quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

.: Ana Salvagni lança terceiro livro de poemas com reflexões do cotidiano


Com publicação pela editora Laranja Original,  "Oratório" é o terceiro livro de poemas da multifacetada artista Ana Salvagni que, além de escritora, possui graduação em Regência pela Unicamp, dedicando-se principalmente à música popular brasileira. Além disso, possui quatro álbuns gravados, sendo o terceiro, “Alma Cabocla”, vencedor da 21ª edição do Prêmio da Música Brasileira. Salvagni é natural de Taquaritinga, mas encontra-se há mais de três décadas radicada em Campinas, no interior de São Paulo.

Trazendo à tona uma coleção única de reflexões sobre o cotidiano, a condição feminina, a sensualidade e  a espiritualidade, "Oratório" traz consigo referências e leituras ao longo de dez anos, incluindo autores como Hilda Hilst, Fernando Pessoa, Manoel de Barros, Paulo Leminski e José Paulo Paes, que Salvagni considera como algumas de suas principais influências. 

Para Aercio Flavio Consolin, que assina o prefácio, a divindade a que se dirigem as súplicas  nos poemas de Salvagni tem um caráter panteísta, bucólico e sincrético. “Outra espécie de religião emana dos poemas: é o ligar fortemente o indivíduo à percepção de si, dos anseios da alma buscando localizá-los nas amplidões da Natureza ou no corpo humanamente frágil e assediado por aflições e necessidades que estimulam reações. Os versos revelam maturidade literária no tom da admiração pelas paisagens mínimas que o olho atento e sensível emoldura”, escreve. Compre o livro de poemas "Oratório", de Ana Salvagni, neste link.


“Oratório”: um livro criado em três movimentos 
Segundo a autora, o processo criativo de “Oratório” foi intenso, embora tenha ocorrido em períodos distantes entre si. Alguns poemas, como "Cordão", "Voraz", e "Alerta", são de uma época que a escritora chama de "seca", ou seja, um tempo em que quase não escrevia e por isso produziu muito pouco, mas que, por outro lado, a conexão nascida com aqueles poucos textos foi a semente para o livro que lança agora. Um segundo grupo de poemas foi produzido mais recentemente e é o que engloba, entre outros, as "Preces", poemas em forma de oração, ou, talvez, orações em formato poético. "Estes são dez textos, todos nascidos nos últimos três anos aproximadamente, o que coincide com o isolamento pela pandemia da Covid-19", afirma. Por fim, os poemas mais novos, como, por exemplo, "Partilha" e "Tocata", surgem no fluxo maior de criação e já a partir da possibilidade de publicação da obra.
 
A composição do livro foi, para a autora, resultado de uma extensa busca pela expressão de sensações e sentimentos, não necessariamente com a intenção de construir uma obra coesa, mas, a princípio, por necessidade e gosto em se exercitar na escrita poética. Ao tratar de temas que atravessam os desejos e os prazeres nas coisas mais simples, e, pela primeira vez, adentrando o campo da espiritualidade, Salvagni reconhece que os poemas têm forte ligação com situações eventuais de sua vida. “Embora não seja uma regra, às vezes uma poesia parece nascer ‘do nada’... de toda forma, sendo ou não, possível, identificar uma situação pessoal em um poema, é muito bom quando os leitores se reconhecem e se apropriam deles, de forma muito particular”, pondera.


Ana Salvagni é reconhecida não apenas pelas contribuições à literatura, mas também pelo papel fundamental no cenário musical. Foto: Isabela Senatore

Cantora, regente e escritora: conheça as muitas faces de Ana Salvagni
Nascida em Taquaritinga, São Paulo, em 1969, Ana é mais conhecida enquanto cantora e regente. Há mais de três décadas radicada em Campinas/SP, desde 1988, ela é reconhecida não apenas por suas contribuições à literatura, mas também por seu papel fundamental no cenário musical. É regente de corais e integrante do grupo Flor da Pele, além de compartilhar sua paixão pelo canto, também através do ensino. Seu trabalho musical inclui a gravação de quatro álbuns: "Ana Salvagni" (1999), "Avarandado" (2005), "Alma Cabocla" (2009) e, em parceria com o violonista Eduardo Lobo, "Canção do Amor Distante" (2016). O álbum "Alma Cabocla" recebeu o 21º Prêmio da Música Brasileira (2010) na categoria "Melhor Álbum", solidificando a posição de Ana Salvagni como uma artista de destaque.

Além de sua carreira musical, Salvagni também sempre gostou de escrever - algo que começou a experimentar ainda na infância. "Sempre tive predileção, na escola, pelas matérias de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Posso me lembrar de um pequeno texto escrito por volta dos 13 anos, algo que, pela primeira vez, reconheci como poesia", conta. Mas foi só na idade adulta, entre os 18 e os 25 anos, que a literatura a atravessou com força. Nessa época, ela conta que viveu um período onde tanto a leitura quanto a escrita se tornaram mais intensas. Entretanto, o primeiro livro, "Janela sem Tranca" só veio mais tarde, aos 36 anos, "depois de muitas dúvidas, reflexões e trocas de experiências com outros autores", conta.

Ao mesmo tempo, a escritora acumula um currículo respeitável no mundo das palavras. Salvagni foi cronista do jornal Correio Popular, de Campinas. Seu primeiro livro, "Janela sem Tranca" (2006), foi prefaciado por Chico César, e, o segundo, "Fotos do Espelho" (2013), conta com apresentação de Carlos Vogt.

“Tenho trabalhado em uma série de haicais e este deverá ser o meu próximo livro, mesmo que eu ainda precise de mais um ou dois anos, para aumentar a produção e amadurecer a escrita. Além deste, em algum momento, deverei retomar o projeto de um livro de crônicas”, conta a autora, sobre projetos futuros no campo literário. Garanta o seu exemplar de "Oratório", escrito por Ana Salvagni, neste link.


O que disseram sobre o livro
"Ana vai filigranando imagens de quem maneja e doma o discurso. Inventa aliterações, justaposições, comparações, metáforas e metonímias, recursos que resultam em fraseados inusitados e belas expressões com ritmo e fluência”Aercio Flavio Consolin, no prefácio.


Confira um o poema "Prece IX", de "Oratório" :

mãe, senhora 
leva-me ao teu caloroso colo
lava-me com teus cheiros 
amacia-me com tuas ervas 
enfeita-me com as miúdas flores 
acalenta-me até que alvoreça em mim o sentido
e o impulso
senhora mãe dos abertos e seguros caminhos
dá-me a hora feliz de poder soltar-te a mão

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

.: Cineflix estreia "Pobres Criaturas" e "Vidas Passadas", indicados ao Oscar

Na unidade Cineflix Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, ficção científica, indicada ao Oscar 2024, inclusive na categoria "Melhor Filme", "Pobres Criaturas" e o drama "Vidas Passadas". 

Seguem em cartaz os sucessos, incluindo indicados ao Oscar 2024, como, "Anatomia de Uma Queda" e "Segredos de Um Escândalo", além do nacional "Nosso Lar 2: os Mensageiros"  e a animação Disney "Wish: o Poder dos Desejos". Programe-se e confira detalhes abaixo! 

Compre os ingressos pela internet antecipadamente aqui: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Estreias da semana no Cineflix Santos


"Pobres Criaturas" ("Poor Things"). Ingressos on-line neste linkGênero: ficção científicaClassificação: 18 anos. Duração: 2h21. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Walt Disney Pictures. Direção: Yorgos Lanthimos. Roteiro: Tony McNamara. Elenco: Emma Stone, Willem Dafoe, Mark Ruffalo, Christopher AbbottSinopse: A fantástica evolução de Bella Baxter, uma jovem que é trazida de volta à vida pelo brilhante e pouco ortodoxo cientista Dr. Godwin Baxter. Querendo ver mais do mundo, ela foge com um advogado e viaja pelos continentes. Livre dos preconceitos de sua época, Bella exige igualdade e libertação.

Sala 2 (legendado) - De 01 de fevereiro a 07 de fevereiro: 15h00 - 18h00 - 21h00

Trailer de "Pobres Criaturas"



"Vidas Passadas" ("Past Lives"). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 12 anos. Duração: 1h43. Ano: 2023. Idioma original: inglês, coreano. Distribuidora: California Filmes. Direção: Celine Song. Roteiro: Celine Song. Elenco: Greta Lee, Teo Yoo, John MagaroSinopse: Nora e Hae Sung, duas amigas de infância profundamente conectadas, se separam depois de uma mudança. Duas décadas depois, elas se reencontram na cidade de Nova York para uma semana fatídica enquanto confrontam noções de destino, amor e escolhas.

Sala 1 (legendado) - De 01 de fevereiro a 07 de fevereiro: 17h40 - 20h10

Trailer de "Vidas Passadas"

Seguem em cartaz no Cineflix Santos

"Anatomia de Uma Queda" ("Anatomie d'une chute"). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 14 anos. Duração: 2h32. Ano: 2023. Idioma original: francês, inglês. Distribuidora: Diamond Films. Direção: Justine Triet. Roteiro: Justine Triet, Arthur Harari. Elenco: Sandra Huller, SwannArlaud, Milo Machado GranerSinopse: A vida da escritora alemã Sandra desmorona quando seu marido, Samuel, é encontrado morto.

Sala 3 (legendado) - De 01 de fevereiro a 07 de fevereiro: 17h40 - 20h50

Trailer de "Anatomia de Uma Queda"

"Nosso Lar 2: os Mensageiros" (nacional) Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 12 anos. Duração: 1h51. Ano: 2023. Idioma: inglês. Distribuidora: Paris Filmes. Direção: Wagner de Assis. Roteiro: Wagner de Assis. Elenco: Edson Celulari (Aniceto), Fábio Lago (Vicente), Aline Prado (Mensgeira Isaura), Vanessa Gerbelli (Amanda)Sinopse: Um grupo de espíritos mensageiros liderados por Aniceto, entre eles, o médico André Luiz, recebem a missão de ir à Terra para ajudar no resgate de três protegidos cujas histórias interligadas estão prestes a fracassar.

Sala 4 (nacional) - De 01 de fevereiro a 07 de fevereiro: 15h40 - 18h10 - 20h40

Trailer de "
Nosso Lar 2"



"Segredos de Um Escândalo" ("May December"). Ingressos on-line neste linkGênero: romance, comédiaClassificação: 16 anos. Duração: 1h53. Ano: 2024. Idioma original: inglês. Distribuidora: Diamond Films. Direção: Todd Haynes. Roteiro: Samy Burch. Elenco: Natalie Portman (Elizabeth Berry), Julianne Moore (Gracie Atherton-Yoo), Charles Melton (Joe Yoo), Cory Michael Smith (Georgie)Sinopse: Vinte anos após seu romance midiático virar assunto da nação, um casal é colocado sob pressão quando uma atriz viaja até seu lar para se preparar para um filme sobre o passado deles.

Sala 1 (legendado) - De 01 de fevereiro a 07 de fevereiro: 15h10



"
Wish: o Poder dos Desejos"
 ("
Wish"). Ingressos on-line neste linkGênero: animaçãoClassificação: livre. Duração: 1h32. Ano: 2024. Idioma original: inglês. Distribuidora: Walt Disney Studios. Direção: Chris Buck e Fawn Veerasunthorn. Roteiro: Jennifer Lee, Allison Moore e Chris Buck. Elenco brasileiro: Luci Salutes (Asha), Raphael Rossatto (Rei Magnifico), Marcelo Adnet (Valentino), Shallana Costa (Rainha Amaya), Carlos Campanile (Sabino), Letícia Soares (Sakina), Maíra Paris (Dahlia) e Vagner Fagundes (Simon)Sinopse: no reino mágico de Rosas, Asha faz um desejo tão poderoso que é atendido por uma força cósmica: uma pequena esfera de energia ilimitada chamada Star. Juntas, Asha e Star enfrentam um inimigo formidável: o governante de Rosas, Rei Magnifico. Elas fazem de tudo pra salvar a comunidade e provar que muitas coisas maravilhosas podem acontecer.

Sala 3 (dublado) - De 01 de fevereiro a 07 de fevereiro::  15h20

Trailer de "Wish: o Poder dos Desejos"

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

.: Tributo a Taylor Swift grátis: concertos Candlelight em apresentações especiais


Em 2024, a Porto, em parceria com a Fever, plataforma global de descoberta de entretenimento ao vivo, leva a diversas capitais brasileiras uma série de concertos Candlelight. A estreia será no dia 3 de fevereiro, sábado, com apresentações às 17h e às 20h no Teatro Porto, em São Paulo, com entrada gratuita, promovendo um tributo a Taylor Swift interpretado por um quarteto de cordas.

A experiência de música ao vivo, interpretada pelo Quarteto de Cordas Monte Cristo, leva ao público canções populares de Taylor Swift, como Lavender Haze, Love Story, Cardigan, Blank Space, Enchanted, Anti-Hero, We Are Never Ever Getting Back Together, All Too Well, Wildest Dreams, Lover, I Knew You Were Trouble e You Belong With Me.

Os concertos Candlelight, criados pela Fever, plataforma global de descoberta de entretenimento ao vivo, visa democratizar o acesso à música clássica. Este formato inovador representa uma experiência musical ao vivo única através de uma oferta variada de programas para todos os gostos, interpretados por músicos locais, em espaços emblemáticos, iluminados por milhares de velas.

Com incentivo da Lei Rouanet e apoio do Ministério da Cultura, a experiência convida o público a conectar-se com as peças mais icônicas de renomados compositores e a ouvir os maiores sucessos de artistas contemporâneos conhecidos de uma forma diferente, por meio da música clássica.


Serviço
Show "Candlelight: Tributo a Taylor Swift". Dia 3 de fevereiro de 2024. Horário: 17h00 e 20h00. Duração: 60 minutos. Classificação indicativa: 8 anos. Menores de 16 anos devem estar acompanhados por um adulto. Entrada: gratuita e limitada de acordo com a capacidade máxima do espaço. A retirada dos ingressos será feita dia 02 de fevereiro, a partir das 17h (24h antes da atração) pelo site da Porto, limitado a dois convites por CPF. Mais informações: www.teatroportoseguro.com.br.

Teatro Porto
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo. Telefone (11) 3366.8700.Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 508 lugares. Formas de pagamento: cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local. O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.

.: Blanco White em apresentação única no Teatro Bravos em fevereiro


Inédito no pais, cantor, compositor e guitarrista britânico Blanco White, com forte influência flamenca, chega ao Teatro Bravos para única apresentação, no dia 1º de fevereiro. Blanco White é o cantor, compositor e guitarrista Josh Edwards, um britânico cujo coração pertence ao sul da Espanha e às montanhas andinas. Primeiramente, Josh se apaixonou pelo flamenco, aprendeu charango e esta fusão foi fundamental para o som fundamental que arrebatou as plataformas de plataformas de streaming, que os elevaram a sucesso mundial.

A cada lançamento, Blanco White aumenta a velocidade, desde o som acústico assustador de "The Wind Rose", seu EP lançado em 2016. Em 2020 lançou seu álbum de estreia ‘On The Other Side”. Sua turnê pelo Reino Unidos e países da Europa tiveram ingressos esgotados, em 2022, quando foi acompanhado dos músicos José González e Gregory Alan Isakov. Recentemente lançou "Tarifa", seu novo trabalho de estúdio, com elogios da crítica. Blanco White chega ao pais para única apresentação no Teatro Bravos, no dia 1º de fevereiro. Os fãs terão a possibilidade de encontrar o cantor ao comprar os ingressos Meet&Greet*.  


Serviço:
Blanco White em São Paulo. Dia 1º de fevereiro, às 21h. *Meet&Greet: 19h30. Abertura: 20h. Show: 21h. Ingressos: entre R$ 80 e R$ 250. Ingressos on-line: https://bit.ly/BlancoWhiteSP. Bilheteria: de terça a domingo das 13h às 19h ou até o início do último espetáculo. Formas de pagamentos aceitas na bilheteria: Aceitamos todos os cartões de crédito, débito e dinheiro. Não aceitamos cheques. Teatro Bravos. Rua Coropé, 88 - Pinheiros / São Paulo. Complexo Aché Cultural, entre as Avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais. Abertura da casa: 1 horas antes de cada horário de espetáculo. Café no 3º andar.Capacidade da casa: 611 lugares. Acessibilidade para deficiente físico e obesos. Estacionamento: MultiPark - R$ 39,00 (até 3 horas). Respeitando a acessibilidade, o Teatro Bravos ainda conta com elevadores e escadas rolantes de acesso à sala de espetáculos em todos os andares, além de seis posições para cadeirantes e seis poltronas para obesos.


Regras do ingresso Meet&Greet
O ingresso "Meet&Greet" dá direito a participar de um breve encontro, antes do show, com o cantor Blanco White e a 1 (um) ingresso no setor escolhido no momento da compra; Haverá uma fila exclusiva para os portadores do ingresso "Meet&Greet", organizada por ordem de chegada. Os compradores do ingresso "Meet&Greet" deverão chegar no local do show no horário descrito abaixo (atrasos não serão tolerados) portando o RG original e o ingresso (impresso ou QR code no celular) para credenciamento e assim, receber a pulseira da atividade e ter seu acesso antecipado. Cada participante poderá tirar uma foto com o artista. Não serão permitidas selfies ou o uso de câmeras fotográficas e filmadoras durante a atividade do Meet&Greet com o artista. As fotos serão tiradas pelo fotógrafo oficial do show e serão enviadas, em até 15 dias após o evento, via e-mail para os compradores e divulgadas nas redes da W+.

.: "O Futuro Chegou Ontem", de Kleber di Lázzare, faz sessão única no Sesc 14 Bis


Espetáculo retrata um pierrô maltrapilho, um palhaço das ruas, um Exú, que transita entre o presente e o passado buscando entender o atual momento do país. Foto: Cleber Correa

A proposta do solo-manifesto "O Futuro Chegou Ontem", escrito, concebido e interpretado por Kleber di Lázzare, é criar uma reflexão sobre as contradições existentes no Brasil do presente e do passado. O espetáculo fará sessão única seguida por um debate no Teatro Raul Cortez, do Sesc 14 Bis, no dia 6 de fevereiro, às 20h.

Na semana que antecede o carnaval, a montagem traz um pierrô maltrapilho abandonado à própria sorte no meio da avenida por onde sua escola de samba desfilou em um tenebroso "último carnaval". Por esse lugar, estão espalhados restos de confetes, serpentinas e corpos, sobras das histórias, vestígios de violências e marcas de crueldade. 

Transitando entre o presente e o tempo passado/histórico, esse palhaço das ruas e da folia toma a avenida vazia de vida e de oxigênio e narra a sua derrocada. Ele remonta, dentro de um estado de alucinação, os últimos atos da comunidade da sua Escola de Samba na luta por (R)existirem. 

O solo teatral busca criar escritas para a cena a partir dos medos, dos desejos, das perdas, dos ganhos, dos conflitos, das respirações resistentes, das asfixias forçosas, das contradições e das inércias de um país e de um povo, tendo o Carnaval como pano de fundo. Ele olha também para a necessidade inadiável de criar movimentos que nos tomou nos últimos meses e que encontra ecos em diversos outros momentos da nossa história.

“É uma escrita cênica, um manifesto, um cortejo teatral, que visam dar voz e visibilidade aos corpos, às culturas, aos sobreviventes, aos silêncios forçosos, e às páginas apagadas da nossa história; dar visibilidade e palco para os direitos retirados e às expressões de um povo – expressões, direitos e páginas que definem esse povo”, explica di Lázzare. 

“Criar um relato poético, cênico e teatral para esses tempos contraditórios e assombrosos é uma busca artística por uma cartografia sobre o nosso hoje para compartilhar e compreender – passado e presente – e, assim, podermos aludir acerca de possibilidades futuras”, acrescenta. 

O crítico teatral Celso Faria, do blog EUrbanidade, ao conferir a montagem na sua primeira temporada presencial, escreveu “'O Futuro Chegou Ontem' é um registro e uma possibilidade. Ouso dizer que é uma montagem de relevância pedagógica, pois possibilita refletir sobre o que passou, da boiada que passou e vai passando, e de que ainda é possível reassumir as rédeas dessa história. Vão ver!”


Debate
Após a apresentação, será realizado um debate a partir do conteúdo textual, poético e estético do espetáculo com Sidnei França (Carnavalesco do Vai-Vai) e com Tiaraju Pablo D’Andrea (Pós-Doutor em Filosofia pela USP e Coordenador do CEP – Centro de Estudos Periféricos da UNIFESP). O debate buscará abrir um caminho de pensamento acerca do Carnaval e das Escolas de Samba como meio para a construção e fortalecimento da Identidade Cultural das Comunidades Periféricas e a chegada da produção Cultural e Artística das periferias aos Grandes Centros.  


Sinopse do espetáculo
Um pierrô maltrapilho, um mendigo, está abandonado à própria sorte no meio da avenida por onde sua escola de samba desfilou em um tenebroso ‘último carnaval’. Esse palhaço das ruas e da folia toma a avenida vazia de vida e de oxigênio e narra a sua derrocada. Um olhar afiado e necessário para o nosso tempo e para essa construção já tão ameaçada que chamamos de nação. É fato: ela pode vir a desabar a qualquer momento.

Ficha técnica
Espetáculo 
"O Futuro Chegou Ontem". Dramaturgia, concepção e interpretação: Kleber di Lázzare. Preparação corporal e assistência de direção: Marcela Sampaio. Idealização: Cia Grite de Teatro e Kleber di Lázzare. Pesquisa Musical, Trilha Sonora e Música Original: Edu Berton. Pesquisa e Produção Musical: Vitor Trida. Voz na Canção Original: Aline Calixto. Criação e Execução de Figurino:  Marcus Ferreira e Tarcísio Zanon. Costureira: Simone Santos. Aderecista: Biano Ferraro. Pintura de Arte: Leandro Art. Criação de Cenografia: Kleber di Lázzare. Execução de Cenografia: PalhAssada Ateliê. Visagismo: Louise Helène. Fotografia: Cleber Correa. Identidade Visual e Mídias Sociais: Carlos Sanmartin. Artes: Carlos Sanmartin. Assessoria de Imprensa: Pombo Correio. Contrarregra e Operação de Som: Rafael Fuzaro. Produtora Executiva e Operação de luz: Marina Rodrigues. Direção de Produção: João Noronha. Realização: RN Produções Artísticas e Sesc.

Serviço
Espetáculo 
"O Futuro Chegou Ontem", com debate logo após o espetáculo. Apresentação: 6 de fevereiro, às 20h00. Sesc 14 Bis – Teatro Raul Cortez. Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista. Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia) e R$ 15,00 (credencial plena). Duração: 75 minutos. Classificação: 14 anos. Capacidade: 512 lugares. Acessibilidade: teatro acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Últimas sessões do espetáculo "Maria Auxiliadora" com a Cia dOs Inventivos


Para celebrar seus 20 anos, a Cia dOs Inventivos homenageia Maria Auxiliadora da Silva, expoente cultural da capital paulista e uma das primeiras artistas plásticas negras a expor no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Espetáculo coloca em foco o protagonismo dos artistas negros na construção da cidade de São Paulo. Foto: Zé Barretta


O público tem até o dia 4 de fevereiro para conferir o espetáculo da Cia dOs Inventivos que homenageia a artista plástica Maria Auxiliadora da Silva (1935 - 1974). O espetáculo "Maria Auxiliadora" está em cartaz no Espaço Cultural Inventivo, na Vila Prudente, Zona Leste, com sessões de quarta a domingo, às 20h, com ingressos gratuitos. Com concepção e direção de Flávio Rodrigues e dramaturgia de Dione Carlos, o espetáculo celebra os 20 anos do grupo e traz e cena os artistas criadores Adilson Fernandes, Aysha Nascimento, Danilo de Carvalho, Dirce Thomaz, Flávio Rodrigues, Marcos di Ferreira, Natali Santos (stand-in), Taynã Azevedo e Val Ribeiro.

A ideia da peça é usar o teatro popular para reconstruir as trajetórias de vida de famílias que chegaram e ajudaram a construir a cidade. “Trazer à cena a vida e obra de Maria Auxiliadora da Silva é reverenciar a produção de toda a família Silva, fortalecendo as lutas das(os) artistas negras(os) brasileiras(os), sempre partindo da premissa de que nós não estamos sozinhas(os)”, aponta o diretor Flávio Rodrigues.

No final da década de 1930, Maria Auxiliadora e seus irmãos formam uma grande família de artistas negros que migram para a zona norte de São Paulo. Em meio aos desafios da cidade, a família Silva vai tecendo a sua história e exercendo o seu protagonismo junto a tantas outras. A história de Maria Auxiliadora também é forte como inspiração: uma mulher negra de origem pobre que ascende como artista visual em um meio elitista. Mas essa luta está permeada pelas relações de comunidade com uma rede de apoio que se conecta por familiaridade ou por compartilhar valores sociais, espirituais e culturais.

A dramaturga Dione Carlos ressalta a multiplicidade de Marias que serão apresentadas no espetáculo. “Maria Auxiliadora é fruto de uma comunidade composta de artistas de várias áreas. Sua mãe era uma artesã brilhante, rainha dos bordados. Seu pai era músico. São muitas Marias em uma só e cada uma delas é apresentada sempre em comunhão seja com a própria família, em mutirões para construir casas, na escola de samba, no baile black, no mundo das artes visuais ou em momentos de espiritualidade, no qual se conecta com sua ancestralidade afro-indígena”.

Por meio desta história de vida e relações, a Cia dOs Inventivos convida o público a pensar sobre ética comunitária, famílias alargadas e práticas ancestrais herdadas e reatualizadas na cidade. Ela põe uma lupa na participação dos negros na construção da metrópole paulistana.

Para compor a direção, Flávio Rodrigues trabalhou com três eixos fundamentais. “O primeiro deles foi reconstituir as memórias, mesmo que lacunares, da vida de Maria Auxiliadora da Silva e de sua família. O segundo eixo foi partir da multiplicidade de experiências artísticas do elenco (a dança, a música e as artes plásticas), e por último, buscamos aproximar as artes plásticas ao universo do samba, linguagem muito presente na produção dos artistas da família Silva”, explica o diretor.

O cenário do espetáculo é composto por um mobiliário amontoado que remete às dificuldades de uma vida precária na cidade. A cenografia se transforma para dar lugar à residência da família Silva, ao ateliê, às ruas, à praça da República, aos bailes e aos barracões. “Os objetos cênicos desmontam, se encaixam, formam alturas diferentes, e se transformam em palco, palanque e oratório. Sob o ponto de vista estético, o tom do barroco mineiro entrecruza-se às nuances da São Paulo desvairada do néon, das máquinas fabris e dos projetos de modernização”, explica Flávio Rodrigues.

Já o figurino reflete as habilidades da família Silva, que costurava as próprias roupas; a representação dos corpos nas obras produzidas por Maria Auxiliadora e seus irmãos e a tecelagem estética de confecção e pintura de tecidos entre as décadas de 1940 a 1970. Por fim, a trilha sonora bebe no samba, no jongo, nos batuques, nas congadas e no samba-rock.


20 anos de história
O assunto também é importante para o grupo, que surgiu em 2004, um momento em que o Teatro de Grupo e o Teatro de Rua eram movimentos fortes com diálogo com os órgãos públicos do município. Para Flávio Rodrigues, resistir como um grupo é ajudar São Paulo a cultivar a sua diversidade cultural e o pensamento crítico.

“Nós seguimos na luta em parceria com outros grupos que vivenciaram situações e desafios semelhantes aos nossos. Acreditamos que 20 anos de história traduzem as dores e as delícias de sermos uma companhia em constante pesquisa e estudos”, celebra o diretor. Em 2019, a companhia promoveu encontros chamados de Solos Férteis, para decidir o foco do grupo nos projetos seguintes. Desses encontros, surgiu a ideia de continuar falando das personalidades. A primeira peça foi sobre a escritora Carolina Maria de Jesus (Um Canto para Carolina). E, depois, o foco foi Maria Auxiliadora da Silva, com projetos contemplados por dois editais do Programa de Fomento ao Teatro.


Ficha técnica
Espetáculo "Maria Auxiliadora". Concepção e direção geral: Flávio Rodrigues. Assistente de direção: Aysha Nascimento. Artistas-criadores: Adilson Fernandes, Aysha Nascimento, Carol Nascimento, Danilo de Carvalho, Dirce Thomaz, Flávio Rodrigues, Marcos di Ferreira, Natali Santos (stand-in), Taynã Azevedo e Val Ribeiro. Dramaturgia: Dione Carlos. Dramaturgia da cena: Cia dOs Inventivos. Orientação de pesquisa: Bruno Garcia. Direção musical: Jonathan Silva. Preparação vocal: William Guedes. Preparação corporal e coreografia: Aysha Nascimento e Val Ribeiro. Músicas originais: Adilson Fernandes, Bruno Garcia, Carol Nascimento, Dani Nega, Flávio Rodrigues e Jonathan Silva. Cenografia: Flávio Rodrigues e Wanderley Wagner. Desenho de luz: Wagner Pinto. Instalação: Marcos di Ferreira e Taynã Azevedo. Figurino: Silvana Marcondes. Assistente de figurino: Julia Tavares Bispo. Pinturas roupas: Bru Fiamini, Julia Tavares Bispo e Silvana Marcondes. Fantasias de carnaval: Bru Fiamini. Costureiras: Juliana Sampaio e Judite de Lima. Adereços: Marcos di Ferreira e Taynã Azevedo. Ade orixás e esculturas de pombos: Adilson Fernandes. Cenotécnico: Robson Toma. Contrarregras: Danilo de Carvalho e Lucas Ramos. Operação de luz: Beatriz Nauali. Sonoplastia e operação de som: Tomé de Souza. Estagiário-residente e social mídia: Danilo de Carvalho. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Arte Gráfica: Bruno Marcitelli. Fotografia:  Zé Barretta. Pintura em tela (imagem): João Cândido da Silva. Produção Executiva: Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues e Marcos di Ferreira. Estagiária de produção: Fernanda Santos. Bilheteria: Yenka Nascimento. Produção Geral: Cia dOs Inventivos.


Serviço
Espetáculo "Maria Auxiliadora", com a Cia dOs Inventivos. Temporada: Quarta a domingo, às 20h. Até 4 de fevereiro. Duração: 120 minutos. Classificação etária: 14 anos. Ingressos gratuitos retirados no Sympla a partir do dia 15 de janeiro. No Espaço Cultural Inventivo. Rua Limeira, 19 - Quinta da Paineira - próximo ao metrô Vila Prudente. Capacidade: 25 lugares por sessão.

.:"'Nosso Lar 2 - Os Mensageiros" é a sexta maior abertura da história


Com 550 mil ingressos vendidos no primeiro fim de semana, novo longa é o primeiro filme brasileiro a estrear no topo das bilheterias dos cinemas desde o fim da pandemia.


Em cartaz na Rede Cinefllix e em cinemas de todo o Brasil, "Nosso Lar 2 - Os Mensageiros", filme dirigido e roteirizado por Wagner de Assis - com produção assinada também por Wagner e Iafa Britz -, acaba de se tornar a sexta maior abertura em renda da história do cinema brasileiro desde 2002. O longa, que entrou em cartaz em todo o Brasil na última quinta-feira, 25 de janeiro de 2024, vendeu 550 mil ingressos em seu primeiro fim de semana. Com isso, a produção também se firma como o primeiro filme nacional a estrear em primeiro lugar nos cinemas pós-pandemia.

Distribuído pela Star Distribution, o longa está disponível em 725 cinemas, totalizando 927 salas. Para informações de sessões, datas e horários, consulte o cinema mais próximo ou acesse os sites: Ingresso.com, Velox Tickets e Venda Bem. Acesse fotos oficiais, arquivo do trailer e pôsteres em alta aqui.

Com produção da Cinética Filmes, em coprodução com Star Original Productions e apoio da Globo Filmes, “Nosso Lar 2 - Os Mensageiros” acompanha o médico André Luiz (Renato Prieto), que se junta a um grupo de espíritos mensageiros da cidade espiritual Nosso Lar, liderados por Aniceto (Edson Celulari), na missão de ajudar a salvar projetos de vidas que estão prestes a fracassar, entre eles Otávio (Felipe de Carolis), Isidoro (Mouhamed Harfouch) e Fernando (Rafa Sieg). O novo filme da franquia é baseado no best-seller “Os Mensageiros”, de Chico Xavier, lançado pela Federação Espírita Brasileira. a trama 

O elenco traz outros grandes nomes: Fábio Lago, Vanessa Gerbelli, Julianne Trevisol, Fernanda Rodrigues, Aline Prado, Nando Brandão, João Barreto, Letícia Braga e Camila Lucciola, além da participação especial de Othon Bastos e Ju Colombo.


Sinopse oficial
O médico André Luiz (Renato Prieto) junta-se a um grupo de anjos da guarda da cidade Nosso Lar, liderados por Aniceto (Edson Celulari), para a missão de ajudar a salvar projetos de vidas que estão prestes a fracassar. Juntos, eles se dedicam a cuidar de três protegidos cujas histórias estão interligadas: Otávio (Felipe de Carolis), um jovem com um dom incomum e uma vida promissora, mas que se desvirtua no caminho; Isidoro (Mouhamed Harfouch), líder de um centro de caridade, e Fernando (Rafa Sieg), empresário responsável pelo financiamento do projeto. Guiados pelo poder de transformação do amor e do perdão, os Mensageiros vão tentar resgatar essas histórias, até mesmo quando tudo parece perdido. 


Ficha técnica
“Nosso Lar 2 - Os Mensageiros”. Direção, Roteiro e Produção: Wagner de Assis. Produção: Iafa Britz.  Produção Executiva: Richard Avila / Camila Medina. Direção de Fotografia: Lilis Soares. Direção de Arte: Ula Schliemann. Figurino: Reka Koves. Maquiagem: Juliana Mendes. Edição: Lívia Pimentel / Zeca Esperança. Trilha Sonora: Guto Graça Mello. Desenho de Som: PC Azevedo. Produtores Associados: Elizabeth Marinho / Luiz Augusto de Queiroz / Luis Erlanger. Produção: Cinética Filmes. Coprodução e Distribuição: Star Original Productions. Apoio: Globo Filmes.Elenco: Edson Celulari, Fabio Lago, Aline Prado,  Nando Brandão, Vanessa Gerbelli, Fernanda Rodrigues, Mouhamed Harfouch, Felipe de Carollis, Rafa Sieg, Ju Colombo,  Julianne Trevisol, Letícia Braga, Maria Volpe, Thales Miranda, Renato Prieto como André Luiz e participação especial de Othon Bastos.


Sobre o diretor Wagner de Assis
Wagner de Assis, carioca, é diretor, roteirista e produtor. Responsável pelos longas “A Cartomante”, “Nosso Lar”, “A Menina Índigo” e "Amor Assombrado”, “Ninguém é de Ninguém”, além da direção e roteiro da cinebiografia “Kardec”. Assina também a produção de documentários como “Os Transgressores” e “Que Geração é Essa?”. Foi autor de séries para TV como “Rondon, o grande-chefe” e autor-colaborador de novelas como “Além do Tempo” e “Espelho da Vida”, da TV Globo. É responsável pela empresa Cinética Filmes, fundada em 1997.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

.: Romance italiano premiado de Enrico Ianniello traz mensagem de humanidade


Misturando ficção e fatos reais, "A Vida Prodigiosa de Isidoro Sifflotin", o romance de estreia de Enrico Ianniello, considerado uma das vozes mais felizes e surpreendentes da literatura italiana, convoca a inteligência do coração, milagres da imaginação, alegria da invenção. O livro conta de forma divertida e poética a história de um menino napolitano que, com a ajuda de seu pássaro Ali, cria uma nova linguagem por meio de um assobio extraordinário. A tradução é da renomada Ivone Benedetti.  

O livro ganhou vários prêmios em 2015, como o Campiello Opera Prima, o John Fante Primeira Ópera, o Prêmio Cuneo e o Seleção Bancarella. No tornozelo da bota da Itália, em Mattinella, nasce nosso herói, Isidoro Sifflotin, filho de Quirino - um comunista vesgo, com hábitos curiosos e o talento de inventar palavras cheias de poesia - e Stella - fabricante de macarrão artesanal da região. O menino consegue assobiar prodigiosamente. Se o dom o diferencia das pessoas comuns, o aproxima de um mainá indiano de bigodes amarelos, Ali. Isidoro acaba criando uma nova linguagem, o Assobulário, e uma mensagem revolucionária começa magicamente a se espalhar.

Justo quando o projeto de uma humanidade feliz e livre de necessidades está prestes a tomar forma, um acontecimento faz com que a existência de Isidoro vire de ponta-cabeça. Levando consigo o ensinamento da mãe de que grandes mudanças vêm com o amadurecimento, Isidoro, agora adolescente, descobre Nápoles e se depara, sem nem mesmo perceber, com outra linguagem prodigiosa e silenciosa: a do amor. "A Vida Prodigiosa de Isidoro Sifflotin" venceu o Prêmio Campiello Opera Prima 2015, o Prêmio John Fante Primeira Ópera 2015, o Prêmio Cuneo 2015 e o Prêmio Seleção Bancarella 2015. Compre o livro "A Vida Prodigiosa de Isidoro Sifflotin", de Enrico Ianniello, neste link.


Sobre o autor
Enrico Ianniello nasceu em Caserta, em 1970. É ator, diretor e tradutor. Trabalhou muito tempo com Toni Servillo. Do catalão traduziu as obras de Pau Miró, Jordi Galceran, Sergi Belbel. No cinema, trabalhou com Nanni Moretti, na televisão é o Inspetor Nappi na série "Un Passo dal Cielo". "A Vida Prodigiosa de Isidoro Sifflotin" é seu romance de estreia e ganhou o Prêmio Campiello Opera Prima 2015 e vários outros, incluindo o Prêmio John Fante Primeira Ópera 2015, o Prêmio Cuneo 2015 e o Prêmio Seleção Bancarella 2015. É também autor de Appocundría (2016) e do romance La compagnia delle Illusioni (2019). Garanta o seu exemplar de "A Vida Prodigiosa de Isidoro Sifflotin", escrito por Enrico Ianniello, neste link.

.: "A Vingança É Minha", de Marie Ndiaye, mostra realidade escorregadia


Da vencedora do Prêmio Goncourt, Marie Ndiaye, o livro "A Vingança É Minha", lançado pela editora Todavia, é um thriller psicológico irresistível, em que a realidade é tão escorregadia quanto a memória da protagonista. A tradução é de Marília Scalzo.

No livro, Dra. Susane, de quem não se sabe o primeiro nome, é uma advogada mediana. De origem modesta, tem 42 anos e vive em Bordeaux, na França, aceitando um ou outro caso inexpressivo em seu pequeno escritório e, dessa forma, mantendo seu estilo de vida, que é confortável, mas sem grandes luxos: ela tem um apartamento, um carro velho e pode pagar Sharon, a empregada das Ilhas Maurício que limpa sua casa. As poucas viagens que faz são para visitar os pais, que moram em uma cidade nos arredores.

As coisas seguiam assim até que chega ao escritório de dra. Susane um homem distinto, chamado Gilles Principaux, buscando contratá-la para defender a esposa, acusada de assassinar os três filhos do casal. Além de não compreender por que Principaux, pessoa influente na cidade, escolheria uma advogada sem renome para a defesa, dra. Susane é invadida por uma sensação que não sai de sua cabeça e que vai nortear toda a narrativa de A vingança é minha: a sensação de que Principaux faz parte de seu passado.

A partir dessa impressão incômoda, a advogada inicia uma busca por respostas sobre sua história. Questionando sobretudo a mãe, que no passado trabalhava como passadeira e teria levado a filha à casa dos Principaux, dra. Susane tenta se lembrar do jovem Gilles, com quem teria passado algumas horas no quarto dele - mas ela não consegue (ou não quer) se lembrar do que acontecera ali. 

Quanto mais dra. Susane deseja que a memória que tem de Principaux seja verdadeira, mais adentramos sua vida: como advogada, ela tenta ajudar Sharon no processo de legalização em território francês, ao mesmo tempo que, como patroa, mantém uma relação distante e cuidadosa, cheia de lacunas. Ela encontra conforto somente nas conversas com Rudy, seu melhor amigo e ex-marido, que é pai de Lila, por quem sente uma afeição maternal.

Conforme o mal-estar e as dúvidas sobre a verdade e a memória se acentuam, as relações entre dra. Susane e seus pais, seu ex-marido, Lila e Sharon se aprofundam e se embaralham, fazendo deste livro um dos thrillers psicológicos mais perturbadores dos últimos tempos. Compre o livro "A Vingança É Minha", de Marie Ndiaye, neste link.


O que disseram por aí
“NDiaye manipula as impressões, capturando um tipo peculiar de delírio emocional em 'A Vingança É Minha'. Ela distorce seu estilo para mimetizar o desgaste psicológico de dra. Susane em sua busca pela verdade.” — Lovia Gyarkye, The New York Times


Sobre a autora
Marie NDiaye
nasceu em 1967 em Pithiviers, na França. Venceu o Goncourt em 2009 com o romance "Trois Femmes Puissantes" e o Marguerite Yourcenar em 2020 pelo conjunto de sua obra. Garanta o seu exemplar de "A Vingança É Minha", escrito por  Marie Ndiaye, neste link.

.: Discutindo masculinidades, “Cavalo” aborda dilemas do homem moderno


Um cavalo bate os cascos nas pedrinhas portuguesas da Praça dos Três Poderes em Brasília. A imagem é impactante e poderosa. A cena, experienciada em sonho, repete-se com pequenas variações ao longo de "Cavalo", primeiro livro do romancista brasiliense Lucas Castor. A obra, que narra os dilemas do homem contemporâneo e os embaraços da masculinidade tóxica e compulsória, usa o animal como alegoria para explicar o arco do protagonista que passa pela placidez, pela fúria e, por fim, pela redenção. O envelhecimento e a malfadada impotência sexual atuam como elementos definidores do desenrolar da história e reforçam a vontade do autor de tratar na obra temas sensíveis aos homens. "Cavalo" foi finalista do Prêmio Mozart Pereira Soares em 2023, iniciativa que premia obras de escritores com até 35 anos. 

Castor conta que a ideia para escrever o livro surgiu quando ele enfrentava um momento difícil. “Morava em Barcelona há pouco tempo e passava pelo meu primeiro inverno digno do nome. Estava triste e a ponto de terminar um relacionamento. Do nada, e nem me lembro de quando, exatamente, uma frase surgiu no fundo da consciência: É possível cavalgar um cavalo sem um cavalo. A partir dela, comecei a escrever romance”, revela.  A atmosfera misteriosa que permeia a concepção inicial da obra casa com o estilo em que o autor posiciona a própria escrita: “Um meio caminho entre o realismo mágico e o realismo contemporâneo”, define.  

"Cavalo" é narrado em duas linhas do tempo distintas, uma que conta a infância e juventude de Carlos, o protagonista, e a outra, que acompanha sua vida já na meia idade. Há  dois núcleos com os quais a personagem interage nesses espaços temporais. Primeiro, acompanhamos o protagonista lidar com a família: pai, mãe e dois irmãos, além de amigos e namorada. Na segunda linha temporal, assistimos a um Carlos acomodado com um emprego estável, porém solitário e sem expectativas para além do dia a dia entediante e ordinário. As figuras recorrentes em seu cotidiano são um colega de trabalho e a chefe. Esta última, inclusive,  é quem o provoca a reagir diante da inércia na qual se encontra. A partir daí Carlos inicia um movimento que o levará a conflitos externos e internos e mudará em definitivo sua trajetória.   

Ao escolher narrar a obra por meio de duas linhas temporais, Castor propõe ao leitor uma vista plena e irrestrita da vida do protagonista. Os capítulos são intercalados, ora exibindo o passado, ora mostrando o presente. Esse formato evidencia como as ações vivenciadas lá atrás resultam em reações no agora, além de tornar, por meio do talento do escritor, o enredo mais dinâmico e instigante. O ponto alto é quando a narrativa da infância e juventude engata no início da segunda história, a que desenrola a vida adulta do protagonista.  Outro mérito atrelado a essa construção temporal é o fôlego da obra: são mais de 340 páginas transformadas em 88 capítulos curtos, compassados e fluidos, tornando a leitura rápida e prazerosa. 

Ainda assim, o principal destaque de "Cavalo" é o protagonismo que o autor concede à história dos homens que vivem em grandes cidades e fazem parte da classe média brasileira. Castor prova que esse arquétipo também merece lugar nas páginas e no debate atual. Para isso, o escritor não se furta a expor as agruras desse grupo, incorporados na figura do protagonista. Carlos tem dificuldades em lidar com os próprios sentimentos e emoções, e isso reflete diretamente em suas relações afetivas e na imagem que projeta de si mesmo. A forma como ele enfrenta essas questões e se refaz para tentar caber nesse mundo em transição é o que o leitor terá a oportunidade de acompanhar no decorrer do livro. Compre o livro "Cavalo", de Lucas Castor, neste link.


História tem a capital federal como pano de fundo
O leitor que se aventurar nas páginas de "Cavalo" perceberá que Carlos divide o protagonismo da obra com Brasília, a capital federal. Ainda que o tema central do livro não seja o Distrito Federal, é praticamente impossível dissociar a história do lugar. A composição das cenas remetem a paisagens, arquiteturas, aromas e gostos de Brasília, e ainda a sua constituição única como centro burocrático e do poder brasileiro. Lucas Castor não nega essa influência explícita, ao contrário. 

“Quis escrever um elogio a Brasília, e o recheio da cidade acabou por ser cada um desses temas: envelhecimento; masculinidade; morte; vitalidade; impotência; violência. Era o que estava ao meu redor”, afirma.  A escolha não é ao acaso. Lucas Castor nasceu em Brasília e tem uma relação íntima com a capital federal. A sopa de letrinhas que define os endereços no plano piloto e deixa qualquer um que chegue de fora confuso e perdido é um alfabeto aprendido desde cedo por quem transita no espaço, e o escritor faz questão de  incorporar esse traço peculiar de Brasília ao livro. 

A estratégia é acertada. Para quem é de lá ou vive na capital, o autor cria um mapa dos locais protagonistas da história e torna tudo ainda mais verossímil.  Para aqueles que não conhecem o lugar, aguça a curiosidade e a vontade de visitar a jovem cidade. Ainda que ostente o DNA brasiliense na vida e na obra, atualmente Castor não mora mais na cidade, nem no país. O autor vive entre Suíça e Portugal.  Na Europa, dedica-se a escrever, a estudar e a fotografar. Formado em Antropologia pela Universidade de Brasília, cursa agora um mestrado em Escrita Criativa na Universidade de Coimbra. Garanta o seu exemplar de "Cavalo", escrito por Lucas Castor, neste link.

.: Uma aventura pela Índia no romance de estreia de Patricia Ruhman Seggiaro


Tudo o que acontece tem um sentido? Até que ponto podemos influenciar no nosso destino? Devemos aceitá-lo para atingir certa paz e, talvez, também a felicidade? Essa busca por um sentido de vida, pela superação de traumas, por explicar o inexplicável, é o que une os caminhos dos personagens principais de “Destino Varanasi”, romance de estreia da escritora e advogada Patricia Ruhman Seggiaro, autora paulistana radicada na Argentina há quase três décadas. Publicada agora no Brasil pela Paraquedas, selo da editora Claraboia, a obra foi lançada anteriormente na Argentina em espanhol e está disponível nas livrarias locais como "Camino a Varanasi".

Logo no início da narrativa, o leitor já se depara com uma rica descrição da Índia feita pela autora. É nesse país repleto de cores, aromas e sabores, que os caminhos da brasileira Nina, do fotógrafo argentino Pedro e do escritor e jornalista israelense Noah se cruzam. Cada um deles viaja com um objetivo distinto: Nina deseja esquecer um passado perturbador e retomar o controle de sua vida; Pedro, que luta contra seus fantasmas pessoais, ambiciona concretizar um projeto profissional junto a Noah, enquanto este anseia curar traumas de guerra.

Mas a Índia recebe os peregrinos com seus próprios planos. Ao trio de viajantes se somará Vishnu, um indiano da casta dos intocáveis, que Nina conhece assim que chega a Mumbai e que lhe transmite tradições do Oriente ancestral, misteriosamente próximas à sua alma. Cidade após cidade, os viajantes descobrirão um povo de costumes fascinantes. A caótica Déli, a Mumbai de Salman Rushdie, as miragens do Chand Baori, as cavernas de Ajanta e de Ellora, o exotismo do Rajastão destilam aromas, sabores e cores que não deixarão de surpreendê-los. Quando os quatro caminhos confluírem em Varanasi e no Ganges imortal, cada um deles levará uma oferenda para encontrar o sentido de sua própria busca.

Neste percurso às vezes intrincado -como a própria vida- emerge um aprendizado comum entre os personagens, acompanhado da história índia e dos 15 lugares onde transcorre o romance, adicionado à cultura e religiosidade local, que os leva a refletir na tentativa de curar suas feridas. Segundo a autora, a personagem principal do romance é a Índia, quem  recebe os viajantes com seus próprios planos. “É uma história de espiritualidade e tradições, de diferenças e aproximações”, completa Patricia. Compre o livro “Destino Varanasi”, de Patricia Ruhman Seggiaro, neste link.


Um relato, um diário, uma viagem e a necessidade de escrever
Patricia Ruhman Seggiaro
nasceu em 1965 em São Paulo, Brasil, onde passou a sua infância e juventude. Viveu alguns anos em Londres e Nova York, com seu marido, antes de se estabelecer na Argentina, onde reside nos arredores de Buenos Aires. Advogada, é apaixonada pela literatura, pela história, pela arte, o contato diário com a natureza.

Desde pequena, a autora identificou uma necessidade inerente de expor suas ideias e defender posições, através das palavras, tanto no discurso oral, quanto escrito. A inclinação para a carreira do Direito foi a consequência de um processo interno, natural e orgânico.

Ler sempre foi um prazer e ao mesmo tempo um vício constantemente presente; entre suas principais referências literárias estão os autores Salman Rushdie, Margaret Atwood, Jorge Luis Borges, Leon Tolstoi, Truman Capote, Marcos Aguinis, Mario Vargas Llosa, Marguerite Yourcenar, Junichiro Tanizaki e Philippe Claudel. Porém, ela nunca se considerou criativa, até que um evento movimentou sua vida. Há alguns anos, seu principal cliente de longa data não precisou mais de seus serviços, a deixando com tempo livre para empregar em um novo projeto pessoal. “O que em um primeiro momento foi desilusão, logo se transformou em uma grande oportunidade. Decidi que necessitava de um novo projeto”, conta. 

Em adição, a mãe da advogada, uma historiadora, faleceu pouco antes, deixando de herança uma rica biblioteca, onde a autora encontrou vários tesouros, entre eles o diário da viagem à Índia escrito na década de oitenta. “Ela viajou à Índia quando eu tinha uns 20 anos, nunca esqueci seus relatos orais e aqueles transcritos em suas cartas. Escreveu um diário de viagem; mais de 30 anos depois foi usado como inspiração para planejar a nossa viagem familiar à Índia. Por tudo isto, é a ela a quem dedico este livro”.

Nesta viagem, Patricia foi tocada intimamente pela multiplicidade cultural e pela religiosidade da Índia. “Acho que todas as viagens impactam em cada um de distintas formas. Poderia dizer que esta viagem em particular foi uma imensa sacudida, tocou fundo em cada um de nós. No meu caso, provocou a erupção de uma criatividade interna até então desconhecida para mim”, evidencia a escritora que atualmente continua escrevendo. “Comecei um segundo romance há alguns meses, provisoriamente na gaveta até que ‘Destino Varanasi’ encontre seu caminho no mercado brasileiro”. Garanta o seu exemplar de “Destino Varanasi”, escrito por Patricia Ruhman Seggiaro, neste link.

.: IMS lança e-book gratuito com ensaios sobre representações de pessoas negras


Disponível para download gratuito no site do IMS, a publicação traz dez textos assinados por nomes como Diane Lima, Janaina Damaceno, Vanicléia Silva Santos e Rafael Domingos Oliveira, entre outros.


Com o objetivo de difundir narrativas atualizadas pautadas em questões de raça e gênero, o Instituto Moreira Salles acaba de lançar o e-book "Negras Imagens - Formação a Partir do Acervo IMS". A publicação já está disponível para leitura e download gratuito neste link.

A publicação reúne dez ensaios que analisam, a partir de um viés crítico, imagens de mulheres, crianças e homens negros presentes nos acervos de fotografia e iconografia do IMS, além de obras de autoria negra. Os textos são assinados por Alexandre Araujo Bispo, Ana Beatriz Almeida, Diane Lima, Ione da Silva Jovino, Janaina Damaceno, Juliana Barreto Farias, Mônica Cardim, Rafael Domingos Oliveira, Roberto Conduru e Vanicléia Silva Santos.

Nos ensaios, os autores e autoras desenvolvem temas que abordaram em um ciclo de encontros on-line, organizado pelo IMS em 2022, em diálogo com a exposição "Walter Firmo: no Verbo do Silêncio a Síntese do Grito". Em suas análises, evidenciam narrativas pouco contadas, apontando possibilidades de construção de novos modos de interpretar a história afro-brasileira e o próprio conceito de patrimônio.

O material pode ser adotado como fonte de referência para pesquisadores e professores, contribuindo para reforçar o cumprimento da lei 10.639/03, que determina a abordagem da história e da cultura afro-brasileira no ensino.

A publicação evidencia ainda o compromisso do IMS com a construção de saberes críticos e plurais em torno de suas coleções, como pontua a diretora de educação do IMS, Renata Bittencourt: “Os ensaios agrupados aqui estimulam o IMS a apurar continuamente seu olhar sobre o patrimônio do qual é guardião, se valendo dessas perspectivas renovadoras para alimentar suas ações e projetos, sobretudo na área de educação”.

Mais sobre o e-book
O volume abre com o ensaio da pesquisadora Ana Beatriz Almeida, que analisa obras de três artistas contemplados pelo Convida, programa de incentivo lançado pelo IMS durante a pandemia: o coletivo Afrobapho, a cineasta Everlane Moraes e Dona Dalva Damiana. A autora adota conceitos do sistema lógico da Irmandade da Boa Morte, instituição a partir da qual se constituiu o candomblé, para aproximar as três obras.

No texto seguinte, a curadora Diane Lima parte de registros da I Bienal de São Paulo, feitos pelo fotógrafo Peter Scheier, para discutir como o concretismo e o neoconcretismo no Brasil criaram uma equação de valor que tenta obliterar a racialidade na cena ética e estética moderna no país. O ensaio subsequente, do historiador Roberto Conduru, também adota imagens do acervo do IMS − de nomes como Geraldo de Barros, José Medeiros e Marcel Gautherot − como fonte para discutir as relações entre arquitetura e africanismo no Brasil.

O núcleo seguinte da publicação trata das representações de crianças negras nas coleções do IMS. A educadora Ione da Silva Jovino examina duas imagens feitas pelo fotógrafo Vincenzo Pastore para tratar da criação e repetição de estereótipos associados aos corpos negros, além das dinâmicas de segregação na São Paulo do início do século XX. Já o historiador Rafael Domingos Oliveira cria diálogos e tensiona as representações de crianças negras em duas coleções do IMS: a de Marc Ferrez, sobretudo as fotos da década de 1880, e as de Walter Firmo, com ênfase nos registros de festas populares brasileiras.

As fotografias de Marc Ferrez também são objeto de análise no ensaio de Juliana Barreto Farias. A historiadora parte de registros de trabalhadores na praça do Mercado, feitos por Ferrez no fim do século XIX, para abordar as relações entre trabalho urbano, gênero e raça na cidade. Em seu artigo, a educadora Mônica Cardim, por sua vez, ressignifica a galeria de fotos de homens e mulheres negros produzida nos estúdios de Alberto Henschel no Brasil do século XIX. Ainda neste núcleo da publicação, a curadora Vanicléia Silva Santos investiga imagens de mulheres negras presentes nos trabalhos iconográficos de artistas brasileiros e estrangeiros oitocentistas.

O e-book traz também um texto do antropólogo Alexandre Araujo Bispo sobre um conjunto de retratos de crianças, homens e mulheres negros feitos no estúdio do fotógrafo Limercy Forlin, em Poços de Caldas (MG), entre as décadas de 1950 e 1980. A publicação encerra com um ensaio de Janaina Damaceno no qual ela trata da representação da família negra, em especial da figura do pai, nas fotografias de Walter Firmo, reafirmando sua importância em desafiar estereótipos.


Serviço
E-book "Negras imagens - Formação a Partir do Acervo IMS"
Disponível para leitura e download gratuito neste link.


Sobre os autores da publicação

Alexandre Araujo Bispo
Antropólogo, crítico de arte, curador e educador independente. Pesquisa práticas de memória, com ênfase em fotografia amadora, fotografia de família e arquivos pessoais, arte afro-brasileira e imaginários urbanos. Foi curador artístico e educativo de diversas exposições, e é coautor de Mulheres fotógrafas, mulheres fotografadas: fotografia e gênero na América Latina, entre outros. Publicou textos em revistas como ZUM, Contemporary And (C&), O Menelick 2º Ato e Art Bazaar.


Ana Beatriz Almeida
Mestra em história e estética da arte pelo MAC-USP, cofundadora da 01.01 Art Platform, artista visual e pesquisadora das manifestações africanas e da diáspora africana. É consultora curatorial do MAC-Niterói e professora do Black Feminism-Berkeley University Summer Program Abroad. Foi curadora convidada do Glasgow International 2020 (adiado pela covid-19). Desde 2009, realiza um rito de passagem de longa duração em homenagem aos que não sobreviveram ao tráfico de escravizados.


Diane Lima
Curadora independente, escritora e pesquisadora. Premiada em 2021 pelo Ford Foundation Global Fellowship, desenvolve projetos sobre as práticas artísticas e curatoriais em perspectiva decolonial no Brasil. Mestra em comunicação e semiótica pela PUC-SP, integra o time curatorial da 35ª Bienal de São Paulo (2023). Seus projetos anteriores incluem o projeto de educação radical AfroTranscendence e a residência PlusAfroT, na Villa Waldberta, na Alemanha. Seus textos integram diversos livros, catálogos e revistas.


Ione da Silva Jovino
Ione da Silva é preta, mãe e avó. Formada em letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), é mestra e doutora em educação pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), docente, pesquisadora e extensionista na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). É membra do Núcleo de Relações Etnicorraciais, Gênero e Sexualidade da UEPG e de grupos de pesquisa sobre relações raciais, crianças e infância. Integra a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros e Negras.

 
Janaina Damaceno
Graduada em filosofia e mestra em educação pela Unicamp. Doutora em antropologia pela USP, atualmente é professora adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (Febf) da Uerj e do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades (PPcult) da UFF, e coordena o Grupo de Pesquisas Afrovisualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra. É uma das fundadoras do Fórum Itinerante do Cinema Negro (Ficine).

Juliana Barreto Farias
Professora na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e do Programa de Mestrado em Estudos Africanos, Culturas Negras e Povos Indígenas da Uneb. Doutora em história social pela USP, fez estágio pós--doutoral em história da África na Universidade de Lisboa. É autora de Mercados minas: africanos ocidentais na praça do Mercado do Rio de Janeiro, 1830-1890 (2015) e coautora de A diáspora mina: africanos entre o Brasil e o golfo do Benim (2021).

Mônica Cardim
Doutoranda em artes pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte da USP, educadora e fotógrafa, sua pesquisa e produção artística focam a relação entre identidade e poder em retratos fotográficos. Recebeu o Prêmio Vídeo USP TV Cultura 2020 e o Prêmio Histórico em Artes Visuais do Proac 2022. Como fotógrafa, desenvolve a série Protocolo diário e o projeto Identidades possíveis – Eu sou, nós somos. Em parceria com a Nave Gris Cia. Cênica, criou a exposição Mulheres negras na dança (2017).

Rafael Domingos Oliveira
Historiador e educador, é doutorando em história social pela USP e mestre em história pela Unifesp. Foi professor da rede pública de ensino do estado de São Paulo e coordenador do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil. É autor de artigos e do livro Vozes afro-atlânticas: autobiografias e memórias da escravidão e da liberdade (2021). É membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Afro-América (Nepafro) e coordenador do Núcleo de Acervo e Pesquisa do Theatro Municipal de São Paulo.

Roberto Conduru
Historiador da arte e professor na Southern Methodist University, especializado em história da arte e arquitetura, com ênfase em arte afro-brasileira e arte e arquitetura construtivista. Foi pesquisador convidado na Clark Art Institute e na The Getty Foundation. É autor de Arte afro-brasileira e encontros com a arte contemporânea, dentre outros.


Vanicléia Silva Santos
Curadora da Coleção Africana do Penn Museum/University of Pennsylvania e professora de história da África na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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