terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

.: "O Oceano no Fim do Caminho", de Neil Gaiman, tem ilustrações de Elise Hurst


Uma história sobre crianças, adultos e os monstros que os assombram. Trabalho revolucionário de um mestre da literatura, "O Oceano no Fim do Caminho" foi publicado em 2013 e logo se tornou um best-seller mundial. Agora, o aclamado livro de Neil Gaiman ganha uma edição ilustrada em capa dura, que chega às livrarias em fevereiro pela editora Intrínseca. Nessa história sombria e comovente, o autor reimagina a própria infância e, ao lado da renomada ilustradora e artista plástica Elise Hurst, convida o leitor a repensar as maravilhas, o terror e a força dessa época da vida. A tradução é de Renata Pettengill.

A trama é ambientada em Sussex, na Inglaterra, cidade em que Gaiman cresceu. Um homem de meia-idade volta à casa na qual passou a sua infância para um funeral. Ao chegar à cidade, ele é atraído para a fazenda no fim da estrada, onde, aos sete anos, conheceu uma garota extraordinária, Lettie Hempstock, que morava lá com a mãe e a avó. Ele não pensava em Lettie há décadas, mas, ao se sentar à beira do lago nos fundos da velha casa, o mesmo a que ela se referia como um oceano, o passado esquecido ressurge como uma forte maré.

Quarenta anos antes, a morte de um homem despertou consequências inimagináveis, e Lettie - com magia, amizade e a sabedoria digna de alguém com muito mais de onze anos - prometeu protegê-lo, não importava o que acontecesse. O oceano no fim do caminho mostra o poder que as histórias têm de revelar e, ao mesmo tempo, de nos proteger dos perigos dentro e fora de nós. Uma obra marcante, sombria e melancólica sobre memória, amadurecimento e sobrevivência. Compre o livro "O Oceano no Fim do Caminho", de Neil Gaiman e Elise Hurst, neste link.

Sobre o autor
Neil Gaiman foi citado no Dicionário de biografia literária como um dos dez maiores escritores pós-modernos vivos, tem mais de vinte livros publicados para leitores de todas as idades e já foi agraciado com inúmeros prêmios literários, incluindo o Hugo, o Bram Stoker e a Newbery Medal. Começou a carreira como jornalista, mas logo seu talento para construir tramas e universos únicos foi levado para o mundo dos quadrinhos, com a aclamada série Sandman, e, depois, para a ficção adulta e a infantojuvenil. Algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema e para a TV. Pela Intrínseca, publicou também Mitologia nórdica, Deuses americanos, Lugar Nenhum, Os filhos de Anansi, Coisas frágeis, Coraline, O alfabeto perigoso, Cabelo doido, Kanela, as edições em quadrinhos de Deuses americanos, entre outros. Foto: Darren James

Sobre a ilustradora
Elise Hurst é uma renomada ilustradora, artista plástica e autora australiana especializada em livros infantis. Começou sua carreira desenhando e pintando paisagens, naturezas-mortas e modelos vivos, mas logo enveredou pela ilustração. Seu trabalho viaja o mundo em livros, cartões-postais e inúmeras reproduções, e suas obras conquistaram espaço em museus e coleções privadas de Melbourne a Londres. Em um encontro com Neil Gaiman anos atrás, o escritor lhe disse, como se prevendo o futuro, que um dia trabalhariam juntos. Garanta o seu exemplar de "O Oceano no Fim do Caminho", escrito por Neil Gaiman e ilustrado por Elise Hurst, neste link.

.: "Bob Marley: one Love" ganha ativação durante jogo entre Santos e Corinthians


Ídolo mundial do reggae era conhecido por ser apaixonado por futebol e torcer pelo Santos FC no Brasil. Foto: Walter Firmo/Santos FC


O reggae invade o Campeonato Paulista de futebol na próxima quarta-feira, 7 de fevereiro. Isso porque a Paramount Pictures e o Santos F.C. se uniram em uma série de ações para divulgar o filme “Bob Marley: one Love”, que estreia na Cineflix Cinemas e nos cinemas no dia 12 de fevereiro. As ações acontecem no cenário digital e também na Vila Belmiro, durante o clássico entre Santos F.C. e Corinthians

As redes sociais do Clube irão potencializar o lançamento da obra com conteúdos especiais com a temática de reggae em homenagem ao maior cantor do gênero. No estádio, o trailer do filme será exibido nos telões antes da partida e também no intervalo.  Ao longo do pré-jogo, durante o aquecimento dos atletas, as canções de Bob Marley serão tocadas no sistema de som.

Cantor e compositor, Bob Marley é o maior nome do reggae music mundial, com mais de 75 milhões de discos vendidos e com inúmeras músicas na memória e na boca das pessoas até hoje. O jamaicano se encantou com o futebol apresentado pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, no México, e viu no imortal Pelé um ídolo, unindo o carinho pelo Santos FC e aumentando o “reinado” de torcedores.

Em sua única viagem ao Brasil, em 1980, Bob Marley foi presenteado com uma camisa do clube antes de uma partida de futebol com outros músicos e ex-jogadores, no Rio de Janeiro. Julian Marley, filho da lenda, revelou que toda a família é fã do Santos FC, também em passagem pelo país.

“Bob Marley: one Love” estreia nas salas de cinema do Brasil na próxima segunda-feira, dia 12, e celebra a vida e a música do ídolo da reggae music que inspirou gerações por meio de sua mensagem de amor e união. Distribuído pela Paramount Pictures, o longa tem direção de Reinaldo Marcus Green, produção-executiva de Brad Pitt, e é estrelado por Kingsley Ben-Adir, que interpreta Bob Marley, e Lashana Lynch no papel de Rita Marley, esposa do personagem central.

Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Bob Marley: one Love” são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: "Corpo, Escuta e Escrita", livro dá pistas para ativar múltiplas linguagens


O livro coloca a comunicação como eixo das boas práticas em saúde, seja na linha de frente dos serviços públicos ou nos consultórios particulares. A autora, é jornalista de primeira carreira, terapeuta há mais uma década e, fundindo os dois campos, aprofundou a pesquisa com o objetivo de fortalecer e ampliar os vínculos entre profissionais e pacientes e com as equipes multidisciplinares do cuidado.

A comunicação é das atividades mais importantes na maioria dos ambientes e isso não é diferente no universo dos serviços de saúde. Da combinação das carreiras de jornalista e terapeuta corporal, Liliane Oraggio identificou uma lacuna de especialização acadêmica e direcionou suas pesquisas para as formas de favorecer a troca de informações entre profissionais de saúde, membros da equipe, pacientes e familiares. Na obra "Corpo, Escuta e Escrita - Pistas para Ativar Múltiplas Linguagens em Saúde", lançamento da Summus Editorial, ela apresenta várias propostas de interação e um plano de aulas que pode interessar a todos os envolvidos em aprimorar a qualidade das conexões humanas.

Resultado de uma pesquisa acadêmica em Ciências da Saúde, o livro vai sendo construído a partir de encontros, com um grupo de pessoas envolvidas com produção de textos acadêmicos. Todos interessados em saber mais sobre o próprio corpo, sobre os modos de escutar pacientes e colegas e deixar registros escritos de qualidade, que contribuam com os tratamentos e memoriais. As "Oficinas Corpo, Escuta e Escrita – Experimentos Textuais Formativos" aconteceram na Unifesp de Santos, norteadas pelos conceitos da Psicologia Formativa, fundamentada por Stanley Keleman, autor de "Anatomia Emocional" (Ed. Summus, 1992) e pelo Método da Cartografia, que considera as interações humanas como campo de produção de dados. Aqui interessa mais os diálogos vivos que produzem afetações e levam a conexões autênticas, do que comprovar dados pré-estabelecidos. O livro, ilustrado com fotos do processo, é resultado da intersecção da teoria com textos literários que falam de saúde/doença, experimentações corporais e intervenções terapêuticas de grupo.

A obra pretende também inspirar e multiplicar as oficinas nos campos da formação e saúde, da rede pública e privada, podendo interessar a outros contextos profissionais e acadêmicos, que desejam estimular a qualidade de comunicação oral e escrita, na conexão entre pessoas. Compre o livro "Corpo, Escuta e Escrita - Pistas para Ativar Múltiplas Linguagens em Saúde", de Liliane Oraggio, neste link. 


O que disseram sobre o livro
Liliane Oraggio nos conduz ao cuidado. Cuidar mesmo antes de adoecer. Nesse sentido, sua proposta tem caráter preventivo. Ou, ainda, cuidar depois que a situação de adoecimento ocorre — o que, a meu ver, alcança a função terapêutica. Seus instrumentos de transformação são o corpo e a palavra. [...] Para aplicar seu método, proposto na interface entre saúde e comunicação a autora escolheu um grupo de profissionais da área, […] incluindo psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e farmacêuticos. Ao selecionar esse grupo de cuidadores, sua intenção foi ‘cuidar de quem cuida’, mas acredito que o modelo criado por ela pode ser aplicado a inúmeros outros contextos educacionais e profissões.” -Trecho do prefácio de André Trindade, psicólogo e psicomotricista.


Sobre a autora
Liliane Oraggio
é terapeuta do campo corporalista e jornalista, formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com longa carreira na imprensa escrita. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Baixada Santista, ministra as “Oficinas Corpo, Escuta e Escrita” para profissionais de saúde, desde 2018, enfatizando os aspectos da comunicação no fazer clínico individual e de grupos. 

Escreveu "Ouço Vozes - Escuta, Registro de Diálogos e Epifanias no Acompanhamento Terapêutico" (Oraggio Editorial/Colmeia, 2017) e coordenou os e-books "Ins Tan Tan E Os" (Oraggio Editorial/Gonf Studio, 2018) e "Com a Roupa do Corpo" (Oraggio Editorial/Memoralia, 2021), feitos com textos produzidos nas oficinas. Além de produzir diversos artigos acadêmicos, escreveu e ilustrou "Bordas da Seda" (Quelônio, 2023), sobre o corpo das mulheres que costuram e bordam. Garanta o seu exemplar de "Corpo, Escuta e Escrita - Pistas para Ativar Múltiplas Linguagens em Saúde", escrito por Liliane Oraggio, neste link.

.: Tudo sobre "Vidas Passadas", o grande sucesso do cinema independente


Grande sucesso do cinema independente do último ano, "Vidas Passadas", de Celine Song, foi indicado ao Oscar de 2024 em duas categorias: Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. A cerimônia acontece no dia 10 de março de 2024, às 20h (horário de Brasília), no Dolby Theatre, em Los Angeles. O filme está em cartaz na Rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil, com distribuição da California Filmes, e conta a história de Nora e Hae Sung, dois amigos de infância profundamente conectados.

Eles se separam depois que a família de Nora decide sair da Coreia do Sul. Vinte e quatro anos depois, eles se reencontram em Nova Iorque para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e as escolhas que fazem uma vida. O longa-metragem fez sua estreia no Festival de Sundance, depois esteve na mostra competitiva do Festival de Berlim e foi o grande destaque no Gotham Awards, premiação promovida pelos produtores independentes americanos.

O longa levou o troféu de Melhor Filme independente, além de ter recebido indicações de diretora estreante e atriz. Além disso, "Vidas Passadas" ganhou o prêmio de Melhor Filme Independente para a Associação de Críticos de Cinema de Nova York; e melhor diretor estreante internacional no Festival de Jerusalém. O longa também figurou na lista de melhores do ano de diversos veículos de imprensa, entre os quais Indiewire, The New York Times, Time e Vanity Fair.

No filme, Nora (Moon Seung-ah) é uma pré-adolescente na Coreia, descobrindo o amor com seu melhor amigo, Hae Sung (Leem Seung-min). Porém, eles se separam quando a família dela se muda para Toronto. Alguns anos depois, Nora (Greta Lee) e Hae Sung (Teo Yoo) retomam a amizade pela internet. É só décadas depois, que se reencontrarão em Nova Iorque, onde ela é uma dramaturga casada com um escritor, Arthur (John Magaro).


Ficha técnica
Filme "Vidas Passadas". Direção: Celine Song. Elenco: Greta Lee, Teo Yoo, John Magaro.
Países: EUA, Coreia do Sul. Direção de fotografia: Shabier Kirchner. Música: Christopher Bear, Daniel Rossen. Montagem: Keith Fraase. Gênero: drama, romance. Ano: 2023. Duração: 105 minutos.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Bob Marley: one Love” são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Trailer de "Vidas Passadas"

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

.: Entrevista: Supla, o Livro do "The Masked Singer Brasil" é desmascarado


Supla é desmascarado no reality show "The Masked Singer". Foto: Globo/Maurício Fidalgo


Cheio de sabedoria e com muito conhecimento para transmitir, o Livro foi a fantasia a perder a máscara no último domingo, dia 4 de fevereiro. O que também não se sabia é que ele fala outras línguas. C’mon kids!, o desmascarado foi o Supla. “Toda a história de ensaiar coberto, para ninguém ter noção de quem é, e se apresentar numa fantasia...was fun”, comenta o músico. “Tentei enganar os jurados mudando a minha voz antes de entrar no palco; fazer uma voz meio de desenho animado, tipo um Salsicha [da animação Scooby-Doo] ou Zé Colmeia, mas acho que quando canto é muito difícil eu me passar por outra pessoa, tanto que acertaram na hora”, acrescenta. 

O episódio contou também com espetáculos musicais de Bode, Dona Formiga e MC Porquinha. A plateia votou para salvar Bode e MC Porquinha, e Dona Formiga e Livro batalharam novamente por meio de apresentações cheias de performance para tentar convencer os jurados de que devem ficar. José Loreto, Paulo Vieira e Sabrina Sato ganharam a ajuda de uma convidada especial: a atriz Heloísa Perissé. Juntos optaram por desmascarar o Livro. 

O criação do Livro seguiu pelo caminho apontado pelos idealizadores das fantasias, Gabriel Haddad e Leonardo Bora - carnavalescos da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio -,de trazer para esta temporada máscaras maiores. “O Livro se encaixa na nossa proposta de fantasias grandes, mais volumosas. Quando imaginamos, tentamos pensar em como acomodar bem o corpo da pessoa, e chegamos ao resultado dos braços saindo pela capa, mantendo o formato do Livro na lateral”, explicam.

A fantasia foi ainda a primeira a ser produzida, revela Fábio de Amorim Leme, mais conhecido como Bolinha, à frente do Bolinha Studios, de São Paulo, responsável pela execução: “Foi a primeira criação a sair do papel, os primeiros olhinhos que vimos piscar nessa temporada! O desafio envolvido foi o peso na parte de traz, que puxa o talento. Solucionamos usando camadas duplas na parte da frente”, expõe.

 O 'The Masked Singer Brasil’ é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, com supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção geral de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). O programa vai ao ar na TV Globo aos domingos, após o ‘Temperatura Máxima’, com reexibição na madrugada de segunda para terça-feira, à 00h30, no Multishow, seguida da entrevista de Kenya Sade com o eliminado da semana. Confira a entrevista com Supla.


Como foi para você participar do "The Masked Singer Brasil"?
Supla - Foi uma experiência muito legal. Foi divertido desde o momento em que experimentei a fantasia até o ensaio com o balé e a gravação das músicas. Os produtores musicais são ótimos! Teve também a história de ensaiar coberto, para ninguém ter noção de quem é, e se apresentar numa fantasia...was fun!
 

O que mais te encantou no reality?
Supla - O cuidado que a produção do programa tem, desde o diretor até todos que estão envolvidos para o programa acontecer. Além da alegria e humor da Ivete e dos jurados.
 

O que faria diferente em sua participação?
Supla - Eu teria cantado um Bob Marley. Acredito que ninguém iria imaginar eu cantando um clássico do Bob, ou música caipira.

Qual foi a estratégia adotada para tentar confundir os jurados?
Supla - Tentei enganar os jurados mudando a minha voz antes de entrar no palco; fazer uma voz meio de desenho animado, tipo um Salsicha [da animação Scooby-Doo] ou Zé Colmeia, mas acho que quando canto é muito difícil eu me passar por outra pessoa, tanto que acertaram na hora. C’mmon kids!

.: "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, ganha adaptação em HQ


Atual e necessário, o auto de Natal "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, ganha adaptação em quadrinhos pela Companhia das Letras. Para o poeta Armando Freitas Filho, “violência e ternura nunca foram tão bem trançadas como neste poema”. Esta combinação ganha agora forma e cor no traço de Odyr. Ilustrada, a jornada de Severino transcende e ressignifica este que é um dos grandes clássicos de nossa literatura.

Esta adaptação da obra mais famosa de João Cabral de Melo Neto descortina dramas cruciais da humanidade - de ontem e de hoje. De modo realista, texto e imagens se combinam para recriar a universalidade da árdua caminhada de tantos e tantos severinos.

Desde a primeira publicação, em 1956, a obra ganhou mais de 100 edições, sem contar as inúmeras adaptações para a televisão, o cinema, o teatro, entre outros. Extremamente popular, a obra-prima de João Cabral de Melo Neto alia a força de sua poesia ao engajamento social, explorando com surpreendente harmonia a tensão entre o erudito e popular. Compre a HQ "Morte e Vida Severina", adaptação da obra de João Cabral de Melo Neto com traços de Odyr, neste link.


Sobre o autor
João Cabral de Melo Neto nasceu em 1920, em Recife. Mudou-se para o Rio de Janeiro com a família em 1940, e dois anos depois lançou seu primeiro livro, "Pedra do Sono". Em 1945, entrou para o Itamaraty, iniciando a carreira diplomática que o levaria ao cargo de embaixador. Recebeu prêmios da envergadura do Camões, o Rainha Sofia e o Neustadt International. Faleceu em 1999, deixando uma obra de força descomunal. Garanta o seu exemplar da HQ "Morte e Vida Severina", adaptação da obra de de João Cabral de Melo Neto com traços de Odyr, neste link.

.: Ator Ed Moraes comemora 20 anos de carreira e retoma espetáculo


O ator Ed Moraes comemora 20 anos de carreira com duas séries em plataformas de streaming e o espetáculo "Eu Não Sou Harvey - O Desafio das Cabeças Trocadas", em temporadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. O solo é inspirado nos últimos dias da vida do ativista norte-americano Harvey Milk, um ícone na luta pelos direitos das pessoas LGBTQIA+ que foi brutalmente assassinado em 1978. O ator está no ar com as séries "Betinho - No Fio da Navalha" (Globoplay) interpretando o personagem Herbert Daniel, e em "Notícias Populares" (Canal Brasil/Globoplay) vivendo o jornalista Gilbran.

Em resposta à triste realidade do Brasil atual, país que mais mata a comunidade LGBTQIA+ no mundo, o solo Eu Não Sou Harvey – O Desafio das Cabeças Trocadas, idealizado e interpretado por Ed Moraes, inspira-se na figura de Harvey Milk (1930-1978), o primeiro político dos EUA a se assumir homossexual e um dos principais ativistas na luta pelos direitos humanos.

A peça, escrita e dirigida por Michelle Ferreira, volta em cartaz no Centro Cultural São Paulo em temporada de 15 de fevereiro a 3 de março, com sessões de quinta à domingo. Em seguida, o espetáculo engata temporada no Rio de Janeiro, de 8 a 31 de março, no Teatro Municipal Café Pequeno.

Em cena, um ator que aceitou o desafio de viver o ativista percorrerá uma trajetória inusitada, do Brasil colonial até os Estados Unidos de 1978, tentando provar uma tese sobre esse assassinato. Sobre a idealização da peça, o ator Ed Moraes conta que passou por um período de crise criativa em 2014, quando não conseguia mais encontrar algo na dramaturgia que reverberasse dentro dele.

“Decidi falar do primeiro político assumidamente gay dos EUA a ser eleito, um agente transformador e ícone mundial do movimento LGBTQIA+, que teve apenas 11 meses de mandato e que foi brutalmente assassinado. Não preciso nem dizer que essa era a ponte que ligava São Francisco (Califórnia) de 1970 ao Brasil atual e seu ranking mundial de assassinato à comunidade LGBTQIA+. Não dá pra ver nosso país alcançando esse posto e não fazer nada pra tentar refletir e problematizar sobre isso. Foi então que, anos depois, os caminhos me levaram até Michelle Ferreira, que já tinha escrito outra peça sobre homofobia, Tem alguém que nos odeia”, explica. O espetáculo estreou em fevereiro de 2020, no Sesc Pinheiros, em São Paulo.

A encenação e o texto de Michelle Ferreira não têm a proposta de reconstruir de maneira factual e cronológica a trajetória de Milk. Ao invés disso, partem de vários símbolos e de cenas bem dinâmicas para traçar paralelos entre a figura do ativista norte-americano, a realidade brasileira e os processos históricos que levam a humanidade a cometer atrocidades como essa.

“Eu diria que o solo é um passeio por alguns pensamentos econômicos, científicos e históricos que permeiam os últimos séculos da humanidade. Vivemos em um mundo complexo capitalista e temos que saber da nossa História e de onde as coisas vêm e por que elas acontecem. Então, a ideia é, através desses processos, contar por que uma coisa que parece impossível ou ridícula foi possível e se não tomarmos cuidado voltará a acontecer. E para mim era muito importante falar não apenas da vida de uma pessoa, mas dos processos históricos de toda a humanidade”, revela a diretora e autora Michelle Ferreira.

A encenadora ainda diz que a direção é toda pautada pelo trabalho do ator. “As referências da encenação são muito minimalistas. O foco desse trabalho é o Ed Moraes e o texto que o atravessa. É nisso que eu acredito sempre. O teatro acontece por meio do ator, na relação entre ele e a plateia. Em cena, tudo é um jogo. Ed joga com a luz, com o som e com a plateia. Os técnicos e a operação também são muito importantes. E esse diálogo é sempre focado na palavra e na presença do ator”, acrescenta.

Ed Moraes conta como esse processo criativo foi desafiador para sua carreira. “Em 20 anos no teatro eu nunca tinha feito nada parecido. Quando Michelle chegou com esse texto pronto eu fiquei apavorado. Quando acabei de ler tive uma crise de choro. Na hora entendi que o que tanto buscava, estava ali em minhas mãos. Porém, existia esse desafio, que era um mergulho de um ator, dentro dos fatos vividos por Harvey, ora flertando ser ele e ao mesmo tempo com um distanciamento biográfico, pela não obrigação de interpretar o mesmo, dizendo a todo instante ‘Eu não sou Harvey’. São as memórias dele. Mas são as minhas, as nossas também. Cada um sofreu uma violência em certo nível, tanto ele como eu, e isso dentro de mim ecoa a todo momento. Então um caminho possível era surfar essa onda vertiginosa, de a todo instante ser ou não ser Harvey, sem me apegar a cronologia. Me dedico apenas a dizer aquilo que fora minunciosamente escrito. Respeitando cada respiro, cada pontuação, cada suspensão. Nada mais importava além de compartilhar essa experiência fantástica de se contar uma estória. E que estória...”, revela Moraes.


Sinopse do espetáculo
Um ator aceita o desafio de viver Harvey Milk, o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo público nos EUA. Em 50 minutos, o ator percorrerá uma trajetória inusitada, que vai do Brasil colonial, até o assassinato de Harvey em 1978. Durante esse tempo, ele tentará provar a tese sobre o seu assassinato.

Sobre Ed Moraes
Ed Moraes tem carreira estabelecida tanto no teatro como na televisão. No teatro, atuou em espetáculos como Limpe Todo o Sangue Antes que Manche o Carpete (2011-2016), Il Viaggio (2013), Um Verão Familiar (2012), Empoeirados (2010), O Outro Pé da Sereia (2009), Wotan (2007) e Trem Fantasma (2007), muitos dos quais também produziu. Na TV, integrou o elenco de séries como Betinho: No fio da navalha (Globoplay/2023), Notícias Populares (Canal Brasil/Globoplay/2023), Bugados (2019-2020), no canal Gloob; Amigo de Aluguel (2018), no Canal Universal; Drunk History – História Bêbada (2017), no Comedy Central/SBT, Condomínio Jaqueline (2014), na Fox; e Tapas e Beijos (2014), na Globo.

Ficha técnica
Solo "Eu Não Sou Harvey - O Desafio das Cabeças Trocadas". Texto e direção: Michelle Ferreira. Idealização e atuação: Ed Moraes. Iluminação: Karine Spuri. Direção Musical: Mau Machado. Cenário: Marcio Macena. Figurino: Ed Moraes. Técnico de Luz: Igor Sully. Fotos: Caio Oviedo. Designer gráfico: Pietro Leal. Orientação de processo: Georgette Fadel. Orientação corporal: Tainara Cerqueira. Assessoria Jurídica: Alber Sena. Produção: Arrumadinho Produções Artísticas. Direção de Produção: Ed Moraes.

Serviço
Solo "Eu Não Sou Harvey - O Desafio das Cabeças Trocadas". Temporada: de 15 de fevereiro a 3 de março - Quinta à sábado 20h e Domingo 19h. Ingressos: gratuitos. Duração: 55 minutos. Classificação: 14 anos. Gênero: comédia dramática. Centro Cultural São Paulo (CCSP) - Metrô Vergueiro. Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso / São Paulo.

.: "Cabelo Doido", de Neil Gaiman e Dave McKean, mostra um mundo secreto


Neil Gaiman
 é um dos escritores mais originais do nosso tempo. Vencedor de inúmeros prêmios, como a Newbery Medal, o Hugo e o Nebula, o britânico é dono de uma narrativa única e repleta de nuances que conquistou uma imensa legião de fãs de todas as idades. A Intrínseca lança "Cabelo Doido", voltado para o público infantil, que estava indisponível nas livrarias. A tradução é de Cristiane Pacanowski.

Criado pela mente única de Gaiman, "Cabelo Doido" conta com ilustrações exuberantes e coloridas do consagrado Dave McKean - colaborador de longa data de Gaiman - para dar vida a um mundo secreto que toda criança adoraria visitar. Nesta obra memorável, os autores contam a história de Bonnie, uma menina curiosa que descobre um mundo fantástico ao se deparar com um homem com uma cabeleira sem igual. 

Destemida, Bonnie pega seu pente e decide ajeitar a cabeleira do novo amigo. Porém, um cabelo exuberante e cheio de vida não gosta nadinha de ser domado, e a menina acaba sendo puxada para o interior das mechas. Neste novo mundo, ela encontra caçadores perdidos, navios piratas, um parque de diversões e passa a viver grandes aventuras. Compre o livro "Cabelo Doido", escrito por Neil Gaiman e ilustrado por Dave McKean, neste link.


Sobre o autor
Neil Gaiman
 tem mais de 20 livros publicados para leitores de todas as idades. É autor do inesquecível "Coraline", ilustrado por Chris Riddell e adaptado para o cinema. Começou a carreira como jornalista, mas logo seu talento para construir tramas e universos únicos foi levado para o mundo dos quadrinhos, com a aclamada série "Sandman", e, depois, para a ficção adulta e a infantojuvenil. Pela Intrínseca, publicou também "João & Maria", "Kanela", "A Verdade É Uma Caverna nas Montanhas Negras", "O Oceano no Fim do Caminho", "Mitologia Nórdica", "Deuses Americanos", "Lugar Nenhum", "Os Filhos de Anansi", "Coisas Frágeis", "Alerta de Risco", "Biblioteca Gaiman", entre muitos outros. Neil Gaiman/Foto: Beowulf Sheehan. 


Sobre o ilustrador
Dave McKean 
é designer, ilustrador, fotógrafo, músico e diretor de cinema. Já produziu artes para centenas de livros, capa de álbuns e quadrinhos - inclusive a ilustre HQ "Asilo Arkham" - e trabalhou em projetos com John CaleStephen King e os Rolling Stones. É colaborador de longa data de Neil Gaiman, tendo ilustrado também as famosas capas da série "Sandman". Atualmente, mora na Inglaterra com a esposa. Garanta o seu exemplar de "Cabelo Doido", escrito por Neil Gaiman e ilustrado por Dave McKean, neste link.

.: Grátis: Coletivo dos Anjos apresenta "A Fuzarca dos Descalços" em São Paulo


O Coletivo dos Anjos cria uma série de reflexões sobre as lutas das pessoas pretas e as contradições sociais e raciais brasileiras no espetáculo "A Fuzarca dos Descalços". Com direção de Aysha Nascimento e a dramaturgia assinada por Victor Nóvoa, o trabalho foi idealizado por Eder dos Anjos, que está em cena ao lado de Salloma Salomão e dos músicos Ito Alves e Juh Vieira. Fotos: Amanda Barreto


Tendo como ponto de partida a premissa proposta pelo dramaturgo irlandês Samuel Beckett em "Esperando Godot", o Coletivo dos Anjos cria uma série de reflexões sobre as lutas das pessoas pretas e as contradições sociais e raciais brasileiras em "A Fuzarca dos Descalços". Com direção de Aysha Nascimento e a dramaturgia assinada por Victor Nóvoa, o trabalho foi idealizado por Eder dos Anjos, que está em cena ao lado de Salloma Salomão e dos músicos Ito Alves e Juh Vieira, que tocam ao vivo a trilha sonora em diálogo constante com a dramaturgia.

O projeto foi selecionado no 24º Cultura Inglesa Festival para sua criação em 2019, agora retorna a cena circulando pela Cidade de São Paulo, em apresentações gratuitas, através da 17ª Edição do Prêmio Zé Renato. As próximas apresentações acontecem no Teatro Arthur Azevedo (dias 7 e 8 de fevereiro); Teatro Cacilda Becker (dias 14 e 15 de fevereiro) e Teatro Alfredo Mesquita (dias 24 e 25 de fevereiro).

Na trama, Atsu e Baakir estão do outro lado da cerca. Eles não sabem se estão presos ou do lado de fora, apartados de um mundo ao qual não têm nenhum acesso. Ambos são corpos marginalizados que compartilham sonhos, cicatrizes e dores. Mesmo nas situações mais violentas e oníricas, eles permanecem juntos, tentando compreender e romper com tudo aquilo que os segrega da sociedade.

A peça é apenas livremente inspirada na obra de Beckett, já que tem como proposta romper com o pensamento niilista do pós-guerra ocidental, fortemente presente no texto original. Para isso, a nova dramaturgia problematiza essa questão da espera, partindo da premissa de que a população negra não tem esse privilégio de aguardar por algo inalcançável.

À medida que coloca em cena dois personagens masculinos de idades bem diferentes, Fuzarca dos Descalços também trata da questão da afetividade negra e da importância da polifonia na construção de um novo processo de humanização desses corpos. “A encenação vai trazer o lugar do amor, em que dois homens possam ter um diálogo e uma reflexão sobre o afeto, possam ser afetuosos um com o outro para além da sua sexualidade. E, para falar sobre essa questão da masculinidade negra, uma referência muito importante para mim foi o livro 'Representação e Raça', da Bell Hooks, conta Aysha.

Outros temas discutidos pelo espetáculo são as possibilidades de reconstrução dos povos negros, as relações sociais que se estabelecem com a negritude e como as pessoas precisam construir juntas uma nova nação. E, para acentuar esse efeito de empatia e espelhamento no público, os espectadores precisam tirar os sapatos ao entrar na apresentação e ficar descalços, tal como os personagens. E os calçados da plateia também são ressignificados de diversas formas ao longo da montagem.


Sobre o Coletivo dos Anjos
Criado em 2014 na cidade de Jandira, o Coletivo dos Anjos trabalha a partir de duas frentes de pesquisa. A primeira delas busca dar voz a personagens e histórias que, de alguma, forma representam figuras que estão à margem de algo, assim como a própria cidade de Jandira está à margem da capital. A segunda vertente tem como proposta levar à população textos baseados em obras de grandes autores da literatura e dramaturgia clássica universal, trazendo também novas referências vindas de diretores conhecidos do cenário teatral nacional.

A primeira montagem do grupo foi "A Gaivota" (2014), de Anton Tchekhov. Com direção de Diego Mosckhovich, a encenação usou a voz do personagem Treplev para discutir, através de sua insatisfação com as formas estabelecidas e sua indignação com a espetacularização, o lugar da arte e o ofício do artista. Em seu segundo projeto, intitulado "Ser Tão Seco - Rapsódia Graciliana" em um ato e uma andança (2015), com direção de Luiz Carlos Laranjeiras, o coletivo se aprofundou na obra "Vidas Secas", do grande escritor Graciliano Ramos. A encenação, em formato para a rua, trouxe à tona a história de luta de uma família migrando de um lugar para o outro, buscando sobreviver em meio a um mundo injusto, revelando também histórias de pessoas que vieram de outras cidades para morar em Jandira.

Em 2017, o coletivo realizou seu terceiro espetáculo, "Sobre Meninos e Pipas", com direção de Karen Menatti, da Cia do Tijolo. Em cena, quatro atores e dois músicos contam algumas histórias sobre meninos e meninas que questionam os regulamentos, assim como histórias em que a manutenção das regras vigentes é repetida. Através de um suposto mundo imaginado, os atores criaram, a partir do texto "Aquele que Diz Sim", de Bertold Brecht, um espetáculo que convida o público a refletir se é realmente possível subverter alguma regra pré-estabelecida.


Ficha técnica
Espetáculo "A Fuzarca dos Descalços". Idealização, concepção e direção geral: Eder dos Anjos. Direção Artística: Aysha Nascimento. Dramaturgia: Victor Nóvoa. Elenco: Eder dos Anjos e Salloma Salomão. Músicos em cena: Juh Vieira e Ito Alves. Musicista Stand-in: Carla Ribeiro. Iluminação: Danielle Meireles. Cenografia e figurino: Thays do Vale. Designer gráficos: Cesar Kcha e Lucas Souza. Operação de som: João Hsia. Contraregra: Renan Vinícius. Fotos: Amanda Barreto. Logística: Thiago Soares. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Produção executiva: Gabriela Morato. Coordenação de produção: Cícero Andrade. Realização: Coletivo dos Anjos e Prêmio Zé Renato, Secretaria Municipal de Cultura.


Serviço
Espetáculo "A Fuzarca dos Descalços". 

Teatro Arthur Azevedo
Dias 7 e 8 de fevereiro de 2024. Quarta e quinta, às 21h00. Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca, São Paulo – SP - Telefone: (11) 2604-5558. Ingressos: gratuito, com retirada de ingressos na bilheteria 1 hora antes do espetáculo.

Teatro Cacilda Becker
Dias 14 e 15 de fevereiro de 2024. Quarta e quinta, às 21h00. R. Tito, 295 - Lapa, São Paulo – SP - Telefone: (11) 3864-4513. Ingressos:  Gratuito, com retirada de ingressos na bilheteria 1 hora antes do espetáculo.

Teatro Alfredo Mesquita
Dias 24 e 25 de fevereiro de 2024. Sábado, às 21h e domingo, às 19h00. Av. Santos Dumont, 1770 - Santana, São Paulo - Telefone: (11) 2221-3657.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

.: "O Gaucho Insofrível", último livro de Roberto Bolaño, é uma obra-prima


Reunindo cinco ficções e duas conferências, "O Gaucho Insofrível", último livro que Roberto Bolaño deixou para ser publicado, é uma coleção de obras-primas. Na véspera da internação que antecedeu a morte dele, em julho de 2003, o escritor vagou de sua casa, no povoado de Blanes, até Barcelona, onde ficava sua editora, com um disquete na mochila estampada. Nele estava o último livro que trazia os últimos contos escritos pelo autor chileno. Com capa de Raul Loureiro, o livro conta com tradução de Joca Reiners Terron.

O desejo do escritor era entregá-lo à editora para que o livro fosse publicado em seguida, garantindo-lhe alguma segurança financeira durante o período que se sucederia ao transplante de fígado, algo que necessitava fazer com extrema urgência. Na madrugada daquele mesmo dia, no entanto, Bolaño foi internado com severa hemorragia. Duas semanas depois, aos 50 anos, o maior nome da literatura latino-americana do século XXI estava morto.

De fato, a morte é onipresente em "O Gaucho Insofrível". Desde “Jim”, cujo protagonista, um gringo perdido no México, parece um defunto em vida, aos cruéis assassinatos investigados por Pepe, o Tira, em “O Policial dos Ratos”. Em “Dois Contos Católicos”, o peso da religiosidade é condensado no encontro entre um adolescente e um assassino em série. 

Nas duas conferências que encerram o volume, o chileno acerta contas com o destino pós-diagnose e com a mediocridade do público e dos autores de seu tempo. Em “A viagem de Álvaro Rousselot”, um escritor argentino à procura de si mesmo em Paris ouve de um clochard de rua que “a única certeza é a morte”. Exceção seja feita, é claro, ao imortal Roberto Bolaño. Compre o livro "O Gaucho Insofrível", de Roberto Bolaño, neste link. 


O que disseram sobre o livro

“Um verdadeiro testamento criativo e estético.” ― La Vanguardia

“Extraordinariamente belo, inteiramente novo.” ― The New York Times Book Review


Sobre o autor
Roberto Bolaño
nasceu em 1953, em Santiago do Chile, e é considerado um dos grandes nomes da literatura mundial. Passou a adolescência no México e voltou ao seu país pouco antes do golpe que depôs Salvador Allende. Em 1977, instalou-se na Espanha, onde começou sua carreira literária. Do autor, a Companhia das Letras publicou "Os Detetives Selvagens", "2666", "Estrela Distante", "A Literatura Nazista na América", entre outros. Morreu de insuficiência hepática, na cidade de Barcelona, em 2003. Garanta o seu exemplar de "O Gaucho Insofrível", escrito por Roberto Bolaño, neste link.

.: Nívea Maria e Rainer Cadete estrelam "Norma", que estreia em março, em SP


Espetáculo ganha nova versão dirigido por Guilherme Piva, com Nívea Maria e Rainer Cadete nos papeis principais. Foto: Léo Aversa


Norma e Renato. Dois seres humanos que se movimentam de forma muito diversa pela vida. Ela é rígida, segue padrões, “leis”, códigos. Ele se permite correr riscos, fazer escolhas, mudar, renascer. Esse encontro é o ponto de partida de ‘Norma’, texto de Dora Castellar e Tônio Carvalho que retorna aos palcos em nova montagem dirigido por Guilherme Piva, com Nívea Maria e Rainer Cadete nos papeis principais e produção de Joana Motta e Edgard Jordão. A peça estreou em 2002 e percorreu o país por mais de quatro anos, com grande sucesso de crítica e público. Com breve atraso, chegou a hora do Brasil se reencontrar com esses dois personagens e celebrar os 20 anos de um espetáculo que marcou história no teatro nacional.

O texto mostra-se ainda mais atual, pois reafirma o poder transformador do acolhimento, da escuta, do amor. Duas pessoas machucadas pela vida se cruzam, se enxergam e tentam expurgar seus medos e fraturas, compreender o outro com todas suas incoerências e complexidades. “Duas dores se encontram para falar de um amor. É preciso ir fundo para enfrentar medos, preconceitos, crenças negativas, cascas que colocamos durante a vida para nos protegermos. Isso é muito lindo nessa peça, os personagens se afetam, se provocam até acontecer essa transformação. É uma peça que fala de amor e superação”, explica Piva.

O espetáculo gerou uma identificação de todos os perfis de público, devido à universalidade do tema. “Ele fala sobre a liberdade de dialogar com o outro, expondo pensamentos, sentimentos, emoções, raivas, impulsos, sofrimentos, como em uma montanha-russa que nos ajuda, no final, a cair na real, ficar em paz, nos sentindo mais leves”, exalta Nívea. “Ele tem uma mensagem muito clara: viva e seja feliz, não devemos estar presos a conceitos e a ninguém", vibra Rainer.

Norma e Renato
Completamente solitária, Norma está no apartamento que acabou de alugar, quando conhece Renato, antigo inquilino do imóvel que aparece para pedir a ela que informe seu novo endereço e telefone aos que o procurarem. A liberdade de Renato incomoda Norma, as diferenças começam a vir à tona e o embate é inevitável. Mas expurgar as dores é também liberdade. 

E no decorrer do espetáculo revelações surpreendentes mudam os destinos dos personagens e novas possibilidades nascem do que antes parecia ser apenas o vazio. “Não somos uma coisa só. Passamos por milhares de sentimentos contraditórios a cada dia. E isso é o que mais procuro em um texto, falar do ser humano com sua montanha russa de emoções é também uma possibilidade de redenção”, enaltece Piva.

O espetáculo nasceu de um engano. Certo dia, um dos autores, Tônio Carvalho, discou um número errado, sendo hostilizado pela mulher que estava do outro lado da linha. Ele divagou sobre que tipo de vida levaria essa pessoa para ser tão dura. Imaginou então uma mulher em crise e teve a ideia de batizá-la de Norma. E Renato aparece na vida dela justamente representando essa possibilidade de “renascimento”.

Guilherme Piva não esconde o entusiasmo de trabalhar com Nívea Maria e Rainer Cadete. “Esse é o desafio que eu mais gosto. Por ser ator, o foco do meu trabalho como diretor é o ator e toda a gama de sentimentos que ele consegue atingir. E estou com uma dupla de atores muito potente, que me instigam bastante, e que estão prontos e sedentos por esse mergulho”, vibra. Nívea também vibra com seu retorno aos palcos. “Meu maior desafio, como em todos os trabalhos que eu faço como atriz, é que o público veja a verdade das emoções, de tudo que esse trabalho vai me exigir, que ele esqueça a Nívea Maria e veja a Norma em mim”, explica Nívea Maria. Rainer Cadete complementa: “O maior desafio como ator são as nuances da personagem, a dor de cada um, precisamos acessar isso com muita sensibilidade, não é algo que explode, é mais dolorido, difícil de externar”.

Falar de amor, de liberdade é necessário, cada vez mais urgente. Ouvir o outro, respeitar as diferenças, dialogar. Só assim é possível transformar, renascer, abandonar as normas que engessam. Essa é a mensagem de um espetáculo que tocou as plateias brasileiras há mais de duas décadas e está pronto para provocar novas emoções.

Ficha técnica
Espetáculo "Norma". Elenco: Nívea Maria e Rainer Cadete. Direção: Guilherme Piva. Cenário: Ronald Teixeira. Designer de luz: Maneco Quinderé. Figurinos: Bia Salgado. Visagismo: Fernando Ocazione. Produção geral: Joana Motta e Edgard Jordão. Fotos: Léo Aversa. Designer: Alexandre Furtado. Marketing cultural: Gheu Tiberio. Ministério da Cultura e Vivo apresentam.

Serviço
Espetáculo "Norma". Estreia:  15 de março. Temporada: até 5 de maio. Teatro Vivo. Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 - Morumbi / São Paulo. Horários: sextas e sábados, às 20h00. Domingo, às 18h00. Preço: R$ 130,00 (inteira) / R$ 65,00 (meia). Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 80 minutos. Vendas: Sympla.

.: "O Alfabeto Perigoso" é Neil Gaiman e Gris Grimly em 26 rimas alfabéticas


Neil Gaiman
 é um dos escritores mais originais do nosso tempo. Vencedor de inúmeros prêmios, como a Newbery Medal, o Hugo e o Nebula, o britânico é dono de uma narrativa única e repleta de nuances que conquistou uma imensa legião de fãs de todas as idades. A Intrínseca lança "O Alfabeto Perigoso", voltado para o público infantil, que estava indisponível nas livrarias. A tradução é de Bruna Beber.

"O Alfabeto Perigoso" é ilustrado de maneira primorosa por Gris Grimly, cujas artes assombrosas, divertidas e cheias de detalhes complementam os versos que correspondem a cada letra. Com um mapa do tesouro em mãos, duas crianças corajosas decidem fugir de casa em busca de aventura e navegam dentro dos túneis subterrâneos da cidade. 

Lá, elas enfrentam os perigos escondidos em 26 rimas alfabéticas para encontrar o tesouro. A atenção deve ser redobrada, porque esse alfabeto contém um defeito perigoso que apenas leitores com olhos de águia conseguirão detectar. Compre o livro "O Alfabeto Perigoso", escrito por Neil Gaiman e ilustrado por Gris Grimly, neste link.


Sobre o autor
Neil Gaiman
tem mais de 20 livros publicados para leitores de todas as idades. É autor do inesquecível "Coraline", ilustrado por Chris Riddell e adaptado para o cinema. Começou a carreira como jornalista, mas logo seu talento para construir tramas e universos únicos foi levado para o mundo dos quadrinhos, com a aclamada série "Sandman", e, depois, para a ficção adulta e a infantojuvenil. Pela Intrínseca, publicou também "João & Maria", "Kanela", "A Verdade É Uma Caverna nas Montanhas Negras", "O Oceano no Fim do Caminho", "Mitologia Nórdica", "Deuses Americanos", "Lugar Nenhum", "Os Filhos de Anansi", "Coisas Frágeis", "Alerta de Risco", "Biblioteca Gaiman", entre muitos outros. Neil Gaiman/Foto: Beowulf Sheehan. 



Sobre o ilustrador
Gris Grimly é um premiado ilustrador cujo estilo sombrio capturou a atenção de milhares de fãs e clientes como Random House, DreamWorks e Disney. Em seus mais de 20 anos de carreira, já ilustrou uma série de clássicos infantis, inclusive "Pinóquio", que inspirou o design dos personagens da animação stop-motion da Netflix, dirigida por Guillermo del Toro. Gris brincava nos túneis subterrâneos de sua pequena cidade natal quando era criança, e atualmente mora em Nebraska com a família. Garanta o seu exemplar de "O Alfabeto Perigoso", escrito por Neil Gaiman e ilustrado por Gris Grimly, neste link.

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