domingo, 11 de fevereiro de 2024

.: Espetáculo "Chroma Key" reflete sobre a masculinidade em temporada gratuita


Com texto de Angela Ribeiro, direção de Eliana Monteiro e atuação de Rafael De Bona e Ricardo Henrique, peça coloca a virilidade narcísica do masculino em xeque. Foto: Mayra Azzi.


Um homem em confronto consigo mesmo: esse é o mote do espetáculo “Chroma Key”, que reestreia em São Paulo. A peça, que cumpriu uma bem-sucedida temporada no Sesc Avenida Paulista em 2022, faz apresentações gratuitas entre os dias 16 de fevereiro e 24 de março no Espaço Mezanino do Centro Cultural Fiesp (Sesi-SP). As sessões acontecem de quinta a sábado, às 20h30, e, aos domingos, às 19h30. É possível reservar os ingressos on-line a cada segunda-feira, a partir das 8h.

Na trama, os atores Rafael De Bona e Ricardo Henrique dão vida a uma figura em uma profunda crise existencial. Como em um circuito incansável, ele reflete sobre pilares sociais, trabalho, dinheiro, família e o modo como atua no mundo, problematizando a representação de sua masculinidade. “Trata-se de um homem que está perdido, pois sempre teve status e ocupou lugares de poder. Ele é narcisista e, agora, precisa fugir dessas projeções de si próprio para conseguir enxergar o outro, reconhecer a diversidade e entender qual é o espaço que precisa ocupar neste momento”, explica Rafael De Bona.


Sobre o texto
Em 2018, quando iniciaram-se as pesquisas para o espetáculo, o ponto de partida foi a depressão originada da sociedade do trabalho e da produção. Para a diretora Eliana Monteiro, a metáfora que resume esse sentimento é a de um boi com os olhos totalmente tapados por um antolho - acessório que limita a visão dos animais de montaria, forçando-os a olhar apenas para frente e evitando que se distraiam e saiam do rumo, andando em círculos para se alimentar enquanto seu movimento é responsável por fazer um moinho funcionar, moendo cana ou mandioca.

Nesse contexto, obras como “O Demônio do Meio-Dia - Uma Anatomia da Depressão”, de Andrew Solomon, e “Sociedade do Cansaço”, de Byung Chul-Han, foram fundamentais no processo criativo da dramaturga Angela Ribeiro. “Durante as minhas pesquisas, me surpreendi com dados sobre o alto número de homens com depressão que não buscam ajuda por medo do julgamento social. Isso também acontece porque eles são criados desde criança para serem heróis e não demonstrar fragilidade”, conta Angela.

Diante deste cenário, a dramaturga quis gerar um espaço de reflexão com o espetáculo “Chroma Key”. “A ideia do trabalho não é trazer respostas, e sim estimular as pessoas a repensarem a sociedade e suas ideias em torno do “masculino”. Por exemplo, como podemos colaborar para não criar esses homens? Da mesma forma, os homens precisam perceber que estão em um lugar de privilégio e que cabe a eles, também, renunciar a isso para garantir um mundo mais igualitário”, completa.

Esses homens fazem parte da engrenagem de um sistema que asfixia o sujeito. A todo o momento as pessoas são bombardeadas por informações, sem tempo suficiente para ressignificá-las, problematizá-las e até digeri-las. Trata-se de uma violência invisível que exaure e gera uma sociedade na qual corremos contra o tempo e não sabemos para onde.

Segundo Eliana Monteiro, com o resultado das eleições de 2018, essa força masculina truculenta ganhou ainda mais projeção. “Os políticos/gigolôs arquitetaram o golpe contra a democracia, mas apertavam a corda apenas o suficiente para manter todos acordados. Ficamos expostas ao cheiro fétido exalado pelo patriarcado, ao seu jugo nocivo, produtor da morte. Homens com seus reservatórios cheios de violência, opressão e horror à diversidade estavam autorizados pelos poderes constituídos a eliminar ou subjugar o não reconhecido”, argumenta. Assim, “Chroma Key” ganhou mais complexidade: passou a falar tanto da depressão do sujeito contemporâneo quanto do horror do retrocesso.


Sobre a encenação
Na nova temporada, de acordo com a encenadora, a peça ganhou contornos ainda mais radicais. Isso porque o espaço destinado ao espetáculo no Mezanino do Centro Cultural Fiesp é bem mais estreito do que no Sesc Avenida Paulista, criando uma enorme contradição. “Na primeira versão, estávamos todos confinados e o espaço do confinamento na peça era muito maior, fazendo alusão ao tamanho ocupado pelo masculino naquele momento. No espaço atual, ele está submetido a um cubículo, o confinamento é maior, o embate entre as projeções que o homem tem de si e o círculo fechando sobre si, será o desafio dessa empreitada”, explica.

Em 2024, o Brasil vive um momento mais otimista. “O coronavírus já não é uma ameaça, pois as vacinas sempre atualizadas nos garantem alguma proteção. Ao mesmo tempo, tivemos novas eleições, a troca de presidente, os movimentos sociais ganhando força, as chamadas minorias reivindicando seus direitos. Mesmo assim, tenho a sensação de que estamos vivendo uma falsa liberdade. Esse véu que cobria o patriarcado foi retirado e ele está exposto. Suas garras deixaram marcas profundas e ainda sinto o ar passando com dificuldade pela garganta estrangulada pela força a qual fora submetida. A pergunta que me faço é: esse homem branco, ao perceber vozes dissonantes, estaria se sentindo sufocado?”, acrescenta.

Para Ricardo Henrique, olhar para a própria trajetória masculina foi desafiador. “Pensar no quanto ainda reproduzimos o machismo nas nossas relações e no trabalho não foi fácil. Este homem que estamos retratando é extremamente nocivo e facilmente reconhecível pela plateia: ele tem ódio das mulheres e não consegue aceitá-las em cargos superiores, por exemplo. Da mesma forma, ele não sabe lidar com o abandono e vive competindo com seus pares”, afirma.

Rafael De Bona vai além. “É evidente que é uma personagem que reflete uma masculinidade específica. Existem muitas masculinidades, não só essa. Mas essa é a que está no centro da problemática dos nossos tempos. Nosso desafio foi nos colocarmos juntos em questão com isso, sem ignorar quem somos e sem sair ilesos enquanto intérpretes”, diz.

Visualmente falando, a encenação propõe uma instalação cenográfica imersiva, investindo na multiplicidade de linguagens artísticas para a criação de uma experiência ativa com o público, borrando as fronteiras das linguagens do teatro, do audiovisual e das artes visuais. Assim, os atores se relacionam com projeções em vídeo criadas por Bianca Turner em um cenário assinado por Rafael Bicudo. A iluminação de Guilherme Bonfanti e a trilha sonora de Érico Theobaldo intensificam a sensação de opressão da personagem. O figurino é de Marichilene Artisevskis e a produção da Corpo Rastreado.

Sinopse
Um homem cindido está em constante embate consigo mesmo. Como num circuito incansável, ele articula questões sobre pilares sociais, trabalho, dinheiro, família e o modo como atua no mundo, colocando em xeque a representação de sua masculinidade.


Ficha técnica
Espetáculo "Chroma Key". Concepção e direção artística: Eliana Monteiro. Dramaturgia: Angela Ribeiro. Elenco: Rafael De Bona e Ricardo Henrique. Assistência de direção: Rafael Bicudo. Dramaturgismo: Bruna Menezes. Desenho de luz: Guilherme Bonfanti. Trilha sonora: Érico Theobaldo. Cenografia: Rafael Bicudo. Cenotécnico: Wanderley Wagner. Concepção de vídeo projeção: Bianca Turner. Figurino: Marichilene Artisevskis. Envelhecista: Foquinha Cris. Direção de movimento: Fabricio Licursi. Orientação de atuação: Luciana Canton. Operação de vídeo: Bianca Turner. Operação de sonoplastia: Igor Souza. Operação de iluminação: Mauricio Matos. Assistência de produção: Leonardo Monteiro. Produção: Corpo Rastreado / Lucas Cardoso. Idealização: Rafael De Bona e Ricardo Henrique.

Serviço
Espetáculo "Chroma Key". Temporada: de 16 de fevereiro a 24 de março de 2024, às quintas, sextas e sábados às 20h30, e, aos domingos, às 19h30. Local: Espaço Mezanino do Centro Cultural Fiesp (Sesi-SP). Endereço: Avenida Paulista, 1313 - Jardins / São Paulo. Ingressos: os ingressos gratuitos são liberados a cada segunda-feira, a partir das 8h. Podem ser reservados no site www.sesisp.org.br/eventos. Classificação etária: 16 anos. Duração: 70 minutos. Lotação: 50 lugares.

.: Com Andrew Scott e Paul Mescal, "Todos Nós Desconhecidos" estreia dia 7


Dirigido por Andrew Haigh, o filme "Todos Nós Desconhecidos" têm data de estreia confirmada na na rede Cineflix e nos cinemas de todo o Brasil no dia 7 de março de 2024. No filme, em uma noite, em seu apartamento quase vazio na Londres contemporânea, Adam (Andrew Scott) tem um encontro casual com um vizinho misterioso, Harry (Paul Mescal), que quebra o ritmo de sua vida diária. À medida eles se aproximam, Adam fica perturbado por lembranças do passado e é atraído de volta para sua casa de infância em uma cidade suburbana, onde descobre que seus pais (Claire Foy e Jamie Bell) parecem estar vivendo exatamente como estavam antes de morrerem, há mais de 30 anos.

A Searchlight Pictures apresenta, em associação com a Film4 e TSG Entertainment, uma produção da Blueprint Pictures, "Todos Nós Desconhecidos", produzido por Graham Broadbent, Pete Czernin e Sarah Harvey. Com roteiro e direção de Andrew Haigh, baseado no romance "Strangers de Taichi Yamada", o longa-metragem é estrelado por Andrew Scott, Paul Mescal, com Jamie Bell e Claire Foy. A direção de fotografia é de Jamie D. Ramsay, SASC, com direção de arte Sarah Finlay, figurino de Sarah Blenkinsop, e cabelo e maquiagem de Zoe Clare Brown. O editor é Jonathan Alberts, ACE, com música de Emilie Levienaise-Farrouch.


Sobre Searchlight Pictures
A Searchlight Pictures, fundada em 1994 como Fox Searchlight Pictures, é uma empresa especializada em financiar e adquirir filmes. Ela tem suas próprias operações de marketing e distribuição e faz parte da The Walt Disney Studios. Os títulos da Searchlight Pictures arrecadaram mais de US$ 5,3 bilhões em todo o mundo e acumularam 26 prêmios Globo de Ouro, 45 prêmios BAFTA e 39 prêmios da Academia, incluindo quatro vencedores de Melhor Filme desde 2009, com: "Quem Quer Ser Um Milionário", "12 Anos de Escravidão", "Birdman", "A Forma da Água" e “Nomadland”. Os lançamentos futuros incluem "Espíritos Obscuros" de Scott Cooper, "A Crônica Francesa" de Wes Anderson, "Os Olhos de Tammy Faye" de Michael Showalter, "Next Goal Wins" de Taika Waititi, "A Casa Sombria” de David Bruckner e "O Beco do Pesadelo" de Guillermo Del Toro.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Bob Marley: one Love” são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Trailer de "Todos Nós Desconhecidos"

.: Leopold Nunan lança 2° single de álbum de estreia, "Marchinha Fúnebre"


Canção foi produzida pelo carioca radicado em Salvador Lúcio K e gravada com músicos da Timbalada e chega com dois remixes de Buarky.


Dando sequência à campanha de divulgação de seu álbum de estreia, "Leo from Rio", batizado com seu codinome nos Estados Unidos, o cantor Leopold Nunan, brasileiro radicado em Los Angeles, lança o segundo single do trabalho, de olho no carnaval, "Marchinha Fúnebre", depois do lançamento de "Quem é teu baby", com Sônia Santos e Ana Gazzola, em 2023.

"Marchinha Fúnebre" teve vocais de apoio gravados por João Pires Correia, o Criolo, cantor deficiente visual de Cabo Verde, e Eli Vasconcellos, e instrumentos gravados por músicos da Timbalada na banda. O clipe, com muito humor, está cheio de palhaços que vagam pelo maior Halloween de Los Angeles, em West Hollywood, a meca gay estadunidense. O Dia dos Mortos mexicano também foi uma inspiração. O vídeo foi dirigido e editado pelo brasileiro Anthony Vanity, usando as tecnologias de Inteligência Articial (AI), Imagens geradas por computador (Computer-generated imagery/CGI) e Efeitos (FX),  com maquiagem do lendário mexicano Alfred Mercado. 

"Eu aprendi sobre indumentária e montação nos carnavais da vida. A inspiração para o clipe vem do próprio carnaval e de 'El Día de los Muertos'. Encarno vários personagens que habitam a loucura e os devaneios carnavalescos. O carnaval tem esse espírito libertário de se permitir, soltar as amarras", explica o artista. O Día de los Muertos se baseia na lenda de que os Mexica, o povo indígena dominante da era pré-hispânica, viajavam depois de morrer pelas nove regiões do submundo, conhecidas como Mictlan. Neste dia, milhões de famílias constroem altares em suas casas como forma de homenagear seus entes queridos.

"A faixa é uma ótima brincadeira entre alegria e um tema fúnebre. Diversão garantida nas pistas", analisa Lucio K, carioca radicado em Salvador que produziu a faixa e deu o clima clubber do arranjo. O álbum com dez faixas foi todo gravado remotamente, na pandemia, com arranjos e instrumentos a cargo do prodígio mineiro Alberto Menezes. A faixa ainda ganhou dois remixes criados pelo produtor Buarky, nome artístico de Yuri Ferrari. de Osasco (SP). nos estilos UK Baile (encontro do funk com a house music) e funk rave. Produtor que começou sua carreira no hip-hop, ele agora foca em misturar ritmos brasileiros com música eletrônica e já tocou nas rádios EDC e BBC Radio 1.

O próximo single a ser lançado será "Pé de Maracujá", com clipe gravado no Rio de Janeiro, no final de 2023, com participação do artista Márcio de Carvalho no lettering poético e visual. Depois dele, virá "5 Meters", com clipe gravado sob chuva no inverno severo de Seatlle. O artista fez a opção de ir lançando o álbum faixa a faixa, trabalhando cada single com clipes que são uma festa da imaginação e um delírio fashionista, especialidade de Leopold. 

O primeiro single do álbum, o coco "Quem É Teu Baby", ganhou clipe dirigido pelo premiado cineasta cearense Lucas Paz. O clipe foi inteiramente filmado em Los Angeles, na Wilshire Boulevard, na fachada em camadas do Petersen Automotive Museum, no Los Angeles County Museum of Art (LACMA), na obra "Urban Light", uma floresta de luzes da cidade criada pelo artista Chris Burden, no Cherry Soda Studios e em parque de diversões da The Official Summer Fair of LA, no subúrbio. "O vídeo é uma ode ao amor de todas as formas, à diversidade, às minorias, à comunidade negra, à comunidade LGBTQIA+, aos diferentemente capazes, aos amantes dos bichos e das plantas", resume Leopold, sobre o vídeo que ganhou dois prêmios no Latino Film Market, Conception International Film Awards (CIFA) e foi selecionado para 15 festivais.

O álbum foi financiado com recursos da Music Forward Foundation e do Citibank, que selecionaram dez projetos LGBTQIA+ de artistas imigrantes e pessoas de cor (Person Of Color/POC) entre mais de 250 mil propostas. Ele é portador da rara síndrome Charcot-Marie-Tooth (CMT), grupo hereditário de doenças do nervo periférico que afeta movimentos e sensações nos braços e nas pernas.

Cantor, compositor, bailarino, ator e dublador, Leopold Nunan, também conhecido como Leo From Rio, começou a carreira musical com 19 anos, no Rio, com o lançamento de “I've Got it”, pela Utter Records, de Andre Gismonti. Outros lançamentos musicais foram"Ballin’ in Beverly Hills", tratado sobre ostentação com a drag queen carioca radicada em Nova York Pietra Parker,  "Banzé", com a gravadora australiana “Wile Out”e o líder do Xingu Anuiá Amary, "Feeling Like Myself Again", com clipe gravado no Rio com a participação de Lorna Washington,  o divertido "Multiple Personality", no qual faz 47 trocas de looks no videoclipe, "Got to be Strong", o funk "Bate Bum Bum", com clipe gravado em Los Angeles.

Ele também fez, ainda no Brasil, trajetória no ballet moderno, participando de peças premiadas com Prêmio Sharp e Coca Cola de Teatro, como "Hair" e "Sweet Charity". Leopold já cantou com Lady Miss Kier, do Deee Lite, Chaka Khan e Sheila E. no icônico Long Beach Gay Pride. Foi o favorito dos fãs no hit show do Food Network, de duas temporadas do hilário reality show "Worst Cooks in America". No Brasil, ele cantou no programa "Amor e Sexo" de Fernanda Lima, fazendo uma homenagem histórica a Cazuza.

Leopold é dublador. É dele a voz do personagem Walescu na dublagem da telenovela colombiana "Chica Vampiro" (Gloob).  Nas mídias sociais, tem várias composições que se tornaram virais, como "Pista elétrica", "LGBTQIA+", "Ta na cara"e "Eu tive em Copa".

sábado, 10 de fevereiro de 2024

.: “Mátria”: poeta Laís Romero aborda corpo, ancestralidade e maternidade


"Quem são as mulheres, que devido ao corpo que carregam, seguem invisibilizadas?"
. É o que questiona a escritora, revisora, editora piauiense Laís Romero em seu novo livro "Mátria", lançamento da editora Paraquedas, que amplifica temas que perpassam como corpo, ancestralidade, feminismo e maternidade. 

Em "Mátria", livro de poemas publicado pela editora Paraquedas, escritora propõe o feminino enquanto território. "O silêncio, o cansaço e a sensação de fracasso servem de subtexto e impulsionam o seu desejo; o desejo, já realizado, de ser artista, de ter o próprio corpo como matéria-prima de sua arte, um corpo que flutua, que dança, que resiste, que faz poesia".

"Mátria" é um livro-corpo que se divide em três partes: "Desejo", "Mátria" e "Pathos". Como o próprio título sugere, trata-se de uma busca pelo lugar de expressão da mulher. Não qualquer mulher, uma mulher que tem um corpo, uma origem, um país, uma mátria, nordestina e singular. A partir do seu desejo, da ancestralidade que remonta a Lilith, aquela que renunciou a um suposto paraíso, Laís mergulha na materialidade de ser mulher para encontrar enfim seu  pathos, sua capacidade de comover e afetar a nós, leitores, com sua poesia.

Na obra, a autora convida a atravessar a pele-papel que a separa do mundo, mas que também serve de superfície para explorar sua poesia, sua língua, sua escrita e seu bordado. O silêncio, o cansaço e a sensação de fracasso servem de subtexto e impulsionam o seu desejo; o desejo, já realizado, de ser artista, de ter o próprio corpo como matéria-prima de sua arte, um corpo que flutua, que dança, que resiste, que faz poesia. 

"São temas que me escolheram”, aponta Laís. “Nasci mulher piauiense, não tenho muita escolha aqui”, frisa a autora, evidenciando também que partiu de inquietações pessoais para a escrita dos textos. “Passo caminhada no desejo, na maternidade e na paixão afetada, de maneira firme e puxando as imagens prosaicas do que vivo diariamente”.

Ao longo dos 50 poemas - que adotam um estilo prosaico de métrica livre -, os leitores mergulham em mére-mar-mãe-mátria, esse lugar cheio d’água, profundo, no qual é possível se reconectar com a origem de si e encontrar a pausa da exaustão. De volta à superfície, é preciso puxar o ar com força como quem busca o pathos, “a coragem de descrever o que não é meu e não pertence, apenas é”. A poesia de Laís oferece a outras mulheres um espelho para que elas saibam quem são.

"Não penso em mensagens, mas em imagens. Uma visão de como a mulher conjuga os verbos enquanto sujeito é o que pretendo comunicar de maneira direta e pontual”, aponta a autora. Essa descrição pode ser observada já a partir do título, que subverte a palavra "pátria", usada para se referir a um território de origem, clamando por um espaço em que as mulheres tenham direito à voz, à expressão e a uma história. Deste modo, "Mátria" também traz um coro de mulheres poetas como referências principais, tais como Ana Cristina César, Matilde Campilho, Maya Angelou, Renata Flávia, Cecília Meirelles e Sophia de Mello Breyner Andresen. 

Segundo Laís, a escolha de resgatar a própria história na poesia veio com urgência e de maneira espontânea. A poeta revela ter passado por conflitos internos e frustrações com a maternidade. Além disso, o apagamento histórico de sua família, cuja ancestralidade se mostra presente apenas em sua face "entre a indígena e a negra", também foi um questionamento importante na formulação da proposta da obra. "As mulheres foram sobrevivendo, sempre levando a família adiante. Em face dessa realidade onipresente no Brasil, declarei o território 'Mátria'", reafirma.

O processo de criação ocorreu ao longo de um período de 15 anos, com sua versão inicial concluída em 2014. Em 2017, o artista piauiense Lysmark Lial produziu a arte de capa do livro, mas a autora só considerou o projeto concluído em 2023. "Mátria" foi publicado no mesmo ano, com edição da Paraquedas, selo de publicação assistida da editora Claraboia. 

“Esse livro representa um peso que me livrei. Em outros momentos esse livro representa meu cansaço descomunal enquanto mulher, num desassossego (essa maravilhosa palavra cheia de esses)”, comenta. “Por dentro consegui me sentir escritora, poeta, pois passei a existir no mundo. Essa obra é uma presença, não meço a dimensão, mas sinto como presença na linha do tempo da escritura sem fim”. Compre o livro “Mátria”, de Laís Romero, neste link.


Mulher, mãe e escritora: os desdobramentos de Laís Romero
Nascida em 1986, Laís Romero nasceu, cresceu e reside em Teresina, no Piauí. É mãe do Luís e do Júlio. Possui mestrado em letras pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e especialização em escrita e criação pela Universidade de Fortaleza (Unifor). Atualmente, trabalha como revisora e editora. Possui poemas e textos literários em diversas antologias e revistas. 

Laís também se destaca por sua trajetória acadêmica. Formada em Letras e Mestre em Literatura, a escritora também atuou como professora de Língua Portuguesa no Instituto Federal do Maranhão e como professora substituta de Literatura no curso de Letras/Libras na UFPI. Desde 2022, cursa bacharelado em Medicina.

O estopim para a sua escrita aconteceu aos 11 anos, quando venceu um concurso literário em sua escola. "O poema virou uma atração na família, um marco”, diz. "Lembro de datilografá-lo para que um tio, então professor de literatura, o levasse para uma aula de poesia”, recorda. Todo esse apoio foi motivador para Laís, que decidiu mergulhar de vez no universo das palavras. 

Atualmente, porém, o hábito de escrever se vê em disputa com a maternidade, o descanso e o trabalho. "Infelizmente não há salário para que possamos escrever literatura, daí uma verdadeira ausência de rituais: escrevo quando e como dá”. No momento, a autora trabalha em um romance e no processo de releitura e reescrita de um livro de contos. Garanta o seu exemplar de “Mátria”, escrito por Laís Romero, neste link.

Confira um poema do livro “Mátria”, de Laís Romero:

Mátria

Meu corpo encontrou um ritmo
meu corpo abrigo
país dos meus filhos
meu corpo ferido frio
corpo dormindo
capataz dos meus delírios
corpo vasto território
corpo de corte e tintura
mapa em relevo da dor
meu corpo sereno
corpo, pelos e suor
meu corpo diz e asseguro
estar a caminho
no presente
e nos medos multiplicação
Meu corpo aberto e preciso
Coragem, eu insisto


.: Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho em peça que celebra amizade e legado


Além da homenagem a Chico Anysio e Lucio Mauro, “Gostava mais dos pais” propõe uma reflexão sobre a tentativa de adequação na era digital, o desafio de se manter relevante na iminência de atingir os 50 anos e a preservação da identidade diante da pressão da herança paterna. Foto: Pedro Miceli


Embora o humor corra nas veias de Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho, carregar o DNA de dois ícones do gênero no país e ainda seguir a mesma profissão não é algo trivial. No espetáculo "Gostava Mais dos Pais" – que estreia dia 1º de março no Teatro Porto, em São Paulo – os atores celebram a amizade de berço e as dores e delícias de sucederem a Chico Anysio (1931 – 2012) e Lucio Mauro (1927 – 2019), uma das duplas mais emblemáticas da comédia brasileira.

“Esse espetáculo é, antes de tudo, a celebração da grande amizade que nossos pais passaram para nós. Nossas trajetórias se entrelaçaram por conta própria, repetindo uma feliz parceria deles, mas do nosso jeito, no nosso tempo”, resume Lucio. “Na peça nós os usamos para falar sobre a passagem do tempo e a tentativa de entender o nosso lugar nesse mundo novo”, completa Bruno.

O embrião do projeto nasceu ainda antes da pandemia, quando estavam em turnê com “5x Comédia”, espetáculo que rodou o país de 2017 a 2019. Debora Lamm, parceira de longa data de ambos, foi convidada para assinar a direção, enquanto Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão respondem pelo texto, escrito a partir de questionamentos levantados pelos protagonistas.

“Nós somos parceiros da Debora há pelo menos 20 anos, no teatro, no cinema e na TV. É uma química testada e aprovada, tanto na esfera pessoal quanto na profissional”, pontua Lucio. “Eu e Lucinho começamos a ter várias ideias, mas queríamos um olhar de fora. Foi aí que convidamos Aloísio e Rosana, dois parceiros meus de muitos anos, que assinaram comigo os roteiros de ‘A Diarista’ e ‘Cilada’, respectivamente. Nós sabíamos sobre o que gostaríamos de falar. Eles nos ouviam, traziam ideias e a gente lia, debatia, levantava outras. Enfim, foi um trabalho muito participativo”, conta Bruno.

Os atores interpretam cerca de dez personagens e várias versões de si mesmos numa série de esquetes que entrecruzam as suas histórias de vida com temas contemporâneos, como as barreiras impostas ao humor e a dificuldade de encontrar os seus lugares na era digital, a cultura do cancelamento, a instantaneidade das viralizações e as fake news.

“Uma das finalidades do humor é fazer as pessoas olharem para coisas que estão acontecendo na sociedade sob outra perspectiva. E a nossa peça faz uma reflexão sobre a linha tênue que define os limites da comédia e da nossa responsabilidade de estar em sintonia com o nosso tempo. O humor também envelhece”, pondera Lucio. “Rir de si mesmo é humor esperto. Numa mistura de autoficção e variados personagens, os meninos fazem um divertido panorama de suas próprias trajetórias, abraçam a crise da maturidade em meio ao declínio do patriarcado e, simultaneamente, emocionam ao falarem da importância da amizade e parceria que perpassam os anos”, observa Debora Lamm.

Os atores brincam também com o peso do legado dos pais - e as inevitáveis comparações com eles -, a dificuldade de entenderem seus lugares no mundo moderno e o esforço para se manterem relevantes na faixa da meia-idade. “É uma reflexão também sobre o desejo de não remar contra a maré e ao mesmo tempo entender os novos tempos. Ou seja, nós não somos youtubers, nós não sabemos fazer um TikTok. Então, o que a gente faz? Será que ainda vai ter espaço para o que a gente sabe fazer”, questiona Bruno. “Enxergar o novo é a chave. E também buscar um equilíbrio entre a bagagem que acumulamos e podemos oferecer aos projetos, sempre mantendo as portas abertas para as novidades”, complementa Lucio.

O título faz alusão a uma situação que os atores vivenciaram inúmeras vezes quando uma pessoa os interpela na rua.  Ela tece mil elogios, mas finaliza o encontro com a frase: “Gostava mais do seu pai”. Ainda assim, nenhum dos dois se furta em fazer piada dessa “herança”. Uma das cenas brinca com o aposto “filho do Chico Anysio”, frequentemente associado a Bruno em entrevistas na TV, enquanto o minimalista e sofisticado cenário concebido por Daniela Thomas exibe uma sequência de imagens de arquivo que ilustram o episódio. Lucio, por sua vez, diverte-se com o fato de que não consegue escapar de seu próprio sobrenome.

A pressão para permanecerem antenados com o mundo contemporâneo enquanto se aproximam dos 50, além dos conflitos internos e consequências decorrentes disso, permeiam diversos momentos do espetáculo. O ponto de partida é um debate sobre a postagem ou não de uma dancinha deles no TikTok e o que se desencadeia depois são recortes de pontos de vistas afiados que provocam risadas e reflexões.

Ficha técnica
Espetáculo "Gostava Mais dos Pais". Elenco: Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho. Direção: Debora Lamm. Dramaturgia: Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão. Cenografia: Daniela Thomas. Iluminação: Wagner Antônio. Figurino: Marina Franco. Trilha sonora: Plínio Profeta. 

Serviço
Espetáculo "Gostava Mais dos Pais". De 1º de março a 14 de abril de 2024 - Sextas e sábados às 20h e domingos às 17h. Ingressos: Plateia R$100 e R$50 / Balcão de Frisa R$80 e R$40. Classificação: 14 anos. Duração: 90 minutos. Teatro Porto. Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo. Telefone (11) 3366-8700. Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 508 lugares. Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: Gratuito para clientes do Teatro Porto.

.: Crítica musical: Luarada Brasileira resgata o autêntico forró pé de serra


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O músico Cicinho Silva se uniu a outros músicos talentosos para fundar o grupo Luarada Brasileira, um projeto que busca resgatar o som do autêntico forró, transitando entre o tradicional pé de serra e o contemporâneo. Eles preparam um EP autoral intitulado "Três É Demais" que estará disponível nas plataformas em breve e já vem divulgando o trabalho em apresentações ao vivo.

O grupo é formado por Cicinho Silva (sanfona), Ivan Rodrigo (zabumba), Clebinho Santos (voz e triângulo) e Antonio Batista (guitarra, recém-integrado ao trio original). Todos artistas de carreira consolidada na música brasileira. A trajetória do Luarada, apesar de recente, já soma mais de 60 apresentações, além do lançamento do primeiro EP, Três É Demais (2024), que chega para consolidar o trabalho.

O grupo foi batizado de Luarada Brasileira pelo poeta cordelista Cacá Lopes como uma homenagem ao rei do baião, Luiz Gonzaga, que recebeu o apelido carinhoso de Mestre Lua. Também é uma referência a um dos clássicos da música brasileira, a toada “Luar do Sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense, que o próprio Gonzagão regravou, em 1981.

O forró e suas vertentes, assim como a música nordestina, estão presentes em cada um dos componentes do grupo. Todos têm raízes familiares nordestinas fortalecidas com forró pé de serra. “O forró acolhe as novas tendências musicais, reinventa-se fortalecendo a cultura popular que continua existindo e resistindo. O forró é nosso Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecido pelo IPHAN, em 2021”, assinala o sanfoneiro Cicinho Silva.

Quem quiser conhecer o trabalho do Luarada Brasileira pode acessar os perfis do grupo nas redes sociais: Instagram: @luaradabrasileira | Facebook - Luarada Forró e YouTube  - @LuaradaBrasileira.

"Longe ou Perto de Mim"

"Nilopolitano"

.: "Moana 2", sequência da animação da Disney, chega em breve aos cinemas


A Disney Company, anunciou que "Moana 2" - a nova sequência do filme indicado ao Oscar® em 2016 da Disney Animation - estreia em breve nos cinemas. "Moana segue sendo uma franquia incrivelmente popular", disse Bob Iger, CEO da The Walt Disney Company. "Mal podemos esperar para dar ao público mais de Moana e Maui quando 'Moana 2' chegar aos cinemas", explica. Já estão disponíveis a primeira imagem e um teaser do filme, que estreia na Rede Cineflix e cinemas de todo o Brasil em novembro.

"Moana 2", o filme de animação da Walt Disney Animation Studios, embarca o público em uma nova e grandiosa viagem com Moana, Maui e uma nova tripulação de marinheiros incomuns. Após receber um chamado inesperado de seus ancestrais, Moana deve viajar pelos mares distantes da Oceania e entrar em perigosas águas perdidas para viver uma aventura sem precedentes. Dirigido por Dave Derrick Jr. com trilha sonora dos vencedores do Grammy® Abigail Barlow e Emily Bear, da indicada ao Grammy® Opetaia Foa'i e do três vezes vencedor do Grammy® Mark Mancina, 

Primeiro teaser de "Moana 2"


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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

.: Crítica: novo "A Cor Púrpura" é extremamente emocionante

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2024


"Uma abordagem ousada do clássico amado". Eis a nova adaptação do drama musical "A Cor Púrpura", dirigido por Blitz the Ambassador que cumpre muito bem já promessa estampada no cartaz. Em exibição nas telonas Cineflix Cinemas de Santos, a produção com uma única indicação ao Oscar 2024, na categoria "Melhor Atriz Coadjuvante", com Danielle Brooks, revela-se estupendo e merecedor de muitas estatuetas do maior prêmio do cinema mundial, incluindo a de "Melhor Filme" -o que já se sabe, infelizmente, que não irá acontecer.

O longa dá uma repaginada de encher os olhos na trama clássica protagonizada por Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey, em 1985. Além de transformá-lo em um musical -para os fãs de teatro musical e filmes musicais saírem extasiados-, "A Cor Púrpura" torna claros muitos detalhes que ficaram subentendidos na primeira adaptação para oo cinemas do romance de Alice Walker de mesmo título, publicado pela primeira vez em 1982 e vencedor do Prêmio Pulitzer.

Numa pegada de filme clássico, o drama entrega coreografias que dão ritmo e figurinos belíssimos que junto aos cenários incríveis compõe um visual primoroso a cada sequência, além de a edição ágil mexer sempre com a emoção do público. E, claro, leve seu lencinho, pois o sofrimento da menosprezada Celie (Fantasia Barrino, cantora que dá um show de atuação) e sua irmã Nettie (Halle Bailey, "A Pequena Sereia"), volta às mãos do diretor Steven Spielberg para fazer chorar por vezes.

Em 2h21, "A Cor Púrpura", com roteiro de Marcus Gardley, consegue ser poderoso e estampar todo o poder feminino, enquanto enaltece musicais cinematográficos e teatrais. Considerando a produção de quase 20 anos, até a Celie de Fantasia Barrino é mais empoderada do que a de Whoopi Goldberg -que faz uma participação de fazer suspirar logo no início do filme. Enfim, novos tempos e novas formas de apresentar uma história belíssima que transborda emoção. "A Cor Púrpura" é simplesmente imperdível!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 



"A Cor Púrpura" (The Color Purple"). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 14 anos. Duração: 2h21. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Warner Bros. Direção: Blitz the Ambassador. Roteiro: Marcus Gardley. Elenco: Fantasia Barrino (Celie Harris Johnson), Taraji P. Henson (Shug Avery), Danielle Brooks (Sofia)Sinopse: A extraordinária fraternidade de três mulheres que compartilham um vínculo indissolúvel.

Trailer de "A Cor Púrpura"

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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

.: "Ocupação Hulda Bittencourt - Uma História com a Dança" segue em cartaz


A Oficina Cultural Oswald de Andrade recebe em poucos dias a exposição "Ocupação Hulda Bittencourt - Uma História com a Dança" em celebração ao aniversário de São Paulo. A exposição é uma homenagem à saudosa bailarina Hulda Bittencourt, nascida em Santa Cruz do Rio Pardo, que dedicou sua vida à dança e à cidade de São Paulo, que a acolheu calorosamente.

A mostra, que acontece no histórico espaço da Oficina Cultural Oswald de Andrade, é composta por preciosos arquivos do acervo pessoal da família da fundadora da renomada escola e companhia Cisne Negro Cia de Dança. Os visitantes terão a oportunidade de explorar uma coleção única, incluindo fotografias raras e vídeos de entrevistas com a própria dama da dança brasileira. 

Os curadores da exposição são Dany Bittencourt, filha de Hulda Bittencourt e atual diretora artística da Cisne Negro Cia de Dança e  o produtor cultural, Marco Prado. Juntos, eles guiam os visitantes por uma jornada através da vida e legado desta figura marcante da dança brasileira. A exposição também promete marcar o início de celebrações dos 47 anos da Cisne Negro Cia de Dança, trajetória que assim como a da fundadora, se mescla de amor e serviço ao cenário artístico.  Hulda Bittencourt fez história no Brasil e no exterior, recebendo em 2019 o título de “Fellowship of The Royal Academy of Dance”, umas das mais importantes honrarias concedidas pela instituição britânica à pessoas que trabalharam em prol do desenvolvimento da dança por meio do método da Royal Academy of Dance. No Brasil, Hulda Bittencourt recebeu durante o Governo de José Serra como Governador a medalha de honra ao mérito de personalidade artística.  

Encontro entre Dança e Literatura - Dany Bittencourt compartilha sua emoção sobre a exposição, destacando o significado especial de ocorrer na Oficina Cultural Oswald de Andrade.  "A exposição possui um grande significado, pois acontece em um espaço público que foi a casa de Oswald de Andrade, personalidade tão importante para a literatura brasileira, e agora o sentimento é de que Oswald está recebendo nossa querida Hulda em sua casa." Recentemente, Hulda Bittencourt foi a homenageada no Festival de Dança de Joinville  com uma linda exposição, que serviu de inspiração para a  "Ocupação Hulda Bittencourt". “A Hulda Bittencourt era uma pessoa vibrante, com muito amor a Cisne Negro e a dança em geral. Ter a oportunidade de espalhar esse legado na cidade que ela adotou como lar é extremamente gratificante ", acrescenta Marco Prado. 

A exposição estará aberta ao público até dia 2 de março, com entrada gratuita.  Além da exposição, os visitantes também poderão participar de atividades especiais de acordo  com a agenda a ser divulgada nos próximos dias. 


Sobre a Cisne Negro Cia de Dança
Fundada por Hulda Bittencourt, que atuou como  diretora artística por 44 anos (in memoriam) e atualmente sob a direção artística de Dany Bittencourt, é considerada uma das melhores companhias contemporâneas do país, sucesso de crítica e mídia, com 46 anos de existência olhando para o futuro, sempre pronta para levar a sua inovadora dança aos quatro cantos do planeta, acreditando que a cultura é uma ferramenta de transformação social, alimento de esperança e sonhos de muitas pessoas. 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

.: Crítica: "Vidas Passadas" é história de amor de infância que ficou no passado

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2024


Dirigido pela estreante Celine Song, o romance dramático "Vidas Passadas", em cartaz nas telonas Cineflix Cinemas de Santos, indicado ao Oscar 2024, incluso na categoria Melhor Filme, acontece aos poucos -sem presa- para contar a história de Hae Sung (Teo Yoo) e Nora (Greta Lee) que começa na infância. Contudo, a família da garota precisa ir embora de Seul e segue para Nova Iorque.

Longe um do outro, a internet funciona como um meio de reencontro dos dois, após 12 anos. Contudo, nenhum dos dois se empenha o suficiente para que consigam estar juntos pessoalmente. O tempo avança, assim como a distância entre os dois. Com as vidas separadas há 24 anos, Hae Sung decide finalmente reencontrar Nora, seu amor de infância. 

O longa que teve estreia mundial no Festival de Cinema de Sundance em 21 de janeiro de 2023 consegue envolver o público ao despertar a curiosidade sobre o desfecho após tão protelado reencontro do casal de infância, uma vez que Nora é uma mulher casada com um judeu branco. Aos fãs de um romance dramático, a produção é uma excelente opção.

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 



"Vidas Passadas" ("Past Lives"). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 12 anos. Duração: 1h43. Ano: 2023. Idioma original: inglês, coreano. Distribuidora: California Filmes. Direção: Celine Song. Roteiro: Celine Song. Elenco: Greta Lee, Teo Yoo, John MagaroSinopse: Nora e Hae Sung, duas amigas de infância profundamente conectadas, se separam depois de uma mudança. Duas décadas depois, elas se reencontram na cidade de Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e escolhas.

Trailer de "Vidas Passadas"

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.: Crítica "Oppenheimer" é filmaço que trabalha visual e sonoplastia com louvor

.: Crítica: "Maestro", história de Leonard Bernstein pela ótica do amor

.: Crítica: "Napoleão" de Ridley Scott é romance baseado em fatos históricos

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.: Crítica: "Resistência" entrega futuro caótico e esperança numa criança

.: Crítica: "Golda: A Mulher de Uma Nação" é aula em cinebiografia

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