sábado, 2 de abril de 2022

.: Comédia francesa “Um Casamento Feliz” em temporada no Teatro UOL


Fábio Villa Verde, Renato Rabelo, Marcos Wainberg, Regiane Cesnique e Junno Andrade estreiam no teatro, que fica no Shopping Pátio Higienópolis. A adaptação brasileira é de Flávio Marinho. Foto: Blad Meneghel


Escrita por Michel Munz e Gérard Bitton, autores da série de cinema “Eu Mentiria pra Você?” ("La Vérité si je Mens"), a peça “Le Gai Mariage” estreou em janeiro de 2011 em Paris no Théâtre des Nouveaux e fez temporadas de sucesso em países como Espanha e Inglaterra. “Um Casamento Feliz” estreia presencialmente em São Paulo, no Teatro UOL, no Shopping Higienópolis.

Fábio Villa Verde, Renato Rabelo, Marcos Wainberg, Regiane Cesnique e Junno Andrade estão no elenco, em temporada que fica em cartaz até dia 29 de maio. Henrique (Fabio Villa Verde) é um solteirão convicto, de família tradicional, um “bon vivant” que está sempre cercado de lindas mulheres, além dos dois amigos inseparáveis Dodô (Renato Rabelo) um ator desempregado que ama games e Roberto (Junno Andrade) um advogado bem-sucedido que se vê às voltas com o divórcio litigioso com sua atual mulher.

Após a morte de Ivone, uma tia querida de Henrique, uma notícia de que uma herança milionária o aguardava, porém, com a condição dada pela tia dele se casar no cartório e permanecer por um período mínimo de um ano no matrimônio. Roberto (Junno Andrade) cria então um plano genial para o amigo não perder a liberdade de solteiro e receber a fortuna de Ivone: forjar um casamento fake com seu melhor amigo Dodô.

Durante esse período, Henrique receberá visitas esporádicas de um oficial de justiça, para avaliar se realmente ele está vivendo “Um Casamento Feliz”. Elza (Regiane Cesnique) uma das muitas namoradas de Henrique e o pai dele (Marcos Wainberg) parecem não se convencer do que presenciam. A confusão está armada, uma história de cumplicidade, onde nada é o que parece. A peça com este elenco cumpriu temporada no Rio de Janeiro no início de 2020 e fez curta temporada presencial em Sâo Paulo no início da pandemia, de menos de um mês, no Mooca Plaza Shopping.


Ficha técnica
Espetáculo:
"Um Casamento Feliz"
Elenco: Fabio Vila Verde, Renato RabeloJunno AndradeMarcos Wainberg e Regiane Cesnique
Texto: Gérard Bitton e Michel Munz
Adaptação brasileira: Flávio Marinho
Produção e colaboração artística: Marcos Pasquim
Direção: J. R. DeVille.


Serviço
Espetáculo: 
"Um Casamento Feliz"
Temporada até: 29 de maio de 2022
Apresentações: sextas, 21h. Sábados e domingos, 20h.
Ingresso: R$ 80 e R$ 40
https://teatrouol.showare.com.br/Default.aspx?EventId=156&trk_eventId=156
Duração:
90 minutos
Classificação etária: 12 anos.


Shopping Pátio Higienópolis
Avenida Higienópolis, 618 - São Paulo - Terraço
Telefone: (11) 3823-2323
Bilheteria: (11) 3823 2323 / 3823 2423 / 3823 2737
Administração: (11) 3104-4885 / 3101-8589


.: Indelicada Cia. Teatral reflete sobre a existência e a liquidez dos tempos


O espetáculo "Infinitivo", encenado em múltiplas plataformas, é uma criação coletiva pautada na polifonia e tem como provocações a linguagem da videoarte e as obras de Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Albert Camus. Foto: Solomon R. Plaza


O espaço vazio que há entre nós, a existência e o modo como lidamos com ele diante de situações extrema - ou no marasmo do cotidiano - são alguns temas evocados por "Infinitivo", novo trabalho da goiana Indelicada Cia. Teatral. O grupo aposta na noção de polifonia e em uma narrativa transmídia para criar uma obra que pode ser consumida pelo público de diversas formas: nas sessões on-line transmitidas pelo YouTube nos dias 2, 3 e 8 de abril, no Spotify, no site do grupo e no Instagram.

O experimento cênico é resultado de um processo de criação coletiva dos atores Daniel Pires, Ricardo Fiuza e Sol Silveira. Isolados diante da pandemia, eles criaram cenas/performances a partir das provocações propostas pelo diretor João Bosco Amaral. O ponto de partida para a pesquisa foi a linguagem da videoarte, textos e a trajetória dos escritores Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Albert Camus.

“O processo partiu muito da observação do espaço vazio que existe em cada um de nós, buscando descobrir esse infinitivo. A interação e observação com o universo em que cada artista-criador estava inserido foi um condutor das nossas ações. Fomos sendo conduzidos e afetados por essas experiências sensoriais em cada espaço-tempo, para criação de novas histórias, imagens e personagens, emprestando nossos olhares para compartilhar essa experiência com os espectadores”, conta a atriz-criadora Sol Silveira.

De acordo com o diretor João Bosco Amaral, para consumir esses fragmentos poéticos, o público deve assumir uma postura ativa. “As pessoas definirão a ordem e os diferentes sentidos - sensoriais ou enquanto semiologia das experiências vivenciadas - que desejam para cada cena/performance. Assim, o público poderá definir a dramaturgia do experimento cênico na totalidade, escolhendo o áudio para o vídeo que quiser, seguindo ou não as orientações textuais que lhe foram destinadas. E poderá também experimentar apenas isoladamente ou mesmo nos momentos do encontro”, explica.

A ideia é fazer com que a plateia vá dando ordem a esse “caos” poético, como se estivesse tirando um verbo do infinitivo e conjugando-o - daí a referência ao título do trabalho. Além disso, os espectadores também podem emprestar seu olhar ao experimento, enviando áudios, vídeos e imagens, que poderão ser compartilhadas pelo grupo nos vários canais online.


A polifonia
Com esse caráter de work in progress, a dramaturgia de Infintivo foi costurada a partir da soma das várias vozes presentes ao redor do trabalho. “A polifonia é construída com nossa experiência individual, mas totalmente conectada às múltiplas experiências coletivas, espalhadas por vários cantos. Essas vozes são de sujeitos que são traduzidos e colocados em visibilidade por nós atores e pelo dramaturgismo e direção do João. Isso vai ao encontro às vozes de Pessoa, Camus e Lispector, além daqueles artistas/performers que nos inspiram em nosso trabalho com a videoarte, como Joseph Beuys, Bill Viola e Robert Wilson”, conta Daniel Pires.

E cada artista-criador foi contaminado e interferiu no trabalho do outro ao longo dos processos. “Cada um de nós escolheu um dos três autores propostos e ficamos livres para escolher quais textos, aspectos biográficos ou ideias relacionadas a eles que gostaríamos de trazer para o experimento. Tivemos momentos de experimentação com textos do autor escolhido por cada um e momentos de troca. Foi interessante, pois passamos a ter outros pontos de vista sobre o autor que estávamos experimentando, seja propondo o texto que o outro ia experimentar, seja recebendo a provocação do outro”, acrescenta Ricardo Fiuza.


Sobre a Indelicada Cia. Teatral
Criada em 2014, a Indelicada Cia. Teatral realiza um trabalho calcado na pesquisa de uma dramaturgia orgânica, tendo como base a estética contemporânea em um processo colaborativo entre atores, dramaturgos e direção. O resultado desta mistura é um Teatro Indelicado, que busca estabelecer relação direta com as angústias e anseios dos criadores em compasso com a necessidade de interagir e relacionar diretamente com o espectador.

Assim, ao passo em que o grupo desenvolve uma dramaturgia autoral, também realiza montagens de textos clássicos com roupagens contemporâneas, trazendo à tona questões da atualidade em meio a temas universais, instigando e buscando uma maneira própria de encenação.

Com experiência nacional e internacional, tendo passado por festivais pelo Brasil, México e Equador, a Indelicada busca promover a interação e o intercâmbio de ideias e culturas. Ao longo de sua trajetória, o grupo estreou os espetáculos "O Príncipe", "Macário" e "Mercúrio Retrógrado", além de apresentar oficinas e cursos, mantendo uma contínua investigação na técnica e nos processos criativos, criando também propostas de obras híbridas (performances e experimentos cênicos).


Sinopse
"Infinitivo" é uma experiência cênica imersiva em multiplataformas, e com diferentes linguagens artísticas, em uma obra de arte polifônica. O espectador, em diferentes contextos e momentos, deve por ordem ao “caos” assistindo/ouvindo/lendo a tudo e ainda se tornar co-criador dessa dramaturgia work in progress.


Ficha técnica
Diretor e dramaturgista:
João Bosco Amaral. Artistas-criadores: Daniel Pires, Ricardo Fiuza e Sol Silveira. Trilha sonora original e montagem: Lino Calaça. Produção executiva: Daniel Pires. Comunicação: Bricolagem Produções. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Identidade visual e projeto gráfico: Mayllon Oliveira, João Paulo Falcão e Renan Pinheiro. Este projeto foi contemplado pelo Edital de Seleção de Projetos de Teatro - Concurso nº 09/2021-Secult-Goiás - Secretaria de Cultura - Governo Federal.


Serviço
"Infinitivo"
Sessões ao vivo:
dias 2 e 3 de abril, às 16h e às 18h.
Apresentações ao vivo acontecem via YouTube: youtube.com/c/IndelicadaCiaTeatral.

Disponibilização da versão com tradução em Libras no canal do YouTube:
Dia 8 de abril, sexta-feira, às 16h.

Disponibilização da versão com audiodescrição no canal do YouTube:
Dia 8 de abril, sexta-feira, às 18h.

Ingressos: grátis
Classificação etária: 14 anos.
Duração: 40 minutos.

Outras plataformas com fragmentos do espetáculo:
Site da companhia: indelicada.com/
Spotify: página “Infinitivo”, clique aqui para abrir
Instagram: @indelicadaciateatral

.: Studio TH recebe exposição de Claudio Edinger em curtíssima temporada


Com inauguração neste sábado, dia 2, as fotos da série "Machina Mundi" estarão expostas no local até dia 10 de abril.


Passados dois anos de pandemia, shows, feiras e exposições de arte voltam a ser presenciais, e o público anseia por retomar esta agenda. O panorama no setor é bastante promissor e dá conta de pelo menos cerca de 70 feiras de arte previstas pelo mundo todo em 2022, segundo o Artnet, site americano especializado neste mercado. 

Em São Paulo, a Art Sampa, recentemente realizada, provou que o apetite por exposições artísticas está a todo vapor. Em entrevista para o Neofeed no início deste ano, Fernanda Feitosa, Diretora da SP-Arte, comentou que o aumento do interesse do público e dos eventos do setor é uma boa notícia para o mercado, e pode indicar um enriquecimento no cenário cultural brasileiro com um todo.

Nesse quesito, as exposições de fotografia também têm sua boa parcela de apreciadores e potenciais compradores. O interesse por obras fotográficas ao lado de obras tradicionais cresce à medida em que esse mercado promove mostras em galerias ou eventos do setor, bastante concorridos, no geral. A Theodora Home, sempre em sintonia com o zeitgeist do momento e apoiando seus parceiros no âmbito do design, décor, arte, já tem seu primeiro evento anunciado para o dia 2 de abril, quando receberá pela primeira vez a exposição Exposição Machina Mundi, do fotógrafo Claudio Edinger, aproveitando para estrear seu novo espaço, o Studio TH, no Jardim Europa.

Nascido no Rio de Janeiro em 1952, Claudio Edinger vive em São Paulo e é autor de 14 livros fotográficos e um romance. Começou a fotografar no início dos anos 70, enquanto estudava Economia na Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo. Em 1975 teve sua primeira exposição individual no MASP, com fotografias do prédio Martinelli de São Paulo. No ano seguinte se mudou a Nova York, onde morou até 1996.

O artista, representado pela Galeria Lume, parceira e vizinha do Studio TH, irá expor fotos da série "Machina Mundi", iniciada em 2009, na qual Edinger busca enquadramentos jamais vistos em diversas cidades do mundo como São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York, Lisboa e Veneza. As fotos, em grande parte aéreas, são feitas através de uma técnica conhecida como “foco seletivo”, que direciona a câmera para um ponto específico do cenário, aproximando a imagem captada do que é visto por nossos olhos. Com entrada gratuita, a exposição está aberta de segunda a sábado, do dia 2 a 10 de abril, das 14h às 18h. Rua Gumercindo Saraiva 54B Jardim Europa São Paulo.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

.: Crítica: "Morbius" é história soturna do vampiro vilão de "Homem-Aranha"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em março de 2022


Contextualizado, soturno e sem pressa para começar a pancadaria. Assim é o longa "Morbius", da Sony Pictures, estrelado pelo camaleão Jared Leto. Em cartaz no Cineflix, o longa de 1h 44m apresenta a história da transformação do doutor Michael Morbius (Jared Leto), que desde criança sofre de um raro distúrbio sanguíneo, torna-se um importante cientista a ponto de fazer um experimento no próprio corpo. 

Com um fera fora de controle, Morbius tenta conviver com uma possível cura para o mal, mas que implica em outros problemas. Embora Morbius esteja longe de ser o Homem-Morcego, o Batman, da Marvel -devido características próprias-, há semelhanças entre ambos, por conta do mamífero a que se aproximam. No entanto, aqui há um cientista bancado por um amigo rico que segue com testes e pesquisas com o objetivo de encontrar a cura para o mal que selou a amizade entre os dois, Michael Morbius e Lucian, apelidado pelo amigo de Milo (Matt Smith).


Com a descoberta científica, doutor Morbius, deixa seu lado sombrio, ganha tônus, mas precisa de sangue para manter sob controle o ser feroz que leva consigo. Não precisa de um sangue qualquer, mas o humano. Mesmo tendo pinta de anti-herói, Morbius opta por consumir sangue sem tirar vidas. O que lembra muito o Louis, do clássico "Entrevista com Vampiro". No entanto, a morte de uma enfermeira, mãe solo de gêmeos, causa uma grande revivolta e revelações dão ritmo para a trama.


"Morbius" segue o estilo de filme de herói da Sony Pictures que é o de contar a história do protagonista, trabalhar na contextualização para criar uma problemática que será resolvida mediante o grande embate. O longa do doutor vampiro vai na contramão da Marvel, sem piadinhas nos diálogos, não começa com pancadaria, explosões e milhões de efeitos visuais, como por exemplo, a franquia de "Os Vingadores". E, sim, "Morbius" é agradável de assistir.

Por fim, após obedecer uma ordem cronológica, sem trazer o vilão Venom -apenas em citação de Morbius-, a produção dirigida por Daniel Espinosa, apresenta duas cenas pós-créditos que conectam a trama vampiresca ao Miranha. Provando que dois vilões estão mais do que garantidos para o próximo filme do aracnídeo queridinho de todos os tempos: o Homem-Aranha

Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Filme: Morbius

Diretor: Daniel Espinosa

Ano: 2022 

Gênero: Ação/Aventura 

Duração: 1h 44m

Elenco: Jared Leto (Dr. Michael Morbius), Matt Smith (XI) (Loxias Crown), Adria Arjona (Martine Bancroft), Jared Harris (Emil Nikos)

.: Entrevista com Janes Rocha, autora do livro "Os Outubros de Taiguara"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Resultado de um trabalho intenso de pesquisa e entrevistas com pessoas que conviveram com o cantor e compositor, livro resgata a rica obra musical de Taiguara.

Considerado um dos músicos mais perseguidos pela censura durante o Governo Militar, Taiguara tem sua trajetória contada nas páginas do livro “Os Outubros de Taiguara”, da editora Kuarup. Escrito pela jornalista Janes Rocha, o livro foi resultado de um trabalho intenso de pesquisa e entrevistas com pessoas que conviveram com o cantor e compositor, que faleceu precocemente em 1996, vítima de um câncer agressivo na bexiga.

É possível entender por exemplo como se deu o seu processo de formação na música, a elaboração de canções clássicas e a mudança da carreira, que havia sido iniciada interpretando canções românticas e depois seguiu uma linha poética mais crítica contra a repressão e a diretriz imposta pelo Governo Militar nos anos 70.

Essa postura aliás foi um fator que levou os censores a persegui-lo de forma implacável, a ponto de forçá-lo a um autoexílio no exterior em duas ocasiões. Em entrevista para o Resenhando.com, Janes Rocha conta como foi que surgiu a oportunidade de mergulhar na rica história de Taiguara e como se deu o processo de elaboração do livro.


Como foi que surgiu a oportunidade de escrever esse livro?
Janes Rocha - 
Foi a pedido do jornalista Alcides Ferreira, sócio da editora Kuarup, que detinha os direitos de parte da obra de Taiguara e estava preparando um relançamento de músicas. O livro é parte de um projeto de curadoria e recuperação da obra do artista. Era 2012, eu morava no Rio de Janeiro e vivia de free-lancer. Há algum tempo planejava escrever uma biografia, estudava sobre esse tema como ouvinte em uma disciplina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Alcides me pediu, em princípio, para fazer uma pesquisa no Arquivo Nacional sobre os processos de censura ao Taiguara na época da ditadura civil-militar (1964-1985). Depois do material levantado, ele me perguntou se eu queria escrever o livro, eu topei na hora. Só prá você entender, assim como eu, Alcides é jornalista da área econômica e foi nas coberturas de economia que nos conhecemos, muitos anos atrás, ele pelo Estadão, eu pela finada Gazeta Mercantil. Ele continua nessa área, eu saí, há três anos mudei a área de cobertura, hoje sou repórter de ciência, tecnologia e meio ambiente no Jornal da Ciência, uma publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).


Qual foi o capítulo que deu mais trabalho na elaboração do livro?
Janes Rocha - 
Não tive mais ou menos trabalho com capítulos específicos. Tudo deu trabalho, a pesquisa, as entrevistas, a organização dos dados, dos documentos. Um grande desafio é encontrar as pessoas que fizeram parte do passado do biografado e convencê-los a falar, principalmente quando o personagem viveu em outra época. Mas essa é uma dificuldade típica do trabalho de pesquisadores e jornalistas. 


Durante a obra de Taiguara, quando foi que o patrulhamento da censura começou a apertar o cerco?
Janes Rocha - 
Conforme relatei no livro, enquanto era um cantor essencialmente romântico, Taiguara não foi incomodado pelo regime militar. Porém, na época dos festivais de música – entre o fim dos anos 1960, início dos 70 -, no contexto da perseguição a outros artistas, quando ele passou a questionar poeticamente a situação ou avançar em temas considerados ofensivos ao moralismo (sexo, drogas), começou a chamar a atenção dos censores do Departamento de Censura e Diversões Públicas (DCDP) da Polícia Federal.


Ao contrário de Simonal, Taiguara não chegou a ser cancelado pela classe artística. Mesmo assim acabou se afastando da mídia. Na sua opinião, por que ele não deu continuidade ao trabalho no Brasil?Janes Rocha - São dois eventos separados da vida dele: as viagens e estadias fora do Brasil e o afastamento da mídia. Taiguara, assim como outros artistas (Geraldo Vandré, Caetano, Gil e Chico Buarque), foi “forçado” a um autoexílio. Coloco entre aspas porque ele não foi preso nem torturado, mas a censura ao seu trabalho, às letras das composições e o clima de perseguição tornou o ambiente irrespirável e ele decidiu partir para a Europa. Em 1974 ele parte para a primeira temporada artística em Londres. Depois ele volta ao Brasil, lança do disco “Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara” que foi recolhido pela censura quando já estava nas lojas. Foi um tremendo baque e ele decide partir novamente, dessa vez para a África. Quando ele volta dessa viagem, em 1977, estava bastante mudado e muito politizado. Se engajou na militância política de esquerda, se aproximou muito do Luís Carlos Prestes e ficou nove anos sem lançar discos, sem lançar novas canções, sem se apresentar, em protesto pela censura. Esse foi o motivo do afastamento da mídia. 


Qual foi a importância do maestro Gaya na evolução do Taiguara como músico e intérprete?
Janes Rocha - 
O maestro Lindolfo Gaya foi um grande companheiro e conselheiro. Esteve presente em vários trabalhos de Taiguara: orquestrou o disco “Viagem” (1970) que traz entre suas faixas um dos maiores sucessos de Taiguara, a música “Universo no Teu Corpo”, dirigiu o disco “Piano e Viola” (1972) e regeu a versão final de sua obra prima, o disco “Imyra, Tayra, Ipy, Taiguara” (1975).


"Hoje"

"Universo do Teu Corpo"

"Teu Sonho Não Acabou"



.: Rock in Rio 2022: O Uirapuru do Rock reforça pilar “Por Um Mundo Melhor”

Espetáculo musical criado por Roberto Medina em parceria com Zé Ricardo terá direção artística de Charles Möeller e Claudio Botelho. O Uirapuru fala sobre amor e felicidade e reforça o pilar “Por Um Mundo Melhor” do festival. Foto: Print do vídeo da orquestra


Um novo projeto tomará conta de uma das arenas olímpicas, na Cidade do Rock, durante o Rock in Rio 2022. O espaço ocupado pelo musical argentino “Fuerza Bruta” na edição passada, agora dará lugar a uma produção inédita e totalmente concebida e produzida pelo time criativo do Rock in Rio — um “Originals Rock in Rio”. Com criação de Roberto Medina e direção musical de Zé Ricardo, o Rock in Rio dá vida ao espetáculo Uirapuru, um musical de 25 minutos que tem produção de Charles Möeller e Claudio Botelho.

Em o “Uirapuru”, o público pode aguardar muita tecnologia e sonoplastia similar aos musicais da Broadway para abraçar a mágica lenda de um pássaro. Conta a fábula que quem ouve seu canto, ao fazer um pedido, tem o desejo realizado. Uma história que fala de amor e de felicidade a partir de um jovem guerreiro que se apaixona pela filha de um cacique. Mas, como se trata de um amor proibido, eles não podem se casar e ele se transforma em um pássaro para que possa cantar e acompanhar os passos de sua amada. Um conto que leva e inspira o bem por onde passa e que conversa diretamente com a trajetória do pilar “Por um Mundo Melhor” do festival.

Para a construção deste espetáculo, Roberto Medina não economizou na produção e terá uma cachoeira artificial de 40 metros de extensão e cerca de 200 mil litros de água (reutilizável) utilizados por hora.

Para Medina, o Uirapuru chega para quebrar os paradigmas e reforça que o Rock in Rio não é apenas música, mas também leva experiências variadas para o público. “Ha muitos anos não oferecemos apenas shows de música. Vamos muito além, somos procurados pelas experiências que as pessoas buscam viver. Os shows estão ali, a música está ali, mas oferecemos mais. E o Uirapuru é uma prova disso. Quem passar por este espetáculo será impactado pelo que esperamos para o futuro. Uma conversa de amor, feita de pessoas para pessoas e que exala felicidade. Isso é o Rock in Rio”, afirma Medina, lembrando que cada um poderá neste espetáculo mentalizar seus desejos: “eles se realizarão!!”, garante.

Para dar vida a este musical, o diretor Zé Ricardo compôs uma trilha sonora especial. A “Sou Uirapuru” foi gravada pela orquestra de Heliópolis, de São Paulo, e contou com nada menos que 70 músicos regidos pelo maestro Edilson Ventureli.

“É emocionante ver mais um filho nascendo no Rock in Rio. Roberto me convidou para fazer o Uirapuru com ele. Pensamos em cada detalhe, desde o pássaro sobrevoando o público presente, a cachoeira e muito mais. Mas para tudo isso ganhar ainda mais consistência, assim como a Disney traz trilhas sonoras em suas atrações, compus uma trilha especialmente para este musical. Será especial porque ela emociona e impacta diretamente não só aos ouvidos, mas também ao coração de quem ouve. Sobretudo porque ela, de alguma maneira, mexe com nossos sentimentos”, reforça Zé Ricardo, lembrando que dois componentes são fundamentais neste quebra-cabeça: os diretores artísticos do espetáculo Charles Möeller e Claudio Botelho.

Os diretores dos famosos musicais “Cole Porter -- Ele Nunca Disse Que Me Amava”, “Wicked”, “Hair” e “A Noviça Rebelde” entre muitos outros, capricharam nesta produção e seguiram a risca o pedido de Medina. Para garantir a atenção total do público, que, segundo eles, nem terá tempo de piscar durante os 25 minutos dentro da arena, Möeller e Botelho utilizarão 40 bailarinos e 30 músicos a cada sessão. Com eles, como num passe de mágica e acompanhados pela canção, o Uirapuru sobrevoará a plateia e arrepiará quem passar por ali com sua história.

“O Rock in Rio vai ter um musical com muita plasticidade e qualidade que irá surpreender o público”, afirmam Möeller e Botelho, dois talentos precursores do teatro musical. “Terá a magia do Rock in Rio, com desejos e sonhos de um público ávido por memórias como esta, que permite ir além, se encontrar com o imaginário e esperar que tudo isso se transforme em realidade”, complementa Botelho.

E o criador de tudo isso finaliza: “estou cada vez mais entusiasmado em criar projetos proprietários que possam povoar nosso Rock in Rio e estamos mais do que preparados para isso, com times internos dedicados a planejar, conceber e executar todas as nossas experiências e os nossos “Originals”, sejam eles presenciais, digitais ou audiovisuais. À frente destas experiências e produções inovadoras estão nossos “Rock Creators”, área que conta com o “Rock Studios” e que junto de nosso time de diretores artísticos, diretores criativos e curadores fazem a magia acontecer na Cidade do Rock. E é desta soma de talentos que nasce o Uirapuru, em um momento emblemático e necessário, em que queremos e desejamos paz para nós mesmos e para o mundo.”, diz Medina.


Rock in Rio Originals já apresenta storytelling para o público

Um filme com versões de 3 e 1 minuto, contará o início de toda a criação do espetáculo Uirapuru. A partir de croquis, a animação do pássaro Uirapuru e uma conversa intimista com Roberto Medina, Zé Ricardo, Charles Möeller e Claudio Botelho, o espetáculo vai sendo desvendado. A orquestra de Heliópolis finaliza este material com um total de 70 músicos dando vida aquela que será a música tema do musical e que dá vida ao sobrevoo do Uirapuru. A produção, uma forma de convocar o público a já pensar em seus desejos para fazê-lo dentro da arena, na Cidade do Rock, será exibida nas redes do Rock in Rio e também em canais de TV fechada.


Venda oficial de ingressos tem início no dia 5 de abril

Mais uma vez a organização do Rock in Rio teve a real tradução do desejo incontestável dos fãs pela volta do entretenimento ao vivo. Após uma venda arrebatadora dos Rock in Rio Cards no ano passado, que teve 200 mil ingressos esgotados em 1h28min, a pré-venda de bilhetes para clientes Itaú, com cartões de crédito Itaú, Itaucard, Credicard e Iti também se esgotou em tempo recorde. Os bilhetes disponíveis para a pré-venda, no dia 17 de março, distribuídos entre todos os dias de festival, acabaram em 2 horas e 27 minutos. Os ingressos para os dias 04 e 10 de setembro, que tem como headliners Justin Bieber e Coldplay respectivamente, esgotaram em apenas 15 minutos. Os membros do Rock in Rio Club ainda podem adquirir seus ingressos até o dia 04 de abril, enquanto houver disponibilidade.

Os fãs do festival, porém, terão outra oportunidade para garantir um lugar na maior e melhor edição do Rock in Rio: a venda oficial de ingressos para o público geral começa no dia 05 de abril, às 19h. Os ingressos são adquiridos pelo site rockinrio.ingresso.com. A data do reencontro do público com o evento está marcada para 2 de setembro de 2022, quando acontece o primeiro dia de Rock in Rio. Para 2022, a organização já anunciou os headliners do festival: IRON MAIDEN, Post Malone, Justin Bieber, Guns n’ Roses, Green Day, Coldplay e Dua Lipa.

Pela sexta edição consecutiva, a Ingresso.com será o parceiro de vendas oficial do festival. Para a edição do Rock in Rio Brasil 2022, o valor da entrada será R$ 625,00 (inteira) e R$ 312,50 (meia-entrada). O pagamento poderá ser feito por cartão de crédito e o valor parcelado em até 6x sem juros. Aqueles que efetuarem o pagamento com cartão de crédito Itaú, Itaucard, Credicard e Iti poderão comprar seus ingressos de gramado e ainda aproveitar 15% de desconto na inteira e o parcelamento em até 8x sem juros. A compra de meia-entrada é garantida por lei para estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos, deficientes e seu acompanhante, profissionais e professores da rede de ensino do Rio de Janeiro e jovens de baixa renda. Os clientes que adquirirem a meia-entrada terão que informar no próprio site todas as informações referentes ao documento que comprove tal condição, para posterior validação, assim como será necessário apresentá-lo no acesso à Cidade do Rock, no dia do evento. Outras informações sobre os ingressos estão no site rockinrio.ingresso.com.   

 

Marcação prioritária de data do Rock in Rio Card termina em 1º de abril

O fã que adquiriu o Rock in Rio Card, na venda exclusiva realizada em novembro do ano passado, somente poderá definir em qual data pretende usá-lo até o dia 1º de abril de 2022. Após esse prazo, o direito à escolha ficará condicionado à disponibilidade de ingressos!


Ingresso da edição de 2022 será totalmente digital e substituirá pulseiras

Para a próxima edição, pensando na segurança e comodidade do público, o festival traz uma novidade: o ingresso do Rock in Rio 2022 será totalmente digital e substituirá as pulseiras das edições anteriores. Utilizando tecnologia de ponta em parceria com os maiores players do mercado, o Rock in Rio e a Ingresso.com desenvolveram um ingresso seguro, anti-cópia, rastreável, com bloqueio de utilização duplicada e que é compatível com a grande maioria dos smartphones do mercado. Para proteger os fãs ainda mais contra qualquer fraude, o ingresso não pode ser impresso em casa e o código para acesso ao festival será gerado perto da data do evento. Até a data que o código será enviado, o ingresso ainda estará disponível no histórico de compras. Em breve, o festival informará o passo a passo para baixar o ingresso nos smartphones e todas as suas funcionalidades. Outra novidade é que a transferência de titularidade do ingresso será realizada somente através do sistema do Rock in Rio, garantindo assim a rastreabilidade do ingresso para que ninguém o utilize de forma indevida.


Rede é meio de pagamento oficial do Rock in Rio 2022

A Rede é o meio de pagamento oficial do Rock in Rio Brasil 2022. Além da captura na venda de ingressos, a companhia será responsável pelas transações de tudo o que for comercializado nas lojas da Cidade do Rock, como bebidas, alimentação e souvenires.

Sobre Rock in Rio Studios: A Rock World, empresa por trás do Rock in Rio e The Town, anunciou o nascimento de seu estúdio de animações originais e conteúdos audiovisuais proprietários, o Rock in Rio Studios. O novo produto reforça o DNA para a criação de conteúdos originais e o posicionamento no mercado como uma marca ainda mais poderosa e potente de comunicação. Com sua estreia na Game XP de 2021, o Rock in Rio Studios conta com uma equipe dedicada de criadores, animadores e roteiristas de primeiro nível. Trabalhando junto com a Rock in Rio Originals, agora a marca poderá adicionar animações e efeitos visuais para conteúdos dentro e fora do festival.

Sobre o Rock in Rio: O Rock in Rio foi criado para dar voz a uma geração e promover experiências únicas e inovadoras. Em 1985, o evento foi responsável por colocar o Brasil na rota de shows internacionais. Batendo recordes de público a cada edição e gerando impactos positivos nos países onde é realizado, se consagrou como o maior festival de música e entretenimento do mundo. Consciente do poder disseminador da marca, hoje o Rock in Rio pauta-se por ser um evento com o propósito de construir um mundo melhor para pessoas mais felizes, confiantes e empáticas num planeta mais saudável.

A internacionalização da marca começou por Portugal, Lisboa, em 2004, onde o evento acontece até hoje, seguido por Espanha (Madri) e pelos Estados Unidos (Las Vegas). No Rock in Rio, os números não param de crescer. Pelas Cidades do Rock já passaram mais de 10 milhões de visitantes nestas 20 edições. Em 37 anos, o festival ganhou o mundo e tornou-se um verdadeiro parque de experiências, mas muito além disso, cresceu e ampliou a sua atuação, sempre com o olhar no futuro.

Adotando e incentivando práticas que apoiam o coletivo, o Rock in Rio preza pela construção de um mundo melhor e se une a empresas que possuem este mesmo olhar e diretriz. Em 2013, foi reconhecido por seu poder realizador ao receber a certificação da norma ISO 20121 - Eventos Sustentáveis. Desde a primeira edição, já gerou 237 mil empregos diretos e indiretos e investiu, junto com seus parceiros, mais de R$ 110 milhões em diferentes projetos, passando por temas como sustentabilidade, educação, música, florestas, entre outros.


.: Premiada e inesquecível, "Circus" estreia temporada no Teatro Alfa


APCA 2000 de Melhor Espetáculo de Animação, "Circus - A Nova Tournée" faz temporada no Teatro Alfa de 2º de abril a 1º de maio.


Preciosidade do repertório da premiada companhia paulista Circo de Bonecos, o espetáculo "Circus - A Nova Tournée" - Prêmio APCA 2000 de Melhor Espetáculo de Animação - é a nova atração da Temporada Alfa Criança do Teatro Alfa, ocupando a sala B, espaço dedicada ao público infanto-juvenil de 2 de abril a 1º de maio. Ingressos entre R$ 20 e R$ 40. Sábado e domingo às 16h. Até 1º de maio. A peça, no entanto, como avisam seus criadores, não se restringe somente ao público infantil. O roteiro foi construído para envolver também os adultos. A intenção é simples: divertir com talento!

Criada pelo grupo A Cidade Muda, dos artistas Claudio Saltini, Eduardo Amos e Marco Lima, e que desempenhou um importante papel no desenvolvimento e na difusão do Teatro de Bonecos no Brasil nos anos 80 e 90, a montagem recria o mundo maravilhoso do circo em quadros curtos e engraçados. Em 2000, o espetáculo foi adaptado para ser encenado por Claudio Saltini e Teka Queiroz, que mantiveram o encantamento do espetáculo original e criaram cenas novas para o espetáculo. Nos últimos anos, "Circus - A Nova Tournée" se apresentou em diversos festivais internacionais na Suíça, Portugal, México e Colômbia, encantando o público e a crítica especializada.

No palco uma tenda de circo é armada onde "Circus” acontece.  O mundo maravilhoso do circo é recriado em quadros curtos, ágeis e engraçados. Na encenação, a palavra é substituída pelo gesto do clown e pela trilha musical circense.  Os bonecos feitos por Marco Lima são encantadores e divertidos. O trabalho de manipulação seguro e preciso de Claudio Saltini e Teka Queiroz, que acontece à vista do público sem truques nem efeitos especiais, faz com que eles ganhem vida própria, encantando a plateia com seus gestuais e expressões faciais extremamente carismáticos e precisos. Clowns de alto nível.

O espetáculo é uma piada só, mas irresistível. No picadeiro de um cirquinho mambembe, dois saltimbancos apresentam números circenses inusitados! Não há como manter distância dos ovos equilibristas, das minhocas trapezistas, do dromedário abusado, da ousada mosca dançarina, das trapalhadas do Homem Bala e o famélico faquir. O humor sutil e elaborado acontece através da sequência de quadros curtos e deliciosos onde nada dá certo: o homem bala fica entalado no canhão, o dromedário foge do controle, a mosca tenta improvisar um strip-tease, o faquir é um fiasco…

"Circus - A Nova Tournée" é tão mágico quanto uma tarde no circo e uma singela homenagem ao universo circense. Pode não ser o maior espetáculo da Terra… Mas é certamente um dos mais engraçados.


Ficha técnica
Espetáculo: 
"Circus - A Nova Tournée". Criação e roteiro: Claudio Saltini, Marco Lima, Eduardo Amos. Direção original: Eduardo Amos. Direção da adaptação e manutenção: Claudio Saltini. Elenco: Cláudio Saltini, Teka Queiroz. Bonecos e adereços: Marco Lima. Cenário: Cláudio Saltini. Trilha sonora: Marco Lima e Claudio Saltini. Duração: 55 minutos. Faixa etária recomendada: livre - a partir de 4 anos.


"Circus - A Nova Tournée"
De 2 de abril a 1º de maio. Ingressos entre R$ 20 e R$ 40. Sábado e domingo, às 16h. Até 1º de maio. Teatro Alfa – Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000. Site: www.teatroalfa.com.br. Ingresso rápido ou pelos telefones: 11 5693-4000 | 0300 789-3377. Acessibilidade - motora e visual. Estacionamento: Sala A - Vallet R$ 45 e Self Park R$ 31. Sala B - Vallet R$ 30 e Self Park R$ 20. Ponto de venda sem taxa de conveniência: Bilheteria Teatro Alfa - Por recomendação dos orgãos de vigilância sanitária não haverá atendimento presencial. Por telefone: (11) 5693-4000 de segunda a sexta-feira das 11h às 16h pagamento com cartão de crédito. Estacionamento: valet com Manobrista R$ 35. Self – Park: R$ 25. Sugerimos o Self-park como uma opção mais rápida para a retirada do seu veículo


Crítica - Dib Carneiro Neto
A premiada companhia paulista Circo de Bonecos, capitaneada pelo casal Claudio Saltini e Teka Queiroz, de Salto, brindou o público de Rio Preto com essa pérola de seu repertório. Chegaram de última hora, recrutados para cobrir a lacuna surgida na programação (uma das companhias selecionadas apresentou um caso de covid em seu elenco), e deram um show de profissionalismo e talento, como, aliás, sempre fazem. É um espetáculo já bastante encenado pelo Brasil e até pelo mundo, eu mesmo já vi algumas vezes, mas a sessão em Rio Preto, diga-se, teve um frescor de primeira viagem, como se Claudio e Teka tivessem mudado várias coisas, acrescentado novas cenas. Nada disso. Tudo já fazia parte das versões anteriores de Circus, como eles me disseram, atestando assim que teatro bom tem essa força de nunca envelhecer, nunca parecer desgastado. Que prazer foi ver Claudio e Teka em cena, manipulando os criativos bonecos com garra e delicadeza, encantando a plateia com seus gestuais e expressões faciais extremamente carismáticos e precisos. Clowns de alto nível. Dividido em esquetes (Os Ovos, As Minhocas, O Dromedário, A Mosca, O Homem Bala, O Faquir e O Mágico), Circus tem ritmo, fluência, graça. É um convite explícito à imaginação. Digo explícito porque o tempo todo os “truques” são revelados, são mostrados ao público e, ainda assim, todos nós acreditamos na fantasia. Isso, para a formação de uma criança, é precioso demais. Ela está vendo que é teatro, que há fios e varetas sustentando os bonecos em seus números circenses, mas isso não atrapalha em nada a fé que essa criança tem no poder do fantasioso. Circus emociona por essa lufada de esperança, despejada em todos nós na era trágica da pandemia.


25 anos de trajetória - prêmios APCA 2016 e Governador do Estado 2018
Desde sua inauguração em 1998, o Teatro Alfa realizou mais de 8.000 apresentações para um público de 3,6 milhões de pessoas, conquistando espaço relevante na cena cultural da cidade de São Paulo. Administrado pelo Instituto Alfa de Cultura, o Teatro Alfa é um teatro privado que mantem temporadas regulares nas áreas de dança e teatro infantil, apresentando também espetáculos musicais de grande porte, música erudita e popular e teatro adulto.  O Teatro Alfa foi idealizado para múltiplo uso e equipado com excelente mecânica cênica, iluminação e sonorização. A sua manutenção exemplar o mantém em perfeito estado de conservação e investimentos são feitos para constante atualização técnica. Com duas salas, os espaços são versáteis e acomodam todo tipo de espetáculo.

O Teatro Alfa acolhe com total adequação espetáculos de dança, óperas, orquestras, música popular, teatro e musicais, além de dispor de ótima infraestrutura para realização de congressos e seminários. Segundo a avaliação de artistas produtores, companhias e do público, o Teatro Alfa supera as expectativas por ser conduzido por uma equipe altamente qualificada, apta a receber produções sofisticadas e de grande exigência técnica. Na Sala A, com capacidade para 1110 lugares, a plateia foi projetada para envolver o palco, permitindo sua melhor exploração. De qualquer uma de suas poltronas, o público tem total conforto e uma visão privilegiada dos espetáculos.


Programas sociais e educativos
Os programas educativos e sociais que visam ampliar o acesso de jovens aos espetáculos e formar novos públicos vem se consolidando e aprimorando ano a ano. O projeto educativo Descobrindo o Teatro teve a participação de 8.500 jovens desde sua criação em 2003 e o Projeto Escola - que apresenta espetáculos infantis para alunos de escolas públicas e privadas - já recebeu 218 mil crianças nos últimos 17 anos. Em 2008 foi criado um Centro de Documentação e Memória que contém todo o acervo artístico do teatro, que foi recuperado, catalogado e organizado. Grande parte dessas informações estão disponíveis para acesso público no site do Teatro Alfa. Como reconhecimento do seu desempenho, o Instituto Alfa de Cultura-Teatro Alfa recebeu o Prêmio Governador do Estado 2018 na categoria Instituição Cultural.


Patrocínios
Para a viabilização de sua programação e de seus projetos socioeducativos, o Teatro Alfa conta com o apoio do Grupo Alfa e estabelece parcerias com empresas patrocinadoras. Seus projetos são inscritos nas leis federal e estadual de incentivo à cultura.

quinta-feira, 31 de março de 2022

.: Crítica: "Red: Crescer é Uma Fera" é sobre não fingir ser o que não se é


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em março de 2022


Se você tem mais de 30 anos, não espere ouvir em "Red: Crescer é Uma Fera" (Turning Red) as canções usadas nos trailers como "Larger Than Life", dos Backsteet Boys e "It´s Gonna Be Me", do N´Sync. Por outro lado, a essência do que é amar uma boy band está presente quando o assunto é o quinteto do 4 Town, que, na animação, teve músicas próprias escritas por Billie Eilish e Finneas. Canções chicletes -típicas- sendo que as amigas entregam a Meilin uma cópia exclusiva em CD, do tipo caseira. Atitude tão comum para a época -que simbolizava um gesto de carinho-, detalhes como esse que tornam inevitável não se identificar com a protagonista e sua paixonite pela boy band do momento.

"Red: Crescer é Uma Fera", ambientado em 2002, volta 20 anos na história da humanidade e leva o público para a Chinatown, lá está Ming Lee, ou melhor, Mei Mei, como é chamada pela mãe. Menina que é boa aluna e se vê como independente. No entanto, segue fielmente os ideais e preceitos da família. Mas tudo muda de lugar quando, ao fazer 13, a garotinha se transforma numa panda vermelha, animal que representa conexão com a sabedoria oriental, além de ser o símbolo máximo da família de Mei Mei.

Na escola, é amiga de outras três meninas e, claro, em algum momento, elas se juntam para fazer as dancinhas da banda favorita delas: 4 Town. "Red" é o retrato perfeito de como era ser adolescente nos anos 2000, desde gravar um CD super especial -quando acontecia a multiplicação de CDs de shows, alguns até de VHS- a aprender coreografias por videoclipes dos Backsteet Boys, N´Sync, 5ive, Westlife, Britney Spears e Spice GirlsVendo na animação nota-se que foi uma fase incrível.


"Red" é estupendo e tocante, pois além de resgatar essa fase moderna em que não se vivia com a cara enfiada nos celulares, destaca a importância da família -a base de quem somos- aliada a amizade -de uma asiática com outras meninas de costumes diferentes. "Red" é muito mais do que o retrato do comportamento juvenil de uma época, pois ensina que não é preciso fingir ser o que não se é, mas é preciso ser você, com qualidades e defeitos. Tanto para a sua família, quanto para seus amigos. Por fim, é lamentável que a Disney tenha deixado de lançar nos cinemas, uma produção tão rica, que trata de adolescência e mudanças físicas, ao lado de família e legado. Imperdível!

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Filme: "Red: Crescer é Uma Fera" (Turning Red)

Gênero: Animação, Fantasia

Duração: 1h 40m

Data de lançamento: 10 de março de 2021 (Brasil)

Diretora: Domee Shi

No Brasil: Red: Crescer é uma Fera

Em Portugal: Turning Red: Estranhamente Vermelho

Trailer







.: Gregório Duvivier apresenta "Sísifo" no Teatro Sérgio Cardoso


Espetáculo conecta a mitologia ao caótico mundo hiperconectado e ao Brasil dos memes. São 60 cenas curtas interpretadas pelo ator, que também assina o texto com o diretor Vinicius Calderoni. Foto: Elisa Mendes 

Após temporadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Portugal, o monólogo "Sísifo", de Gregório Duvivier e Vinicius Calderoni, reestreia presencialmente no Teatro Sérgio Cardoso, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigos da Arte, para temporada de 1º a 17 de abril de 2022. A produção é de Andréa Alves, da Sarau Cultura Brasileira, responsável pela idealização de espetáculos como "Elza", "Suassuna - O Auto do Reino do Sol" e o recente "A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa".

A travessia talvez seja a grande protagonista de "Sísifo". Inspirado no mito grego - do homem que carrega diariamente sua pedra morro acima para vê-la rolar ladeira abaixo e começar tudo de novo -, o texto conecta a mitologia ao caótico mundo hiperconectado e ao Brasil dos memes. Tal panorama aparece em 60 cenas curtas, assinadas por Gregório e Vinicius neste trabalho que marca o início da parceria destes dois artistas multifacetados.

“'Sísifo' é o gif fundador da mitologia histórica, com essa ideia de eterno retorno. Percebemos como isso dava combustível para falar do momento histórico brasileiro, ao mesmo tempo em que falamos sobre travessia, sobre um trajeto que é preciso seguir. Não se chega a um novo Brasil sem passar por um Brasil distópico. Não se chega a um lugar sem passar por outro”, analisa Calderoni, autor das premiadas "Ãrrã","Elza" e "Os Arqueólogos", que também assina a direção do trabalho.

Em cena, Gregório Duvivier repete o mesmo movimento constantemente: caminha de um ponto a outro do palco. A cada início de uma nova cena, ele retorna ao ponto inicial, como em um gif, formato de imagem altamente difundido no universo digital. A investigação cênica neste formato deu origem ao trabalho, que incorporou outras características das novas formas de comunicação.

Se os memes e gifs são capazes de resumir uma situação às vezes complexa em apenas uma imagem, a ideia em "Sísifo" é de poder falar sobre temas bem diversos em uma única cena, ou em uma das travessias que Gregório faz pela rampa que ocupa o palco, elemento central da cenografia de André Cortez - indicado ao Prêmio Cesgranrio por este trabalho. 

Desta forma, as cenas apresentam um vasto panorama do caótico mundo contemporâneo, com todo o seu excesso de informação e tecnologia. Entre os muitos temas pelos quais o texto passa, entram em pauta os influenciadores digitais, alguns absurdos nas transmissões ao vivo pelas redes sociais, o complexo momento político brasileiro e até mesmo as desilusões pessoais em um mundo hiperconectado. A produção ainda tem figurino de Fause Haten, iluminação de Wagner Antônio, direção musical de Mariá Portugal e direção de movimento de Fabrício Licursi.


Sobre o encontro entre os artistas
A estreia deste trabalho aconteceu em 2019 e selou o encontro entre dois representantes de uma geração que cresceu no ambiente virtual e cujo talento artístico se manifesta nas mais diversas frentes. Cria do Tablado, a tradicional escola teatral carioca, Gregório Duvivier despontou para o sucesso em espetáculos de improvisação (o precursor "Z.E. - Zenas Emprovisadas") e seguiu carreira como ator e também escritor de poesia, crônica e roteiros para a televisão, cinema e para os vídeos do fenômeno Porta dos Fundos, canal do qual é um dos fundadores.

Do outro lado da ponte-aérea, Vinicius Calderoni dava seus passos no teatro e na música. Após lançar seu primeiro disco em 2007, ele passou a integrar o grupo 5 a Seco, que atualmente roda o país em uma turnê comemorativa por uma década de trabalho. Em 2010, ele fundou o Empório de Teatro Sortido, companhia de teatro quem mantém com Rafael Gomes. O saldo positivo da empreitada é imenso e inclui o Prêmio Shell de Melhor Autor por "Ãrrã" (2015), o APCA por "Os Arqueólogos" (2016) e "Elza" (2018) e o Reverência por "Elza" (2018). As afinidades artísticas os uniram no final de 2018 para a criação de um trabalho inédito. Com o mote inicial do projeto decidido, eles iniciaram o processo de produção do texto em conjunto. Você pode comprar o livro da peça "Sísifo", escrita por Gregório Duvivier e Vinícius Caldeironi, neste link.


Sinopse de "Sísifo"
Não se chega a um lugar sem passar por outro. Com este ponto de partida, Gregório Duvivier protagoniza 60 cenas curtas que compõem um vasto panorama do mundo contemporâneo. O solo mescla os universos do mito grego de Sísifo – homem que carrega diariamente sua pedra morro acima para vê-la rolar ladeira abaixo e começar de novo – e do Brasil hiperconectado na era dos memes e gifs.


Sobre a Amigos da Arte
A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão dos teatros Sérgio Cardoso e de Araras e diversos programas de difusão cultural e economia criativa, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 17 anos, a entidade desenvolveu 12 mil ações culturais, atingindo mais de 25 milhões de pessoas.


Sobre o Teatro Sérgio Cardoso
Localizado no boêmio bairro paulistano do Bixiga, o Teatro Sérgio Cardoso foi inaugurado em 13 de outubro de 1980, com uma homenagem ao ator. Na ocasião, foi encenado um espetáculo com roteiro dele próprio, intitulado “Sérgio Cardoso em Prosa e Verso”. No elenco, a ex-esposa Nydia Licia, Umberto Magnani, Emílio di Biasi e Rubens de Falco, sob a direção de Gianni Rato. A peça “Rasga Coração”, de Oduvaldo Viana Filho, protagonizada pelo ator Raul Cortez e dirigida por José Renato, cumpriu a primeira temporada do teatro.

Ficha técnica
Espetáculo:
 "Sísifo"
Elenco: Gregório Duvivier
Texto: Vinicius Calderoni e Gregório Duvivier
Direção: Vinicius Calderoni
Direção de produção: Andréa Alves
Cenografia: André Cortez
Iluminação: Wagner Antônio
Figurino: Fause Haten
Direção musical: Mariá Portugal
Direção de movimento: Fabrício Licursi
Coordenação de produção: Rafael Lydio
Produção executiva: Felipe Valle e Flávia Primo
Produtor assistente: Matheus Castro
Assistente de direção: Mayara Constantino
Projeto gráfico: Beto Martins
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Fotografia: Daniel Barboza, Elisa Mendes e Pedro Benevides
Realização: Sarau Cultura Brasileira


Serviço
"Sísifo", de Gregório Duvivier e Vinicius Calderoni
Temporada: de 1º a 17 de abril, às sextas e aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 17h
Local: Teatro Sérgio Cardoso - Sala Nydia Licia
Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista - São Paulo
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 anos
Capacidade: 827 lugares

Preços:
R$ 120/R$ 60 - Plateia VIP
R$ 100/R$ 50 - Plateia
R$ 50/R$ 25 – Balcão


.: Porque você precisa ouvir o podcast "Identidade Musical - Renato Russo"


Com reflexões profundas e áudio inéditos, programa de quatro episódios mostra porque o artista, ícone na Legião Urbana, viveu "em todos os tempos" e revela  faces de trovador político, poeta existencialista, romântico incurável e artista sem paralelos.

Por Kélita Myra / Paiol Music Hub, em março de 2022.

Afirmar que Renato Russo é um dos maiores poetas e artistas brasileiros pode mesmo parecer démodé; porém entender como ele deixou de ser mais um jovem filho da classe média brasileira nos anos 80 para se tornar um divisor de águas no comportamento e na arte para várias gerações é simplesmente necessário. A música, os questionamentos, as crenças e vivências deste artista são apresentados e esmiuçados no novo e rico podcast “Identidade Musical – Renato Russo”, um original Universal Music realizado pela Milk Podcasts.

Concebido e sob produção executiva de Josy Ane Siqueira, o programa foi muito assertivo na escolha dos convidados que recontam a vida e descortinam a influência de Renato no cenário musical e social 25 anos após sua morte. Seu legado é sentido intrinsecamente na vida e na memória de milhares de fãs e se reflete em artistas do novo milênio, que se inspiram na integridade e verdade artística do ex-líder da Legião Urbana. Não à toa, o podcast traz participações enternecidas de jovens como Helio Flanders (Vanguart) e Duda Brack.

Gravado em duas mesas de conversas comandadas pela apresentadora Adriana Penna, o podcast também recebeu depoimentos adicionais e reúne nomes que conviveram com Renato Russo, como os artistas Paulo Ricardo, Dinho Ouro Preto e Bruno Gouveia, o amigo Luiz Fernando Borges (coprodutor do filme “Somos Tão Jovens”), seu produtor musical Carlos Trilha e a assessora de imprensa Gilda Mattoso.

O programa traz ainda depoimentos de profissionais que tiveram suas trajetórias entrelaçadas à dele, como o apresentador Zeca Camargo, para quem Renato concedeu a célebre entrevista à MTV Brasil, em 1993, a cantora Leila Pinheiro, parceira e intérprete do artista, e o biógrafo Carlos Marcelo (autor de “Renato Russo - O Filho da Revolução”).

Profissionais que tiveram suas vidas impactadas por Renato Russo e hoje colaboram na perpetuação de sua memória também são convidados-chaves no podcast, como René Sampaio (diretor dos filmes “Faroeste Caboclo” e o sucesso recente dos cinemas “Eduardo e Monica”), a pesquisadora Fabiana Ribeiro, curadora da exposição sobre o artista no Museu da Imagem e do Som de São Paulo (2017/2018), o ator Bruce Gomlevsky (protagonista de “Renato Russo - O Musical” há 15 anos) e a produtora cinematográfica Bianca de Felipees, que teve acesso a milhares de itens pessoais do cantor e lançará em breve um documentário sobre a vida do artista.

O podcast “Identidade Musical – Renato Russo”, com roteiro e direção de Rafael Teixeira, vem acompanhado de uma playlist especial com a íntegra de todas as músicas exibidas nos programas. Ao finalizar a audição dos episódios - “Só Há Música Urbana”, “Aprendendo a Viver”, “É Só o Amor” e “Agora Chegou Nossa Vez” -, fica claro que o artista é, de fato, um criador atemporal, que tinha noção exata do que estava plantando, mesmo sem ter certeza de onde iria chegar. Sua influência na formação de toda uma geração de jovens é gritante. Como disse Charles Gavin, “Renato encarava a vida como ela é; falava sobre tudo abertamente, sem concessões (...). Todo mundo acreditava no que ele dizia”. E é com essa força que ele continua a influenciar a juventude, sempre com muita sabedoria, empatia e transformação.


Porque você não pode perder um episódio sequer

Episódio 1 – “Só há música urbana” - O programa de estreia dá um panorama sobre o conhecimento, as criações musicais e as influências de Renato Russo, o reflexo de sua obra na formação social e política da geração anos 80, a importância das discussões ideológicas que levantava e a militância na defesa de causas de minorias.

Porque você não pode perder:
Para ouvir o áudio inédito de Renato Russo falando com um ar professoral e irônico sobre as diferenças e evoluções das cenas musicais dos anos 60, 70 e 80 no Brasil e no mundo. Conhecer histórias espirituosas de sua época de estudante de comunicação entrevistando as pessoas nas ruas. Para entender o poder de transformação através do conhecimento das artes - literatura, cinema, música - na formação de um artista único: romântico e revolucionário ao mesmo tempo.

Perceber seu papel de grande amigo e irmão mais velho na vida de artistas como Paulo Ricardo, Dinho Ouro Preto e Letícia Novaes (Letrux). Para atestar como Renato Russo transformava dores coletivas em música urbana e como tinha consciência da expressão de sua arte como olhar político.

Convidados do episódio:
Paulo Ricardo, Charles Gavin, Dinho Ouro Preto, Leila Pinheiro, Fabiana Ribeiro, Bruno Gouveia, Leticia Novaes (Letrux), Carlos Marcelo, Helio Flanders (Vanguart), Luiz Fernando Borges, Teago Oliveira e Carlos Trilha. Músicas: "Música Urbana 2", "Índios", "Tempo Perdido", "Monte Castelo" e "Nada Por Mim".


Episódio 2 - “Aprendendo a viver” – Seguindo um mergulho inspirador na vida de Renato, seu fluxo criativo através das memórias de seu acervo, a maneira como enfrentava suas batalhas pessoais e como se construiu seu caráter revolucionário, que buscava transformações emocionais e sociais com a mesma intensidade.

Porque você não pode perder:
Para entender como Renato Russo enxergava a cena musical de Brasília dos anos 80 (a Turma da Colina) como um coletivo, um movimento, que depois viria a se tornar uma “Legião”. Ouvir um áudio inédito e libertador dele em inglês, à la Martin Luther King, analisando sua vida após a recuperação da doença que o deixou quase paralisado fisicamente na adolescência.

Conhecer sua busca pela espiritualidade e as histórias de Gilda Mattoso sobre as descobertas do artista em uma viagem à Itália em busca de suas raízes. Para compreender como ele enfrentou, com coragem e resiliência, já soropositivo, a finitude da vida e como usou a arte como motor propulsor até sua partida, em 1996.

Para ouvir a compreensão de Helio Flanders sobre a partida de Renato: “Ele deixou tudo arrumado para ser um fim bonito. Não é à toa que ‘A Tempestade’ é o nome da última peça de Shakespeare. Por mais que seja um disco triste, ele carrega uma redenção para mim. Quando Renato fala (...) ‘Estamos vivendo e o que disserem os nossos dias, serão para sempre’.

Convidados: Carlos Marcelo, Fabiana Ribeiro, René Sampaio, Dinho Ouro Preto, Nicolas Behr, Bruce Gomlevsky, Ana Cañas, Carlos Trilha, Gilda Mattoso, Luiz Fernando Borges, Zeca Camargo e Helio Flanders. Músicas: "Wave/Come Fa Un'onda", "Que País É Este", "Renato Apresenta", "Vinte e Nove", "1º de Julho" e "Hoje".


Episódio 3 - “É Só o Amor” -
Romântico incurável, Renato Russo incorporava qualquer tipo de amor: Meninos, meninas, si próprio, amigos, o mundo. Os relacionamentos eram motores para suas obras e os amigos são unânimes: A companhia de Renato, sempre cortês e com um humor único, era o maior barato!

Porque você não pode perder:
Para conhecer a relação de carinho de Renato com os amigos, como mostra o recado gravado na secretária eletrônica de Carlos Trilha. “(...) Tô ligando só para dizer alô, contar as novidades lá do estúdio, saber detalhes da vida de Jô e essas coisas da ‘vida Davene’”, rindo, em menção ao comercial do hidratante.

Para mergulhar na sua fase trovador solitário, menestrel do amor e dos sentimentos mais profundos, com um áudio inédito de Renato falando sobre as influências dos anos 70, e o idealismo romântico dos anos 60, como no ídolo Bob Dylan. São desta época sucessos posteriores da Legião Urbana, como “Eduardo e Mônica” e “Tempo Perdido”.

Para entender como foi construído o recital beneficente que virou o álbum “The Stonewall Celebration Concert”, de 1994, em homenagem aos Direitos Humanos de mulheres, crianças e homossexuais. Uma ousadia mesmo nos anos 90. Para conferir o humor do artista, como quando dizia que os únicos gays do mundo eram ele e Clodovil; ou quando criava o personagem “Judy Bogarde”, ele mesmo, filho de seus atores preferidos Dirk Bogarde e Judy Garland.

Convidados: Zeca Camargo, Pupillo, Duda Brack, Carlos Marcelo, Teago Oliveira, Rafa Martins, Alice Braga, Charles Gavin, Carlos Trilha, Paulo Ricardo e Bruno Gouveia. Músicas: "Tédio com um T Bem Grande pra Você", "Boomerang Blues", "Eduardo e Mônica", "Por Enquanto", "Paper of Pins" e "A Cruz e a Espada".

Episodio 4 - “Agora Chegou Nossa Vez” - No último episódio, o podcast contextualiza o legado social e político de Renato Russo com as profundas transformações do Brasil nas últimas décadas. Com a clareza que “O mundo não é perfeito e nem todas as pessoas são felizes”, observamos os paradigmas quebrados pela Legião Urbana, seus discursos atemporais e a influência direta dos pensamentos de Renato Russo sobre as dores e os prazeres da existência humana nos artistas das novas gerações.


Porque você não pode perder:
 “O Brasil é o País do Futuro”. Para entender o contexto social e político do Brasil, há 50 anos, através da música popular e o que tirar suas próprias conclusões sobre as duas realidades. Para ouvir o áudio inédito de Renato analisando a política cultural brasileira nos anos 80, com alfinetadas em temas como a precariedade na estrutura de direitos autorais e a inexistência de um viés comportamental roqueiro na mídia brasileira.

Para perceber a importância de músicas como “Faroeste Caboclo”, que se tornara “A Voz do Brasil” ao parar o país para ouvir quase dez minutos de música nos rádios todos os dias. Para incorporar ainda mais a certeza de que somos afetados e empoderados pelo conhecimento, arte e legado de Renato Russo e confirmar que sua mensagem deve ser levada adiante para as próximas gerações.

Convidados: Charles Gavin, Pupillo, Carlos Marcelo, Bianca de Felippes, René Sampaio, Alice Braga, Leila Pinheiro, Bruce Gomlevsky, Carlos Trilha, Luiz Fernando Borges, Mahmundi, Helio Flanders, Rafa Martins e Paulo Ricardo. Músicas: "Geração Coca-Cola", "Faroeste Caboclo", "Mais Uma Vez", "Profecia de Renato", "Fábrica" e "Eu Sei".

Todos os convidados nos quatro episódios: Ana Cañas, Bianca de Felippes (produtora cinematográfica), Bruce Gomlevsky (ator), Bruno Gouveia, Carlos Marcelo (biógrafo), Carlos Trilha (produtor musical), Charles Gavin, Dinho Ouro Preto,  Duda Brack, Fabiana Ribeiro (curadora), Gilda Mattoso (assessora de imprensa), Helio Flanders, Leila Pinheiro, Leticia Novaes (Letrux), Luiz Fernando Borges (amigo pessoal), Mahmundi, Nicolas Behr (poeta e contemporâneo), Paulo Ricardo, Pupillo, Rafa Martins (Selvagens à Procura de Lei), René Sampaio (diretor de cinema), Teago Oliveira, Zeca Camargo.


Mesas gravadas:
Conversa 1: Foco em produção musical:
Carlos Trilha, Charles Gavin, Leila Pinheiro, Pupillo.
Conversa 2: Foco em biografia: Gilda Mattoso, Zeca Camargo, Luiz Fernando Borges, Carlos Marcelo.

Depoimentos e interpretações gravadas: Ana Cañas, Bianca de Felippes, Bruce Gomlevsky, Bruno Gouveia, Dinho Ouro Preto, Duda Brack, Fabiana Ribeiro, Helio Flanders, Leticia Novaes (Letrux), Mahmundi, Nicolas Behr, Paulo Ricardo, Rafa Martins (Selvagens à Procura de Lei), René Sampaio, Teago Oliveira.


Ficha técnica
“Identidade Musical - Renato Russo”
Podcast original Universal Music realizado por Milk Podcasts
Concepção e produção executiva: Josy Ane Siqueira
Apresentação: Adriana Penna
Direção: Rafael Teixeira
Pesquisa e Roteiro: Nathália Pandeló e Rafael Teixeira
Produção: Natália Salvador
Edição e mixagem: Diego Frank
Colaboração: Tenho Mais Discos que Amigos
Gravado por: Duda Suliano no Milk Studios
Músicas utilizadas gentilmente cedidas por Universal Music

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