domingo, 2 de outubro de 2022

.: Desmonte da educação pública e o poder da juventude em "Entre-CY"

Com texto de Felipe Dias Batista e direção de Mônica Augusto, espetáculo está em cartaz no Teatro Alfredo Mesquita. Foto: Noélia Najera

O movimento secundarista de 2015 e 2016, quando estudantes ocuparam as escolas públicas de São Paulo para protestar contra o desmonte da educação, serviu como inspiração para a criação do espetáculo jovem "Entre-Cy", do Grupo Teatral Saga. A peça, que tem texto de Felipe Dias Batista e direção de Mônica Augusto, faz curta temporada de 1º a 9 de outubro no Teatro Alfredo Mesquita

O trabalho nasceu de um estudo sobre a peça “Cyrano de Bergerac”, do poeta e dramaturgo francês Edmond Rostand (1868-1918), iniciado em 2009, quando a companhia teve contato com o texto e apresentou experiências a partir da obra em eventos como o festival Satyrianas e a Bienal de Arte de São Paulo. 

Durante a pandemia de covid-19, os artistas voltaram a visitar o autor e começaram a investigar formas de diálogo da história com os dias atuais. Assim, em 2020, surgiu o projeto “A História de Cy”, construído com narrativas das questões que rodeiam o imaginário infanto-juvenil, mesclado com a teatralidade audiovisual e as memórias dos atores. 

E, agora, “Entre-Cy” é criado como uma segunda proposta de diálogo com a juventude, trazendo como plano de fundo as circunstâncias precárias nas quais a educação pública se encontra e os protestos da juventude já mencionados.

A trama acompanha três amigos que estão no último ano do ensino médio e decidem se juntar para ocupar sua escola, que está abandonada pelo poder público. Três adolescentes enclausurados numa sala de aula, na luta legitimada por suas convicções, terão que enfrentar medo, ciúmes e segredos. Eles tentam permanecer unidos motivados pelo amor e pela amizade que construíram ao longo dos anos. 

“Dentro da nossa ficção, essa é a última escola pública do país. Essa atitude deles é uma reação contra um projeto perverso de sucateamento do ensino público. Num primeiro momento, sozinhos, resolvem confrontar um ‘CYstema’ que quer privatizar e mercantilizar as relações entre professores, estudantes e a própria rede de educação. Ao longo dos dias na ocupação, eles percebem que não estão tão sozinhos assim”, antecipa o autor Felipe Dias Batista.

A ideia da peça, ainda segundo Batista, é discutir temas como a precarização do sistema de educação, as transformações difíceis da adolescência e a força do levante da juventude. “Em meio a todos esses confrontos externos e internos, as três amigues resgatam daquele espaço/memória que é o prédio da escola, seus anseios, angústias e segredos. São três jovens, tentando encontrar seu lugar no mundo e descobrindo juntes sobre o processo de amadurecer”, explica.

Em cena, os personagens constroem e desconstroem memórias daquilo que já viveram ali na escola, e do que não querem mais viver, antecipa o autor. “A encenação convida o espectador a olhar para uma sala de aula e recriar seu imaginário sobre aquele espaço. É um convite para que o público construa, junto com aqueles três adolescentes, uma nova forma de ver além dos muros da Escola”, acrescenta.

Sobre o Grupo Teatral Saga

A história do grupo teatral Saga se inicia com uma ação voluntária no instituto GAPA (Grupo de Apoio a portadores de Aids) com o espetáculo "Pluft, o Fantasminha", de Maria Clara Machado, em 2004. Desde então, os integrantes passaram a investigar a arte teatral juntos através de workshops com fragmentos de peças e títulos de interesse comum ao grupo. 

Alguns textos como "Boca de Ouro", "Otelo", "O Auto da Compadecida", "Hamlet", "A Gota D’água e a Mãe Coragem", permearam os primeiros anos de pesquisa do grupo e despretensiosamente os levaram de encontro com importantes programas de políticas afirmativas como o Programa para Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) e o projeto Vocacional que evidenciou o amadurecimento do grupo e ampliou muitos horizontes que levaram à circulação de espetáculos ao longo desses 18 anos, completados recentemente. 

Esta longa caminhada se deu também por grande parcerias com artistas orientadores, sendo elas, Alejandra Sampaio, Bárbara Campos, Elisa Band, dentre outros nomes. Em 2009 o grupo mergulhou na história de “Cyrano de Bergerac”, de Edmond Rostand e este trabalho, por sua vez, fomentou experiências que os levou a compartilhar o resultado desse processo nas Satyrianas, Bienal de Arte de São Paulo, Projeto Encontros no Metrô de São Paulo e Festival Humbalada. Este título nos contemplou no programa VAI em 2010. 

Os anos do grupo se seguiram com outros projetos e após um hiato, os integrantes retomam no cenário pandêmico o encontro com o texto de Edmond Rostand como mote criativo para ressignificar a história, dialogando com os dias atuais. Em 2020 o novo projeto intitulado “A História de Cy”, foi contemplado pelo Proac Lab, e foi construído com narrativas das questões que rodeiam o imaginário infanto-juvenil, mesclado com a teatralidade audiovisual e as memórias dos atores. "Entre-Cy" nasce em 2021 como uma segunda proposta de diálogo com a juventude.

Sinopse do espetáculo

Três estudantes ocupam a última escola pública do país contra o desmonte da educação no país. Três adolescentes enclausurados numa sala de aula, na luta legitimada por suas convicções, eles ainda terão que enfrentar o medo, ciúmes, segredos e permanecerem unidos motivados pelo amor e pela amizade de anos.

Ficha técnica "Entre-CY", do Grupo Teatral Saga Texto e argumento: Felipe Dias Batista Dramaturgia e adaptação coletiva do texto: Grupo Teatral Saga Direção cênica: Mônica Augusto Elenco: Catarina Milani, Cícero de Andrade, Karla Mariana e Manu Figueiredo Produção executiva: Catarina Milani, Felipe Costa e Manu Figueiredo Direção de arte e assistente de produção: Adolfo Bortolozzo Execução de cenário: Urso Cenografia Direção musical: Laruama Alves Trilha sonora: Léo Nascimento Operação de som: Leandro Wanderley Criação e operação de luz: Jean Marcel Fotografia e captação de espetáculo: Noélia Najera Produção de vídeos: Diego Aristizábal Edição de vídeos: Flávio Barollo Operação de vídeos: André Papi Designer gráfico: Vinícius Foscaches Assessoria de imprensa: Pombo Correio Mídias sociais: Laysa Padilha Agente de formação de plateia: Renata Garducci

Serviço "Entre-CY", do Grupo Teatral Saga Temporada: até dia 9 de outubro, aos sábados e domingos, às 16h Teatro Alfredo Mesquita - Avenida Santos Dumont, 1770, Santana Ingressos: grátis, distribuídos uma hora antes da sessão Classificação: 10 anos Duração: 55 minutos Acessibilidade: dois lugares para obesos e dois lugares para cadeirantes

.: "Muito Pelo Contrário", com Emílio Orciollo Netto, no Teatro Unimed

Comédia inédita escrita por Antonio Prata em curta temporada reflete sobre as relações afetivas no pós-pandemia. A direção é de Vilma Melo e Victor Peralta. 


Em cartaz no Teatro Unimed, a comédia dramática "Muito Pelo Contrário", um texto inédito escrito por Antonio Prata especialmente para o ator Emílio Orciollo Netto. Este espetáculo muito divertido, dirigido por Vilma Melo e Victor Garcia Peralta, fala da vida de um casal comum, com suas qualidades e defeitos, neste inquieto mundo atual, em rápida transformação pós-pandemia, em que se reveem temas como liberdade, fidelidade, machismo, empoderamento feminino e o amor que leva duas pessoas a terem uma vida a dois.

“'Muito Pelo Contrário' pretende fazer rir e pensar, necessariamente nessa ordem. Uma excelente oportunidade para rir das nossas neuroses, preconceitos, fraquezas, ciúmes, raivas e inseguranças”, afirma Antonio Prata, autor do texto sobre a quarentena forçada pela pandemia, que colocou à prova muitos casais. Alguns, inclusive, não sobreviveram à convivência extrema. 

A muito divertida comédia dramática "Muito Pelo Contrário" narra um momento na vida de Pedro, em crise com a esposa, Gabi, depois de dois anos envolvidos nos perrengues do primeiro filho. Quando Pedro acha que a vida sexual do casal foi pro lixo junto com as fraldas sujas e restos de banana amassada com aveia, vê-se diante da possibilidade de uma pulada de cerca. Mas tudo pode mudar diante dos direitos iguais.

“Uma peça escrita, dirigida e encenada por craques. Trata de temas atuais, que podem ser divertidos e intrigantes ao mesmo tempo. É um prazer ter um texto inteligente e perspicaz como este sendo encenado em nosso Teatro Unimed. Tenho certeza que a retomada das atividades presenciais e a oportunidade de estarmos com familiares e amigos em eventos culturais contribuem para a saúde mental e o bem-estar de todos", afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional.

“O Teatro Unimed continua no seu propósito de oferecer produções de qualidade ao público de São Paulo e a seus visitantes, com uma programação feita para ser aproveitada junto com a família e amigos, de forma leve, divertida e que, ao mesmo tempo, nos faz pensar. Por sua localização privilegiada no Edifício Santos-Augusta, frequentar o Teatro Unimed permite uma experiência completa, antes e depois do espetáculo, com a alta qualidade e o ótimo atendimento do Perseu Coffee House, no térreo, e do Casimiro Ristorante dal Tatini, no quarto andar”, declara Fernando Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud, controladora do Teatro Unimed.

Segundo informações do conselho federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB), o segundo semestre de 2020 teve um recorde de dissoluções matrimoniais com 43.859 registros, chegando a um aumento de 15%, bem acima da variação anual de 2%. O fim da quarentena e a chegada do “novo normal” também trazem questões aos casais que, depois de um longo inverno, tentam retomar suas rotinas.

Se é verdade que depois de toda grande tragédia humanitária há um pico de euforia e hedonismo, questões como fidelidade e traição ocupam o centro da pauta. Mesmo antes do coronavírus, é verdade, tais questões já estavam em alta. A terceira onda do feminismo, o movimento #metoo e outras eclosões femininas mudaram a relação entre os gêneros e exigem dos homens um reexame inédito.

A peça "Muito Pelo Contrário" é exatamente este reexame: um homem em crise diante da liberdade de sua mulher, tentando encontrar o seu novo papel neste mundo em (des)construção. O humor, característica sempre presente nos livros, roteiros e crônicas de Antonio Prata, faz com que toda esta reflexão se dê de forma leve, mas incisiva. 

A atuação precisa e realista de Emilio Orciollo Netto, com anos de experiência no teatro, cinema e televisão, dá ao texto uma fluição natural, coloquial, orgânica. Rodrigo e Gabi são pais de primeira viagem. Depois de dois anos trocando fralda, amamentando, acordando de madrugada e submetendo-se a todos os perrengues exigidos por um recém-nascido, veem-se diante de um bebê estupendo - e de uma relação estropiada. Meses de insônia, pijamas, olheiras, pantufas e golfadas no ombro não são exatamente o cenário mais adequado para que brilhem o romance, o sexo e a alegria da vida a dois - ou melhor, a três.

No momento em que Rodrigo acha que sua vida sexual acabou, conhece no trabalho uma mulher que lhe desperta o desejo. Sob toneladas de culpa, ele se pergunta: qual seria a gravidade de um sexo casual com a colega? Ele não quer uma amante. Não pensa de jeito nenhum em se separar. Sexo casual com outra mulher faria dele um monstro da masculinidade tóxica? Um parceiro desleal? Ou apenas um ser humano livre que dispõe de seu corpo com liberdade durante sua curta passagem sobre a terra? E se sua amada esposa estivesse pensando em fazer a mesma coisa, com os mesmos direitos que ele? Como lidar com sua educação machista, antiquada, de homem nascido no final do século 20?

A peça analisa uma relação amorosa contemporânea a partir desta pergunta: o que significa, nos dias de hoje, uma traição? É legítimo que um dos dois faça sexo com um terceiro, sem que o cônjuge fique sabendo? É melhor que saiba, que o assunto seja discutido à mesa de jantar? Ou trata-se de uma questão privada, que não faz parte da vida do casal? Quem pula a cerca é uma pessoa livre e bem resolvida ou canalha? Como aceitar para o outro as liberdades que porventura queremos para nós mesmos? A chegada de um filho acaba com a vida sexual de um casal? O casamento sobrevive a noites mal dormidas, trocas de fraldas, mamadeiras, golfadas, choros? O amor é mais forte que tudo isso? Ainda mais no meio de uma pandemia e de uma crise política e social sem precedentes?


Sobre o autor
Paulistano, Antonio Prata é escritor e roteirista, com 14 livros publicados, entre crônicas, contos e infantis, Antonio Prata escreve para televisão, cinema e teatro. Em 2013, foi selecionado pela revista Granta como um dos 20 melhores escritores brasileiros com menos de 40 anos. Filho dos também escritores Mário Prata e Marta Góes, trabalha como roteirista na Rede Globo, onde participou da equipe das novelas "Bang Bang" (2006) e "Avenida Brasil" (2012), "A Regra do Jogo" (2015) e das séries "Os Experientes" (2016, prêmio APCA de melhor série e finalista do Emmy Internacional), "Sob Pressão" (2017/2018, vencedor do APCA de melhor série) e "Pais de Primeira" (2018, vencedor do prêmio ABRA de melhor roteiro de série cômica).


Atualmente, escreve a série "Encantado’s", com Chico Mattoso, Renata Andrade e Thais Pontes, que deve estrear no fim de 2022 no Globoplay. Sobre as provocações de "Muito Pelo Contrário", sua primeira peça a ser encenada, ele analisa: “Vejam só que coisa: fomos à Lua, dividimos o átomo, modificamos o DNA, fotografamos um buraco negro, mas estamos completamente desamparados, contando somente com a própria experiência e intuição, quando se trata de organizar uma vida a dois. A Apple, a Microsoft, a OMS, a Nasa e os tutoriais do Youtube pouco ou nada podem ajudar casais a definir as regras e protocolos de cada relação. Na hora de juntar os trapos - e, mais difícil, mantê-los juntos -, cada um de nós, ou melhor, cada dois, tem que inventar seu próprio modelo. As dificuldades são ainda maiores numa época em que se questionam os papeis dos gêneros. Derrubadas as paredes que colocavam a mulher no lar e o homem no trabalho, cabe aos dois descobrir, juntos, quais os direitos e deveres de cada um. Trata-se de uma benção e de uma maldição. Um casamento pode ser o que quisermos, mas nós é que precisamos construí-lo. Nesta elaboração, tanto o homem quanto a mulher (e isso vale pra relações hétero ou homossexuais) percebem em si próprios a distância entre o ideal e o real. Entre aquilo que gostariam de ser e o que realmente são. O que é um perrengue para a vida amorosa contemporânea é, felizmente, um prato cheio para a dramaturgia”.


Sobre o ator
Também paulistano, Emilio Orciollo Netto tem uma carreira de quase 33 anos de atuação no teatro, cinema e televisão. De apresentador do "Globo Ciência" logo passou a brilhar em novelas, como "O Rei do Gado", "Anjo Mau", "Alma Gêmea" (Rede Globo) e "Marcas da Paixão" e "Topíssima" (Record), séries como "Chiquinha Gonzaga" (Rede Globo) e "O Mecanismo" (Netflix) e filmes como "Tropa de Elite 2" (dirigido por José Padilha) e "Real - O Plano por Trás da História" (dirigido por Rodrigo Bittencourt).

No teatro, já participou de quase duas dezenas de peças, entre as quais "O Beijo no Asfalto" (ao lado de Leopoldo Pacheco, com direção de Michel Berkovitch) e "Atrás da Porta" (2014, como diretor). Sobre este seu mais novo trabalho, conclui: “Tempos difíceis, talvez como nunca antes passamos. Como se relacionar nesse momento? Meu grande desejo como ator e produtor é poder mostrar ao público, um pouco desse mundo caótico e real de um casamento com um filho de dois anos de idade. Expectativa versus realidade. Sonhos que muitas vezes nunca se concretizam. O olhar de Antonio Prata nos traz esse universo para o entretenimento e a reflexão”.


Sobre os diretores
A carioca Vilma Melo é atriz, diretora e professora de artes cênicas, primeira atriz negra a ganhar o Prêmio Shell na categoria de Melhor Atriz, pelo espetáculo "Chica da Silva - O Musical" (2017). Tem vários trabalhos no cinema, como os filmes "Campo Grande" e "Três Verões" (ambos de Sandra Kogut) e na televisão, como as novelas "Prova de Amor", "Avenida Brasil" e "Joia Rara" e os seriados "Sob Nova Direção" e "Cidade dos Homens" (todos da Rede Globo).

No teatro, já participou de várias montagens, como "Grande Othelo - Êta Moleque Bamba!" (2004) e "AntígonaCreonte" (2011) e dirigiu "Lapinha" (de Isabel Fillardis) ao lado de Edio Nunes. Sobre seu trabalho de direção na peça "Muito Pelo Contrário", ela afirma: “o instigante de dirigir isso tudo é ter o humor como a mola mestra e o término sem juízo de mérito. É o espectador quem vai ter a sua resposta, única e individual. O texto tão bem reconhecido por nossa mente aponta lugares com que nos identificamos piamente. Emilio, este experiente ator, é o condutor deste percurso agônico, mas leve;sério, mas burlesco; real, mas imagético. E ele vai nos fazer mergulhar nesta divertida história”. }

Chamado por amigos como “o argentino mais querido dos palcos cariocas”, Victor Garcia Peralta é ator, cenógrafo e diretor teatral de grandes sucessos como "Os Homens São de Marte... e é Para Lá que Eu Vou" e "Não Sou Feliz Mas Tenho Marido", entre muitos outros espetáculos. Seu olhar de grande cuidado estético e, ao mesmo tempo, fortemente dedicado ao trabalho do ator é sua marca registrada. E é assim que ele se refere a este novo trabalho de direção: “'Muito Pelo Contrário' me seduziu e instigou desde a primeira leitura. O texto de Antonio Prata me deixou cheio de perguntas. Quando isso acontece é um bom sinal. Sermos monógamos é uma utopia criada pela sociedade ou por algumas religiões? Existe fidelidade? No meu caso, não acredito na monogamia e na fidelidade, acredito na lealdade”.

Ficha técnica
Espetáculo "Muito Pelo Contrário"
Autor:
Antonio Prata
Ator: Emilio Orciollo Netto
Direção: Vilma Melo e Victor Peralta
Vozes em off: Bruno Mazzeo e Vilma Melo
Cenário: Mina Quental
Figurinos: Mariana Barreto Orciollo
Desenho de luz: Luciano Xavier
Trilha sonora: Plínio Profeta
Coordenação de comunicação Morente Forte: Beth Gallo
Concepção e criação visual: Mariana Barreto Orciollo
Designer: Pedro Brucz
Assessoria de Imprensa Morente Forte: Thais Peres
Fotos de estúdio: Jorge Bispo
Fotos de cena: Caio Gallucci
Secretaria: Alceni Braz
Administração: Magali Morente Lopes
Direção de produção: Clarice Philigret
Produção executiva: Dante Passarelli
Gerente técnico Teatro Unimed: Reynold Itiki
Assessoria jurídica Teatro Unimed: Carolina Simão
Comunicação Teatro Unimed: Dayan Machado
Assessoria de Imprensa Teatro Unimed: Fernando Sant’ Ana
Produtores associados: Emílio Orciollo Netto, Selma Morente e Célia Forte
Realização: Emilio Orciollo Netto,  Morente Forte Produções Teatrais e Teatro Unimed

 
Serviço
"Muito Pelo Contrário"
Teatro Unimed (249 Lugares)
Ed. Santos Augusta, Al. Santos, 2159, Jardins, São Paulo
Curta temporada: até dia 9 de outubro de 2022
Horários: sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 18h
Valores: inteira - R$ 90 (plateia), R$ 70 (balcão).
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: comédia
Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos.
Horários da Bilheteria: Sexta e sábado, das 13h30 às 21h30. Domingos, das 10h30 às 18h30.
Acessibilidade: ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail contato@teatrounimed.com.br
Recomenda-se o uso de máscara durante todo o espetáculo.
Estacionamento com manobrista: R$ 25 (primeira hora) + R$ 10 (por cada hora adicional)
Vendas pela internet: www.sympla.com.br/teatrounimed

.: "Travessia": resumo dos capítulos 1 a 6, de 10 a 15 de outubro de 2022

Na novela de Gloria Perez, Lucy Alves interpreta Brisa, uma mulher que luta para reconstruir a vida após ser vítima de fake news. Foto: Globo / Fábio Rocha

Próxima novela das 21h na TV Globo, "Travessia" é criada e escrita por Gloria Perez, com direção artística de Mauro Mendonça Filho, direção de Walter Carvalho, Andre Barros, Mariana Richard e Caio Campos. A novela, que fala sobre a jornada de uma mulher para reconstruir a vida após ser vítima de uma fake news, é protagonizada por Lucy Alves, Chay Suede e Romulo Estrela. A produção é de Claudio Dager e Tatiana Poggi; e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. 


Capítulo 1
Na infância, Ari e Brisa brincam juntos. Brisa se ressente por não ter condições financeiras de ir para o internato como Ari. Dante conta a Ari que a construtora Guerra & Moretti quer destruir o casarão e construir um shopping na cidade. Guerra apresenta o projeto do shopping que a construtora pensa em construir em São Luís. Cidália comenta que Dante entrou com uma liminar para barrar o projeto. Brisa comunica a Ari que estará em São Luís para uma apresentação cultural. Guerra flagra Débora com Moretti, e Cidália impede uma reação violenta. Debora anuncia que está grávida. Guerra conta a Cidália que romperá a sociedade com Moretti e garante que continuará o projeto do shopping sozinho. Ari e Brisa se beijam. Leonor decide mudar de país. Debora sofre um acidente. Núbia pede a Dante que convença Ari a desistir do namoro com Brisa. Debora não resiste aos ferimentos, e Guerra decide ficar com a filha da ex-namorada, dando-lhe o nome de Chiara. Há uma passagem de tempo. Brisa deixa claro para Núbia que sustenta sua casa sozinha, e o marido Ari está em São Luís fazendo doutorado. Leonor comenta com Stenio que Guida teve um filho chamado Rudá e que agora se casará de novo, mas ninguém conhece o noivo. Rudá manipula uma foto na internet e incrimina Brisa por um sequestro.

 
Capítulo 2
Stenio repreende a atitude de Rudá. Cidália aconselha Guerra a fazer um teste de DNA antes de passar ações da construtora para o nome de Chiara. Guerra afirma a Cidália que conseguirá o casarão para realizar o projeto do shopping, sem saber que Moretti também está tentando adquirir o imóvel. Ari promete enviar o artigo de Dante sobre a falcatrua da licitação para o jornal. Helô manda Yone descobrir o paradeiro de Stenio com Laís, e ameaça registrar oficialmente o desaparecimento do advogado. Guerra acusa Dante de querer atingir a construtora com seu artigo. Cidália descobre que Guerra falsificou a certidão de nascimento de Chiara, colocando o nome da mãe de Bianca Rossi. Cidália desconfia de que Guerra saiba que Chiara não é sua filha biológica. Talita consegue um emprego na construtora de Guerra. Leonor descobre que o noivo de Guida é Moretti.


Capítulo 3
Leonor e Guida trocam acusações. A pedido de Stenio, Rudá tira uma foto do advogado como se ele estivesse nas pirâmides do Egito. Ari reconhece o esforço de Brisa para que ele consiga estudar. Cidália apresenta Talita para Guerra. Rudá percebe que Guida mentiu para Moretti ao inventar uma desculpa para a viagem de Leonor. Monteiro critica Stenio para Laís. Monteiro e Laís se preocupam com Isa. Oto se hospeda em São Luís com o nome falso e avisa a Moretti que já chegou à cidade.

 
Capítulo 4
Guida pede a Inácia que cuide de Rudá, enquanto ela viaja em lua de mel. Guerra elogia Talita. Leonor pede para ficar na casa de Stenio até conseguir se hospedar em outro lugar. Ari comenta com Dante que ficará na casa de Gil, no Rio de Janeiro. Helô fica furiosa ao assistir à entrevista de Stenio na televisão. Helô se surpreende quando Stenio lhe conta que Guida se casou com Moretti. Dante aconselha Ari a contar a Gil sobre o projeto do shopping da Construtora Guerra. Ari ajuda Talita a levar um material de trabalho para a Construtora Guerra, quando se depara com Chiara.

 
Capítulo 5
Chiara convida Ari para uma reunião em sua casa. Rudá afirma a Leonor que deseja morar com a tia. Dante conta a Ari que seus exames melhoraram e lembra o ex-aluno do aniversário de Tonho. Brisa concorda que Ari fique mais uma semana no Rio de Janeiro. Stenio leva Leonor para a casa de tia Cotinha. Isa não gosta de saber que Monteiro lecionará no seu colégio. Monteiro reclama com Laís, afirmando que sente falta do apoio da mulher na educação de Isa. Chiara zomba de Ari. Núbia critica o modo como Brisa trata Ari. Ari deixa seu relógio em uma mesinha na casa de Chiara como desculpa para poder retornar ao local. Brisa fica aflita com a falta de notícias de Ari. Dante chama a atenção de Ari por ter ido à casa de Guerra. Ari e Chiara se beijam.

 
Capítulo 6
Ari se sente culpado por ter beijado Chiara. Tininha acha que Brisa não deveria dar tanto dinheiro para Ari. Moretti orienta Oto a viajar para outro estado. Brisa avisa a Tininha que irá ao Rio buscar Ari. Guerra desconfia de que Stenio esteja mancomunado com Moretti. Brisa pede a Creusa para se hospedar na casa de Helô enquanto estiver no Rio. Cidália e Talita percebem que Chiara está interessada em Ari. Moretti avisa a Oto que está indo para o Rio e que pedirá a Stenio que seja seu advogado no Brasil. Pessoas tentam linchar Brisa, ao supostamente reconhecê-la como a sequestradora de crianças registrada no vídeo falso que Rudá postou na internet.


.: “Poliana Moça”, do SBT: Resumos dos capítulos 141 ao 145

“Poliana Moça”

Resumos dos capítulos 141 ao 145 (03.10 a 07.10)


Poliana recebe máscara produzida pelo pai (Fotos: Lourival Ribeiro/SBT)


Capítulo 141, segunda-feira, 03 de outubro

Roger briga com Pinóquio por tentar chamar atenção de Otto (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


Marcelo é espancado pelos bandidos e abandonado na comunidade. Davi, Gleyce e Vinícius resgatam Marcelo. Policial aborda Waldisney e Violeta na rua e pede documento; a dupla foge. Pinóquio tenta ir atrás de Otto, Roger impede e o leva de volta a “Luc4Tech”. Roger e os comparsas chamam atenção do androide por atitude indevida. Luísa exprime a Marcelo que o admira muito, mas tem medo de perdê-lo. Tânia revela a Otto a notícia do assalto no CLL (Clube do Laço Lilás); Otto afirma que vai ajudar com o que precisar, inclusive instalar câmeras de segurança na associação. Internet da república de Brenda, Raquel e Celeste fica lenta; Brenda e Raquel invadem o computador de Celeste e notam que ela estava baixando filme, em vez de trabalhar. Pedro e Chloe produzem proteção higiênica com capa de chuva, luvas, capacete, para poderem abraçar Davi.


Capítulo 142, terça-feira, 04 de outubro

Poliana diz ao pai sobre projeto de máscara (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


Eugênia fica paranóica com o vírus e não deixa Davi chegar perto das crianças para não contaminá-las. Nanci se torna voluntária no CLL. Marcelo relata a Otto que Tânia saiu pouco tempo antes do assalto ao CLL. Em outro assunto, Otto afirma a Marcelo que descobriu que Roger está viabilizando a construção do androide, inclusive financeira, diretamente com a concorrente “Luc4Tech”. Em flashback, Poliana relembra dos pais circenses e a positividade que a ‘Trupe Vagalume’ faria nessa fase do vírus. Luca denota que o Pinóquio é um projeto antigo de Otto, na verdade, um presente de infância que ganhou do pai e declara a Roger, que sabe que foi ele que furtou. Roger admite que pegou Pinóquio, mas tomou o que era dele e que Otto tem um passado bem sujo. Poliana diz ao pai, que pensou em unir os amigos como a ‘Trupe Vagalume’ para espalhar alegria; ela esboça um projeto de uma super máscara e pede ajuda do pai para realizar o plano. Davi alega à Eugênia que pretende morar no hospital para proteger a família do vírus. Pinóquio consegue desativar o rastreador. Por de trás da parede, Pinóquio escuta Roger afirmar que o boneco foi roubado de Otto.


Capítulo 143, quarta-feira, 05 de outubro

Pinóquio (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


Pinóquio descobre novos comandos; ele desativa o rastreador e foge do esconderijo. Em chama de vídeo com os amigos, Poliana compartilha a ideia de criar uma trupe. Durante a chamada, Song manda áudio para Helena, que deixa vazar o áudio. A namorada do Luigi expõe que Poliana é péssima e se paga de boazinha. Branca e Antônio assistem na TV, notícias que os casos do Hepta vírus estão triplicando a cada semana. Pinóquio vai até o hospital, no local, ele não usa máscara e declara que é imune ao vírus. Branca acha que está infectada e corre com Antônio para o hospital. Violeta percebe que Pinóquio desativou o GPS. Pinóquio se veste de médico e entra em sala de consulta vazia; Dona Branca com marido entra no consultório. Pinóquio é examinado por enfermeira, que comprova que ele está sem batimento cardíaco. O androide foge do hospital e vai em direção a casa de Poliana. Otto e Tânia entregam caixas de mantimentos ao CLL. Pinóquio aborda Poliana.


Capítulo 144, quinta-feira, 06 de outubro

Marcelo (Foto: Lourival Ribeiro/SBT)


Saindo do CLL, ao lado de Otto, Tânia encontra Celeste; a jovem questiona na frente de Otto quando Tânia vai revelar que elas são mais que amigas. Celeste chora com a atitude da mãe. Pinóquio se apresenta para Poliana novamente como Plínio e diz que deseja conhecer Otto; a garota marca encontro com o rapaz e o pai. Pedro fala à Yuna que observa Roger sair de casa toda hora, mesmo na epidemia. Poliana conta ao pai que encontrou Plínio na rua e alerta que ele tem um encontro com ‘menino’. Tânia questiona Celeste. Celeste pede para Tânia a assumir como filha. Brenda conta à Raquel que completa 4 anos desde o primeiro beijo com Jeff e que sempre comemoravam juntos; Raquel sugere uma surpresa. Dona Branca e Antônio se exercitam correndo dentro de casa. Desesperada, aluna de Luísa, Cecília chega no CLL pedindo socorro; seu bebê está com febre. Depressa e desatento, Marcelo sai do CLL sem máscara para resgatar o bebê e o leva ao hospital. Brenda e Jefferson fazem jantar virtual. Otto acha Celeste estranha e pergunta à Tânia se ela quer uma investigação completa sobre a garota. Bebê de Cecília testa positivo para o Hepta vírus.


Capítulo 145, sexta-feira, 07 de outubro

Celeste vai falar com Otto sobre ser filha de Tânia / Poliana recebe máscara produzida pelo pai (Fotos: Lourival Ribeiro/SBT)


Marcelo chega em casa, avisa sobre o filho de Cecília e Luísa fica preocupada. Otto e Poliana chegam ao lugar marcado com Plínio, mas ele não está no local. Otto entrega à filha, a máscara inovadora que produziu. Celeste vai até a mansão de Otto e revela o grande segredo de que ela é filha de Tânia. Os vilões pesquisam na internet, notícia com depoimentos de pacientes no hospital, sobre o garoto vivo que estava sem batimento cardíaco. Otto pede para Sara investigar a vida de Celeste. Marcelo alega estar cansado e com dor de cabeça. Tânia chega na mansão de Otto; enfurecido, o namorado admite saber a verdadeira a relação de Tânia com Celeste.  


 


Sábado, 08 de outubro

Resumo dos capítulos da semana


A novela “Poliana Moça” vai ao ar de segunda a sábado, às 20h30, no SBT



sábado, 1 de outubro de 2022

.: Crítica: "Sorria" é terror psicológico com bons sustos e trama no ponto

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em setembro de 2022 


Um longa de terror psicológico perturbadoramente caprichado. "Sorria", dirigido por Parker Finn chega na telonas do Cineflix Cinemas indo além dos bons sustos ao apresentar um enredo elaborado sobre os traumas e suas consequências. Para tanto, a médica Rose (Sosie Bacon, Skye Miller de "13 Reasons Why", filha de Kevin Bacon e Kyra Sedgwick), quem trabalha problemas mentais, acaba sendo a próxima vítima após testemunhar o suicídio da paciente Laura (Caitlin Stasey).

Tal qual uma maldição, Rose passa a ser assombrada por traumas de infância não resolvidos, internamente, o que passa a consumí-la com velocidade, a ponto de ser afastada do trabalho e viver alucinações pavorosas -que a fazem quebrar dois copos, inclusive. E, claro nesse desenrolar, pelo menos cinco bons sustos são garantidos ao público. Para quem curte produções de terror de grudar os olhos na tela, "Sorria" é a melhor pedida desde "O Babadook", de 2014. 

Enquanto somos levados pelos delírios de Rose, tentando entender o que se passa na mente da protagonista, sucessos de terror são reverenciados. Seja "O Chamado" pela corrente e a luta para reverter a maldição dentro de um prazo máximo de uma semana, ou seja, os sete dias que Samara liga para avisar ou o ser maligno que vive na cabeça de Rose, semelhante ao do incrível "Mama" e o, citado anteriormente, "O Babadook". No entanto, antes do desfecho, o longa de Parker Finn, traz uma cena que faz lembrar a da casa em "A Bruxa de Blair", mas com um extra de dar um novo susto. 

"Sorria" cria uma história própria com toques de sucessos anteriores, mas consegue ser positivamente, excelente dentro do gênero. Cria um suspense arrepiante de fazer roer as unhas, fisgando a atenção do público, do início ao fim. Com um sorriso maligno, deixa a trama aberta para garantir uma sequência. Não há como negar que "Sorria" tem todos os elementos para vir a ser um clássico do terror. Imperdível!

Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - uma oportunidade para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


Sorria (Smile, 2022)
Gênero: Terror. Terror psicológico
Duração: 1h55
Diretor: Parker Finn
Classificação: 16 anos
Elenco: Sosie Bacon, Jessie Usher, Kyle Gallner


Mary Ellen Farias dos Santos, editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm

Trailer




.: Química entre Nívea Maria e Arlindo Lopes faz "Ensina-me a Viver" explodir

Com Nívea Maria e Arlindo Lopes, a peça é uma adaptação do filme "Harold e Maude" (1971) e conta a história do improvável encontro - e paixão - entre um jovem solitário, obcecado pela morte, e uma octogenária livre e apaixonada pela vida. Foto: Lúcio Luna

Por Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

Ao que tudo indica, o teatro está dando a atrizes veteranas papeis que a televisão vem lhes negando com o passar do tempo. Um exemplo disso é o espetáculo "Ensina-me a Viver", em últimas apresentações no Teatro Porto, que devolve à atriz Nívea Maria - grande nome das novelas na época de ouro da teledramaturgia brasileira - ao patamar de estrela, desta vez nos palcos.

Ela empresta o talento, a dicção inconfundível e o carisma a uma personagem extremamente marcante: Maude, uma jovem de 80 anos apaixonada pela vida - em texto escrito por Colin Higgins, que rendeu o filme "Harold e Maude" em 1971. O desafio é duplo: ela assumiu a personagem que, durante algumas temporadas, pertenceu a Glória Menezes. Em quase duas horas de espetáculo, o público permite se apaixonar por essa persona tão inusitada e livre de convenções - torná-la plausível e palpável deve-se ao talento da artista, que acolhe uma história de amor que poderia ser polêmica mas que ganha a torcida dos espectadores.

A química se dá, também, pelo outro lado da história de amor - Arlindo Lopes interpreta Harold, um senhor de 20 anos que não vê razão para continuar vivo e tenta, de diferentes maneiras, suicidar-se ou chamar atenção da mãe, interpretada por Susana Ribeiro, ótima no papel da mãe que sente dificuldade para ouvir o que o filho quer dizer e, ao mesmo tempo, não é indiferente a ele - um papel extremamente desafiador que caiu como uma luva para esta atriz brilhante. 

O casal de protagonistas, juntos, é tão arrebatador que a diferença de idade entre o casal de protagonistas torna-se o menor dos empecilhos. Elisa Pinheiro que interpretou as três pretendentes de Harold até a apresentação de domingo passado, dia 25 de setembro, e foi substituída pela atriz Fernanda de Freitas para as últimas apresentações, mostrou versatilidade e é responsável por boas risadas. Luciano Bortoluzzi, outro ator que interpreta vários personagens durante o espetáculo, também rende bons momentos em personagens que fazem a história engrenar.

A versão brasileira tem a sensibilidade de João Falcão, que dirige e adapta o espetáculo a partir da tradução de Millôr Fernandes. No limiar entre vida e a morte, "Ensina-me a Viver" é uma experiência inusitada e, surpreendentemente, um espetáculo leve - com uma trilha sonora alto-astral e personagens que ultrapassam períodos difíceis, mas que sempre veem o lado positivo das situações. No fim das contas, os espectadores aprendem um pouquinho sobre a vida e a maneira de conduzir a vida a partir da ótica de personagens tão cativantes. É uma história de amor, daquelas que poderiam pertencer a quaisquer pessoas, com elementos que fogem das convenções sociais. É uma explosão de afeto imperdível, profunda e suave.


Serviço
Local:
 Teatro Porto - Alameda Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos | Sextas e sábados às 20h e domingos às 17h | Classificação: 12 anos | Duração: 110 minutos  | Ingressos: R$ 25 a R$ 100 | Até 9 de outubro | Leia + Espetáculo "Ensina-me a Viver" estreia no Teatro Porto dia 19 de agosto


.: Bárbara Delinsky conta drama de filha preterida enquanto irmã está em coma

Autora best-seller do jornal The New York Times, Barbara Delinsky cativou milhões de leitores em todo o mundo com seus romances emocionalmente poderosos. Não é diferente em "Enquanto Minha Irmã Dorme", lançado pela editora Bertrand Brasil, quando uma família é forçada a enfrentar verdades difíceis para superar uma tragédia. O romance gira em torno de Molly, que viveu a vida inteira à sombra da irmã atleta Robin. Um dia, subitamente, a estrela da família tem um infarto e entra em coma. 

Enquanto a família tenta lidar com a tragédia, seu complexo relacionamento é posto à prova. Molly se culpa pelo incidente e pela discussão com a irmã na última vez que se falaram. Kathryn, a mãe, está arrasada e se recusa a encarar os fatos. Chris, o filho do meio, prefere lidar com a dor em silêncio, subterfúgio que vem arruinando o próprio casamento. Nesta montanha-russa de emoções, tudo se agrava quando Molly encontra o diário de Robin e descobre verdades que põem em xeque a visão que tinha da irmã. A tradução é de Elizabeth da Rocha Dias. Você pode comprar o livro "Enquanto Minha Irmã Dorme", de Barbara Delinsky, neste link.


O que disseram sobre o livro

“Uma abordagem cativante do pior pesadelo de qualquer família.” - Booklist

“Repleto de personagens que encantarão os leitores, 'Enquanto Minha Irmã Dorme' é aquele livro raro, ‘difícil de largar’. Delinsky faz um trabalho incrível e realista nesse romance comovente e de partir o coração.” - Library Journal

“A capacidade de Delinsky de pegar uma tragédia e transformá-la em uma linda história é totalmente esplêndida. 'Enquanto Minha Irmã' dorme é um livro muito tocante.” - Daily Iowan


Sobre a autora
Nascida e criada em Boston, Barbara Delinsky se formou em psicologia, é mestre em sociologia, e sempre se envolveu em trabalhos voluntários, o que enriqueceu muito seus romances com temas sensíveis e interpessoais. Os livros dela já venderam cerca de 200 mil exemplares só no Brasil. Traduzidos para 25 idiomas, são presença constante nas listas dos mais vendidos do mundo todo. Pela editora Bertrand Brasil publicou "Paixões Perigosas", "De Repente", "A Fuga", "Um Segredo Doce e Amargo", entre outros. 


.: Novo livro de Walcyr Carrasco propõe diálogo sobre saúde mental e suicídio

Voltado ao público infantojuvenil, o livro “Meu Lugar no Mundo” propõe um diálogo sobre temas como luto, depressão, exposição excessiva nas redes e suicídio.


"Meu Lugar no Mundo", o novo livro de Walcyr Carrasco, publicado pela editora Moderna pode ser uma ferramenta para abordar, com os jovens, temas como luto, depressão, exposição excessiva na internet e suicídio. O romance conta a história de Aleph, um adolescente que não se encaixa em sua realidade e passa por experiências que mudam a maneira em que enxerga a vida.

Para narrar a história com a complexidade que o tema exige, o autor revisitou memórias de sua juventude e de uma amizade antiga. Trata-se, no entanto, de uma obra de ficção na qual o autor aborda as experiências comuns da adolescência aliada a temas difíceis e atuais como a exposição excessiva nas redes sociais, a automutilação, o sentimento de inadequação, a depressão e o suicídio.

Na trama, Aleph é constantemente submetido a comparações com seu irmão Ariel, considerado por seus pais um jovem exemplo. O protagonista sofre por não encontrar seu lugar no mundo, mas aos poucos percebe que outros jovens ao seu redor também carregam dores e sentimentos profundos e angustiantes. Como lidar com isso?

Dados de um levantamento do Ministério da Saúde mostram que a depressão atinge ao menos 11,3% dos brasileiros. As discussões sobre a doença têm ganhado cada vez mais espaço, especialmente após a pandemia da covid-19, quando o número de diagnósticos de depressão cresceu 41% no Brasil entre o período pré-crise sanitária e o primeiro trimestre de 2022, como apontou a pesquisa Covitel, da Vital Strategies com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Casos entre jovens de 18 a 24 anos foram os que mais cresceram.

Falar sobre o assunto com adolescentes nem sempre é uma tarefa fácil para pais, responsáveis ou mesmo para os profissionais da educação nas escolas. A literatura, então, pode ser uma ferramenta para essa abertura de diálogo sobre saúde mental e suicídio.

O posfácio do livro é assinado por Vera Iaconelli, psicanalista, autora, mestre e doutora em Psicologia pela USP e colunista do jornal Folha de S.Paulo. Ela destaca o brilhante trabalho do autor ao mostrar as redes de apoio e os laços afetivos como condições necessárias na transição da adolescência. "Para o jovem, o risco de dar cabo de tudo num gesto impensado não é negligenciável, e o autor acerta ao abordá-lo diretamente, pois sabemos como os números de suicídios de crianças são cada vez mais alarmantes", comenta no posfácio. Você pode comprar o livro "Meu Lugar no Mundo", de Walcyr Carrasco, neste link.


Sobre o autor
Walcyr Carrasco é escritor, dramaturgo, cronista, roteirista, e autor exclusivo da editora Moderna desde 2012. Aos 70 anos, tem mais de 50 livros publicados para a literatura infantojuvenil. Em 2017, recebeu o Prêmio Jabuti pela tradução e adaptação de “Romeu e Julieta” para jovens. O autor também recebeu a menção de “Altamente Recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil para muitos dos seus livros nessa categoria. Entre eles estão: "Cadê o Super-herói", "Asas do Joel", "Camarões X Tartarugas - A Grande Copa do Mar", "Vida de Droga", "Estrelas Tortas", "Irmão Negro" e "A Corrente da Vida".

.: Dramaturgo Ed Anderson lança livro com textos sobre relações familiares

O dramaturgo e autor Ed Anderson debruçou sobre o tema da perda para compor uma obra que contempla quatro textos que estão no livro "Estudos Sobre a Perda - Dramaturgias", publicado pela editora Humana Letra. Três deles já foram encenados na capital paulista, "Os Dois e Aquele Muro", "Para Duas" e "Piso Molhado"; e "Dois por Um Bordeaux" é inédito nos palcos. O lançamento acontece no dia 10 de outubro, às 18h30, na Drummond Livraria, situada no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073. Foto: Silvana Garzaro 

O dramaturgo e autor Ed Anderson debruçou sobre o tema da perda para compor uma obra que contempla quatro textos que estão no livro "Estudos sobre a Perda - Dramaturgias", publicado pela editora Humana Letra. Três deles já foram encenados na capital paulista, "Os Dois e Aquele Muro", "Para Duas" e "Piso Molhado"; e "Dois por Um Bordeaux" é inédito nos palcos. O lançamento acontece no dia 10 de outubro, às 18h30, na Drummond Livraria, situada no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2073.

Na noite de lançamento haverá um bate-papo com o tema Drama publicado, encenado e cotidiano: convergências possíveis, com a presença da atriz e diretora Ester Laccava e do crítico e jornalista Dirceu Alves Jr. As quatros peças que formam o volume, têm em comum a exposição de situações mal resolvidas, originadas em famílias repletas de imperfeições e sentimentos contraditórios, que, por vezes, precisam da muleta da imaginação como alívio.

A edição do livro conta com prefácio do jornalista e crítico teatral Dirceu Alves Jr e depoimentos de artistas que compõem parte do cenário teatral da cidade como Ester Laccava, Elias Andreato, Helio Cicero, Karin Rodrigues e Tuna Dwek.

Para o autor, o lançamento é de grande valor afetivo pelo que representa aos envolvidos com as montagens anteriores dos textos e pelo futuro que bate à porta ao propiciar o registro de parte da produção dramatúrgica nacional - fomentando a sua memória - e o favorecimento a democratização do hábito de leituras de textos teatrais, ainda pouco comum, bem como o contato com diretores, estudantes e grupos teatrais para oportunas montagens.

Segundo Dirceu Alves Jr, o dramaturgo Ed Anderson explora a imaginação dos personagens como gatilho detonador dos conflitos nos seus textos. "'Estudos Sobre a Perda' traz um recorte de sua obra, produzida na década de 2010, uma fase em que o teatro brasileiro começou a deixar de lado as temáticas intimistas em nome de questões coletivas e pautas identitárias. Se a maioria dos artistas entrou em sintonia com as convulsões sociais e políticas, Anderson não fechou os olhos para os temas latentes – em 'Piso Molhado', por exemplo, eles vão além das entrelinhas e em 'Para Duas' existem referências a uma libertação feminina –, mas preferiu buscar o espelhamento do espectador/leitor através da identificação pessoal nas relações travadas entre pais e filhos. Virou moda usar o termo 'família disfuncional' ao retratar pessoas ligadas pelo sangue que não convivem em plena harmonia. Em sua escrita madura, entretanto, Anderson foge de estereótipos porque já deve ter assimilado que nenhuma relação cumpre perfeitamente todas as suas funções e, nem por isso, a caricatura se faz presente ao transformá-las em ficção”, afirma.

Ester Laccava enfatiza: “Como intérprete e discípula do teatro há 40 anos, não é difícil descrever o 'serviço' desse autor contemporâneo. Seus textos expressam sua curiosidade e inquietação pela vida dos homens. Suas conexões realistas, surrealistas, culturais, regionais, universais, nos transformam em curiosos, também. Ficamos todos curiosos diante de sua obra. Todos que assistem, leem, dirigem ou interpretam. Ele tem o poder de nos cutucar, de nos acordar para os detalhes. Ahhhh...os detalhes que são tudo na 'colcha' da vida. O Ed funciona como uma linha fina, complexa, forte, que amarra, costura e borda de maneira surpreendente todas as formas da existência”.

Para o editor José Carlos Honório, os textos reunidos no livro unem e munem com algumas ferramentas primordiais para a manutenção da psique equilibrada. "Falar de psique em tempos atuais é tarefa hercúlea e, por vezes, desgastante. Como nas situações de perda nos textos do autor. Falar abstratamente de arte é movimento de prazer e livre de angústia. Somos o que somos. O autor é o que cria. Quando criamos fazemos arte. Arte nos aproxima. Nunca só se perde. Sempre ganhamos na perda. O que precisamos é identificar onde ganhamos e gozar...Como editor, fico muito satisfeito, no sentido exato da satisfação, em trazer aos olhos dos outros esses trechos de vidas, tão assemelhados aos nossos”.

O autor foi contemplado recentemente com o Prêmio de Literatura Cidade de Manaus/ Dramaturgia e recebeu reconhecimento pelo seu histórico de realização em literatura, através do edital ProAc Expresso Lab, que favoreceu publicação pela Editora Humana Letra, capitaneada por José Carlos Honório.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

.: Crítica musical: Duo Lumme//Prismo lança o primeiro álbum "Ovis Aries"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O duo de rock experimental Lumee//Prismo lançou em todas as plataformas digitais o primeiro álbum, intitulado "Ovis Aries". O trabalho traz uma interessante mescla de sons influenciados pela música eletrônica e pelo rock alternativo.

Formado em 2017 em São Paulo, o duo tem Luma Garcia (Lumee - vocais, piano e synths) e Guilherme da Matta (Prismo - guitarra). Luma participou de diversos outros projetos musicais, com os quais se apresentou pelo Brasil e pelos Estados Unidos, sempre conciliando com outras paixões suas, como as aulas de canto e o teatro. Atualmente, ela integra a Companhia Yara de Canto Lírico, e também já integrou o Núcleo Erínias, da Companhia de Teatro d`Os Satyros.

Guilherme, por sua vez, já comandou bandas de rock e tocou vários tipos de evento. Bacharelado em guitarra jazz e pós-graduado em educação musical, hoje gerencia sua própria escola, a Allemande Escola de Música. Participa também do quarteto de Guitarras Tesla.

Nesse trabalho, o duo investe em um repertório autoral composto em inglês, provavelmente visando o mercado internacional. É possível notar traços de influência de bandas como Audioslave, Rage Against the Machine, Evanescence, King Crimson e Linkin Park. No plano nacional, citam Sepultura e Mutantes como fontes de inspiração.

Uma das faixas mais recentes, "Human Again", já pode ser conferida no canal do YouTube da banda, assim como as demais que compõem esse álbum. As canções tratam de temas atuais, com alguns momentos densos, como se percebe nas faixas "Violence" e "Routine".

A sonoridade vai agradar quem curte rock alternativo denominado indie rock, com uso de efeitos e samplers. A impressão que se tem é que eles investem em uma produção que busca contar histórias por intermédio das canções. Há um certo clima cinematográfico em alguns momentos, como se a canção pudesse se tornar trilha de algum filme.

A voz de Luma é um ponto forte do duo, trazendo sempre interpretações convincentes para os temas densos. As texturas de Guilherme nos arranjos complementam de forma perfeita as canções.O disco foi lançado pelo selo Maxilar, de Gabriel Thomaz (Autoramas) e Henrique Roncoletta, que vêm investindo em lançamentos com foco na diversidade musical. E vale a pena ser conferido.

"Human Again"

"Routine"


"Fear" 

.: Entrevista: Cindy Stockler, escritora brasileira quer espaço no exterior

De olho no mercado internacional, romancista brasileira publica livro na Grécia e Estados Unidos. Em entrevista, Cindy Stockler conta por que buscou o mercado literário internacional e revela os próximos passos com o livro "Callíope".


Os livros de romance são líderes em vendas nos Estados Unidos - estudos da BookAdReport estimam que o gênero movimente US$ 1,44 bilhão por ano. É uma fatia desse sucesso que a autora Cindy Stockler tem buscado; com a obra "Callíope", ela quer conquistar um espaço no coração dos leitores estrangeiros também.

No primeiro semestre de 2022, Cindy publicou a versão em inglês do romance histórico "Callíope". Com lançamento em Nova Iorque, pela editora americana Adelaide Books, o livro ganhou o título "Calliope - The slave of Athens". Já publicada na Grécia (2019), a obra agora aguarda a finalização da tradução para o alemão.

Alcançar outros mercados é a intenção da escritora. “O livro também será traduzido para o árabe, para alcançar os leitores do Egito e Emirados Árabes”, diz. Em entrevista, ela conta como é o processo de publicação fora do Brasil e incentiva escritores a investirem na carreira internacional. Você pode comprar o livro "Calliope", de Cindy Stockler, neste link.


O que a motivou a escrever o livro “Callíope”?
Cindy Stockler - 
Foi na faculdade de Direito, nas aulas de Direito Romano, que os usos, costumes e leis da antiguidade chamaram minha atenção. E lá mesmo, nos bancos da faculdade, tive uma “semente” da história de Callíope se fixando em minha mente.


Como surgiu a ideia da narrativa?
Cindy Stockler - 
Era apenas uma vaga ideia - uma moça que se tornava escrava - apenas isso, e eu não podia imaginar que esse devaneio viria a se tornar um romance mais tarde. Também não tinha ideia de que eu deslocaria a história da Roma Antiga para a antiguidade grega! Isso aconteceu naturalmente. A pesquisa que fiz sobre o tema me ajudou a construir a história, pois quanto mais eu pesquisava, mais ideias iam se formando em minha mente.

Qual é a principal mensagem que o seu livro traz aos leitores?
Cindy Stockler - 
Creio que é a resiliência demonstrada por Callíope, que vai dos 15 aos 35 anos de idade passando pelos mais variados tipos de golpes e revezes. A protagonista vive difíceis situações e na maioria das vezes lida com elas totalmente sozinha. Ela toma decisões e segue em frente inabalável, na certeza de estar fazendo a coisa certa sempre com a mente em sua educação, critérios, noção de certo e errado, bom coração e amor ao próximo.


Traduzido em outras línguas, o livro já foi publicado na Grécia e Estados Unidos e agora aguarda publicação na Alemanha. Por que decidiu levar a obra para além das fronteiras brasileiras?
Cindy Stockler - 
Essa foi uma decisão do editor. Em seu entendimento, ao levar “Callíope” para outros mercados e vendo-o alcançar boa aceitação entre leitores estrangeiros, o romance teria mais chances de chamar a atenção entre os leitores brasileiros, que muitas vezes tomam como base o sucesso de romances nas listas internacionais para ter a curiosidade aguçada e buscar essa leitura.


O mercado do livro internacional recebe bem os autores e obras brasileiras?
Cindy Stockler - Pela minha experiência, com os meus livros e ao observar outros autores brasileiros, o autor nacional tem sim boa aceitação entre os leitores estrangeiros.


Como foi a sua experiência ao lançar seu livro em outros países?
Cindy Stockler - Pelo menos, entre os editores de outros países, a literatura brasileira parece atrair a atenção, seja pelo nosso país, pela língua, pelo fascínio que o Brasil exerce sobre vários estrangeiros, e talvez mesmo pela novidade, dado que o mercado de romance fictício é tomado basicamente por autores de língua inglesa - pelo menos, até aonde eu pude observar.


Há pretensão de traduzir “Callíope” para outras línguas e levar a mais países, após o lançamento na Alemanha?
Cindy Stockler - Sim, a ideia agora é tentar levar “Callíope” a vários países, a várias línguas diferentes. Muito embora seja uma história que se passa na Grécia antiga, um tema clássico entre os romancistas internacionais, é uma autora brasileira levando esse tipo de romance, o que é um pouco mais raro, a minha abordagem talvez seja um pouco diferente. E ainda, o mercado externo é um voraz consumidor de romances fictícios, são geralmente bem recebidos.

De que forma você acha que a história de “Callíope” pode influenciar ou inspirar a vida dos leitores?
Cindy Stockler - 
A força de caráter de Callíope – e de outros personagens da história - talvez seja o que mais chama a atenção. As dificuldades pelas quais ela passa são inimagináveis! E, no entanto, ela segue inabalável, de cabeça erguida, enfrentando tudo com um coração firme e uma mente elevada, com segurança, confiança e até alegria. Lembrando que tudo se passa no século V a.C.!


Diante das suas pesquisas e contextos sobre o período, há costumes da época que permanecem na atualidade, ou práticas atuais de grande influência desse período histórico, no Brasil e no mundo
Cindy Stockler - Da intensa pesquisa que busquei fazer de modo a embasar a história em fatos e dados reais, o que ficou para mim foi que, a despeito da gigante diferença tecnológica entre aquela época e os tempos modernos, seja nas mínimas coisas até a mais alta tecnologia da atualidade, a essência humana é exatamente a mesma. Os sentimentos, as relações humanas, os problemas, as uniões, as separações, as culpas, os medos, as introspecções, as baixezas e os elevados espíritos, tudo isso é encontrado na Atenas do século V a. C.. A alma humana é essencialmente a mesma.


Você tem outros projetos literários em mente para o futuro?
Cindy Stockler - 
Sim, estou no meio de mais um romance, o volume dois da trilogia “Alma Mater”. Tenho também outros dois livros já iniciados: um thriller e um livro de contos. Todos eles se passando em São Paulo, na atualidade, bem longe da antiguidade grega! Há também o lançamento de meus romances “Operação Caipiroska” e “Alma Mater 1 - A Chegada”, em inglês, pelo mesmo editor que lançou “Callíope”, Adelaide Books New York.

.: "Disque T para Titias", de Jesse Q. Sutanto, será adaptada para a Netflix

Comédia romântica oferece um mergulho na cultura sino-indonésia, com uma trama divertida e repleta de reviravoltas absurdas.

Um encontro às cegas, uma tragédia, um casamento luxuoso e, de brinde, uma família bem intrometida: Jesse Q. Sutanto uniu todos esses elementos em sua primeira ficção adulta, "Disque T para Titias", que chega às livrarias em setembro pela Intrínseca. A comédia romântica com toques de thriller foi apontada como um dos melhores livros de 2021 e teve seus direitos de adaptação comprados pela Netflix com a autora na produção executiva, após um leilão bastante disputado.

As mulheres da família de Meddelin Chan sofrem de uma maldição que as acompanha desde a China: todos os parentes homens estão fadados a morrer ou a abandonar a família. E é por isso que Meddy decidiu criar raízes na Califórnia, perto da mãe e das tias, em vez de desaparecer como o pai, os tios e os primos. Oito anos após o ingresso na faculdade, Meddy segue por perto, trabalhando como fotógrafa de casamentos na pequena empresa da família. 

Quando a jovem decide ir a um encontro às cegas, as coisas não saem como planejado, e ela, sem querer, acaba matando o rapaz. Desesperada, Meddy pede ajuda à mãe intrometida, que logo chama as irmãs — três tias mais intrometidas ainda - para se livrarem do corpo. Porém, desovar um cadáver é mais difícil do que parece, sobretudo quando ele é colocado em um cooler para bolos e vai parar em um resort de luxo, onde acontece o casamento bilionário em que Meddy, a mãe e as tias estão trabalhando — por sinal, o maior contrato que conseguiram desde que começaram a trabalhar juntas.

Como se não bastasse a confusão em que as cinco se meteram, as coisas pioram quando o grande amor de Meddy dos tempos da faculdade aparece de surpresa na festa. Será possível escapar de acusações de assassinato, reconquistar o ex e realizar um evento deslumbrante, tudo no mesmo fim de semana? "Disque T para Titias" vai ganhar uma sequência, que também será publicada pela Intrínseca.A tradução é de Luciana Pádua Dias e Maria Carmelita Dias. Você pode comprar o livro "Disque T para Titias", de Jesse Q. Sutanto, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Adorei o livro. É inteligente, sagaz, original e muito engraçado. Foi impossível parar de ler, e perdi a conta do número de vezes que me peguei às gargalhadas.” — Beth O’Leary, autora de "Teto Para Dois"


Sobre o autor
Jesse Q. Sutanto
cresceu entre Indonésia, Singapura e Oxford e se sente em casa nos três lugares. Fez mestrado na Oxford University, mas ainda não descobriu como contar isso sem parecer arrogante.Jesse tem 42 primos de primeiro grau e 30 tias e tios, muitos dos quais moram na mesma rua. Quando não está escrevendo, está se divertindo com o marido ou fazendo bagunça na cozinha com as duas filhas.

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.