terça-feira, 14 de novembro de 2023

.: "Anderson Spider Silva", série de ficção biográfica, estreia nesta quinta-feira

It's timeeee! Tá pronto pro fight? A série original do Paramount+, "Anderson Spider Silva", que contará a vida do lutador que se tornou um dos mais importantes atletas do mundo, estreia mundialmente, nesta quinta-feira. Os cinco episódios de "Anderson Spider Silva" estarão disponíveis a partir de 16 de novembro, com exclusividade no Paramount+, no Brasil e todos os mercados internacionais em que o serviço está disponível, incluindo: demais países da América Latina, Caribe, Canadá, Reino Unido, Austrália, Áustria, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Suíça e Coreia do Sul.

Baseada em fatos da vida real, a série apresenta um retrato jamais visto do menino, marido, pai e do lutador, que é Anderson Silva, e sua batalha dentro e fora do ringue. "Anderson Spider Silva" trará ao público uma visão emocionante do despertar da força interior que catapultou Silva para se tornar um reverenciado campeão mundial de MMA e também uma figura de inspiração e referência para o mundo. Todos os 5 episódios, dia 16 de novembro, quinta-feira, com exclusividade no Paramount+.


Sobre a série
"Anderson Spider Silva" mostra o lutador em Curitiba, onde vive com sua tia e conhece o amor de sua vida. Com um filho a caminho, começa a lutar profissionalmente e encontra sua verdadeira vocação. Após um torneio no Japão, conquista seu primeiro título internacional, o que faz com que sua carreira decole até ele se tornar campeão mundial. Porém, a fama o afasta dos seus e ele enfrenta diversas dificuldades. Anderson se reinventa conseguindo, através da sua perseverança, foco e vontade de voltar a fazer o que mais gosta: lutar.

Com produção executiva de Anderson Silva, criada por Marton Olympio e tendo Caito Ortiz como diretor geral, a série conta com os atores: William Nascimento, Bruno Vinicius e Caetano Vieira interpretando Anderson Silva, em suas fases adulta, adolescente e infantil, respectivamente. "Anderson Spider Silva" também terá o renomado cantor e ator Seu Jorge, que interpreta o tio do lutador, e Tatiana Tiburcio, que interpreta a tia de Anderson, ambos responsáveis ​​pela educação do atleta. Também fazem parte do elenco Douglas Silva, Iza Moreira, Jeniffer Dias, Larissa Nunes, Livia Silva, Milhem Cortaz e Vaneza Oliveira. "Anderson Spider Silva" foi produzida pelo Paramount Television International Studios (PTIS), em parceria com a Pródigo Filmes.


Sobre o atleta
Nascido em São Paulo, mas criado pelos tios na periferia de Curitiba, Anderson Silva, ainda criança, aprendeu a lutar para sobreviver. Desde muito cedo, Silva praticava Tae Kwon-Do, Jiu-Jitsu e Muay Thai tornando-se, anos mais tarde, faixa preta em todas essas práticas de artes marciais. Já adulto ingressou no mundo da luta profissional, conquistando seu primeiro título mundial no Japão e se tornando o maior campeão da história do MMA, quando defendeu o cinturão com um cartel perfeito, sem perder uma única luta em sete anos. Esta série conduzirá a audiência pela incrível jornada que inspirará a todos, dentro e fora do ringue.


Ficha técnica
Série "Anderson Spider Silva". Produção Executiva – Anderson Silva, Juan “JC” Acosta, Maria Angela de Jesus, Tereza Gonzalez, Federico Cuervo, Fernando Gastón, Jose “Fidji” Viggiano, Beto Gauss, Francesco Civita, Caito Ortiz, Renata Grynszpan, Lupisa Adegas e Thalize Sayegh. Criação: Marton Olympio Roteiro: Susan Kalik, Eliana Alves Cruz, Marton Olympio, Nathalia Cruz, Raul Perez, Álvaro Campos; e colaboração de Luiz Guilherme Assis. Direção: Caito Ortiz. Produção: Pródigo Filmes. Música original: Antonio Pinto. Direção de arte: Billy Castilho. Direção de fotografia: Adrian Teijido, ABC.

domingo, 12 de novembro de 2023

.: #ResenhaRápida com Thais Piza: "Democracia dá poder a muitos idiotas"


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Por dentro e por fora... Na vida real, no teatro e em tudo o que se propõe a fazer, Thais Piza é "Uma Linda Mulher". O musical, em cartaz até dia 17 de dezembro no Teatro Santander. O espetáculo repete a trajetória bem-sucedida do filme filme-fenômeno-pop de 1990, ao fazer uma releitura feminista de Cinderela - a diferença é que não há uma mocinha indefesa que precisa ser salva. A personagem é uma garota de programa que é capaz de salvar o próprio mocinho, que no cinema foi Richard Gere e nos palcos brasileiros é Jarbas Homem de Mello.

Nome forte do teatro musical e dos realities voltados a caçar talentos na música, Thais Piza é mais do que carisma e coração ao interpretar Vivian Ward, personagem que alçou Julia Roberts ao estrelato. Para ter credibilidade, papel só poderia ser defendido por uma atriz eloquente. O risco era alto: as comparações com a interpretação clássica do cinema e outro ainda maior, o de ser devorada por uma personagem tão grande. Com experiência de sobra e a entrega de uma atriz em busca do papel de sua vida, Thais Piza brilha com uma personagem capaz de demonstrar ao público toda expressividade, potência vocal e até a vulnerabilidade de uma atriz imensa. Confira a entrevista exclusiva com a atriz, com perguntas que até então ninguém teve coragem de fazer.


#ResenhaRápida com Thais Piza

Nome completo: Thais Castilho Colognesi Piza.
Apelidos: Pizza, Tha, Tata, Tatá, Menem, Priti… depende da pessoa (risos).
Data de nascimento: 1° de agosto.
Altura: 1,68m.
Qualidade: lealdade.
Defeito: preguiça.
Signo: leão.
Ascendente: aquário. 
Uma mania: roer unha.
Religião: algumas (risos).
Time: não tenho… 
Amor: é um livro.. 
Sexo: é esporte..
Mulher bonita: Katherine Heigl.
Homem bonito: Damiano David.
Família é: babado…
Ídolo: não tenho.. mesmo. Tentei pensar em muitos. 
Inspiração: Pink.
Arte é: necessidade. 
Brasil: é lindo.
Fé: tenho.
Deus é: a energia de todas as coisas.
Política é: importante.
Personalidade histórica favorita: Simone de Beauvoir.
Hobby: caminhar com fone de ouvido sem rumo.
Lugar: Christiania …e nunca pensei que me tornaria essa pessoa, mas “praia”.
O que não pode faltar na geladeira: Coca Zero.
Prato predileto: carpaccio de salmão.
Sobremesa: aceito! (risos)
Fruta: melão e melancia.
Bebida favorita: vinho branco e rosé.
Cor favorita: preto.
Medo de: adoecer.
Uma peça de teatro: curta por favor!
Um show: Pink.
Uma atriz: Meryl Streep.
Um ator: Morgan Freeman.
Uma cantora: Kelly Clarkson.
Um cantor: Fred Mercury.
Uma escritora: Jane Austen.
Um escritor: Milan Kundera.
Um filme: "A Bela do Palco" ("Stage Beauty").
Um livro: "A Insustentável Leveza do Ser", de Millan Kundera.
Uma música: "Antagonista".
Um disco: "Endless Summer Vacation" (no momento).
Um personagem: Satine ❤️.
Uma novela: "Avenida Brasil".
Uma série: "Suits" (no momento, risos).
Um programa de TV: "Caldeirão com Mion".
Uma saudade: sempre de viajar.
Algo que me irrita: quem fala muito alto.
Algo que me deixa feliz é: palco.
Uma lembrança querida: "We Will Rock You".
Um arrependimento: é pesado…
Quem levaria para uma ilha deserta? Minha melhor amiga.
Para quê? Oxe, ilha é praia, né? (risos).
Se pudesse ressuscitar qualquer pessoa do mundo quem seria e por quê? Mauricio Amaro…
Se pudesse fazer uma pergunta a qualquer pessoa do mundo qual seria e a quem? “Quer patrocinar minha peça?” (risos). A qualquer bilionário.
Não abro mão de: sonhar.
Um talento oculto: nem ideia..
Você tem fome de quê? Justiça.
Você tem nojo de quê? Preconceito.
Se tivesse que ser um bicho, seria: águia.
Um sonho: "Moulin Rouge".
O que me tira do sério: gente chata que fala alto e é preconceituosa.
Democracia é: necessária, mas dá poder a muitos idiotas.
Ser mulher, hoje, é: difícil.
O que seria se não fosse atriz: triste.
Cinema em uma palavra: beleza.
Teatro em uma palavra: amor.
Televisão em uma palavra: serve…
Frase favorita: “Não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar.”
Palavra favorita: Vamo!
"Uma Linda Mulher" em uma palavra: força!
Vivian Ward em uma palavra: Minha ❤️
Ser Thais Piza é: difícil (risos).
Thais Piza por Thais Piza: "vamo" que no caminho eu te explico!



Serviço
"Uma Linda Mulher - O Musical". 
Até dia 17 de dezembro (conferir no site todas as datas disponíveis). Horários: Quintas-feiras, às 20h. Sextas-feiras, às 20h. Sábados, às 16h e 20h. Domingos, às 16h e 20h. Local: Teatro Santander. Endereço: Shopping JK Iguatemi - Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041. Classificação etária: livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Quintas, às 20h | Domingos, às 20h:
Frisa Balcão: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão B: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão A: R$ 75,00 meia entrada e R$ 150,00 inteira
Plateia superior: R$ 130,00 meia entrada e R$ 260,00 inteira
Frisa Plateia Superior: R$ 130,00 meia entrada e R$ 260,00 inteira
VIP: R$ 180,00 meia entrada e R$ 360,00 inteira

Sextas, às 20h | Sábados, às 16h e às 20h |Domingo, às 16h:
Frisa Balcão: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão B: R$ 19,80 meia entrada e R$ 39,60 inteira
Balcão A: R$ 85,00 meia entrada e R$ 170,00 inteira
Plateia superior: R$ 140,00 meia entrada e R$ 280,00 inteira
Frisa Plateia Superior:: R$ 140,00 meia entrada e R$ 280,00 inteira
VIP: R$ 190,00 meia entrada e R$ 380,00 inteira
*Clientes Santander têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 2 por CPF.

Ingressos
Internet (com taxa de conveniência):
https://www.sympla.com.br/
Bilheteria física (sem taxa de conveniência):

Teatro Santander
Horário de funcionamento: Todos os dias das 12h00 às 18h00. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação. A bilheteria do Teatro Santander possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos sem taxa de conveniência 24h por dia. Endereço: Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041. 

Descontos
50% de desconto | Meia-entrada: obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição de beneficiário.

30% de desconto | Cliente Santander - Na compra de ingressos realizada por clientes Santander, limitado a 20% da lotação do teatro. Não cumulativo com meia­-entrada. Limitados a 02 (dois) ingressos por CPF. Esta compra deverá ser realizada com cartões do Banco Santander, para compras on-line somente o cartão de crédito Santander, compras na bilheteria e totem, o pagamento com o desconto poderá ser realizado em débito ou crédito. Verifique em qual setor o desconto está disponível. De acordo com o art. 38, inciso I, da Instrução Normativa nº 1, de 20/03/2017 e com base na Lei Federal nº 8.313 (Lei Rouanet) e Decreto nº 5.761, é proibido comercializar o produto cultural (ingressos) em condições diferentes para clientes Santander, das praticadas ao público em geral.

Venda a grupos: envie um e-mail para grupos-entretenimento@immbr.com 

.: Rafael Gallo: "Minhas histórias sempre são uma forma de lidar com questões"


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Rafael Gallo acaba de publicar uma nova versão de "Rebentar", romance vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura em 2016. "O que motivou a nova versão foi uma vontade, já de alguns anos, de mudar certos aspectos do texto, que me pareciam inadequados e de colocar um pouco mais de sal nas personagens", ele explica. O livro, que narra o momento de reconstrução de uma mãe que decide parar de buscar seu filho desaparecido, tem texto de orelha do escritor João Anzanello Carrascoza.

Paulistano nascido em 1981, ele também é autor dos romances "Dor Fantasma"vencedor do Prêmio José Saramago 2022, w do livro de contos "Réveillon e Outros Dias", vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2012. Tem ainda diversos textos em antologias e coletâneas, incluindo publicações em países como França, Estados Unidos, Cuba, Equador e Moçambique. Nesta entrevista exclusiva, o premiado autor fala sobre o processo de reescrita do livro, criação artística e autobiografia. Garanta o seu exemplar de "Rebentar", escrito por Rafael Gallo, neste link.

Resenhando.com - Como foi reencontrar "Rebentar" e o que motivou a nova versão do livro?
Rafael Gallo - O que motivou a nova versão foi uma vontade, já de alguns anos, de mudar certos aspectos do texto, que me pareciam inadequados e, confesso, me davam um pouco daquela vergonha de ter escrito, e de colocar um pouco mais de sal nas personagens, digamos. E foi uma experiência ótima revisitar a história, que é tão importante para mim. Eu logo me senti em casa, ali.

Resenhando.com - O que representa a literatura em sua vida?
Rafael Gallo - Muitas coisas, desde uma possível distração em um tempo ocioso, até uma parte muito grande, e fundamental, da minha formação intelectual e emocional.

Resenhando.com - Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Rafael Gallo - É difícil dizer com precisão. Creio que minhas personagens, e minhas histórias, sempre são uma forma de lidar com questões que são muito importantes para mim, muito íntimas e que me tiram o sono. Se coloco essas questões para serem tratadas com personagens aparentemente distantes de mim, em seus tipos e características, não é para me preservar ou me esconder, mas porque acho que essas formas de construção podem representar melhor o que quero dizer.

Resenhando.com - Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Rafael Gallo - O primeiro é o de sempre: ler muito. Não há outra maneira de aprendizado melhor do que estar imerso no que quer fazer. O segundo conselho tem a ver com essa parte de querer: pense no que você ama mesmo. Se for a história e a escrita, então importe-se com isso. E o terceiro e último: tenha paciência e saiba que terá de lidar com muito do imponderável.

Resenhando.com - Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritor e leitor?
Rafael Gallo - Muitos. Para citar alguns: “Laços de Família”, da Clarice Lispector; “Várias Histórias”, Machado de Assis; “Final de Jogo”, Julio Cortázar; “Sinfonia em Branco”, Adriana Lisboa; “Cemitério de Pianos”, José Luís Peixoto; “Ensaio sobre a Cegueira”, José Saramago; “Primeiras Estórias”, João Guimarães Rosa, e muitos outros.


Resenhando.com - Como e quando começou a escrever?
Rafael Gallo - De certa forma, desde muito pequeno eu lido muito com a imaginação e com a criação de histórias. Desenhava histórias em quadrinhos, inventava histórias na minha cabeça e tudo mais. Depois, ao longo da vida, flertei com aqueles poemas de adolescente, escrita de letras de canções autorais, tentativas de prosa etc. Mas, escrever mais a sério, com um “projeto literário”, digamos, foi mais perto dos 30 anos de idade. A época de meu primeiro livro mesmo, “Réveillon e Outros Dias”.

Resenhando.com - Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal?
Rafael Gallo - Muitos, incluindo todos que citei na pergunta sobre livros da minha formação. Vou acrescentar mais nomes aqui, para aproveitar a chance: João Anzanello Carrascoza, Maurício de Almeida, Dulce Maria Cardoso, Milan Kundera, Inês Pedrosa, Mário de Andrade. E poderia citar alguns cancionistas, como Chico Buarque, Noel Rosa, Aldir Blanc, Tom Jobim, Caetano Veloso. Todas essas pessoas me ensinaram voos que a palavra pode erguer, para além do uso comum.

Resenhando.com - É possível viver de literatura no Brasil?
Rafael Gallo - Possível, é; só não é fácil e tampouco comum. Dá para contar nos dedos quem consegue isso, de verdade. Porque a gente não pode colocar nessa conta quem não tem outros trabalhos, porém, o dinheiro que paga as contas precisa ser garantido por outra fonte ou pessoa. O difícil é conseguir que, em um país onde a literatura está longe do centro da atenção, haja remuneração suficiente e duradoura.

Resenhando.com - O quanto para você escrever é disciplina? É mais inspiração ou transpiração? Por quê?
Rafael Gallo - Para mim, tem tudo a ver com disciplina. Porém, com uma ideia de disciplina que não é rígida; é uma questão de lembrar-se a si mesmo o que é que você quer, como ouvi, certa vez, de Gil Fronsdal. E, para mim, é bastante trabalhoso. Há a parte de ter ideias, que, no meu caso, costuma acontecer mais fora do ambiente de escrita diretamente. A parte de escrever é mais trabalhosa, no meu caso.

Resenhando.com - Quanto tempo por dia você reserva para escrever?
Rafael Gallo - Não há tempo definido. Em geral, tento ter o máximo que posso.

Resenhando.com - Você tem um ritual para escrever?
Rafael Gallo - Colocar música nos fones de ouvido, comer chocolate e ler algo bom antes.

Resenhando.com - Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não o atrapalha?
Rafael Gallo - Eu gosto de ouvir música, porque é uma espécie de “som controlado” para mim. Silêncio mesmo não existe, então se eu não ouço música, me distraio com cada ruído que aparece (e eles sempre aparecem). Além do mais, a música me dá uma espécie de injeção de ânimo.

Resenhando.com - O que há de autobiográfico nos textos que escreve?
Rafael Gallo - Tudo, embora pareça que não haja nada.

Resenhando.com - Como começar a ler Rafael Gallo?
Rafael Gallo - Eu sugiro pelos romances, que acredito serem meus trabalhos mais bem acabados. Se for ler o “Rebentar”, garanta que é a nova versão, a de 2023, está escrito na capa, no canto inferior esquerdo.

Resenhando.com - Por qual de seus livros - ou personagem - você sente mais carinho?
Rafael Gallo - Isso é impossível responder. Tenho muito carinho por cada um deles. Talvez seja meu traço mais importante, na hora de escrever.

Resenhando.com - Que livro você gostaria de ter escrito?
Rafael Gallo - “Ensaio Sobre a Cegueira”, do José Saramago. Porque, na minha opinião, é uma história que mostra, da melhor maneira possível, os grandes nós da humanidade. É quase como se fosse a explicação definitiva do funcionamento dos seres humanos; em especial, nas relações coletivas. E, além disso, acho a condução narrativa desse livro perfeita.

Resenhando.com - Hoje, quem é Rafael Gallo por ele mesmo?
Rafael Gallo
O mesmo garoto que sonhava em criar histórias, só um pouco aprimorado.  

Compre o livro "Rebentar", de  Rafael Gallo, neste link.

.: Prêmio Sesc de Literatura leva história de amor LGBTQIA+ para o garimpo

Romance vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2023, "Outono de Carne Estranha" convida o leitor a mergulhar nas lamas de Serra Pelada, combinando as memórias do garimpo com a ficção. Com escrita sensível e perfurante, o paraense Airton Souza conta a história de amor entre os garimpeiros Zuza e Manel, em um território de embrutecimento dos homens e da terra. Referência consolidada nos meios literários da região norte do país, é autor de várias publicações e ganhador de diversos prêmios.

"Outono de Carne Estranha" se passa no contexto da famosa e trágica Serra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, explorado por milhares de homens na década de 1980. Nessa terra fragmentada pelas enxadas, marcada pela ganância e pela violência, o romance mescla fatos históricos e ficção para contar a história de Zuza e Manel, dois garimpeiros que se apaixonam, e Zacarias, um padre angustiado diante da própria batina. Os três protagonistas tentam, a todo custo, bamburrar: encontrar uma grande quantidade de ouro e, assim, ganhar a vida.

A escrita de Airton Souza fala as línguas do norte e do garimpo para adentrar um pedaço da história brasileira que, até hoje, pouco foi abordado pela literatura. A terra úmida, os desabamentos e o cheiro do garimpo são cenário de uma história em que talvez já não existam fronteiras entre o sagrado e o profano, entre a morte e o erotismo – constantes dualismos enfrentados pelos personagens. Apesar de a obsessão pelo ouro e a truculência dos que comandam o garimpo criarem uma atmosfera violenta, assassina e solitária, a ternura narrativa abraça seus personagens para que, de algum modo, escapem à asfixia da repressão, permitindo que amem e sejam amados.

"Outono de Carne Estranha" é o terceiro livro vencedor seguido do prêmio Sesc de Literatura de autoria de um escritor nascido e residente do Pará. Antes de Airton Souza, foram premiados Pedro Augusto Baía, no ano passado, na categoria conto, por "Corpos Benzidos em Metal Pesado", e Fábio Horácio-Castro, em 2021, pelo romance "O Réptil Melancólico". Compre o livro "Outono de Carne Estranha", de Airton Souza, neste link.


O que disseram sobre o livro
'Outono de Carne Estranha' é um épico minimalista sobre o sonho do ouro em Serra Pelada, antigo garimpo no sudeste do Pará, sobre a homoafetividade em território inóspito e a violência decorrente disso, com protagonistas comoventes e um lirismo à flor da pele coberta de suor e lama.” - Joca Reiners Terron e Suzana Vargas


Sobre o autor
Airton Souza (Marabá/PA, 1982) é poeta, professor e pesquisador. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da Universidade Federal do Pará, também se tornou mestre em Letras na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Já publicou 47 livros. Idealizou e coordena importantes projetos ligados ao livro, à leitura, às bibliotecas e às literaturas nas Amazônias, entre eles o Anuário da Poesia Paraense e o Prêmio Amazônia de Literatura.

Venceu mais de cem prêmios literários, entre os quais os da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, da Academia Paraense de Letras, da Imprensa Oficial do Estado do Pará, da Fundação Cultural do Pará, o III Prêmio Ufes de Literatura e o Prêmio Literário Cidade de Manaus 2022, com o livro de poemas "Horóscopo de Batizar Brumas Contra a Solidão das Asas". Sua poesia já foi traduzida para o espanhol, o inglês e o alemão. É presidente de honra da Associação dos Escritores do Sul e Sudeste do Pará. Garanta o seu exemplar de "Outono de Carne Estranha", escrito por Airton Souza, neste link.

sábado, 11 de novembro de 2023

.: Crítica: "As Marvels" se garante no carisma da Kamala Khan de Vellani

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em novembro de 2023


Uma história protagonizada por um trio de heroínas e antagonizada por outra mulher. Eis "As Marvels", o novo filme da Marvel que chega nas telonas Cineflix Cinemas. Com trama e vilã fracas, o longa dirigido por Nia DaCosta, ainda que perdido se encontra no talento juvenil de Iman Vellani (Kamala Khan), ofuscando por vezes Brie Larson (Carol Danvers) e, quase sempre, Teyonah Parris (Monica Rambeau).

As três que têm seus rumos entrelaçados após a energia do bracelete de Kamala cruzar com o de um portal, o qual Danvers e Rambeau tocam -por curiosidade-, faz com que elas acabrm se unindo para enfrentar Dar-Benn (Zawe Ashton), uma antagonista insosa -até no grande enfrentamento. No entanto, o alívio de acerto está na jovialidade de Kamala, seja por ela finalmente sair de Jersey City para atuar como heroína ou por, finalmente, estar diante de sua ídola: Capitã Marvel. Em meio a brincadeira de Kamala sobre o uso do nome de seu mito, uma vez que a garota adotou o nome de Ms. Marvel, o reencontro de Monica Rambeau e Carol Danvers começa cheio de mágoas do passado -e fica meio confuso no desenrolar da trama.

Se é bom assistir "Capitã Marvel", "Wandavision", "Miss Marvel" e "Invasão Secreta" antes de "As Marvels"?! A resposta é sim. Contudo, a produção com roteiro de Nia DaCosta, Megan McDonnell, Elissa Karasik, somando 1h45 de duração, tenta inserir nas falas das personagens, os acontecimentos do filme e das séries para justificar certas situações, ainda que, para quem desconheça as referências, não fique tão claro assim.

Por outro lado, há um frescor em "As Marvels", seja por trazer Kamala, tão bem defendido por Iman Vellani, e o design usado na série, com maior sofisticação -afinal trata-se de um filme Marvel- ou até por se arriscar com a inserção de um país em que Danvers é uma princesa e, ali, todos se comunicam cantando. É divertido? Totalmente. No entanto, é nesse mesmo planeta em que outra decepção invade a telona: os uniformes são atualizados, mas, para pior. 

"As Marvels" não é um filme-resgate da fase de ouro dos heróis Marvel, mas garante o entretenimento, principalmente para quem não acompanha tudo do MCU e espera conexões mais consistentes para que a trama evolua. O longa é divertido, principalmente pelo destaque para a família Khan - o que remete "Besouro Azul", produto do estúdio concorrente, DC Comics. Não há dúvida de que vale a pena garantir o ingresso para se deslumbrar com o carisma de Iman Vellani ao lado de Brie Larson, Teyonah Parris, Samuel L. Jackson e mais, bem grande na tela de cinema. Confira!

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 


"As Marvels" ("The Marvels") Ingressos on-line neste linkGênero: aventura, ação. Classificação: livre. Duração: 1h45. Ano: 2023. Idioma: inglês. Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures. Direção: Nia DaCostaRoteiro: Nia DaCosta, Megan McDonnell, Elissa Karasik. Elenco: Brie Larson (Carol Danvers), Teyonah Parris (Monica Rambeau), Iman Vellani (Kamala Khan), Samuel L. Jackson (Nick Fury), Zawe Ashton (Dar-Benn). Sinopse: Carol Danvers, vulgo Capitã Marvel, recuperou sua identidade da tirania dos Kree e se vingou da Inteligência Suprema. No entanto, consequências não intencionais fazem com que Carol assuma o fardo de um universo desestabilizado. Quando suas obrigações levam Carol até uma fenda espacial anômala ligada a um revolucionário Kree, seus poderes se entrelaçam aos de Kamala Khan, uma super fã de Jersey City, vulgo Ms. Marvel, e aos da sobrinha de Carol, atual astronauta da S.A.B.E.R., a Capitã Monica Rambeau. Juntas, esse trio improvável precisará se unir e aprender a trabalhar em conjunto para salvar o universo como "As Marvels".

.: "A Megera Domada": cinco motivos para não perder a comédia em SP

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em novembro de 2023


Um clássico da literatura universal, escrito pelo dramaturgo inglês William Shakespeare, "A Megera Domada", com a tradução e a adaptação dos dramaturgos e roteiristas Fabio Brandi Torres e Isser Korik, que também assina a direção, está em cartaz no Teatro UOL, em São Paulo. Para tanto, nós do Resenhando.com listamos cinco motivos para você não perder o espetáculo!


1. Com texto divertido de Fabio Brandi Torres e Isser Korik, a Catarina de Leticia Tomazella solta o verbo no palco, sendo que todos os personagens são trazidos para o Brasil com sotaques diversos como mineiros, gaúchos ou paulistas do tradicional bairro da Mooca.

2. No palco, Eduardo Semerjian, Leticia Tomazella, Lizandra Cortez, Marcelo Diaz e Pedro Lemos entregam o clássico abrasileirado com o talento da versatilidade a cada troca de personagem em cena. 

3. Em 90 minutos, o elenco entrega um retrato da vida renascentista, com a dose certa de crítica aos costumes, atualmente questionáveis, da época. Sim! Há espaço para a criticidade da própria Catarina, a verdadeira megera domada.

4. Assim como a estrutura original de "A Megera Domada", de William Shakespeare, a adaptação cria uma peça dentro da peça, o que provoca o público a refletir sobre a desigualdade de gênero.

5. Centrado no romance caótico de Catarina e Petruchio, a adaptação cômica de "A Megera Domada", lança questionamentos sobre as relações ao longo dos anos e, o que, de fato, mudou.



"A Megera Domada" é uma das peças mais famosas do grande dramaturgo inglês William Shakespeare. A comédia narra as confusões criadas por um grupo de pretendentes pela bela e doce Bianca, após saberem da decisão de seu pai controlador: ela só se casaria após o enlace de sua irmã mais velha, a indomável Catarina, que é refratária à natureza dos relacionamentos amorosos da época. É neste cenário que entra Petruchio que, na busca por um casamento de interesse, se dispõe a enfrentar a fera.  A tradução e a adaptação são dos dramaturgos e roteiristas Fabio Brandi Torres e Isser Korik, que também assina a direção. A peça teve sua estreia em dia 12 de outubro de 2021, no Teatro Folha, tendo no elenco Leonardo Miggiorin, Eduardo Leão, Leticia Tomazella, Lisandra Cortez e Sérgio Rufino.

O espetáculo "A Megera Domada" com Eduardo Semerjian, Leticia Tomazella, Lizandra Cortez, Marcelo Diaz e Pedro Lemos está em cartaz, aos sábados e domingos, no Teatro Uol, que fica dentro do Shopping Pátio Higienópolis, até 26 de novembro de 2023. Não perca!


Serviço
Espetáculo "A Megera Domada". Estreia dia 2 de setembro. Temporada - sábados às 22h e domingos às 20h. Até 26 de novembro de 2023.  - Teatro Uol - Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323. Ingressos - R$ 80,00. Televendas: (11) / 3823-2423 / 3823-2737 / 3823-2323. Vendas on-linewww.teatrouol.com.br. Capacidade: 300 lugares / Não aceita cheques / Aceita os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube Uol e Clube Folha 50% desconto / Horário de funcionamento da bilheteria: sextas-feiras, das 16h às 21h; sábados, das 14h às 22h e domingos, das 14h às 20h; / Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do Shopping consultar valor pelo tel: (11) 4040-2004 / Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11) 3661-5896 ou (11) 99605-3094/ bel@conteudoteatral.com.br/Patrocínio do Teatro UOL: UOL, Folha de S. Paulo, Consigáz, Grupo Tecnoset, MetLife, Dasa Hospital 9 de julho e Dasa Salomão Zoppi.  


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 



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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Crítica: "Mussum, o Filmis" é cinebiografia consistente e divertida


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em novembro de 2023


A linda relação de mãe e filho com o intenso desejo do melhor para ambos, mesclando com a liberdade para que cada um sonhe e possa alcançar a plenitude na vida. Na telona do Cineflix Cinemas,"Mussum, o Filmis", dirigido pelo também ator Silvio Guindane, simplesmente acontece a cada cena repleta de piadas e situações dramáticas, sendo tão agradável a ponto de não se notar o total de 1h e 56 minutos passar.

O longa começa com o humorista adulta, interpretado por Ailton Graça que chegou a aplicar botox para o rosto se aproximar ao de Mussum, quando o autêntico Trapalhão vai para os bastidores e descobre que a mãe está internata. Assim, surge o pequeno Antônio Carlos (Tawan Lucas) interessado numa roda de samba, quanto que a mãe, Cacau Protásio o repreende.

No entanto, Tawan Lucas vai além da fofura em cena, o jovem ator esbanja um talento que cativa a cada aparição, deixando um gostinho de quero mais, quando o Mussum se torna um rapaz. Sem dúvida, o ator mirim terá um futuro brilhante, pois já mostra o dom para a interpretação ao lado de Protásio, que entrega um papel materno e bastante distinto dos já interpretados pela atriz. E ela entrega tudo. É uma mãe tão amorosa e terna, quanto a da maravilhosa Neusa Borges.

O filme é tão consistente ao apresentar várias fases importantes da vida de Antônio Carlos, que abre espaço para a reinterpretação de cenas clássicas do humorístico "Os Trapalhões". E é um presentão, mas também traz a participação de Mussunzinho (novelas "América", "Força do Querer"), um dos filhos do eterno membro do grupo "Originais do Samba", além de destacar a sugestão de Chico Anísio para que o humorista adaptasse o "is" no fim de certas palavras, o que virou uma marca na fala de Mussum. 

"Mussum, o Filmis" é uma produção brasileira que nos enche de orgulho, pela excelência do que se vê nas telonas, principalmente pela construção da narrativa do enredo não-linear. O filme com roteiro de Paulo Cursino é definitivamente imperdível! 

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm 

"Musum, o Filmis"("Mussum, o Filmis") Ingressos on-line neste linkGênero: comédiaClassificação: 12 anos. Duração: 1h56. Ano: 2023. Idioma: português. Distribuidora: Downtown Filmes. Direção: Silvio GuindaneRoteiro: Paulo Cursino  Elenco: Ailton Graça, Cacau Protásio. Sinopse: A trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, de "Os Trapalhões". A infância pobre, a carreira militar, a relação com a Mangueira e o sucesso com o grupo Originais do Samba, além dos bastidores como integrante de "Os Trapalhões".


.: "Now and Then": novo single dos Beatles emociona os fãs


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Um dos versos da canção "Clube da Esquina 2", de Milton Nascimento, Lo Borges e Marcio Borges, afirma que os sonhos não envelhecem. E a máxima faz ainda mais sentido quando constatamos que os Beatles estão de volta. Com o lançamento do single "Now and Then", uma canção de John Lennon gravada originalmente em uma fita cassete nos anos 70 e que recebeu o acabamento dos dois integrantes remanescentes (Paul McCartney e Ringo Starr), além de intervenções de guitarra deixadas por George Harrison nos anos 90.

A história da canção remonta a época do lançamento das coletâneas "Anthology", em 1995, que incluíram outras duas canções de Lennon acabadas pelos três integrantes (George faleceu em 2001). As três canções constavam na fita dada por Yoko Ono para Paul McCartney. "Free As a Bird" e "Real Love" foram incluídas nas coletâneas denominadas "Anthology". E "Now and Then" acabou deixada de lado, pelo fato da gravação não ter ficado tecnicamente boa pelos músicos.

Porém, com o avanço dos recursos técnicos, foi possível melhorar a qualidade da gravação da voz de John. E novamente surgiu a possibilidade de lança-la, com o material que George já tinha feito em 1995, além do acabamento feito recentemente por Paul e Ringo. Ou seja: genuinamente é uma canção onde os quatro integrantes originais (John, Paul, Ringo e George) participam.

O lançamento em formato single com a versão remasterizada de "Love Me Do", o primeiro hit da banda, provocou uma catarse entre os fãs da pelo mundo. Seriam esses ecos da Beatlemania? Talvez sejam. O fato é que nesse mundo globalizado, interligado por diversas redes sociais, ficou muito mais fácil para os fãs se conectarem para comentar sobre a novidade relacionada com o grupo. Até o ex-íntegrante da banda Oasis, Liam Gallagher, teceu comentários elogiosos sobre o single.

Ouvi mais de uma vez a gravação. E é realmente emocionante ouvir a voz de John misturada com os vocais dos demais integrantes. Senti a mesma coisa quando ouvi Free as a Bird pela primeira vez. "Now and Then" é uma balada típica de John Lennon dos anos 70. Se você ouvir seus discos solo, constatará outras canções com um tom melancólico e triste, no mesmo estilo deste single.

A questão é que a inclusão de Paul, George e Ringo na gravação fez com que a despretensiosa fita demo caseira se potencializasse, ampliando o seu raio de alcance e atingindo em cheio os corações de milhares de fãs espalhados pelo mundo. "Now and Then" coincide com o relançamento de duas coletâneas lançadas originalmente nos anos 70. Chamadas de "Red and Blue", as duas foram ampliadas com a inclusão de mais faixas dos Beatles.

Se estivesse vivo, talvez John Lennon até gostasse do single e da sua repercussão, 53 anos depois do anúncio do fim da banda. Mas creio que também estaria triste ao ver que estão ocorrendo guerra entre Russia e Ucrânia e, mais recentemente, o conflito entre Israel e os grupos palestinos. Creio que ele retomaria a sua campanha pacifista “War is Over – If You Want It” ("A Guerra termina – se você quiser"). Outro trecho do "Clube da Esquina 2", cita que “basta contar compasso e consigo, pois de tudo se faz canção”. O resultado final de Now and Then é a prova definitiva disso, com certeza.


"Now and Then" - The Beatles

Trailer sobre "Now and Then"


.: "A Grande Obra" faz crítica ao sistema capitalista e ao estímulo à produtividade


Com estreia no Espaço Parlapatões dia 14 de novembro, o espetáculo estabelece diálogo entre "O Mito de Sísifo", de Albert Camus, o expressionismo nas obras de Tennessee Williams e o filme "O Clube da Luta", de David Fincher. Foto: Ligia Jardim


Os papéis sociais impostos às pessoas no sistema capitalista são questionados no espetáculo "A Grande Obra", idealizado pelo ator e produtor Fabrício Pietro e pela diretora Fernanda Stefanski, que assinam a dramaturgia com participação da dramaturga convidada Angela Ribeiro. Já a direção de produção é de Amanda Leones. A peça estreia no dia 14 de novembro no Espaço Parlapatões, onde segue em cartaz até 14 de dezembro, com apresentações de terça a quinta-feira, às 20h. O trabalho faz parte de um projeto aprovado pela lei de incentivo ProAC ICMS, com patrocínio da PAPIRUS.

O espetáculo é resultado de uma pesquisa iniciada em 2019 a partir do ensaio filosófico "O Mito de Sísifo", de Albert Camus, que trata de questões relacionadas às contradições da existência humana, como a busca da essência e o sentido da vida em contraste com uma realidade desconexa, incompreensível e sufocante, guiada por ideologias políticas e religiosas. Para Camus, a solução para a falta de sentido não deve ser o suicídio, mas sim a revolta. 

Assim como Sísifo, o personagem de A Grande Obra é "O Homem", um indivíduo que torna-se consciente de sua impotência em concretizar um objetivo: demolir as paredes e estruturas que o confinam em uma condição de vida sufocante e sem sentido, após a partida de sua companheira. Em busca de um diálogo radicalmente honesto com o público, ele compartilha suas angústias em relação ao cotidiano repetitivo e inexpressivo, ao esmagamento da poesia, à perda da inocência e à morte de suas ilusões. 

A trama se passa numa noite de Natal em um apartamento em que as paredes estão prestes a desabar, ocasião em que, insone, O Homem ecoa pensamentos, memórias, desejos e angústias em uma roda viva que não para de girar, tendo como interlocutores o público, um bebê e o fantasma de sua ex-esposa. A sequência de episódios é fragmentada e não linear, através de um jogo de adivinhações inquietante e envolvente que transita entre ficção e não-ficção, passado e presente, sonho e realidade. 

A narrativa aborda a escalada de um indivíduo rumo ao sucesso, tecendo uma reflexão sobre as relações de gênero no sistema capitalista, que une todos os seus esforços para transformar em símbolo pessoas comuns que chegam no topo da pirâmide – aquelas pessoas que chegam "lá" – valorizando o sofrimento, demonizando o cansaço e atiçando a necessidade da produtividade.

O espectador é testemunha de uma série de questionamentos, um filosofar incessante e ingênuo, que acontece em meio aos preparativos para uma noite de Natal, na qual a tradição sentimentalista é colocada em suspenso para abrir espaço para o cruel, o demoníaco, o imperfeito, o imensurável. Que presente de Natal pode ser a bomba que explode uma ilusão?

O topo da montanha de Sísifo é o "lá" inexistente do personagem, o não-lugar, o abismo, a derrota, a frustração, a depressão e, por fim, a revolta contra o deus. Em meio ao apertar sem fim dos parafusos de uma corrente infinita, o personagem tenta libertar-se de um embate cíclico entre a busca de um sentido existencial versus os deveres impostos pela sociedade em relação ao seu papel social de homem.

A linguagem do espetáculo é inspirada pela estética expressionista proposta por Tennessee Williams em suas obras – mais especificamente na peça curta “O Filho de Moony Não Chora”, de 1939, em fricção com o filme “O Clube da Luta” de David Fincher, de 1999. O texto apresenta pontos de contato entre essas duas obras: a rotina massacrante de um trabalho sem sentido, o consumo, a insônia, o devaneio, a vaidade, a revolta e o confronto com o sistema capitalista. Os assuntos manifestam-se cenicamente através de um jogo vivo com o público e de uma palavra "incorporada", que perpassa questões políticas, filosóficas e sociológicas, expressando um medo metafísico além da linguagem e explorando o que não pode ser figurado em palavras. 

O processo de criação, iniciado em 2019 por Fernanda Stefanski e Fabrício Pietro, atravessou diversos estágios, espaços e formatos. Os estudos teóricos passaram pela análise dos mitos de "Narciso”, "Sísifo” e o "Mito da Caverna", chegando ao “Manifesto do Unabomber” – do anarquista Ted Kaczynski publicado em 1995 em jornais dos EUA – e ao expressionismo de Tennessee Williams, com orientação de Luís Márcio Arnaut, tradutor e pesquisador das obras do dramaturgo estadunidense. 

Foram realizados experimentos cênicos e audiovisuais para o desenvolvimento da dramaturgia, que foi tecida em diálogo com as espacialidades do Teatro de Contêiner, Funarte, Oficina Cultural Oswald de Andrade e IBT – Instituto Brasileiro de Teatro. Guiados pelo desejo de uma escrita partilhada e uníssona em torno de suas sombras, vazios, fraturas e fantasmas, os criadores concentraram-se em investigar os impulsos que estão por trás dos atos violentos humanos, nossos instintos e desejos primitivos em seus estados mais puros antes de serem reprimidos pela cultura, fluindo em formas distorcidas.

A encenação é resultado desta investigação que envolve teatro físico, teatro épico, drama, autoficção e busca extrapolar as convenções do realismo. A peça é um convite para uma participação ativa do público e abre espaço para a composição de uma narrativa que se refaz a cada apresentação, onde as memórias e desejos do personagem se completam com as memórias e desejos do público.

O projeto cenográfico e de iluminação assinados pela artista Marisa Bentivegna propõem uma distorção das formas contrastando corpo e sombra e construindo visualmente as distâncias entre verdade e ilusão, vivenciadas pelo personagem, destacando a subjetividade, traço marcante da estética expressionista. Já a trilha composta pelo maestro Pax Bittar baseia-se no conceito de entropia dialogando com a atmosfera íntima do personagem, aprisionado no caos de seus pensamentos e de seus desejos impossíveis de retornar a uma ilusão de ordem perdida. O projeto de figurino é assinado por Telumi Hellen e a direção de movimento de Der Gouvea.


Sinopse
Na primeira noite de Natal depois da partida de sua esposa, um homem insone ecoa seus pensamentos, memórias, desejos e angústias tendo como testemunha o público e um bebê. Em uma roda viva que não para de girar, ele tenta alcançar o topo do sucesso, segundos antes do colapso das paredes de um apartamento que está prestes a desabar. 

Ficha técnica
Monólogo "A Grande Obra". Direção: Fernanda Stefanski. Elenco: Fabrício Pietro. Dramaturgia: Fabrício Pietro e Fernanda Stefanski. Provocação dramatúrgica: Angela Ribeiro. Dramaturgista e orientação de pesquisa: Luís Márcio Arnaut. Cenografia e desenho de luz: Marisa Bentivegna. Trilha sonora: Pax Bittar. Figurinos: Telumi Hellen. Desenho de movimento: Der Gouvêa. Direção de produção: Amanda Leones. Coordenação de produção: Fabrício Pietro. Assistente de produção: Larissa Miranda. Arte gráfica: Rafael Alexandre.  Mídias sociais: Zava. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Fotos de divulgação: Lígia Jardim. Idealização: Fabrício Pietro e Fernanda Stefanski. Co-produção: Versa Cultural e Pietro Arte. Apoio: IBT – Instituto Brasileiro de Teatro. Patrocínio: Papirus. Este projeto é realizado através do ProAC ICMS, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Governo do Estado de São Paulo.

Serviço
Monólogo "A Grande Obra". Temporada: de 14 de novembro a 14 de dezembro, de terça a quinta, às 20h. Espaço Parlapatões – Praça Franklin Roosevelt, 158, Consolação/São Paulo. Ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada). Venda on-line pelo Sympla. Bilheteria: abre 1 hora antes do início do espetáculo. Duração: 90 minutos. Classificação: 14 anos. Capacidade: 96 lugares. Acessibilidade: Espaço possui acessibilidade física para cadeirantes, obesos e pessoas com mobilidade reduzida. .

.: Comédia "As Mulheres, os Hormônios e Eu" estreia na SP Escola de Teatro


Com direção de Lilian Domingos e dramaturgia de Nanna de Castro, espetáculo quebra tabus sobre temas relacionados ao universo feminino e aos hormônios. Foto: Aline Braga


A comédia "As Mulheres, os Hormônios e Eu", do Núcleo Urbanos de Teatro, da Cooperativa Paulista de Teatro, convida o público a se aventurar por uma viagem por assuntos ainda tabus do universo feminino – da TPM à menopausa. O espetáculo estreia neste sábado, dia 11 de novembro, na SP Escola de Teatro, onde segue em cartaz até 3 de dezembro, com apresentações aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h. A peça tem direção de Lilian Domingos e dramaturgia inédita de Nanna de Castro. Além disso, traz no elenco Walmir Pavam e Rosa Rosah.

“Mulheres têm uma relação muito mais intensa com os hormônios do que os homens. E todo mundo que se relaciona com elas acaba vivendo essa montanha-russa hormonal junto. Queremos enfiar o dedo sem dó nesta caixa-preta pra desmistificar de vez alguns assuntos-tabu como a menopausa. Afinal, todo mundo vai lidar com ela, seja no próprio corpo, seja no corpo da esposa, mãe, amiga, parceira de trabalho, certo? Daí fomos conversar com os ginecologistas pra entender a visão científica desta aventura hormonal do feminino e acabamos descobrindo histórias inimagináveis e impagáveis que levamos ao teatro”, revela a diretora Lilian Domingos.

A trama acompanha o drama do Dr. Sigmar, um ginecologista divorciado, introvertido, que dedicou toda sua vida à medicina. Ele é mestre em diagnósticos e nas questões fisiológicas do corpo feminino, mas foi acometido subitamente por crises de pânico quando precisa olhar para o órgão feminino. Tentando evitar o fim de sua carreira, ele procura ajuda da Dra. Elaine, uma psicoterapeuta de métodos pouco convencionais. Enquanto tenta lidar com sua neurose, Dr. Sigmar precisa enfrentar no consultório mulheres de diferentes perfis que fizeram parte de sua vida.

Sobre Nanna de Castro - autora
Nanna de Castro é escritora, roteirista de cinema, TV e autora teatral, além de psicóloga, coach e mentora de comunicação. No cinema, ganhou o Kikito de melhor roteiro em Gramado, além dos prêmios de melhor roteiro na Jornada Internacional de Cinema da Bahia e no Festival de Curtas de Santos. Seu primeiro longa, “O Novelo”, venceu como melhor Filme pelo Júri Popular no Festival de Cinema de Gramado 2021 e melhor roteiro no Festival de Cinema Brasileiro de Los Angeles em 2022. Tem prêmios como autora teatral e peças montadas em várias cidades brasileiras e em Portugal.  

Sinopse
Dr. Sigmar é um ginecologista divorciado e introvertido que dedicou toda sua vida à medicina. É mestre nos diagnósticos e nas questões fisiológicas do corpo feminino.  Subitamente, ele é acometido por crises de pânico quando precisa olhar para o órgão sexual feminino, o que pode destruir sua carreira. Então, busca a ajuda de uma psicoterapeuta, a Dra. Elaine, que usa métodos pouco ortodoxos. No consultório dela, Sigmar irá contracenar com as mulheres marcantes de sua história em busca da chave de sua neurose. Enquanto Elaine tenta quebrar as resistências emocionais dele, ele se coloca na pele de mulheres diferentes – ousadas, tímidas, modernas, reprimidas, tpemicas, menopáusicas e todo tipo de pacientes que passaram por seu consultório ginecológico, inclusive ela mesma. Uma aventura de onde homem e mulher saem melhores.


Ficha técnica
Espetáculo "As Mulheres, os Hormônios e Eu". Dramaturgia: Nanna de Castro.  Elenco: Walmir Pavam e Rosa Rosah. Direção e cenografia: Lilian Domingos.  Desenho e operação de som, trilha musical e design: Ivan Silva. Figurino: Rosane Muniz.  Iluminação: Carol Autran.  Assistência de direção: Maurício Sasí.  Assistência de produção: Beatriz Merino.  Contrarregra: André Rosah.  Produção executiva: Marcio Yatsuda.  Assessoria de imprensa: Pombo Correio.

Serviço
Espetáculo "As Mulheres, os Hormônios e Eu". Temporada: 11 de novembro a 3 de dezembro, aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h. SP Escola de Teatro – Praça Roosevelt, 210 - Centro/São Paulo. Ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada). Vendas on-line pela plataforma Sympla. Classificação: 14 anos. Duração: 75 minutos.  Capacidade: 70 lugares. 



.: Diego de Lima estreia monólogo em que personagem busca respostas


Enquanto se questiona sobre seu atual relacionamento, memórias de amores passados aparecem para bagunçar suas energias.. Temporada até 6 de dezembro, no Teatro União Cultural. Foto: Marco Carlucci


O monólogo "7 Cartas para o Amor" estreia neste sábado, dia 11 de novembro, no Teatro União Cultural. O roteiro é assinado por Monisse Buchala e Dani Di Donato, com direção de Marco Carlucci e Rogério Araújo, com assistência de direção de Juliana Betti. O espetáculo conta a história de MaFê, que está em um dilema decisivo em sua vida amorosa e decide buscar respostas no único lugar que considera confiável: as cartas de Tarot. Enquanto se questiona sobre seu atual relacionamento, memórias de amores passados aparecem para bagunçar suas energias.

A personagem põe em cheque a liberdade sexual e amorosa da geração com o eterno dilema de encontrar o amor ideal, o casamento dos sonhos, enquanto desconstrói, no decorrer da peça, a importância superestimada e a pressão que nos é imposta nessa busca incessante. Estrelado pelo ator Diego de Lima, o espetáculo traz reflexões que desmitificam o olhar da sociedade sobre o romantismo, a submissão e a vulnerabilidade, aproximando todo o público das histórias e da possibilidade de identificação com as situações e sentimentos.


Serviço
Monólogo "7 Cartas para o Amor". Com Diego de Lima. Produtora: Otzi Arts. Direção: Marco Carlucci e Rogério Araújo. Assistência de direção: Juliana Betti. Roteiro: Monisse Buchala e Dani Di Donato. Gênero: drama leve. Duração: 60 minutos. Recomendação: 16 anos.


Serviço

Monólogo "7 Cartas para o Amor". Temporada: de 14 de novembro a 6 de dezembro. Terças e quartas, às 20h. Dias 11, 12, 18 e 19 de novembro, sábados às 21h e domingos, às 18h. Ingressos: a partir de R$ 25,00. Ingressos online: https://bileto.sympla.com.br. Bilheteria: abre 1h30 antes do espetáculo. Teatro União Cultural – 269 lugares. Rua Mario Amaral, 209 - Paraiso/São Paulo. Estação Metrô Brigadeiro. Telefone: (11) 3885-2242.

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