sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

.: Julia Duailibi fala sobre documentário "8/1 - A Democracia Resiste"


GloboNews exibe documentário inédito sobre as 24 horas do dia 8 de janeiro de 2023. Filme traz imagens exclusivas do presidente Lula e do encontro entre ministros e militares durante as negociações. Julia Duailibi durante gravação do documentário "8/1 - A Democracia Resiste" em Brasília. Foto: Globo/Divulgação

Há um ano o Brasil sofria um dos maiores ataques à nossa democracia, quando uma multidão de vândalos invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes em Brasília. O que aconteceu naquelas 24 horas do dia 8 de janeiro de 2023? Como as autoridades se articularam para dar uma resposta diante dos ataques às instituições? Quais decisões foram tomadas para garantir a democracia? Todo esse bastidor será contado no documentário "8/1 - A Democracia Resiste", que estreia na GloboNews no dia 7 de janeiro, às 23h30. Conduzido pela jornalista Julia Duailibi, o longa reconstitui hora a hora os momentos cruciais desse dia histórico e as tomadas de decisão que garantiram nossa democracia.  

“O ineditismo gira em torno de dois polos que conduzem nossa narrativa: a sala de situação de Lula em Araraquara para definir a resposta e um encontro tarde da noite entre ministros civis com o comandante do Exército. Aquilo foi muito tenso. E, por pouco, aquela negociação, feita para esvaziar o acampamento dos manifestantes na frente do QG do Exército, não degringolou”, conta Julia. O filme mostra também uma imagem exclusiva do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conversando com o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, sobre os ataques que aconteciam naquele exato momento.   

O documentário traz ainda imagens inéditas da destruição provocada pelos golpistas e depoimentos exclusivos. Durante seis meses, a equipe da GloboNews ouviu personagens que viveram os momentos de tensão daquele domingo e entrevistou autoridades como o presidente Lula; o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre Moraes; os ministros da Justiça, Flávio Dino, da Defesa, José Múcio Monteiro, da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo; o interventor do Distrito Federal, Ricardo Capelli; e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva; além de integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da segurança do Senado e das forças de segurança do Distrito Federal. A produção também conversou com militares, que não quiseram gravar entrevista. A equipe também refez alguns caminhos com os agentes de segurança que participaram da contenção dos atos golpistas no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (SFT).   

O documentário "8/1 - A Democracia Resiste" é um filme de Julia Duailibi e Rafael Norton, que também dividem direção e roteiro; e tem produção de Jéssica Valença, Henrique Picarelli, Carolline Leite e Bárbara Carvalho. Estreia na GloboNews no dia 7 de janeiro, às 23h30, e será reexibido na segunda-feira, dia 8, às 21h. Ele também ficará disponível no Globoplay para todos os assinantes da plataforma, e não só para os assinantes Globoplay + Canais. Confira a entrevista com Julia Duailibi.   


Como surgiu a ideia de fazer o documentário e o que mais te impressionou durante as gravações?
Julia Duailibi -
A ideia surgiu logo nos dias após a invasão à sede dos Três Poderes. Era evidente que aquele acontecimento tinha sido muito grande. Que tinha ali algo histórico e que precisaríamos documentar com calma e profundidade. O que mais me impressionou durante as filmagens foram as histórias de bastidor entre as pessoas que ocupavam os cargos mais importantes do país naqueles dias. O que uma falou para outra. A história que estava para além daquelas imagens que inundaram as TVs de todo o mundo. Eu queria saber como tinha sido a cadeia de comando, como tinha se dado internamente, nos meandros do poder, o processo de defesa da democracia. Como o presidente soube? Quem falou para ele? O que o ministro fez? Para quem o senador ligou? Esse bastidor do poder, que é o que a gente cobre tão bem na GloboNews, está todo no filme.   

  

O que o documentário traz de novidade?
Julia Duailibi - 
Olha, tem muita coisa nova no filme, como imagens que não vieram a público. O ineditismo gira em torno de dois polos que conduzem nossa narrativa: a sala de situação de Lula em Araraquara para definir a resposta e um encontro tarde da noite entre ministros civis com o comandante do Exército. Aquilo foi muito tenso. E, por pouco, aquela negociação, feita para esvaziar o acampamento dos manifestantes na frente do QG do Exército, não degringolou.   
  

Quanto tempo vocês levaram para produzir o documentário?
Julia Duailibi -
A gente demorou seis meses para produzir tudo. A equipe é sensacional. Tive comigo um grande documentarista, que é o Rafael Norton, peça fundamental na direção e no roteiro do filme. Fora todos que trabalharam na produção: Henrique Picarelli, Jéssica Valença, Bárbara Carvalho e Carolline Leite. Todo mundo super envolvido e animado com o filme. O mais difícil foi conseguir os depoimentos dessas autoridades envolvidas naquele dia, que é o coração da nossa narrativa. As agendas eram muito difíceis e muitas delas tinham receio de falar. Mas a gente conseguiu depoimentos inéditos, como o do ministro Alexandre de Moraes, que não costuma dar entrevista exclusiva. Além disso tem o presidente da República falando sobre o assunto exclusivamente para gente sob a ótica do que ele viveu naquele dia.   

O que você espera com esse filme?
Julia Duailibi -
Nosso objetivo foi documentar esse bastidor da história recente do país, porque todo mundo viu as imagens, mas as pessoas não viram o que aconteceu entre quatro paredes. E é isso que a gente quer mostrar. Aproveitando também que essas histórias estão ainda frescas, com seus detalhes na cabeça dos personagens que a viveram.   


quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

.: Romance "Angústia" começa a Coleção Graciliano Ramos lançada pela Todavia


A editora Todavia começa o mês de janeiro dando partida à publicação da Coleção Graciliano Ramos, um dos autores incontornáveis da nossa literatura. Originalmente publicado em 1936, "Angústia" é o primeiro título. Com organização, notas e apresentação de Thiago Mio Salla (USP), um dos principais especialistas contemporâneos na obra do autor alagoano, a coleção contará ainda com os famosos rodapés de jornal, nunca publicados em livro, que Antonio Candido escreveu sobre os romances.

Algumas das principais obras do grande escritor alagoano Graciliano Ramos, cuja produção acaba de entrar em domínio público. A coleção trará ainda uma seção que mostra as diferenças existentes entre as edições publicadas em vida pelo autor. Dessa forma, o leitor poderá acompanhar de perto o processo criativo de Graciliano Ramos, um dos escritores brasileiros que melhor condensa a noção de esmero textual.

Para o começo de 2025, estão previstos mais dois títulos, que serão divulgados em breve e que seguirão os mesmos critérios. Assim como as coleções Antonio Candido e "Todos os Livros de Machado de Assis", a Coleção Graciliano Ramos conta com um trabalho editorial de envergadura, revisitando a tradição de cada uma das obras em busca de restabelecer a última vontade do autor. Compre o livro "Angústia", de Graciliano Ramos, neste link.


Sinopse de "Angústia"
Estirado numa espreguiçadeira, saltando páginas de um romance que não presta, Luís da Silva percebe um vulto no quintal da casa ao lado. Em vez da senhora idosa que costuma regar as plantas toda manhã, quem surge é uma moça vermelhaça, de olhos azuis e cabelos amarelos: Marina. Essa aparição fortuita irá assaltar a vida do já não tão jovem funcionário público, e o desejo de seduzir a nova vizinha faz com que sua rotina monótona, marcada pela solidão e por um alheamento das coisas do mundo, aos poucos dê lugar a planos de futuro: o matrimônio, um lar a dois.

Em um primeiro momento, Marina cede de bom grado às investidas do pretendente e aceita a união, interessada na promessa de relativo conforto material. Quando conhece o burguês Julião Tavares, no entanto, desiste do noivado, o que encaminha Luís da Silva para um vertiginoso processo de degradação. Garanta o seu exemplar de "Angústia", escrito por Graciliano Ramos, neste link.

Diferenciais da coleção organizada por Thiago Mio Salla
Ao reunir obras pouco conhecidas, de um lado, e, de outro, fixar textos dos livros clássicos, restabelecendo a versão mais aproximada da última intenção autoral, a coleção destaca a riqueza - e novos ângulos - da trajetória do escritor alagoano. Confira alguns diferenciais presentes em "Angústia".

1. Introdução crítica e apresentação dos critérios adotados na nova edição.
2. Restituição inédita do texto, restabelecendo a forma mais aproximada da última vontade do autor;
3. Posfácio de Antonio Candido com o texto "Notas de crítica literária: III", de 1945, em versão nunca antes publicada em livro.
4. Notas contendo: explicação de termos e contextualização de dados históricos e espaciais; as relações entre Angústia e a obra do autor; variantes que revelam os estágios de composição do romance.
5. Seção “Intertexto” com os personagens de Angústia que depois ganhariam espaço em outros livros de Graciliano Ramos.

Sobre o autor
Graciliano Ramos de Oliveira
nasceu em 1892, no município de Quebrangulo, Alagoas. Considerado um dos maiores escritores da literatura nacional, é autor de clássicos como este "Angústia" (1936), "Vidas Secas" (1938) e "Memórias do Cárcere" (1953). Antes de se dedicar prioritariamente à literatura, atuou como jornalista, comerciante, educador e político. Suas primeiras publicações se resumiam a poemas e crônicas em jornais e revistas, para os quais escrevia com pseudônimos.


Sobre o organizador
Thiago Mio Salla
é doutor em Ciências da Comunicação e em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Docente e pesquisador da Escola de Comunicações e Artes da USP e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da FFLCH/USP. Atualmente coordena e desenvolve projetos no Fundo Graciliano Ramos (IEB/USP).

.: Eduardo Martini estreia peça "Clô pra Sempre" no Teatro União Cultural


Após o sucesso de público e crítica do monólogo "Simplesmente Clô", que lhe rendeu o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator em 2022, Eduardo Martini estreia "Clô, pra Sempre"; novo texto sobre o apresentador e estilista Clodovil Hernandez. Foto: Claudia Martini

Vencedor do o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator de 2022 pelo monólogo “Simplesmente Clô”, Eduardo Martin, retorna à personalidade do apresentador e estilista Clodovil Hernandes no teatro com o monólogo “Clô, pra sempre”. O texto é de Raphael Gama e a direção de Viviane Alfano.

“O Clodovil era tão amado quanto odiado pelas pessoas, não tinha meio termo. E nós não fugimos de nada disso. A ideia é mostrar essa persona tão rica e contraditória sem jamais defender ou julgar. Ele não gostaria disso”, declara Martini, que conviveu com o estilista e há anos tinha o desejo de homenageá-lo no teatro.

Na obra, Clodovil expõe pensamentos e momentos da sua vida, de onde veio as inspirações para suas criações e dos mais de 40 anos de vida pública, mesclando moda, televisão, amigos, família, seu único amor e seu primeiro mandato como deputado federal. Fala detalhes sórdidos da infância e da adolescência e explica o porquê sempre foi uma criança quieta e sem amigos.

“Clô, pra Sempre” marca não só o reencontro com o autor Raphael Gama, com quem dividiu o palco algumas vezes e foram indicados a 9 prêmios (inclusive ao Prêmio do Humor) mas também com sua diretora e amiga há mais de 40 anos, Viviane Alfano, que dirigiu “Simplesmente Clô", encaminhando Martini com muita sabedoria e delicadeza, a ganhar o Prêmio Bibi Ferreira como melhor ator de 2022.

“É bastante especial voltar ao palco sendo dirigido pela Viviane com texto do Raphael. Eles me dão muita segurança e cuidam dos meus projetos de maneira sublime. É muito bom me sentir assim, seguro em cena, com uma parceria como essa. O Clodovil, tenho certeza, já é um marco muito grande na minha carreira e para as pessoas que assistirem. Não tem como não se emocionar”, finaliza Eduardo Martini.

Sobre Eduardo Martini
Eduardo Martini é um artista de versatilidade rara. Atua, escreve, dirige, assina visagismo, figurino, cenografia, produção e gestão cultural. Como ator, já́ compôs o elenco de comédias, dramas, musicais, novelas, minisséries e especiais para a TV. Foi discípulo de Chico Anysio e uma das figuras mais populares dos programas de Adriane Galisteu e Hebe Camargo.

No teatro, construiu uma história de rara constância, sem jamais abandonar o palco. Como ator, é capaz de encarnar com sensibilidade protagonistas femininas e masculinas, com um timing de comédia realmente único. O ator recicla o que aprendeu com mestres do humor para criar sua própria assinatura.

Deixou marcada em São Paulo uma história com peças como “Na Medida do Possível”, “Quem tem Medo de Itália Fausta? ”, “O Filho da Mãe”, “Até que o Casamento nos Separe”, “Chá́ das Cinco”, “Dar Rom” e “Papo com o Diabo”, entre outros espetáculo que ajudaram a criar e fidelizar um público que demandava por comédias de tom inteligente e que tão os subestimasse. Na seara do teatro musical, esteve ao lado de Claudia Raia quando a atriz iniciou a revitalização das grandes produções musicais em espetáculos como “A Chorus Line” e “Não Fuja da Raia”.

Eduardo Martini foi o ganhador do Prêmio do Humor 2019 como categoria especial pelos anos de trabalho e por sua contribuição ao teatro de São Paulo e foi indicado a três categorias do mesmo premio ano 2020 pela comedia "Uma Lágrima para Alfredo". Em 2022 Ganhou o Prêmio Bibi Ferreira como Melhor ator pelo monólogo “Simplesmente Clô”, sobre o apresentador e estilista Clodovil Hernandez.

Com empresário e produtor Martini revitalizou teatros e deu oportunidade para jovens atores, autores e técnicos capacitando profissionais, abrindo as portas para o meio teatral.  Em seu currículo estão a gestão de pautas de teatros e espaços culturais que se sobressaíram pela programação de alto nível fomentada durante sua passagem. Há três anos assumiu a gestão do Teatro União Cultural, transformando o espaço em um ponto cultural e ampliando suas instalações com a abertura da sala multiuso Elias Andreato, em homenagem ao ator e diretor.

Ficha técnica
Monólogo “Clô, pra Sempre”. Autor: Raphael Gama. Ator: Eduardo Martini. Figurino: Olivieri. Ambientação cênica: Eduardo Martini. Desenho de luz: Gustavo Gonçalo. Trilha sonora e piano ao vivo: Jonatan Harold. Fotos: Claudia Martini. Arte gráfica: Agencia Oribá. Administração: Wanessa Santos. Produção: Viga Espaço Cênico Ltda.

Serviço
Monólogo “Clô, pra Sempre”.
Autor: Raphael Gama. Direção: Viviane Alfano. Ator: Eduardo Martini. Duração: 60 minutos. Classificação indicativa: 10 anos. Estreia: dia 6 de janeiro 2024. Temporada: sábados, às 18h, por tempo indeterminado. Ingressos: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-enntrada). Bilheteria: abre uma e meia antes de cada espetáculo. Bilheteria on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/81670. Teatro União Cultural: 269 lugares. Rua Mario Amaral, 209 - Paraiso / São Paulo. Telefone: (11) 3885-2242. Estação Metrô Brigadeiro.

.: "Essa Coisa Viva": Maria Esther Maciel mistura sensibilidade e arrebatamento


Lançado pela editora Todavia, "Essa Coisa Viva", escrito por Maria Esther Maciel, é uma narrativa sensível e arrebatadora sobre luto, violência e memória. No livro, quando completa um ano da morte de sua mãe, que vivia no interior de Minas Gerais, uma botânica de renome internacional resolve pôr os pingos nos is de uma relação permanentemente marcada pela instabilidade, pela culpa e pelo rancor.A tarefa, pode-se imaginar, é das menos simples. E envolve uma miríade de lembranças, cenas familiares, violência abafada pelas convenções sociais e a consciência (sempre dolorosa) de que, por mais que nos esforcemos, as armadilhas dos afetos sempre estão pelo caminho. E seguem nos machucando, muito tempo depois dos eventos traumáticos. A capa é de Flávia Castanheira.

Neste romance tocante e poderoso, Maria Esther Maciel parte das “coisas” - plantas, objetos, insetos - para reconstruir o passado da protagonista. A mãe, centro das rememorações, foi uma mulher a um só tempo vítima de seu tempo e algoz da própria filha. Uma mulher que alardeava a própria infelicidade e que parecia não desejar a satisfação alheia — especialmente da filha, por quem nutria uma obsessão feita de reproches, cobranças, destruição da autoestima e desejos obscuros.

Entre a crônica familiar e a meditação sobre os laços emocionais que muitas vezes são construídos por meio da violência (real ou simbólica), essa coisa viva faz o inventário de duas vidas unidas para além das questões emocionais. Duas vidas permanentemente assombradas pelos eventos decisivos que as afastariam para sempre. Compre o livro "Essa Coisa Viva", de Maria Esther Maciel, neste link.


Sobre a autora
Ficcionista, poeta, editora e ensaísta, Maria Esther Maciel foi professora da UFMG e hoje atua na Unicamp. Publicou, entre outros, Pequena enciclopédia de seres comuns (Todavia), "O Livro dos Nomes", "A Vida ao Redor", "Animalidades: zooliteratura e os Limites do Humano". Vive em Belo Horizonte. Garanta o seu exemplar de "Essa Coisa Viva", escrito por Maria Esther Maciel, neste link.

.: 20 anos de carreira: Ed Moraes fala do papel em “Betinho no Fio da Navalha”


Ator está no ar também em "Notícias Populares", do Canal Brasil, onde interpreta Gibran, editor de esportes do periódico e responsável pelo jornal.


O ator Ed Moraes é destaque na nova série do Globoplay. Em “Betinho no Fio da Navalha” ele dá vida a um personagem de grande importância na história, Herbert Daniel, escritor, sociólogo, jornalista e guerrilheiro na luta contra a ditadura militar.

"Ele foi uma figura de liderança em vários movimentos. Reprimiu a sua sexualidade em prol do momento político que vivíamos e escolheu não falar publicamente até partir do Brasil. Exilou-se em Portugal e depois na França. Ficou muito conhecido como o último exilado político a voltar ao Brasil. Foi parceiro de Betinho em várias lutas, entre elas, a conquista da medicação para HIV/Aids no serviço público brasileiro. Fundou o grupo Pela Vidda que existe até hoje e auxilia PVHIH (Pessoas que vivem com HIV). Participou de diversas entrevistas para a televisão, entre as que mais se destacam são programa do Jô Soares e um especial na Manchete sobre ele e seu marido Cláudio Mesquita. Foi candidato a deputado Estadual em 1986 pelo PT e um dos fundadores do Partido Verde. Morreu em 1992 por complicações da doença em estágio de Aids – complementa o ator sobre o seu personagem.

Para viver esse papel, Ed Moraes teve que ir a fundo na pesquisa e estudo para conhecer melhor sua história, então teve ajuda de uma pessoa bastante especial, e bem conhecida do público, para ajudar a contar a trajetória do sociólogo. "Tinha ouvido pouquíssimas coisas sobre o Herbert e assim que fui chamado para o teste li tudo que achei, inclusive quase todos os livros e alguns artigos que ele escreveu. Mesmo a série 'Betinho' não mostrando o Daniel no seu período de guerrilha, fiz questão de contactar a ex presidenta Dilma Rousseff, que foi amiga e companheira dele na luta armada, e ela se prontificou a ajudar na pesquisa e preparação. Infelizmente a agenda de compromissos dela não permitiu nosso encontro pessoalmente. Para ajudar a compor o personagem busquei também as entrevistas dele para entender a sua articulação e expressão. Também conheci parte da sua família e pessoas que conviveram com ele, tudo isso foi importante pro resultado", ressalta. 

Como o ator falou, ele foi um dos responsáveis, ao lado de Herbert de Souza, Nair Brito e tantas outras pessoas que foram muito importantes nessa conquista, por articular em todo o país o movimento pela garantia dos direitos de pessoas que vivem com HIV/aids. "Graças a todos, temos hoje no país a medicação para o HIV/Aids no SUS. Eles são parte de um grupo responsável por cobrar e exigir ao Sistema Nacional de Saúde a importação a medicação ao HIV/Aids. Muitas outras pessoas se movimentaram e conseguiram com que tivéssemos um serviço público de assistência as PVHIV (Pessoas que vivem com HIV) que funciona até hoje como referência a vários países (onde ainda a medicação é paga)", diz.

Moraes lembra que se emocionou ao conhecer a história que iria viver e teve momentos da trama de Herbert que o atravessou de forma pessoal. "Conhecer a fundo a importância dele na luta contra a ditadura foi bem importante, mesmo não tendo esse período na série, porém descobrir que ele foi o último exilado político a ser anistiado, provavelmente por ser homossexual assumido, o que me dilacerou o coração. Defender e ser um dos precursores do discurso que existe vida após diagnóstico (que aliás originou o nome a organização que ele fundou e funciona até hoje o Grupo Pela Vidda) também foi de extrema importância no entendimento da personagem e me emocionou profundamente. O lema “morte social” criado por ele elucida bem o que a sociedade sente perante as PVHIV", expõe.

Na série, que é sucesso na plataforma de streaming, o ator contracenou bastante com o protagonista, Júlio Andrade, que interpreta Betinho. Além dele, trabalhou com nomes como João Fenerich que faz Cláudio Mesquita (Marido de Herbert Daniel), Thelmo Fernandes, Michel Gomes, Luiz Bertazzo entre outros. "É uma estória envolvente, original e emocionante de um herói brasileiro na luta contra a fome. Foi ele o responsável pelo projeto que originou o fome zero, com certeza foi um dos seres humanos mais incríveis da história, além de Betinho, há muitas personagens que vale a pena conhecer, figuras ao redor dele que o ajudaram e foram de extrema importância, seja como Herbert Daniel ou dona Teresinha, uma senhora que ajudava os mais necessitados e foi procurar Betinho pra ajudar nessa distribuição. É dela a frase 'quem tem fome tem pressa' que ficou marcada na história da ONG Ação e Cidadania fundada por Betinho", completa. 

Além da série sobre Betinho, o ator está também em “Notícias Populares”, do Canal Brasil. Nela ele vive Gibran, editor de esportes do periódico e que responsável pelo jornal. "Foi um grande presente do diretor Marcelo Caetano esse personagem. O Gibran entrou como 'foca' (aspirante a repórter) há 22 anos e foi ganhando espaço e reconhecimento. Um exímio “mancheteiro” que dá título as manchetes mais famosas do jornal. Um personagem astuto que agarra qualquer oportunidade de subir mais um degrau na escala do jornal e vê na protagonista, Paloma, uma possível aliança pra isso. Ele é um corinthiano apaixonado, de caráter duvidoso e personalidade forte. Traz um misto de comédia e uma pontinha de vilania que é apaixonante. É a primeira vez que interpreto alguém com esse traço e descobri que fazer um vilão é o meu maior desafio hoje. Demorei 20 anos para ter essa oportunidade de dar apenas uma palhinha de que eu sei fazer isso", comemora.

Fora da TV e streaming, o ator também vive o teatro, na peça “Eu Não Sou Harvey”, outro personagem bem importante e conhecido do público, Harvey Milk foi político e ativista gay norte-americano. "Estreei em 2020 no Sesc Pinheiros o primeiro espetáculo teatral sobre 'Harvey Milk' poucos dias antes da pandemia e infelizmente ainda não consegui patrocínio para voltar com ele. A peça percorre uma trajetória inusitada desde o Brasil Colônia até o julgamento de Dan White, assassino de Harvey e do então prefeito George Moscone em 1978 tentando provar uma tese sobre o assassinato e o motivo. Ao contrário do Sean Penn no filme 'Milk a Voz da Igualdade', não faço a biografia de Milk, escolhi contar uma história inspirada nele, que foi escrita pela autora e diretora Michelle Ferreira. Sonho em levar o meu monólogo para São Francisco", revela.

Em 2023 o ator de 41 anos, que é paulista, nascido em São Matheus, periferia da zona leste de São Paulo, completou 20 anos de carreira. Ele fez um balanço dos trabalhos e dos destaques no audiovisual. "Boa parte da minha vida foi nos palcos do teatro, que amo, a partir de 2014 ingressei mais fortemente ao audiovisual. Minha estreia foi como protagonista da série 'Condomínio Jaqueline' na Fox em que fazia dois personagens, era quase a Ruth e Raquel (risos). Fiz também personagens de destaque nas séries 'Amigo de Aluguel' (Universal) e 'Drunk History Brasil' (Comedy Central). Destaco a série 'Bugados' no canal Gloob (Grupo Globo) do qual protagonizei quatro temporadas e sai para poder mergulhar nesses dois papeis de 2023: 'Notícias Populares', do Canal Brasil, e 'Betinho no Fio da Navalha' (Globoplay). Dois grandes presentes da vida que conquistei com muito suor", finaliza.

.: Infantojuvenil, "Valentim Valentinho" reestreia no Teatro do Sesc Bom Retiro


Espetáculo que trata de temas como medo, bullying, opressão e racismo são tratados com delicadeza e responsabilidade. Foto: divulgação


O espetáculo infantojuvenil "Valentim Valentinho" reestreia no dia 7 de janeiro no Sesc Bom Retiro, onde fica em cartaz até o próximo dia 28, aos domingos e feriados, sempre às 12h00.Com a direção de Marcelo Varzea e Erica Rodrigues, o espetáculo tem no elenco Eduardo Borelli, Jessé Scarpellini, John Marcatto e Fran Ferraretto, que assina a dramaturgia.

“Valentim Valentinho” narra a história de um menino prestes a completar 11 anos e que sonha em ganhar coragem de presente de aniversário. Valentim vive com a mãe em uma vila de São Paulo onde também moram seus melhores amigos. Temas como medo, bullying, opressão e racismo são tratados com muita delicadeza e responsabilidade. A trama se desenvolve com descobertas importantes para a infância sem perder a diversão e leveza. Entre confusões e reviravoltas muito aprendizado acontece.


Ficha técnica
Espetáculo “Valentim Valentinho”.
Idealização e texto:
 Fran Ferraretto. Direção: Marcelo Varzea e Erica Rodrigues. Direção de produção: Danielle Cabral. Elenco: Eduardo Borelli, Fran Ferraretto, Jessé Scarpellini e John Marcatto. Stand-inBruno Rods. Cenário e figurino: Marcio Macena. Luz: Cesar Pivetti. Direção musical e trilha original: Marcio Guimarães. Direção de movimento: Erica Rodrigues. Fotos: Julio Aracack e Thalles Tramon. Designer de projeto: Lucas Sancho. Assistente de direção: Bruno Rods. Assistente de produção: Bruno Ribeiro. Operador de som: Vinicius Reis.Operador de luz: Rodrigo Pivetti. Produção de cenário e figurino: Morena Carvalho. Costureira: Salomé Abdala. Cenotécnico: Marquinhos Santos. Administração e gestão: EXEDRA. Produção geral e coordenação de projetos: DCARTE.


Serviço
Espetáculo “Valentim Valentinho”.

Estreia domingo, dia 7 de janeiro. Até dia 28 de janeiro. Domingos, às 12h. Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: livre. Ingressos: R$ 10,00 (credencial plena), R$ 15,00 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira). Grátis para crianças com até 12 anos. Venda presencial e on-lineneste link.

Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 - Campos Elíseos/São Paulo. 
Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 9h às 20h. Sábados, das 10h às 20h. Domingos e feriados, das 10h às 18h.

.: Vem aí o Big Day: sexta-feira é dia de conhecer os participantes do "BBB 24"


A informação mais aguardada do "Big Brother Brasil 24" já tem data para ser revelada. Nesta sexta-feira, dia 5, o público vai conhecer os competidores do prêmio milionário do reality show mais assistido pelos brasileiros. O Big Day terá flashes na programação da TV Globo desde o início do dia, e o anúncio dos perfis dos novos brothers e sisters terá início na parte da tarde.

A revelação dos futuros confinados será ancorada da casa mais vigiada do Brasil e transmitida pela TV Globo. Diretamente da residência, Tadeu Schmidt e Ana Clara vão apresentar os participantes e entrar conversa sobre o assunto que domina o país. Enquanto isso, no gshow e no Globoplay, acontece a tradicional "Maratona Big Day", que reúne apresentadores e convidados especiais para repercutir, em tempo real, quem são os novos participantes do programa. A exibição da maratona será ao vivo e vai acompanhar a revelação dos participantes durante todo o dia. 

Haverá divulgação de informações oficiais sobre os participantes em tempo real. Os profissionais que desejarem receber foto e texto dos participantes desta edição precisam estar cadastrados no site de imprensa e também podem ingressar no grupo de WhatsApp, onde o material será disponibilizado simultaneamente ao anúncio da TV, por meio deste link. Este é um canal exclusivo para comunicação com a imprensa. Por isso pedimos, por favor, que não encaminhe o convite a terceiros. O "BBB 24" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O reality estreia dia 8 de janeiro.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

.: Crítica: "Patos!" traz aventura, fraternidade, ação e pinguinho de terror

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em janeiro de 2024


A Universal Pictures e a Illumination Entertainment abrem 2024 com a animação "Patos!"em que apresenta a aventura de uma família das aves aquáticas que dão nome ao longa dirigido por Benjamin Renner ("A Raposa Má", "Ernest et Célestine") e Guylo Homsy ("Meu Malvado Favorito", "O Lorax - Em Busca da Trúfula Perdida"). Para tanto, o pai protetor Mack (Sérgio Stern), a mãe exploradora Pam (Priscila Amorim), e os filhos Dax (Sam Vileti) e Gwen (Melinda Saide), vivem num lago da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, há tempos, sem nunca fazer a imigração. Contudo, visitantes do lago deixam uma pontinha de vontade na mãe e filhos sobre conhecer a Jamaica tropical.

Medroso, Mack, é irredutível quando o assunto é seguir com o bando de patos que estão de passagem para enfrentar o inverno. Afinal, a "casa" deles, debaixo de uma árvore, está excelente. No entanto, surge na trama o tio Dan (Ary Fontoura) com quem Mack conversa e acaba mudando de ideia. Assim, os cinco patos batem asas rumo a uma aventura que esbarra na cegonha Erin (Claudia Raia), com comportamento um tanto duvidoso, na pombinha desconfiada Lelé (Danni Suzuki) e no papagaio prisioneiro Delroy (Marco Ribeiro).

A animação que soma 1h31 é de encher os olhos, seja por seus gráficos coloridos e traços definidos ou pela história envolvente que fisga até os pequenos na sala de cinema -que volta e meia perguntam sobre algum personagem que não está em cena. Na telona do Cineflix Cinemas, "Patos!" acontece de modo ágil a cada cena de puro amor, amizade, ação, um pinguinho de terror -não há como escapar ileso após a noite que  família de patos passa no recanto do casal de cegonhas- e muita aventura -no ar, na terra e nos lagos.

A dublagem de "Patos!" é a definição de qualidade, não por já ter nomes como Sérgio Stern (Mike Wazowski, de "Monstros S.A.") e Priscila Amorim (Gamora, de "Guardiões da Galáxia"), mas por abrir espaço para a versatilidade vocal de Claudia Raia e Danni Suzuki. Além de automaticamente agradar todo o público ao ouvir Ary Fontura (Sr. Gao, de "Red: Crescer é uma Fera") interpretando o tio querido da família! 

A produção com roteiro de Mike White e Benjamin Renner, antes, garante a exibição do curta "Mooned", relacionado à franquia "Meu Malvado Favorito", com a participação dos Minions e o maquiavélico Vector. "Patos!" não tem cena pós-créditos, mas é totalmente imperdível!


"Patos" ("Migration"). Ingressos on-line neste linkGênero: animaçãoClassificação: livre. Duração: 1h31. Ano: 2023. Idioma: português. Distribuidora: Universal Pictures. Direção: Benjamin Renner e Guylo Homsy. Roteiro: Mike White e Benjamin Renner. Elenco: Kumail Nanjiani (Gil Mesquita), Elizabeth Banks (Evie Saide), Danny DeVito, Caspar Jennings (Renzo Cardoso), Tresi Gazal (Lívia Torres), Keegan-Michael Key (Carlos Gesteira e Alexandro Borba), Awkwafina (Teline Carvalho)Sinopse: uma família de patos decide deixar a segurança de um lago da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, para se aventurar na Jamaica. No entanto, seus planos são frustrados quando eles se perdem e acabam na cidade de Nova Iorque.


Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

.: Bethânia Pires Amaro: "A literatura feita por mulheres sempre foi fecunda"


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com.

Bethânia Pires Amaro é uma mulher cosmopolita. Pernambucana de nascimento, baiana de criação, ela mora atualmente em São Paulo. Apaixonada por literatura, tem diversos contos premiados em concursos nacionais.mas a grande chance veio ao vencer o Prêmio Sesc de Literatura na categoria Conto. Com o livro "O Ninho", lançado pela editora Record, ela mergulha em um mosaico de imperfeições e doenças familiares para jogar realidade nas idealizações que pairam sobre as relações familiares, sobretudo quando se trata de maternidade. 

O livro oferece 15 contos que acompanham personagens femininas enfrentando diversas adversidades e, através de suas histórias, o leitor é lembrado de que a casa, esse estranho ninho, não é tão sacra assim, nem tão segura. Vícios, suicídios, maternidades disfuncionais, abusos e violências devastadoramente reais podem ser encontrados na obra e, no entanto, a sensibilidade narrativa de Bethânia Pires Amaro ampara o leitor com belezas imperfeitas, que decorrem da tragédia cotidiana, e com a compaixão.

Graduada e pós-graduada em Direito pela Universidade Federal da Bahia e mestre em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo ela  Assinado por ela, o conto “O Adeus da Eletricidade”, premiado no Concurso de Contos Maximiano Campos, foi traduzido para o alemão pela editora Arara Verlag. Confira a entrevista exclusiva abaixo. Compre o livro "O Ninho", de Bethânia Pires Amaro, neste link.


Resenhando.com - Seus contos especificam a casa como lugar de segurança afetiva. Explique essa ideia.
Bethânia Pires Amaro -
Já durante a pandemia, tivemos muitos artigos e reportagens que trouxeram reflexões sobre o aumento da violência de gênero durante o isolamento social, levantando o debate sobre o quanto as mulheres podem realmente se sentir seguras dentro de casa. Para muitas mulheres, o lar não é somente um espaço de amor e aprendizado, mas também o berço de comportamentos tóxicos que elas mesmas reproduzem, geração a geração, é a fonte a partir da qual elas desenvolvem distúrbios alimentares ou de imagem, inseguranças e dores diversas. Todas nós somos moldadas, ao menos em parte, pelo ambiente familiar e existe uma idealização da família enquanto instituição. Estes ideais de perfeição, se observados de perto, rapidamente se desfazem. “O Ninho” quis realçar estas tantas sombras e sutilezas dentro das dinâmicas familiares, especialmente entre mulheres.


Resenhando.com - Como é ser a vencedora do Prêmio Sesc de Literatura 2023 na categoria Conto?
Bethânia Pires Amaro - 
Ter vencido o Prêmio Sesc representou para mim um grande reconhecimento do meu trabalho, pelo qual sou muito grata. É um prêmio muito especial para o autor estreante, porque nos oferece, junto à publicação do livro, um circuito de divulgação que é extremamente importante para que possamos alcançar mais leitores Brasil afora. Na minha formação enquanto leitora, o Prêmio Sesc sempre exerceu um papel relevante, na medida em que pude conhecer diversas obras e autores através da divulgação de edições passadas, e eu sinto que tenho uma dívida imensa com esta literatura brasileira contemporânea, que me inspirou e me acompanhou por diversos momentos de vida. 


Resenhando.com - Sérgio Rodrigues afirmou que você é uma das melhores contistas da literatura brasileira. Como você recebe esse elogio?
Bethânia Pires Amaro - 
Tenho uma admiração imensa pelo Sérgio Rodrigues, tanto como autor como quanto ser humano, e a obra dele me inspirou de diversas formas. “O Drible”, em especial, é um livro de cabeceira ao qual retorno muitas vezes, tanto para estudo como por lazer, de modo que foi para mim uma grande honra tê-lo como jurado e sou extremamente grata por toda a generosidade e incentivo que recebi do Sérgio nestes últimos meses. A melhor parte do Prêmio Sesc, na verdade, tem sido a oportunidade de aproximação com outros escritores que sempre tive como referência, pois o meu livro não se fez sozinho, ele fecundou através da obra de muitos autores, ele passou por caminhos que muitas mulheres abriram antes de mim, e pelas mãos de grandes professores, profissionais e colegas até enfim ter chegado ao papel impresso. O livro jamais teria chegado à publicação sem que tantas pessoas tivessem acreditado nele ao longo de toda essa trajetória.


Resenhando.com - O papel da mulher na sociedade é algo recorrente nos textos de "O Ninho". Como você vê o papel da mulher na literatura?
Bethânia Pires Amaro - 
Penso que a literatura feita por mulheres sempre foi fecunda e felizmente tem crescido o número de publicações femininas no Brasil, embora ainda estejamos longe de um equilíbrio nesse sentido. É muito importante que as mulheres ocupem esses espaços nas livrarias e nas estantes brasileiras, para que possamos compartilhar nossas vivências e experiências da forma mais plural possível, apesar das tantas desvantagens que historicamente afastaram as mulheres do mercado literário profissional. Mais ainda, precisamos repensar o papel da mulher na literatura para afastá-la de modelos tradicionais em que sempre somos representadas como “o sexo frágil”, que tratam de questões femininas de forma estereotipada ou que reforcem qualquer tipo de misoginia. Vejo com grande alegria que cada vez mais coletivos, clubes de leitura e teses vêm focando na redescoberta de vozes femininas marginalizadas e no incentivo a novas autoras. Um belo movimento nesse sentido é o “Um Grande Dia para as Escritoras”, idealizado pela Giovana Madalosso, que conseguiu reunir mais de duas mil mulheres pelo país inteiro, em prol da literatura e da expressão artística feminina.

Resenhando.com - O que há de autobiográfico nos contos de "O Ninho"? 
Bethânia Pires Amaro - 
“O Ninho” é um livro de ficção, mas algumas histórias foram baseadas em experiências minhas, de mulheres da minha família ou ainda de mulheres com as quais convivi das mais diversas formas. A maioria, porém, consiste numa representação de temas que me comovem e me inspiram enquanto mulher. A ideia foi tornar cada uma destas histórias uma espécie de fotografia, para compartilhar meus olhares sobre aspectos das vivências femininas dentro de suas famílias que muitas vezes permanecem na sombra, sobre as quais se fala em regra muito pouco. Os contos são, assim, uma janela para a intimidade das dinâmicas familiares, especialmente entre mulheres, que convidam o leitor a se aproximar e formar suas próprias opiniões sobre as realidades retratadas ali; não há respostas prontas, mas apenas relações humanas, com todas as falhas, pontos cegos e malícias que permeiam cada um de nós. É um livro que foi pensado para exigir muito do leitor, que busca a todo o momento fazê-lo reagir e interpretar suas próprias reações.


Resenhando.com - Qual é o seu conto favorito?
Bethânia Pires Amaro - 
Seria impossível eleger um conto favorito, seja dentre os meus ou de outros autores, porque cada um conversa com tipos diferentes de sensibilidade. Mas um conto ao qual venho retornando muito nos últimos tempos é o “Depois do Jeans”, do Raymond Carver. Gosto muito da obra dele pelo tratamento da linguagem e do prosaico, de modo que o conto parece quase banal até que todos os elementos se juntam e geram um impacto muito poderoso no leitor. Neste conto, um casal de idosos sai para uma noite de bingo, mas tudo dá errado na noite deles: a esposa descobre um sangramento vaginal, a vaga e a mesa que eles sempre ocupam são tomadas por um casal mais jovem, eles não ganham nada no bingo. O desenrolar desse conto, e sua conclusão, são uma reflexão magnífica sobre o envelhecimento, sobre as pequenas torturas que a passagem do tempo impõe ao corpo de alguém, mas ao mesmo tempo o conto é muito sensível e belíssimo. Há ali um equilíbrio difícil de conseguir, entre a descrição da realidade de uma forma direta e concreta, quase crua, e a ternura que desperta no leitor sem uso de qualquer poética evidente na linguagem. É um trabalho excepcional de técnica narrativa aliado a um olhar muito humano sobre a vida, que me comove e me inspira.


Resenhando.com - O que representa a literatura em sua vida?
Bethânia Pires Amaro - 
A literatura é para mim uma forma essencial de expressão e de compartilhamento da experiência humana com outras pessoas. Sempre li muito justamente por necessitar dessa conexão, por querer estar em contato com os olhares de outros seres humanos sobre o que é estar vivo, o que é se relacionar de tantas formas com o mundo e com os outros.

Resenhando.com - Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Bethânia Pires Amaro - 
Todos os textos expõem muito do autor e com “O Ninho” não é diferente: cada conto traduz um recorte na forma pela qual eu enxergo determinada situação ou conflito. A narrativa realça alguns pontos e deixa outros na sombra, à espera de que o leitor os descubra e construa suas próprias reações. Por isso, embora o livro busque destacar a experiência feminina em contextos familiares, as questões postas ali são universais, conversam com qualquer ser humano que se veja exposto àquelas realidades, que se mostre aberto a ingressar na vivência dessas mulheres e conhecer conflitos sobre os quais nem sempre falamos às claras.   

Resenhando.com - Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Bethânia Pires Amaro - 
Penso que cada escritor precisará descobrir seu próprio caminho, no sentido de decidir o que funciona melhor para si, porque na escrita não há fórmulas ou estradas universais. Na minha experiência, ajuda muito ter uma ampla bagagem de leitura, dos clássicos e contemporâneos, e especialmente da literatura nacional, porque assim o escritor pode ter uma boa noção do que se vem fazendo tecnicamente em termos literários e se abre a temáticas com as quais pode não ter tanta familiaridade, expandindo seu repertório. Inserir-se também numa comunidade de escritores, para trocar ideias e textos, e principalmente para receber uma análise crítica do que escrevemos, para mim foi também fundamental. Quando escrevemos, nem sempre temos o distanciamento necessário do texto para garantir que estamos passando ao leitor aquilo que queremos, de modo que um retorno honesto de leitores do manuscrito é muito valioso.


Resenhando.com - Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritora e leitora?
Bethânia Pires Amaro - 
Seria impossível listar todos os livros e autores que considero importantes para minha formação ou eleger um favorito, mas na escrita de “O Ninho” tive como principais referências grandes mulheres e contistas como Lucia Berlin, Alice Munro, Maria Fernanda Ampuero, Giovana Madalosso, Jarid Arraes e Cíntia Moscovich.


Resenhando.com - Como e quando começou a escrever?
Bethânia Pires Amaro - 
Escrevo desde muito pequena e, durante a universidade, incentivada por uma amiga, comecei a participar de concursos de contos, tendo integrado diversas antologias nesse período, quando comecei a conhecer melhor a produção de contistas brasileiros contemporâneos. Após a pandemia, decidi me dedicar mais aos aspectos técnicos de minha escrita literária e frequentei o Curso Livre de Preparação de Escritores - Clipe da Casa das Rosas de São Paulo e a Oficina de Criação Literária da PUC/RS, com o Prof. Dr. Luiz Antonio de Assis Brasil, além de outras oficinas e cursos.


Resenhando.com - É possível viver de literatura no Brasil?
Bethânia Pires Amaro - 
Uma vez que estou ingressando agora no mercado literário, precisaria de mais algum tempo para poder opinar com maiores fundamentos sobre esta pergunta. Parece-me, por uma impressão inicial, que viver de literatura no Brasil apresenta seus desafios e que é essencial um apoio mais sólido das políticas públicas para que o mercado leitor brasileiro consiga atingir seu pleno potencial.  


Resenhando.com - O quanto para você escrever é disciplina?
Bethânia Pires Amaro - 
Penso que disciplina contribui no exercício de qualquer atividade, inclusive para a escrita, embora cada autor deva respeitar seu próprio tempo interno e suas próprias inclinações. Eu, por exemplo, não escrevo todos os dias, nem estabeleço uma carga horária predeterminada ou número mínimo de caracteres, mas tento diariamente estar em contato com livros e outras formas de expressão artística que conversem com o meu texto, de modo a me colocar sempre num estado próximo ao da inspiração. Alimentar a inspiração por um esforço consciente, ao meu ver, é parte da transpiração necessária para escrever um livro, já que este tipo de projeto normalmente leva anos para ser concluído. Além disso, uma vez escrita a primeira versão de um texto, é necessário reescrevê-lo ainda algumas vezes, revisá-lo, passá-lo por alguns leitores, além de tantas outras etapas para que se chegue à versão final. “O Ninho” foi escrito e reescrito ao longo de dois anos e foi fruto de muitos estudos sobre a narrativa, de modo a construir um texto o mais intencional possível, então a ideia de um livro escrito num rompante de inspiração é realmente muito distante da minha experiência pessoal.


Resenhando.com - Você tem um ritual para escrever?
Bethânia Pires Amaro - 
Normalmente não tenho nenhum tipo de ritual, mas, quando estou no meio de um projeto, costumo desenhar a estrutura do livro e ter algumas metas compatíveis com minha rotina e carga de trabalho, em regra medidas em semanas ou meses ao invés de dias. Sou uma escritora que prefere escrever sem muitas amarras e definitivamente sem pressa, maturando as ideias que quero expressar no texto. Ao mesmo tempo, tento sempre me envolver em atividades que se relacionem ao projeto, seja ouvindo determinadas músicas, lendo determinadas obras, frequentando determinados espaços, de modo a me manter conectada com a história.


Resenhando.com - Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não o atrapalha?
Bethânia Pires Amaro - 
Para mim, o silêncio e isolamento são essenciais. Costumo escrever à noite, em casa, num horário em que já encerrei as outras demandas do dia, para que nada me distraia do texto.


Resenhando.com - Como começar a ler Bethânia Pires Amaro?
Bethânia Pires Amaro - 
“O Ninho” foi planejado com um sequenciamento que tornasse a leitura do livro mais prazerosa e frutífera para o leitor, gerando uma determinada experiência sensorial. Ainda assim, os contos podem ser lidos separadamente, se for da preferência de quem lê.


Resenhando.com - Por qual de seus livros - ou personagem - você sente mais carinho?
Bethânia Pires Amaro - 
Tenho especial carinho pela narradora do conto “Espiral”, um conto que tenta mostrar o quanto distúrbios alimentares muitas vezes passam despercebidos pela família, sendo comumente passados de mãe para filha numa cadeia silenciosa de comportamentos nocivos à saúde da mulher. Os distúrbios alimentares, associados a distúrbios de imagem, são frequentes inclusive entre mulheres que não se imagina que teriam questões deste tipo, apresentam por vezes difícil diagnóstico e são sorrateiros, crescendo em crianças e adolescentes com poucos sinais externos, sem que ninguém ao redor desconfie.


Resenhando.com - Hoje, quem é Bethânia Pires Amaro por ela mesma?
Bethânia Pires Amaro - 
Sou uma autora brasileira que se vê inserida num coletivo de mulheres que vêm tentando abrir espaço na literatura nacional contemporânea para compartilhar nossas vivências e experiências, na esteira de muitas autoras que vieram antes de nós. Penso que caminhamos juntas e nos fortalecemos sempre que incentivamos e divulgamos os trabalhos umas das outras. Leiam mulheres!

Garanta o seu exemplar de "O Ninho", escrito por Bethânia Pires Amaro, neste link.

.: CCBB SP recebe o espetáculo “Azul”, da premiada Artesanal Cia de Teatro



Mais uma imersão do grupo no teatro de animação, em uma peça que aborda, entre outros temas, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) e o respeito à diversidade. Após Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, o espetáculo chega ao Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo para uma temporada de seis semanas, de 5 de janeiro a 25 de fevereiro. Foto: João Julio Mello 


Adultos e crianças estão convidados a mergulhar em uma história de amor entre irmãos, unidos pela diferença. Após temporadas de sucesso em Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, “Azul”, nova produção da Artesanal Cia. de Teatro, chega a São Paulo para uma temporada de seis semanas no Centro Cultural Banco do Brasil, que patrocina e apresenta o espetáculo.  

“Azul” é o 15º espetáculo da Artesanal Cia de Teatro, que com 28 anos de história tem montagens infanto-juvenis, para adultos e jovens. A peça é mais uma imersão do grupo no teatro de animação, fazendo uso de bonecos e máscaras para abordar, de forma leve e lúdica, temas como TEA (Transtorno do Espectro Autista) e o respeito à diversidade. 

A narrativa é conduzida pelos olhos de Violeta, menina de quatro anos que está ansiosa pela chegada de seu irmãozinho, Azul. O que ela não imagina, é que ele acabará ocupando um espaço inesperado na vida da família. Entre o ciúme e a aceitação de um irmão diferente dela, Violeta tenta compreender esse universo, buscando maneiras de interagir com o irmão e descobrindo que é preciso aprender a lidar com o que a vida propõe para a solução natural dos conflitos e que o amor entre eles é maior do que qualquer diferença que possa existir.  

O texto propõe uma visão sobre as relações dentro de uma família, que tem um integrante que vivencia o mundo de forma singular. “O primeiro sentimento de Violeta é o ciúme. Depois vem a competição, que pouco a pouco vai sendo substituída pela relação de afeto e confiança. Com isso temos uma história familiar que se desenvolve dentro de uma dinâmica muito parecida com toda e qualquer família que tem mais de um filho”, explica o diretor da peça, Henrique Gonçalves.   

O autor Gustavo Bicalho, que também assina a trilha sonora e o texto, e dramaturgia ao lado de Andrea Batitucci, complementa: “Há uma questão na peça que nos é colocada de forma bastante sutil, mas Azul não é o irmão que Violeta esperava ganhar. A família precisa descobrir formas de se comunicar com o menino. Logicamente, o TEA é um espectro muito amplo e não temos como abordar todas as questões relativas a isto. Azul (o irmão) está no espectro autista e tem o seu jeito de ser”

Para construir o personagem, a Cia contou com Consultoria para Acessibilidade e Inclusão de Cris Muñoz, atriz, também autista, que tem doutorado e desenvolve uma pesquisa em arte e inclusão. Ela também é mãe de uma menina autista. Segundo Cris, ao abordar de maneira positiva, lúdica, sem discriminação ou romantização a questão do autismo, o espetáculo está propondo um olhar de respeito ao sujeito, de humanização das diferenças e respeito à diversidade. ”A família é parte indissociável da vida, nela desenvolvemos afetos, construções, aprendemos comportamentos e partilhamos momentos que irão fazer parte do nosso entendimento sobre nós mesmos enquanto indivíduos e enquanto grupo com o qual nos identificamos”, reflete.  

Na costura de tudo, uma trilha sonora sob medida, com marchinhas de carnaval, blues, clássicos da música erudita e música minimalista que agem como elemento narrativo: ”A música deste espetáculo é bem peculiar, porque é usada como uma forma de comunicação com o Azul. A irmã estuda piano e descobre que ele gosta de ouvir quando ela está tocando”, conta Bicalho.  

Com narração de Cleiton Rasga e um elenco afiado formado por Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira, “Azul” promete emocionar os mais diversos públicos. Os atores também têm experiência em aulas para crianças dentro do espectro autista e todo o processo do ensaio traz um momento de conversas e troca de experiências. Segundo a equipe, esta produção está sendo um processo bem rico de aprendizado para todos.   

Ao receber esse espetáculo, o Centro Cultural Banco do Brasil, reafirma seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, formando plateias, promovendo respeito à diversidade e valorizando a produção teatral nacional. 


Ficha técnica
Espetáculo "Azul". Texto e dramaturgia Andrea Batitucci e Gustavo Bicalho. Elenco: Alexandre Scaldini, Brenda Villatoro, Bruno de Oliveira, Carol Gomes, Marise Nogueira e Tatá Oliveira. Locução: Cleiton Rasga. Direção artística: Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves. Concepção, criação e confecção de bonecos e máscaras: Dante. Direção de movimento dos atores e preparação corporal: Paulo Mazzoni. Direção de movimento dos bonecos e preparação técnica máscara teatral: Marise Nogueira. Preparação vocal: Verônica Machado. Figurinos e adereços: Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves. Cenário, objetos, adereços de cena e baleia: Karlla de Luca. Cenotécnico: Antônio Ronaldo. Direção de palco: Alexandre Scaldini. Desenho de luz: Rodrigo Belay. Operação de luz: Poliana Pinheiro. Trilha musical: Gustavo Bicalho. Desenho de som: Luciano Siqueira. Operação de som Pedro Quintaes. Projeto gráfico: Dante. Fotografia: Christina Amaral e João Julio Mello. Cinematografia: Chamon Audiovisual. Assessoria de imprensa: Grená Agência de Criação. Coordenação de comunicação: Alexandre Aquino. Mídias sociais: Tatá Oliveira. RP: Evandro Rius. Assistência de produção: Bruno Oliveira e Edeilton Medeiros. Consultoria para acessibilidade e inclusão: Cris Muñoz. Produção: Marta Paiva. Direção de produção Henrique Gonçalves. Idealização: Artesanal Cia. de Teatro. Realização: Centro Cultural Banco do Brasil.  Patrocínio: Banco do Brasil.  

Serviço
Espetáculo “Azul” da Artesanal Cia. de Teatro. Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. Temporada de 5 de janeiro a 25 de fevereiro de 2024. Temporada de seis semanas, pulando os dois finais de semanas do carnaval de rua, 10 e 11, 17 e 18 de fevereiro. Horários de janeiro: sextas, às 16h, sábados e domingos, às 11h e às 15h. Horários de fevereiro: sábados e domingos, às 11h e às 15h.  Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB - Meia-entrada para estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e seus acompanhantes e casos previstos em Lei. Clientes BB pagam meia entrada pagando com Ourocard. Duração: 50 minutos. Classificação indicativa: livre (recomendado a partir dos cinco anos). Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico / São Paulo. Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças. Outras informações: (11) 4297-0600. Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h. Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. Táxi ou aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m). Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h. Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.

.: Livro incentiva pessoas a praticarem a autoterapia e mudarem de vida


Lançado pela editora Principium, o livro "Como Ser Seu Próprio Terapeuta: Mude Sua Vida com a Autoterapia" vem chamando atenção ao ajudar muita gente. Recomendada por psicólogos, a autoterapia é uma prática que tem se tornado cada vez mais importante para a manutenção da saúde mental. E o médico e psicólogo britânico Owen O’Kane mostra neste livro que ela está ao alcance de todos, tanto daqueles que frequentam há anos os consultórios dos analistas, quanto dos que jamais pisaram em um. Ele propõe uma série de exercícios práticos, com duração de apenas dez minutos, que farão com que o leitor se reconecte consigo mesmo.

A vida moderna é uma fonte constante de estresse, seja no trabalho, nos relacionamentos ou nas redes sociais. Tentamos sempre evitar que as situações cotidianas nos levem ao extremo e, nessa luta, muitas vezes, criamos uma rotina de hábitos ruins. A obra oferece um método fácil para quebrar esse padrão nocivo, enquanto nos faz refletir sobre nossos principais questionamentos e nos ajuda a encontrar respostas para os problemas cotidianos rumo a uma vida mais plena, feliz e repleta de sentido. Compre o livro "Como Ser Seu Próprio Terapeuta: Mude Sua Vida com a Autoterapia", de Owen O’Kane, neste link.

Sobre o autor
Owen O’Kane
 é psicoterapeuta e autor mundialmente aclamado. Tem mais de 25 anos de experiência em saúde mental e dirige um consultório particular de sucesso em Londres. Owen é um palestrante conhecido e costuma fazer palestras em eventos corporativos, eventos de bem-estar e eventos de saúde mental. Garanta o seu exemplar de "Como Ser Seu Próprio Terapeuta: Mude Sua Vida com a Autoterapia", escrito por Owen O’Kane, neste link.

.: Fábio Rabin estreia “Ladeira Abaixo”, show inédito sobre reconciliações


O humorista Fábio Rabin estreia em São Paulo, neste sábado, dia 6 de janeiro, às 21h, no Teatro Bradesco, com repertório pontuado pelas desesperadas tentativas de um homem para reconquistar sua esposa após alguns vacilos. Foto: Henrique Grandi


Depois das tretas que precisou encarar no período da pandemia, o ator Fábio Rabin estreia em “Ladeira Abaixo”, sétimo show de comédia stand up com repertório pontuado pelas desesperadas tentativas de um homem para reconquistar sua esposa após alguns vacilos. Viagens internacionais, um encontro com os atores do “De Volta Pro Futuro”! E até mesmo, a busca em alto mar por uma baleia! Será que tudo isso trará o perdão de sua esposa?

O show também conta sobre os quarenta anos na vida de um homem, onde mudam gostos, novas prioridades aparecem, além de dores, pelos, rugas, unhas podres, flatulências… e tudo isso é esmiuçado pelo olhar clínico de um comediante que prefere levar a vida, em todas as fases, de forma mais leve, sendo otimista e positivo. Inclusive, eu mesmo pedi umas aspas dele: “Daí pra frente é só Ladeira Abaixo…”.

Futebol e política, como nos shows anteriores “Tá Embaçado” e “Tô Viajando”-, show vencedor do prêmio Risadaria na categoria melhor show de Comédia Stand Up em 2018 e “Muita Treta”, se mantém presente, sempre com textos sobre atualidades do país e do mundo, marca de Rabin que o colocou em expressivo destaque no cenário do humor nacional nos últimos tempos. “Tudo isso, tentando enxergar o lado cômico em todas as desgraças que nos cercam, em todas as esferas!”, conclui. Afinal, segundo ele, as melhores armas para enfrentar gafes, foras e afins é o bom humor e o espírito leve. Sim, o humor salva, muitas vezes”, diz rindo.


Quem é Fábio Rabin
Um dos pioneiros do Stand-up Comedy no Brasil, Fábio Rabin está na estrada da comédia tempo suficiente para ser uma referência no gênero nesses mais de 15 anos de uma carreira consolidada no Brasil. Ele começou fazendo shows nos bares de São Paulo e hoje lota teatros pelo Brasil e exterior. Em meados de 2008, logo em seu início, ele integrou o Pânico na TV e na rádio, com os quadros “Na Madruga” e o “Beijo na Boca ou Tapa na Cara”. Já em 2009, ele entrou na MTV com o “Furfles MTV”, onde continuou até 2013 como elenco do "Comédia MTV", vencedor de 2 prêmios APCA como melhor programa de humor.

Uma carreira em ascensão permitiu que em 2011 Rabin lançasse, pela Sony, o seu primeiro especial de comédia: "Sem Noção - Live in Floripa". Em 2014, fez sua primeira turnê internacional no Japão. No ano de 2015, ele fez sua segunda turnê fora do Brasil, desta vez nos Estados Unidos, fazendo shows por Los Angeles, San Diego, Santa Barbara e San Francisco. Neste mesmo ano ele gravou seu segundo especial, o "Queimando o Filme". E para provar que sua carreira estava em franca expansão, Rabin foi convidado por Jô Soares para ser protagonista na peça "Atreva-se", dirigida pelo eterno Jô.

Em 2016, ele retornou ao elenco do "Pânico" na rádio e na TV. Ao lado de seu “comparsa” Daniel Zukermann, eles realizaram diversas matérias internacionais que repercutiram na mídia brasileira. Diante de tantas viagens e experiências internacionais, Fábio Rabin lançou, em 2017, o seu show solo "Tô Viajando" e focou na produção semanal de conteúdo para as redes sociais abordando a situação política do país, cada vez mais polarizada, o que fez seu público triplicar na internet. Neste mesmo ano ele saiu do Pânico por falta de agenda, já que a carreira tinha decolado novamente, incluindo sua terceira turnê internacional, desta vez em Toronto – Canadá.

Já em 2018, sua turnê internacional pousou no Velho Continente e ele se apresentou em Amsterdam, Dublin e Londres. Também foi nesse ano que o show "Tô Viajando" ganhou como melhor show de stand-up comedy pelo prêmio Risadaria. Tantas viagens deram ideia para o incansável comediante criar a sua websérie de viagens, a "Stand-up Trip".

Em 2019, antes do mundo acabar, ele estreou o show "Tá Embaçado", seu quarto show solo, esgotando ingressos por onde passava, alcançando a incrível marca de +120 mil pessoas em 8 meses em cartaz no Teatro das Artes no Shopping Eldorado. Este foi considerado o melhor show do Brasil pela crítica especializada. E claro que teve turnê internacional com esse show, com apresentações em Orlando, Boston San Diego Los Angeles, Nova Iorque, Amsterdam, Dublin e Londres.

E o seu sexto show de comédia, "Muita Treta", foi lançado em 2022 após o período de pandemia e um momento muito delicado com a descoberta de uma doença em sua esposa. "Muita Treta" é um show de comédia e um desabafo, mostrando que o melhor remédio para os problemas da vida são o bom humor e o espírito leve. Fábio Rabin é um dos comediantes mais regulares na produção de conteúdo para internet, alimentando semanalmente suas redes sociais com vídeos em que mostra seu ponto de vista sobre diversos assuntos e não foge de temas espinhosos como política e futebol.

E como a cabeça (e as contas) não param, ele já está trabalhando na criação e construção do próximo espetáculo. Ironia, humor ácido e a comédia do absurdo são marcas registradas desse comediante que preza pelo texto bem escrito, as piadas bem trabalhadas e uma visão de mundo única, que o tornaram um dos principais expoentes e vanguardistas comediantes de seu tempo.


Serviço
“Ladeira Abaixo” – Novo show de comédia stand up de Fábio Rabin.
No primeiro sábado do ano (2024), 06 de janeiro, às 21h. No Teatro Bradesco. No Bourbon Shopping São Paulo – Rua Palestra Itália, nº 500 - Loja 263 - 3º Piso - Perdizes/São Paulo. Ingressos a partir de R$ 32,00 em até 12x. Classificação:16 anos. Menores de 14 anos, somente poderão entrar acompanhados dos pais ou responsáveis e crianças até 24 meses de idade que ficarem no colo dos pais, não pagam. Duração: 70 minutos.  Informações adicionais: Setor Frisa Superior: visão prejudicada

Pontos de venda sem taxa de serviço
Bilheteria do Teatro Bradesco. 3º Piso do Bourbon Shopping São Paulo. Rua Palestra Itália, 500 - Loja 263 - 3° Piso I Perdizes/São Paulo. Horário de funcionamento: segunda-feira a domingo das 12h às 15h e das 16h às 20h. Em dias de evento o funcionamento será a partir das 12h até o final do evento.

Bilheteria do Teatro Opus Frei Caneca
7º Piso do Shopping Frei Caneca. Rua Frei Caneca, 569 - 7° Piso I - Consolação/São Paulo. Horário de funcionamento: terça-feira a domingo das 12h às 15h e das 16h às 19h e segunda-feira. Bilheteria fechada.

Formas de pagamento
Internet: Pix e Cartões Visa, Master, Diners, Hiper, Elo e American.
Bilheteria: Dinheiro, Visa, Master, Diners, Hiper, Elo, Vale Cultura Ticket e American.
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