quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

.: Crítica: "Wonka" dublado e legendado gera experiências distintas

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em janeiro de 2023


"Wonka" resgata o sabor de um filme que encanta na mesma medida que empolga o público de todas as idades. Contudo, optar por uma projeção legendada e depois rever o longa dirigido por Paul King na versão dublada é a autêntica possibilidade de viver duas experiências distintas diante da mesma produção estrelada por Timothée Chalamet (Willy Wonka). 

Considerando as canções, a versão dublada, transmite a sensação de estar diante de uma apresentação de teatro musical adaptada aos palcos brasileiros e repleta de efeitos visuais de ponta -na tela do cinema. Enquanto que o legendado mantém a essência, seja por entregar as vozes dos atores, na interpretação de seu personagem ou entoando as canções, como por exemplo, a originalmente "Scrub, scrub", que ganhou a versão "Esfrega, esfrega".

Nenhuma forma de se assistir "Wonka" é a melhor ou a pior, são apenas experiências diferentes e válidas, principalmente, durante as férias, enquanto o longa ainda segue em cartaz e pode ser assistido em grandes proporções. 

A trama sobre o jovem chocolateiro Willy que sonhava fazer o melhor chocolate do mundo e, então, reencontrar a mãe, entrega um visual colorido e belo para os olhos. Assim como os filmes anteriores do chocolateiro, seja a memorável interpretação de Johnny Depp em "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (2005), assim como a primeira adaptação de 1971, protagonizada por Gene Wilder, para a história escrita no conto de Roald Dahl, "Wonka" é único e traz seus próprios encantos.

Somando 1h56 de duração, o filme que merece ser assistido na versão dublada e legendada, é um verdadeiro sonho que deixa gostinho de quero mais -é bom ter um chocolatinho com você enquanto maravilhas explodem na telona. De fato, "Wonka" é o tipo de filme para se ver e rever. Imperdível!


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 

"Wonka" ("Wonka"Ingressos on-line neste link
Gênero: fantasia, musical, aventura, comédia
Classificação: 12 anos. 
Duração: 1h56. 
Ano: 2023. 
Idioma: inglês. 
Distribuidora: Warner Bros. Pictures. 
Direção: 
Paul King. 
Roteiro: Paul King, Roald Dahl, Simon RichSimon Rich. 
Elenco: Timothée Chalamet (Willy Wonka), Hugh Grant (Lofty), Sally Hawkins, Rowan Atkinson, Olivia Colman, Mathew Baynton, Simon Farnaby, Kobna Holdbrook-Smith. 
Sinopse: A história se concentra em um jovem Willy Wonka e como ele conheceu os Oompa-Loompas.

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.: “The Boys in the Band - Os Garotos da Banda” no Teatro Procópio Ferreira


Após 53 anos da primeira montagem no Brasil, espetáculo realiza segunda temporada no Teatro Procópio Ferreira para exorcizar a onda conservadora, os ataques à cultura e à população LGBTQIA+. Foto: @fotosgutierrez


“The Boys in the Band - Os Garotos da Banda”, de Matt Crowley, escrito nos anos 1960 e considerado o primeiro texto de temática abertamente gay, retrata um grupo de amigos gays que se reúne para celebrar o aniversário de um deles, na Nova York dos anos 1960. Em 1970, o Teatro Cacilda Becker foi o palco para a versão brasileira, produzida por Eva Wilma e John Herbert, com tradução de Millor Fernandes e elenco de peso, com Raul Cortez, Walmor Chagas, Paulo César Pereio, Otávio Augusto, Gésio Amadeu, Dennis Carvalho e o próprio John Herbert.

Em 2023, em um Brasil na ressaca de uma onda conservadora, buscando reconstruir suas bases sociais e culturais, o espetáculo ganhou nova montagem, no palco do Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo, e agora, em 2024, cumpre nova temporada no mesmo teatro entre os dias dia 10 de janeiro e 2 de fevereiro, quartas, quintas e sextas, 20h30, após enorme sucesso de púbico e crítica.

“The Boys” é uma montagem da ZR Produções, com a direção de Ricardo Grasson e agora contando com Gabriel Santana – ator revelado na infância, quando protagonizou a nova versão de "Chiquititas" (2013/ SBT), e integrou, na Globo, a novela teen "Malhação: Toda Forma de Amar" (2019), fez sucesso em 2022, no remake de "Pantanal", como filho de Tenório (Murilo Benício), e participou do "BBB 23" -, ao lado de Tiago Barbosa, Caio Evangelista, Caio Paduan, Júlio Oliveira, Leonardo Miggiorin, Heitor Garcia, Mateus Ribeiro e Fabrício Pietro

A peça foi destaque por sua representação aberta da vida gay na época em que foi escrita, quando a aceitação da homossexualidade era limitada e as lutas pelos direitos LGBTQIA+ ainda engatinhavam. Idealizada apenas um ano antes da Revolta de Stonewall - um momento representativo para a comunidade gay e sua luta por direitos básicos – oferece um olhar franco e, muitas vezes, cruel e doloroso sobre a vida desses personagens e como eles enfrentam questões de autenticidade e aceitação em uma sociedade reacionária e violenta, que marginaliza tudo aquilo que não atende aos padrões estabelecidos.

“The Boys me chegou em momento oportuno, em que eu queria falar diretamente para nossa comunidade, com todo amor e também com autocrítica sobre nossos desafios sociais, e foi também um tomada de decisão sobre resistir e marcar território. Alguns fatores, como o armário, a amizade tóxica e abusiva, o preconceito racial e de tipo dentro do grupo e a luta pelos direitos sociais gritaram para eu querer fazer esse texto”, diz Caio Evangelista, ator e responsável pela atual versão brasileira. “A heteronormatividade criticada pelo personagem Larry e seu grito pela liberdade em ser o que quer ser, reservando seu amor também, nos fala muito e ainda é atual. A maioria de nós pensa como ele e age como as demais personagens, então esse texto pertence aos gays, é entretenimento e arte que nos chega de forma imediata pela sua temática. Para mim, fazer The Boys é um ato de cidadania, uma realização como artista”, finaliza.

Ficha técnica
Espetáculo "The Boys in the Band - Os Garotos da Banda". Texto original: Mart Crowley. Versão brasileira: Caio Evangelista. Direção de produção: Zuza Ribeiro. Direção: Ricardo Grasson. Assistência de direção: Heitor Garcia. Elenco: Tiago Barbosa, Caio Evangelista, Caio Paduan, Gabriel Santana, Júlio Oliveira, Leonardo Miggiorin, Heitor Garcia, Mateus Ribeiro e Fabricio Pietro. Stand-in: Heitor Garcia. Prólogo: Adalberto Neto. Desenho de luz: Cesar Pivetti. Desenho de som: L.P. Daniel. Cenografia: Marco Lima. Figurino: Marcos Valadão. Direção de movimento: Pedro Alonso. Visagismo: Louise Helene. Identidade Visual: Henrique Nottoli. Produção executiva: Zuza Ribeiro, Claudia Odorissio, Jeana Kamil e Erica Cardoso. Marketing: Higor Gonçalves. Imprensa: Leandro Evangelista. Redes sociais: Pedro Caldeira. Fotos: @gatufilmes e @fotosgutierrez. Idealização: ZR Produções Artísticas.

Serviço
Espetáculo "The Boys in the Band - Os Garotos da Banda". Teatro Procópio Ferreira. Rua Augusta, 2.823 - Cerqueira César / São Paulo. Telefone: (11) 3083-4475. Entre 10 de janeiro e 2 de fevereiro, quartas, quintas e sextas, às 20h30. Duração: 90 minutos. Classificação indicativa: 16 anos. Capacidade: 624 lugares, incluindo sete poltronas adaptadas para obesos e mais 12 lugares reservados para cadeirantes. Ingressos: de R$ 75,00 a R$ 150,00.

Onde comprar:
Pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/87491. Bilheteria do Teatro: terça-feira e quarta-feira das 14h às 19h; quinta-feira a domingo das 14h até o início do espetáculo. Abertura da casa: 1 hora antes do espetáculo. Aceita todos os cartões de crédito. Não aceita pagamentos em cheque. Não faz reservas O teatro possui ar-condicionado e acesso universal

.: "Bossa Nova Cabaret Bar" reestreia no Teatro do Sesi-SP com sessões gratuitas


Depois de uma temporada bem-sucedida em 2023, com mais de 15 mil espectadores, a comédia musical Bossa Nova Cabaret Bar reestreia no Teatro do Sesi-SP dia  11 de janeiro, com apresentações até 4 de fevereiro. Foto: Karim Kahn - Sesi SP


Depois de uma temporada em 2023 com plateia lotada em todas as sessões - e tendo alcançado mais de 15 mil espectadores nesta jornada - a comédia musical "Bossa Nova Cabaret Bar", reestreia no Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp, nesta quinta-feira, dia 11 de janeiro, e fica em cartaz até 4 de fevereiro. Os ingressos são gratuitos. O espetáculo é composto por números cênico-musicais que trazem histórias livremente inspiradas em personagens, fatos e canções da Bossa Nova.

No elenco da montagem estão Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro, Paloma Rodrigues, além de Rosi Campos. O texto e a direção geral são de Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian. 

"Bossa Nova Cabaret Bar" é um espetáculo que tem cenas inspiradas em canções do período inicial da Bossa Nova - principalmente entre o final de 1958 e 1963 - justamente os anos que marcam os primeiros álbuns de João Gilberto. Cada cena traz um elemento teatral, circense ou de cabaré, misturando a linguagem sofisticada da bossa nova com o escracho, a poesia, as cores e a alegria do carnaval, se comunicando com públicos de diferentes idades e situações de vida. Esta nova montagem está calcada no estilo da comédia musical e no texto e arranjos musicais inéditos, com uma carnavalização do icônico movimento musical carioca, sob o filtro do humor e do lirismo.

A ação se passa no fictício espaço do “Copacabana Cabaret Bar”, em cenário criado por Attilio Martiñs, onde uma trupe de comediantes, atores e cantores faz um show sobre a Bossa Nova. A banda é composta por piano (Pedro Paulo Bogossian), Contrabaixo (Giullia Assmann), Bateria (Rodrigo Mardegan), Percussão (Jesum Biasin), Sax e Flauta (Ana Eliza Colomar). 

"Bossa Nova Cabaret Bar" é uma comédia de variedades retratada em formato de um show, no fictício Copacabana Cabaret Bar, conduzido por uma trupe de comediantes cantores. Livremente inspirado em fatos, personagens e músicas da Bossa Nova, o espetáculo apresenta as canções emblemáticas do movimento em forma de números de mágica, quadro de bonecos, números de cortina com vedetes, paródias, números de plateia, bem como variadas performances musicais com o rearranjo das composições. O espetáculo busca, além de entreter e divertir por meio de um humor refinado, cumprir a função social de mostrar ao público uma comédia musical brasileira, seja por seu conteúdo temático, estilo ou construção composicional, em oposição a fórmulas importadas de entretenimento cultural.


Ficha técnica
Espetáculo "Bossa Nova Cabaret Bar". Texto e direção geral: Helen Helene e Pedro Paulo Bogossian. Direção de atores: Helen Helene. Direção musical: Pedro Paulo Bogossian. Elenco: Rosi Campos, Helen Helene, Rachel Ripani, Luciano Schwab, Conrado Caputo, Danilo Martho, Diego Gazin, Efraim Ribeiro, Flávia Teixeira, João Pedro Attuy, Larissa Garcia, Naiara de Castro, Paloma Rodrigues. Músicos: Pedro Paulo Bogossian (piano), Ana Eliza Colomar (sax / flauta), Giullia Assmann (contrabaixo), Jesum Biasin (percussão) e Rodrigo Mardegan (bateria). Assistência de direção: Sandra Mantovani. Assistência de direção musical: Pedro Ascaleta. Cenografia e figurinos: Attilio Martiñs. Visagismo: Anderson Bueno. Adereços de cenário e figurino: Sidnei Caria. Design de bonecos: Sidnei Caria. Fotografia: Ary Brandi. Direção de movimento e coreografia: JC Violla. Assistência de coreografia: Nelly Guedes. Preparação e tradução de Libras: Mirian Caxilé. Design de luz: Guilherme Bonfanti. Assistência e operação de luz: Francisco Turbiani. Operação de seguidor: Lays Ventura. Design de som: Luciano Monson, Gabriel Bocutti e Tocko Michelazzo. Operador de mesa: Gilbel Silva. Microfonista: Adriana Lima e Káthia Akemi. Coordenador de palco: Flávio Rodriguez. Camareiros: Ana Lúcia Arruda e Wellington Oliveira. Contrarregras: Flores Ayra e Sérgio Sasso. Roadie: Roupa Nova. Assessoria de comunicação: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério. Direção de planejamento e produção: Fá Almeida. Coordenação de produção: Karina Cardoso. Produção executiva: Daniel Aureliano. Assistência de produção: Eduardo Barros. Assessoria jurídica: F&R Advogados. Realização: Bogossian & Helen Helene e Diorama Casa de Produção.

Serviço
Espetáculo "Bossa Nova Cabaret Bar". Reestreia dia 11 de janeiro, com sessões até 4 de fevereiro de 2024. Quinta a sábado, 20h; domingos, às 19h. Teatro do Sesi-SP, no Centro Cultural Fiesp. Endereço: Avenida Paulista, 1313 - Jardins / São Paulo. Ingressos: os ingressos gratuitos são liberados a cada segunda-feira, a partir das 8h. Podem ser reservados no site www.sesisp.org.br/eventos. Duração: 100 minutos. Classificação indicativa: 12 anos. Acessibilidade: sessões com Libras e Audiodescrição em 28 de janeiro de 2024.

.: Espetáculo "A Alma Imoral" no Teatro Morumbi Shopping, estreia na sexta


Com Clarice Niskier , o monólogo "A Alma Imoral", com humor fino e sabedoria, vai aprofundar o tema da transgressão de forma a revelar suas várias faces no mundo coletivo e individual


A atriz Clarice Niskier revela em cena o conceito de alma imoral que, segundo o rabino Nilton Bonder, está ligado ao potencial transgressor do ser humano que, por sua vez, se alia a ideia de evolução. Já o corpo moral está ligado ao potencial conservador do ser humano que se alia a ideia de reprodução. Os dois potenciais estão ligados à preservação da vida. E a preservação da vida se dá tanto pela obediência quanto pela desobediência. Ambas, dimensões sagradas da consciência.

Em cartaz de 12 de janeiro a 4 de fevereiro no Teatro MorumbiShopping, o monólogo "A Alma Imoral", com humor fino e sabedoria, vai aprofundar o tema da transgressão de forma a revelar suas várias faces no mundo coletivo e individual. Vai revelando a maneira como o homem, em sua jornada, vai deixando os lugares estreitos rumo aos lugares amplos, para evoluir e se preservar. 

Sozinha no palco, Clarice Niskier está em contato direto com a plateia, sem fazer uso da chamada “quarta parede”. Para contar histórias e parábolas da tradição judaica, a atriz se vale de uma cadeira Panton preta e um grande pano preto que, concebido pela figurinista Kika Lopes, transforma-se em oito diferentes vestes – mantos, vestidos, burcas, véus. O espaço cênico concebido por Luís Martins é limpo e remete a um longo corredor em perspectiva.

Ficha técnica
Monólogo "A Alma Imoral". 
Autor do livro “A Alma Imoral”: Nilton Bonder. Adaptação, concepção cênica e interpretação: Clarice Niskier. Supervisão de direção: Amir Haddad. Cenário: Luis Martins. Figurino: Kika Lopes. Iluminação: Aurélio de Simoni. Música original: José Maria Braga. Preparação vocal: Rose Gonçalves. Direção de movimento: Márcia Feijó. Preparação corporal: Mary Kunha. Cenotécnico, operador de luz e som: Carlos Henrique Pereira. Fotos: Dalton Valério, Elenize Dezgeniski e Letícia Vinhas. Programação visual: Studio C e Carol Tuluois. Direção de produção e Coordenação do projeto: José Maria Braga. Realização: Niska Produções Culturais.


Serviço
Monólogo "A Alma Imoral". Teatro MorumbiShopping. Endereço: Av. Roque Petroni Júnior, 1089, Jardim das Acacias / São Paulo. De 12 de janeiro a 4 de fevereiro de 2024. Sextas e sábados, às 20h e domingos às 19h. Dia 25 de janeiro, quinta (feriado), às 20h. Ingressos: R$ 100,00 e R$ 50,00. Duração: 80 minutos. Classificação: 18 anos.

.: As últimas apresentações do musical "Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)"


Com direção de André Paes Leme, músicas originais de Chico César, e direção musical de João Milet Meirelles, o espetáculo fala sobre uma alma que queria ser brasileira. Foto: Annelize Tozetto


O público tem até o próximo dia 14 para assistir ao musical "Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)", produzido pela Sarau Cultura Brasileira, apresentado pelo Nubank e realizado pelo Sesc São Paulo, no Sesc 14 Bis. As apresentações acontecem no Teatro Raul Cortez, de quinta a sábado, às 19h30, e no domingo, às 18h00. O espetáculo é uma versão musical para o romance “Viva o Povo Brasileiro”, uma das obras-primas do saudoso autor baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), vencedor dos prêmios Camões de Literatura e Jabuti. Esse livro poderoso ainda inspirou o samba-enredo da Império da Tijuca no Carnaval de 1987. 

A versão teatral, dirigida por André Paes Leme, conta com 30 músicas originais compostas por Chico César, a partir de letras inspiradas ou que utilizam parte textual da obra de Ubaldo. Já a direção musical e a trilha original são de João Milet Meirelles (da banda BaianaSystem). No elenco, estão Alexandre Dantas, Guilherme Borges, Hugo Germano, Izak Dahora, Jackson Costa, Ju Colombo, Júlia Tizumba, Luciane Dom, Lucas dos Prazeres, Maurício Tizumba e Sara Hana.

A pesquisa para a montagem de "Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)" nasce da investigação de doutorado feita na Universidade de Lisboa pelo diretor André Paes Leme, que já adaptou outros clássicos da literatura para o teatro: "A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa", "A Hora e Vez de Augusto Matraga" e "Engraçadinha". 

O desejo de falar do que seria esse povo brasileiro a partir da ótica crítica e do humor de João Ubaldo Ribeiro provocou o nascimento do projeto. "Não há possibilidade de entender o povo brasileiro sem compreender que todos nós somos o povo brasileiro, desde os povos originários até os imigrantes que chegaram muito tempo depois. Criamos esse espetáculo, que praticamente pega um terço do livro, mas traz a essência da obra ligada à ideia de ancestralidade, de espiritualidade, da luta contra a escravidão, por uma igualdade e justiça social. O texto é especialmente conectado à força feminina, que é algo muito forte a partir da personagem da Maria Dafé, que é a grande heroína", diz André.

O livro de Ubaldo tem cerca de 700 páginas e percorre 400 anos da história do Brasil. A trama, ambientada em Itaparica, fala de uma alma que quer ser brasileira. Primeiramente, ela encarna em indígenas, até o primeiro personagem, o Caboclo Capiroba, em 1640, que é enforcado pelos portugueses colonizadores, mas tem uma filha que se chama Vu, e dela descendem as mulheres da história. 

A alma depois reencarna em um Alferes, em 1809. Esse Alferes sonhava em ser um herói brasileiro e tem morte súbita protegendo Itaparica da invasão portuguesa. Morre cedo, mas consegue ser considerado herói. A alma fica mais desejosa de ser brasileira e vai encarnar na personagem Maria Dafé, que é filha da Vevé (Naê), tataraneta de Vu. Ela foi estuprada pelo Barão, que, quando sabe da gravidez, manda o negro Leléo tirar Vevé de Itaparica. Leléo é um negro liberto, que já tem muito dinheiro e que cuida de Dafé como sua verdadeira neta, dando ensino e escola.  Aos 12 anos, Dafé assiste ao assassinato da mãe a facadas, por homens que queriam violentar as duas. Essa tragédia é o gatilho para Dafé virar a heroína da história.

Para cadenciar toda a trama, Chico César compôs 30 canções, que ganharam arranjos de João Milet Meirelles e a colaboração do elenco. No palco, três músicos e dez atores que interpretam, cantam e tocam. Além do elenco fixo, o espetáculo tem um coro composto por atores iniciantes/ estudantes,  que ajudarão a dar vida à essa epopeia.  

"Esse é meu terceiro trabalho com a Sarau. Nós fizemos ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ e ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’. Para compor as músicas, eu parti da palavra do escritor e busquei a sonoridade da escrita. Trouxe muito da minha formação intuitiva da música negra, brasileira, baiana, porque o livro se passa em Itaparica e Salvador. Fiquei feliz quando soube que era o João Meirelles quem seria o diretor musical, porque o BaianaSystem é o grupo com maior expressão dessa contemporaneidade da música negra brasileira", conta Chico César.

Em seu segundo trabalho com o teatro musical, João Milet Meirelles trouxe para "Viva o Povo Brasileiro (de Naê a Dafé)" uma construção coletiva com referências da música baiana contemporânea e da tradicionalidade. "Existe também um apontamento para o futuro. Tem muita percussão, cordas, sanfona, piano. São três músicos e um elenco também muito competente musicalmente. Tem essa diversidade como uma linha que vai conduzindo tudo. É uma construção coletiva com o processo de experimentação", define João. Compre o livro “Viva o Povo Brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, neste link.

Sinopse do espetáculo
Baseada em livro de João Ubaldo Ribeiro, a montagem é ambientada em Itaparica, na Bahia, e percorre o período de 1647 a 1977, acompanhando uma alma em busca da identidade brasileira, que encarna em personagens invisibilizados pela história. Ao longo desses 400 anos, a construção dos abismos sociais é mostrada através das figuras de Caboclo Capiroba, o Alferes e Maria Dafé, que transformam suas dores em heroísmo e demonstram a força da ancestralidade que percorre a formação do nosso povo. Garanta o seu espetáculo de “Viva o Povo Brasileiro”, escrito por João Ubaldo Ribeiro, neste link.

Ficha técnica
Musical "Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)". Da obra de João Ubaldo Ribeiro. Diretor e dramaturgo: André Paes Leme. Com Alexandre Dantas, Guilherme Borges, Hugo Germano, Izak Dahora, Jackson Costa, Ju Colombo, Júlia Tizumba, Luciane Dom, Lucas dos Prazeres, Sara Hana e Maurício Tizumba. Stand-in: Lucas dos Prazeres. Músicas originais: Chico César. Direção musical e trilha original: João Milet Meirelles. Direção de produção e produção artística: Andréa Alves. Diretora de projetos: Leila Maria Moreno. Coordenador de Produção: Rafael Lydio. Diretor assistente: Anderson Aragón. Consultoria: Ynaê Lopes. Desenho de som: Gabriel D'Angelo. Iluminação: Renato Machado. Cenografia: Natália Lana. Figurino: Marah Silva. Preparação corporal e direção de movimento: Valéria Monã. Visagismo: Cora Marinho. Assessoria de imprensa: Pombo Correio.

Serviço
Musical "Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé)". Temporada: até 14 de janeiro de 2024*, de quinta a sábado, às 19h30, e no domingo, às 18h00. Sesc 14 Bis – Teatro Raul Cortez – Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista/São Paulo. Ingressos: R$ 60,00 (inteira), R$ 30,00 (meia-entrada) e R$ 18,00 (credencial plena). Venda on-line no aplicativo Credencial Plena e no site sescsp.org.br a partir do dia 07/11/2023 e presencial nas unidades do Sesc. Classificação: 14 anos. Duração: 160 minutos. Capacidade: 506 lugares. Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: Cineflix Santos estreia drama "Priscilla" e comédia "Os Rejeitados"

Estreiam no Cineflix Santos, localizado no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, o drama "Priscilla" e a comédia "Os Rejeitados". Seguem em cartaz os sucessos "Wish: o Poder dos Desejos""Patos!", "Mamonas Assasinas: o Filme""Minha Irmã & Eu""Aquaman 2: O Reino Perdido", e "Wonka". Programe-se e confira mais detalhes abaixo! 

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O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Estreias da semana no Cineflix Santos

"Priscilla" ("Priscilla"). Ingressos on-line neste linkGênero: romanceClassificação: 16 anos. Duração: 1h50. Ano: 2024. Idioma original: inglês. Distribuidora: A24. Direção: Sofia Coppola. Roteiro: Sofia Coppola. Elenco: Jacob Elordi, Cailee Spaeny, Jacob Elordi, Dagmara DominczykSinopse: A adolescente Priscilla Beaulieu conhece Elvis Presley em uma festa e o astro se torna alguém completamente inesperado em momentos íntimos. Priscilla vive uma paixão arrebatadora com o Rei do Rock, ganhando um aliado na solidão e um melhor amigo.

Sala 3 (legendado) - De 11 a 17 de janeiro: 20h50

Trailer de "Priscilla"


"Os Rejeitados" (" The Holdovers"). Ingressos on-line neste linkGênero: comédia, dramaClassificação: 16 anos. Duração: 2h13. Ano: 2023. Idioma original: inglês. Distribuidora: Universal Pictures. Direção: Alexander Payne. Roteiro: David Hemingson. Elenco: Paul Giamatti, Da’vine Joy Randolph, Carrie PrestonSinopse: Um instrutor rabugento desenvolve um vínculo com um encrenqueiro da escola e o cozinheiro-chefe.

Sala 3 (legendado) - De 11 a 17 de janeiro: 15h30 e 20h40

Trailer de "Os Rejeitados"

Seguem em cartaz no Cineflix Santos


"
Wish: o Poder dos Desejos"
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Wish"). Ingressos on-line neste linkGênero: animaçãoClassificação: livre. Duração: 1h32. Ano: 2024. Idioma original: inglês. Distribuidora: Walt Disney Studios. Direção: Chris Buck e Fawn Veerasunthorn. Roteiro: Jennifer Lee, Allison Moore e Chris Buck. Elenco brasileiro: Luci Salutes (Asha), Raphael Rossatto (Rei Magnifico), Marcelo Adnet (Valentino), Shallana Costa (Rainha Amaya), Carlos Campanile (Sabino), Letícia Soares (Sakina), Maíra Paris (Dahlia) e Vagner Fagundes (Simon)Sinopse: no reino mágico de Rosas, Asha faz um desejo tão poderoso que é atendido por uma força cósmica: uma pequena esfera de energia ilimitada chamada Star. Juntas, Asha e Star enfrentam um inimigo formidável: o governante de Rosas, Rei Magnifico. Elas fazem de tudo pra salvar a comunidade e provar que muitas coisas maravilhosas podem acontecer.

Sala 3 (dublado) - De 11 a 17 de janeiro: 14h35, 16h40 e 18h45

Trailer de "Wish: o Poder dos Desejos"


"Patos" ("Migration"). Ingressos on-line neste linkGênero: animaçãoClassificação: livre. Duração: 1h31. Ano: 2023. Idioma: português. Distribuidora: Universal Pictures. Direção: Benjamin Renner e Guylo Homsy. Roteiro: Mike White e Benjamin Renner. Elenco: Kumail Nanjiani (Gil Mesquita), Elizabeth Banks (Evie Saide), Danny DeVito, Caspar Jennings (Renzo Cardoso), Tresi Gazal (Lívia Torres), Keegan-Michael Key (Carlos Gesteira e Alexandro Borba), Awkwafina (Teline Carvalho)Sinopse: uma família de patos decide deixar a segurança de um lago da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, para se aventurar na Jamaica. No entanto, seus planos são frustrados quando eles se perdem e acabam na cidade de Nova Iorque.

Sala 4 (dublado) - De 11 a 17 de janeiro: 14h45, 16h50 e 18h55

Trailer de "Patos!"


"Aquaman 2: O Reino Perdido" (
"
Aquaman and the Lost Kingdon"Ingressos on-line neste linkGênero: ação, fantasiaClassificação: 12 anos. Duração: 2h04. Ano: 2023. Idioma: inglês. Distribuidora: Warner Bros. Pictures Brasil. Direção: James Wan. Roteiro: David Leslie Johnson. Elenco: Jason Momoa (Aquaman), Patrick Wilson (Mestre do Oceano), Amber Heard (Mera), Yahya Abdul-Mateen II (Manta Negra), Nicole Kidman (Atlanna), Indya Moore (Karshon), Willem Dafoe (Nuidis Vulko)Sinopse: assim que um antigo poder é libertado, Aquaman deve forjar um perigoso acordo com um aliado improvável para proteger Atlântida e o mundo de uma devastação irreversível.

Sala 4 (legendado) - De 11 a 17 de janeiro: 21h00

Trailer de "Aquaman 2: O Reino Perdido"


"Mamonas Assassinas: o Filme" (nacional) Ingressos on-line neste linkGênero: comédia dramáticaClassificação: 12 anos. Duração: 1h35. Ano: 2023. Idioma: português. Distribuidora: Imagem Filmes. Direção: Edson Spinello. Roteiro: Carlos Lombardi. Elenco: Ruy Brissac (Dinho), Rhener Freitas (Sérgio Reoli), Adriano Tunes (Samuel Reoli), Robson Lima (Júlio Rasec), Beto Hinoto (Bento), Fefe Schneider (Adriana), Jessica Córes (Claudia), Jarbas Homem de Mello (Hildebrando), Guta Ruiz (Célia), Joãozinho (Marcos), Isa Prezoto (Grace Kelly), Ton Prado (Enrico Costa), Nadine Gerloff (Fânia) e Patrick Amstalden (Zaca). Sinopse: os amigos Dinho, Júlio, Bento, Sérgio e Samuel se juntam para formar um dos grupos mais inesperados e inicialmente desacreditados pelo grande público, os Mamonas Assassinas. Com um potencial estrondoso, o quinteto enfrenta muitas tentativas frustradas para conseguir mostrar que pode ser a próxima grande banda do Brasil.

.: "Mamonas Assassinas: O Filme" usa trama rocambolesca em história real

Sala 1 (nacional) - De 11 a 17 de janeiro: 18h20 e 20h30

Trailer de "Mamonas Assassinas: o Filme"


"Minha Irmã & Eu" (
nacional) Ingressos on-line neste linkGênero: comédia românticaClassificação: 12 anos. Duração: 2h04. Ano: 2023. Idioma: inglês. Distribuidora: Paris Filmes. Direção: Susana Garcia. Roteiro: Susana Garcia, Ingrid Guimarães, Fil Braz, Leandro Muniz, Célio Porto. Elenco: Ingrid Guimarães (Mirian), Tatá Werneck (Mirelly), Arlete Salles (Dona Márcia),  Chitãozinho (Ele mesmo), Dani Ornellas (Agente), George Sauma  (Confortin)Sinopse: As irmãs Mirian e Mirelly nasceram em Rio Verde, no interior de Goiás. Elas não realizaram o sonho da mãe, Dona Márcia, de se tornarem uma dupla sertaneja. Além das irmãs terem seguido caminhos opostos, elas vivem às turras.

Sala 2 (nacional) - De 11 a 17 de janeiro: 18h10

Trailer de "
Minha Irmã & Eu"


"
Wonka" (
"Wonka"
Ingressos on-line neste linkGênero: fantasia, musical, aventura, comédiaClassificação: 12 anos. Duração: 1h56. Ano: 2023. Idioma: inglês. 
Distribuidora: Warner Bros. Pictures. Direção: Paul King (VII). Roteiro: Paul King (VII), Roald Dahl, Simon RichSimon Rich. Elenco: Timothée Chalamet (Willy Wonka), Hugh Grant (Lofty), Sally Hawkins, Rowan Atkinson, Olivia Colman, Mathew Baynton, Simon Farnaby, Kobna Holdbrook-SmithSinopse: A história se concentra em um jovem Willy Wonka e como ele conheceu os Oompa-Loompas.

Sala 1 (dublado) - De 11 a 17 de janeiro: 15h30

Trailer de 
"Wonka"

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

.: "Caixão de Vidro": novo livro de Heloísa Cardoso aborda relacionamento abusivo


Em 2017, a premiada autora teatral Heloísa Cardoso acusou um famoso dramaturgo paulista de ter mantido um relacionamento abusivo com ela durante seis anos. A denúncia foi feita por meio de um vídeo na antiga página de Facebook “Contra o Machismo nas Artes” e teve mais de 1 milhão de visualizações. Agora, seis anos depois desse episódio, a experiência se transformou no livro autoficcional “Caixão de Vidro”, publicado pela editora Reformatório.

A obra marca a estreia da dramaturga e roteirista no universo da prosa. Escrito em capítulos curtos, como se fosse um diário, o livro começa com a protagonista recebendo uma mensagem suicida de seu amante mais velho e adoecido. A partir desse momento, os leitores acompanham toda a narrativa em retrospectiva, descobrindo todos os fatos que levaram a esse momento extremo.   

A história transcorre ao longo de nove anos, de 2009 a 2017, período em que a personagem principal está em transformação, da adolescência para a fase adulta. Nesse momento tão complexo de sua vida, a jovem experimenta um amor proibido com um homem 15 anos mais velho, repleto de expectativas, promessas e manipulações. 

Ao mesmo tempo, quando a protagonista, já mais velha, investiga o suicídio com mais profundidade, descobre que nada é o que parece e vivencia uma transformação brutal. E o que deveria ser um romance digno de conto de fadas vira um pesadelo traumático. “Para escrever, busquei acontecimentos na memória, além de relatos em meus diários antigos. Para além de uma história pessoal sobre abuso psicológico, o livro é uma reflexão sobre a espera de mulheres pelo amor romântico. Essa espera é estimulada em meninas desde muito cedo em nossa sociedade, com contos de princesas que adormecem enquanto o príncipe não chega”, conta Heloísa Cardoso. A publicação de "Caixão de Vidro" foi contemplada pelo Edital ProAC 47/2022. Compre o livro “Caixão de Vidro”, de Heloísa Cardoso, neste link.


Sobre Heloísa Cardoso
Nascida em 1991 em São Bernardo do Campo (SP), Heloísa Cardoso é escritora, dramaturga, roteirista e Mestra em Direção Teatral pela University of Essex (Inglaterra). Escreveu e dirigiu diversas peças, com destaque para “MANUAL dois pontos Insaciável barra Mórbida”, que foi vencedora do II Concurso Jovens Dramaturgos e publicada pela Escola Sesc de Ensino Médio, e “A Encomenda”, contemplada pelo Edital ProAC 34/2017 e publicada pela Editora Patuá. Garanta o seu exemplar de “Caixão de Vidro”, escrito por Heloísa Cardoso, neste link.

.: "Momo e o Senhor do Tempo", de Carla Candiotto, estará no Sesc Consolação


A premiada diretora (APCA, Prêmio São Paulo e Prêmio Governador do Estado) convida crianças e suas famílias a refletirem sobre o significado do tempo. Foto: João Caldas Filho


Adaptação teatral do livro "O Senhor do Tempo", de Michael Ende, o espetáculo "Momo e o Senhor do Tempo" estará de 13 de janeiro até 24 de fevereiro, sábados, às 11 horas, dia 25 de janeiro, quinta-feira, sessão especial, às 11h00, no Sesc Consolação, Teatro Anchieta em São Paulo. Prêmio Governador do Estado e vários troféus APCA, a diretora apresenta mais uma criação que segue a proposta de dialogar com crianças e adultos, predominantemente por meio do humor, com tiradas inteligentes.

Com cenário de André Cortez, iluminação de Wagner Freire, figurino de Chris Aizner e direção de produção de Mauricio Schoffen Schneider, "Momo" tem o elenco formado pelos atores Camila Cohen, Eric Oliveira, Ernani Sanchez, Fabrício Licursi e Victor Mendes, todos de forte tendência corporal, com vasta experiência e relevância no cenário teatral brasileiro.


Homens de Cinza e sua missão de roubar o tempo das pessoas
Escrita a seis mãos, por Carla Candiotto, Victor Mendes e Aline Moreno, a adaptação retrata a importância do tempo na vida das pessoas e a melhor forma de aproveitá-lo.  A menina Momo (Camila Cohen) aparece misteriosamente em uma cidade e vai morar nas ruínas de um antigo teatro abandonado. Lá, onde as crianças desaprenderam de brincar, pouco a pouco ela as ensina a redescobrir esse prazer. Com empatia e atenção, ouve as pessoas, valoriza a relação entre os amigos, os encontros e as ideias diferentes.

Tudo parece fazer sentido até que um acontecimento inesperado tira o sossego de todos. Os Homens de Cinza surgem com a finalidade clara de comprar o tempo das pessoas. O tempo para a brincadeira, o tempo para conversar com os amigos, o tempo de olhar as formigas, ou passear, é roubado e trocado por uma moeda que deixará todos tristes. A missão dos Homens de Cinza é convencer as pessoas de que elas devem “economizar” seu tempo, entregando-o a eles. Na real, eles sugam e estocam o tempo do povo com a desculpa de ajudar a poupar mais. Momo e seus amigos precisam agir rapidamente. Precisam de um plano para enfrentar o inimigo e recuperar o “tempo perdido” de todos.

Há um prólogo na peça. Amigo da Momo, Beppo (Victor Mendes) anda de bicicleta e se questiona: “Como inventar uma história? De onde vem as histórias? Quando elas precisam nascer? Para que precisamos dela?” Ele está procurando uma história para viver. Está precisando de uma. Dizem que as histórias te escolhem, dizem que elas são tão poderosas que você não consegue mudá-las, uma vez que elas existem.

“A história é sobre uma menina heroína, é sobre amizade, carinho e o respeito entre os cidadãos de uma pequena vila. Beppo e Gigi são os amigos guardiões de Momo, a escolhida pelo senhor do tempo para devolver o tempo das pessoas no mundo”, resume Carla Candiotto.

Durante a quarentena da pandemia, Carla atuou em O Despertar, de Dario Fo, com direção de Neyde Veneziano, e dirigiu outras três peças (entre eles, O Gabinete de Curiosidades), além do projeto Quarentena de Histórias, com a companhia de teatro da Prefeitura de Jundiaí. Nesse tempo houve duas tentativas de ensaiar Momo - a primeira no começo da crise sanitária, início de março de 2020, e a segunda em 2021. Também em 2021, Candiotto dirigiu as apresentações do projeto musical Concertos na Serra, de forma presencial, em Jundiaí.


Adaptação instiga reflexão sobre o tempo
A ideia de adaptar Momo e o Senhor do Tempo, de Michael Ende, para um espetáculo teatral infantojuvenil surgiu da necessidade de discutir e refletir com crianças, jovens e seus familiares sobre o significado do tempo, atualmente. “Vivemos em uma época em que as pessoas vêm se esquecendo do que importa e têm se distanciado cada vez mais delas mesmas e de suas pessoas queridas”, comenta Carla.

Muitas crianças já não sabem mais brincar, porque seus pais não têm mais tempo para lhes ensinar e as largam em frente da TV, do computador e celular. “Encontramos nesta obra visionária, ganhadora do Prêmio de Literatura Juvenil alemã e do Prêmio Europeu de Livros para a Juventude, uma história de aventura sobre uma criança que, por ser corajosa e confiar em si mesma, conseguiu recuperar o tempo de sua cidade, para se divertir e imaginar coisas”, diz a encenadora.


Cenário e adereços
Para contar esta história e seguir a recomendação do autor ao sugerir um cenário criativo, a diretora convidou André Cortez uma cenografia não literal, criativa. Concebido a partir de provocação da encenadora, da necessidade de um espaço que fluísse de acordo com a dramaturgia, que fosse mudando com a história, o cenário é composto de 60 caixas de madeira.

Retangulares, as caixas são manipuladas em cena pelos atores para criar espaços imaginários na cabeça do público. Elas são o barco, o banco da praça, a cadeira do barbeiro e até dão vida à personagem da tartaruga Casiopeia.  “Elas ajudam a contar a história, sugerem os ambientes ao serem movimentadas e colocadas em variadas posições. E o grande lance é movimentar esses elementos cênicos sem que as pessoas percebam e imediatamente visualizem o que se quer mostrar”, diz Carla.

“As caixas se condensam e expandem de acordo com o desenho proposto, o que demanda presença e agilidade dos atores, de modo que essas ações também podem ser incorporadas na narrativa e não apenas ser uma mudança de espaço. As caixas são usadas conforme a necessidade e podem virar qualquer outro objeto, até mesmo uma personagem importante como a tartaruga Casiopeia”, explica o cenógrafo.

Os adereços seguem a simplicidade de formas, sem cores, ou melhor, na cor crua da madeira, lembrando os brinquedos Waldorf, intencionalmente incompletos nas suas formas. “Onde a imaginação das crianças é estimulada a complementar as cores e texturas dos objetos”, comenta Cortez.

“Foi um processo coletivo bem gostoso a que nos propusemos dentro dessa realidade tão dura em que estávamos (e ainda estamos). Foi uma pequena bolha de afeto, assim com a peça se propõe a ser”, comenta André sobre o processo de criação. “Eu, Carla e minha assistente Stephanie Fretin tivemos um bom tempo durante a pandemia para buscar soluções e alternativas e brincarmos com essas peças e discutirmos as possibilidades de transformações desejadas dos espaços mencionados no texto.”


Figurino, luz e música
Para contrapor ao cenário, a concepção de Candiotto para o figurino seguiu uma linha oposta. Assim, as peças, criadas por Chris Aizner, remetem ao teatro clássico. O criativo procurou atualizar as questões abordadas no texto, de forma lúdica e livre. “O universo da Momo se mistura a nossa realidade, dos afetos frente à virtualidade dos tempos atuais. Exemplo disto é a busca de texturas e formas humanizadas em cores e padronagens e a frieza do chamado 'vil metal'. Para pessoas de todas as idades se divertirem e também refletirem sobre o que é tempo, a ideia de memória, e o que desejamos de verdade”, afirma Chris.

São pouco mais de 20 trocas de figurinos e 5 atores. “Utilizei materiais variados, desde tecidos antigos, da década de 1950 (garimpados) até os de nova tecnologias, e também os ecotecidos. Uma mistura de tempos e épocas na linguagem dos materiais. Cores fortes e vibrantes para os personagens que rodeiam a vida da Momo, em contraste com os cinzas dos seres cinzentos, que aqui traduzi o cinza no metalizado, industrial, das moedas - que nos fazem correr tanto atrás de tempo.” A luz de Wagner Freire cria sombras, aumenta e diminuiu os volumes, além de mudar o tom dos elementos cênicos. A música de Marcelo Pellegrini tem inspiração no cinema, vem de temas grandiosos e clássicos.


Teatro físico e cômico
O projeto é a primeira realização da Candiotto Produções, no sentido de produzir integralmente um espetáculo e sua circulação. Até hoje, além de dirigir por 20 anos a companhia Le Plat du Jour, Carla tem trabalhado como diretora em produções de grande porte, representada por sua empresa, fundada em 2011. Momo e o Senhor do Tempo foi contemplado na 10ª Edição do Prêmio Zé Renato de Apoio à Produção e Desenvolvimento da Atividade Teatral para a Cidade de São Paulo – 2019, e realizou, no início de 2022, uma temporada de apresentações gratuitas na cidade de São Paulo, de modo presencial ou à distância, dependendo do controle da pandemia no momento.

Este projeto, já aprovado na Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal, contemplou a realização de uma segunda temporada da peça em cinco cidades, com dezesseis apresentações em São Paulo (SP), duas no Rio de Janeiro (RJ), duas em Belo Horizonte (MG), duas em Porto Alegre (RS) e duas em Brasília (DF), em teatros com capacidade de cerca de 350 lugares.


Ficha técnica
Espetáculo "Momo e o Senhor do Tempo - A Extraordinária História dos Ladrões de Tempo e da Criança que Trouxe de Volta às Pessoas o Tempo Roubado". Baseado na obra de mesmo nome de Michael Ende. Direitos autorais de Michael Ende representados por Editora Verlag Für Kindertheater. Texto: Carla Candiotto, Victor Mendes. A partir do romance original de Michael Ende. Direção: Carla Candiotto. Assistente de Direção: Camila Brandão. Elenco: Camila Cohen, Eric Oliveira, Ernani Sanchez, Fabrício Licursi, Victor Mendes e Pedro Arrais (stand-in).  Cenografia e adereços: André Cortez. Figurinos: Chris Aizner. Iluminação: Wagner Freire. Trilha Sonora Original: Marcelo Pellegrini. Design Gráfico: Geysa Bernardes. Coreografia: Gisele Calazans e Roberto Alencar. Colaboração Dramatúrgica: Aline Moreno. Preparação de ator: Thiago Amaral. Assistente de direção: Camila Brandão. Assistente de cenografia: Stephanie Fretin de Freitas. Cenotécnico: Marcelo de Andrade e Isaac Tiburcio. Confecção de Figurinos: Ateliê Judite de Lima. Fotografia: João Caldas. Assessoria de Imprensa: ArtePlural – Fernanda Teixeira. Gestão de Mídias Sociais: Príscila Galvão. Consultoria Jurídica: Martha Macruz. Coordenação de Produção: Maurício Schoffen Schneider. Produção: Candiotto Produções. Realização: Sesc São Paulo.


Serviço
Espetáculo "Momo e o Senhor do Tempo - A Extraordinária História dos Ladrões de Tempo e da Criança que Trouxe de Volta às Pessoas o Tempo Roubado". Sesc Consolação - Teatro Anchieta. De 13 de janeiro a 24 de fevereiro, sábados, às 11h. Rua Dr. Vila Nova, 245 - São Paulo. Informações: (11) 3234-3000; Capacidade do teatro: 280 lugares. Idade mínima: livre. Duração: 60 minutos. Ingressos: R$ 10,00 (credencial plena/trabalhador no comércio, turismo ,e serviços, matriculados no Sesc e dependentes), R$ 15,00 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino, ID Jovem, PCD e seus acompanhantes) e R$ 30,00 (inteira). Gratuidade para crianças até 12 anos. Vendas de ingressos on-line no site https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/ e no App Credencial Sesc SP, e nas bilheterias das Unidades do Sesc. https://www.sescsp.org.br/programacao/momo-e-o-senhor-do-tempo-6/

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