segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

.: Nova edição de prestigiado romance retrata Brasil pouco mostrado nos livros


A obra do genial Ricardo Guilherme Dicke retorna às livrarias com a nova edição de "Madona dos Páramos", seu mais poderoso romance, 40 anos depois de seu lançamento e dezesseis anos após a morte do autor. Ao longo de sua carreira, muito prestigiada pela crítica mas pouco reconhecida pelo público, Dicke ganhou diversos prêmios literários, entre eles o Prêmio Ficção de Brasília e o Prêmio Remington de Prosa e Poesia, e recebeu menção honrosa do Prêmio Walmap, tendo como jurados Antonio Olinto, Guimarães Rosa e Jorge Amado.

 O romance retrata o sertão mato-grossense, região do país pouco vista na literatura brasileira. O prefácio é do pesquisador Rodrigo Simon de Moraes, estudioso da obra de Dicke, que descobriu inéditos do autor durante pesquisa para tese de doutorado. "Madona dos Páramos" conta a história de 12 foragidos que cavalgam pelo sertão do centro-oeste brasileiro em busca da terra da Figueira-Mãe, onde os aguardariam o bem-estar e a justiça. Entre eles, uma mulher, a moça sem nome, arrebatada do lar e de sua família à força, alvo do desejo geral. Todos eles em uma batalha contra o clima e a geografia inóspitos, reflexo também de suas personalidades.

A riqueza do trabalho de linguagem executado por Ricardo Guilherme Dicke é absolutamente inconfundível, tornando-o um dos grandes estilistas da língua portuguesa na segunda metade do século XX. Publicado em 1982, até hoje é peça fundamental na vasta trajetória literária de Dicke, nascido na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. Ele escreve sobre um sertão que pouco se manifesta na literatura brasileira que conhecemos; não é o do Nordeste ou o de Minas Gerais, sobre o qual estamos mais acostumados a ler.

Também não é sobre um lugar que reduz a condição humana, como bem disse Rodrigo Simon de Moraes, mas sim sobre um espaço que a amplia e que retrata a natureza como um “veículo privilegiado para um reencantamento do mundo, um sagrado que irá permitir estar aquém e além do tempo e, assim, superar a dicotomia entre a vida e a morte”. Para o pesquisador, Dicke inaugura uma “literatura do cerrado”. Atualmente fazendo pós-doutorado na Universidade de Princeton, nos EUA, durante pesquisa para sua tese de doutorado pela Unicamp, Simon descobriu contos inéditos de Dicke, que a Record publicará em breve. Compre o livro "Madona dos Páramos", de Ricardo Guilherme Dicke, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Um escritor que me comove até a medula é o Ricardo Guilherme Dicke. Eu o considero dono de uma linguagem excepcional, belíssima. 'Madona dos Páramos' é uma obra-prima.” – Hilda Hilst

“Grande oportunidade de (re)descoberta de Ricardo Guilherme Dicke e de sua literatura ferozmente original.” – Marçal Aquino

“Gênio que viveu recluso.” – Ignácio de Loyola Brandão

“O injustamente desconhecido Ricardo Guilherme Dicke.” – Joca Reiners Terron

“Profundo conhecedor de literatura, faz de seu ofício um aprimoramento da arte criativa com a palavra.” – Madalena Machado, Universidade do Estado de Mato Grosso


Sobre o autor
Ricardo Guilherme Dicke
nasceu em 16 de outubro de 1936, em Raizama, no município da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. No começo da década de 1960, escreveu seu primeiro romance, "Caminhos de Sol e Lua". Em 1968, publicou seu segundo romance, "Deus de Caim", que recebeu menção honrosa do Prêmio Walmap, tendo como jurados Antonio Olinto, Guimarães Rosa e Jorge Amado. Em 1977, ganhou o Prêmio Remington de Prosa e Poesia com o romance "Caieira", publicado no ano seguinte pela editora Francisco Alves. Em 1981, ganhou o Prêmio Ficção de Brasília com o romance "Madona dos Páramos". Morreu em 9 de julho de 2008, em Cuiabá. Garanta o seu exemplar de "Madona dos Páramos", escrito por Ricardo Guilherme Dicke, neste link.

.: Cinema: primeiro trailer de "Deadpool & Wolverine" choca pela qualidade


A Marvel Studios lançou o primeiro trailer oficial do aguardado filme "Deadpool & Wolverine". O pôster oficial e stills do trailer também foram revelados. O filme estreia na Rede Cineflix e nos cinemas brasileiros em 25 de julho e estará disponível em IMAX, RealD 3D, Dolby Cinema, 4DX, Cinemark XD e telas premium em todo o país.

Estrelado por Ryan Reynolds, Hugh Jackman, Emma Corrin, Morena Baccarin, Rob Delaney, Leslie Uggams, Karan Soni e Matthew Macfadyen, "Deadpool & Wolverine" tem direção de Shawn Levy e Kevin Feige, Ryan Reynolds, Shawn Levy e Lauren Shuler Donner são os produtores, com Louis D’Esposito, Wendy Jacobson, Mary McLaglen, Josh McLaglen, Rhett Reese, Paul Wernick, George Dewey, Simon Kinberg e Jonathon Komack Martin atuando como produtores executivos. Já o roteiro do novo longa da Marvel Studios é de  Ryan Reynolds & Rhett Reese & Paul Wernick & Zeb Wells & Shawn Levy.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Bob Marley: one Love” são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

"Deadpool & Wolverine" - Trailer legendado

"Deadpool & Wolverine" - Trailer dublado

.: "Planeta dos Macacos: O Reinado" em novo trailer e pôsteres dos personagens


A 20th Century Studios acaba de lançar o novo trailer e os pôsteres oficiais dos personagens de "Planeta dos Macacos: o Reinado", novo filme de ação e aventura do estúdio que estreia em 9 de maio na Rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil. O diretor Wes Ball dá nova vida à épica franquia global, ambientada várias gerações no futuro após o reinado de César, quando os macacos são a espécie dominante vivendo harmoniosamente, e os humanos vivem nas sombras.

Enquanto um novo líder tirânico dos macacos cria seu império, um jovem macaco embarca em uma angustiante jornada que o levará a questionar tudo o que sabia sobre o passado e a fazer escolhas que definirão o futuro tanto para os macacos como para os humanos. "Planeta dos Macacos: o Reinado" tem direção de Wes Ball (trilogia "Maze Runner") e é estrelado por Owen Teague ("It - A Coisa"), Freya Allan ("The Witcher"), Kevin Durand ("Locke & Key"), Peter Macon ("Shameless") e William H. Macy ("Fargo"). 

O roteiro é de Josh Friedman ("Guerra dos Mundos") e Rick Jaffa & Amanda Silver ("Avatar: o Caminho da Água") e Patrick Aison ("O Predador: a Caçada"), baseado nos personagens criados por Rick Jaffa & Amanda Silver. Já a produção é de Wes Ball, Joe Hartwick, Jr., p.g.a. ("Maze Runner: correr ou Morrer"), Rick Jaffa, p.g.a., Amanda Silver, p.g.a., Jason Reed, p.g.a. ("Mulan"), com Peter Chernin (trilogia "Planeta dos Macacos") e Jenno Topping ("Ford vs. Ferrari") atuando como produtores executivos.

Assista na Cineflix
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"Planeta dos Macacos: o Reinado" - Trailer legendado

"Planeta dos Macacos: o Reinado" - Trailer dublado



.: "Um Lugar Silencioso: dia Um" ganha primeiro trailer com Lupita Nyong’o


Lupita Nyong’o
e Joseph Quinn estrelam o primeiro trailer do aguardado suspense “Um Lugar Silencioso: dia Um”, distribuído pela Paramount Pictures. Na prévia, acompanhamos os momentos aterrorizantes vividos pelos personagens quando os alienígenas chegam à Terra, mostrando o primeiro dia em que o mundo precisou ficar em silêncio. O novo longa da franquia que é sucesso de bilheteria é um prelúdio do filme "Um Lugar Silencioso", de 2018.  

John Krasinski, diretor dos dois primeiros longas, retorna como produtor ao lado de Michael Bay, Andrew Form e Brad Fuller. A produção executiva é assinada por Allyson Seeger - que também produziu os outros dois filmes da franquia - e Vicki Dee Rock. Além do casal de protagonistas, Djimon Hounsou, conhecido por filmes como "Gladiador" e "Diamante de Sangue", e Alex Wolff, de "Oppenheimer" e "Hereditário", completam o elenco. 

Escrito e dirigido por Michael Sarnoski, o longa é baseado em personagens criados por Bryan Woods e Scott Beck. Distribuído para os cinemas pela Paramount Pictures, a produção é uma associação entre a Platinum Dunes, Sunday Night Production e Michael Bay. “Um Lugar Silencioso: dia Um” estreia em junho nos cinemas. 

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Trailer de "Um Lugar Silencioso: dia Um"

.: Amor entre Rita e Bob Marley é tema de novo vídeo de "Bob Marley: one Love"


“Rita é uma luz que orienta e, na vida de Bob, ela esteve com ele em cada passo do caminho”
, é o que afirma o diretor do filme “Bob Marley: one Love”, Reinaldo Marcus Green, sobre o relacionamento entre o cantor e sua esposa. A história de amor entre os dois é o foco do novo vídeo de bastidores do filme divulgado hoje, 9 de fevereiro. O filme chega na rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil nesta segunda-feira, dia 12 de fevereiro.

Bob e Rita se conheceram ainda jovens e o relacionamento durou até a morte do ídolo. O casamento entre os dois gerou cinco filhos, entre eles, Cedella e Ziggy Marley, que atuam como produtores da cinebiografia do pai, ao lado da mãe. A filha comenta que estar no set de filmagens foi uma jornada de constante descoberta. “Foi uma montanha russa de emoções porque eu não vi nada disso (os momentos entre o casal na turnê)

Ainda sobre a produção do filme, Cedella enfatiza a importância de ter pessoas próximas, como Rita, para trazerem autenticidade para a história. “Nós tínhamos as pessoas que viveram essa trajetória com meu pai, nos ajudando a contar a nossa história. Isso foi o que nos fez ter certeza. Todos os dias em que eu estava no set, eu mandava trechos de cenas para minha mãe e ela sempre tinha algum comentário. Minha mãe é a voz do meu pai agora”, completa a filha do casal.

O enredo celebra a vida e a música de um ícone que inspirou gerações por meio de sua mensagem de amor e união. Na tela dos cinemas pela primeira vez, o público vai descobrir a poderosa história de superação e a jornada por trás de sua música revolucionária. O filme é estrelado por Kingsley Ben-Adir e Lashana Lynch. James Norton, Tosin Cole, Umi Myers e  Anthony Welsh também integram o elenco. Bob Marley: One Love chega exclusivamente aos cinemas dia 12 de fevereiro.


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domingo, 11 de fevereiro de 2024

.: Humanos: Mário de Andrade folião e outros segredos dos escritores em livro


​Talvez você conheça Mário de Andrade por ter publicado “Macunaíma”. Mas sabia que, além de gostar de carnaval e cachaça, ele adorava seus sobrinhos e promovia as brincadeiras nos eventos da família? Ou lembrava que Euclides da Cunha, consagrado por “Os Sertões”, foi morto após um crime passional e até hoje ninguém tem certeza sobre quem era o verdadeiro culpado? São estes acontecimentos curiosos que o pesquisador Carlos Costa apresenta no livro "Escritores São Humanos: histórias Cotidianas da Literatura Brasileira", lançado pela editora Cepe.

Homenageado no samba-enredo da Mocidade Alegre, escola de SP, Mário de Andrade não somente teve uma grande contribuição para a cultura brasileira, mas era um apaixonado por Carnaval. Segundo o pesquisador Carlos Costa, o autor de “Macunaíma” caía na folia, investia em fantasias personalizadas e até deixou de visitar Manuel Bandeira para participar das festas no Rio de Janeiro. Ao atravessar mais de quatro séculos da história da literatura, o autor mergulha no cotidiano íntimo de grandes escritores, como José de Alencar e Pagu.

A obra conduz os leitores pelos bastidores das vidas dos nossos cânones literários, no intuito de mostrar que, por trás de seus feitos extraordinários, há pessoas comuns. Ao condensar mais de uma década de pesquisa na publicação, o autor expõe os grandes nomes da literatura brasileira por meio de um ângulo que não está presente no ensino das escolas tradicionais e, por isso, talvez seja um conhecimento de difícil acesso às pessoas.

Com linguagem coloquial, Carlos Costa desperta a atenção do público interessado nas trajetórias íntimas dos famosos, ao mesmo tempo que propaga informações sobre a produção literária no Brasil. Para isso, ele delimita uma linha do tempo: narra histórias desde o século XVI, quando Pero Vaz de Caminha registrou em uma carta suas impressões sobre a terra ainda desconhecida aos europeus, até meados da década de 1920, com o marco da Semana de Arte Moderna em São Paulo.

Entre as páginas, é possível encontrar fatos inusitados sobre Gregório de Matos, Álvares de Azevedo e outros. A partir das narrativas, o pesquisador revela quem eram os autores “da porta de casa para dentro” e, sem fazer juízos de valor sobre o que é certo ou errado, desmitifica o aspecto de divindade atrelado à imagem de figuras célebres. No texto, temas sensíveis e atuais são abordados, como feminicídio, racismo, preconceitos sociais e corrupção política.

Carlos explica: “Várias são as referências, os exemplos de homens e mulheres que viraram sinônimo de tenacidade, criação, talento e coragem. Mas essas pessoas não são estátuas, elas são humanas, de carne e osso, com erros e acertos. Por trás desses cânones, havia pessoas de chinelo nos pés, que espirravam, transpiravam suor azedo, tinham preconceitos, sentiam frio, medo, ciúmes e raiva”. Compre o livro "Escritores São Humanos: histórias Cotidianas da Literatura Brasileira", de Carlos Costa, neste link.


Trecho do livro
"Pagu queria sair de casa, mas não tinha idade para isso. Pediu ajuda a Tarsila e Oswald, que prometeram ajudá-la. O plano era o seguinte: Pagu casar-se-ia formalmente com um primo de Tarsila, viajariam em “lua de mel” para Santos, e de lá cada um seguiria seus caminhos. E assim foi feito. Pagu seguiu para a Bahia e o quase quarentão Oswald foi atrás… Quando voltou, Tarsila já sabia do romance dele com Pagu. Soube através de um pai de santo que Oswald levara para casa a fim de espantar as coisas negativas. Ou seja: soube por um desconhecido. Estava tudo acabado: Tarsiwaldo, o casal ícone do modernismo, não existia mais." ("Escritores São Humanos", página 438)

Sobre o autor
Formado em psicologia e em letras, Carlos Costa é pós-graduado em Linguística e se dedica à pesquisa sobre literatura brasileira. Em paralelo, foi psicólogo clínico, trabalhou durante anos com informática e agora é servidor público federal. Nasceu em Parnaíba, no Piauí, e mora em Olinda, em Pernambuco. Garanta o seu exemplar de "Escritores São Humanos: histórias Cotidianas da Literatura Brasileira", escrito por Carlos Costa, neste link.

.: "Não Aprendi Dizer Adeus" reestreia no Sesc Ipiranga com morte na palhaçaria


Após temporadas de sucesso dentro e fora da capital paulista, espetáculo de circo para adultos reestreia em 16 de fevereiro no Sesc Ipiranga. Foto: Caio Oviedo/Divulgação


Uma palhaça contracena com a morte. No solo teatral "Não Aprendi Dizer Adeus", que reestreia em 16 de fevereiro, no Sesc Ipiranga, em São Paulo, a palhaça Leila Simplesmente Leila, vivida por Bárbara Salomé, fala de forma leve, divertida e metafórica sobre um dos maiores tabus de nossa sociedade, a morte. Dirigido pela carioca Rafaela Azevedo, criadora do sucesso "King Kong Fran", o espetáculo de circo contemporâneo utiliza a linguagem da palhaçaria para adultos e coloca Leila diante de momentos característicos do luto, como negação, barganha, raiva, depressão e aceitação.   

O solo já foi visto em temporadas curtas em diversos espaços da capital paulista (como Oficina Oswald Andrade e Parlapatões), unidades de Sescs do interior (Jundiaí, Birigui) e em Belo Horizonte, sempre com casa lotada. Na peça, o público acompanha o último dia de vida da palhaça que tenta desesperadamente escapar de seu destino. Ao tentar fugir do que a espera, Leila escancara suas contradições, desejos, medos e alegrias e, como em um grande espelho, o público consegue se reconhecer.

Idealizadora do projeto, a artista mineira Bárbara Salomé pesquisa a linguagem do palhaço para além da cena, na relação direta com as pessoas. Já trabalhou em projetos em hospitais, asilos, filas de atendimento, comunidades e é integrante do coletivo Povo Parrir, que une povos indígenas e palhaças. Bárbara já buscava alguém para dirigi-la em um solo sobre a morte quando conheceu Rafaela pelo Instagram. "Fiquei encantada com a performance dela antes de a Fran virar sucesso. É uma linguagem rápida, inteligente e contemporânea de trabalhar a palhaçaria", explica. A atriz lembra que o tema da morte sempre a assombrou, ao menos desde que perdeu sua irmã mais nova, aos cinco anos, para um mal súbito. "A minha primeira experiência de vida é de morte. Essa lacuna sempre me provocou medo, ao mesmo tempo vontade de entendimento, já que os adultos sempre evitavam o assunto", completa.

A diretora Rafaela, que assina o roteiro em parceria com a atriz, passava por um momento de luto quando surgiu o convite. "Quando a Bárbara me convidou, eu estava vivendo o luto recente da morte dos meus pais e avós, que faleceram em 2019 e 2020. Meu trabalho é totalmente conectado com minha vida pessoal. Aceitei de primeira e recebi como um presente. Seria interessante elaborar o luto brincando com uma palhaça", conta a diretora. "A palhaçaria trata de tudo que é humano. O riso gerado por uma palhaça é a partir da exposição de suas próprias desgraças. Ela exagera, extrapola, inventa sobre a condição humana. Tudo o que é inadequado é próprio de uma palhaça. O medo de lidar com a morte nos gera tanta angústia que pode nos fazer morrer em vida. Que consigamos brincar com ela enquanto estivermos vivos", finaliza.

Na peça, Leila Simplesmente Leila está entre a vida e a morte. Ao tentar fugir do que a espera, ela acaba trazendo uma convidada inesperada para a noite. De maneira atrapalhada e divertida, Leila tenta de mil formas escapar do inevitável. Ao lidar com seu apego, convida o público a fazer o mesmo e, como em um ritual, tentam juntos aprender a dizer 'adeus'.


Sobre Bárbara Salomé
Atriz, palhaça, artista visual e artista-educadora. Formada pelo Curso de Formação de Atores da UFOP-MG, fez parte do Oficinão do Grupo Galpão. Em São Paulo, estudou Humor na SP Escola de Teatro/SP. Pesquisa a linguagem do palhaço desde 2008, tendo como pesquisa o palhaço para além da cena, na relação direta com as pessoas. Participou da formação Palhaço Interventor, com o Doutores da Alegria. Como atriz, colaborou e colabora com diversas companhias teatrais, entre elas Os Satyros, ExCompanhia de Teatro, Agrupamento Andar 7, Caxote Coletivo, O Trem Companhia de Teatro, entre outras. Com o trabalho "Por Acaso, Navalha" foi indicada ao prêmio R7 Melhores do Teatro na categoria "Artista Revelação". Foi artista docente na SP Escola de Teatro e atualmente oferece formações em Palhaçaria e está fazendo sua primeira direção no teatro com o trabalho “Ralo da Fossa”.


Sobre Rafaela Azevedo
Formada pela CAL em 2011, iniciou sua carreira em 2012 como integrante do Grupo Teatral Moitará, referência no Brasil sobre pesquisa de linguagem da máscara teatral. No estudo da palhaçaria, aprendeu sob a perspectiva de diferentes profissionais renomados na área, como Avner Eisenberg, Ricardo Puccetti, Lily Curcio, Ésio Magalhães, entre outros. É idealizadora e intérprete do espetáculo "Fran World Tour - Eu Só Preciso Ser Amada". Participou dos principais festivais de palhaçaria feminina do Brasil. Integrou a programação do "Festival Internacional de Mulheres nas Artes Cênicas - The Magdalena Project", em 2015 e 2018. Como diretora, assina ao lado de Pedroca Monteiro o show cômico "Canções para Matrimônio", de Ingrid Gaigher. É criadora e diretora do Laboratório Estado de Palhaça e Palhaço, núcleo de pesquisa e treinamento técnico e criativo em palhaçaria.

Ficha técnica
Espetáculo "Não Aprendi Dizer Adeus". Idealização, dramaturgia e atuação: Bárbara Salomé. Direção e dramaturgia: Rafaela Azevedo. Desenho de luz: Júlia Orlando. Figurino: Fagner Saraiva. Criação de trilha sonora: Monique Salustiano. Operação de luz: Violetta Chagas. Produção executiva e operação de som: José Sampaio. Criação de peruca: Erick Malccon (Artesão das Tranças). Costureiras/confecção de figurino: Silvani Pereira Bahia, Andrea Santa Rosan e Dilsa Jardins. Cenografia: Thiago Capella Zanotta. Cenotécnico: Zito. Fotografia: Caio Oviedo. Produção geral: Bárbara Salomé. Assessoria de imprensa: Katia Calsavara.


Serviço
Espetáculo "Não Aprendi Dizer Adeus". Reestreia em 16 de fevereiro. Curta temporada: dias 16, 17 e 18 de feveriro. Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822. Sexta-feira, às 21h30, sábado, às 18h30 e domingo, às 18h30. De R$ 12,00 a R$ 40,00. Duração: 50 minutos. Classificação etária: 16 anos.

.: Espetáculo "Chroma Key" reflete sobre a masculinidade em temporada gratuita


Com texto de Angela Ribeiro, direção de Eliana Monteiro e atuação de Rafael De Bona e Ricardo Henrique, peça coloca a virilidade narcísica do masculino em xeque. Foto: Mayra Azzi.


Um homem em confronto consigo mesmo: esse é o mote do espetáculo “Chroma Key”, que reestreia em São Paulo. A peça, que cumpriu uma bem-sucedida temporada no Sesc Avenida Paulista em 2022, faz apresentações gratuitas entre os dias 16 de fevereiro e 24 de março no Espaço Mezanino do Centro Cultural Fiesp (Sesi-SP). As sessões acontecem de quinta a sábado, às 20h30, e, aos domingos, às 19h30. É possível reservar os ingressos on-line a cada segunda-feira, a partir das 8h.

Na trama, os atores Rafael De Bona e Ricardo Henrique dão vida a uma figura em uma profunda crise existencial. Como em um circuito incansável, ele reflete sobre pilares sociais, trabalho, dinheiro, família e o modo como atua no mundo, problematizando a representação de sua masculinidade. “Trata-se de um homem que está perdido, pois sempre teve status e ocupou lugares de poder. Ele é narcisista e, agora, precisa fugir dessas projeções de si próprio para conseguir enxergar o outro, reconhecer a diversidade e entender qual é o espaço que precisa ocupar neste momento”, explica Rafael De Bona.


Sobre o texto
Em 2018, quando iniciaram-se as pesquisas para o espetáculo, o ponto de partida foi a depressão originada da sociedade do trabalho e da produção. Para a diretora Eliana Monteiro, a metáfora que resume esse sentimento é a de um boi com os olhos totalmente tapados por um antolho - acessório que limita a visão dos animais de montaria, forçando-os a olhar apenas para frente e evitando que se distraiam e saiam do rumo, andando em círculos para se alimentar enquanto seu movimento é responsável por fazer um moinho funcionar, moendo cana ou mandioca.

Nesse contexto, obras como “O Demônio do Meio-Dia - Uma Anatomia da Depressão”, de Andrew Solomon, e “Sociedade do Cansaço”, de Byung Chul-Han, foram fundamentais no processo criativo da dramaturga Angela Ribeiro. “Durante as minhas pesquisas, me surpreendi com dados sobre o alto número de homens com depressão que não buscam ajuda por medo do julgamento social. Isso também acontece porque eles são criados desde criança para serem heróis e não demonstrar fragilidade”, conta Angela.

Diante deste cenário, a dramaturga quis gerar um espaço de reflexão com o espetáculo “Chroma Key”. “A ideia do trabalho não é trazer respostas, e sim estimular as pessoas a repensarem a sociedade e suas ideias em torno do “masculino”. Por exemplo, como podemos colaborar para não criar esses homens? Da mesma forma, os homens precisam perceber que estão em um lugar de privilégio e que cabe a eles, também, renunciar a isso para garantir um mundo mais igualitário”, completa.

Esses homens fazem parte da engrenagem de um sistema que asfixia o sujeito. A todo o momento as pessoas são bombardeadas por informações, sem tempo suficiente para ressignificá-las, problematizá-las e até digeri-las. Trata-se de uma violência invisível que exaure e gera uma sociedade na qual corremos contra o tempo e não sabemos para onde.

Segundo Eliana Monteiro, com o resultado das eleições de 2018, essa força masculina truculenta ganhou ainda mais projeção. “Os políticos/gigolôs arquitetaram o golpe contra a democracia, mas apertavam a corda apenas o suficiente para manter todos acordados. Ficamos expostas ao cheiro fétido exalado pelo patriarcado, ao seu jugo nocivo, produtor da morte. Homens com seus reservatórios cheios de violência, opressão e horror à diversidade estavam autorizados pelos poderes constituídos a eliminar ou subjugar o não reconhecido”, argumenta. Assim, “Chroma Key” ganhou mais complexidade: passou a falar tanto da depressão do sujeito contemporâneo quanto do horror do retrocesso.


Sobre a encenação
Na nova temporada, de acordo com a encenadora, a peça ganhou contornos ainda mais radicais. Isso porque o espaço destinado ao espetáculo no Mezanino do Centro Cultural Fiesp é bem mais estreito do que no Sesc Avenida Paulista, criando uma enorme contradição. “Na primeira versão, estávamos todos confinados e o espaço do confinamento na peça era muito maior, fazendo alusão ao tamanho ocupado pelo masculino naquele momento. No espaço atual, ele está submetido a um cubículo, o confinamento é maior, o embate entre as projeções que o homem tem de si e o círculo fechando sobre si, será o desafio dessa empreitada”, explica.

Em 2024, o Brasil vive um momento mais otimista. “O coronavírus já não é uma ameaça, pois as vacinas sempre atualizadas nos garantem alguma proteção. Ao mesmo tempo, tivemos novas eleições, a troca de presidente, os movimentos sociais ganhando força, as chamadas minorias reivindicando seus direitos. Mesmo assim, tenho a sensação de que estamos vivendo uma falsa liberdade. Esse véu que cobria o patriarcado foi retirado e ele está exposto. Suas garras deixaram marcas profundas e ainda sinto o ar passando com dificuldade pela garganta estrangulada pela força a qual fora submetida. A pergunta que me faço é: esse homem branco, ao perceber vozes dissonantes, estaria se sentindo sufocado?”, acrescenta.

Para Ricardo Henrique, olhar para a própria trajetória masculina foi desafiador. “Pensar no quanto ainda reproduzimos o machismo nas nossas relações e no trabalho não foi fácil. Este homem que estamos retratando é extremamente nocivo e facilmente reconhecível pela plateia: ele tem ódio das mulheres e não consegue aceitá-las em cargos superiores, por exemplo. Da mesma forma, ele não sabe lidar com o abandono e vive competindo com seus pares”, afirma.

Rafael De Bona vai além. “É evidente que é uma personagem que reflete uma masculinidade específica. Existem muitas masculinidades, não só essa. Mas essa é a que está no centro da problemática dos nossos tempos. Nosso desafio foi nos colocarmos juntos em questão com isso, sem ignorar quem somos e sem sair ilesos enquanto intérpretes”, diz.

Visualmente falando, a encenação propõe uma instalação cenográfica imersiva, investindo na multiplicidade de linguagens artísticas para a criação de uma experiência ativa com o público, borrando as fronteiras das linguagens do teatro, do audiovisual e das artes visuais. Assim, os atores se relacionam com projeções em vídeo criadas por Bianca Turner em um cenário assinado por Rafael Bicudo. A iluminação de Guilherme Bonfanti e a trilha sonora de Érico Theobaldo intensificam a sensação de opressão da personagem. O figurino é de Marichilene Artisevskis e a produção da Corpo Rastreado.

Sinopse
Um homem cindido está em constante embate consigo mesmo. Como num circuito incansável, ele articula questões sobre pilares sociais, trabalho, dinheiro, família e o modo como atua no mundo, colocando em xeque a representação de sua masculinidade.


Ficha técnica
Espetáculo "Chroma Key". Concepção e direção artística: Eliana Monteiro. Dramaturgia: Angela Ribeiro. Elenco: Rafael De Bona e Ricardo Henrique. Assistência de direção: Rafael Bicudo. Dramaturgismo: Bruna Menezes. Desenho de luz: Guilherme Bonfanti. Trilha sonora: Érico Theobaldo. Cenografia: Rafael Bicudo. Cenotécnico: Wanderley Wagner. Concepção de vídeo projeção: Bianca Turner. Figurino: Marichilene Artisevskis. Envelhecista: Foquinha Cris. Direção de movimento: Fabricio Licursi. Orientação de atuação: Luciana Canton. Operação de vídeo: Bianca Turner. Operação de sonoplastia: Igor Souza. Operação de iluminação: Mauricio Matos. Assistência de produção: Leonardo Monteiro. Produção: Corpo Rastreado / Lucas Cardoso. Idealização: Rafael De Bona e Ricardo Henrique.

Serviço
Espetáculo "Chroma Key". Temporada: de 16 de fevereiro a 24 de março de 2024, às quintas, sextas e sábados às 20h30, e, aos domingos, às 19h30. Local: Espaço Mezanino do Centro Cultural Fiesp (Sesi-SP). Endereço: Avenida Paulista, 1313 - Jardins / São Paulo. Ingressos: os ingressos gratuitos são liberados a cada segunda-feira, a partir das 8h. Podem ser reservados no site www.sesisp.org.br/eventos. Classificação etária: 16 anos. Duração: 70 minutos. Lotação: 50 lugares.

.: Com Andrew Scott e Paul Mescal, "Todos Nós Desconhecidos" estreia dia 7


Dirigido por Andrew Haigh, o filme "Todos Nós Desconhecidos" têm data de estreia confirmada na na rede Cineflix e nos cinemas de todo o Brasil no dia 7 de março de 2024. No filme, em uma noite, em seu apartamento quase vazio na Londres contemporânea, Adam (Andrew Scott) tem um encontro casual com um vizinho misterioso, Harry (Paul Mescal), que quebra o ritmo de sua vida diária. À medida eles se aproximam, Adam fica perturbado por lembranças do passado e é atraído de volta para sua casa de infância em uma cidade suburbana, onde descobre que seus pais (Claire Foy e Jamie Bell) parecem estar vivendo exatamente como estavam antes de morrerem, há mais de 30 anos.

A Searchlight Pictures apresenta, em associação com a Film4 e TSG Entertainment, uma produção da Blueprint Pictures, "Todos Nós Desconhecidos", produzido por Graham Broadbent, Pete Czernin e Sarah Harvey. Com roteiro e direção de Andrew Haigh, baseado no romance "Strangers de Taichi Yamada", o longa-metragem é estrelado por Andrew Scott, Paul Mescal, com Jamie Bell e Claire Foy. A direção de fotografia é de Jamie D. Ramsay, SASC, com direção de arte Sarah Finlay, figurino de Sarah Blenkinsop, e cabelo e maquiagem de Zoe Clare Brown. O editor é Jonathan Alberts, ACE, com música de Emilie Levienaise-Farrouch.


Sobre Searchlight Pictures
A Searchlight Pictures, fundada em 1994 como Fox Searchlight Pictures, é uma empresa especializada em financiar e adquirir filmes. Ela tem suas próprias operações de marketing e distribuição e faz parte da The Walt Disney Studios. Os títulos da Searchlight Pictures arrecadaram mais de US$ 5,3 bilhões em todo o mundo e acumularam 26 prêmios Globo de Ouro, 45 prêmios BAFTA e 39 prêmios da Academia, incluindo quatro vencedores de Melhor Filme desde 2009, com: "Quem Quer Ser Um Milionário", "12 Anos de Escravidão", "Birdman", "A Forma da Água" e “Nomadland”. Os lançamentos futuros incluem "Espíritos Obscuros" de Scott Cooper, "A Crônica Francesa" de Wes Anderson, "Os Olhos de Tammy Faye" de Michael Showalter, "Next Goal Wins" de Taika Waititi, "A Casa Sombria” de David Bruckner e "O Beco do Pesadelo" de Guillermo Del Toro.


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Trailer de "Todos Nós Desconhecidos"

.: Leopold Nunan lança 2° single de álbum de estreia, "Marchinha Fúnebre"


Canção foi produzida pelo carioca radicado em Salvador Lúcio K e gravada com músicos da Timbalada e chega com dois remixes de Buarky.


Dando sequência à campanha de divulgação de seu álbum de estreia, "Leo from Rio", batizado com seu codinome nos Estados Unidos, o cantor Leopold Nunan, brasileiro radicado em Los Angeles, lança o segundo single do trabalho, de olho no carnaval, "Marchinha Fúnebre", depois do lançamento de "Quem é teu baby", com Sônia Santos e Ana Gazzola, em 2023.

"Marchinha Fúnebre" teve vocais de apoio gravados por João Pires Correia, o Criolo, cantor deficiente visual de Cabo Verde, e Eli Vasconcellos, e instrumentos gravados por músicos da Timbalada na banda. O clipe, com muito humor, está cheio de palhaços que vagam pelo maior Halloween de Los Angeles, em West Hollywood, a meca gay estadunidense. O Dia dos Mortos mexicano também foi uma inspiração. O vídeo foi dirigido e editado pelo brasileiro Anthony Vanity, usando as tecnologias de Inteligência Articial (AI), Imagens geradas por computador (Computer-generated imagery/CGI) e Efeitos (FX),  com maquiagem do lendário mexicano Alfred Mercado. 

"Eu aprendi sobre indumentária e montação nos carnavais da vida. A inspiração para o clipe vem do próprio carnaval e de 'El Día de los Muertos'. Encarno vários personagens que habitam a loucura e os devaneios carnavalescos. O carnaval tem esse espírito libertário de se permitir, soltar as amarras", explica o artista. O Día de los Muertos se baseia na lenda de que os Mexica, o povo indígena dominante da era pré-hispânica, viajavam depois de morrer pelas nove regiões do submundo, conhecidas como Mictlan. Neste dia, milhões de famílias constroem altares em suas casas como forma de homenagear seus entes queridos.

"A faixa é uma ótima brincadeira entre alegria e um tema fúnebre. Diversão garantida nas pistas", analisa Lucio K, carioca radicado em Salvador que produziu a faixa e deu o clima clubber do arranjo. O álbum com dez faixas foi todo gravado remotamente, na pandemia, com arranjos e instrumentos a cargo do prodígio mineiro Alberto Menezes. A faixa ainda ganhou dois remixes criados pelo produtor Buarky, nome artístico de Yuri Ferrari. de Osasco (SP). nos estilos UK Baile (encontro do funk com a house music) e funk rave. Produtor que começou sua carreira no hip-hop, ele agora foca em misturar ritmos brasileiros com música eletrônica e já tocou nas rádios EDC e BBC Radio 1.

O próximo single a ser lançado será "Pé de Maracujá", com clipe gravado no Rio de Janeiro, no final de 2023, com participação do artista Márcio de Carvalho no lettering poético e visual. Depois dele, virá "5 Meters", com clipe gravado sob chuva no inverno severo de Seatlle. O artista fez a opção de ir lançando o álbum faixa a faixa, trabalhando cada single com clipes que são uma festa da imaginação e um delírio fashionista, especialidade de Leopold. 

O primeiro single do álbum, o coco "Quem É Teu Baby", ganhou clipe dirigido pelo premiado cineasta cearense Lucas Paz. O clipe foi inteiramente filmado em Los Angeles, na Wilshire Boulevard, na fachada em camadas do Petersen Automotive Museum, no Los Angeles County Museum of Art (LACMA), na obra "Urban Light", uma floresta de luzes da cidade criada pelo artista Chris Burden, no Cherry Soda Studios e em parque de diversões da The Official Summer Fair of LA, no subúrbio. "O vídeo é uma ode ao amor de todas as formas, à diversidade, às minorias, à comunidade negra, à comunidade LGBTQIA+, aos diferentemente capazes, aos amantes dos bichos e das plantas", resume Leopold, sobre o vídeo que ganhou dois prêmios no Latino Film Market, Conception International Film Awards (CIFA) e foi selecionado para 15 festivais.

O álbum foi financiado com recursos da Music Forward Foundation e do Citibank, que selecionaram dez projetos LGBTQIA+ de artistas imigrantes e pessoas de cor (Person Of Color/POC) entre mais de 250 mil propostas. Ele é portador da rara síndrome Charcot-Marie-Tooth (CMT), grupo hereditário de doenças do nervo periférico que afeta movimentos e sensações nos braços e nas pernas.

Cantor, compositor, bailarino, ator e dublador, Leopold Nunan, também conhecido como Leo From Rio, começou a carreira musical com 19 anos, no Rio, com o lançamento de “I've Got it”, pela Utter Records, de Andre Gismonti. Outros lançamentos musicais foram"Ballin’ in Beverly Hills", tratado sobre ostentação com a drag queen carioca radicada em Nova York Pietra Parker,  "Banzé", com a gravadora australiana “Wile Out”e o líder do Xingu Anuiá Amary, "Feeling Like Myself Again", com clipe gravado no Rio com a participação de Lorna Washington,  o divertido "Multiple Personality", no qual faz 47 trocas de looks no videoclipe, "Got to be Strong", o funk "Bate Bum Bum", com clipe gravado em Los Angeles.

Ele também fez, ainda no Brasil, trajetória no ballet moderno, participando de peças premiadas com Prêmio Sharp e Coca Cola de Teatro, como "Hair" e "Sweet Charity". Leopold já cantou com Lady Miss Kier, do Deee Lite, Chaka Khan e Sheila E. no icônico Long Beach Gay Pride. Foi o favorito dos fãs no hit show do Food Network, de duas temporadas do hilário reality show "Worst Cooks in America". No Brasil, ele cantou no programa "Amor e Sexo" de Fernanda Lima, fazendo uma homenagem histórica a Cazuza.

Leopold é dublador. É dele a voz do personagem Walescu na dublagem da telenovela colombiana "Chica Vampiro" (Gloob).  Nas mídias sociais, tem várias composições que se tornaram virais, como "Pista elétrica", "LGBTQIA+", "Ta na cara"e "Eu tive em Copa".

sábado, 10 de fevereiro de 2024

.: “Mátria”: poeta Laís Romero aborda corpo, ancestralidade e maternidade


"Quem são as mulheres, que devido ao corpo que carregam, seguem invisibilizadas?"
. É o que questiona a escritora, revisora, editora piauiense Laís Romero em seu novo livro "Mátria", lançamento da editora Paraquedas, que amplifica temas que perpassam como corpo, ancestralidade, feminismo e maternidade. 

Em "Mátria", livro de poemas publicado pela editora Paraquedas, escritora propõe o feminino enquanto território. "O silêncio, o cansaço e a sensação de fracasso servem de subtexto e impulsionam o seu desejo; o desejo, já realizado, de ser artista, de ter o próprio corpo como matéria-prima de sua arte, um corpo que flutua, que dança, que resiste, que faz poesia".

"Mátria" é um livro-corpo que se divide em três partes: "Desejo", "Mátria" e "Pathos". Como o próprio título sugere, trata-se de uma busca pelo lugar de expressão da mulher. Não qualquer mulher, uma mulher que tem um corpo, uma origem, um país, uma mátria, nordestina e singular. A partir do seu desejo, da ancestralidade que remonta a Lilith, aquela que renunciou a um suposto paraíso, Laís mergulha na materialidade de ser mulher para encontrar enfim seu  pathos, sua capacidade de comover e afetar a nós, leitores, com sua poesia.

Na obra, a autora convida a atravessar a pele-papel que a separa do mundo, mas que também serve de superfície para explorar sua poesia, sua língua, sua escrita e seu bordado. O silêncio, o cansaço e a sensação de fracasso servem de subtexto e impulsionam o seu desejo; o desejo, já realizado, de ser artista, de ter o próprio corpo como matéria-prima de sua arte, um corpo que flutua, que dança, que resiste, que faz poesia. 

"São temas que me escolheram”, aponta Laís. “Nasci mulher piauiense, não tenho muita escolha aqui”, frisa a autora, evidenciando também que partiu de inquietações pessoais para a escrita dos textos. “Passo caminhada no desejo, na maternidade e na paixão afetada, de maneira firme e puxando as imagens prosaicas do que vivo diariamente”.

Ao longo dos 50 poemas - que adotam um estilo prosaico de métrica livre -, os leitores mergulham em mére-mar-mãe-mátria, esse lugar cheio d’água, profundo, no qual é possível se reconectar com a origem de si e encontrar a pausa da exaustão. De volta à superfície, é preciso puxar o ar com força como quem busca o pathos, “a coragem de descrever o que não é meu e não pertence, apenas é”. A poesia de Laís oferece a outras mulheres um espelho para que elas saibam quem são.

"Não penso em mensagens, mas em imagens. Uma visão de como a mulher conjuga os verbos enquanto sujeito é o que pretendo comunicar de maneira direta e pontual”, aponta a autora. Essa descrição pode ser observada já a partir do título, que subverte a palavra "pátria", usada para se referir a um território de origem, clamando por um espaço em que as mulheres tenham direito à voz, à expressão e a uma história. Deste modo, "Mátria" também traz um coro de mulheres poetas como referências principais, tais como Ana Cristina César, Matilde Campilho, Maya Angelou, Renata Flávia, Cecília Meirelles e Sophia de Mello Breyner Andresen. 

Segundo Laís, a escolha de resgatar a própria história na poesia veio com urgência e de maneira espontânea. A poeta revela ter passado por conflitos internos e frustrações com a maternidade. Além disso, o apagamento histórico de sua família, cuja ancestralidade se mostra presente apenas em sua face "entre a indígena e a negra", também foi um questionamento importante na formulação da proposta da obra. "As mulheres foram sobrevivendo, sempre levando a família adiante. Em face dessa realidade onipresente no Brasil, declarei o território 'Mátria'", reafirma.

O processo de criação ocorreu ao longo de um período de 15 anos, com sua versão inicial concluída em 2014. Em 2017, o artista piauiense Lysmark Lial produziu a arte de capa do livro, mas a autora só considerou o projeto concluído em 2023. "Mátria" foi publicado no mesmo ano, com edição da Paraquedas, selo de publicação assistida da editora Claraboia. 

“Esse livro representa um peso que me livrei. Em outros momentos esse livro representa meu cansaço descomunal enquanto mulher, num desassossego (essa maravilhosa palavra cheia de esses)”, comenta. “Por dentro consegui me sentir escritora, poeta, pois passei a existir no mundo. Essa obra é uma presença, não meço a dimensão, mas sinto como presença na linha do tempo da escritura sem fim”. Compre o livro “Mátria”, de Laís Romero, neste link.


Mulher, mãe e escritora: os desdobramentos de Laís Romero
Nascida em 1986, Laís Romero nasceu, cresceu e reside em Teresina, no Piauí. É mãe do Luís e do Júlio. Possui mestrado em letras pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e especialização em escrita e criação pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Atualmente, trabalha como revisora e editora. Possui poemas e textos literários em diversas antologias e revistas. 

Laís também se destaca por sua trajetória acadêmica. Formada em Letras e Mestre em Literatura, a escritora também atuou como professora de Língua Portuguesa no Instituto Federal do Maranhão e como professora substituta de Literatura no curso de Letras/Libras na UFPI. Desde 2022, cursa bacharelado em Medicina.

O estopim para a sua escrita aconteceu aos 11 anos, quando venceu um concurso literário em sua escola. "O poema virou uma atração na família, um marco”, diz. "Lembro de datilografá-lo para que um tio, então professor de literatura, o levasse para uma aula de poesia”, recorda. Todo esse apoio foi motivador para Laís, que decidiu mergulhar de vez no universo das palavras. 

Atualmente, porém, o hábito de escrever se vê em disputa com a maternidade, o descanso e o trabalho. "Infelizmente não há salário para que possamos escrever literatura, daí uma verdadeira ausência de rituais: escrevo quando e como dá”. No momento, a autora trabalha em um romance e no processo de releitura e reescrita de um livro de contos. Garanta o seu exemplar de “Mátria”, escrito por Laís Romero, neste link.

Confira um poema do livro “Mátria”, de Laís Romero:

Mátria

Meu corpo encontrou um ritmo
meu corpo abrigo
país dos meus filhos
meu corpo ferido frio
corpo dormindo
capataz dos meus delírios
corpo vasto território
corpo de corte e tintura
mapa em relevo da dor
meu corpo sereno
corpo, pelos e suor
meu corpo diz e asseguro
estar a caminho
no presente
e nos medos multiplicação
Meu corpo aberto e preciso
Coragem, eu insisto


.: Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho em peça que celebra amizade e legado


Além da homenagem a Chico Anysio e Lucio Mauro, “Gostava mais dos pais” propõe uma reflexão sobre a tentativa de adequação na era digital, o desafio de se manter relevante na iminência de atingir os 50 anos e a preservação da identidade diante da pressão da herança paterna. Foto: Pedro Miceli


Embora o humor corra nas veias de Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho, carregar o DNA de dois ícones do gênero no país e ainda seguir a mesma profissão não é algo trivial. No espetáculo "Gostava Mais dos Pais" – que estreia dia 1º de março no Teatro Porto, em São Paulo – os atores celebram a amizade de berço e as dores e delícias de sucederem a Chico Anysio (1931 – 2012) e Lucio Mauro (1927 – 2019), uma das duplas mais emblemáticas da comédia brasileira.

“Esse espetáculo é, antes de tudo, a celebração da grande amizade que nossos pais passaram para nós. Nossas trajetórias se entrelaçaram por conta própria, repetindo uma feliz parceria deles, mas do nosso jeito, no nosso tempo”, resume Lucio. “Na peça nós os usamos para falar sobre a passagem do tempo e a tentativa de entender o nosso lugar nesse mundo novo”, completa Bruno.

O embrião do projeto nasceu ainda antes da pandemia, quando estavam em turnê com “5x Comédia”, espetáculo que rodou o país de 2017 a 2019. Debora Lamm, parceira de longa data de ambos, foi convidada para assinar a direção, enquanto Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão respondem pelo texto, escrito a partir de questionamentos levantados pelos protagonistas.

“Nós somos parceiros da Debora há pelo menos 20 anos, no teatro, no cinema e na TV. É uma química testada e aprovada, tanto na esfera pessoal quanto na profissional”, pontua Lucio. “Eu e Lucinho começamos a ter várias ideias, mas queríamos um olhar de fora. Foi aí que convidamos Aloísio e Rosana, dois parceiros meus de muitos anos, que assinaram comigo os roteiros de ‘A Diarista’ e ‘Cilada’, respectivamente. Nós sabíamos sobre o que gostaríamos de falar. Eles nos ouviam, traziam ideias e a gente lia, debatia, levantava outras. Enfim, foi um trabalho muito participativo”, conta Bruno.

Os atores interpretam cerca de dez personagens e várias versões de si mesmos numa série de esquetes que entrecruzam as suas histórias de vida com temas contemporâneos, como as barreiras impostas ao humor e a dificuldade de encontrar os seus lugares na era digital, a cultura do cancelamento, a instantaneidade das viralizações e as fake news.

“Uma das finalidades do humor é fazer as pessoas olharem para coisas que estão acontecendo na sociedade sob outra perspectiva. E a nossa peça faz uma reflexão sobre a linha tênue que define os limites da comédia e da nossa responsabilidade de estar em sintonia com o nosso tempo. O humor também envelhece”, pondera Lucio. “Rir de si mesmo é humor esperto. Numa mistura de autoficção e variados personagens, os meninos fazem um divertido panorama de suas próprias trajetórias, abraçam a crise da maturidade em meio ao declínio do patriarcado e, simultaneamente, emocionam ao falarem da importância da amizade e parceria que perpassam os anos”, observa Debora Lamm.

Os atores brincam também com o peso do legado dos pais - e as inevitáveis comparações com eles -, a dificuldade de entenderem seus lugares no mundo moderno e o esforço para se manterem relevantes na faixa da meia-idade. “É uma reflexão também sobre o desejo de não remar contra a maré e ao mesmo tempo entender os novos tempos. Ou seja, nós não somos youtubers, nós não sabemos fazer um TikTok. Então, o que a gente faz? Será que ainda vai ter espaço para o que a gente sabe fazer”, questiona Bruno. “Enxergar o novo é a chave. E também buscar um equilíbrio entre a bagagem que acumulamos e podemos oferecer aos projetos, sempre mantendo as portas abertas para as novidades”, complementa Lucio.

O título faz alusão a uma situação que os atores vivenciaram inúmeras vezes quando uma pessoa os interpela na rua.  Ela tece mil elogios, mas finaliza o encontro com a frase: “Gostava mais do seu pai”. Ainda assim, nenhum dos dois se furta em fazer piada dessa “herança”. Uma das cenas brinca com o aposto “filho do Chico Anysio”, frequentemente associado a Bruno em entrevistas na TV, enquanto o minimalista e sofisticado cenário concebido por Daniela Thomas exibe uma sequência de imagens de arquivo que ilustram o episódio. Lucio, por sua vez, diverte-se com o fato de que não consegue escapar de seu próprio sobrenome.

A pressão para permanecerem antenados com o mundo contemporâneo enquanto se aproximam dos 50, além dos conflitos internos e consequências decorrentes disso, permeiam diversos momentos do espetáculo. O ponto de partida é um debate sobre a postagem ou não de uma dancinha deles no TikTok e o que se desencadeia depois são recortes de pontos de vistas afiados que provocam risadas e reflexões.

Ficha técnica
Espetáculo "Gostava Mais dos Pais". Elenco: Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho. Direção: Debora Lamm. Dramaturgia: Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão. Cenografia: Daniela Thomas. Iluminação: Wagner Antônio. Figurino: Marina Franco. Trilha sonora: Plínio Profeta. 

Serviço
Espetáculo "Gostava Mais dos Pais". De 1º de março a 14 de abril de 2024 - Sextas e sábados às 20h e domingos às 17h. Ingressos: Plateia R$100 e R$50 / Balcão de Frisa R$80 e R$40. Classificação: 14 anos. Duração: 90 minutos. Teatro Porto. Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo. Telefone (11) 3366-8700. Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 508 lugares. Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: Gratuito para clientes do Teatro Porto.

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