domingo, 10 de dezembro de 2023

.: Romance "Gay de Família" aborda temas espinhosos como a homofobia


Dramas familiares e temas delicados não são novidade quando unidos na literatura. Mas fazer essa mistura adicionada a uma dose perfeita de bom-humor, é tarefa para poucos autores. Foi assim, com ousadia e muito talento que Felipe Fagundes escreveu “Gay de Família”, história que mescla debates importantes embrulhados em um bom humor que nos faz rir com os olhos ainda marejados. A obra chega às livrarias através da editora Paralela, selo pertencente ao Grupo Companhia das Letras. A história, inclusive, já teve seus direitos negociados para virar filme.

“Gay de Família” nos apresenta Diego, protagonista da trama. Diego espera tudo de ruim dos próprios parentes, mas tudo mesmo. Que o pai tenha uma segunda família. Que a mãe comande um esquema de tráfico humano. Que o irmão lave dinheiro. Por serem versados em todos os crimes do manual da família tóxica, Diego decidiu ser gay bem longe deles. E tudo vai muitíssimo bem, obrigado.

Porém, às vésperas de uma viagem aguardadíssima com amigos, seu irmão aparece implorando por um favor: que Diego seja babá dos três sobrinhos por um final de semana, crianças com as quais ele nunca conviveu. De olho na grana que o irmão promete pagar e acreditando piamente no seu potencial como tio, ele aceita a proposta sem imaginar que os pequenos são, no mínimo, peculiares.

O que a princípio parece moleza, mesmo envolvendo uma gata demoníaca, um amigo imaginário e um porteiro potencialmente sádico, acaba se revelando um desafio quando Diego percebe que terá que revirar seus sentimentos e provar que pode dar conta do recado, sem perder o rebolado que apenas um tio gay é capaz de manter.

O livro também critica a noção de que a convivência entre gays e crianças se restringe a casos de abuso ou pedofilia, como infelizmente muito se mostra na mídia. Pessoas LGBT+ e os pequenos podem, sim, a exemplo do livro, desenvolver relações de afeto, respeito e confiança entre si, haja vista tantos casais homoafetivos que atualmente adotam crianças e são verdadeiros exemplos de pais e mães amorosos.

“Gay de Família” ensina noções valiosas sobre família, pertencimento e respeito. É o tipo de leitura que mostra o valor da escrita para o público adulto, em especial aquele que embandeira uma maior representatividade gay além das ficções adolescentes. Felipe mostra ser um autor preocupado com valores e com a formação de cidadãos sóbrios, questionadores e equilibrados em suas opiniões e valores. Compre o livro “Gay de Família”, de Felipe Fagundes, neste link.


O que disseram sobre o livro

“De zero a dez na Escala Gay, esse livro é um mil. Absolutamente hilário” ― Pedro Rhuas, autor de "Enquanto Eu Não te Encontro".


Trecho do livro:

Você é meu tio viado? — pergunta Diogo 2.

Nossa, que amor de criança — comento.

Mas não estou ofendido. Vindo dele, ser viado pareceu minha profissão. Você é meu tio professor? Meu tio bombeiro? Meu tio fotógrafo? Eu adoraria ser pago para ser gay.


Sobre o autor
Felipe Fagundes nasceu em 1991 e cresceu em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Desde sempre escreve histórias bem-humoradas que, na verdade, são dramas disfarçados. Atualmente, mora com o marido no Rio de Janeiro, e você pode encontrá-lo no Twitter e no Instagram. Garanta o seu exemplar de "Gay de Família", escrito por Felipe Fagundes, neste link.

.: "Meu Nome: Mamãe", com Aury Porto, será apresentado no Sesc Santos


A convivência do ator Aury Porto com sua mãe, que vive com mal de Alzheimer há 15 anos, bem como a relação familiar com o lento processo de degeneração acarretado pela doença, são o ponto de partida do espetáculo solo do artista "Meu Nome: Mamãe", em cartaz no Sesc Santos no próximo sábado, dia 16, às 20h, no teatro do Sesc Santos. A peça teatral marca a estreia de Porto no universo da autoficção sob a direção de Janaina Leite. Com dramaturgia de Claudia Barral.  

"Meu Nome: Mamãe" surge a partir de relatos, sempre com muito bom humor, de Aury Porto para os amigos mais próximos sobre as situações vividas por ele e sua família, que além dos cuidados da medicina, se vale da força de resistência característica da cultura sertaneja dos cearenses. A leveza, disposição e afeto empregados nas situações do cotidiano para tratar a complexidade do assunto sempre rendiam o comentário: “Você precisa levar isso para o palco”

É centrado em duas personagens, Filho e Mãe, interpretados pelo ator numa dinâmica de troca de "máscaras", a partir de um paralelo entre o que ocorre com a memória do portador do mal de Alzheimer e o surrealismo na qual as imagens e situações se expressam diretamente do inconsciente. Cenas narrativas e representadas se intercalam sem compromisso com a lógica sequencial do tempo do calendário. 

Apesar de ser um testemunho do amor inquebrantável do Filho para com sua Mãe, a montagem tem um propósito sanitário: colaborar com a discussão sobre as doenças características da velhice, uma vez que a sociedade brasileira está envelhecendo. 

Sobre Aury Porto 
Com mais de 30 anos de trabalho nas artes cênicas, além de ator, tem exercido as funções de diretor, produtor, professor de teatro, dramaturgo e adaptador. No início da década de noventa criou a companhia Teatro Dragão do Dito em parceria com o dramaturgo Paulo Faria. No ano 2000 entrou para o hoje sexagenário Teatro Oficina Uzyna Uzona no qual exerceu as funções de ator, produtor e administrador, tendo permanecido naquela companhia por nove anos. Em 2007 fundou, ao lado da atriz Luah Guimarãez, a mundana companhia. À frente desta companhia, que tem uma equipe que gira em torno de trinta profissionais das artes cênicas, idealizou e coproduziu a maioria dos onze espetáculos criados nestes treze anos de existência. 

Ficha técnica 
Espetáculo "Meu Nome: Mamãe". Idealização, texto e atuação: Aury Porto. Direção: Janaina Leite. Dramaturgia: Claudia Barral. Cenografia e figurino: Flora Belotti. Trilha sonora e operação de som: Rodolfo Dias Paes (DiPa). Desenho e operação de luz: Ricardo Morañez. Projeções: Felipe Ghirello. Produção: Bia Fonseca.  Dia 16 de dezembro. Sábado, das 20h às 21h. Auditório. Ingresso - R$ 10,00 (credencial plena). R$15,00 (meia). R$30,00 (inteira).  Não recomendado para menores de 14 anos - Autoclassificação. Duração 55 minutos.  Venda on-line no Portal Sesc SP e no app Credencial Sesc SP. Venda presencial a partir das 17h, nas bilheterias do Sesc SP.

.: Ruth Rocha lança "O Grande Livro dos Macacos" para público infantojuvenil

A premiada autora Ruth Rocha lança obra inédita que nos convida a explorar, rir e aprender com as travessuras e peculiaridades dos macacos


Com ilustrações de Veridiana Scarpelli, "O Grande Livro dos Macacos" é uma homenagem à diversidade dos macacos e um lembrete de que, apesar de nossas diferenças, temos muito em comum com esses seres fascinantes. No livro, Ruth Rocha traz dados científicos e textos lúdicos e ficcionais para desmistificar a vida dos primatas, desde o macaco-prego até o gorila. Ruth abraça a complexidade da nossa relação com os macacos, ressaltando a inteligência e as emoções que nos conectam a eles. Este livro mostra não só a capacidade da escritora de tecer narrativas encantadoras, mas também o seu desejo de instigar a curiosidade e o respeito pela natureza nas jovens mentes.

"A ideia de escrever sobre macacos era um desejo antigo meu. Esse livro estava guardado há tempos e, durante a pandemia, resolvi finalizá-lo. Juntei a ideia de contar histórias engraçadas de macacos com a teoria de Charles Darwin, a quem considero um dos cientistas mais importantes do mundo", diz Ruth Rocha.

Ruth possui uma trajetória marcada por cerca de 140 livros publicados pela Editora Salamandra, onde é autora exclusiva – com inúmeros contos, narrativas, poemas, crônicas e também adaptações de obras clássicas e documentos dos mais diversos, que visam garantir um dos direitos mais básicos da humanidade: o acesso à alfabetização e à educação.

Você pode comprar o livro "O Grande Livro dos Macacos", de Ruth Rocha aqui: amzn.to/41eL1q4

A autora é uma figura emblemática da literatura infantil brasileira. Com mais de 50 anos de carreira, suas histórias têm sido parte integral da educação e desenvolvimento infantil no Brasil, sempre com uma linguagem acessível e abordando temas que ressoam tanto em crianças quanto em adultos.

A escritora foi uma das primeiras a fazer parte dos catálogos Moderna e Salamandra, e em 2009, passou a ser, oficialmente, autora exclusiva da casa. Ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira, já superou a marca de 40 milhões de exemplares vendidos, e encantou várias gerações de crianças do Brasil e do mundo.

Nascida na capital paulista em 1931, ao longo da vida, foi orientadora educacional e editora. Começou a escrever artigos sobre educação para a revista Cláudia, em 1967. Em 1969, deu início à produção de histórias infantis para a revista Recreio. Em 1976, teve o primeiro livro editado e, desde então, publicou mais de cem livros em território brasileiro e vinte no exterior, em 19 idiomas diferentes.

Ruth recebeu prêmios de diversas associações pela sua contribuição à literatura e à educação brasileira: Academia Brasileira de Letras, Associação Paulista dos Críticos de Arte, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, o prêmio Santista, da Fundação Bunge, o prêmio de Cultura da Fundação Conrad Wessel, a Comenda da Ordem do Mérito Cultural e oito vezes o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Também foi homenageada pelas escolas e municípios, com seu nome batizando centenas de bibliotecas pelo país.

Compre o livro "O Grande Livro dos Macacos", de Ruth Rocha aqui: amzn.to/41eL1q4


Livro: "O Grande Livro dos Macacos"

Autora: Ruth Rocha

Editora: Salamandra


sábado, 9 de dezembro de 2023

.: Crítica: "A Invenção de um Crime" é a condenação do amor entre homens

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em dezembro de 2023


"A Invenção de um Crime", dirigido por Gianni Amelio, volta para os anos 60, baseado num caso verídico, em que Aldo Braibanti (Luigi Lo Cascio), influente dramaturgo, é condenado por plágio, mas, na verdade, seu julgamento acontece por conta da orientação sexual. Assim, seu aluno Ettore (Leonardo Maltese), envolvido com ele, é internado em um hospital psiquiátrico, recebendo tratamento de choque (algo bem mostrado no seriado "American Horror Story: Asylum") para que seja curado de seu gosto sexual.

Do tipo que grita na cara do aluno e o menospreza, remetendo brevemente ao caso do podcast "O Ateliê", sobre Dudu Farah. No entanto, há sensibilidade em Aldo, também poeta, que primeiramente conhece o irmão de Ettore, mas devido o seu desinteresse pela leitura, acaba perde a atenção do professor. Até que surge em cena, o jovem Ettore, quem ama pintura e se sente livre com o professor que lhe recita poemas e trechos de clássicos da literatura.

Enquanto a paixão entre os dois cresce, o povo ao redor se incomoda, chegando a pichar ofensas para a mãe do professor. Com tanta pressão por conta de como serão vistos na sociedade, a família coloca o rapaz num hospital psiquiátrico para receber "a cura gay", da época, enquanto que Aldo é conduzido para julgamento com o objetivo de prisão, uma vez que a família do aluno faz de tudo para ele pague pelo crime de ter desviado o filho.

Em meio a todos os tipos de pessoas, majoritariamente, aquelas que não suportam o amor entre dois homens, a imprensa começa a dar voz para o caso, enquanto que, em praças públicas, manifestantes denunciam o abuso que a lei pretende exercer com Aldo -estando Ettore abatido e com a mente confusa. No grupo dos julgadores, há ainda os que chamam o professor de invertido e merecedor de toda punição possível. 

O longa de 2h10 é, definitivamente, atemporal, ao retratar a sociedade com ódio velado, mesmo as em países que tentam se mostrar evoluídos, quando há chance mínima, descarrega seu ódio por mulher, negro e gay. 

O filme "A Invenção de um Crime" faz parte do Festival de Cinema Italiano no Brasil 2023 e pode ser assistido gratuitamente, até 9 de dezembro, aqui: https://assista.festivalcinemaitaliano.com/app/festival-de-cinema-italiano/IL_SIGNORE_DELLE_FORMICHE. Filmaço imperdível!

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 


"A Invenção de um Crime(IL Signore Delle Formiche)
Gênero: drama
Classificação: 16 anos
Duração: 2h10
Ano: 2022
Idioma: italiano

Direção: Gianni Amelio
Roteiro: Gianni Amelio
Elenco: Luigi Lo Cascio, Elio Germano, Sara Serraiocco, Leonardo Maltese
Sinopse: Itália, anos 60. Aldo Braibanti é um influente dramaturgo condenado por plágio e seu aluno é internado em um hospital psiquiátrico. Inspirado em eventos reais, o filme retrata a história de várias vozes, incluindo familiares, amigos, acusadores e apoiadores, enquanto um jornalista busca a verdade em meio a suspeitas e censuras. Amelio lembra o caso Braibanti denunciando uma Itália homofóbica e intolerante. O filme foi apresentado no 79o Festival de Cinema de Venezam vencedor do Prêmio Brian, NuovoImaie Talent Award para Leonardo Maltese.


Sobre "A Invenção de um Crime"


.: Crítica: "O Retorno de Casanova" trata envelhecimento e a tecnologia sem cor

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em dezembro de 2023


"O Retorno de Casanova", dirigido por Gabriele Salvatores, resgata a trama clássica de Arthur Schnitzle sobre o libertino decadente Giovanni Jacobo Casanova (1725-1798), entregando um paralelo com o diretor de cinema Leo Bernardi (Toni Servillo) que, enquanto finaliza seu mais recente filme, segue incomodado com o novato na área cinematográfica que está ganhando o posto de queridinho: Lorenzo Marino (Marco Bonadei).

Num estilo Tim Burton de fazer cinema, a vida confusa do diretor que vive em uma casa tecnológica -incluindo robôs aspiradores e vaso sanitário eletrônico-, que depois se mostra cheia de sentimentos ao refletir a melancolia de Bernardi, é exposta em preto e branco, enquanto que o filme de trabalho de Bernardi, apoiando na trama da literatura universal, "O Retorno de Casanova", é colorido. 

Tal qual acontece no recente francês, "Making Of", no longa italiano, é Bernardi é quem conduz o filme dentro do filme. O longa de 1h35, é encantador, uma vez que os figurinos e os cenários de época são de encher os olhos. 

O filme que lança provocações sobre envelhecer, destacando o ciclo da vida, quando há a chance de novas vidas por vir, como também questiona o quanto a tecnologia tirou o colorido do nosso olhar. "O Retorno de Casanova" é excelente!

"O Retorno de Casanova" faz parte do Festival de Cinema Italiano no Brasil 2023 e pode ser assistido gratuitamente, até 9 de dezembro, aqui: https://festivalcinemaitaliano.com/title-item/il-ritorno-di-casanova-o-retorno-de-casanova/. Filmaço imperdível!

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 


"O Retorno de Casanova(Il Ritorno Di Casanova)
Gênero: drama, comédia
Classificação: 16 anos
Duração: 1h35
Ano: 2023
Idioma: italiano

Direção: Gabriele Salvatores
Roteiro: Gabriele Salvatores
Elenco: Toni Servillo, Sara Serraiocco, Fabrizio Bentivoglio, Natalino Balasso, Antonio Catania
Sinopse: Leo Bernardi, um aclamado diretor de cinema em sua última obra, escolhe contar a história de Casanova de Arthur Schnitzler, um personagem incrivelmente parecido com ele, mais do que ele mesmo pode imaginar. Schnitzler retrata um Casanova que já superou sua juventude, seus tempos de glória ficaram para trás: ele não possui mais seu charme e poder sobre as mulheres, não tem dinheiro no bolso, não tem mais vontade de percorrer a Europa. Assim como o lendário sedutor, Bernardi enfrenta seu próprio envelhecimento e questionamentos sobre a vida. Enquanto se prepara para o Festival de Cinema de Veneza, ele lida com competição, amor e o inevitável passar do tempo. Com referências ao cinema de Fellini, "Il Ritorno di Casanova" é um filme de atmosfera envolvente e uma atuação intensa de Toni Servillo.


Trailer de "O Retorno de Casanova"



.: Espetáculo "Quando Um Dia" mergulha na maturidade do universo feminino


O Núcleo de Pesquisa Corpo Urgente, do Grupo XIX de Teatro, dirigido por Juliana Sanches apresenta "Quando Um Dia", até dia 17 de dezembro, na Vila Maria Zélia. Os ingressos são gratuitos pela plataforma Sympla.  Baseado na obra "As Avós", da escritora britânica Doris Lessing (1919-2013), o espetáculo escrito e dirigido por Juliana Sanches é um mergulho na vida de três mulheres maduras numa cidade litorânea. Ao dividirem seus dias dilatados, tentam processar a ação do tempo, do desejo e do esquecimento entre adversidades e histórias que mantém em segredo. 

O Núcleo Corpo Urgente fomentou a pesquisa do espetáculo, partindo da dicotomia entre as sensações físicas e como as verbalizamos. Como tantas vezes a palavra não dá conta do que sentimos e, em outras, dizemos tanto sem sentir quase nada. O processo provocou essas reflexões físicas e a reverberação entre as artistas presentes. Após dois anos de pandemia com os corpos trancados em casa, o que o confinamento real revelou que estava confinado há tempos pela sociedade patriarcal? 

Todo o processo foi alimentado por obras de mulheres, sejam elas artistas plásticas, escritoras, poetisas, dançarinas, mulheres que alimentam e inspiram o trabalho de criação de Juliana Sanches; que dirigiu espetáculos como: "Legítima Defesa" (com 16 atrizes); "InCômodos" (com 24 atrizes); "A Corda, Alice" (com 23 atrizes); "O Tempo me Atravessando Dentro de Casa" (com 21 atrizes com idades que variam de 20 a 50 anos), entre outros.

A iniciativa integra o projeto 5X XIX, que visa a manutenção e a continuidade dos 18 anos de residência artística do Grupo XIX na Vila Maria Zélia, contemplado pela 40ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura. Compre o livro "As Avós", escrito pela escritora britânica Doris Lessing, neste link.


Ficha técnica
Espetáculo "Quando Um Dia". Direção e Dramaturgia: Juliana Sanches. Concepção: Juliana Sanches e Evelyn Klein. Diretora Assistente: Carolina Catelan. Atrizes-criadoras: Evelyn Klein, Mara Helleno e Tasia d’Paula. Produção e assistência de Cena: Agatha Selva. Assessoria dramatúrgica: Tatiana Ribeiro. Preparação corporal: Claudia de Souza. Música e colaboração de processo inicial: Gustavo Kurlat. Concepção cenário: Criação coletiva. Iluminação: Thiago Capella. Arte Chão/Cenário: Washti. Confecção de cortina: Dayse Neves. Produção figurinos: Juliana Sanches e Carolina Catelan. Concepção e produção objetos: Criação coletiva. Técnico geral: Luis Roberto de Oliveira. Direção de produção: Andrea Marques. Fotografia: Fernanda Hernandez. Designer gráfico: Jonatas Marques. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Realização: Grupo XIX de Teatro, Núcleo Corpo Urgente e Lei de Fomento para a Cidade de São Paulo. 

Primeira Fase do Núcleo: Agatha Selva, Ana Beatriz Nery Ferreira, Anáthaly Kleina, Andrezza Czech, Angie Carvalheiro Rodrigues, Camila Nardoni de Oliveira, Carolina Catelan, Cléo Francisco, Evelyn Klein, Flora Sandyá, Gleice arruda, Grasielli Gontijo, Ingrid Sachs Kindi, Jamile Nascimento Assad, Juliana Iurk, Lidiane Fernandes de Araujo, Mara Helleno, Maria Claudia Mesquita, Priscilla Nina Fernandes, Rosana Bardini, Tásia de Paula, Teresa Cecília Ramos, Thaís Campos e Vanessa Tatiana Azeñas.


Serviço
Espetáculo "Quando Um Dia" - Núcleo Fundo do Grupo XIX de Teatro. Até dia 17 de dezembro. Sessões: Sextas às 20h30, sábados às 18h30 e 20h30 e domingos às 18h30. Duração: 70 minutos. Indicação: maiores de 16 anos. Capacidade: 70 espectadores por sessão. Ingressos: grátis, mediante reserva de ingressos. Retirada pelo Sympla - https://www.sympla.com.br/eventos/sao-paulo-sp?s=Quando%20Um%20Dia. Vila Maria Zélia - Rua Mário Costa 13 (Entre as ruas Cachoeira e dos Prazeres) – Belém. Telefone – (11) 2081-4647. Acessibilidade. Estacionamento: gratuito.

.: "Ninguém Via Chapéus ou Meninos" propõe reflexão sobre invisibilidade


Escrita pelo jornalista Vinícius Novaes, obra reúne crônicas que também dialogam sobre a relação humana com temas como o amor, a perda e a saúde mental.


"Ninguém Via Chapéus ou Meninos", escrito pelo jornalista Vinícius Novaes entre 2019 e 2022, é um mergulho nas esquinas do acaso de uma cidade grande para desvendar as camadas de invisibilidade social que permeiam a vida cotidiana. Lançado pela editora Penalux, o livro de crônicas é uma jornada poética diante de temas como a morte, o amor, a solidão e as consequências da pandemia na sociedade atual. Por meio de uma prosa perspicaz, Vinícius Novaes aborda temas sensíveis de maneira íntima, desafiando os leitores a questionarem suas próprias percepções e preconceitos.

Em um cenário urbano segregador e hostil, os textos de Ninguém via Chapéus ou Meninos se entrelaçam, criando uma narrativa que provoca a reflexão sobre aquilo que muitas vezes passa despercebido. Para isso, o autor se utiliza da mais pura essência das ruas e de seus personagens para falar das "vidas invisíveis", e desafiar os leitores a explorarem a riqueza das histórias que habitam os cantos esquecidos de uma cidade aparentemente indiferente.

O autor oferece uma visão da complexidade das relações, destacando as experiências que muitas vezes são negligenciadas em uma sociedade apressada. A obra também se destaca pela capacidade do autor de tecer, de forma leve, as transformações provocadas pela pandemia, explorando suas ramificações emocionais, econômicas e, sobretudo, sociais. "Ninguém Via Chapéus ou Meninos" é o segundo livro do jornalista Vinícius Novaes. Em 2016, ele lançou "Eu te Amo, Mas Estou Bêbado", obra que reúne crônicas sobre o amor.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

.: Crítica: "A Última Noite de Amore" é filmaço italiano com trama empolgante

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em dezembro de 2023


O thriller policial "A Última Noite de Amore" começa com uma festa surpresa para o exemplar policial Franco (Pierfrancesco Favino) que está prestes a se aposentar. Rotulado como alguém que não atira e de boa conduta, seja entre amigos e familiares ou no serviço, Franco mostra um lado obscuro para o público quando se envolve numa sequência de acontecimentos com a máfia chinesa.

O longa italiano dirigido por Andrea Di Stefano é eletrizante, do início ao fim. Com maestria, apoiado numa edição no ponto e ângulo de câmera que ajudam a dar mais energia para os fatos, entrega diversas revelações surpreendentes, o que influencia na mudança da forma de se ver o protagonista da trama, o amigo do também policial Dino. 

Embora tenha diversos personagens ajudando a fazer a trama acontecer, absolutamente tudo gira em Franco, brilhantemente defendido por Pierfrancesco Favino ("O Traidor" e "O Colibri"). Em "A Última Noite de Amore", toda a sequência se dá por conta das escolhas de Franco que se mostra um verdadeiro lobo em pele de cordeiro. E como todo vilão, arrasta muitos outros para o seu antro.

Inicialmente, chega a remeter ao clássico "Dia de Treinamento" (2001), produção do mesmo gênero, com Denzel Washington e Ethan Hawke. Contudo, "A Última Noite de Amore" cria situações atormentadoras, usando os meios tecnológicos da atualidade, como os smartphones elemento importante para alterar o rumo da trama. Um diferencial diante do antigo longa dirigido por Antoine Fuqua (trilogia "O Protetor"). 

"A Última Noite de Amore" faz parte do Festival de Cinema Italiano no Brasil 2023 e pode ser assistido gratuitamente, até 9 de dezembro, aqui: https://festivalcinemaitaliano.com/title-item/lultima-notte-di-amore-a-ultima-noite-de-amore/. Filmaço imperdível!

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 


"A Última Noite de Amore(L'Ultima Notte Di Amore)
Gênero: drama, thriller, suspense, policial
Classificação: 14 anos
Duração: 2h04
Ano: 2023
Idioma: italiano

Direção: Andrea Di Stefano
Roteiro: Andrea Di Stefano
Elenco: Pierfrancesco Favino, Linda Caridi, Antonio Gerardi
Sinopse: Franco Amore (Pierfrancesco Favino) é um tenente da polícia. A última noite de sua carreira de 35 anos será a mais longa e difícil de toda a sua carreira devido ao assassinato de seu amigo Dino. De repente, ele questiona tudo, desde seus entes queridos mais próximos até sua própria vida.


Trailer de "A Última Noite de Amore"

Sobre "A Última Noite de Amore"

.: Entrevista: Rodrigo Faour resgata em livro a história da cantora Leny Eversong


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O jornalista Rodrigo Faour conseguiu concretizar um sonho antigo: editar em livro pelo Sesc Editora a história da cantora Leny Eversong (1920-1984), que nos anos 50 chegou a se apresentar com sucesso no exterior, inclusive nos Estados Unidos. Mas acabou sendo esquecida pelo público nas décadas de 70 e 80.

O livro foi o resultado de uma tese de mestrado do jornalista na PUC-Rio, financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), uma fundação do Ministério da Educação (MEC). Além de um minucioso trabalho de pesquisa que desenvolveu ao longo dos anos sobre a trajetória incrível da cantora. Em entrevista para o Resenhando, Faour conta como foi o processo de elaboração e explica os objetivos de seu trabalho de resgate da memória da nossa autêntica música popular. “Temos uma história muito rica na nossa música”. Compre o livro "A Incrível História de Leny Eversong ou A Cantora que o Brasil Esqueceu", escrito por Rodrigo Faour, neste link.

Resenhando.com - Como foi que surgiu a oportunidade para lançar esse livro sobre a Leny Eversong?
Rodrigo Faour - Quando eu tinha 19 anos, defendi uma tese de mestrado justamente sobre a Leny Eversong. Eu me encantei com a história dela. Não entendia o porque dela ter sido relegada ao esquecimento depois de ter tido uma carreira de sucesso no Brasil e no Exterior. Ela se apresentou no programa de televisão do Ed Sullivan, nos Estados Unidos, que era um marco para a carreira de qualquer artista. Ao longo dos anos fui conhecendo melhor a sua obra musical e tive a oportunidade de relançar algumas coletâneas dela. E isso incentivou o filho dela a me procurar para agradecer o meu interesse pela obra dela. Ele me apresentou uma série de fotos e alguns troféus que a Leny tinha ganhado, como o prêmio Roquete Pinto. Mais tarde conheci o pessoal da Sesc Editora, que se interessou em lançar o livro. Foi a concretização de um sonho.


Resenhando.com - A que você atribui o esquecimento dela pelo público?
Rodrigo Faour - Eu atribuo isso a dois fatores principais: o nacionalismo que imperou inclusive com mais força no período do Governo Militar. E o fato dela ser uma figura fora dos padrões de beleza do meio artístico, acima do peso. Ela sofreu gordofobia de uma forma muito cruel. A imprensa era impiedosa em relação ao sobrepeso dela. No livro tem vários exemplos desses ataques relacionados ao sobrepeso. E é preciso lembrar que quando fez sucesso ela já tinha uma idade um pouco mais avançada. Gravou o primeiro LP em 1955, com 35 anos.

Resenhando.com - Ela ficava chateada com esses comentários gordofóbicos?
Rodrigo Faour - Ela nunca ligou para isso. Até brincava com a situação. Teve uma vez que pediram para ela fazer uma foto na balança. E ela foi. Na verdade, os comentários contribuíam para diminuir o brilho de suas interpretações, que traziam momentos antológicos.Ela tinha uma voz poderosa, capaz de cantar qualquer estilo com perfeição. E isso era pouco lembrado pela mídia no Brasil 

Resenhando.com - Ela teve uma ascensão rápida na música?
Rodrigo Faour - Quando surgiu, em Santos, ainda pré-adolescente, ela se apresentava nas rádios locais. Veio de uma família humilde e batalhou muito para seguir carreira na música. Tudo começou a mudar quando foi descoberta pelo Assis Chateaubriand, que a levou para o Rio de Janeiro. A partir daí sua carreira decolou literalmente. Ela foi logo levada para o Exterior, chegando a apresentar em Las Vegas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. Chegou a ser elogiada pelo compositor Augustin Lara pela sua interpretação da canção Granada. Mas a que destacou mesmo ela foi Jezebel. E é incrível notar que ela cantava em vários idiomas sem conhecer as línguas. Foi um talento fora do comum.  Ela fez mais de 700 shows no exterior.


Resenhando.com - O que houve com ela no final?
Rodrigo Faour - Nos anos 70 ela ainda se apresentava na televisão e fazia shows. Mas em 1973 o marido dela desapareceu. Saiu para pescar e nunca mais foi encontrado. Como era ele quem controlava as finanças, ela ficou sem ter acesso ao dinheiro no banco, pois não tinha o atestado de óbito. Acabou falecendo em uma condição mais pobre em 1984, sem saber o paradeiro do marido.


Resenhando.com - Além desse livro, você já escreveu biografias de outras figuras marcantes, como Dolores Duran, Cauby Peixoto e Angela Maria. De onde vem essa vontade de contar a história da música?
Rodrigo Faour - Eu entendo ser necessário trabalhar para preservar a memória de nossa cultura popular. A nossa música tem uma história muito rica, que precisa ser conhecida pelo público em geral. E quem quiser conhecer o meu trabalho pode acessar o meu canal no YouTube (@rodrigofaouroficial) e no instagram (rodrigo.faour).


"Canta Brasil/Aquqrela do Brasil"

 
"Jezebel"

"Summertime"

.: CPF Sesc recebe autor da biografia de Carlinhos Brown para curso gratuito


O CPF SESC promove encontro entre o público e o autor da biografia de Carlinhos Brown, Julius Wiedmann, para uma conversa sobre este processo de escrita biográfica. No livro "Meia-lua Inteira: a Constelação Mística de Carlinhos Brown", publicado pela editora Record, o autor Julius Wiedemann desvela a caleidoscópica biografia de uma figura fundamental da música popular brasileira, da infância humilde na Bahia à consagração internacional. O curso, que é presencial, acontece no próximo dia 16, das 11h às 13h, na sede.

Da infância pobre em Salvador à indicação ao Oscar de Melhor Canção Original, Carlinhos Brown é dono de uma trajetória de excelência, marcada por inovações artísticas, parcerias com outros gênios da música, valorização das religiões de matriz africana e projeção da música brasileira a patamares internacionais.

Nesta biografia, Julius Wiedemann foge da ordem cronológica tradicional do gênero para dar conta do caleidoscópio místico da vida e da obra do artista, cuja contribuição para o cenário da música popular brasileira, com projetos como o Timbalada, é tanto cultural quanto social, e cujo legado criativo seguirá influenciando artistas pelo mundo. Compre o livro "Meia-lua Inteira", de Julius Wiedemann, neste link. 


Sobre Julius Wiedemann
Curador chefe de talentos do portal www.domestika.org, Julius Wiedemann é editor sênior das áreas de design e arquitetura da editora alemã TASCHEN. Já editou mais de 100 livros. É colaborador frequente de revistas, onde escreve sobre tecnologia, mídia, cultura visual, artes e comunicação. Foto: Junia Fatorelli. Garanta o seu exemplar de "Meia-lua Inteira", escrito por Julius Wiedemann, neste link.

Inscrições on-line
Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, solicite pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, após a conclusão e efetivação do pagamento da sua inscrição, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.

As inscrições podem ser feitas no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível. Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br. A declaração será encaminhada em até 30 dias. O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br


Serviço
Sábado, dia 16 de dezembro de 2023, das 11h às 13h. Curso presencial. Inscrições enquanto houver vagas. Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar - Bela Vista/São Paulo. Grátis.

.: Livraria da Vila recebe Paula Pimenta para lançamento e sessão de autógrafos


A Livraria da Vila do Shopping Center Norte recebe, neste domingo, dia 10 de dezembro, às 12h30, a escritora Paula Pimenta para lançamento e sessão de autógrafos do novo livro “Minha Vida Fora de Série - 5ª Temporada”, lançado pela editora Gutenberg. A obra já era muito aguardada pelos fãs da autora, que é querida pelo público teen e já soma mais de 900 mil livros vendidos só no Brasil.

Para participar do evento é preciso retirar senha com antecedência. Serão distribuídas 300 senhas numeradas, mediante apresentação ou compra do livro que está sendo lançado. Em “Minha Vida Fora de Série - 5ª Temporada”, a escritora conta a história de Priscila, que depois de mudar completamente o rumo de sua vida, embarca para Nova York determinada a abandonar o passado e acaba conquistando bem mais do que esperava: amizades, uma carreira promissora, novos amores... Nesta nova temporada, a autora promete surpreender os leitores ao mostrar que a vida da Priscila pode ser ainda mais fora de série. Compre o livro "Minha Vida Fora de Série - 5ª Temporada", de Paula Pimenta, neste link.


Serviço
Lançamento e sessão de autógrafos de “Minha Vida Fora de Série – 5ª Temporada”. Autora: Paula Pimenta. Editora Gutenberg. Data e hora: 10 de dezembro, 12h30. Local: Livraria do Shopping Center Norte - Travessa Casalbuono, 120 – Vila Guilherme, São Paulo – entrada pela Avenida Otto Baumgart. Necessária retirada prévia de senha para autógrafo. As senhas serão disponibilizadas na unidade do Shopping Center Norte, mediante compra ou apresentação do livro “Minha Vida Fora de Série – 5ª Temporada”. Garanta o seu exemplar de "Minha Vida Fora de Série - 5ª Temporada", escrito por Paula Pimenta, neste link.

.: "Mário Pedrosa: revolução Sensível" traz as muitas dimensões do crítico


O livro "Mário Pedrosa: revolução Sensível" com organização dos historiadores Everaldo de Oliveira Andrade, Francisco Alembert e Marcelo Mari será lançado com um bate-papo no dia 13 de dezembro, quarta-feira, às 19h, no Sesc Avenida Paulista. A coletânea de ensaios, depoimentos e imagens traz as muitas dimensões do crítico de arte e militante político.

Mário Pedrosa foi um homem de muitas facetas: como militante político, ferrenho defensor da democracia e dos interesses da classe trabalhadora; como intelectual, considerado imprescindível na constituição e no aprofundamento da crítica de arte no Brasil; e também como vanguardista arrojado, além de amigo carismático e agregador, interessado no ser humano e confiante no poder transformador da arte e da consciência política como motores da revolução social.

Nascido no alvorecer do século, Pedrosa se filiou em 1925 ao Partido Comunista de São Paulo. Dois anos depois, partiu rumo à Rússia, que comemorava uma década da revolução bolchevique. Cursou Sociologia e Filosofia em Berlim e se aproximou do trotskismo e da oposição ao nazismo. Em 1929, ao retornar ao Brasil, foi expulso do Partido Comunista por sua oposição a Stalin e liderou a criação da Frente Única Antifascista, que combatia os Integralistas. Enfrentou tanto a ditadura do Estado Novo (1937-1945) quanto a civil-militar (1964-1985). Junto à militância política, aflora sua verve de crítico de arte e, posteriormente, gestor cultural. Já no fim de sua vida, Pedrosa participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).

A trajetória ímpar de Mário Pedrosa é analisada por pesquisadores, artistas e familiares em 23 ensaios, sete depoimentos e textos introdutórios de Maria Amélia Bulhões e dos organizadores. O leitor também encontra uma parte dedicada às artes visuais, com uma seleção de imagens de duas exposições que o homenageiam. Compre o livro "Mário Pedrosa: revolução Sensível" neste link.

Política e crítica de arte
Os textos se dividem em seis partes. A primeira, “Política em Tempos Sombrios”, recupera a militância, as contribuições para o pensamento político e econômico brasileiro, a resistência a duas ditaduras e as proximidades do pensamento de Pedrosa e Rosa Luxemburgo. Na segunda parte, “Questões de Forma”, a crítica de arte de Pedrosa é posta em contexto e contraponto às perspectivas de sua época. Os estudos pioneiros sobre psicologia da forma, arte incomum e arte dos doentes mentais são analisados em profundidade.

A terceira e quarta partes, “Arte e Instituição” e “Arte e Política como Projeto”, tratam do envolvimento de Pedrosa com a Associação Internacional dos Críticos de Arte (Aica) e as inúmeras iniciativas do crítico nas décadas de 1950 e 1960, com destaque para a Experiência Whitechapel de Hélio Oiticica, em 1969, e a criação do Museu da Solidariedade, no Chile, onde Pedrosa esteve asilado. A atividade como gestor de museus, a contribuição ao debate sobre a arquitetura brasileira e a atuação de Pedrosa na fundação do PT também são abordadas.


Exposições realizadas e importância de sua obra
A quinta parte, “Exposições Mário Pedrosa: revolução Sensível e O que Não É Floresta É Prisão”, traz uma seleção de imagens das exposições realizadas em homenagem ao crítico na ocasião dos 120 anos de seu nascimento. A coletânea se encerra com “Pedrosa em Retratos: depoimentos, Escritos e Documentos”, a partir de uma síntese biográfica de Michael Löwy, com depoimentos do neto Quito Pedrosa, Daisy Peccinini, Raul Pont, Antonio Manuel e Paulo Skormov, além do resgate de um texto de 1995 de Carlos Zílio sobre a necessidade de republicação da obra de Pedrosa. Nas 468 páginas do livro, trafegam personagens da arte e da política brasileiras e mundiais do século XX, de Trotsky e Rosa Luxemburgo a Salvador Allende e Luiz Inácio Lula da Silva, de André Breton e Portinari a Oiticica e Lygia Clark. Garanta o seu exemplar de "Mário Pedrosa: revolução Sensível" neste link.


Sobre os organizadores
Everaldo de Oliveira Andrade
é professor de História Contemporânea no Departamento de História da FFLCH/USP, diretor do Centro de Apoio à Pesquisa Histórica Sérgio Buarque de Holanda (CAPH) da FFLCH/USP, membro do Conselho da ANPUH/SP e membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.

Francisco Alembert é professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP). Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP/1987), mestrado em História Social pela USP (1991) e doutorado em História Social pela USP (1998). Foi membro do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico e pesquisador-bolsista em Produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Marcelo Mari é professor de Crítica e História da Arte no Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília (VIS/UnB).

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