menos, um bilhete emitido. Isso porque ela mora parte do ano na Espanha e o restante no Brasil, numa casa da família em Miguel Pereira.

"Os personagens foram se construindo de fragmentos de conversas que escutei pelos tantos lugares onde passei. Colocar esse drama psicológico no papel foi muito gostoso. Comecei no verão, mas a escrita mesmo se deu no inverno europeu - ou seja, no verão daí", conta Veronica, da Cataluña. "A narrativa vai e volta para dar a dimensão de vida real. E as estações são como emoções, mesmo quando a gente rejeita uma, ela apresenta nuances que nos agradam", pondera. Compre o livro "Verão", de Veronica Botelho, neste link.

Serviço
Lançamento do romance "Verão", de Verônica Botelho, no Rio de Janeiro.
Dia 1º de março, às 19h00, na Janela Livraria - Rua Maria Angélica, 171 / loja B, no Jardim Botânico.
Entrada gratuita. O livro custa R$ 44,90. Haveerá bate-papo de Veronica Botelho com Maria Carolina Casati e Tamlyn Ghannam.

.: “Hileia: Semeadora das Águas”, da Cia Mundu Rodá, no Sesc Ipiranga


Cia. Mundu Rodá, conhecida pelo estudo das Manifestações Tradicionais Brasileiras, aborda na nova peça temas como ancestralidade, os rios e as águas, e o encontro com o feminino; obra tem trilha sonora original executada ao vivo. Foto: Susan Oliveira


A Cia. Mundu Rodá está em cartaz no Sesc Ipiranga com o espetáculo “Hileia: Semeadora das Águas”, realizado a partir da nova pesquisa do grupo, baseada em temas urgentes e universais: o útero, a ancestralidade, o mercúrio, a seca, a enchente e a água. A nova montagem, com dramaturgia de Dione Carlos, traz trilha original executada vivo e emerge de pesquisas do grupo realizadas nos últimos anos, envolvendo o delicado tema das questões ambientais, por meio do aprofundamento de um teatro imbricado nas tradições populares e nas corporeidades contemporâneas. Com direção de Ana Cristina Colla, do Lume Teatro, a peça fica em cartaz até 24 de março, no Sesc Ipiranga - Auditório, e os ingressos podem ser adquiridos em https://www.sescsp.org.br/programacao/hileia-semeadora-das-aguas/.

O espetáculo conta a história de Hileia, uma mulher prestes a perder a visão, acaba de herdar uma coleção da avó: rios engarrafados que a anciã reuniu durante toda a sua vida. Impactada diante do acervo, cria um altar para os objetos, passando a adorá-los, até ser transportada para uma realidade paralela na qual já não é apenas humana, mas um ser híbrido, meio bicho, meio planta, meio água. Navegando pelos rios soterrados de São Paulo, o espetáculo trama a história de mulheres-rios, em diferentes gerações.

"Da trajetória do meu antepassado avô, que semeava rios por onde passava, das vozes ancestrais que tanto nos alertam e me ensinam, peço licença para evocar memórias de mulher-rio. Da inquietude de transformar a mim e o que puder alcançar, lançamos sementes de águas para que possamos colher rios", evoca Juliana Pardo, atriz e uma das criadoras do espetáculo.

“Hileia: Semeadora das Águas” parte de uma pesquisa que entrelaça as memórias pessoais da atriz Juliana Pardo, uma das fundadoras da companhia, além de documentos e narrativas que demonstram a construção da capital paulista por meio do apagamento violento de seu desenho hídrico, e materiais levantados durante duas expedições realizadas pela Mundu Rodá na região Amazônica, pelos rios Xingu e Iriri em 2017 e Rio Acre e Tapajós (2019). 

O espetáculo teve como inspiração a história real do avô da atriz, que foi carreiro de boi e que coletava águas de rios em pequenas garrafinhas de vidro, autodenominando-se um “colecionador de rios”. Somam-se à construção do espetáculo elementos da cultura popular, pesquisa que tem orientado a criação teatral da Cia. Mundu Rodá desde o seu surgimento, no ano 2000. 

Na vida real da artista Juliana Pardo, a figura que guardava águas de rios em garrafas é seu avô Francisco Teles, mas na ficção proposta por Dione Carlos, a AVÓ Hileia é quem coleciona os rios nos potes de vidro. A peça transita também sobre o "ser mulher” em um mundo onde o machismo silencia, o medo imobiliza e o poder patriarcal subsiste há muitas gerações.


Ficha técnica
Espetáculo “Hileia: Semeadora das Águas”.
Direção: Ana Cristina Colla.
Co-Direção: Alício Amaral.
Atuação: Juliana Pardo.
Músico e Musicista em Cena: Alício Amaral e Amanda Martins.
Dramaturgia: Dione Carlos.
Designer Audiovisual: Yghor Boy.
Figurinos: Awa Guimarães.
Visagismo: Tiça Camargo.
Direção musical: Alício Amaral.
Criação musical: Alício Amaral, Amanda Martins e Juliana Pardo.
Cantigas: Baião de Princesas - Casa Fanti Ashanti, Família Menezes e Grupo A Barca e Canção dos Encantados - Maria Zenaide.
Investigação corporal - Butoh Dance: Yumiko Yoshioka.
Tradução e Mediação de Contato/Produção (Yumiko Yoshioka): Eduardo Okamoto.
Treinamento corporal: Lu Favoreto e Juliana Pardo.
Investigação vocal: Lari Finocchiaro, Andrea Drigo e Letícia Góes.
Concepção Cenário: Giorgia Massetani.
Luz: Eduardo Albergaria.
Operação de Luz: Felipe Stucchi e Kenny Rogers.
Captação das imagens Rio Jureia: Laboratórios Cisco.
Equipe de produção: Corpo Rastreado - Lucas Cardoso.
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Marina Franco.

Créditos da primeira etapa do projeto - Pesquisa e criação
Espetáculo “Hileia: Semeadora das Águas”. Assistência de Direção: Natacha Dias e Alício Amaral Designer Audiovisual: Clara Moor e Julia Ro Figurinos: Thaís Dias Cenário e Cenotecnia: Wanderley Silva Provocadores dos Estudos Cênicos I e II: Daniel Munduruku, Francois Moïse Bamba, Patrícia Furtado e Adriano Sampaio Tradução e Mediação de Contato / Produção (Francois Moïse Bamba): Laura Tamiana Captação das imagens Rio Jamari e das crianças da aldeia jupaú, T.I. Uru Eu Wau Wau - Povo Uru Eu Wau Wau; e desenhos criados pelas crianças da Aldeira Tubatuba, T.I.Xingu, Povo Yudjá: Clara Moor 

Serviço
Espetáculo “Hileia: Semeadora das Águas”.
De 23 de fevereiro a 24 de março, sextas às 21h30, e sábados e domingos às 18h30.
Local: Sesc Ipiranga - Auditório - Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga/São Paulo.
Duração: 60 minutos.
Classificação Indicativa: 12 anos.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia-entrada) e R$ 12,00 (credencial plena) | Vendas nas bilheterias das unidades do Sesc e no link: https://www.sescsp.org.br/programacao/hileia-semeadora-das-aguas/

.: Última apresentação de "Das Tripas: sete Histórias", com Mariana Muniz


Com direção de Clara Carvalho, espetáculo é uma construção coreográfica e teatral inspirada no livro Das Tripas Coração, da autora pernambucana Ezter Liu. Foto: Cláudio Gimenez


A Cia. Mariana Muniz de Dança e Teatro investiga o universo dos contos da pernambucana Ezter Liu em "Das Tripas: sete Histórias", inspirado no livro "Das Tripas Coração", que rendeu à escritora o V Prêmio Pernambuco de Literatura, em 2018. A última apresentação do espetáculo, em cartaz na Oficina Cultural Oswald de Andrade, será nesta segunda-feira, dia 26 de fevereiro. 

Com direção de Clara Carvalho e interpretação de Mariana Muniz, o espetáculo é uma construção coreográfica e teatral, na qual os movimentos e palavras dão voz e corpo ao universo poético e profundamente feminino retratado pela escrita de Liu.

Em 2019, Mariana Muniz, que também é pernambucana, fez uma abertura de processo de criação em dança-teatro que envolveu a adaptação de alguns dos contos do livro, dirigida por Carvalho. A apresentação foi realizada via zoom e veiculada pelo Grupo Tapa em seu Festival de Inverno de 2021, com o título “Sete Histórias”. Agora, o que a Cia Mariana Muniz de Dança e Teatro propõe é o aprofundamento das descobertas cênicas desde essa abertura.

Os contos escolhidos do livro têm em comum a temática feminina e se expandem em narrativas cênicas. Suas histórias, cheias de peripécias inusitadas e concretas, nos convidam a mergulhar no universo poético da dança-teatro. Segundo a autora, desses contos “vieram da imaginação mesmo, já outros são mais empíricos, mas nada autobiograficamente descarado”.

O espetáculo ainda é a possibilidade de uma grande parcela do público jovem e amante das artes cênicas ter acesso direto às experimentações, vivências e processos de criação da Cia Mariana Muniz de Dança e Teatro. E nasce de inquietações como: Quando os movimentos e os gestos dançados são fundamentais para fazer emergir no corpo do espectador sensações e pensamentos que o coloquem em sintonia com a estrutura narrativa escolhida? Quando o texto falado, a rede de palavras se torna imprescindível para dar clareza e sentido à dramaturgia? Como constituímos uma trama de palavras e movimentos que expressam caminhos comunicantes, sem perder a conexão com o espírito de cada conto selecionado?

Em sua escrita, Ezter Liu apresenta o "ser mulher" com uma força que se expande em múltiplas direções; são personas que coabitam e se revezam para descobrir o que faz de cada uma a protagonista da sua própria trama. A mulher que se sente deus, a mulher que escreve; a mulher que foge, a que acende fogueiras, que se torna parafuso, são algumas das várias faces do feminino que protagonizam as histórias criadas pela autora, que além de poeta é uma policial em Carpina, cidade da zona da Mata de Pernambuco.

“Assim como a autora escolhe criar uma narrativa sem vírgulas, apontando para a necessidade de um contar sem pausas, nós acreditamos na força da tradução deste movimento literário em ação cênica, tirando da adversidade a sua força e atravessando os próprios limites para dizer o que precisa ser dito sobre a questão do feminino, num país onde o feminicídio é uma realidade muito cruel e que continua fazendo milhares de vítimas por minuto”, revela Mariana Muniz. 

Ficha técnica
Espetáculo "Das Tripas: sete Histórias".
Coordenação Geral e intérprete: Mariana Muniz.
Assistente de Coordenação: Cláudio Gimenez.
Direção: Clara Carvalho.
Assistência de direção: Marcella Vicentini.
Iluminação: Wagner Pinto.
Espaço Cênico: Júlio Dojcsar.
Assistente de Iluminação: Gabriel Greghi e Carina Tavares.
Trilha Sonora: Mau Machado.
Figurino: Marichilene Artisevskis.
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio.
Produção Geral: Movicena Produções.
Direção de Produção: Rafael Petri.
Produção Executiva: Jota Rafaelli.
Realização: Prefeitura de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura | Fomento à Dança Para a Cidade de São Paulo.


Serviço
Espetáculo "Das Tripas Coração: sete Histórias".
Última apresentação nesta segunda-feira, às 19h00.
Oficina Cultural Oswald de Andrade - Rua Três Rios, 363, Bom Retiro.
Ingressos: gratuitos – retirar uma hora antes na bilheteria.
Classificação: livre.
Duração: 60 minutos.
Acessibilidade: rampa de acesso, banheiros acessíveis e plateia com reserva de lugares.

.: “Violeta Parra em Dez Cantos” em cartaz no Teatro Itália Bandeirantes


Espetáculo, com texto do premiado Luís Alberto de Abreu, traça um paralelo entre a trajetória da multiartista chilena  e a colonização da América Latina. Foto: Dalton Valério

Violeta Parra (1917-1967) é uma das vozes mais sensíveis e competentes que cantaram a história da América Latina. Muitas das composições da artista chilena são comprometidas com a luta dos oprimidos e contra a injustiça social. A partir do dia 24 de fevereiro, a vida e obra da compositora, cantora, poeta, ceramista, bordadeira e artista plástica vai entrar em cena com o solo musical “Violeta Parra em Dez Cantos”, texto do renomado Luís Alberto de Abreu, direção de Luiz Antônio Rocha, atuação de Rose Germano e direção musical de Aline Gonçalves. A peça é a segunda de uma trilogia concebida pela atriz e pelo diretor sobre a relevância das mulheres latinas, a primeira, foi “Frida Kahlo, a deusa Tehuana”, em cartaz desde 2014.

“Violeta Parra em Dez Cantos” chega ao palco do Itália Bandeirantes na contramão dos grandes musicais americanos, com um solo musical em que evoca a sonoridade dos povos latino-americanos, tão pouco conhecida pelo público brasileiro. O dramaturgo, Luís Alberto de Abreu, foi muito feliz em fazer uma abordagem crítica e contemporânea sobre a contribuição cultural de Violeta Parra para a América Latina tendo na figura da artista a expressão de uma arte decolonial.

A atriz Rose Germano, acompanhada em cena pelo violonista paulista Bruno Menegatti, interpreta grandes sucessos da compositora chilena, como a canção: “Volver a los 17”, mais conhecida no Brasil nas vozes de Mercedes Sosa e Milton Nascimento e “Gracias a la Vida”, imortalizada nas vozes de Mercedes Sosa, Elis Regina, Fafá de Belém, Simone, Alcione entre outros.

Violeta explorou em suas composições a sonoridade de instrumentos como o charango, a quena, o bombo leguero e o guitarron chileno, que colorem seus sons com cores dessa terra. Reencontrar-se com essa música é reencontrar-se com esses caminhos que contornam nossa América”, avalia a diretora musical Aline Gonçalves, “

Violeta Parra, a 'peregrina que não cabia dentro de si', teceu o próprio destino com a sua capacidade de criar, interagir e copilar a sua cultura para dar voz aos esquecidos”, lembra Rose Germano. “Assim como ela, tantas outras mulheres artistas brasileiras, como Maria Carolina de Jesus, Clarice Lispector, Djanira e Leila Diniz, são símbolos de extrema importância na construção de uma identidade feminina própria, pois saíram do papel de figura representada para produzir arte, romper paradigmas e escrever sua própria história".

A atriz Rose Germano nasceu na Paraíba, num lugarejo chamado Riacho do Meio e traz toda a força e a luta das mulheres nordestinas, além da semelhança física com a cantora chilena. As duas histórias se entrelaçam, traçando paralelos entre a vida da atriz e da artista chilena, e aborda temas como a valorização dos povos oriundos de outras culturas, a difusão da cultura latina, a vida, o amor e a morte. "Quando trazemos a voz de uma mulher latina como protagonista, estamos trazendo à luz a cultura latina que, durante muitos anos, foi apagada pela imposição de uma cultura que não é genuinamente a nossa, e sim dos nossos colonizadores”, conta o diretor Luiz Antonio Rocha.

“Violeta Parra em Dez Cantos” é uma celebração emocionada da vida e da arte de uma das maiores artistas latinas, que cantou alto o amor, a revolta, as dores e as misérias de seu povo. Através da história e das músicas da chilena Violeta Parra, a peça traça, de maneira crítica, um “raio x” da colonização da América Latina.


Ficha técnica
Espetáculo "Violeta Parra em Dez Cantos".
Dramaturgia: Luís Alberto de Abreu.
Encenação: Luiz Antônio Rocha.
Elenco: Rose Germano.
Direção musical: Aline Gonçalves.
Músico: Bruno Menegatti.
Direção de Arte e Cenário: Eduardo Albini.
Figurino e Adereços: Wanderley Gomes.
Iluminação: Ricardo Fujji.
Preparador Vocal: Jorge Maya.
Gestão de Mídias Sociais: Inspira Teatro – Felipe Pirillo.
Cenotécnico: Nilton Souza.
Arte: Cristhianne Vassão.
Alfaiate: Darlan Kroger.
Assessoria de Imprensa: Flavia Fusco Comunicação.
Produção Executiva: Zilene Vieira.
Direção de Produção: Luiz Antônio Rocha e Rose Germano.
Realização: Espaço Cênico, Riacho do Meio Produções e teatro em Conserva.

Serviço
Espetáculo "Violeta Parra em Dez Cantos".
Dramaturgia: Luís Alberto de Abreu.
Direção: Luiz Antônio Rocha.
Atuação: Rose Germano.
Direção Musical: Aline Gonçalves.
Músico: Bruno Menegatti.
Duração: 60 minutos.
Recomendação: 12 anos.
Gênero: drama
Estreia: dia 24 de fevereiro.
Temporada: até dia 28 de abril. Sábados, às 20h00, e domingos, às 19h00.
Ingressos: R$120 | R$ 60 meia.
Vendas pelo site: https://bileto.sympla.com.br/event/89840/d/231713/s/1575096.
Bilheteria abre duas horas antes do espetáculo.
Teatro Itália Bandeirantes – 290 lugares.
Av. Ipiranga, 344 - República - São Paulo.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

.: Resenha: excelente cinebiografia "Ferrari" destaca brasileiro Gabriel Leone

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2024


A história de vida do poderoso empresário italiano, apaixonado por carros esportivos, Enzo Ferrari, permeada por insucessos profissionais. Eis o longa "Ferrari", protagonizado por Adam Driver (Infiltrados na Klan). O longa dirigido por Michael Mann (O Informante, O Último dos Moicanos), em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos, acontece sem pressa e surpreende com certos rumos da trama, embora imprima a velocidade das corridas automobilísticas.

A cinebiografia, selecionada para o Festival de Veneza de 2023, retrata como Ferrari e a família -a esposa Laura (Penélope Cruz)- revolucionaram a indústria automotiva, esbarrando, inclusive, nas regras, das corridas de Fórmula 1 que aconteciam entre a população da cidade e do interior, usando também as estradas. Importante no meio autombilístico, Enzo Ferrari é procurado pelo jovem talento na direção, Alfonso de Portago (Gabriel Leone, de "Eduardo e Mônica"- mostra versatilidade e orgulha o Brasil com talento, agora, internacional).

Diante de uma baixa trágica, de Portago consegue ser o primeiro piloto espanhol a entrar para a Escuderia da Ferrari, estando ao lado Piero Taruffi (Patrick Dempsey), por exemplo. Cercado pela esposa Laura -que lembra, às vezes, a Perpétua de "Tieta", por viver mergulhada na viuvez de um filho-, a amante Lina Lardi (Shailene Woodley), com quem teve um filho bastardo, seus carros e as disputas de corridas, Enzo Ferrari pode ser definido como um homem cheio de amores.

O filme de 2h11, que entrega muito do modo americano na vida de um italiano -principalmente pelas atitudes muito comedidas-, agrada o público, incluindo quem não é fã de corridas automobilísticas. "Ferrari" tem ainda no elenco Sarah Gadon (Linda Christian), Jack O'Connell (Peter Collins) e Valentina Bellè (Cecilia Manzini). Vale a pena conferir na telona do cinema!

Assista na Cineflix: Filmes de sucesso como “Ferrari” são exibidos na rede Cineflix Cinemas. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link:vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN. O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 

"Ferrari" ("Ferrari"). Ingressos on-line neste linkGênero: biografia, drama, thriller, esporteClassificação: 16 anos. Duração: 2h11. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Diamond Filmes. Direção: Michael Mann. Roteiro: Michael Mann. Elenco: Adam Driver (Enzo Ferrari), Shailene Woodley (Lina Lardi), Sarah Gadon (Linda Christian), Jack O'Connell, Gabriel LeoneSinopse: Durante o verão de 1957, a falência paira sobre a empresa que Enzo Ferrari e sua esposa Laura construíram dez anos antes. Ele decide apostar tudo na icônica Mille Miglia, uma corrida automobilística de longa distância pela Itália.


Trailer de "Ferrari"


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.: Depois de sucesso no Rio, espetáculo "Para Meu Amigo Branco" chega a SP


No espetáculo, durante uma reunião escolar entre pais e professores, um homem levanta um importante debate sobre racismo: sua filha de oito anos foi chamada de “negra fedorenta” por um colega branco. Foto: Sabrina da Paz

Livremente inspirada em livro homônimo do jornalista e e ativista social Manoel Soares, a peça teatral "Para Meu Amigo Branco" faz estreia no Sesc Belenzinho, em São Paulo, entre os dias 1º e 24 de março, com sessões às sextas e aos sábados, às 21h30, e, aos domingos, às 18h30. Com direção de Rodrigo França, que assina o texto com Mery Delmond, o espetáculo enfoca um caso de racismo na escola e estreia em São Paulo após esgotar sessões no Rio de Janeiro, em 2023.

No espetáculo, durante uma reunião escolar entre pais e professores, um homem levanta um importante debate sobre racismo: sua filha de oito anos foi chamada de “negra fedorenta” por um colega branco. A peça venceu o edital Sesc RJ Pulsar e foi indicada ao Prêmio Shell de melhor cenário 2023. Na trama, enquanto a escola prefere lidar com a questão da violência contra a garota apenas como um mero bullying, seu pai, interpretado por Reinaldo Junior, luta para mostrar aos presentes que a situação é bem mais complexa. O impasse ganha novos contornos quando um pai branco (Alex Nader), inicialmente solidário à causa, muda de comportamento ao descobrir que seu filho é o responsável pela agressão.

O texto é assinado por Rodrigo França, que atualmente concorre ao Prêmio Shell de Dramaturgia no Rio de Janeiro por "Angu", e Mery Delmond. A ideia é que personagens brancos e negros discutam o racismo em cena, estimulando a plateia a refletir sobre as suas ações cotidianas. Para isso, o público deixa de ser passivo. “A encenação faz o possível e o impossível para que as pessoas esqueçam que estão no teatro e mergulhem na realidade da reunião escolar. Ou seja, além de os espectadores estarem posicionados como se estivessem dentro da ação, a atriz que interpreta a professora circula entre todo mundo, incluindo todos os presentes naquele ambiente”, conta França.

“O espetáculo fala sobre uma figura paterna incansável, que não tolera o racismo e deixa isso bem claro. A peça clama por dignidade. O texto defende que só é possível respeitar o outro se enxergarmos a humanidade do outro”, defende França. Também foi importante para o diretor o fato de esse personagem combativo ser um pai. “Embora o abandono paternal seja uma realidade bastante presente, esse fato não é uma verdade absoluta. Acredito que devemos oferecer bons exemplos para as crianças e jovens, mostrando que é possível viver de uma maneira diferente”, argumenta.

Para Manoel Soares, o histórico de racismo no Brasil coloca as vitórias da comunidade negra sempre em segundo plano. “Tudo que os pretos têm de positivo acaba sendo ofuscado pela agenda da dor. Essa agenda só vai deixar de existir se for dividida com as pessoas de pele clara”, analisa o comunicador e ativista. Compre o livro "Para Meu Amigo Branco", de Manoel Soares, neste link.


Repercussão do espetáculo
A peça foi sucesso de público e crítica em suas duas primeiras primeiras temporadas no Rio de Janeiro, no Arena do Sesc Copacabana, em agosto de 2023, assistida por mais de 3.400 espectadores, e no Teatro Domingos Oliveira. Segundo a crítica, é um espetáculo “para ver e rever”, “traz verdades difíceis de engolir” e pode causar “uma bela revolução interior”. Por esse motivo, tem sido intensa a procura pela peça por instituições e empresas interessadas em debater o racismo no interior de suas engrenagens.

“Muitas pessoas que se dizem não racistas acabam reproduzindo o racismo sem se dar conta. Ao assistir ao espetáculo, elas percebem que precisam se autofiscalizar e modificar seus comportamentos”, comenta o diretor e dramaturgo. A idealização é do diretor, produtor e jornalista João Bernardo Caldeira.


Sobre a encenação
Em relação ao cenário, Clebson Prates buscou sublimar os padrões de conduta da branquitude dominante e hegemônica de uma escola de elite. Por isso, o linóleo, a lousa e as carteiras escolares têm a cor branca. Ao mesmo tempo, diversos livros de autores negros estão suspensos no ar. Por esse trabalho impactante, o cenógrafo concorre ao Prêmio Shell de 2023 pelo Rio de Janeiro.

Os espectadores são convidados a se sentar nas carteiras, dispostas em formato circular. E, contribuindo ainda mais para unir público e atores, a iluminação de Pedro Carneiro é bastante viva, quase simulando um ambiente real. “Se uma sociedade é racista, suas instituições também são. E a escola é um espaço onde as máscaras não se sustentam por muito tempo. Assim, não foi difícil pensar nessa história. O livro do Manoel Soares é um manual antirracista, e eu, que sou professor há mais de 20 anos, já ouvi muitos absurdos de educadores e dos responsáveis pelos alunos nas reuniões”, conta França.

Inclusive, um levantamento divulgado pelo Ipec (Instituto de Referência Negra Peregum) e o Projeto SETA mostrou que 81% da população entre 16 e 24 anos afirma que o Brasil é um país racista e que 64% dos brasileiros dizem que racismo começa na escola. Mery Delmond ainda complementa: “a partir do olhar sobre a branquitude, a peça desnuda as problemáticas do racismo e localiza o ‘sujeito branco’ como um indivíduo racializado dentro da estrutura de uma sociedade ainda tão racista como a nossa”.

Ficha técnica
Espetáculo "Meu Amigo Branco".
Inspirado no livro de Manoel Soares.
Texto: Rodrigo França e Mery Delmond.
Direção: Rodrigo França.
Elenco: Reinaldo Junior e Alex Nader.
Atrizes convidadas: Stella Maria Rodrigues, Mery Delmond e Marya Bravo.
Direção de movimento: Tainara Cerqueira.
Cenário: Clebson Prates.
Figurino: Marah Silva.
Iluminação: Pedro Carneiro.
Trilha sonora original: Dani Nega.
Consultoria pedagógica: Clarissa Brito.
Consultoria de representações raciais e de gênero: Deborah Medeiros.
Fotografia: Afroafeto por Gabriella Maria, Sabrina da Paz e Agátha Flora.
Identidade visual: Nós Comunicações.
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Marina Franco.
Operação de som: Hugo Charret.
Operação de luz: Lucas da Silva.
Assistência de produção: Ludimila D´Angelis e Eduardo Rio.
Produção executiva: Júlia Ribeiro.
Contabilidade: Cristiano Geraldo Costa dos Santos.
Idealização e direção de produção: João Bernardo Caldeira.
Produção: São Bernardo.
Instagram: @parameuamigobranco.


Serviço
Espetáculo "Meu Amigo Branco".
Data: 1º a 24 de março de 2024.
Sextas e sábados, às 21h30. Domingos, às 18h30.
Local: Sala de Espetáculos I do Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1.000, Belenzinho, São Paulo).
Capacidade: 100 pessoas.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia-entrada) e R$ 12,00 (credencial plena).
Duração: 80 minutos.
Classificação indicativa: 14 anos.

Estacionamento
De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional. 

Transporte Público
Metrô Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m).

.: Romance japonês faz reflexão sobre como seria o mundo sem os gatos


Escrito por Genki Kawamuraexpoente da "ficção de cura" ("healing fiction"), o romance "Se os Gatos Desaparecessem do Mundo", lançamento da editora Bertrand Brasil, apresenta uma história espirituosa e emocionante sobre vida, perda e reconciliação. Romance de estreia do autor japonês, o livro foi traduzido para 18 idiomas e já vendeu mais de dois milhões de exemplares no mundo. No Brasil, a tradução é assinada por Tomoko Gaudioso.

O livro conta a história de um jovem carteiro, que mora sozinho com seu gato, recebe o diagnóstico de uma doença em fase terminal e a notícia de que teria pouco tempo de vida. Logo em seguida, o Diabo em pessoa aparece com uma proposta: para cada coisa que ele estiver disposto a fazer desaparecer do mundo, ganha um dia extra na Terra.

Enquanto resolve esse grande dilema, o protagonista de "Se os Gatos Desaparecessem do Mundo" tem uma semana de tormento, em que reflete sobre coisas e pessoas importantes de sua vida. Afinal, como decidir o que faz a vida valer a pena? Como distinguir o que é dispensável daquilo que se ama? Enfrentando essas questões cruciais, embarca em uma jornada que o levará — junto de seu querido gato — aos limites entre a vida e a morte. Genki Kawamura presenteia o público com um romance sensível e fascinante que traz à tona a importância da vida e do mundo que nos cerca, permeado por reflexões primordiais e contundentes. Compre o livro "Se os Gatos Desaparecessem do Mundo", de Genki Kawamura, neste link.


O que disseram sobre o livro

“Uma emocionante história sobre como lidamos com a morte e com nossos erros, que nos faz repensar o que é realmente importante na vida.” — The Herald

“Um romance que reflete sobre a vida, o amor, a separação familiar e o que resta quando partimos.” — The Guardian


Sobre o autor
Genki Kawamura é produtor, diretor, roteirista, showrunner e autor best-seller internacional. Seu romance de estreia, "Se os Gatos Desaparecessem do Mundo", foi traduzido para 18 idiomas e vendeu mais de dois milhões de exemplares no mundo, além de ter sido adaptado para o cinema pelo diretor Akira Nagai. Genki Kawamura também escreveu outros livros, dentre eles cinco romances e oito histórias infantis. Como produtor, trabalhou no homônimo filme de anime "Your Name". Garanta o seu exemplar de "Se os Gatos Desaparecessem do Mundo", escrito por Genki Kawamura, neste link.

.: "Tela Quente" exibe primeiro episódio da série documental sobre "MC Daleste"


Documentário Original Globoplay produzido pelo Jornalismo da Globo conta a história de funkeiro assassinado em cima do palco há dez anos. Na imagem, Dona de fã clube do MC Daleste guarda lembranças do artista em sua residência. Foto: Globo/Divulgação


A série Original Globoplay "MC Daleste – Mataram o Pobre Loco" que revela detalhes do fim trágico do funkeiro que virou lenda nas periferias do Brasil vai poder ser vista na TV Globo nesta segunda-feira, dia 26, , apenas para o estado de São Paulo, quando a "Tela Quente" exibe o primeiro episódio da obra que estreou no Globoplay. 

Produzida pelo jornalismo da TV Globo, a série conta em quatro episódios a história de Daniel Pellegrini, o MC Daleste, assassinado com dois tiros em cima do palco durante um show em Campinas, interior de São Paulo, em julho de 2013. Com direção de Guilherme Belarmino e Eliane Scardovelli, que também assina o roteiro junto com Caio Cavechini, a produção se aprofunda na investigação do crime, que foi filmado de vários ângulos e continua impune até hoje, além de percorrer a trajetória do funk ostentação em São Paulo. 

A equipe de jornalismo da Globo teve acesso ao processo criminal de quase mil páginas, arquivado pela última vez em 2019. As linhas de investigação consideram desde o relacionamento de Daleste com namoradas de traficantes até uma possível participação da polícia. A série traz ainda depoimentos exclusivos de testemunhas, do delegado do caso, do irmão e da irmã de Daleste, além de artistas como Glória Groove, MC Livinho, MC Hariel, entre outros.

 

.: Inspirado em conto de Virginia Woolf, "A Cortina da Babá" tem apresentação


Teatro Sérgio Cardoso recebe teatro de sombras chinesas no espetáculo A Cortina da Babá, com o Grupo Sobrevento. Foto: divulgação 


O Grupo Sobrevento, renomado no cenário brasileiro do teatro de animação, traz ao público infantil o espetáculo de teatro de sombras "A Cortina da Babá". A apresentação gratuita, marcada por uma abordagem contemporânea da técnica tradicional chinesa, acontece no Teatro Sérgio Cardoso, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, no dia 25 de fevereiro de 2024, domingo, às 11h.

Inspirado no conto "Nurse Lugton's Curtain", escrito por Virginia Woolf, uma das maiores escritoras britânicas da história, "A Cortina da Babá" é a estreia do Grupo Sobrevento no universo encantador do teatro de sombras. A narrativa, originalmente concebida para uma sobrinha da autora, foi resgatada entre os manuscritos do icônico romance "Mrs. Dalloway".

"A Cortina da Babá" narra a história de uma criada, uma babá, que cochila enquanto costura uma grande cortina azul, bordada com figuras que representam animais e uma pequena aldeia. Ao quinto ronco, as figuras vão ganhando vida aos poucos. Primeiramente, os animais bordados no tecido começam a se mexer. Dirigem-se, então, a um lago para beber água. Depois, as pessoas que habitam uma aldeia, também representada no tecido, saem de suas casas e se divertem. 

Todos tentam agradar uns aos outros, pessoas e animais, pois sentem pena uns dos outros, por saberem-se encantados por uma feiticeira, por um gigante, por uma ogressa, que é a própria babá. Quando a babá acorda, despertada pelo voo de um inseto em torno de uma lâmpada que ilumina o seu trabalho de costura, tudo volta ao normal - os animais congelam, de volta, no tecido, e ela continua a costurar.

O espetáculo, que explora uma abordagem contemporânea do teatro de sombras, mantendo raízes na forma tradicional chinesa aprendida com Liang Jun, diretor da principal companhia de Teatro de Sombras da China, destaca-se pela utilização inovadora de diferentes suportes de projeção, materiais e fontes de luz.

Com música original composta por Pedro Paulo Bogossian e cenografia e figurinos assinados por André Cortez, "A Cortina da Babá" é uma experiência única para toda a família. O elenco, composto por quatro habilidosos atores-manipuladores, dá vida à história de forma cativante, encantando crianças e adultos.

Esta é a 18ª montagem do Grupo Sobrevento, que acumula 37 anos de carreira e se destaca internacionalmente como um dos maiores expoentes brasileiros do teatro de animação. Além de apresentações em todo o Brasil, A Cortina da Babá já encantou plateias no Chile, na Inglaterra e na China. O espetáculo é gratuito, livre para todos os públicos, e a entrada será por ordem de chegada. Não perca essa oportunidade de mergulhar no mundo mágico do teatro de sombras com o Grupo Sobrevento. Compre os livros de Virgínia Woolf neste link.


Ficha técnica
Espetáculo "A Cortina da Babá".
Criação: Grupo Sobrevento.
Texto: Virginia Woolf.
Direção: Sandra Vargas e Luiz André Cherubini.
Supervisão: Liang Jun | Cia. de Arte Popular de Shaanxi (China).
Atores-manipuladores: Anderson Gangla, Agnaldo Souza, Marcelo Paixão e Giuliana Pellegrini.
Direção musical: Pedro Paulo Bogossian.
Cenário e figurinos: André Cortez.
Assistência de figurinos: Thaís Larizzatti.
Iluminação: Renato Machado.
Operação de luz e som: Marcelo Amaral e/ou J. E. Tico.
Assessoria técnica: Alexandre Fávero | Clube da Sombra.
Concepção visual das silhuetas: Luis Felipe Cambuzano.
Construção dos bonecos: Anderson Gangla e Agnaldo Souza.
Assistência: Giuliana Pellegrini e J. E. Tico.
Direção de produção: Grupo Sobrevento.
Produção executiva e assessoria de comunicação: Maurício Santana.

Serviço
Espetáculo "A Cortina da Babá".
Local: Teatro Sérgio Cardoso - Sala Paschoal Carlos Magno.
Endereço: R. Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo.
Data: 25 de fevereiro, domingo, 11h00.
Ingressos: gratuito| Retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes do espetáculo
Duração: 50 minutos.
Ingressos: livre.
Capacidade da Sala: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes.

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