domingo, 13 de março de 2022

.: Entrevista com André Caramuru Aubert: "Sou filho de infinitas leituras"


"Eu só consegui escrever literatura de verdade depois que meu pai morreu", afirma o escritor, poeta e tradutor em entrevista exclusiva. Foto: arquivo pessoal

Por Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 

André Caramuru Aubert é um dos raros talentos que conseguem unir texto autoral e tradução de qualidade. Historiador de formação, é autor de romances, poemas e ensaios, além de colaborador do jornal de literatura Rascunho e do caderno "Aliás", do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor de vários livros, entre eles o romance "Estevão", escrito ao longo de dez anos, com inúmeras escritas, reescritas e versões descartadas pelo caminho, é, também, o tradutor do livro "O Caderno dos Pesadelos", escrito por Ricardo Chávez Castañeda, com ilustrações de Israel Barrón.  Nesta entrevista exclusiva, ele fala sobre reconhecer um bom texto, processos criativos e a reescrita da literatura a partir da tradução.


Resenhando.com - O que representa a literatura em sua vida?
André Caramuru Aubert - 
É tanto, é tanta coisa, que fica até difícil de responder. Eu vivo, e vivi, sempre, tão ligado aos livros, que eles se misturam a quem sou, ao que sinto, ao que penso, o tempo todo. Isso pode parecer uma coisa solene, mas não é. Detesto tratar livros com solenidade, essa coisa de ficar endeusando livros só serve pra afastar jovens leitores. Livros podem ser professores, mas antes de tudo são divertidos, são amigos que nos apoiam, inclusive quando estamos sozinhos. Desde pequeno eu sempre viajei muito (mentalmente), cresci filho único (minha irmã não morava comigo), com meus pais a maior parte do tempo fora de casa, pois eles trabalhavam bastante. E em casa a biblioteca era grande e multilíngue. Assim, os livros eram, de fato, meus companheiros. Mas valia tudo, dos quadrinhos da Disney, Tintim, Asterix e Príncipe Valente, aos romances de Alexandre Dumas, de (Robert Louis) Stevenson, de Sir Walter Scott e assim por diante. Eu viajava... E continuo viajando. O que muda é que, com o tempo, seu repertório aumenta, e você pode ficar mais exigente com o que vai te fazer viajar. Mas, ainda assim, quando folheio um Asterix, o prazer que sinto é o mesmo de quando tinha oito anos de idade.

Resenhando.com - Quais são os maiores desafios de um escritor ao traduzir obras de outros escritores?
André Caramuru Aubert - 
Traduzir é muito difícil, porque traduzir é reescrever e, no limite, recriar. Mas não é uma recriação livre, pois você precisa ser o mais fiel que puder ao que o autor fez (ou pretendeu fazer). Quanto mais sofisticada a obra, mais complicada é a tradução. A tradução implica uma infinidade de questões que os leitores, ao ler a obra traduzida, normalmente ignoram. Por exemplo: se você vai traduzir uma frase mal escrita, em inglês, cabe a você melhorá-la, em português? Se você traduz uma obra do século XIX, deve atualizar o texto, para torná-lo mais palatável ao leitor atual, ou traduzir no estilo equivalente ao do tempo em que a obra foi escrita? Ao traduzir um poema, você deve priorizar a forma (métrica, ritmo, eventuais rimas) ou o conteúdo? E por aí vai...

Resenhando.com - Qual é o tipo de obra que mais o interessa em traduzir?
André Caramuru Aubert - 
Adoro traduzir poemas, e por uma razão até meio egoísta, ou vampiresca: eu sinto que traduzir poemas melhora os meus próprios poemas. Amplia o meu repertório e me obriga a treinar o rigor técnico com relação à sonoridade, à métrica, às metáforas, ao ritmo etc. Enfim, eu aprendo muito com os poetas e poemas que traduzo.

Resenhando.com - Como foi traduzir "O Caderno de Pesadelos"?
André Caramuru Aubert - 
Não foi fácil. Em primeiro lugar, porque o “Caderno” é literatura de alta qualidade. E, como eu disse antes, obra boa, na qual o texto é elaborado, sofisticado, dá mais trabalho. Se o autor constrói uma frase perfeita no original, como você conseguirá vertê-la, de maneira adequada, para o português?


Qual é a sua opinião pessoal sobre a obra?
André Caramuru Aubert - 
"O Caderno..." é, de fato, um livro sensacional. Não é um livro fácil, confortável. Incomoda, toca em questões profundas, complexas, e é muito bem escrito, com ilustrações belíssimas e totalmente integradas ao texto.


Resenhando.com - Você fez uma recomendação, na contracapa do livro, para não lê-lo à noite. Por quê? Realmente sentiu medo do que encontrou?
André Caramuru Aubert - 
Não é que eu tenha sentido medo, até porque, pode-se dizer que sou um leitor treinado, que vai logo (até por vício) analisando a estrutura, os truques e recursos narrativos do autor etc. Por outro lado, eu consigo vislumbrar o que um livro poderá causar em seus leitores, e sei que "O Caderno..." provocará não só medo (o que, em si, não quer dizer que seja alta literatura), mas, principalmente, que o livro trará ao leitor questões difíceis, incômodas, como a confiança (ou a quebra dela) que as crianças têm nos adultos, a relação entre pais e filhos, a morte e o que acontece depois dela, os monstros que vivem debaixo (ou acima) de nossas camas etc.


Resenhando.com - Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
André Caramuru Aubert - 
Não acredito que possa haver boa literatura onde o autor se preserve. Quando escrevo, não me preservo em nada. Mas isso não deve ser confundido com essa moda atual (que não me seduz) da autoficção. Acho isso uma besteira. A arte, e não só a literária, não é sobre o artista, mas sobre o mundo, ainda que seja feita a partir do artista. Quando você cria uma obra de arte, você está nela, com sua história, seu repertório, suas cicatrizes, sua visão de mundo, suas ferramentas. Mas a obra não precisa ser, e em geral não deve ser, sobre você.


Resenhando.com - O que une o André de antes, aquele escritor iniciante, e o de agora - um reconhecido escritor e tradutor? O que mais iguala e o que mais difere esses dois homens de épocas diferentes?
André Caramuru Aubert - 
Talvez a maior diferença seja a questão da maturidade. Não falo pelos outros, cada um tem sua régua, seu tempo. Eu sempre soube que queria ser escritor. Por outro lado, quando tinha vinte e poucos anos, e escrevia, eu sentia, no fundo, que aquilo ainda não era bom, pois eu não tinha vivido o suficiente para acumular a experiência necessária para poder falar de certas coisas. Acho que, para mim, escrever cedo não funcionou muito bem. Eu treinava, é certo, mas o resultado, na ficção, não era o desejado. Eu precisei amadurecer (ou envelhecer) para escrever de maneira satisfatória. O que não quer dizer que, com outros autores, isso não possa ser diferente. E escrever não-ficção sempre me ajudou a evoluir. Por exemplo, quando um jornal me encomendava um texto de 3.500 caracteres, eu me obrigava a ter a disciplina necessária para entregar um texto com aquela dimensão, mesmo que o tema, ou meu lado Tolstói, pedissem que eu escrevesse dez vezes mais. Isso treinava concisão, fazia tomar cuidado com os adjetivos (os maiores inimigos de um bom texto) e assim por diante. Lidar com limites é sempre bom para o aprendizado...


O que mais iguala e o que mais difere esses dois homens de épocas diferentes?
André Caramuru Aubert - 
Eu diria que o que une todos os Andrés ao longo do tempo (são bem mais do que dois) é a absoluta necessidade que sinto, e sempre senti, de escrever. E pouca coisa me afasta dos outros Andrés, a não ser o tempo. Tempo que me fez acumular leituras e releituras, algumas cicatrizes, amores perdidos e amores conquistados, perdas e ganhos, alegrias e tristezas. Enfim, no acúmulo de experiências às vezes boas, às vezes não, o repertório (ou seja, o material de que disponho para escrever) foi gradativamente aumentando.

Resenhando.com - Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
André Caramuru Aubert - 
Sempre que me fazem esta pergunta eu me lembro do Borges, que repetia, sem se cansar, que ler é mais importante do que escrever. Então, eu diria: quer ser escritor? Leia, leia, e leia. Leia muito, em todas as línguas, em todos os gêneros, de “Guerra e Paz” a bula de remédio; leia jornais, livros de história, de antropologia, biografias e, claro, livros de literatura: eles vão te ensinar sobre estilo e técnicas narrativas e vão te dar conteúdo. Os de poesia, principalmente, vão te ajudar a escolher as palavras exatas e a pensar a frase como quem pensa a respiração, vão ensinar ritmo. Vá a museus, aprenda sobre os impressionistas, sobre arte clássica, sobre a pintura medieval, sobre Pollock: eles vão te ensinar cromatismo, equilíbrio, pontos de fuga. Ouça Beethoven, Chopin (compare Guiomar Novaes com Nelson Freire), Dave Brubeck, John Coltrane, Milton Nascimento, Egberto Gismonti, Caetano Veloso: eles vão te mostrar o que é ritmo, harmonia, contraponto. E, não menos importante, além de ler e ver, viva. Viaje, acumule experiências, arrisque-se. O maior perigo para um autor que pretende viver isolado na torre de marfim é não aprender o suficiente do mundo para pode escrever algo que faça alguma diferença para.... o mundo. E, ainda, retomando minha resposta à pergunta anterior: tenha muito cuidado, sempre, com os adjetivos.


Resenhando.com - Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritor e leitor?
André Caramuru Aubert - 
Ah, é muita coisa. Muita. Sou filho de infinitas leituras. Já falei ante sobre Tintim, Asterix e Príncipe Valente. Mas vamos a uma lista resumida (e muito incompleta) de prosa literária: Vladimir Nabokov, Jorge Luis Borges, Thomas Bernhard, Joseph Conrad, Machado de Assis, Pedro Nava, José Geraldo Vieira, Mário de Andrade, Roberto Bolaño, Cyro dos Anjos, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Thomas Mann, João Ubaldo Ribeiro, Guimarães Rosa, Lampedusa, Tolstói, John Cheever, Samuel Beckett, Natsume Soseki, Helena Morley, Alejo Carpentier, Saki, J. M. Coetzee... Se formos para a poesia, a lista seria igualmente grande, mas vou resumi-la ainda mais: William Carlos Williams, Edgar Allan Poe, Ferreira Gullar, Wallace Stevens, W. S. Merwin, Denise Levertov, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Ezra Pound, Li Po, Donald Hall, Franz Wright, Ruy Espinheira Filho, Wang Wei, Robert Walser... Em prosa não ficcional, eu me lembro agora, como autores que me marcaram, de Sérgio Buarque de Holanda, Albert Camus, Eliot Weinberger, Gilberto Freyre, Claude Levi-Strauss, Jared Diamond, Paulo Prado, Montaigne, Capistrano de Abreu, Euclides da Cunha, Umberto Eco, Tony Judt, Richard J. Evans, Tzvetan Todorov, Julia Kristeva, Nathan Wachtel, Pierre Clastres... De um jeito ou de outro, ora mais, ora menos, por vezes citados nominalmente, por vezes nas entrelinhas, todos eles estão presentes em meus livros. E essas listas não devem ser entendidas como um ranking dos melhores. Elas são afetivas, no sentido de que alguns autores, que você leu muito numa determinada fase de sua vida, acabam sendo muito marcantes para você. Mas não, necessariamente, o serão para outras pessoas.


Resenhando.com - Como e quando começou a escrever?
André Caramuru Aubert - 
Comecei muito cedo e, com vinte e poucos anos, já tinha um romance e uns 200 contos na gaveta. Mas não eram bons e não foram publicados. Como disse antes, faltava-me vivência e maturidade. Isso, claro, quanto à literatura, porque para a imprensa eu escrevi desde sempre, para os principais jornais e revistas de então, como Estadão, Exame, Trip, Jornal do Brasil etc. Mas tem uma outra coisa, que não vou aprofundar aqui, mas que em algum momento ainda tratarei a sério: eu só consegui escrever literatura de verdade depois que meu pai morreu.


Resenhando.com - Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal? 
André Caramuru Aubert - 
Acredito que já respondi a esta pergunta no tocante aos nomes. Mas: por que eles me influenciaram? Se você pegar a lista de autores que eu mencionei, todos têm uma coisa em comum: são grandes estilistas, terrivelmente atentos ao ritmo, à estrutura, à escolha precisa das palavras. Eu acredito que um livro deve ser escrito da mesma maneira, e com o mesmo rigor, com que se compõe uma música instrumental ou se pinta uma tela.


Resenhando.com - É possível viver de literatura no Brasil? 
André Caramuru Aubert - 
No Brasil, você até pode viver de literatura, mas não, apenas, de seus livros. Você vai ter que dar aulas, cursos e oficinas; traduzir, escrever ensaios e publicar resenhas. É muito difícil. Até porque você não será livre nas escolhas (do que traduzir, sobre quem escrever um ensaio) ou, pelo menos, em boa parte delas.


Resenhando.com - O quanto para você escrever é disciplina? É mais inspiração ou transpiração? 
André Caramuru Aubert - 
Não vejo oposição entre inspiração e transpiração. Por exemplo, cada livro meu exige milhares de quilômetros de leitura. Para “Poesia Chinesa”, li incontáveis ensaios e pelo menos 50 livros com poemas de poetas chineses clássicos. Para o "Estevão", pesquisei de verdade, fui aos arquivos, li documentos, visitei locais em que a história se passa (em Diamantina, em Portugal... e não que isso tenha sido um sofrimento). Mas nenhuma transpiração faz sentido se não houver, por trás, a tal da inspiração. Arte é técnica, que se adquire com estudo e esforço, mas é também alma, é também talento. Não é assim com o esporte? O sujeito pode ser talentoso para jogar futebol, mas isso não será o suficiente, ele precisará treinar muito, e ser disciplinado, sempre. Mas tampouco adiantará treinar muito se não houver talento.


Resenhando.com - Você tem um ritual para escrever?
André Caramuru Aubert - 
Nenhum. Minha vida é um caos, minha rotina também. Só posso dizer que sou mais produtivo nas manhãs, um pouco menos nas tardes, e zero à noite. Depois que anoitece eu funciono para ler, mas não escrevo ou traduzo uma linha sequer.


Resenhando.com - Qual o mote que faz você ficar mais confortável para escrever? Uma frase? Uma imagem? Um incômodo?
André Caramuru Aubert - 
Eu gosto muito da frase do Ferreira Gullar, que disse que os poemas dele nasciam de um susto. De certa forma, se você ampliar muito a definição de “susto”, é o que acontece comigo. O susto pode ser a leitura de um poema, uma lembrança (inspirada por um cheiro, um som, uma planta, uma cena) enquanto faço minhas caminhadas matinais, ou pode ser uma música. Mas isso pode acontecer com os romances também. Uma vez eu estava olhando para aquelas bonequinhas russas, aquelas babushkas, em que a maior, por fora, tem uma menor dentro, e essa tem outra, e outra, e assim por diante, e pensei que queria escrever uma história em que houvesse várias histórias dentro uma da outra. Foi assim que nasceu o "Estevão", que teve mais de dez versões, ao longo de dez anos, até que chegou ao ponto em que eu considerei bom. Mas, mesmo depois de infinitas mudanças, ele ainda traz a inspiração das bonequinhas russas.


Resenhando.com - Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não lhe atrapalha? 
André Caramuru Aubert - 
Não preciso de silêncio e isolamento, mas alguma privacidade é importante. Silêncio, aliás, não é o caso, pois sempre escrevo ouvindo música (em geral jazz, sempre instrumental, pois alguém cantando me atrapalha). E escrevo em meu escritório, com a porta aberta, as pessoas entram, falam comigo, me interrompem, isso não tem problema. Mas eu realmente não entendo como alguém consegue escrever, por exemplo, numa mesa de bar, com barulho e um monte de gente em volta, como Sartre e os outros existencialistas diziam fazer em Paris.


Resenhando.com - Como conciliar a rotina com o ato de ser escritor e também o de traduzir outros autores?
André Caramuru Aubert - 
Não há conflito aí, muito pelo contrário. Traduzir ajuda. Ao traduzir, você desenvolve uma intimidade muito grande com o autor, descobre suas técnicas, seus recursos e truques narrativos; você amplia, enfim, seu repertório. Além disso, traduzir implica uma disciplina que vai ser útil também em seus próprios textos. O autor original adjetiva muito? É conciso? Usa vocabulário difícil? É direto? Ao lidar com essas realidades diferentes, não como um simples leitor, mas como alguém que tem a obrigação de verter aquilo para o português, sendo o mais fiel possível, você vai aprender muito sobre o seu próprio processo, a sua própria escrita. O que atrapalha, claro, é que às vezes você pode estar querendo se dedicar ao seu livro e não tem tempo, porque precisa traduzir. Mas essa atrapalhação é a mesma que acontece quanto a escrever resenhas, a ministrar oficinas, pagar boletos, e remete àquela pergunta anterior, sobre se é possível, no Brasil, viver de literatura. Sim, é possível, mas não apenas dos seus próprios livros.


Resenhando.com - Para você, quais as características separam um texto bom de um ruim?
André Caramuru Aubert - 
É fácil reconhecer um bom texto, você bate o olho e sabe, mas é difícil explicar por quê. Simplificando um pouquinho, pode-se dizer que um bom texto literário tem um bom ritmo, palavras bem escolhidas, tramas sofisticadas e personagens verossímeis e complexos (nenhum personagem digno de nota, exceto nos contos de fadas, é completamente bom ou ruim). O texto ruim é exatamente o oposto. E tem muito livro ruim por aí, até mesmo ganhando prêmios. Mas eu jamais citaria, porque, por princípio, não abro a boca pra falar mal de ninguém. Ou elogio, ou fico quieto.


Resenhando.com - O que há de autobiográfico nos textos que escreve?
André Caramuru Aubert - 
Nada. Não escrevo sobre mim. Gosto de criar os personagens, de dar vida a eles, dar volume, fazê-los contraditórios e imperfeitos, como são todas as pessoas. Agora, é claro que há elementos autobiográficos, assim como há traços que “roubo” das pessoas que conheço, com quem convivo ou convivi, e mesmo de personagens de livros ou filmes, porque a gente precisa trabalhar com aquilo que conhece, para que os personagens tenham consistência e verossimilhança. Por exemplo, no "Estevão", o personagem é historiador de formação, como eu. E, como eu, ama Diamantina, e ama Portugal; e ama uma série de livros e músicas que eu também amo. Mas as semelhanças ficam por aí. O Estevão é divorciado, eu amo minha mulher (a primeira e a única); sou muito bem casado, ele aprecia a solidão; ele faz comentários misóginos (nos quais acredita), eu não. Ele não tem e não quer ter filhos, eu tenho dois, pelos quais sou totalmente apaixonado. E assim por diante.

Resenhando.com - Hoje, quem é o André Caramuru Aubert por ele mesmo?
André Caramuru Aubert - 
Isso eu não sei dizer. Sou uma pessoa de poucos talentos, sendo que os principais talvez sejam conseguir ler, traduzir e escrever. Mas não sei a quantos leitores meus textos agradam, acho que não a muitos, e esta é uma conta agravada por vivermos num país de poucos leitores. E, aí, minha grande frustração (voltando a perguntas anteriores) é não poder viver de fazer apenas isso: ler, traduzir e escrever. Quanto a escrever romances e poemas, pelo menos, não faço concessões: escrevo o que gosto, o que posso, e não penso no “mercado” nem em prêmios (jamais ganhei um; mas, para ser honesto, devo confessar que não me inscrevo neles). No fim das contas, porém, se o que escrevo agradar a pelo menos um leitor, já terei conseguido alguma coisa.


Você pode comprar "O Caderno dos Pesadelos", de Ricardo Chávez Castañeda, traduzido por André Caramuru Aubert, neste link.

Você pode conhecer a produção literária de André Caramuru Aubert neste link.




Flipoços Noir | "Caderno dos Pesadelos"

.: Tudo sobre Em Beihold, a artista mais inovadora dos últimos tempos


"Numb Little Bug”, single da artista, está conquistando as paradas mundiais.


Ela está no Top 5 do chart de artistas emergentes da Billboard, com mais de 60 milhões de streams globais, aparece entre as dez principais faixas do TikTok nos EUA e entre as dez mais nas rádios pop. Considerada uma das artistas mais inovadoras do ano, a cantora e compositora de Los Angeles Em Beihold (pronuncia-se bye-hold) acaba de disponibilizar o aguardado vídeo de “Numb Little Bug”.

O visual traduz perfeitamente a história e a energia da música para a tela, evocando seu senso de humor afiado e brilhantismo na composição. Ele serve como o companheiro perfeito para este sucesso crescente. “Numb Little Bug” afirmou Em Beihold como um fenômeno dinâmico.

Depois de contabilizar 12 milhões de streams apenas durante sua primeira semana, a música atingiu 60 milhões de streams globais e segue acumulando plays. Ao mesmo tempo, a faixa estreou na parada Billboard Hot 100, colocando a cantora em 4º lugar entre os artistas em desenvolvimento.

Após alcançar 1º lugar no Chart Viral do Spotify, a música entrou para o Top 200 da plataforma nos Estados Unidos. Em também emplacou o hit no TikTok, onde entrou para o Top 10 Tracks e se tornou uma das faixas mais executadas nas rádios pop do país. A faixa também entrou nas paradas do Reino Unido, Canadá e Austrália.

Um hino pop peculiar e pensativo, a letra de “Numb Little Bug” rapidamente ressoou com o público neste verão quando Em compartilhou um pequeno trecho da música no TikTok. Após o lançamento, o vídeo gerou impressionantes 1.5 milhão de curtidas e 6.4 milhões de visualizações na plataforma. Atados com piano arejado, os versos saltitantes dão lugar a um refrão inebriante e irresistível enquanto ela pondera: “Você já se sentiu um pouco cansado da vida, como se não estivesse realmente feliz, mas não quer morrer, como um pequeno inseto entorpecido que tem que sobreviver?”

“Numb Little Bug” ilumina comportamentos e pensamentos da artista com os quais os fãs podem se identificar e que se tornarão cada vez mais reconhecidos na identidade de Em Beihold. Ainda há muito mais música esperando para sair da cabeça da artista e encantar seus ouvintes.


Sobre Em Beihold:
Como abrir as cortinas para deixar a luz natural inundar um quarto escuro, a cantora, compositora, multi-instrumentista e campeã de esgrima de Los Angeles Em Beihold espalha melodias ensolaradas sobre tristeza, semeando as sementes para um pop pensativo e poderoso. Ela transforma momentos de ansiedade, dúvida e todas as incertezas de crescer em hinos relacionáveis ​​e vitais, exaltados por performances vulneráveis ​​e dinâmicas e vocais impressionantes.

Nascida e criada em Los Angeles, de ascendência meio persa, a música a atraiu aos seis anos de idade. Ela passou anos em aulas de piano, aprendendo música clássica e jazz. Simultaneamente, ela ficou obcecada por artistas como Regina Spektor.

Em seu primeiro show ao vivo, em 2016, a diretora Michelle Schumacher recrutou Em para contribuir com uma música para seu filme “I'm Not Here”, estrelado pelo vencedor do Oscar® J.K. Simmons. Em escreveu “Not Who We Were” para o filme e também adornou seu EP de estreia independente, “Infrared”, um ano depois.

Em 2020, ela lançou sua página no TikTok. O refrão de “City Of Angels” viralizou na plataforma, traduzindo-se em 5.6 milhões de streams no Spotify. Ela manteve esse impulso em 2021 com “Groundhog Day”. Não só o teaser inicial iluminou a mídia social com 20 milhões de visualizações, mas a música atingiu a primeira posição do Chart Viral do Spotify nos EUA e nas Filipinas, ultrapassando 6.6 milhões de streams. Depois de gerar dezenas de milhões de streams de forma independente e receber inúmeros elogios, a artista estreia na Universal Music com o lançamento de “Numb Little Bug”.


.: Com colaborador de Sandy & Junior, Vitor Fadul lança single instrospectivo


Promessa do pop nacional, o cantor compartilha o novo trabalho que reflete temas universais, como os altos e baixos, o amor e a compreensão das situações fáceis e complicadas que todos passam. 

Vitor Fadul divulgou o áudio de “Yin & Yang”, faixa pop que é o terceiro single da promissora carreira. O novo som ganhou videoclipe - gravado em Portugal. A música autoral é uma balada introspectiva, que reflete temas universais, como os altos e baixos, o amor e a compreensão das situações fáceis e complicadas que todos passam.

A produção é assinada por Rique Azevedo, frequente colaborador da dupla Sandy & Júnior e compositor dos super hits “Dig Dig Joy” e “Desperdiçou”. Os arranjos, por sua vez, ficaram com Lucas Madeiros e a direção do audiovisual é do próprio Vitor Fadul.

Fadul buscou inspiração no princípio chinês que trata duas energias opostas e complementares: “yin e yang”. “Yin” significa escuridão sendo representado pelo lado pintado de preto, e “yang” é a claridade. Os chineses compreendem essa complementaridade como a essência do movimento vital.

“Eu construí o abismo / Eu construí o sol” são os primeiros versos da canção. O artista comenta que a narrativa reflexiva da letra versa sobre “as variáveis daquilo que não temos controle na vida, nos bastando ressignificá-las”.O audiovisual foi gravado nas belas paisagens da capital portuguesa. “Lisboa é um lugar que, pra mim, tem uma magia singular”, comemora Vitor Fadul.

O paulista esclarece a relação entre o cenário e o single, que trata dos contrastes: “O masculino militar dos castelos da região e a delicadeza da música representam opostos que se complementam e se atraem. Temos o passado eternizado por aquelas construções e o futuro presente nas renovações da arte”.

“Desde que eu ouvi a música ‘Yin & Yang’, ela já me sensibilizou de uma forma muito especial. Por conhecer o Vitor e saber da profundidade que ele possui com a arte, suas composições e criações, essa faixa já me levou para um lugar super introspectivo e uma vontade muito grande de trazer elementos que trouxessem também essa emoção mais densa para a canção”, celebra Rique Azevedo, responsável por alguns dos maiores sucessos da dupla Sandy & Júnior.

Sobre o processo criativo, o produtor ainda acrescenta: “A gente trouxe um olhar específico para aquilo que a música estava pedindo, ou seja, trabalhar com o violão, elementos orgânicos junto aos elementos eletrônicos. Todas essas características trouxeram uma personalidade muito bonita e própria do trabalho do Vitor Fadul”.

O arranjador Lucas Madeiros compartilha que a maior referência nesse trabalho foi a questão dos extremos. “O alto e o baixo, o suave e o forte, deixando a canção com uma dinâmica maior e fortalecendo os detalhes da obra. Para a construção de alguns timbres estudamos alguns aspectos de músicas asiáticas, mas trazendo isso para a realidade da música e a identidade do Vitor de forma sútil”, comenta.

Vitor Fadul é um cantor brasileiro de 26 anos, nascido em Itanhaém, na Baixada Santista. Nova promessa do mercado pop, o jovem sempre se interessou pelo estilo. Seu último lançamento foi o single “Odisseu”, em dezembro de 2021. Além de seu trabalho na música, é ator profissional e já apresentou shows de mágica, inclusive em programas de nomes como Eliana e Silvio Santos, quando mais jovem. Multidisciplinar e dono de uma voz única, já passeou por diversas vertentes musicais e estéticas com muita facilidade, ousadia e brasilidade.

.: Sucesso de Thalita Rebouças, "Tudo Por Um Popstar" ganha os palcos


Adaptação do sucesso de Thalita Rebouças, espetáculo ficará em cartaz nos dias 23 e 30 de março e 6 e 10 de abril, no Teatro Imperator, Méier, no Rio de Janeiro.


Estreia no dia 23 de março o espetáculo Tudo Por Um Popstar”, adaptação do livro de sucesso de Thalita Rebouças, que ganha produção do CEFTEM (Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical). O musical fará curta temporada com apresentações nos dias 23 e 30 de março e 6 a 10 de abril, com sessões de quarta a sábado às 19h30 e aos domingos com sessão dupla às 16h e 19h, no Teatro Imperator, Méier, no Rio de Janeiro.

A produção tem adaptação de Tauã Delmiro, que também assina as música e direção geral ao lado de Gustavo Klein. A direção musical é de Tony Lucchesi e Caio Loureiro e a coreografia de Débora Polistchuck.

O espetáculo conta a história das melhores amigas Gabi, Manu e Ritinha. Moradoras de Resende e as maiores fãs da boyband Slavabody Disco Disco Boys, suas vidas viram de cabeça para baixo quando eles anunciam que farão uma única apresentação no Rio de Janeiro. Na tentativa de ficar frente a frente com seus ídolos, acabam descobrindo muitas coisas sobre ela mesmas. Ingressos estão à venda pelo https://bileto.sympla.com.br/event/71899/d/129577.



Serviço
"Tudo Por Um Popstar, o Musical"
Local:
Teatro Imperator / R. Dias da Cruz, 170 - Méier
Temporada: oito sessões - Dias  23 e 30 de março, e 6 a 10 de abril (sessão dupla no domingo)
Dias: quarta-feira a sábado às 19h30 / Domingos às 16h e 19h
Duração: 70 minutos
Classificação etária: livre


Ficha Técnica:
"Tudo Por Um Popstar, o Musical"
Elenco:
Babi Dgelbart (Thaís) / Cinthya Verçosa (Babete) / Dani Ruf (Manu) / Douglas Motta (Michael) / Duda Efroin (Ritinha) / Giovana Pequeno (Tati/Iara) / Giovanna Mendonça (Rosana/Maclá) / Juliana Queiroz (Gabi) / Malu Vidal (Lari/Dona Eulália) / Nicolas Mendes (Davi/Rafael) / Paulo Freitas (Julius/Miro Montalban) / Saulo Nascimento (Slack) / Victoria Shizue (Babete) / Yan Calleya (Alexander/Onofre)
Texto: Thalita Rebouças
Adaptação: Tauã Delmiro
Músicas: Tauã Delmiro
Coreografia original: Débora Polistchuck
Assistente de coreografia: Clarissa Giesta
Direção geral: Tauã Delmiro e Gustavo Klein
Direção musical: Tony Lucchesi e Caio Loureiro
Coordenação geral: Reiner Tenente
Direção de produção: Joana Mendes
Produção executiva: Duda Salles
Assessoria de imprensa: Ribamar Filho/Leonardo Minardi / MercadoCom

.: Comédia de terror, "Um Jantar Quase Perfeito" estreia no Cinema Virtual


Estreia nesta quinta-feira, dia 17 de março, no Cinema Virtual, a comédia de terror israelense "Um Jantar Quase Perfeito" ("Happy Times"). Com direção de Michael Mayer, que também assina o roteiro com Guy Ayal, o filme acontece em uma mansão luxuosa de Hollywood, durante um jantar aparentemente amigável, que acaba se transformando em noite de terror e violência.

A mistura perigosa de álcool, egos, luxúria e diferenças culturais leva os convidados a revelarem seus segredos mais obscuros e fazerem coisas inimagináveis enquanto tentam cumprir o desafio mais difícil de todos: escapar dessa noite com vida. No elenco, Shani Atias, Michael Aloni e Iris Bahr.

Para assistir, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.

sábado, 12 de março de 2022

.: Espanto que deu início à filosofia é tema do novo livro de Luiz Felipe Pondé


Publicado pela Editora Nacional, "A Filosofia e o Mundo Contemporâneo: Meditações entre o Espanto e o Desencanto" também traz reflexões sobre assuntos do mundo moderno.

O espanto diante de uma natureza imensa e complexa e o desencanto diante do indecifrável universo são dois fatores que deram início à filosofia na Grécia antiga. De lá para cá, a humanidade encontrou poucas respostas e ainda busca  entender o sentido da própria existência. É com base nesse conflito que o escritor e filósofo Luiz Felipe Pondé acaba de lançar o livro "A Filosofia e o Mundo Contemporâneo: Meditações entre o Espanto e o Desencanto", publicado pela editora Nacional. 

O livro reúne reflexões pertinentes ao mundo em que vivemos hoje, abordando temas inquietantes, como desapego, liberalismo, saúde mental, envelhecimento e morte. Pondé aponta no livro que, independentemente das respostas para as dúvidas do ser humano, a dualidade e a oscilação são inerentes à própria existência. 

O autor organizou a obra em 24 meditações com base no conceito proposto por Rousseau, que traz reflexões livres sem necessariamente ter um porto onde chegar. Segundo Pondé, a obra propõe o exercício de pensar sem ter respostas prontas. “Essa é uma boa metáfora para este livro. Este ângulo é tanto uma condenação a você ficar na condição de um náufrago quanto entender que todo filósofo é um náufrago quanto às certezas que o senso comum tem”, explica o autor.

Pondé convida o leitor para ingressar nesse processo filosófico desafiador já nas primeiras páginas. “A peregrinação que aqui iniciamos pretende levar você, caro leitor, ao encanto com nossa disciplina e, muitas vezes, também ao desespero com o ofício do filósofo. Estas meditações não são para os fracos. Cada uma das meditações que se seguem deve ser contemplada como um desses infinitos estilhaços”.

O livro está disponível nas versões impressa e digital nas principais livrarias do país e lojas virtuais. Você pode comprar "A Filosofia e o Mundo Contemporâneo: Meditações entre o Espanto e o Desencanto", de Luiz Felipe Pondé, neste link.


Sobre o autor
Luiz Felipe Pondé
é doutor em Filosofia pela Universidade de Paris e pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutor pela Universidade de Tel Aviv. Autor de inúmeros livros, atua como diretor do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, professor da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), comentarista do Jornal da Cultura e colunista da Folha de S.Paulo.


Sobre a Editora:
A Companhia Editora Nacional foi fundada em 1925 por Monteiro Lobato e Octalles Marcondes. O criador do icônico “Sítio do Pica-pau Amarelo”, além de autor, também foi editor e tradutor, além de responsável por diversas inovações na indústria do livro - desde a importação de novas tecnologias de impressão até uma revolução nas dinâmicas de distribuição.

Depois de 50 anos de um grande trabalho, a Companhia Editora Nacional foi adquirida pelo Grupo IBEP, que se transformou em uma das maiores companhias brasileiras do mercado do livro. 2020 foi o ano que marcou uma grande mudança na editora, que compreende uma reflexão sobre a nossa marca e a redefinição das nossas propostas de valor.

A editora Nacional completará 100 anos em 2025 com diversas novidades, inclusive com novas linhas editoriais, que contam com títulos de ficção e não ficção que contribuem para a discussão de temas relevantes como racismo, identidade de gênero, sustentabilidade, política e os conflitos geracionais, entre tantos outros assuntos contemporâneos. 

.: "Racionalidade" explica a entender o mundo e moldá-lo a nosso favor



Renomado teórico canadense, Steven Pinker mostra como as ferramentas do raciocínio podem ajudar a solucionar ameaças à saúde e ao planeta.


Crescemos ouvindo que a racionalidade é um distintivo do ser humano em relação a qualquer outra forma de vida existente no planeta. E a explicação frequente é a de que nós dispomos dos recursos cognitivos para entender o mundo e moldá-lo a nosso favor. Ao longo da História, o homem datou a origem do universo, decodificou os segredos da vida e aplicou todo o conhecimento adquirido para aprimorar seu bem-estar.

Durante a pandemia, foi capaz de desenvolver, em tempo recorde, uma série de vacinas que oferecem alto grau de proteção contra a covid-19. Como é possível que essa mesma espécie acredite em tantas notícias sem nenhuma conexão com a realidade, defenda o charlatanismo médico e compartilhe teorias da conspiração estapafúrdias nas redes sociais?

Explicar essa dualidade é um dos desafios de "Racionalidade", publicado no Brasil pela editora Intrínseca. Nele, o renomado psicólogo e teórico evolucionista canadense Steven Pinker rejeita a ideia reducionista de que os humanos são simplesmente irracionais - como se o cérebro fosse um cesto de ideias aleatórias e sem fundamento.

Na verdade, todo ser humano nasce com a habilidade de pensar e tomar decisões recorrendo a poderosas ferramentas de raciocínio, como lógica, pensamento crítico, probabilidade, correlação e causalidade. Mas o mundo das fake news é um bom exemplo de como coerência, nexo e sentido podem se perder por brechas na nossa consciência e provocar distorções da realidade que limitam nossas escolhas.

"Racionalidade" é inspirado em um curso ministrado por Pinker na escola de filosofia de Harvard. Nele, o professor quis mostrar a seus alunos como determinadas crenças e vieses cognitivos que desde sempre influenciam o comportamento dos seres humanos ajudam a entender por que tanta gente subestimou a covid-19, agindo de forma irracional em vez de tentar se proteger do vírus.

Segundo o autor, entender por que tantos caem na armadilha do negacionismo é um primeiro passo na busca de mecanismos que introduzam mais cautela no debate público e induzam as pessoas a fazer escolhas mais sensatas. De acordo com Pinker, o uso da racionalidade no plano coletivo é o principal motor da justiça social e do progresso moral. Repleto do humor e da perspicácia habituais ao autor, este é um livro que ilumina, inspira e emancipa. Você pode comprar "Racionalidade", de Steven Pinker, neste link. 

Sobre o autor
Steven Pinker
 é professor de psicologia na Universidade de Harvard. Finalista do Pulitzer por duas vezes e vencedor de muitos prêmios por sua pesquisa, ensino e publicações, o autor também é membro da National Academy of Sciences. Seus livros incluem "Tábula Rasa", "Do que é Feito o Pensamento", "Os Anjos Bons da Nossa Natureza", "Guia de Escrita" e "O Novo Iluminismo". Foto: Francesco Guidicini



.: Drama alemão "Amor Proibido" estreia no Cinema Virtual


Estreia nesta quinta-feira, dia 17 de março, no Cinema Virtual, o drama alemão "Amor Proibido" ("King of Ravens"). Escrito e dirigido por Piotr J. Lewandowski, o filme conta a história de Darko, um jovem macedônio que vive ilegalmente na Alemanha e faz de tudo para sobreviver e ajudar seus amigos.

Quando ele se envolve em uma paixão arrebatadora com a misteriosa Alina, uma alemã casada, ele passa a arriscar suas relações com seus amigos, com sua mãe, sua esperança por uma vida melhor, sua permanência no país e até sua própria vida. No elenco, Malik Blumenthal, Antje Traue e Karim Günes.

Para assistir, o público pode acessar a plataforma pelo NOW ou escolher a sala de exibição preferida em cinemavirtual.com.br e realizar a compra do ingresso. O filme fica disponível durante 72 horas para até três dispositivos.

.: Monica Iozzi discute política em novo programa no Canal Brasil


Em “Fale Mais Sobre Isso, Iozzi”, a apresentadora debate com Pedro Bial, Marcelo Adnet, Leandro Karnal e Djamila Ribeiro, entre outros, temas como "As dores e as delícias da democracia", "Os três poderes" e "Religião e política: Misturar ou não”.


Política, no sentido mais amplo da palavra, para além das disputas partidárias, é o tema central de “Fale Mais Sobre Isso Iozzi”, programa dirigido por André Barcinski, que estreia no Canal Brasil nesta segunda, dia 14 de março, às 21h45 - na mesma data, os três primeiros episódios estarão disponíveis no Globoplay + Canais ao Vivo e Canais Globo.

No programa, Mônica Iozzi convoca personalidades dos mais diversos campos da cultura brasileira - entre jornalistas, artistas, escritores, filósofos e juristas - para discutir diversas questões ao redor do assunto. Tudo isso com o humor afiado característico da apresentadora, mas, ao mesmo tempo, de forma leve e informativa, reunindo diferentes opiniões. E para deixar a atração com a cara do Canal Brasil, os programas são ilustrados com trechos curtos de filmes brasileiros.

A primeira temporada terá 13 episódios e convidados como Marcelo Adnet, Leandro Karnal, Fábio Porchat, Pedro Bial, Djamila Ribeiro, Marina Silva, Supla, Luis Lobianco, Jup do Bairro, BNegão, Elisa Lucinda, Samantha Schmutz e o cantor Falcão, além de especialistas. Em cada episódio, Mônica conversa com dois ou três convidados sobre um tema. "Como se faz um país?", "Ideólogo é você", "As dores e as delícias da democracia", "Os três poderes", "Cada um por si ou o Estado por todos", "Religião e política: Misturar ou não“, são alguns dos assuntos que serão discutidos.

No episódio de estreia, Iozzi recebe Leandro Karnal, Leandro Karnal e Majur para tentar responder à questão “O que é política?”. Para isso, começa explicando a etimologia da palavra “política” e recorrendo a pensadores como Aristóteles, Platão, Thomas Hobbes, Rousseau, Marx e Norberto Bobbio para mostrar como eles responderam a essa pergunta. Em seguida, passa a bola para Leandro Karnal, que responde da seguinte forma:

“Você começou citando dois pensadores ligados à Grécia, dois pensadores da política, Platão e Aristóteles. E um grego pensa política não como estado nacional como nós pensamos, não exatamente como partidos, mas como o bem-estar na polis, na cidade, de onde vem a palavra política. Política é a arte da felicidade na polis, política é a arte do bem-viver, é a arte da racionalidade da existência. (...) Mas a política está diluída inclusive na sua família. A política está diluída na ceia de Natal, a política está diluída na rua, nas questões de gênero. A política mata. A política vai debater também racismo, coisas que Aristóteles não debateu, até porque, ele achava que havia escravos por natureza. Então a política é mutante, a política é a arte de gerir o bem comum. Ela tem que ser inclusiva. E ela nasceu na Grécia mas, hoje, o que nós queremos é uma política mais inclusiva, que não passe só pelos políticos, mas fale também de ONGs, de militantes, fale de bem-estar das pessoas, em um país dominantemente negro, brutalmente desigual, e absolutamente violento neste momento da política”

No programa seguinte, Heloisa StarlingLuis Lobianco e BNegão debatem sobre “Como se faz um país?”. O terceiro episódio tem o título “Ideólogo é você” e os convidados são Sérgio RodriguesMarcelo Adnet. Com Pedro Bial e Djamila Ribeiro, na quarta semana, ela explica o que são “Os três poderes”. No quinto programa, o tema é “Tecnologia ajuda ou atrapalha a política?”, e os convidados são Francisco Brito CruzSupla e Samantha Schmutz. “As dores e as delícias da democracia” é o que pauta o sexto episódio, em que Mônica recebe Lilia SchwarczElisa Lucinda e AD Junior. Na semana seguinte, ela tenta responder à pergunta “Partido político - Um mal necessário?”, com Celso Rocha De Barros, Xico Sá e Jup do Bairro.

Na segunda metade da temporada, Mônica discute “Eleição, o caos que vale a pena” com Jairo NicolauFalcão e Maeve Jinkings; “Impostos: por que pagamos?”, com Bernard Appy, João Marcello Bôscoli e Mauro Silva; e “Cada um por si ou o estado por todos?”, com Samuel Pessoa e Cláudio Manoel. Na semana seguinte, a apresentadora conversa sobre “Religião e política: misturar ou não?” com Dr. Hédio Silva Junior e Marina Silva. O 12º tem o título “Corrupção na política” e recebe Bruno Carazza, Karine Telles e Welder Rodrigues. Para encerrar a temporada de forma otimista, Iozzi convida Hélio De La Peña e Preto Zezé a pensarem sobre “A política de que dá certo”.

"Foi um prazer enorme participar desse projeto. Numa época em que discussões sobre qualquer assunto estão tão polarizadas e vitriólicas, é muito bom poder assistir a conversas inteligentes e sensatas sobre temas dos mais relevantes. O nível dos convidados é muito alto, são pessoas com muito o que dizer e que trouxeram visões pessoais e importantes, que enriqueceram demais as discussões. Nos últimos anos, perdemos um pouco a capacidade de argumentar, certamente devido ao imediatismo das redes sociais, e acho que um programa como esse vai se destacar por não subestimar a capacidade do público de absorver diferentes visões e pontos de vista e escolher um com o qual concorde, sem necessariamente odiar o outro lado”, conta André Barcinski, diretor do programa.


Mônica Iozzi
Fez as novelas da Globo “A Dona do Pedaço” (2019) e “Alto Astral” (2014) e os longas-metragens “Turma da Monica - Laços” (Daniel Rezende, 2019), “Mulheres Alteradas” (Luis Pinheiro, 2018), “A Comédia Divina” (Toni Venturi, 2018) e “Superpai” (Pedro Amorim, 2015) e protagonizou a série “Vade Retro” (Globo, 2017). Fez a dublagem do filme “Zootopia” (Byron Howard and Rich Moore, 2016) e a leitura dramática do livro “Depois a Louca Sou Eu” no programa "Palavras em Série" (GNT, 2018). Foi repórter jornalística do "CQC" (Band, 2009/2013) e apresentadora do "Vídeo Show" (Globo, 2015/16). O contrato longo da atriz com a Globo acabou no fim de 2019 e ela preferiu ficar disponível para futuros trabalhos por obra certa. Em abril de 2022, estreia “Mar de Dentro” (Dainara Toffoli), primeiro longa dramático protagonizado por ela.


"Mar de Dentro"
Protagonizado por Mônica Iozzi, “Mar de Dentro” tem como personagem central Manuela, uma mulher independente e bem sucedida, que descobre uma gravidez não-planejada. Uma série de problemas emerge, até que a maternidade se concretiza em sua vida, e ela descobre que terá de aprender como ser mãe, mesmo sem gostar da maternidade. Exibido na Mostra Internacional de São Paulo e no festival Cine de las Americas, o filme chega aos cinemas em 7 de abril, com distribuição da Califórnia Filmes e produzido pela Muiraquitã Filmes em coprodução com a Elástica Filmes e o Telecine. Dainara Toffoli é a diretora e assina o roteiro em parceria com Elaine Teixeira.


“Fale Mais Sobre Isso, Iozzi” (2022) (13X25’)
Direção:
André Barcinski
Apresentação: Mônica Iozzi
Classificação indicativa: 12 anos
Estreia: segunda, dia 14 de março, às 21h45
Horário: segunda, às 21h45 / Alt. quinta, às 14h; sábado, às 7h30; e domingo, às 10h15

.: Scalene lança "Labirinto" e propõe reflexão em temas contemporâneos


O Scalene acaba de lançar o quinto álbum de estúdio. "Labirinto" reúne participações do rapper Edgar, de Gabriel Zander, da banda Zander, e do grupo norte-americano O’Brother.


“Mais um passo pra fora da nossa zona de conforto”
. É dessa maneira que Gustavo Bertoni, vocalista do Scalene, define o quinto  álbum de estúdio da banda. Intitulado "Labirinto", o trabalho percorre por uma narrativa que busca pelo centro e propõe uma ideia cíclica de um caminho eterno, onde toda chegada é também um ponto de partida. Temas como autoconhecimento, tecnologia e solidão fazem parte dessa jornada. O disco chega às plataformas de streaming pelo slap/Som Livre.

Para instigar a curiosidade e o imaginário de quem ouve, a banda formada por Gustavo Bertoni (vocal), Tomás Bertoni (guitarra) e Lucas Furtado (baixo) reúne 13 composições feitas entre os anos de 2019 e 2021 e cuja criação passou por momentos de dor, segundo o vocalista. “Ter que retornar pra quem você é pode ser doloroso. Muitas vezes, ficar mudando serve como uma fuga”, pontua.

As faixas desenvolvem, além da identidade roqueira da banda, assuntos tratados ao longo da sua história. "Labirinto" é visto como parte de um ciclo vivenciado pelo Scalene, imagem que remete ao ouroboros, figura mítica símbolo da evolução e da reconstrução. “Tudo que a gente vem questionando e pensando nos últimos discos tem se mostrado cada vez mais necessário de ser abordado”, pontua Tomás. “Com esse disco, a gente chegou no jardim e começou um novo labirinto”, ele conclui.

O labirinto sonoro do Scalene vem em ondas, com momentos de introspecção e de explosão, mas sempre pautado por  reflexões acerca de assuntos contemporâneos. Faixa que abre o disco, “Ouroboros” conta com participação do rapper Edgar e introduz a ideia de ciclos, que voltará a aparecer durante a audição.

Lançadas como singles, “Névoa” e “Discórdia” tratam, respectivamente, do uso de entorpecentes lisérgicos como forma de mergulho em si e do caos como possibilidade de transformação pragmática.A influência do trip hop aparece em “Sincopado”, assim como na explosiva “Febril”, primeiro single revelado de  "Labirinto" e responsável por demarcar a retomada de um som mais pesado.

“Abissal”, por sua vez, traz uma letra inspirada na tensão sexual de um primeiro encontro. “Fala sobre o medo e a tentação de adentrar na escuridão de outra pessoa e sobre a possibilidade de se conhecer melhor a partir disso”, comenta Gustavo. “Tantra”, também lançada como single, segue na temática do autoconhecimento e alcança o ponto mais contemplativo do álbum, que tem a sua introspecção mantida em “27”. 

Com a participação de Gabriel Zander, da banda Zander, importante nome do hardcore brasileiro, “1=2” traz de volta as influências de stoner rock do Scalene e entrega outras pistas de onde vieram as inspirações conceituais de "Labirinto".  “01010010 01001100” abre questionamentos sobre como os desejos são moldados por grandes corporações, algoritmos e crenças limitantes; enquanto “Revés” entra na reta final do trabalho com aplicação de uma sonoridade pop punk, porém em um contexto dark

Oscilando entre explosão e calmaria, “Fortuna” se debruça sobre a superação do rancor e traz a participação da banda norte-americana O’Brother, agregando elementos mais “sujos” do rock - em suas vertentes sludge e stoner. “Jardim” encerra o álbum e completa o ciclo iniciado em "Ouroboros". A música resgata traços da música brasileira, algo que Gustavo vê como elo entre o novo trabalho e "Respiro", lançado em 2019.

“A gente tem bebido um pouco das intenções do techno e do synth wave, mantendo elementos de brasilidade que agora são meio inevitáveis depois da experiência com o Respiro”
, ele comenta. Ao final da audição, o caminho revelado pelo Scalene se mostra complexo, revigorante, doloroso, engrandecedor e perturbador. "É como o processo de compreender a si mesmo", finaliza Gustavo.


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