sábado, 4 de novembro de 2023

.: Festival Varilux de Cinema Francês começa quinta-feira em todo o país


Cena de "Making Of", que faz estreia mundial no Festival Varilux. Na França, o longa entra nos cinemas em janeiro (© Curiosa Films -Tropdebonheur Productions - France 2 Cinéma)

A filmografia francesa recente vai ocupar os cinemas do norte ao sul do país, nas capitais e cidades de maior e menor porte: é a 14ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês que chega com filmes premiados, integrantes de festivais mundo afora e aplaudidos por público e crítica. A maratona da cinematografia francófona tem data: entre 9 e 22 de novembro. Maior evento com exibição de obras nesta língua fora da França e com mais de 1 milhão de espectadores desde sua criação, esta edição traz 19 longas-metragens, dois clássicos e uma série sobre Brigitte Bardot, uma das principais divas do cinema mundial.

“O festival Varilux continua sendo a ferramenta mais estratégica para manter viva a paixão do público brasileiro pelos filmes franceses. Os espectadores sempre receberam com entusiasmo nossa programação e aguardam com ansiedade as datas do festival. O papel do Varilux é promover o cinema francês em todo o país e apoiar o trabalho dos distribuidores locais. A queda na audiência média das produções brasileiras e estrangeiras nos cinemas é estimada em 80% em 2023. Todos nós, que atuamos no audiovisual, trabalhamos para reverter esses números", enfatizam os diretores e curadores do festival, Christian e Emmanuelle Boudier.

O Festival Varilux de 2023 tem filmes para todos os gostos: animação, drama, comédia, suspense e romance. A programação traz películas recentes - a maioria inédita no país - que integraram e foram premiadas em festivais como Cannes, Toronto e Biarritz. Ícone do cinema francês, a atriz Brigitte Bardot inspira essa edição que exibe dois clássicos nos quais foi protagonista: “E Deus criou a Mulher”, de Roger Vadim, e “O Desprezo”, de Jean-Luc Godard, além de “Brigitte Bardot”, minissérie biográfica em seis episódios protagonizada pela jovem atriz franco-argentina, Julia de Nunez. A produção será exibida em São Paulo e no Rio de Janeiro. Uma delegação artística formada por atores e diretores estará presente em São Paulo e no Rio de Janeiro para apresentar seus filmes e debater com o público em algumas sessões.



A delegação
Assim como em outras edições, uma delegação artística, formada por diretores e atores franceses, estará presente nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro para participar de debates com o público em algumas sessões. Entre os convidados estão a jovem atriz Julia de Nunez, que vem falar sobre seu papel em Brigitte Bardot, série biográfica de grande sucesso na TV francesa sobre a musa do cinema francês. Também ator, Stefan Crepon, indicado ao César de Melhor Ator Revelação pela atuação em Peter Von Kant (François Ozon) exibido no ano passado, estará ao lado do diretor Cédric Kahn. Eles vão apresentar o drama “Making Of”. Premiado, Kahn já dirigiu astros do cinema francês, entre eles, Catherine Deneuve, Vincent Macaigne e Emmanuelle Bercot.

Com 37 anos de experiência no mercado audiovisual, o diretor Bruno Chiche vem apresentar o longa “Maestro(s)”. Já a diretora Anna Novion traz o drama “O Desafio de Marguerite”, filme apresentado na Sessão Especial do Festival de Cannes de 2023 e destaque na 1ª edição do Festival Internacional de Cinema de Biarritz. Outra convidada, Baya Kasmi mostrará a comédia “O Livro da Discórdia”. A diretora e roteirista já conquistou o César de Melhor Roteiro Original por um filme inspirado em sua própria vida.

Diretor de “O Renascimento”, Rémi Bezançon também integra a delegação. Ele já marcou presença no festival, em 2019, através do filme “O Mistério de Henri Pick”, com Fabrice Luchini e Camille Cottin. Com vários prêmios por sua trajetória profissional, Nicolas Giraud traz “O Astronauta”, produção da qual é diretor e ator.


A seleção de filmes
Entre as produções, destaque para a Palma de Ouro no último Festival de Cinema de Cannes, “Anatomia de uma Queda”, de Justine Triet. Aclamado pela crítica, o longa mostra a investigação de uma morte em circunstâncias suspeitas e tem como protagonista a atriz Sandra Hüller, vencedora do Urso de Prata da melhor atriz para sua atuação no filme “Requiem” em 2006.

Já “Making Of”, de Cédric Kahn, conta uma filmagem que sai dos trilhos, cheia de ideias, sentimentos e surpresas. No elenco, os atores Jonathan Cohen, Denis Podalydès e Stefan Crepon. Graças ao festival, o filme poderá ser assistido no Brasil antes da França, onde está programado somente para janeiro de 2024.

No papel de um casal que se muda para uma aldeia galega para se conectar à natureza, os franceses Denis Ménochet, Marina Fois protagonizam “As Bestas”, sob a direção do espanhol Rodrigo Sorogoyen - o longa foi apresentado na mostra Première no Festival de Cannes de 2022 e recebeu Prêmios Goya e Prêmios CEC em 2023 de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme 2022.

Integrante da competição oficial de Cannes desse ano, “Culpa e Desejo” marca o retorno de Catherine Breillat, após uma pausa de dez anos na direção (seu filme anterior, “Uma Relação Delicada”, com Isabelle Huppert” foi realizado em 2013). O drama conta com Léa Drucker no papel principal e a trama mergulha na intimidade provocante e erótica, tendo como pano de fundo um escândalo familiar.

Terceiro longa-metragem de Anna Novion, “O Desafio de Marguerite” estreou na seção de exibições especiais do Festival de Cannes 2023 e também foi destaque na 1ª edição do Festival Internacional de Cinema de Biarritz. Estrelado por Ella Rumpf, acompanha a saga de uma jovem que atua na matemática de alto nível, mas decide dar uma guinada e começar tudo de novo.

Outros filmes da seleção
“A Musa de Bonnard”, de Martin Provost, narra a vida do pintor francês Pierre Bonnard e de sua esposa, Marthe de Méligny ao longo de cinco décadas, com Vincent Macaigne e Cécile de France nos papeis principais.

Estrelado por Benjamin Voisin - que integrou a delegação artística do festival em 2021 com Ilusões Perdidas - o drama “Alma Gêmeas”, de André Téchiné, acompanha a recuperação de um tenente francês, sob a cuidadosa vigilância de sua preocupada irmã Jeanne. Mas, estranhamente, ele não parece muito ansioso para se reconciliar com quem era.

Sob a direção de Christian Carion, “Conduzindo Madeleine” acompanha todo o envolvimento emocional de um taxista, um tanto desiludido, ao conhecer uma idosa durante uma viagem. Em 2022, o longa abriu o Festival de Cinema Francófono de Angoulême e esteve no Festival Internacional de Cinema de Toronto.

Realizador de sucessos da cinematografia contemporânea, com longas indicados a vários prêmios César, o diretor Emmanuel Mouret marca presença no evento com “Crônica de Uma Relação Passageira”, apresentado na mostra Première no Festival de Cannes de 2022 e que recebeu críticas entusiastas da mídia especializada, desde sua estreia no mercado europeu.

Estrelado por Karin Viard, que já esteve muitas vezes em cartaz no Varilux ao longo de outras edições, o drama “Dirface Divino”, de Virginie Sauveur, narra a saga de Charlotte que, após descobrir que o falecido padre da paróquia, na verdade era uma mulher e praticava sua vocação por anos sem que ninguém suspeitasse, decide iniciar uma investigação em meio à comunidade.

Com direção de Bruno Chiche, os atores Pierre Arditi e Yvan Attal atuam juntos em “Maestro(s)”, interpretando pai e filho. São dois talentos da música clássica no cenário francês contemporâneo, mas que se encontram numa situação delicada e precisam resolver um impasse.

Em tempos difíceis de guerra, “Memórias de Paris” mergulha no mundo dos sobreviventes de um ataque terrorista em um bistrô parisiense e a sua luta para reconstruir a sua existência e enfrentar novamente a vida cotidiana. O longa conta com a atuação dos astros Virginie Efira e Benoît Magimel e direção de Alice Winocour, que faz sua estreia no Varilux.

Remake de “O Brinquedo”, comédia francesa de 1976, o longa “Meu Novo Brinquedo”, dirigido por James Huth, traz Daniel Auteuil na pele do homem mais rico da França que, ao abrir a seção de brinquedos de sua loja, comunica ao seu mimado filho que ele pode escolher o que mais desejar como presente de aniversário. E o garoto escolhe como seu novo brinquedo Samy – interpretado pelo famoso cômico francês Jamel Debbouze - o vigia da loja.

“O Astronauta”, novo filme de Nicolas Giraud, dá aos espectadores uma tentadora visão interna sobre a indústria espacial. Além da direção, Giraud também interpreta o personagem central, um engenheiro de aeronáutica que se dedica por anos a um projeto secreto.

Com direção de Baya Kasmi, na comédia “O Livro da Discórdia”, Youssef Salem escreve um romance parcialmente autobiográfico inspirado em sua juventude e, em particular, nos tabus que rodeiam a sexualidade no ambiente onde cresceu. Porém, o livro causa uma certa tensão familiar e ele precisará manter a união de todos.

O longa “O Renascimento”, do cineasta Rémi Bezançon, apresenta uma história de amizade pouco comum e cheia de reviravoltas entre um pintor em plena crise existencial e um galerista – dois homens que sempre foram amigos e que, apesar de todos os contratempos, são unidos pelo amor à arte.

Depois de conquistar o Teddy Award no Festival de Berlim e o Prêmio Especial do Júri da mostra Encounters, “Orlando, minha biografia política”, de Paul B. Preciado, integra essa edição. O filme é uma adaptação de uma das obras mais conceituadas da escritora Virgínia Woolf, ‘Orlando’, de 1928. Esse “docu-ficção” convoca um teste de elenco de 25 pessoas, todas trans e não binárias, para interpretar a personagem fictícia de Woolf, enquanto narram as suas próprias vidas.

Com direção de Sébastien Tulard, a comédia “Sob as Estrelas” acompanha a saga de Yazid, menino do subúrbio, cujo maior sonho é trabalhar com os maiores confeiteiros e se tornar o melhor. A animação “A Viagem de Ernesto e Celestine”, codirigida por Julien Chheng e Jean-Christophe Roger, traz as aventuras do ratinho e do urso músicos, desta vez num mundo onde todas as formas de música – e com ela a felicidade - foram proibidas há muitos anos.


Os clássicos
Inspiração da edição 2023 do festival e uma das mais aclamadas atrizes do cinema francês, Brigitte Bardot será reverenciada nos dois Clássicos exibidos que são protagonizados por ela. “E Deus Criou a Mulher”, com filmagens em 1956, sob a direção de Roger Vadim - na época casado com a atriz, que iniciava sua carreira emblemática e tornou-se um mito e um símbolo sexual global - uma estrela mediática, um emblema da emancipação das mulheres. Uma jovem que é ao mesmo tempo modelo e demônio, uma ingênua livre e provocadora, um símbolo de feminilidade e da liberdade sexual.

 E “O Desprezo”, de Jean-Luc Godard, drama de 1963 – filme francês com a sétima maior bilheteria daquele ano, sendo recorde do próprio diretor. E, aclamado pela crítica e considerado um dos melhores filmes de Godard e da Nouvelle Vague, é então considerado um clássico devido às suas repercussões no âmbito do audiovisual e no cenário político, em sua época de lançamento até os dias de hoje. A exibição dos clássicos se dará em algumas cidades.

 

A série
O festival exibirá “Brigitte Bardot”, série inédita no país, com seis episódios de 52 minutos que narram a ascensão da atriz na França do pós-guerra, entre 1949 e 1959 – dos seus 15 até os 25, desde a sua educação rigorosa até quando se transforma numa femme fatale, rumo ao estrelato internacional. Codirigida por Danièle e Chistopher Thompson, a produção estreou com sucesso na TV francesa em 2023 e um dos destaques foi a caracterização de Julia de Nuniz por sua semelhança com Bardot. O elenco principal conta ainda com Victor Belmondo, Hippolyte Girardot e Géraldine Pailhas.

 

As cidades
Até 31 de outubro já estavam confirmadas 50 cidades e 94 cinemas participantes desta edição do Festival Varilux. As cidades são: Afogados de Ingazeira (PE), Aracaju (SE), Araraquara (SP), Balneário Camboriú (SC), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Botucatu (SP), Brasília (DF), Campinas(SP), Campo Grande (MS), Campos dos Goytacazes (RJ), Caxias do Sul (RS), Cotia (SP), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Granja Vianna (SP), Itaipava (RJ), João Pessoa(PB), Juiz de Fora (MG), Jundiaí (SP), Londrina (PR), Macaé (RJ), Maceió (AL), Manaus (AM), Maringá (PR), Natal (RN), Niterói (RJ), Nova Friburgo (RJ), Palmares (PE), Palmas (TO), Pelotas (RS), Petrópolis (RJ), Poços de Caldas (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Rio Branco (AC), Rio De Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), São Carlos (SP), São José Dos Campos (SP), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI), Triunfo (PE), Vitória (ES) e Volta Redonda (RJ). O valor do ingresso é o já cobrado por cada exibidor.

O Festival Varilux de Cinema Francês é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinadores principais a Essilor/Varilux, a Pernod Ricard/Lillet e a Transportadora Associada de Gás (TAG), além do Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são as unidades das Alianças Francesas em todo Brasil, a Embaixada da França no Brasil, as empresas Air France, Grupo Accor (Fairmont) além das distribuidoras dos filmes: A2, Belas Artes-Pandora, Bonfilm, California Filmes, Diamond Films, Filmes Do Estação, Mares Filmes, Synapse e Zeta Filmes, os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.


Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês que, nos últimos 13 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas e somou um público de mais de um 1,1 mil espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e que já teve uma edição em São Paulo, além de cinemas de todo Brasil.


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sexta-feira, 3 de novembro de 2023

.: Entrevista: Marcelo Costa celebra a MPB em disco com convidados


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Considerado um dos percussionistas mais requisitados da MPB, Marcelo Costa conseguiu reunir um time de intérpretes para produzir o seu Volume 2, um projeto no qual atua como diretor artístico e recria canções que marcaram a sua trajetória na música. Para viabilizar esse projeto, ele contou com nomes como Maria Bethânia, Ney Matogrosso, Jussara Silveira, Marisa Monte, Teresa Cristina e Martinália, entre outros. Em entrevista para o Resenhando.com, Marcelo explica que cada convidado tem uma passagem profissional com ele na música e que o repertório tem uma característica atemporal. “Esse projeto é uma celebração para nossa MPB”.

Resenhando.com - Como foi seu início na música?
Marcelo Costa -
 Eu comecei nos anos 70, com o grupo A Barca do Sol. Tinha apenas 14 anos naquela ocasião. Logo em seguida, participei da gravação do primeiro disco do grupo Boca Livre, que acabou alcançando ótimos índices de vendagens. Em 1984 fui convidado para participar da Banda Nova do Caetano Veloso, que gravou o álbum Velô. Essa participação acabou me projetando no meio musical ainda mais e desde então tenho sido requisitado e trabalhado com vários nomes.


Resenhando.com - Como foi possível reunir esse grupo de intérpretes nesse trabalho?
Marcelo Costa - 
Não foi difícil porque tenho uma história com cada um dos convidados. Todos entenderam o conceito artístico do projeto e colaboraram da melhor forma possível. Então, a questão foi apenas conciliar datas para poder agendar a gravação. Esse projeto tem um caráter atemporal, com composições de vários nomes consagrados, como Lupicínio Rodrigues e Vinícius de Morais. Não sou compositor, portanto pude me concentrar na escolha do repertório e na produção. Foi muito legal foi ver a colaboração dessas pessoas que sempre admirei e continuo admirando na música.

Resenhando.com - Você citou o Caetanos Veloso, mas tem trabalhado bastante com a Maria Bethânia. Como tem sido essa parceria com ela?
Marcelo Costa - 
Se por um lado trabalhar com o Caetano Veloso ajudou a abrir portas, trabalhar com a Bethânia foi uma benção. Comecei a trabalhar com ela a partir de 1999. Como intérprete, nem preciso falar muito; considero ela uma das maiores vozes de sua época, capaz de transmitir uma emoção incrível em suas interpretações. Nesse Volume 2 ela canta a canção intitulada Número Um, parceria de Benedito Lacerda e Mario Lago. E para minha surpresa, a Bethânia disse que já conhecia porque a mãe dela cantava essa canção durante a infância dela. E ela cantou divinamente, como sempre.

Resenhando.com - Nesse Volume 2 você participa cantando uma das faixas. Como foi essa experiência?
Marcelo Costa - 
Foi algo que se encaixou no conceito do disco. Mas não tenho pretensão de virar um intérprete. Continuo tendo a mesma pretensão de ser um músico que acompanha o intérprete.


Resenhando.com - Como está sendo feita a divulgação desse trabalho.
Marcelo Costa -
A Gravadora Biscoito Fino já disponibilizou o disco nas plataformas de streaming. No futuro quero levar esse trabalho para o palco.

 "Número Um" (Maria Bethânia)

"Deixei Recado" (Roberta Sá)

"Mulher Sem Razão" (Ney Matogrosso)

.: Últimas apresentações da peça "King Kong Fran" no Teatro MorumbiShopping


Com direção e dramaturgia de Rafaela Azevedo e Pedro Brício, o espetáculo usa a personagem Fran para promover uma irreverente e debochada reflexão sobre machismo, assédio, abuso, consentimento e violência de gênero. O espetáculo está em cartaz no Teatro MorumbiShopping até 16 de novembro. Os ingressos estão esgotados para toda a temporada. Foto: Nanda Carnevalli


Num misto de cabaré com circo e show de mulher-gorila, Fran diverte o público virando ao avesso os estereótipos do feminino: com humor e ironia, inverte a lógica machista e brinca com a plateia fazendo com que os homens ‘provem do seu próprio veneno’. Numa fusão das linguagens de circo e teatro, o solo "King Kong Fran", protagonizado pela personagem-título Fran, criação da atriz e palhaça Rafaela Azevedo, convida o público a conhecer o avesso dos estereótipos do feminino disseminados na sociedade. Partindo de referências como a atração circense Monga, A Mulher Gorila, e King Kong, o gorila gigante do cinema, Rafaela questiona a sexualidade e a distinção de gênero na construção social.

Entre brincadeiras (consentidas), relatos e músicas, a atriz interage com os espectadores propondo que experimentem inversões dos estereótipos de gênero. Fazendo o papel secularmente atribuído aos homens, Fran os aborda fazendo convites e propostas. A plateia reage bem, e embarca na brincadeira. A direção musical, pop e bem-humorada, é da cantora e compositora Letrux. Pedro Brício, coautor e codiretor, é quem conta: “Conheci o trabalho da Rafa num outro espetáculo, em que ela dublava a música 'Toxic', da Britney Spears. Terminou e eu falei, quero fazer um espetáculo com você. Fiz este projeto por ter visto uma artista extraordinária".

Rafaela Azevedo não é só uma comediante, ela é também palhaça, e o "King Kong Fran" tem também essa especificidade, da palhaçaria, da performance, junto com o teatro. Tem um lugar híbrido que eu adoro. A base do jogo do palhaço é com o público. Então, é um espetáculo de franca comunicação, muito engraçado e também provocador, de muita empatia. O sucesso dele vem daí.

O espetáculo fala de machismo, patriarcado, inversão de papéis, gênero. Quando ela fala da história do King Kong e da história da mulher-gorila, fica muito evidente essa objetificação da mulher, tanto no circo quanto na vida cotidiana. As interações com a plateia são reveladoras, além de muito engraçadas. Na comunicação com o público, sobretudo o feminino, a atriz expõe de uma maneira muito crítica os papéis sociais do homem e da mulher. E como ela inverte jogo e faz também o papel dos homens, acho que tudo fica muito divertido para eles também.

Espetáculo promove uma irreverente e debochada reflexão sobre machismo, assédio, abuso, consentimento e violência de gênero. Foto: Nanda Carnevalli


"King Kong Fran" nas prateleiras
Peça revolucionária e agora livro "King Kong Fran", dos autores Rafaela Azevedo Pedro Brício é lançado pela editora Cogobó. No monólogo, a figura da tradicional atração circense da Mulher-gorila é usada para falar de sexualidade e de distinção de gênero como construção social.

Subvertendo a lógica patriarcal, a personagem Fran, encarnada por Rafaela Azevedo, convida o público a conhecer o avesso dos estereótipos do que se entende comumente por feminino, invertendo de maneira cômica e irônica a lógica machista. Ao criar cenas que refletem sobre os papéis destinados a mulheres na vida e na arte circense, o jogo de cena de "King Kong Fran" evidencia a rotina de constrangimentos sofridos pelas mulheres e reafirma a objetificação, a violência, o assédio, o silenciamento e a pressão estética que são amplamente naturalizadas no dia a dia. 

Além do texto da peça na íntegra, o livro conta ainda com textos de Viviane MoséLetruxRafaela Azevedo e Pedro Brício sobre a peça e os temas explicitados "King Kong Fran", além de quarta capa de Maria Ribeiro. Desde que estreou, em novembro de 2022, este monólogo já levou milhares de pessoas ao teatro e foi indicado para Prêmio de Humor 2023 nas categorias Espetáculo, Direção e Performance. “King Kong Fran é placa tectônica se movendo ferozmente sem aviso no planeta Terra. Cabe a nós se preparar. Cabe aos homens tomarem tenência da situação. Pra hoje. Pra ontem. A mulherada já tá toda na mão do King Kong. E felizmente também na mão da Fran”, Letrux. Compre o livro "King Kong Fran" neste link.

Ficha técnica
Espetáculo "King Kong Fran". Direção e dramaturgia: Rafaela Azevedo e Pedro Brício. Atuação e Idealização: Rafaela Azevedo. Direção Musical: Letrux. Cenografia: Carola Leal, Gabriela Prestes e Álvaro Antônio Ferreira. Figurino: Natascha Falcão. luminação: Ana Luzia de Simoni. Direção de Arte: Gabriela Prestes e Carola Leal. Assistência de Direção de Arte: Álvaro Antônio Ferreira. Identidade Visual: Gabriela Prestes. Assistência de Direção: Tamie Panet. Operadora de Som: Joana Guimarães. Operadora de Luz: Cris Ferreira. Produção: Rafaela Azevedo.


Serviço:
Espetáculo "King Kong Fran".  Até dia 16 de novembro de 2023 - terças, quartas e quintas, às 21h. Duração: 70 minutos. Classificação: 18 anos. Ingressos: R$ 80,00 e R$ 40,00. Link vendas: https://bileto.sympla.com.br/event/86969. Capacidade: 250 lugares. Teatro MorumbiShopping. Endereço: Av. Roque Petroni Júnior, 1089, Jardim das Acacias, São Paulo - SP.

.: "Roda Viva" entrevista Ailton Graça, que viverá Mussum nos cinemas


Aílton Graça e Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, têm muito em comum: são artistas completos, filhos da periferia, amantes do samba e ganharam o Brasil com os próprios talentos. Foto: Desirée do Valle


Um dos grandes atores brasileiros, Ailton Graça estará no centro do Roda Viva nesta segunda-feira, dia 6 de novembro. Entre outros assuntos relacionados à sua carreira, arte e cultura, o artista falará sobre seu importante papel nos cinemas, como o humorista Mussum. A cinebiografia "Mussum, o Filmis" ganhou seis Kikitos no Festival de Gramado de 2023.

 Aílton Graça e Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, têm muito em comum: são artistas completos, filhos da periferia, amantes do samba e ganharam o Brasil com os próprios talentos. Também enfrentaram muitas dificuldades antes do sucesso.

A bancada de entrevistadores será formada por Adriana Couto - apresentadora do Metrópolis da TV Cultura; Flavia Guerra - crítica e apresentadora do podcast Plano Geral; Ivan Brandão - apresentador da Bandnews FM; Nilson Xavier - crítico de TV; e Sabrina Fidalgo - cineasta e colunista da Vogue. Apresentado por Vera Magalhães, o programa vai ao ar, ao vivo, a partir das 22h, na Cultura, no site da emissora, no APP Cultura Play, além de X (antigo Twitter), YouTube, Tik Tok e Facebook.


Assista no Cineflix
"Mussum, o Filmis" está em cartaz no Cineflix Cinemas. O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

.: "Negra Palavra", que celebra Solano Trindade, em cartaz no Sesc 24 de Maio


Um resgate à poesia de Solano Trindade, até dia 5 de novembro, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 18h. Na imagem: atores de Negra Palavra - Solano Trindade Foto: Maria Clara Oliveira

 Até da 5 de novembro, o Sesc 24 de Maio apresenta "Negra Palavra", uma produção teatral que resgata e celebra a poesia de Solano Trindade, dando fim ao seu apagamento histórico. A vida e obra do poeta ganham vida no palco através da linguagem poética e da ambientação que se inspira profundamente no universo do autor. A Cia de Teatro Íntimo, com quase 18 anos de pesquisa na utilização da poesia como base de dramaturgia, se une ao Coletivo Preto para oferecer uma abordagem sofisticada sobre o corpo do ator em cena.

A direção coletiva, composta por André Muato, Drayson Menezzes, Orlando Caldeira e Renato Farias, equilibra a criação entre palavra, corpo e musicalidade, promovendo uma visão de mundo não hierárquica, baseada no compartilhamento horizontal e circular de saberes.

Com oito atores e uma atriz em cena, a potência de seus corpos em conjunto transcende a necessidade de cenário. O corpo negro é apresentado em suas múltiplas dimensões: como potência artística, como resistência política e como opção estética. Além disso, é também uma fonte de musicalidade ao expressar poesia, dançar e produzir música com seu próprio corpo. Além disso, ele se torna uma fonte de musicalidade ao expressar poesia, dançar e produzir música com o próprio corpo. Ao desenhar o espaço, cria imagens que intensificam as sensações propostas pela poesia de Solano Trindade.


Ficha técnica
Espetáculo "Negra Palavra". Poesias: Solano Trindade. Roteiro: Renato Farias. Direção geral: Orando Caldeira e Renato Farias. Elenco: Adriano Torres / André Américo / Breno Ferreira / Drayson Menezzes / Eudes Veloso / Jorge Olivera / Leá Cunha / Lucas Sampaio / Orlando Caldeira / Raphael Elias / Rodrigo Átila / Thiago Hypólito. Direção musical: André Muato. Direção de movimento: Orlando Caldeira. Direção de atores: Drayson Menezzes. Assistente de direção: Thati Moreira. Direção de arte: Raphael Elias. Assistente de arte: Júlia Marques. Figurino: Júlia Marques. Iluminação: Rafael Sieg. Comunicação visual: Vitor Moniz. Gerenciamento de redes sociais: Carol Frizeiro. Assessoria de imprensa: Bianca Arman e Thiago Braga. Direção de produção e produção de conteúdo: Eudes Veloso. Produção executiva: Jorge Oliveira e Andrea Cordeiro. Idealização: Renato Farias. Produção: Saideira Produções. Realização: Coletivo Preto e Companhia Teatro Intimo.


Serviço 
Espetáculo "Negra Palavra". Com Coletivo Preto. Até domingo, 5 de novembro – sexta e sábado, às 20h,  domingo, às 18h. Sesc 24 de Maio, rua 24 de Maio, 109 - Centro/SP – 350 metros do metrô República. Classificação indicativa: 14 anos. Ingressos: através do aplicativo Credencial Sesc SP, no site Sesc SP e nas bilheterias das unidades Sesc SP - R$50 (inteira), R$25 (meia) e R$18 (Credencial Sesc). Duração do espetáculo: 60 minutos.

.: O primeiro trailer de "O Dublê", com Ryan Gosling e Emily Blunt


Inspirado em “Duro na Queda”, série de TV de sucesso dos anos 1980, longa que tem estreia prevista para 2024 promete abalar as estruturas dos filmes de ação com muita aventura e emoção. Cenas arriscadas de explosão, tiroteio, incêndios, perseguição, acidentes de carro, saltos e quedas de locais inusitados... O que poderia dar errado? 

Com um enredo de tirar o fôlego, "O Dublê", novo longa da Universal Pictures, acaba de ganhar seu primeiro trailer. O filme conta a história de um dublê, que após um grave acidente que quase acabou com sua carreira, precisa descobrir o paradeiro de um astro de cinema desaparecido, lutar contra uma conspiração e reconquistar o amor de sua vida.

Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, a trama impactante é um misto de mistérios, suspense e muito bom humor. O longa é o filme mais pessoal, até o momento, do dublê da vida real David Leitch, diretor dos sucessos “Trem Bala”, “Deadpool 2”, “Atômica” e “Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw”, e produtor de “John Wick: De Volta ao Jogo”, “Anônimo” e “Noite Infeliz”. "O Dublê", previsto para estrear em 2024 nos cinemas de todo o país, é um thriller de ação hilário, com elenco estelar, eletrizante, e uma carta de amor aos filmes de ação e à equipe de pessoas corajosas que desempenham o papel de dublê.


Sobre o filme
Ele é um dublê e, como todos na comunidade de dublês, faz as cenas mais arriscadas de explosão, tiroteio, incêndios, perseguição e acidentes de carro, quedas das mais altas janelas, tudo para nos divertir. Mas agora, depois de um grave acidente que quase acabou com sua carreira, esse herói anônimo das produções de cinema precisa descobrir o paradeiro de um astro de cinema desaparecido, desmascarar uma conspiração e tentar reconquistar o amor de sua vida enquanto ainda faz seu trabalho diário. O que poderia dar errado?

Filme mais pessoal, até agora, do dublê da vida real David Leitch, diretor dos sucessos “Trem Bala”, “Deadpool 2”, “Atômica” e “Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw”, e produtor de “John Wick: De Volta ao Jogo”, “Anônimo” e “Noite Infeliz”, O Dublê é um thriller de ação hilário, com elenco estelar, eletrizante, e uma carta de amor aos filmes de ação e à muito dedicada e pouco valorizada equipe de pessoas corajosas que os fazem.

O ator indicado ao Oscar Ryan Gosling (“Barbie”, “La La Land: Cantando Estações”, “Drive”) interpreta o protagonista Colt Seavers, um dublê que a profissão deixou com muitas cicatrizes. Há cerca de um ano, inclusive, abandonou os sets para cuidar de sua saúde física e mental. Ele é convocado de volta aos bastidores quando o astro de um blockbuster de grande estúdio em produção – dirigido por sua ex, Jody Moreno, papel da atriz vencedora do Globo de Ouro Emily Blunt (“Oppenheimer”, filmes “Um Lugar Silencioso”, “Sicario: Terra de Ninguém”) – desaparece.

A produtora incansável do filme (a atriz vencedora do Emmy Hannah Waddingham, série “Ted Lasso”), faz de tudo para manter em segredo, do estúdio e da mídia, o desaparecimento do astro Tom Ryder (o ator vencedor do Globo de Ouro Aaron Taylor-Johnson, “Trem Bala”). Nesse ínterim, Colt filma as acrobacias mais arriscadas do filme enquanto tenta (sem muito sucesso) reconquistar Jody. Mas, à medida que o mistério em torno do desaparecimento de Ryder se intensifica, Colt se envolve em uma trama sinistra e criminosa que vai deixá-lo face a face com a cena mais perigosa que jamais se arriscou a fazer.

Inspirado em “Duro na Queda”, série de TV de sucesso dos anos 1980, O Dublê é coestrelado por Winston Duke (franquia “Pantera Negra”) e a atriz indicada ao Oscar, Stephanie Hsu (“Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”). Com roteiro de Drew Pearce, O Dublê é produzido por Kelly McCormick (“Trem Bala”, “Anônimo”, “Atômica”) e David Leitch, pela 87North, de Leitch; Ryan Gosling; e Guymon Casady (série “Game of Thrones”, “Steve Jobs”, produtor executivo da série “Ripley”), pela Entertainment 360. Assinam a produção executiva Drew Pearce; Geoff Shaevitz, da Entertainment 360; e o criador da série de televisão original, Glen A. Larson..


Assista no Cineflix
"Mussum, o Filmis" está em cartaz no Cineflix Cinemas. O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Trailer de "O Dublê"

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

.: "Molière", com Matheus Nachtergaele e grande elenco, retorna a São Paulo


Nesta sexta-feita, dia 3 de novembro, no Teatro Liberdade, o ator Matheus Nachtergaele retorna a São Paulo, após cinco anos, para apresentar o espetáculo teatral "Molière". Com direção de Diego Fortes e Elcio Nogueira Seixas, Renato Borghi e mais 11 atores na primeira montagem da renomada dramaturga, escritora e roteirista mexicana Sabina Berman no Brasil. Fotos de cena: Aloysio Araripe


Depois do grande sucesso no Rio de Janeiro em 2022, e de uma turnê igualmente bem-sucedida, pelo Nordeste, Matheus Nachtergaele, Elcio Nogueira Seixas, Renato Borghi retornam aos seus papéis em "Molière", uma comédia musical de Sabina Berman e direção Diego Fortes no Teatro Liberdade, em curta temporada, de 3 a 26 de novembro.

Uma disputa bem-humorada entre a "Comédia", representada por seu mais ilustre autor, Molière (vivido por Matheus Nachtergaele), e a "Tragédia", personificada pelo poeta Jean Racine (Elcio Nogueira Seixas), "Molière" retorna aos palcos no Teatro Prudential, de 2 a 26 de novembro, depois de quatro anos de temporadas de sucesso pelo país.

Embalada por músicas de Caetano Veloso, executadas ao vivo com arranjos originais do maestro Gilson Fukushima, a montagem integra o projeto de intercâmbio cultural promovido pelo Teatro Promíscuo pela valorização da dramaturgia latino-americana. A peça, que marca a estreia da obra teatral da renomada dramaturga mexicana Sabina Berman no Brasil, tem direção de Diego Fortes, ganhador do Prêmio Shell em 2017 pelo espetáculo "O Grande Sucesso".

Inspirada no próprio teatro de Molière, que fundia vários estilos em uma mesma obra (Commedia Dell’Arte; influências renascentistas e barrocas; humor satírico), a encenação busca integrar linguagens diversas em uma intensa dinâmica cênica. “A fusão de linguagens de Molière e a autenticidade de suas criações nos possibilitaram misturar cores e texturas com extrema liberdade, procurando sempre uma encenação em que regras pudessem ser quebradas”, diz o diretor Diego Fortes.

Em cena, 14 atores e músicos vão narrar o inusitado conflito entre formas opostas de pensar o mundo, expressas pelas famosas máscaras do teatro: uma ri malandramente de tudo e de todos e a outra mostra reverência e temor diante da dor e da morte. O embate épico entre essas duas faces da vida tem como cenário a corte carnavalesca de Luis XIV, o Rei Sol (Josie Antello), na França.

Amado pelo público e favorito do extravagante rei, Molière trava uma luta tragicômica com seu aprendiz Racine para manter a posição de dramaturgo mais prestigiado da corte. Enquanto isso, o Arcebispo de Paris, grande entusiasta da guerra, Monsenhor Péréfixe (Renato Borghi), tentará se aproveitar do conflito para banir do reino o Teatro e seus artistas, endurecer a censura e lançar a França em uma era de obscurantismo, violência e sacrifício. 

É mais nobre fazer o público rir ou chorar? Os artistas devem mostrar o mundo como ele é ou como deveria ser? Por que proibir obras de arte e perseguir seus criadores? Até que ponto aqueles que criam devem submeter-se à vontade daqueles que pagam? Estas são algumas das grandes questões que permeiam o enredo do espetáculo.

O cenário de André Cortez evidencia o jogo de transições entre teatro e realidade, ao mesmo tempo em que dissipa os limites entre palco e plateia. O público, enquanto assiste a uma encenação de Molière ou de Racine, também acompanha as reações do Rei Luís XIV e do Arcebispo Péréfixe ao espetáculo. Os figurinos de Karlla Girotto brincam com a ideia irreverente de uma "França Tropical", ou melhor, de uma delirante "Tropicália Francesa" irrompendo em plena corte absolutista do século XVII.

Paralelo ao espetáculo, Matheus Nachtergaele está no ar em "Cine Holliúdy" (TV Globo) e entrará em cartaz com o longa "O Clube dos Anjos", baseado na obra de Luis Fernando Veríssimo, com roteiro e direção de Angelo Defanti. E ainda pode ser visto no longa-metragem "Carro Rei", roteiro de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro, que também assina a direção.


Sobre a autora
Sabina Berman (1955) é escritora, dramaturga, contista, ensaísta, diretora de teatro e cinema. Mulher de grande influência na cultura do México, é reconhecida como uma das mais prolíficas, originais e ousadas dramaturgas da língua espanhola de sua geração. Suas peças de teatro já foram montadas no Canadá, Estados Unidos e em vários países da Europa e América Latina. Berman ganhou quatro vezes Prêmio Nacional de Dramaturgia do México e o prestigiado Prêmio Juan Ruiz Alarcón. 

Como jornalista, escreve semanalmente crônicas políticas para o El Universal, principal jornal do México, e faz reportagens para a revista Vanity Fair. Foi honrada duas vezes com o Prêmio Nacional de Jornalismo do México (1999 e 2007).


Sinopse
O ilustre dramaturgo Molière (Matheus Nachtergaele), mestre da Comédia, e o estreante autor épico Jean Racine (Elcio Nogueira Seixas), travam uma luta tragicômica, repleta de trapaças e reviravoltas, pelo domínio dos palcos da corte de Luiz XIV, o Rei Sol. O fanático Arcebispo Péréfixe (Renato Borghi), entusiasta da guerra, se aproveita do conflito entre os artistas para banir do reino o próprio Teatro, instaurando no país uma era de censura, violência e sacrifício. Uma miríade de personagens da aristocracia, da plebe, do clero, do exército, das tabernas e dos tablados desfilam por palácios, igrejas, salas de espetáculo, bordéis e campos de batalha. A orquestra do maestro Lully (Fábio Cardoso) embala essa tumultuada França do século XVII com o toque tropical das músicas do cancioneiro de Caetano Veloso.


Ficha técnica
Espetáculo "Molière". Elenco: Matheus Nachtergaele (Molière), Elcio Nogueira Seixas .(Racine), Renato Borghi (arcebispo Péréfixe), Josie Antello (Luís XIV, o Rei Sol), Rafael Camargo (La Fontaine), Luciana Borghi (Madeleine e Rainha Mãe), Jorge Hissa (Gonzago e Marquês), Regina França (Mademoiselle Du Parc e Madame Parnelle), Marco Bravo (Baron e Primeiro Médico), Carol Carreiro (Armande), Fábio Cardoso (Lully, o maestro) e Instrumentistas da orquestra de Lully (Bella Raiane, Eliza Basile, Mafê). Piano/cravo/órgão/teclado: Fabio Cardoso | Percussionistas: Marco Bravo, Carol Carreiro, Luciana Borghi, Regina França | Violino e Rabeca: Mafê| Baixo e Guitarra: Eliza Basile | Acordeão: Bella Raiane| Berrante: Marco Bravo | Coros: todo o elenco | Vozes: Dans mon île (Luciana Borghi) | Coração Vagabundo (Matheus Nachtergaele). Texto: Sabina Berman | Tradução: Elcio Nogueira Seixas e Renato Borghi | Adaptação: Diego Fortes e Luci Collin | Direção: Diego Fortes | Direção Musical: Gilson Fukushima | Músicas do Cancioneiro de Caetano Veloso | Cenografia: André Cortez e Carol Buček | Figurino: Karlla Girotto | Restauro de figurinos e acessórios: Diogo Pasquim e Fátima Ferreira | Iluminação: Beto Bruel e Nadja Naira | Assistente de Direção: Carol Carreiro | Assistente de Cenografia: Stéphanie Freitas | Assistente de Figurino: Amanda Paulovic | Assistente de Iluminação: Sarah Salgado | Operador Luz: Guilherme Soares | Sound Designer: Dugg Mont e Cecilia Lüzs l Execução Figurino: Zona Ateliê por Jeisebel Cecilio, Flavia Lobo de Felício, Gabriela Cherubini, Fabio Lima Malheiros e Gustavo Silvestre | Costureira: Francisca Lima e Sirley Aparecida Ferreira | Costureira turnê: Fátima Ferreira | Visagismo: Felipe Ramirez | Mídias Sociais: Platea Comunicação & Arte | Programação Visual: Blanc.ag | Fotos: Eika Yabusame - E-Photos, Aloysio Araripe, Jamil Kubruk, Luísa Bonin, Paulo Uras - Estudio FB, Aloysio Araripe | Diretora de Movimento: Débora Veneziani | Preparação Vocal: Edith de Camargo | Diretor de Palco: Marcio Zunhiga | Contra regra: Dell de Jesus | Microfonista: Felipe Grillo | Camareira: Maria das Graças e Tatiane Puglia | Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro - Ofício das Letras | Produção Local: Guinada Produções (Daniela Vasconcelos e Nathalie Amaral | Produção Executiva: Diogo Pasquim | Direção de Produção: Camila Bevilacqua | Idealização e Execução: Teatro Promíscuo


Serviço
Espetáculo "Molière". De 3 a 26 de novembro, em curta temporada.Horário: sextas e sábados, às 21h00, e domingos, às 20h00. Duração: 120 minutos. Gênero: musical. Classificação: 12 anos. Teatro Liberdade. Rua São Joaquim nº129 - Liberdade/São Paulo. Abertura da casa: 1h antes do início do evento. Capacidade: 900 pessoas. Ingressos: internet (com taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/. Bilheteria física (sem taxa de conveniência) atendimento presencial: de terça à sábado das 13h00 à 19h00. Domingos e feriados apenas em dias de espetáculos até o início da apresentação. 

.: Celebração: Festival Varilux de Cinema Francês anuncia delegação artística


Os diretores Anna Novion, Baya Kasmi, Bruno Chiche, Cédric Kahn, Nicolas Giraud e Rémi Bezançon e os atores Julia de Nunez e Stefan Crepon participam do evento em São Paulo e no Rio de Janeiro.


Os realizadores do Festival Varilux de Cinema Francês, que será entre 9 e 22 de novembro, divulgaram os nomes de seus convidados que vêm ao Brasil. Assim como em outras edições, uma delegação artística formada por diretores e atores franceses estará nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro apresentando seus filmes e debatendo com o público em algumas sessões.

A jovem atriz Julia de Nunez vem falar sobre seu papel em Brigitte Bardot, série biográfica de grande sucesso na TV francesa sobre a musa do cinema francês. Também ator, Stefan Crepon, foi indicado ao César de Melhor Ator Revelação pela atuação em Peter Von Kant, de Ozon, longa exibido no ano passado no Festival Varilux. Ele estará ao lado do diretor Cédric Kahn para debater o drama “Making Of”. Premiado, Kahn já dirigiu astros do cinema francês, entre eles, Catherine Deneuve, Vincent Macaigne e Emmanuelle Bercot. 

Outro convidado, é Bruno Chiche, com mais de 37 anos de experiência no mercado audiovisual, que apresentará o filme “Maestro(s)”. Já a diretora Anna Novion traz o drama “O Desafio de Marguerite”, longa que integrante da Sessão Especial do Festival de Cannes de 2023 e também da 1ª edição do Festival Internacional de Cinema de Biarritz. A diretora Baya Kasmi apresentará a comédia “O Livro da Discórdia”. Também roteirista, ela já conquistou o César de Melhor Roteiro Original por filme inspirado em sua vida.

Rémi Bezançon, outro convidado, vem falar de “O Renascimento”. O diretor já marcou presença no Varilux, em 2019, com o filme “O Mistério de Henri Pick”, com Fabrice Luchini e Camille Cottin. Com vários prêmios em sua carreira, Nicolas Giraud vai falar de sua experiência como ator e diretor de “O Astronauta”. 

O Festival Varilux de Cinema Francês é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinadores principais a Essilor/Varilux, a Pernod Ricard/Lillet e a Transportadora Associada de Gás (TAG), além do Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são as unidades das Alianças Francesas em todo Brasil, a Embaixada da França no Brasil, as empresas Air France, Grupo Accor (Fairmont) além das distribuidoras dos filmes: A2, Belas Artes-Pandora, Bonfilm, California Filmes, Diamond Films, Filmes Do Estação, Mares Filmes, Synapse e Zeta Filmes, os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.


Assista no Cineflix
O Festival Varilux de Cinema Francês chega a sua 14ª edição em ritmo de samba! A vinheta que apresenta os filmes traz a música “Brigitte Bardot”, interpretada pela cantora Salomé de Bahia. Em português, a canção, de 2005, exalta a atriz conhecida internacionalmente e questiona o motivo pelo qual a diva francesa era sempre o centro das atenções.

Inspirada em "BB", como é chamada, a identidade visual e o cartaz do evento estampam a jovem atriz Julia de Nunez, caracterizada como Brigitte Bardot para a minissérie de mesmo nome, que será apresentada no festival em algumas sessões gratuitas. O Festival Varilux ocorre em todo o Brasil, entre 9 e 22 de novembro, e apresenta 19 filmes recentes da cinematografia francesa, dois clássicos e uma série. Em Santos, o Festival Varilux de Cinema Francês será apresentado no Cineflix Cinemas, localizado no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês que, nos últimos 13 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas e somou um público de mais de um 1,1 mil espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e que já teve uma edição em São Paulo, além de cinemas de todo Brasil.


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.: "Quis dar um presente para as minhas cicatrizes", diz Bárbara Paz no "Provoca"


Entrevista vai ao ar na próxima terça-feira, dia 7 de novembro. Foto: Beatriz Oliveira

No "Provoca" da próxima terça-feira, dia 7 de novembro, Marcelo Tas recebe a atriz, autora e diretora Bárbara Paz. Conhecida por seus papéis marcantes em filmes e novelas, a artista também tem experimentado outras facetas de sua arte. Bárbara conquistou reconhecimento pela direção do documentário "Babenco - Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou", indicado pelo Brasil para disputar vaga no Oscar 2021. Neste ano, promoveu a exposição "Auto-Acusação", um projeto pessoal que ficou em cartaz em São Paulo no começo do ano, e que vai estrear no Rio de Janeiro em novembro. No bate-papo, ela fala sobre si, os projetos em que tem trabalhado, grandes marcos de sua vida e planos para o futuro. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.

Um dos destaques da conversa entre Tas e Bárbara foi sua exposição individual. Realizada e idealizada pela atriz, a videoinstalação retrata as marcas que ficaram em seu corpo depois do acidente de carro que sofreu em 1992, assim como seus significados para ela. A artista, que diz ser constantemente lembrada por Babenco - feito como um presente ao ex-marido, o diretor Héctor Babenco, que faleceu em 2016 -, diz: “(...) eu quis voltar e dar um presente para mim. E eu quis dar um presente para as minhas cicatrizes. Eu acho que chegou a hora, é agora. Porque, para mim, a vida é agora”.

Paz também fala de sua relação com a mãe, de quem ela cuidou desde muito cedo. “(...) minha mãe adoeceu quando eu nasci, (...) ela (fez) hemodiálise por 17 anos. Imagina uma criança com 6 anos, vai dormir na cama da mãe, e eu dormia abraçada com a minha mãe até os meus 17, porque ‘se ela morrer...’. (...) ela passava a noite com dor, me contando histórias de bailes, de amores, poemas – ela era uma poetisa também -, e essa história que me fez quem eu sou. Essa mulher, chamada Iray, que fez quem eu sou. E se não tivesse ela, esse amor que ela me deu e esse cuidado que eu dei a ela sem querer... eu não tinha opção, ela não podia ir na escola comigo, eu ia sozinha. Então eu passei a minha vida toda acompanhando ela até os meus 17”.

A atriz ainda lembra de sua participação no reality show "Casa dos Artistas", em 2001. “(...) eu não acho que eu fui artista lá, (...) eu fui gente. Porque o artista já está com a maquiagem, e ali eu não estava maquiada. (...) isso causou uma vitória, e isso causou também o outro lado da moeda: de popularidade, mas de falta de credibilidade. (...) algumas pessoas que eu encontro – muitas, aliás, que eu encontro com muito amor por mim, que eu não conheço, que acompanharam toda a minha trajetória e me conheceram lá – como se eu fosse filha (...) e eu me emociono muito, e acontece muito. Eu acho que eu vou morrer a menina da 'Casa dos Artistas'! E eu acho lindo, porque não foi a artista: foi a gente, foi a pessoa ali. (...) eu acho que eu fui documentada ali, de alguma forma. Fui documentada amando, fui documentada chorando, fui documentada sendo eu”.

.: Inspirado no livro de Yukiko Sugihara, "Desobediência" estreia nesta quinta


Com texto de Renata Mizrahi, espetáculo narra trajetória de japonês que salvou mais de 6 mil vidas de refugiados judeus em plena Segunda Guerra Mundial. Foto: Joelma Do Couto


Um ato heroico e humanitário em plena Segunda Guerra Mundial é retratado pela peça "Desobediência", texto inédito de Renata Mizrahi livremente inspirado no livro “Passaporte para a Vida”, de Yukiko Sugihara. O espetáculo, dirigido por Regina Galdino, estreia no dia 2 de novembro, às 21h no Teatro Arthur de Azevedo. A peça foi idealizada por Rogério Nagai, que também está no elenco ao lado de Beatriz Diaféria, Carla Passos e Ricardo Oshiro.

A montagem faz parte do projeto do Coletivo Oriente-se, em coprodução com a Nagai Produções Artísticas e Culturais. A trama narra de forma não-linear a jornada de Chiune Sugihara, um representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 2 mil vistos para judeus refugiados da Polônia ao longo de 20 dias, desobedecendo às ordens do Japão – que participava do Eixo, aliança com a Alemanha nazista e a Itália fascista.

Esses documentos se transformaram em mais de 6 mil vidas judias salvas durante a guerra. A história é contada pelo ponto de vista de Yukiko, a esposa do representante, que narra a saída do casal do Japão, a chegada à Europa, o nascimento dos filhos, os privilégios que tiveram na guerra, o episódio da desobediência, a derrota, a fuga, a prisão, a volta à terra-natal e o reconhecimento de Chiune como um aliado da vida. 

“Acho que o texto discute como, às vezes, seguimos na vida de forma automática, sem olhar para o lado, e acabamos naturalizando barbaridades, como o fato de alguém estar morrendo de fome na rua enquanto outra pessoa ostenta por aí uma vida milionária. Acredito que a voz da Yukiko é muito importante. Já naquela época, ela falava de empoderamento, de machismo, de sexismo e de xenofobia”, comenta a autora Renata Mizrahi.

Já a diretora Regina Galdino acredita que o Desobediência é importante para nos mostrar caminhos em que o humanismo venceu o autoritarismo, sobretudo quando vivemos um retorno da extrema direita em todo o mundo. “Temas como as intolerâncias religiosa e étnica, a perseguição ideológica, as guerras pelo poder e territórios, a desumanidade, os refugiados e as crises econômicas, a desobediência a regras desumanas e a liberdade feminina estão presentes nesta história de esperança e obstinação na luta pela vida, com um elenco de nipo-brasileiros”, complementa. Ela ainda conta que a peça passeia pelo tempo e espaço de forma dinâmica, sem seguir a ordem cronológica, “em um jogo de aproximações e choques entre as culturas japonesa, judaica e europeia”.

“O casal Chiune e Yukiko Sugihara contracena com diversas personagens interpretadas por um ator e uma atriz e optamos por figurinos atemporais, que ampliam a atualidade da história. O cenário e os elementos de cena são sintéticos e não-realistas estabelecendo, de forma abstrata, com a ajuda da iluminação, todas as cidades pelas quais o casal passou, desde Helsink, na Finlândia, até o retorno ao Japão, passando por Kaunas, na Lituânia; Berlim, na Alemanha; Praga, na então Tchecoslováquia; Konigsberg, na antiga Prússia, e Bucareste, na Romênia”, revela Galdino sobre a encenação.

A encenadora conta inda que o grupo pesquisou como despertar a imaginação do público com imagens abstratas, não-realistas e inusitadas por meio de um cenário surrealista e de tecidos vermelhos utilizados no lugar de objetos. “A expressão corporal e a interpretação dos atores e atrizes convidarão o público, de forma sintética, a imaginar trens, florestas, praias, navios, salões de baile, consulados, prisões, máquinas de escrever e fuzis, além dos vistos emitidos para os judeus. Misturando drama e humor, contamos essa história pouco conhecida pelo público usando figurinos atemporais cinzas, 'manchados' por tecidos vermelhos, com diferentes funções; um painel de fundo preto e branco com imagem surrealista; projeções abstratas; e a música original, com um tema e variações para passear por diferentes países e culturas”, acrescenta.


Sinopse
"Desobediência" é uma peça inédita de Renata Mizrahi livremente inspirada no livro “Passaporte Para a Vida”, de Yukiko Sugihara.  A peça conta, de forma não-linear, a jornada de Chiune Sugihara, representante do consulado japonês na Lituânia que, em plena Segunda Guerra Mundial, forneceu de forma não autorizada mais de 2 mil vistos para judeus refugiados da Polônia, desobedecendo às ordens do Japão, aliado da Alemanha e Itália. Os 2 mil vistos se transformaram em mais de 6 mil vidas judias salvas na guerra. A história é contada pelo ponto de vista da esposa Yukiko: a saída do casal do Japão, a chegada à Europa, os filhos, os privilégios que tiveram na guerra, a desobediência ao consulado japonês, a derrota, a fuga, a prisão, a volta ao Japão e o reconhecimento de Chiune como um aliado da vida. O texto é um drama, com doses de humor. 

Ficha técnica
Espetáculo "Desobediência". Texto: Renata Mizrahi. Direção: Regina Galdino. Elenco: Beatriz Diaféria, Carla Passocs, Ricardo Oshiro e Rogério Nagai. Cenografia e figurinos: Telumi Hellen. Vídeo mapping e operação de som: Alexandre Mercki. Música original: Daniel Grajew e Bruno Menegatti. Iluminação: Paula da Selva. Operação de luz: Paula da Selva e Fábio Ferretti. Produção executiva: Amanda Andrade. Direção de produção e coordenação geral: Rogério Nagai. Assistência de direção: Edson Kameda. Fotografia: Joelma Do Couto. Mídias sociais: Lol Digital. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Comunicação visual: Pethra Ubarana. Realização: Coletivo Oriente-se, Nagai Produções e Secretaria Municipal de Cultural - Lei de Fomento ao Teatro.


Serviço
Espetáculo "Desobediência". Grátis. 12 anos. 75 minutos. @nagaiproducoes 

Teatro Arthur Azevedo. De 2 a 5 de novembro. Horários: quinta, sexta e sábado, às 21h. Domingo, às 19h. Av. Paes de Barros, 955, Alto da Mooca.

Céu São Miguel. Dia 8 de novembro, às 16h e às 20h . R. Joaquim Moreira, S/N.° - Parque São Miguel.

Centro Cultural da Diversidade. Dia 7 e 8 de dezembro, às 20h. R. Lopes Neto, 206 - Itaim Bibi.

.: "116 Gramas" um solo autoral que aborda a busca pelo corpo ideal em SP


De 3 a 26 de novembro, Letícia Rodrigues leva o público a uma jornada íntima em busca do emagrecimento, desafiando os padrões de beleza e se questionando quanto alguém precisa perder para ser aceito na sociedade. Foto: Maria Luiza Graner


Estreia em novembro, no Sesc Avenida Paulista, o espetáculo "116 Gramas - Peça para Emagrecer", solo autoral da atriz Letícia Rodrigues. A peça leva à cena a jornada de uma mulher gorda em busca do emagrecimento. As apresentações acontecem as sextas e sábados, às 20h30 e aos domingos, às 18h30, de 3 a 26 de novembro. Os ingressos são vendidos online, pelo app Credencial Sesc SP ou na Central de Relacionamento do Sesc e presencialmente, nas bilheterias do Sesc SP. 

"116 Gramas - Peça para Emagrecer" é um solo autoral, que mergulha na experiência de um corpo gordo em busca do emagrecimento. A dramaturgia da peça se propõe a refletir sobre o desejo de pertencimento e as pressões exercidas pela sociedade em relação à imagem corporal por meio de uma narrativa autoficcional, em que a história da personagem se mistura com a da autora, que tenta viver a sua trajetória de heroína.

“A Gorda”, protagonista dessa saga, a cada dia que se apresenta para uma nova plateia, tenta alcançar o mesmo objetivo: emagrecer 116 gramas. A fim de queimar as calorias necessárias para tanto, ela cria um espetáculo teatral, um experimento performativo, uma espécie de aula de academia, só que mais bonita. Ela pratica exercícios, formula cálculos, se perde em teorias, compartilha memórias e encontra poesia em cada gota de suor que escorre pelo seu corpo. Talvez assim ela consiga ser uma atriz de verdade.

“A tentativa de me livrar de 116 gramas por apresentação pode parecer violenta, mas é, na realidade, o único meio que encontrei de seguir. E eu quero seguir. Esse espetáculo é a minha cura, o meu meio de conseguir falar o que tenho tentado há tanto tempo dizer. É o meio de me afirmar como uma artista paulistana que segue aqui, nem tão firme, nem tão forte, mas segue. São as pazes que faço comigo, com o teatro, com a dança, com a performance e, o mais importante, com o público”, relata Letícia Rodrigues. O mundo insiste que seu corpo deve ser menor, mas enquanto tenta corresponder a todas as expectativas, se questiona: o quanto é preciso perder para poder pertencer?


Ficha técnica
Espetáculo "116 Gramas - Peça para Emagrecer". Concepção, dramaturgia e atuação: Letícia Rodrigues. Direção: João Pedro Ribeiro e Letícia Rodrigues.


Serviço
Espetáculo "116 Gramas - Peça para Emagrecer". Com Letícia Rodrigues. De 3 a 26 de novembro de 2023. Sextas e sábados, às 20h30. Domingos, às 18h30. Classificação etária: 14 anos. Tecnologias e Artes do Sesc Avenida Paulista – 4º Andar. Duração: 60 minutos. Capacidade: 35 lugares. Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (Meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 12,00 (Credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). Venda a partir de 24/10, às 17h, pelo app Credencial Sesc SP ou na Central de Relacionamento do Sesc e nas bilheterias das unidades do Sesc SP. No Sesc Avenida Paulista. Avenida Paulista, 119 - São Paulo. Telefone: (11) 3170-0800. Transporte Público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350 metros. Horário de funcionamento da unidade: Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30. Horário de funcionamento da bilheteria: terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, das 10h às 19h30. Domingos e feriados, das 10h às 18h30

.: Peça distópica da Cia. Sacana conta a história de resiliência de duas travestis


Espetáculo "Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica" faz temporada na Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo entre os dias 2 e 19 de novembro. Foto: Marcela Guimarães


O espetáculo que abre a 9ª edição da Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do CCSP retrata a disputa de narrativas em um Brasil paralelo totalmente atemporal, sedimentado nas vivências entre pessoas trans e travestis. "Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica" estreia no CCSP - Espaço Ademar Guerra, no dia 2 de novembro, quinta-feira, às 20h. A temporada segue até o dia 19 de novembro, com sessões de quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 19h. Os ingressos são gratuitos.

Com dramaturgia de Ymoirá Micall, que também assina a direção da peça, o novo trabalho da Cia Sacana de Teatro e Dança é uma distopia. A obra está situada no mesmo universo do experimento cênico Distrito T - cap. 1, premiado em 2022 pelo 30º Festival Mix Brasil na categoria Dramática. 

Na trama de Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica, o público conhece a história da Santa Profana. Após ganhar este título da população do Distrito PS, a protetora vive sua ressurreição ao mesmo tempo em que deve se defender dos ataques iniciados por seguidores de um Rei Colônia. Dessa forma, o público é convidado a adentrar aos limites do Distrito PS, bem quando a Santa Profana decide ser livre. No entanto, essa atitude fragiliza o círculo de proteção local, deixando os moradores em estado de alerta. Ao mesmo tempo, uma refugiada precisa ganhar a confiança dessa entidade para se manter viva. 

"Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica" desmistifica qualquer impossibilidade de afeto sobre a população trans e travesti e busca se afastar de uma binariedade intrínseca à sociedade. “Precisamos levantar uma peça para reafirmar o nosso direito a permanecer vivas em condições qualificadas. Afinal, se temos a oportunidade de escrever e atuar nas nossas próprias peças, sobre o que estamos escrevendo? Eu tenho o direito de publicar algo que parte do pressuposto da imagem, do que é ser uma travesti na sociedade hoje e do que se desenha para ela. Até porque, as travestis são subjugadas, né?”, comenta a dramaturga e diretora. 

Na ativa desde 2020, a Cia Sacana tem a missão de produzir conteúdo em múltiplas linguagens para garantir o acesso de artistas negros e LGBTQIAP+ a qualquer espaço artístico e educacional. “Queremos pensar em um novo teatro, que realmente nos represente. Por isso, criei um mundo paralelo, uma fantasia brasileira em que existem essas pessoas que são imagens totalmente distorcidas na sociedade, inclusive uma santa trans, mas que lideram ideias transformadoras”, conta Ymoirá.


Sobre a encenação
O lado imagético foi fundamental para o trabalho. Muito da moda e do design foi incorporado à encenação, quase como um manifesto. O figurino, assinado por Kyra Reis, mas cuja criação é coletiva, remete ao movimento Ballroom e utiliza peças em upclycling, ou seja, reaproveitadas, transmitindo a ideia de transmutação têxtil. Da mesma maneira que o cenário, pensado por Mauro Pucci.

A Cia Sacana optou por esse caminho do reaproveitamento também para adicionar outra dimensão à história. Os personagens presentes no texto têm o hábito de se ajudar como podem, mesmo nas situações mais adversas, quando tudo parece destruído. 

A montagem imersiva ocupa o Espaço Ademar Guerra de um jeito único. Nas primeiras cenas, os espectadores transitam pelo lugar, conhecendo o distrito que compõe esta distopia. Diferentes elevações e estruturas determinam essas fronteiras. Depois, o público senta-se em arquibancadas que formam um “L”. 

De acordo com Ymoirá, muitas das suas referências são musicais e da performance. Para esta peça, nomes como Ventura Profana, Linn da Quebrada e Alice Guél tiveram grande destaque para a dramaturgia, que também está carregada de deboche, uma eficiente maneira de estimular reflexões sobre o cotidiano, segundo a dramaturga. A trilha sonora de Maia Caos passeia por diversos estilos. Além da parceria com o Centro Cultural São Paulo (CCSP), o grupo contou com a gestão institucional da Associação SÙ de Educação e Cultura. Ambas as instituições foram fundamentais para a estreia. 


Sobre a Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos
Criado em 2015, o evento tem o objetivo de fomentar a criação dramatúrgica e promover a montagem e a estreia de obras cênicas inéditas de dramaturgues potentes no cenário teatral paulistano, dentro da programação do CCSP, segundo o conceito de “pequenos formatos cênicos”.


Sobre a Cia. Sacana De Teatro e Dança
A companhia surge em 2020 composta por artistas negros e LGBTQIAP+ residentes da Cidade de São Paulo no movimento de levante para produzir conteúdos de multilinguagem, bem como garantir acesso a qualquer espaço artístico e educacional. O grupo independente transforma suas experiências artísticas em base científica, valorizando suas histórias como conteúdo precioso para as narrativas levantadas em cada obra. Entre os trabalhos de destaque estão: “Pindaúna” peça contemplada no ano de 2020 pelo Edital de Apoio à Cultura Negra - 1ª Edição, o solo coreográfico “UMA” (2021) encenado na Sala Adoniran Barbosa (Centro Cultural São Paulo), Teatro Cacilda Becker (Complexo Funarte - RJ), MITsp 2022 - Teatro Oficina, 2ª Virada AfroCultural, Sala Reneè Gumiel (Complexo Funarte - SP) e Palacete das Rosas (Araraquara), o filme-dança “Estou aqui, mas Talvez não esteja”, gravado na Oficina Cultural Oswald de Andrade no ano de 2021 contemplado pelo edital PROAC nº 04/2020 “Registro e licenciamento de espetáculos de dança inéditos para difusão online (#CulturaEmCasa) y o experimento cênico “Distrito T - cap. 1” premiada em 2022 pelo 30º Festival Mix Brasil na categoria Dramática.


Sinopse
Um programa de rádio anuncia a “hora da história”. Na ocasião, a Cantora Careca, locutora da atração, narra em detalhes a passagem da Santa Profana, figura icônica deste conto distópico. Após ser proclamada Santa pela população do Distrito PS, a protetora vive sua ressurreição ao mesmo tempo em que deve se defender dos ataques iniciados por seguidores de um Rei Colônia.


Ficha técnica
Espetáculo "Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica". Direção e dramaturgia: Ymoirá Micall. Direção de produção: Carmen Mawu Lima. Direção de arte e design: Mauro Pucci. Direção de movimento: PHVerissima. Trilha sonora e operação: Maia Caos. Desenho e operação de luz: Verena Teixeira. Elenco: Kyra Reis, Ayo Kalunga, Kaiala de Oliveira, Leonora Braz, Alice Guél, Wini Lipe, Zara Dobura, Kairu Kiango, Venâncio Cruz, Tata Nzinga, Nu Abe. Assistente de arte e diagramação: Luccas Caetano. Assistente de som: Ewe Pixain. Assistente de produção: Jota Guerreiro. Gestão institucional: Associação SÙ de Educação e Cultura.

 

Serviço
Espetáculo "Terra Brasilis Top Trans Pindorâmica". De 2 a 19 de novembro, com sessões quinta a sábado, às 20h, e, aos domingos, às 19h. Local: Espaço Cênico Ademar Guerra – Centro Cultural São Paulo (CCSP). Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade / São Paulo. Ingressos: gratuitos | Retirar na bilheteria com 1 hora de antecedência. Duração: 80 minutos. Classificação: 14 anos.

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