terça-feira, 9 de janeiro de 2024

.: Tiago Abravanel inova com audições no TikTok para o musical "Hairspray"


O ano de 2024 será de muito trabalho para Tiago Abravanel. O ator e cantor adquiriu os direitos do musical “Hairspray”, para estrear no Brasil, em data e local que serão anunciados em breve. As inscrições para as audições já têm data e formato inédito confirmados. Pela primeira vez no Brasil, elas serão feitas por uma página especial dentro do Tik Tok, a partir do dia 17 de janeiro.

“Hairspray” conta a história da jovem estudante, que sonha em se apresentar em um programa musical nos Estados Unidos. A narrativa é ambientada nos anos 60 e, por ser uma garota gorda, sofre certa resistência para estar na televisão.

Para Tiago, iniciar as audições pelo TikTok democratiza e oferece visibilidade sobre a participação de todos, o que está alinhado com a história do musical. “Acho importante que o processo de escolha do elenco seja o mais aberto e democrático possível, dando espaço para todos que quiserem se inscrever. Afinal, estamos falando da jornada de personagens incríveis e inclusivos, como Tracy Turnblad, conta Abravanel.

 Por meio do perfil do TikTok, todos poderão acompanhar o tutorial de participaçao, material editorial e os vídeos de todos os inscritos”, completa. Todas as informações sobre as audições serão disponibilizadas no perfil @hairspraybrasil.

O currículo de Tiago Abravanel em musicais é extenso. Começou sua carreira aos 17 anos, estudando na Teen Broadway. Em 2007 integrou o elenco de Miss Saigon e em 2009, participou do elenco de “Hairspray’, como substituto de Edson Celulari, o que foi a realização de um sonho para ele. Em 2011, interpretou Tim Maia no musical “Tim Maia - Vale Tudo”, que considera um divisor de águas na sua carreira. 

Atuou também em “Meu Amigo, Charlie Brown - Um Musical da Broadway”, quando viveu o personagem Snoopy (2015), no espetáculo “A Pequena Sereia”, como o caranguejo Sebastião (2018) e recentemente viveu Vlad, em “Anastasia”. O espetáculo, apresentado pelo Ministério da Cultura e Brasil Prev, conta com o patrocínio da Vivo e Karina, além do copatrocínio do PWC, Instituto Yduqs e Shell.

.: TV Globo exibe documentário "8/1 - A Democracia Resiste"


Exibido neste domingo na GloboNews, "8/1 - A Democracia Resiste" vai ao ar na TV Globo, nesta quarta-feira, dia 10. Foto: Globo/ Henrique Picarelli

Na semana em que completa um ano da invasão e dos atos de vandalismo às sedes do Três Poderes em Brasília, a TV Globo exibe nesta quarta-feira, dia 10, o documentário "8/1 - A Democracia Resiste". O filme dos jornalistas Julia Duailibi e Rafael Norton, que também dividem direção e roteiro, exibido originalmente pela GloboNews, mostra imagens inéditas dos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, reconstitui hora a hora a tentativa de golpe e revela como autoridades dos Três Poderes agiram nos bastidores para proteger a democracia brasileira.

“O ineditismo gira em torno de dois polos que conduzem nossa narrativa: a sala de situação do presidente Lula em Araraquara para definir a resposta e um encontro tarde da noite entre ministros civis com o comandante do Exército. Aquilo foi muito tenso. E, por pouco, aquela negociação, feita para esvaziar o acampamento dos manifestantes na frente do QG do Exército, não degringolou”, conta Julia.     

O longa mostra também uma imagem exclusiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conversando com o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, sobre os ataques que aconteciam naquele exato momento. A equipe também refez alguns caminhos com os agentes de segurança que participaram da contenção dos atos golpistas e entrevistou autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre Moraes; os ministros da Justiça, Flávio Dino, da Defesa, José Múcio Monteiro, da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo; o interventor do Distrito Federal, Ricardo Capelli; e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva; além de integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da segurança do Senado e das forças de segurança do Distrito Federal. A produção também conversou com militares, que não quiseram gravar entrevista. O filme, que está disponível no Globoplay para todos os assinantes da plataforma, tem produção de Jéssica Valença, Henrique Picarelli, Carolline Leite e Bárbara Carvalho.

O documentário "8/1 - A Democracia Resiste" vai ao ar nesta quarta-feira, dia 10, logo após o "BBB24". Na sequência, vai ao ar o terceiro episódio de "Xuxa, o Documentário", série documental sobre a vida e a carreira de Xuxa Meneghel.

.: Mateus Ribeiro em palestra para desvendar segredos da carreira de ator


O ator, intérprete de personagens icônicos em espetáculos como "Bob Esponja, o Musical", "Chaves - Um Tributo Musical" e "Sweeney Todd - O Musical", integra uma programação exclusiva para alunos do curso São Paulo na Broadway

Os alunos matriculados no curso "São Paulo na Broadway" terão uma oportunidade única de se aprofundar no universo da carreira de ator em uma palestra exclusiva com o renomado ator Mateus Ribeiro. O evento, intitulado "Talk com Mateus Ribeiro", está agendado para o dia 13 de janeiro de 2024, sábado, às 14 horas, e será realizado no Studio Arte Movimento, em São Paulo.

Mateus Ribeiro, reconhecido por sua notável trajetória no mundo das artes cênicas, compartilhará sua experiência e insights sobre a profissão de ator, oferecendo aos participantes uma visão privilegiada do que é necessário para prosperar no mundo do teatro e do entretenimento.

Durante o Talk, os participantes terão a chance de aprender com a jornada do ator, absorvendo dicas práticas, histórias e conselhos sobre como se destacar e construir uma carreira sólida como ator. Para mais informações sobre o evento ou inscrições, basta acessar este link.


Mateus Ribeiro
Vencedor do Prêmio Bibi Ferreira 2021 de Melhor Ator em Musicais, Mateus entrou em 2018 para a cobiçada lista “Under 30”, da Revista Forbes na categoria Artes/Entretenimento, como um dos jovens com menos de 30 anos mais promissores do país. Foi eleito pelo crítico Miguel Arcanjo Prado um dos melhores atores de teatro do país por dois anos consecutivos, ao lado de nomes como Jô Soares e Fernanda Montenegro. 

Atualmente Mateus está em cartaz com o espetáculo The Boys In The Band, primeiro espetáculo no mundo com temática LGBTQIA+, onde interpreta Michael, e seu trabalho também pode ser visto interpretando Túlio no filme “Depois do Universo” da Netflix, o personagem Matheus na série “Use Sua Voz” da HBO MAX e também o vilão Jorge Badaborge na 5ª temporada de “Bugados”, do Gloob. Indicado ao Prêmio do Humor 2021, idealizado por Fabio Porchat, Mateus protagonizou os espetáculos “Chaves - um Tributo Musical” e  “Peter Pan - O musical da Broadway” e por eles levou prêmios de melhor ator, como o Broadway World Brazil Awards 2019, Prêmio Reverência 2018 e o Prêmio Destaque Imprensa Digital 2018. 

Em 2020 Mateus deu início a sua carreira solo como compositor, cantor e diretor, com o single/videoclipe “João Ninguém” e “Reticências”, disponíveis no Youtube e em todas as plataformas digitais. Em 2023 Mateus protagonizou “Bob Esponja o Musical da Broadway” além de ter dado vida a Santos Dumont, ao lado de Cassio Scapin no musical “Além do Ar”. Em seus trabalhos mais recentes se destacam:  “Sweeney Todd”, interpretando Tobias Ragg, contracenando ao lado de Rodrigo Lombardi, e de “Cabaret dos Bichos” do Núcleo Experimental, interpretando Ginger/Gogó.


Serviço
Palestra com Mateus Ribeiro: "Desvendando os Segredos da Carreira - Uma Conversa sobre a Vida de Ator"
Dia 13 de janeiro, sábado, 14h. Studio Arte Movimento. Rua Virgílio, 108 - Parque da Vila Prudente / São Paulo.


Curso - São Paulo na Broadway
De 8 e 26 de janeiro de 2024, com turmas às segundas, terças, quartas, quintas e sextas. Studio Arte Movimento. Studio Arte Movimento. Rua Virgílio, 108 - Parque da Vila Prudente / São Paulo. Classificação etária: 13 anos


Espetáculo in Concert
Dia: 27 de janeiro, sábado, às 20h. Teatro Gamaro. Rua Dr. Almeida Lima, 1176 - Mooca/São Paul. Duração: aproximadamente 90 minutos. Classificação: livre. Capacidade: 762 lugares. Inscrição pelo link.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

.: "Grafias de Vida", de Silviano Santiago, defende escrita selvagem e libertária


Referência incontornável no campo dos estudos literários, Silviano Santiago possui produção extensa, entre romances, contos e ensaios. O premiado autor e influente crítico foi pioneiro ao propor uma abordagem histórica de nossa literatura que mobilizasse ideias das teorias pós-coloniais. "Grafias de Vida - A Morte" dá nova prova da criatividade e perspicácia discursiva de Santiago, em um estilo que lhe é próprio. 

Nos ensaios reunidos no livro, encontramos, entre outros temas, a crítica ao cânone único e ocidentalizante, a defesa de uma escrita selvagem e libertária, a problematização da domesticação, conceito caro ao autor, além de reflexões sobre o espaço e tempo do fazer artístico. Nas palavras do escritor, "são grafias desequilibradas de vida, que propõem a busca de equilíbrio entre o sentimento de mundo e o sentimento da vida, entre a mesa posta e a cadeira onde se toma assento, entre o corpo na casa e o pé no mundo, entre o alimento e a fome, entre o tronco de buriti do sertão e a ridícula cadeirinha ouro-pretana". Compre o livro "Grafias de Vida - A Morte", de Silviano Santiago, neste link.


Sobre o autor
Silviano Santiago nasceu em Formiga (MG), em 1936. Sua vasta obra inclui romances, contos, ensaios literários e culturais. Doutor em letras pela Sorbonne, Silviano começou a carreira lecionando nas melhores universidades norte-americanas. Transferiu-se posteriormente para a PUC-Rio e é, hoje, professor emérito da UFF. Foi cinco vezes premiado com o Jabuti. Pelo conjunto da produção literária, ganhou o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras e o José Donoso, do Chile. Recebeu do governo francês a distinção de Officier dans l'Ordre des Arts et Lettres e Chevalier dans l'Ordre des Palmes Académiques. Ganhou o prêmio Camões de 2022. Seus livros estão traduzidos em várias línguas. Silviano vive hoje no Rio de Janeiro. Garanta o seu exemplar de "Grafias de Vida - A Morte", escrito por Silviano Santiago, neste link.

.: "O Profeta", releitura filosófica da obra de Gibran Khalil Gibran, no teatro


Aclamado pelo público e pela crítica, espetáculo volta a São Paulo, nesta sexta-feira, dia 12 de janeiro, para uma curta temporada no Teatro Bravos. Foto: Marlon Maikon


"O Profeta"
é um dos livros mais lidos do mundo. A obra de Khalil Gibran trata de temas como o amor, filhos, trabalho, alegria, tristeza e morte entre outros. Publicado em 1923, no ano de seu centenário ganhou uma releitura filosófica assinada por Lúcia Helena Galvão. Inédita nos palcos do país, a montagem é sucesso desde a sua estreia em Fortaleza, em 2022. O espetáculo foi apresentado no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém e retorna a São Paulo para uma curtíssima temporada no Teatro Bravos. Serão 9 apresentações, de 12 de janeiro a 4 de fevereiro.

No espetáculo, o profeta All Mustafa está prestes a embarcar em um navio para retornar a sua terra natal após um ciclo de 12 anos de exílio na cidade de Orfhalese. No dia da partida, antes da chegada iminente de seu navio, os habitantes da pequena cidade pedem a ele que lhes fale sobre as questões fundamentais da condição humana. E assim, o profeta responde com reflexões que, na sua aparente simplicidade, revelam uma compreensão profunda da vida e do processo de existir.

A montagem repete a parceria entre Galvão e o encenador Luiz Antônio Rocha, (indicado ao prêmio Shell 2019 por "Paulo Freire, o Andarilho da Utopia"), iniciada com a bem sucedida "Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio". “Foi na busca para melhorar o mundo e o ser humano, por meio do teatro e da filosofia, que surgiu este novo projeto, onde o amor é o fio condutor da história e nos faz redescobrir o papel do coração”, fala o diretor sobre o espetáculo.

No papel título, o músico e cantor libanês Sami Bordokan. “Fiquei receoso quando fui convidado para o monólogo já que O Profeta é meu livro de cabeceira desde garoto e sabia da entrega para o papel, mas aceitei o desafio”, fala Sami, que viveu a sua juventude em um vilarejo no norte do Líbano. Pesquisador de música árabe clássica e folclórica, seu estilo de tocar o alaúde e de cantar, incluindo o místico canto oriental, é único. Em cena ele está acompanhado de William Bordokan que apresenta uma variedade de sons e ritmos, utilizando outros instrumentos ancestrais como a flauta nay, a rabab e a derbak. Os irmãos ainda assinam a direção musical.

Em 12 ensaios poéticos, baseados na obra de Gibran, a história desafia o vazio e descortina a beleza da vida em temas profundos abordados com a ternura e a sabedoria que vem do Oriente. Numa atmosfera de enlevo e encantamento a peça é um convite para sermos dignos da vida e a viver ao nível do que há de mais elevado em nós.

Ficha técnica
Espetáculo “O Profeta”. 
Texto: Lúcia Helena Galvão. Interpretação: Sami Bordokan. Encenação: Luiz Antônio Rocha. Participação especial: William Bordokan. Cenário e figurinos: Eduardo Albini. Projeto de luz: Ricardo Fujii. Direção musical: Sami Bordokan e William Bordokan. Assistente de direção: Hanna Perez. Vídeo mapping: Júlio Mauro / Cine Mauro. Direção de arte: Eduardo Albini. Preparação corporal e direção de movimento: Hanna Perez. Caracterização: Mona Magalhães. Adereços e efeitos: Nilton Araújo. Artista têxtil: Priscila Pires. Costureira: Marcela G. F. Artusi. Parceria: Nova Acrópole Brasil. Produção executiva: Luiz Antônio Rocha. Produção: Espaço Cênico Produções Artísticas.


Serviço
Espetáculo “O Profeta”. 
Texto: Lúcia Helena Galvão. Interpretação: Sami Bordokan. Encenação: Luiz Antônio Rocha. Participação especial: William Bordokan. Estreia: dia 12 de janeiro, sexta-feira, às 20h. Temporada: de 12 de janeiro a 4 de fevereiro, sábados às 20h e domingos, às 17h. Ingressos: R$ de 70,00 a R$ 160,00. Duração: 80 minutos. Recomendação: livre. Ingressos on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/88448?utm_source=site-symplabileto-production&utm_medium=webapp_share&utm_campaign=webapp_share_event_88448. Bilheteria: de terça a domingo, das 13h00 às 19h00, ou até o início do último espetáculo. Formas de pagamento aceitas na bilheteria: aceitam todos os cartões de crédito, débito e dinheiro. Não aceitam cheques. Local: Teatro Bravos. Rua Coropé, 88 - Pinheiros / São Paulo. Complexo Aché Cultural, entre as Avenidas Faria Lima e Pedroso de Morais. Abertura da casa: 1 horas antes de cada horário de espetáculo. Café no 3º andar. Capacidade da casa: 611 lugares . Acessibilidade para deficiente físico e obesos. Estacionamento: MultiPark - R$ 39,00 (até três horas). Respeitando a acessibilidade, o Teatro Bravos ainda conta com elevadores e escadas rolantes de acesso à sala de espetáculos em todos os andares, além de seis posições para cadeirantes e seis poltronas para obesos.

.: Eduardo Martini interpreta dona de casa em "Aleluia: um Estouro de Mulher"


Em monólogo escrito por Márcio Azevedo e Ricky Hiraoca, Eduardo Martini vive uma sobrecarregada dona de casa que, sem querer, explode o fogão na noite de Natal. Foto: Erik Almeida


Quem não conhece uma mulher que se divide em mil para dar conta da família e dos afazeres domésticos e esquece de se priorizar? Em "Aleluia: um Estouro de Mulher", o ator Eduardo Martini encara com graça e competência uma personagem tipicamente brasileira: a mãe de família, que se sacrifica pelo marido e pelos filhos, que faz de tudo para manter a casa em ordem e que acaba deixando de lado os próprios sonhos.

Aleluia casou-se com o primeiro namorado, tem uma filha adolescente que não valoriza seu esforço para manter a família unida e feliz e cuida da sogra Matusalém, uma senhora com idade indefinida entre os 100 e a morte. Quando Ding Dong, um astro aposentado do universo pornográfico, se muda para a vila onde mora Aleluia, a dona de casa desenvolve uma paixão platônica pelo vizinho e redescobre o prazer de viver.

Encorajada pela melhor amiga, a desbocada Mamute, Aleluia passa acreditar que é só uma questão de tempo até que ela e Ding Dong vivam um tórrido romance. Na noite de Natal, quando acredita que Ding Dong e ela ficarão juntos, um fato inesperado vem à tona e, Aleluia, num mix de revolta, mágoa e decepção, acaba explodindo o fogão enquanto prepara a ceia, o que a leva para uma delegacia

Entre confissões inusitadas sobre a vida conjugal e reflexões bem-humoradas sobre problemas familiares, Aleluia: Um Estouro de Mulher é um retrato tragicômico sobre uma figura que merece ser mais valorizada pela sociedade: a mãe de família que se dedica a cuidar do lar. "Aleluia: um Estouro de Mulher" foi escrito pelo dramaturgo Márcio Azevedo e pelo roteirista Ricky Hiraoka e tem direção de Viviane Alfano.


Serviço
Espetáculo "Aleluia, um Estouro de Mulher". Texto: Márcio Azevedo e Ricky Hiraoka. Direção: Viviane Alfano. Elenco: Eduardo Martini. Gênero: comédia. Duração: 60 minutos. Recomendação: 12 anos. Temporada: sextas, às 21h por tempo indeterminado. Ingressos: R$ 60,00 (inteira) | R$ 30,00 (meia-entrada). Bilheteria: abre 1h30 antes do espetáculo. Ingressos on-line: https://bileto.sympla.com.br. Teatro União Cultural - 269 lugares. Rua Mario Amaral, 209 - Paraíso/São Paulo. Estação Metrô Brigadeiro. Telefone: (11) 3885-2242.

.: “Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio" volta para apenas sete apresentações


Espetáculo chega para a quarta temporada em São Paulo no dia 12 de janeiro para apenas sete apresentações desse impecável sucesso de público e crítica. Foto: Flávia Canavarro.


Fenômeno de 2023, o monólogo “Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio" retorna ao palco do Teatro B32 onde iniciou a sua trajetória vitoriosa, com temporadas ininterruptas, sessões lotadas e críticas arrebatadoras à perfeita parceria entre o trabalho de direção de Luiz Antônio Rocha e a entrega de Beth Zalcman, que ganhou prêmio de melhor atriz por sua atuação magistral.

A luz da vela ilumina o cenário e revela um lugar simples no frio de Londres no final do séc. 19. É um recorte do quarto de Helena Blavatsky, que se encontra sozinha, no seu último dia de vida. Ela revisita suas memórias, seu vasto conhecimento adquirido pelos quatro cantos do mundo, se depara com a força do comprometimento com sua missão de vida e as consequências de suas escolhas. Relembra sua forte ligação com a Índia e seu encontro, em Londres, com Gandhi. “Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio”, é um mergulho no universo que existe dentro de nós. 

O espetáculo encanta e emociona, deixando uma marca indelével no coração de cada espectador. “O texto metafísico e abrangente, habilmente elaborado por Lúcia Helena Galvão, mergulha na essência dessa figura marcante”, fala o crítico Alvaro Tallarico sobre a estreia da professora e filósofa na dramaturgia. Uma peça que leva o público ao encontro dos fragmentos filosóficos atemporais que fazem parte da obra de Blavatsky. O monólogo estreou no Ceará, em 2019. Em 2020 foi apresentado on-line, com alcance global.

Retornou às apresentações presenciais em janeiro de 2023 para dar início a uma trajetória de sucesso, transformando-se em uma das montagens mais aclamadas do ano. É para este mesmo palco, do teatro B32, que o espetáculo retorna para dar início à temporada 2024. Manter uma produção teatral em cartaz por um ano, em temporadas ininterruptas pelo país, é um grande feito, ainda mais quando a montagem não conta com patrocínio como é o caso desta produção cultural e artística de excelência, que vem lotando as sessões por todas as cidades em que se apresenta. Mais de 45 mil pessoas já assistiram ao espetáculo.

A obra continua a ressoar com sua magnífica narrativa e atuação impecável de Zalcman. “A entrega a personagem chama muito atenção, cada palavra é preciosa e aproveitada para boas ações dramáticas e nesse ínterim, sobressai um carisma ímpar e aplausos pela grandiosidade e generosidade como artista”, escreveu o crítico Pedro Cosmos sobre Zalcman. A atuação lhe rendeu o CENYM de melhor atriz em 2023, prêmio da Academia de Artes no teatro do Brasil, em que concorreu ao lado de Vera Holtz, Malu Galli, Ana Carbatti e Rosana Stavis.

“Na encenação, Luiz Antônio Rocha se debruça uma vez mais sob o ciclo de biografias que vem levando aos palcos, a partir do qual cartografou percursos de Frida Kahlo e Paulo Freire. É uma pesquisa cênica continua, que se desenrola a partir do diálogo, mas se estende à geometria da cena e suas sensorialidades”, escreveu o crítico Rodrigo Fonseca sobre o trabalho do diretor. 

“Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio" chega para a sua quarta temporada em São Paulo no dia 12 de janeiro para apenas sete apresentações desse impecável sucesso de público e crítica.

Serviço
Espetáculo “Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio". 
Texto original: Lucia Helena Galvão. Interpretação: Beth Zalcman. Encenação: Luiz Antônio Rocha. Duração: 60 minutos. Recomendação: 12 anos. Gênero: biográfico e filosófico. Estreia: dia 12 de janeiro. Temporada: de 12 de janeiro a 4 de fevereiro. Sextas e sábados, às 20h, e domingos às 18h. Nos dias 27 e 28 de janeiro, não haverá espetáculo. Ingressos: a partir de R$ 50,00. Vendas pelo site: https://teatrob32.com.br/helena-blavatsky-a-voz-do-silencio/. Bilheteria: terça a sexta (14h às 18h). Em dias de espetáculos abre 1h antes da sessão. Teatro B32 | 490 lugares. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3.732 - Itaim Bibi / São Paulo. Estacionamento, com valet: Rua Lício Nogueira, 92, Itaim Bibi. www.teatrob32.com.br


Ficha técnica
Espetáculo “Helena Blavatsky, a Voz do Silêncio". Texto original: Lúcia Helena Galvão. Interpretação: Beth Zalcman. Encenação: Luiz Antônio Rocha. Cenário e figurinos: Eduardo Albini. Iluminação: Ricardo Fujji. Assistente de direção: Ilona Wirth. Visagismo: Mona Magalhães. Consultoria de movimento (gestos): Toninho Lobo. Operador de luz: Gabriel Oliveira. Marketing digital: Efa Produções. Assessoria de imprensa: Flavia Fusco Comunicação.  Idealização e produção: Beth Zalcman e Luiz Antônio Rocha. Parceria: Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil Realização: Teatro em Conserva/ Espaço Cênico Produções Artísticas e Mímica em Trânsito Produções Artísticas

.: "Águas Queimam na Encruzilhada" é inspirado na vida cotidiana do Bixiga


Nesta sexta-feira, dia 12 de janeiro de 2024, às 19h00, a Cia. Teatro do Incêndio reestreia o espetáculo "Águas Queimam na Encruzilhada", texto de Marcelo Marcus Fonseca que também assina a direção da montagem. A temporada, que segue até 5 de fevereiro, celebra os 28 anos da Companhia Teatro do Incêndio, fundado no dia 12 de janeiro de 1996. Uma intensa programação comemorativa está prevista até meados de 2025.

Inspirado na vida cotidiano do bairro Bixiga, região da Bela Vista, o enredo de "Águas Queimam na Encruzilhada" traz histórias de vidas entrelaçadas por um bairro que se despedaça e resiste ao tempo, preservando sua paixão por uma escola de samba. Sob o olhar delirante e atento de Seu Luiz (Gabriela Morato), uma catadora de lixo, e a presença amistosa de Wanderley (Marcelo Marcus Fonseca), um compositor da velha guarda do samba, alcoólatra, as dores e pequenas alegrias de moradoras e moradores de um bairro são apresentadas em um desfile de sonhos e perdas.

A peça é uma ode à vida, tendo como pano de fundo uma escola de samba que é o ponto de convergência das personagens que trabalham de forma invisível para o carnaval. “Esta criação do Teatro do Incêndio é um desafio de linguagem que busca, entre a dramaturgia realista e o surrealismo, um mergulho no lugar mais fundo do cotidiano, traduzindo ‘vidas simples’' como poesias inconscientes”, revela o diretor Marcelo Marcus Fonseca.

No enredo, dez personagens têm suas trajetórias contadas em uma espécie de novela dostoievskiana em dois atos de movimentos distintos: o interior de suas casas e a rua/quadra da escola. As histórias se cruzam no cotidiano, entre elas: a cartomante enfrenta a doença do filho recém-nascido; um jovem poeta do sul do país transita pelos bares sem perspectivas; desempregados, o casal Zé e Nina carregam suas dores; a manicure esconde um grave problema de saúde e mantém-se presente na vida da comunidade; uma ex-passista vive as consequências do trauma que a afastou da escola de samba.

“O discurso de 'Águas Queimam na Encruzilhada' é a vida diária. Não há espaço para palavras de ordem. Aqui as opiniões do autor e as denúncias foram eliminadas, cedendo lugar ao enfrentamento das dificuldades por quem está nesse lugar, sem olhar de piedade, indignação ou protesto, mas visando a grandeza do viver”, afirma o diretor e dramaturgo. Segundo ele, a companhia apresenta com uma nova estética, uma nova forma de abordar a vida. “Aqui deixamos a trajetória falar pelas personagens, a realidade da vida ser traduzida pela poesia”. Marcelo explica que a direção buscou “equalizar a voz conjunta do teatro para a excelência da interpretação, para o encantamento”. E diz: “Águas Queimam na Encruzilhada é uma peça sobre a passagem da vida e o nascimento de outras expectativas. Elucida a precariedade de nossa existência, mas também a beleza que habita cada respiração sagrada. Foi um longo processo de experimentação na busca da melhor atuação para a transmissão limpa dessas trajetórias”.

A cenografia é composta por pequenos cenários em ‘carrinhos’ que se movem pelo espaço cênico, bem próximos do chão, numa referência aos rios que correm sob a cidade com seus cursos irregulares, como o destino das personagens que habitam esse espaço, que pode ser o Bixiga ou qualquer outro lugar. “É quase o chão que se movimenta, o que muda é ao ponto de vista. Os lugares são identificados pela interpretação: casa, rua, escola de samba ou carros alegóricos”, comenta o diretor. A direção musical assinada por Renato Pereira traz nuances de uma ópera popular. A trilha sonora é executada ao vivo, com músicas compostas por Marcelo Marcus Fonseca, algumas em parcerias com Paulinho Pontes, e sambas (da velha guarda) cantados em quadras de escola.


Ficha técnica
Espetáculo "Águas Queimam na Encruzilhada". Texto e direção geral: Marcelo Marcus Fonseca. Elenco: Gabriela Morato, Elena Vago, Bia Sabiá, Francisco Silva, Rafael Américo, Marcelo Marcus Fonseca, André Souza, Cintia Chen, Vic Bense, Laura Nobrega, Jhenifer Delphino, Amanda Marcondes, Isabela Heloisa, Moiisés, Rafael Mariposa e Valcrez Siqueira. Direção de produção: Gabriela Morato. Direção musical e trilha original: Renato Pereira.  Música ao vivo: Giovani Di Ganzá, Lucas Brogiollo, Jason Ricardo e Rafael Mariposa. Músicas: “Minha Tese”, “Deus É Maior” e “Pra Quem Viu Subir Poeira” (Marcelo M. Fonseca e Paulinho Pontes); “Zé da Nina” e “A Máscara da Escola” (Marcelo M. Fonseca); “Carnaval da Agonia” (Cezinha Oliveira e Eliane Verbena). Orientação musical - bateria de escola de samba: Alysson Bruno. Iluminação: Rodrigo Alves “Salsicha”. Orientação de movimento: Vera Passos. Orientação vocal: Edi Montecchi. Assistência de iluminação e operação de luz: Valcrez Siqueira. Figurinos: Gabriela Morato. Espaço cênico e cenografia: Gabriela Morato e Isabela Heloisa. Adereços: André Souza, Rafael Mariposa e Gabriela Morato. Confecção de figurinos, adereços e cenografia: Cia. Teatro do Incêndio. Técnico de som:  Thiago Juremeira. Fotos/divulgação: Arô Ribeiro e Laura Nóbrega (de cena) e Alécio Cezar (externas). Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Design gráfico: Gus Oliveira. Idealização e produção: Cia. Teatro do Incêndio. Realização: Temporada realizada com apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.


Serviço
Espetáculo "Águas Queimam na Encruzilhada". Reestreia: 12 de janeiro de 2024. Sexta, às 19h. Temporada: 13 de janeiro a 05 de fevereiro de 2024. Dias/horário: sábado, domingo e segunda, às 19h. Ingressos: R$ 10,00 (inteira), R$ 5,00 (meia) e grátis (moradores da Bela Vista com comprovante de residência, na bilheteria). Bilheteria: 1h antes das sessões. Vendas online www.sympla.com.br. Duração: 180 minutos (2 atos com intervalo). Classificação: 14 anos. Gênero: Drama. Capacidade: 60 lugares. Teatro do Incêndio. Rua Treze de Maio, 48 - Bela Vista / Bixiga - São Paullo. Espaço com acessibilidade para PCD. Banheiro adaptado para cadeirante. www.teatrodoincendio.com | @teatrodoincendio | Tel.: (11) 2609-3730. Estacionamento pago em frente: Rua Treze de Maio, 47.

domingo, 7 de janeiro de 2024

.: Tudo sobre "O Escravo", o romance inédito de Carolina Maria de Jesus


“Somos escravos de tudo que desêjamos possuir. Ninguem é livre neste mundo.”
 Em "O Escravo", romance inédito de Carolina Maria de Jesus lançado pela Companhia das Letras, é apresentada uma história de amor e desilusão entre dois jovens de classes sociais distintas. O lançamento acompanha prefácio de Denise Carrascosa e posfácio de Fernanda Silva e Sousa.

Hoje considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, Carolina Maria de Jesus deixou, além dos cadernos autobiográficos, uma vasta produção literária dos mais diversos gêneros, que ainda permanece amplamente desconhecida. Em "O Escravo", romance inédito escrito na década de 1950, conhecemos a verve ficcionista da autora de "Quarto de Despejo" e "Casa de Alvenaria"

Os protagonistas dessa história são os primos Rosa e Renato, que, embora apaixonados, acabam seguindo caminhos distintos, sobretudo por pressão da família abastada do rapaz. O texto é resgatado e estabelecido diretamente do manuscrito original, conservando o projeto literário e estético da autora. Compre o livro "O Escravo", escrito por Carolina Maria de Jesus, neste link.


O que disseram sobre o livro
"Carolina inventa o romance proverbial como forma literária experimental para reverter o olhar colonial racista que quer fazê-la Mãe Preta, olhar quem a olha e, na condição de Preta Mãe de nossa literatura, criar outras irradiações sonoras que subvertam a língua euro-ocidental, gerando reverberações entre vozes afroancestrais, a alcançar o abolicionismo de Maria Firmina dos Reis, e vozes do afrofuturo, como as poetas slam, que dão seguimento ao desafio." ― do prefácio de Denise Carrascosa.

“Carolina constrói uma obra que pode ser tudo menos um romance ingênuo e maniqueísta […] e retrata o universo da ‘sala de visitas’ e suas adjacências, marcado por interesses escusos, ambições desmedidas, expectativas irreais, sem, no entanto, subtrair a dimensão humana e ordinária das personagens.” ― do posfácio de Fernanda Silva e Sousa. Garanta o seu exemplar de "O Escravo", escrito por Carolina Maria de Jesus, neste link.

.: Baseado no livro "Filha, Mãe, Avó e Puta", solo "Gabri[ELAS]" estreia no Sesc


Espetáculo com texto de Caroline Margoni marca encontro entre atriz Fernanda Viacava com a obra e a vida da ativista e prostituta Gabriela Leite. Foto: Cassandra Mello


A identificação e as inquietações de uma atriz com a figura de Gabriela Leite (1951-2013), a primeira mulher a lutar pelos direitos das prostitutas no Brasil, é mote do solo "Gabri[ELAS]", que estreia em 12 de janeiro de 2024 no Sesc Avenida Paulista. O espetáculo segue em cartaz até 4 de fevereiro, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h30, e, aos domingos, às 18h30.

O trabalho, estrelado por Fernanda Viacava, dirigido por Malú Bazán e escrito por Caroline Margoni, registra e reativa a memória de Gabriela Leite, ultrapassando a barreira das ruas e do estigma, ao falar sobre prostituição na perspectiva do desejo e da liberdade sexual de todas as mulheres. “O feminismo abordado por prostitutas é recente e pouco visível. A prostituta sempre foi, e ainda é, objeto de representação nas artes, geralmente de um ponto de vista estereotipado, vitimizador ou romantizado. Neste sentido, por que não tornar visível e compartilhar esse legado de mais três décadas de luta, a partir de suas próprias vozes e narrativas?”, questiona a diretora Malú Bazán. 

O ponto de partida do texto é a memória viva de Gabriela Leite e o protagonismo da história das mulheres da vida no Brasil e na América Latina. “Tornar visível ao público esse arquivo vivo é uma maneira de levar, sobretudo para/com as mulheres, um encontro consigo mesmas, valorizando a importância de seus desejos, narrativas e lutas, como autoras e protagonistas de suas próprias histórias”, acrescenta a encenadora.

Quem foi Gabriela Leite?
Nascida em 1951, em São Paulo, Gabriela Leite se tornou a principal referência na luta em defesa dos direitos das prostitutas no Brasil. Estudante da USP e frequentadora do Bar Redondo com a turma da contracultura nos anos 70, ela trocou a faculdade de sociologia pela prostituição - primeiro em sua cidade, depois em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. 

Gabriela foi a primeira mulher a se apresentar publicamente como prostituta. Isso aconteceu no I Encontro de Mulheres de Favelas e Periferia, organizado em 1983 pela vereadora Benedita da Silva, do PT. “Foi um rebu! Uma prostituta que se diz prostituta! Aí começou toda uma onda”, disse a ativista na autobiografia "Filha, Mãe, Avó e Puta", lançada pela editora Objetiva.

Alguns anos depois, ela conhece Lourdes Barreto nos encontros da Pastoral da Mulher Marginalizada e, juntas, inauguram a Rede Brasileira de Prostitutas (o primeiro movimento em rede da categoria, que contava com representantes de todas as regiões do Brasil). O grupo teve como marco o I Encontro Nacional de Prostitutas: “Mulher da Vida, É Preciso Falar", realizado no Rio de Janeiro, em 1987. A ativista ainda fundou em 1992 a ONG Davida e, em 2005, criou a grife Daspu, uma passarela de luta de mulheres LGBTQI+.

Ela ainda foi a primeira mulher na América Latina a iniciar o trabalho de organização da categoria, a partir da desconstrução de representações socialmente aceitas sobre a prostituição, dando-lhe novos sentidos ao estigma que atravessa todas as mulheres, e buscando o seu reconhecimento como trabalho. Gabriela morreu em 2013, vítima de câncer.


Um pouquinho sobre o processo criativo
O espetáculo começou a ser gestado em 2019 por quatro mulheres artistas-ativistas: Fernanda Viacava, atriz que vem pesquisando a puta no teatro desde 2014; Malú Bazán, diretora de teatro e artista que pesquisa o feminino; Elaine Bortolanza, pesquisadora e ativista do movimento de prostitutas e diretora e produtora da DASPU de 2013 a 2022; e Caroline Margoni, roteirista e pesquisadora que atua nas áreas de psicanálise, mulheres e criminologia. 

A pesquisa contou com apoio do acervo histórico sob a guarda do Arquivo Estadual do Rio de Janeiro (APERJ), em parceria com Observatório da Prostituição - projeto de pesquisa e extensão do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR-UFRJ), sob coordenação de Soraya Silveira Simões. 

O grupo teve acesso a arquivos audiovisuais dos encontros nacionais e estaduais, fotografias, áudios e as autobiografias de Gabriela. Além disso, encontrou-se com amigos, afetos, familiares de Gabriela e as companheiras que fizeram parte da sua trajetória de vida e de luta. “Nós, mulheres da vida, tecemos juntas esse monólogo como um mosaico de narrativas e escritas de mulheres, construído nesse processo de pesquisa e curadoria do acervo histórico. Criamos uma espécie de crochê de narrativas – Gabriela amava essa arte e dedicava muito de seu tempo ‘crochetando’”, revela a autora Caroline Margoni.

Entre as pessoas que contribuíram para o processo de pesquisa dramatúrgica, estão: Flávio Lenz, parceiro de vida com quem Gabriela se relacionou por mais de 20 anos e com quem fundou a ONG Davida e o Jornal Beijo da Rua; Maurício  Toledo, amigo mais antigo dela e companheiro da ONG Davida; Thaís Helena Leite, e Regina Leite, irmãs da ativista; Alessandra Leite, filha dela; Tatiany Leite, neta de Gabriela, com quem ela tinha uma relação muito próxima; Lourdes Barreto, amiga e a maior companheira de luta, fundadora do Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará - GEMPAC (1990); Vânia Rezende, prostituta e ativista da região Nordeste, coordenadora da Associação Profissionais do Sexo de Pernambuco - APPS, parceira de luta da RBP;  Soraya Simões, professora do IPPUR/UFRJ e coordenadora do Observatório da Prostituição; e Laura Murray, professora do Núcleo de Políticas Públicas e Direitos Humanos na UFRJ e Diretora do filme Um Beijo para Gabriela.

“Este projeto abrange o universo da prostituição na sua complexidade, de modo a refletir sobre desafios colocados na sociedade a partir do estigma da ‘puta’, valorizando a memória e a luta coletiva dessas mulheres, seus feminismos, a organização dos movimentos de prostitutas. Ainda queremos celebrar as conquistas e o legado deixado por Gabriela Leite, os afetos vivos e as subjetividades e narrativas dessas mulheres, que reverberam em nossas próprias narrativas como criadoras”, acrescenta a atriz Fernanda Viacava.

“Depois desse período longo de pesquisa e conversas, se juntaram a nós mais muitas outras mulheres artistas. Mesmo se tratando de um monólogo, hoje somos 14 mulheres, entre criadoras e executoras desse trabalho, construindo essa narrativa e todas nós estamos em cena de alguma maneira”, ressalta a diretora Malú Bazán.


Sinopse
"
Gabri[ELAS]" é um monólogo que parte do encontro da atriz Fernanda Viacava com a vida e a obra de Gabriela Leite, principal referência na luta em defesa dos direitos das prostitutas no Brasil. A atriz narra em primeira pessoa o encontro com Gabriela se reconhecendo com 'elas', as mulheres da vida, a partir das suas inquietações como mulher e como atriz. Uma busca que parte do corpo da prostituta e transborda para o corpo de qualquer mulher que deseja.

Ficha técnica
Espetáculo "Gabri[ELAS]". Concepção e Idealização: Caroline Margoni, Elaine Bortolanza, Fernanda Viacava e Malú Bazán. Dramaturgia: Caroline Margoni.  Direção: Malú Bazán. Elenco: Fernanda Viacava. Direção vocal interpretativa: Lúcia Gayotto. Pesquisa e curadoria: Elaine Bortolanza. Memória e curadoria: Lourdes Barreto. Direção de arte: Kabila Aruanda. Trilha sonora: Nina Blauth  e Girlei Miranda. Música original: Nina Blauth. Criação audiovisual: Cassandra Mello (Teia Documenta). Iluminação: Cristina Souto. Identidade visual: Manuela Afonso. Foto: Cassandra Mello. Produção executiva: Baccan Produções, Kavaná Produções e Selene Marinho. Produção geral: Clotilde Produções Artísticas. Administração da temporada: André Roman. Realização: Sesc.

Serviço
Espetáculo "Gabri[ELAS]". Temporada: 12 de janeiro a 4 de fevereiro (com sessão extra no dia 25 de janeiro). Às sextas e aos sábados, às 20h30; e aos domingos, às 18h30. Sesc Avenida Paulista – Av. Paulista, 119, Bela Vista. Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia-entrada) e R$ 12  (credencial plena). Venda on-line em sescsp.org.br. Duração: 75 minutos. Classificação indicativa: 16 anos. Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

.: "Dogman", novo drama de Luc Besson, é estrelado por Caleb Landry Jones


Em cartaz no Cineflix Cinemas e em cinemas de todo o Brasil, o longa-metragem "Dogman" é um filme surpreendente e conta com distribuição da Diamond Films. Dirigido pelo cineasta francês Luc Besson e exibido no Festival de Veneza 2023, o filme reflete sobre o sofrimento e a complexa busca por fugir da realidade. Confira a crítica - "Dogman" tem tudo para ser ridículo, mas é filmaço - neste link.

Drama francês situado em Nova Jersey, nos Estados Unidos, a produção conta a história de Douglas Munrow (Landry Jones), um homem que foi abusado pelo pai e encontrou no companheirismo dos cachorros um refúgio para lidar com os traumas dolorosos do passado. Mas Douglas e seus cães estão longe de uma mera história de “melhor amigo do homem”: ele treinou os animais para que o ajudem a cometer uma série de crimes e defendê-lo contra seus piores inimigos.

"Dogman" é estrelado por Caleb Landry Jones como Douglas, um homem que faz de tudo para escapar da sua realidade depois de uma vida marcada por tragédias, e encontra no amor de seus cachorros sua salvação. “O sofrimento é algo que todos temos em comum, e o único antídoto contra ele é o amor. A sociedade não vai ajudá-lo, mas o amor pode ajudar a curar. É o amor da comunidade de cães construída por Douglas que é seu curador e catalisador”, observa Besson.

Além de Caleb Landry Jones, o elenco de "Dogman" conta ainda com Jojo T. Gibbs, Christopher Denham, Clemens Schick, John Charles Aguilar, Grace Palma, Iris Bry, Marisa Berenson, Lincoln Powell e Alexander Settineri. 


Assista no Cineflix
Filmes de sucesso como "Dogman" são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Trailer de "Dogman"



.: Musical sobre Herbert Daniel é levado aos palcos a partir do dia 12 em SP


Núcleo Experimental celebra a vida e a obra de Hebert Daniel no musical "Codinome Daniel", que estreia dia 12 de janeiro de 2024. Com dramaturgia e direção de Zé Henrique de Paula e música de Fernanda Maia, espetáculo conta a história do jornalista que lutou pela causa LGBTQIAPN+ em plena ditadura militar brasileira. Foto: Ale Catan

Conhecido por dar voz a grupos minoritários e por sua pesquisa sobre o modo brasileiro de se fazer Teatro Musical, o Núcleo Experimental homenageia em seu novo trabalho o jornalista Herbert Daniel (1946-1992), ativista e ativista LGBTQIAPN+ e na luta pelo direito das pessoas com HIV/Aids. "Codinome Daniel" estreia no dia 12 de janeiro de 2024 na sede do grupo na Barra Funda, onde segue em cartaz até 4 de março, com apresentações às segundas, às sextas e aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 19h.

O trabalho tem direção, dramaturgia e letras de Zé Henrique de Paula e música original e direção musical de Fernanda Maia. Já o elenco traz Davi Tápias, Luciana Ramanzini, Fabiano Augusto, André Loddi, Lola Fanucchi, Cleomácio Inácio, Renato Caetano e Paulo Viel. “Pretendemos levar ao público a vida e a obra, ainda muito desconhecida, do jornalista e escritor Herbert Daniel, um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto os setores da esquerda que reproduziam a homofobia e a heteronormatividade”, comenta Zé Henrique de Paula.

Um dos elementos de frente da luta armada, Herbert se exilou em Portugal e na França, onde contraiu HIV, foi o último dos anistiados e, uma vez de volta ao Brasil, tornou-se um ativista fundamental na luta pelos direitos das pessoas vivendo com HIV/Aids. Sua importância se deve ainda ao fato de ter sido o fundador do grupo de apoio Pela VIDDA e um dos fundadores do Partido Verde. Atuou pelos direitos da população LGBTQIAPN+, das mulheres, dos negros, além de ativista ambiental. Herbert morreu em 1992 devido a complicações causadas pela aids.

“Acreditamos que o teatro - uma das primeiras paixões de Herbert Daniel em sua juventude (ele foi também dramaturgo) - pode ser uma ferramenta poderosa no sentido de reacender uma luz sobre essa figura menosprezada da história do movimento LGBTQIAPN+ no Brasil recente. Afinal, sendo a memória uma construção social, a peça ajuda a colaborar para que minorias possam entrar em contato com o inventário da luta pela democracia, diversidade e justiça social”, acrescenta o diretor.

"Codinome Daniel" é a terceira parte do que o grupo chama de "Uma Trilogia Para a Vida", junto com os espetáculos "Lembro Todo Dia de Você" e "Brenda Lee e o Palácio das Princesas". Como fio condutor das três peças está um conjunto de discussões e pontos de vista a respeito da questão do HIV/Aids no Brasil, da década de 80 aos dias de hoje.


Sobre Herbert Daniel
A figura de Herbert Eustáquio de Carvalho, nome de batismo do homenageado, é uma das mais esquecidas da nossa história recente, especialmente quando se leva em conta sua importância na luta pelo movimento gay e pelo ativismo em prol da democracia durante a ditadura no Brasil. Herbert foi um elemento importante na luta armada contra a ditadura de 1964 e no processo de redemocratização do Brasil. Estudante de medicina na UFMG, engajou-se em grupos guerrilheiros ainda no final da década de 1960. Esteve na linha de frente de assaltos a bancos e dos sequestros de diplomatas estrangeiros que garantiram a soltura de mais de uma centena de presos políticos que corriam risco de morte. 

Na militância clandestina, ele descobriu e assumiu sua homossexualidade. De um lado, encontrava-se acossado pela violência de uma ditadura moralizante e LGBTfóbica; do outro, não era aceito por parte dos seus companheiros de guerrilha. Para muitos setores das esquerdas naquele momento, a homossexualidade era vista como um desvio pequeno-burguês, uma degeneração, uma fraqueza moral, um desbunde de minorias improdutivas, em suma, um “pequeno drama da humanidade” que dividiria a “luta maior”.

Herbert teve, então, que “esquecer sua homossexualidade” para “fazer a revolução”. Tanto se dedicou que seu rosto chegou a estampar os cartazes dos “subversivos” mais procurados pelo regime autoritário. No entanto, mesmo com o cerco crescente e o extermínio físico da luta armada, ele conseguiu escapar da prisão e das torturas, exilando-se em 1974 em Portugal e, depois, na França. No exterior, contraiu HIV e tornou-se, ao retornar ao Brasil como o último dos anistiados, um ativista fundamental pelos direitos das pessoas vivendo com HIV e AIDS. Morto em 1992, Herbert foi um revolucionário gay que desafiou tanto a ditadura de direita quanto setores de esquerda que reproduziam a heteronormatividade. 

Foi o responsável também pela criação da Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da aids, que estruturou o discurso em relação à epidemia, além de cunhar o conceito de “morte civil” - referindo-se à condição de pária em que a pessoa com HIV é colocada, uma espécie de morte social antes da morte física - mostrando que não se trata apenas de uma questão de saúde, mas também sexual, social, econômica e de direitos humanos.

“Ele trouxe ideias revolucionárias para enfrentar a doença e o preconceito social, e elas ainda são válidas até hoje, como a ideia de solidariedade no combate à epidemia”, afirma o historiador e brasilianista norte-americano James Green, que lançou uma biografia de Daniel em 2018 ("Revolucionário e Gay: a Extraordinária vida de Herbert Daniel"). “Ele era muito corajoso, foi uma das primeiras pessoas conhecidas a assumir ser gay e soropositivo”. A biografia escrita por Green é a grande fonte de inspiração para a dramaturgia de "Codinome Daniel".


Ficha técnica
Espetáculo "Codinome Daniel". Dramaturgia e letras: Zé Henrique de Paula. Música original: Fernanda Maia. Direção: Zé Henrique de Paula. Direção musical: Fernanda Maia. Elenco: Davi Tápias, Luciana Ramanzini, Fabiano Augusto, André Loddi, Lola Fanucchi, Cleomácio Inácio, Renato Caetano e Paulo Viel. Assistência de direção musical: Guilherme Gila. Assistência de direção: Rodrigo Caetano. Cenografia: César Costa. Figurinos: Úga Agú e Zé Henrique de Paula. Iluminação: Fran Barros. Desenho de som: João Baracho. Preparação de elenco: Inês Aranha. Visagismo: Dhiego D'urso. Cenotécnica: Jhonatta Moura. Produção: Laura Sciulli. Assistência de produção: Cauã Stevaux. Foto: Ale Catan. Design gráfico: Laerte Késsimos. Textos para programa: Isa Leite. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Redes sociais: 1812 Comunica. Estagiários: Mafê Alcântara (direção), Victor Lima (produção), Verena Lopez (som), Luis Henrique (luz), Pedro Bezerra (cenografia) e Jupiter Kohn (figurino).

Serviço
Espetáculo "Codinome Daniel". Temporada: de 12 de janeiro a 4 de março de 2024. Sextas, sábados e segundas, às 21h, e domingos, às 19h. Teatro do Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637, Barra Funda. Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada). Venda pelo site Sympla. Classificação: 12 anos. Duração: 120 minutos. Mais informações em @nucleoexp. Este projeto foi contemplado na 40a. edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo.

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