sábado, 5 de março de 2022

.: Lilia Cabral e a filha Giulia Bertolli estreiam "A Lista" em São Paulo


Depois de dez anos, Lilia Cabral volta ao teatro em São Paulo na estreia nacional da peça "A Lista", ao lado da filha Giulia Bertolli, juntas no palco pela primeira vez. A montagem inédita chega aos palcos do Teatro Renaissance com dramaturgia de Gustavo Pinheiro e direção de Guilherme Piva. Foto: Pino Gomes


Emoção e humor marcam "A Lista", espetáculo que traz no elenco Lilia Cabral e sua filha Giulia Bertolli com texto de Gustavo Pinheiro e direção de Guilherme Piva. A estreia nacional acontece no sábado, 12 de março, às 20h30, no Teatro Renaissance. A temporada vai até 12 de junho com sessões aos sábados, às 20h30, e domingos, às 18h.

Na peça, Lilia interpreta Laurita, uma aposentada que, por força das circunstâncias, se vê obrigada a estabelecer contato com a vizinha, a jovem Amanda, vivida por Giulia Bertolli. O encontro das duas detona um turbilhão de sentimentos, lembranças e descobertas que marcarão suas vidas para sempre. A peça inédita que agora chega aos palcos é o resultado de um longo processo. Criada durante a pandemia, em maio de 2020, "A Lista" surgiu com o intuito de ajudar os profissionais da área teatral que ficaram sem trabalhar devido ao isolamento social, passou por algumas experimentações, e foi ganhando corpo com o passar do tempo.

A montagem fez apresentações online de um trecho do texto, conquistando mais de 170 mil espectadores. Em seguida, o espetáculo foi apresentado parcialmente para plateias reduzidas, atendendo as orientações sanitárias da época. Já em 2021, quando a vacinação avançou e as regras sanitárias permitiram, o trecho da peça foi apresentado em teatros com mais de mil pessoas, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. O que chega agora aos palcos do Teatro Renaissance é a peça na íntegra, pela primeira vez.

“Nós tivemos a oportunidade de ir experimentando. Os meses de pandemia nos permitiram esse amadurecimento do processo. Diante da resposta a esse pequeno trecho que apresentamos, constatamos que é um trabalho muito poderoso. Rapidamente o público interage e se identifica com as personagens, tal a comunicabilidade da peça e a dramaturgia clara, eficiente, sonora, divertida e emocionante. Então decidimos seguir adiante e fazer a montagem integral do texto inédito”, explica a atriz.

Para Giulia, a primeira palavra que lhe vem à cabeça quando pensa em "A Lista" é “encontro”: o encontro entre amigos de longa data que queriam trabalhar juntos, o encontro entre mãe e filha, o encontro entre gerações, o (re)encontro com o teatro e, acima de tudo, o encontro entre duas vizinhas que tem tantas coisas em comum.

“Nesses novos tempos, A Lista virou uma linda surpresa. Uma peça emocionante, surpreendente e singela, que resgata aquilo que nós seres humanos temos de mais especial: a comunicação e a empatia. Estou muito feliz de participar desse projeto, com essa equipe tão especial e, mais feliz ainda de poder, de alguma forma, estar perto do público, mais uma vez”, afirma Giulia sobre a peça, sua segunda experiência profissional no teatro.

“A peça é uma crônica do Brasil. A trama mostra um encontro de gerações, de duas mulheres com histórias, culturas e classes sociais diferentes, mas que são capazes de achar pontos de convergências em suas vidas. Agora temos a oportunidade de mostrar uma peça inédita em formato presencial”, ressalta o autor.

Guilherme Piva contou aspectos que movem o espetáculo. “O texto é uma verdadeira montanha-russa de emoções, cheio de camadas que vão do riso ao choro, da dor ao amor. É a crônica de uma época. A peça se passa em três tempos, onde iluminação e cenário realçam cada parte, passando pelo início da pandemia, uma memória da protagonista e um futuro possível. É uma alegria conduzir esse encontro de duas gerações, mãe e filha, numa comédia dramática cheia de poesia e afeto”. O diretor é amigo de longa data de Lilia, ambos trabalharam juntos em vários projetos na TV.


Ficha técnica:
Espetáculo:
"A Lista". Texto: Gustavo Pinheiro. Direção: Guilherme Piva. Elenco: Lilia Cabral e Giulia Bertolli. Cenários e figurinos: J.C. Serroni. Iluminação: Wagner Antônio. Direção de movimento: Marcia Rubin. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Fotógrafo: Pino Gomes. Programador visual: Gilmar Padrão Jr. Direção de produção: Celso Lemos.


Serviço:
Espetáculo: "A Lista". Temporada: de 12 de março a 12 de junho. Sábados, às 20h30, e domingos, às 18h. Duração: 80 minutos. Gênero: comédia dramática. Classificação etária: 12 anos. Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia). Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 - Jardim Paulista, São Paulo. Ingressos à venda em: www.olhaoingresso.com.br. Funcionamento da bilheteria: de sexta a domingo, de 14h até a hora do espetáculo.


.: "M, o Homem da Providência", de Antonio Scurati, chega às livrarias


Segundo romance da série que narra a trajetória de Mussolini mostra as consequências das leis fascistas e os bastidores do acordo selado com a Igreja.


Benito Mussolini não fumava, quase não bebia álcool, praticava esporte com regularidade e seguia uma dieta equilibrada. Apesar de todos os cuidados, a saúde do jovem presidente do Conselho italiano estava mais frágil do que nunca naquele fevereiro de 1925. O Duce do fascismo sofria com insistentes problemas digestivos, que provocavam, além de dores lancinantes, gases, prisão de ventre, crises de vômito e um hálito pestilento. 

No fundo, ele sabia as razões de tamanho desconforto: o estresse com a Grande Guerra e, principalmente, os desdobramentos do assassinato de um adversário político, o deputado socialista Giacomo Matteotti, principal ameaça para a crescente ditadura fascista. Um dos mais rumorosos crimes políticos do século, a morte de Matteotti fora encomendada por Giovanni Marinelli, então tesoureiro do Partido Fascista.

Este é o ponto de partida de "M, o Homem da Providência", aguardada sequência de "M, o Filho do Século", monumental romance sobre a ascensão de Mussolini vencedor do prêmio Strega em 2019 e publicado em 40 países. Abordando o período de 1925 a 1932, o segundo volume da série, baseada em minuciosa pesquisa histórica, mostra desde as consequências das leis fascistas que desmantelaram o Estado italiano até o aniversário de dez anos da Marcha sobre Roma, evento responsável, em grande parte, pela chegada de Mussolini e seu partido ao poder. Permeando aspectos da vida social, política e espiritual do país naquele momento, a obra aborda os anos centrais do fascismo e a importância da aliança articulada pelo ditador com a Igreja católica.

O acordo mais crucial neste sentido foi o Tratado de Latrão, assinado em 1929. Com ele, a Cidade do Vaticano tornou-se um Estado, sede da Santa Sé; o catolicismo se transformou na religião nacional da Itália; e o ensino da fé católica passou a ser obrigatório nas escolas. Por esse feito, Mussolini recebeu das mãos do papa Pio XI a Ordem da Espora de Ouro, a mais alta distinção concedida pelo Vaticano. A expressão “homem da Providência”, que dá título à edição original do livro, foi cunhada pelo alto clero ao se referir ao ditador.

Nos momentos finais dessa etapa de sua vida, quando, em 1932, Mussolini constrói o impressionante santuário dos mártires fascistas, o que seria uma homenagem ao luto passado já pressagia a dimensão da tragédia futura que desencadeará o colapso do regime fascista. Em "M, o Homem da Providência", o autor Antonio Scurati tira do esquecimento pessoas e fatos de vital importância, cruzando narrações e fontes da época de forma ousada e profundamente dramática. Você pode comprar "M, o Homem da Providência", de Antonio Scurati, neste link. 


Sobre o autor
Nascido em Nápoles em 1969, Antonio Scurati é professor de Literatura Comparada e Escrita Criativa na Universidade de Comunicação e Línguas (IULM) de Milão. É colunista do Corriere della Sera e já ganhou os principais prêmios de literatura na Itália. Estreou em 2002 com "Il Rumore Sordo della Battaglia", que ganhou os prêmios Kihlgren, Fregene e Chianciano. Em 2005, com o romance histórico Il sopravvissuto, conquistou a edição XLIII do prêmio Campiello. Com Una storia romantica, de 2007, recebeu o Mondello e, em 2015, com Il tempo migliore della nostra vita, recebeu o Viareggio e outros prêmios, como o de Seleção Campiello.

Livro: "M, o Homem da Providência"
Autor: Antonio Scurati
Tradução: Marcello Lino
Páginas: 608
Editora: Intrínseca


.: “O Tom Tá On”: Tom Cavalcante em show inédito no Teatro J. Safra


“O Tom Tá On” em somente quatro apresentações. Estreia dia 1º de abril, sexta-feira. Fotos: Rodrigo Zorzi

Tom Cavalcante, um dos maiores talentos do humor brasileiro retorna a São Paulo com o inédito “O Tom Tá On”, em quatro únicas apresentações no Teatro J. Safra. A estreia é dia 1 º de abril. E não é mentira.

O humorista carrega o raríssimo dom de captar a essência do comportamento humano de cada indivíduo e traduzi-la com absoluta riqueza de detalhes no gestual, no olhar e na reprodução da voz. Entre criações próprias e imitações, já deu vida a mais de duzentos personagens.

Neste espetáculo, Tom Cavalcante adiciona ao seu humor e talento únicos uma inédita produção em apresentações desse gênero. No palco, canta as perfeitas imitações de grandes nomes da música, faz suas observações sobre o comportamento humano, revela seu olhar atento sobre a política do país, apresenta hilariantes imitações de personalidades da televisão e encarna seus aclamados personagens originais, como o hilário João Canabrava, o velho contador de causos Sr. Venâncio ou a petulante doméstica Jarilene, entre outras surpresas.

Cada apresentação é única. Tom Cavalcante trabalha suas crônicas e piadas em cima das atualidades do Brasil e do mundo, com uma boa dose de improviso, que ele domina tão bem. “O Tom Tá On”. É chegar e se divertir”.


Serviço
Tom Cavalcante em “O Tom Tá On”
Direção:
Antonio José Rodrigues Cavalcante
Temporada: 1º, 2, 8 e 9 de abril, sextas e sábados, ás 21h
Gênero: comédia
Recomendação: 14 anos
Duração: 80 minutos

Ingressos:
Plateia Premium: 
R$ 130 (inteira)
Plateia Vip: R$ 110 (inteira)
Mezanino: R$ 80 (inteira)
Mezanino Visão Parcial: R$ 60 (inteira)

Horário de funcionamento da bilheteria
Quartas e quintas: 14h às 21h
Sextas, sábados e domingos: 14h até o horário dos espetáculos
Vendas on-line: https://www.teatrojsafra.com.br/espetaculo.html?id=371
Aceita os cartões de débito e crédito:
Amex, Dinners, Elo, Mastercard, Visa e Hipercard.
Não aceita cheques.
Telefone da bilheteria: (11) 3611-3042

Teatro J. Safra
Endereço:
Rua Josef Kryss, 318 - Barra Funda - São Paulo – SP
Telefone: (11) 3611-3042
Abertura da casa: 2 horas antes de cada horário de espetáculo, com serviço de lounge-bar no saguão do teatro.
Capacidade da casa: 627 lugares
Acessibilidade para deficiente físico
Estacionamento: Valet Service (Estacionamento próprio do Teatro) - R$ 30 


Ficha técnica
Tom Cavalcante em “O Tom Tá On”
Direção:
Antonio José Rodrigues Cavalcante
Direção de produção: Patricia Lamounier Cavalcante
Produção adm. e executiva: Regina Bueno Cardoso
Assistente de produção: Adinaldo Alfredo dos Santos
Direção técnica e cenário: Marcelo Rodrigues Coutinho
Iluminação: Mauro Monteagudo
Operação de som: Cleilson Luiz Pereira de Lima
Camareira: Fernanda E. R. Cavalcante Costa
Maquiagem: Suzane Ferreira Germano
Classificação indicativa: 14 anos
Duração do espetáculo: 80 minutos

 


.: MASP inaugura programação de 2022 com a Mostra "Volpi Popular"


Terceira de uma série de mostras individuais que o museu vem organizando desde 2016 em torno de artistas modernistas brasileiros, a exposição panorâmica conta com cerca de 100 obras de Alfredo Volpi. Na imagem, a obra 
Sem título (Madona com Menino), 1947, Têmpera sobre tela, 73 x 60 cm, Coleção Orandi Momesso, São Paulo


O MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Citi e o Ministério do Turismo apresentam, de 25 de fevereiro a 5 de junho de 2022, a mostra "Volpi Popular", que ocupa o 1o andar da instituição. Com curadoria de Tomás Toledo, curador-chefe do MASP, esta é a terceira mostra de uma série de individuais que o museu vem organizando em torno de artistas modernistas brasileiros canônicos do século 20 cuja obra emprega referências populares.

A primeira da série, "Portinari Popular", foi apresentada em 2016 e a segunda, "Tarsila Popular", em 2019, tornando-se a exposição mais visitada da história do museu. Em 2022, o MASP prepara seu espaço para receber cerca de 100 trabalhos de Alfredo Volpi que oferecem ao público um olhar panorâmico da complexa e diversa prática do artista. A mostra está organizada em sete núcleos que contemplam as diferentes temáticas de produção de Volpi: "Cenas Urbanas e Rurais", "Santas e Santos", "Retratos", "Marinhas e Temas Náuticos", "Fachadas", "Bandeirinhas, Mastros e Faixas", e "Temas Lúdicos".

A trajetória de Alfredo Volpi (Lucca, Itália, 1896 - São Paulo, Brasil, 1988) é caracterizada por uma combinação de diferentes elementos e temáticas da cultura popular com aspectos fundantes da tradição moderna, aproximando seus interesses pelo trabalho artesanal, pelo cuidado com a manufatura das tintas e telas, pelas festas populares e temas religiosos, pelo casario vernacular, assim como pelas referências do modernismo brasileiro e da história da arte europeia e sua tradição pictórica.

Nascido na Itália em uma família de origem trabalhadora, o artista emigrou ainda criança para São Paulo. No período inicial de sua produção, foi antes operário que propriamente artista e esteve em meio às movimentações políticas da década de 1920 que geraram as primeiras organizações proletárias e anarquistas, distante do circuito de vanguarda que organizou a Semana de 22.

A obra de Volpi revela referências não somente a elementos da cultura popular brasileira, mas também a uma vivência laboral marcada pelo contato profundo com técnicas manuais, paralela às vertentes modernistas e fora do eixo das capitais de Rio-São Paulo - passando por Itanhaém, litoral paulista, e Mogi das Cruzes, interior de São Paulo.

A produção inicial de Volpi é marcada pela prática autodidata que iniciou em 1911 e voltada para paisagens urbanas e rurais, ainda distante do estilo que o consagraria. Na década de 1930, Volpi começa a se aproximar de outros artistas de São Paulo, destacadamente os do Grupo Santa Helena, como Ernesto de Fiori (1884-1945) e Rossi Osir (1890-1959). Nesse período, dá também início às pinturas de santos para reprodução em retrogravuras como forma de subsistência.

Embora não o tivesse inicialmente como trabalho autoral, o tema das imagens religiosas acabou se misturando à sua produção artística, que se acentuou durante a década de 1940. “O interesse pelo popular ganhou corpo a partir da década de 1940, quando passa a realizar retratos religiosos, representações de festejos populares e das fachadas de arquitetura vernacular e colonial brasileira”, afirma Tomás Toledo, curador da exposição.


Destaca-se nesta mostra a representação de santas e santos, em que se ressalta a figura de "Maria com Jesus Menino", uma das mais frequentes nessa série de obras de Volpi. O trabalho mais antigo no núcleo dedicado ao tema é a pintura "Sem título (Madona com Menino)" (1947), uma abordagem radical de Maria e do menino Jesus negros, algo incomum na tradição pictórica dessas figuras e que, segundo Toledo, vai “contra a representação eurocêntrica e branca dos personagens do catolicismo”, algo também pouco discutido em exposições anteriores sobre a obra do artista.

A década de 1940 marca ainda o início das representações de festejos e fachadas da arquitetura vernacular e colonial brasileira, em uma imersão no interesse pelo popular. Já na década seguinte, Volpi passa a sintetizar suas composições, tornando sua figuração cada vez mais geometrizada, com padrões, formas e temas recorrentes - como as famosas bandeirinhas, mastros, faixas, fachadas e ogivas — que desenvolveu até o final da carreira.

Sua obra passa a ganhar as características formais que tanto o tornaram conhecido com sua pintura de espaços planificados, dotada de campos cromáticos bem definidos mas de contornos irregulares, marcados pelo uso sensível e sutil da cor e pela textura áspera da sua têmpera.

Nesse período, o artista se insere cada vez mais no circuito das artes, participando das primeiras bienais de São Paulo e desenvolvendo diálogos com interlocutores como Mário Pedrosa (1900-1981) - que descreveu o artista como “o mestre de sua época” - e Walter Zanini (1925-2013).

Diferentemente das discussões críticas e estéticas em voga entre os membros da vanguarda, Volpi optou por navegar pelas reflexões sobre a prática e a repetição do fazer. Para o curador da mostra, “a repetição tornou-se ainda um elemento-chave na produção do artista, tanto de modo estético - na reprodução exaustiva de certos temas, como bandeirinhas, ogivas e mastros - quanto processual, repetindo certo modo de fazer, de pintar, que se modificava de forma sutil com o transcorrer do tempo, sem perder uma identidade muito bem estabelecida”.


Catálogo
Acompanhando a mostra, será publicado o mais amplo catálogo sobre o artista num único volume, contendo ilustrações de todas as obras exibidas, textos inéditos de Adele Nelson, Antonio Brasil Jr., Aracy Amaral, Kaira Cabañas, Nathaniel Wolfson, Sônia Salzstein e Tomás Toledo, uma nota biográfica escrita por Matheus de Andrade e duas entrevistas históricas com o artista feitas por Mário Pedrosa e Walmir Ayala.

Com design de Paulo Tinoco, do Estúdio Campo, será publicado em capa dura e em duas edições separadas nas línguas portuguesa e inglesa. A distribuição internacional será realizada por Karen Marta Editorial Consultant e Distributed Art Publishers, nos Estados Unidos. R$ 185. 20% de desconto no MASP Loja, online ou física, cumulativo com o desconto do programa Amigo MASP.


Serviço
"Volpi Popular"
Até 5 de junho de 2022
MASP - Museu de arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista - São Paulo
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça grátis Qualicorp, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas. Agendamento online obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos. Ingressos: R$ 50 (entrada); R$ 25 (meia-entrada) www.masp.org.br

.: Pinacoteca de SP inaugura exposição sobre coleções reunidas por artistas


Obra "Introdução à História da Arte Brasileira 1960-1990", do artista Bruno Faria.


A Pinacoteca de São Paulo,  museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura a exposição "O Colecionador" na Pinacoteca Estação. Com curadoria de José Augusto Ribeiro, a mostra reúne obras de Bruno Faria, Jac Leirner, Mabe Bethônico, Nelson Leirner, Raphael Escobar e Thiago Honório.

A mostra é inspirada na obra Introdução à "História da Arte Brasileira 1960-1990", do artista Bruno Faria, instalação com 168 discos de vinil, cujas capas foram desenhadas por artistas visuais como Hélio Oiticica, Regina Vater, Guto Lacaz, Alex Flemming, pertencente ao acervo do museu. A partir dessa ideia de uma coleção reunida por um artista, a exposição irá explorar outros trabalhos do acervo da Pinacoteca que partam desse mesmo princípio, refletindo sobre a apropriação e ressignificação de objetos pela prática artística contemporânea. A entrada na Pinacoteca Estação é gratuita. Reservas de ingressos podem ser feitas no site do museu.


Últimos dias
Celebrando os 35 anos de carreira de Rosângela Rennó (Belo Horizonte, 1962), a mostra "Pequena Ecologia da Imagem", com curadoria de Ana Maria Maia, pode ser visitada até a próxioma segunda-feira, dia 7 de março. A mostra reúne os principais argumentos que Rennó desenvolveu em torno da “fotografia expandida”, aquela que extrapola a criação de imagens autorais e inclui seus processos técnicos e sociais. Além de obras que pontuam toda essa trajetória, poderão ser vistos trabalhos inéditos, fruto de um projeto comissionado pela Pina. 

O ineditismo no Brasil fica por conta da instalação "Eaux des Colonies" (2021), resultado da residência artística de Rennó em Colônia, na Alemanha, e a série "Seres Notáveis do Mundo" (2014-2021), produzida em Las Palmas, Espanha. Ainda faz parte da seleção, a videoinstalação "Terra de José Ninguém" (2021), que foi comissionada pela Pinacoteca de São Paulo para esta exposição.

 
Serviço:
"O Colecionador"
Curadoria:
José Augusto Ribeiro
Pinacoteca Estação, 2° andar
Até 15 de agosto de 2022


"Pequena Ecologia da Imagem"
Mostra panorâmica da artista Rosângela Rennó
Curadoria: Ana Maria Maia
Pinacoteca Estação, 4° andar
Até 7 de março de 2022


Pinacoteca Estação
Largo General Osório, 66 - Santa Ifigênia
Ingressos gratuitos, com reserva pelo site da Pinacoteca.

sexta-feira, 4 de março de 2022

.: Eric Gales mostra blues de qualidade no CD "The Crown"


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

O guitarrista Eric Gales resolveu sair de um hiato musical lançando um disco com temática no blues rock mesclada com outras influências dos anos 60 e 70. Com produção de Bonamassa e de Josh Smith, o disco "The Crown" mostra Gales em excelente forma.

Bonamassa concordou em produzir o álbum numa tentativa de mostrar os talentos e colocar Gales de volta ao posto que ele pertence. O divertido video da canção "I Want My Crown" mostra a dupla "pegando em armas" em um duelo de guitarras simulado em um ringue de boxe. Bonamassa com sua Fender Stratocaster e Gales com sua Magneto Sonnet.

E as 16 faixas do disco mostram que Gales conseguiu atingir o seu objetivo. Na verdade, embora sua base seja o blues, também se nota traços do rock, gospel, soul e funk em sua produção, proporcionando uma mescla musical irresistível para quem curte o estilo.

Além de apresentar os talentos de Gales como guitarrista e cantor, o álbum também destaca suas habilidades de composição. Ele co-escreveu todas as faixas com os produtores Bonamassa e Josh Smith, além de Tom Hambridge, James House, Keb' Mo' e LaDonna Gales, que também contribuíram para uma jornada musical que Gales descreve como sendo “muito emocionante para todos os envolvidos”. Todas as faixas do disco merecem ser destacadas e conferidas. E esperamos que Eric Gales continue com essa mesma pegada no blues rock no seu próximo lançamento.


"I Want My Crown"

"Death Of Me"

"I Found Her"

.: Entrevista: Heloisa Périssé, a Coxinha desmascarada do "The Masked Singer"


"A Coxinha tinha um mood de 'Pequena Miss Sunshine', porque ela não tinha ginga nenhuma, mas se esforçava para acompanhar o balé (risos)", diverte-se a atriz e humorista Heloísa Perrissé na primeira entrevista após deixar o reality show. Foto: 
Globo/Maurício Fidalgo

Com muita emoção, a Coxinha foi a desmascarada do último domingo, dia 27 de fevereiro, no "The Masked Singer Brasil". A atriz e comediante Heloisa Périssé deu vida à fantasia que encantou o público e os jurados cantando hits como “Ragatanga”, da banda Rouge, e “Garota Nacional”, da banda Skank. "Foi uma surpresa muito grande receber o convite para o programa, ainda mais como Coxinha. E foi muito legal participar. Eu quero ir de Coxinha a Dercy, a Monalisa, a Tati. Sou uma pessoa determinada a fazer tudo o que me deixa feliz", conta. 

"The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil, baseado no formato sul-coreano criado pela Mun Hwa Broadcasting Corp, tem supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). O reality vai ao ar no domingo, após "The Voice+".

Conta um pouco da experiência de participar do "The Masked Singer Brasil"?
Heloisa Périssé - 
Foi uma surpresa muito grande receber o convite para o programa, ainda mais como Coxinha. E foi muito legal participar. Eu quero ir de Coxinha a Dercy (Gonçalves, papel que interpretou em minissérie da Globo), a Monalisa (de "Avenida Brasil"), a Tati (da "Escolinha do Professor Raimundo"). Sou uma pessoa determinada a fazer tudo o que me deixa feliz.
 

Como foi se apresentar vestida de Coxinha?
Heloisa Périssé - 
Foi muito bom! Era muito divertido ver todo mundo ali e não ser reconhecida, quase uma capa da invisibilidade. A Coxinha tinha um mood de "Pequena Miss Sunshine", porque ela não tinha ginga nenhuma, mas se esforçava para acompanhar o balé (risos).
 

Logo no primeiro programa, o Edu acertou o seu nome, e as redes sociais também especulavam bastante. Como foi isso para você?
Heloisa Périssé - 
Quando o Edu falou meu nome, fiquei com taquicardia (risos). Embora eu soubesse que seria uma presa fácil já que a minha voz é muito característica - eu nunca pude passar trote na minha vida (risos). Na internet todo mundo já falava que era eu, mas eu ficava disfarçando e falando: "Nossa, quem será a pessoa que tem o timbre de voz tão parecido com o meu assim? Que loucura!"
 

Como foi ser desmascarada e ver a reação do público?
Heloisa Périssé - Esse momento foi maravilhoso, apesar dos jurados já estarem com a desconfiança de que era eu, foi muito bom receber o carinho deles. Foi legal cantar e conhecer todos os bastidores, a produção foi maravilhosa e a recepção dos jurados também.

.: Reestreia de "Louca para Amar" faz Luiza Tomé brilhar outra vez em SP


Espetáculo protagonizado pela atriz tem participação do maestro Miguel Briamonte e direção de Rogério Fabiano. A reestreia será dia 6 de março, no Teatro D. Fotos: Glauber Dias


Após uma temporada de sucesso no Teatro Renaissance, o espetáculo "Louca para Amar", protagonizado pela atriz Luiza Tomé, com participação do maestro Miguel Briamonte e direção de Rogério Fabiano reestreia dia 6 de março no Teatro D. A peça, um texto inédito de Claudia Tajes, é inspirada no best-seller "Louca por Homem", também de sua autoria. Esse é o primeiro solo de Luiza Tomé em mais 43 anos de carreira, que ainda está como produtora do espetáculo. 

"Louca para Amar" conta a história de Graça uma mulher que a cada nova paixão surge com uma nova personalidade. Com um namorado, virou especialista em sexo tântrico; com outro, se despiu dos bens materiais; com outro, conheceu o misticismo; também virou fumante, judia ortodoxa, obsessiva por limpeza, nacionalista, boêmia, esportista, às vezes até acumulando mais de uma personalidade. Independente de com quem quer que seja, amores, amigos, família, por conta de sua ansiedade para ser amada, Graça passa a incorporar os desejos, os gostos, as características e os enganos dos outros.  

Graça mostra os bastidores das paixões arrebatadoras pelos olhos de uma mulher que é uma verdadeira camaleoa, além de trocar de personalidade como quem troca de roupa, Graça nunca está 100% satisfeita com sua escolha e comete uma gafe atrás da outra na tentativa de conquistar alguém. Solteiras, casadas, enroladas, todas as mulheres vão se identificar com as estripulias de Graça - baseadas nas loucuras das que já se apaixonaram pelo menos uma vez na vida. Uma jornada para descobrir que a melhor relação que ela precisa ter na vida é com ela mesma. 

A peça conta com uma trilha sonora sofisticada, composta especialmente e executada ao vivo pelo maestro Miguel Briamonte, em participação especial. O destaque da trilha são os ritmos alegres e intensos, entre temas românticos e músicas incidentais. 


Ficha técnica
Espetáculo:
"Louca para Amar"
Texto: Cláudia Tajes
Direção: Rogério Fabiano
Direção de produção: Gerardo Franco
Elenco: Luiza Tomé
Cenografia e iluminação: Rogério Fabiano
Figurinos: Luiza Tomé                           
Trilha sonora: Miguel Briamonte
Fotos: Glauber Dias
Visagismo: Ramon de Souza
Diretor de palco: Luiggi Facchini
Assessoria de imprensa: Fabio Camara
Leis de incentivo e prestação de contas: Márcia Amaral
Administração geral e coordenação de projeto: Gerardo Franco
Produtores associados: Gerardo Franco, Luiza Tomé e Rogério Fabiano 

Serviço:
Espetáculo: "Louca para Amar"
Local: Teatro D (Rua João Cachoeira 889, - Itaim Bibi), 350 lugares. Com acessibilidade para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
De 6 a 27 de março. Domingos, às 18h.
Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Informações: (11) 3079-0451
Duração: 60 minutos
Classificação: 12 anos 


.: Entrevista: Daniela Escobar fala de Maysa, vilã de "O Clone"

"Os mexicanos, brasileiros e russos são os que mais se manifestam. Amam a novela e a minha Maysa. As manifestações dos russos são impressionantes. A novela passa na Rússia, sem parar, esses 20 anos!", afirma Daniela Escobar. A atriz fala sobre o impacto de "O Clone" em sua vida: "As abordagens nunca pararam". Em entrevista, ela fala sobre um dos trabalhos mais marcantes da carreira de atriz, em exibição no "Vale a Pena Ver de Novo". Foto: Rede Globo


Atualmente morando nos Estados Unidos e com a vida profissional voltada para a área da saúde, Daniela Escobar conta que o trabalho em "O Clone" segue presente em sua vida até hoje. São constantes as abordagens do público sobre sua personagem, Maysa, esposa de Lucas (Murilo Benício) e mãe de Mel (Débora Falabella). 

"As abordagens nunca pararam, desde a primeira exibição. Mesmo aqui nos Estados Unidos, onde a trama foi exibida e reprisada quatro vezes já. Os mexicanos, brasileiros e russos são os que mais se manifestam. Amam a novela e a minha Maysa. As manifestações dos russos são impressionantes. A novela passa na Rússia, sem parar, esses vinte anos! Agora com as mídias sociais são diários os comentários, os envios de fotos e cenas minhas por eles. Recebo mil elogios e um carinho contínuo", comenta Daniela.     

Exibida no "Vale a Pena Ver de Novo", "O Clone" é escrita por Gloria Perez, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, direção geral de Mário Márcio Bandarra e Marcos Schechtmann, e direção de Teresa Lampreia e Marcelo Travesso. Além do sucesso da trama e de sua personagem, o que mais marcou Daniela ao atuar em "O Clone" foi a oportunidade de fazer parte da campanha antidrogas promovida pela novela. "Tivemos um workshop longo com uma série de palestras com dependentes químicos - alguns já estavam livres do vício - e seus familiares nos contando as consequências na relação familiar. O quanto famílias inteiras são destruídas em função da maldita droga", relembra. Em entrevista, Daniela Escobar  recorda um pouco mais sobre o trabalho.

"O Clone" é um de seus trabalhos mais marcantes na carreira na TV. De que forma a novela impactou sua trajetória profissional?
Daniela Escobar - 
Meu trabalho foi reconhecido em toda a América Latina e até na Rússia. Isso me abriu muitas oportunidades de trabalho.


Até hoje o público fala desse trabalho com você? 
Daniela Escobar - Sim, até hoje. E com muito carinho.


Como são essas abordagens? 
Daniela Escobar - As abordagens nunca pararam, desde a primeira exibição. Mesmo aqui nos Estados Unidos, onde a trama foi exibida e reprisada quatro vezes já. Os mexicanos, brasileiros e russos são os que mais se manifestam. Amam a novela e a minha Maysa. As manifestações dos russos são impressionantes. A novela passa na Rússia, sem parar, esses 20 anos!


Com a reprise, os comentários aumentaram?
Daniela Escobar - Agora com as mídias sociais são diários os comentários, os envios de fotos e cenas minhas por eles. Recebo mil elogios e um carinho contínuo.

Como eram os bastidores das gravações e a relação com o elenco?
Daniela Escobar - A minha relação com a maioria do elenco era ótima. Admirava muitos dos atores desde criança. Dividir a cena com Juca de Oliveira, Nívea Maria, Reginaldo Faria, Neusa Borges, Vera Fischer, Osmar Prado e Beth Goulart, entre outros, era um prazer enorme para mim. Lembranças boas que carrego para a vida toda.


Você chegou a estudar sobre dependência química em função do drama vivido com a filha Mel?
Daniela Escobar - Sim, tivemos um workshop longo com uma série de palestras com dependentes químicos - alguns já estavam livres do vício - e seus familiares nos contando as consequências na relação familiar. O quanto famílias inteiras são destruídas em função da maldita droga.

Como descreve a relação da Maysa com a filha?
Daniela Escobar - Ela vive uma relação de passar adiante o que se esperava dela como mãe. O educar é de acordo com as expectativas da sociedade e, principalmente, das aparências. Maysa não enxerga a filha de verdade, em seu ponto de vista, a Mel deve se vestir de uma determinada maneira, se comportar de uma determinada maneira, se relacionar com determinadas pessoas, evitar se relacionar com determinadas outras, e sempre de acordo com a posição socioeconômica dos envolvidos. O que gera numa menina que já não tinha muita autoestima os pesados e traumáticos conflitos que são mostrados ao longo da trama.


E com o Lucas?
Daniela Escobar - É uma relação baseada em mentiras do início ao fim. Lucas a engana e ela se permite enganar. Recria e alimenta suas próprias ilusões. Tudo em nome das aparências. Uma perda de tempo e de vida de dar pena.

Qual foi o maior desafio desse trabalho?
Daniela Escobar - O maior desafio mesmo foi conciliar gravações de segunda a sábado o dia todo, tendo só o domingo para estudar o texto da semana seguinte, com dar a devida atenção ao meu filho que só tinha três anos na época.

Você está assistindo novamente a trama? 
Daniela Escobar - Não estou assistindo tudo porque não tenho o canal em casa aqui nos Estados Unidos, mas recebo cenas diariamente pelas mídias sociais e quando revejo a autocrítica acontece sim.


É muito autocrítica ao rever um trabalho antigo?
Daniela Escobar - Sempre penso que poderia ter feito de um outro jeito, que poderia ter afinado melhor. O que tem acontecido bastante é eu me surpreender com certas cenas, por eu absolutamente não lembrar de sequer as ter feito. Foi um volume de trabalho grande e muitas cenas é como se eu as estivesse assistindo pela primeira vez como espectadora mesmo.

Quais são seus projetos atuais?
Daniela Escobar - Estou finalizando dois cursos de medicina preventiva. Em um deles estudo prevenção baseada na medicina ayurveda e o outro na nutrição. Recentemente comecei mais um curso sobre os efeitos do aquecimento global na nossa saúde. Meus projetos do momento são todos ligados à área da saúde. 


.: "Pantanal": Joventino, o rei das comitivas e legado para José Leôncio

Mais que terras, Joventino deixa um verdadeiro legado para José Leôncio. Foto: Rede Globo/Divulgação

É tangendo boiadas pelos sertões desse país que o peão e ponteiro de comitiva Joventino (Irandhir Santos) faz seu nome. Por onde quer que passe, é tido como o maior entre todos os peões. E não espera outro futuro para seu filho José Leôncio (Drico Alves/ Renato Góes/ Marcos Palmeira). Desde menino, Zé recebe do pai todas as lições que aprendeu na lida, seja com o gado, seja com a vida. Joventino é um pai amoroso e carinhoso, um homem justo e honesto. É com a rara maestria que assume seu papel de peão que ele encara a função de pai.

Quando seu fiel amigo e parceiro de comitiva Ceci (Paulo Gorgulho, em participação especial) começa a dar sinal de cansaço, Joventino se preocupa e questiona se não está na hora dele descansar. Ceci provoca Joventino com um desafio prazeroso: diz que só vai apear, como consta no vocabulário das estradas de terra desse país, quando o amigo encontrar uma pessoa à sua altura para o substituir. E complementa: de todos os peões que conhece, somente José Leôncio é um candidato possível. O que já estava nos planos de Joventino vira uma questão de honra e de amizade, para dar o descanso merecido ao amigo e o futuro desejado ao filho. Joventino não mede esforços para fazer de Zé o melhor de todos os peões que conhece.

Criado no lombo do cavalo de seu pai, cortando em comitiva os interiores deste país, Zé Leôncio conhece a vida e é talhado para ela em meio à peonada, simples e bronca, apartado de uma figura feminina desde a morte muito precoce da mãe. O que a vida furta a ele em carinhos, o pai compensa em valores. 

Para Renato Góes, que interpreta o peão na primeira fase da nova versão de "Pantanal", muito mais que um homem de valores, Zé Leôncio é profundo e complexo. E é justamente essa característica que o ator considera mais interessante no personagem. “Ele é um cara muito reto, muito honesto, e que tem um senso de justiça dentro das coisas que ele acredita. Mas também é um cara que se passa no tratamento, nas ameaças, na grosseria. Por outro lado, ele tem uma honestidade e retidão que são muito admiráveis. O que mais me atrai no Zé Leôncio são os defeitos que tem, o fato de não fugir deles, de encará-los”, comenta Renato.

Após pai e filho andarem por muitas estradas desse país tocando sua comitiva com louvor, Joventino resolve apear no pantanal. Compra terras onde quer começar uma criação de gado com tudo à sua maneira. Joventino quer ver a vida caminhar no passo da natureza, não dos homens. E, como bom peão que é, não tem pressa. Sabe que, mais importante que o destino, é a jornada.

Por isso, no pantanal, entende que boi selvagem não se pega no laço e sim no feitiço. E começa uma saga para reunir bois alongados, como chamam aqueles bois bravos, de grande porte, sem a técnica tradicional que acompanha sua comitiva há tantos e tantos anos. É nessa busca que Joventino se perde - ou se encontra, a depender do ponto de vista - e desaparece na mata, sem deixar nenhum vestígio. 

Após o desaparecimento do pai, José Leôncio carrega essa dor em ferida aberta a vida inteira. E ao se tornar pai, passa a carregar, além de suas amarguras, a frustração de nunca ter sido para o filho o que o velho Joventino foi para ele. Apesar das dores, ficam também – principalmente – as lições, e o público acompanha mais uma vez as provações que o peão e fazendeiro passa até entender a mensagem que o desaparecimento de seu pai traz ainda nos primeiros capítulos da obra.

"Pantanal" é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

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