domingo, 31 de outubro de 2021

.: Com "Volta", Projota fala sobre participação desastrada no "BBB21"


Cantor e compositor, Projota retorna à cena musical com o primeiro single inédito de 2021, “Volta”, que acaba de ser lançada, faixa escolhida para iniciar os trabalhos de seu novo álbum que, ainda este ano, também ganha as todas as plataformas digitais. Ouça e baixe aqui: https://umusicbrazil.lnk.to/ProjotaVolta 

Com muitas referências à 21ª edição do reality show "Big Brother Brasil" e com a participação de seu amigo no programa, Arthur Picoli, o audiovisual mostra e fala sobre como o mundo das redes sociais, inclusive o cancelamento, é refletido ao público e encarado pelos mesmos. “Essa música é como colocar alguns pingos nos ‘is’ sobre tudo o que aconteceu comigo esse ano e colocar o último ‘pingo’, que é o ponto final dessa história”, declara Projota.

“Volta” é uma resposta ao público e aponta sua direção, pois traz à tona uma nova fase da vida do artista depois de ter passado por um reality show e de ter tido uma grande perda familiar, sua avó materna, Lourdes. O cantor pinça suas experiências para compor suas canções. Em “Volta”, ele deixa explícito algo que antes ele acreditava que não estava tão evidente para as pessoas. “Sinto eu sempre pude abrir diálogos com meus fãs por meio da minha música, sempre expus muitas de minhas fraquezas, mas sinto que isso foi algo que não ficou tão claro. Acho que esse novo trabalho vem pra que eu possa me abrir um pouco mais sobre isso”, pontua o artista.

No clipe, dirigido por Rafael Carvalho, do Studio Curva, que tem direção de arte de Arthur Carratu e direção de fotografia de Rui Mendes, Projota passeia por vários cenários, imerso numa realidade fictícia esperando a hora de acordar e escapar desse lugar e se reconectar com o que há de melhor em sua essência.

O vídeo traz ainda um punhado de referências muito familiares, seja a inspiração em obras cinematográficas como os filmes “O Show de Truman” e “Matrix” e a série “Black Mirror”, na presença dos “dummies” (personagens do "Big Brother Brasil"), na cozinha em alusão à xepa, o amigo de confinamento Arthur Picoli e muito mais. “Tanto o clipe como a letra são absolutamente biográficos, bastante claros, retos e literais. Além de muito visceral, ‘Volta’ contém algumas dores que eu precisava por pra fora, mas também o relato de alguém que passou pelo olho do furacão, mas está bem e segue atrás de seus sonhos”, finaliza o rapper.

"Volta" - Projota (videoclipe)


sábado, 30 de outubro de 2021

.: Crítica: "Round 6" taca fogo com "Batatinha frita 1, 2, 3"


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em outubro de 2021


"Round 6", série da Netflix, estreia com o episódio "Batatinha frita 1, 2, 3". Logo, conhecemos a história de vida calamitosa de Seong. Homem que vive com a mãe, de quem, na cara-de-pau, desvia certo valor da conta bancária dela para apostar em corrida de cavalos, embora seja pai. Aliás, é essa a condição que o leva a tentar resgatar uma surpresa numa máquina de pegar brindes.

Separado, ele descobre que a ex-mulher com o atual marido irão embora do país e, claro, irã levar a filhinha dele junto. Sem dinheiro, sem filha, sem rumo, Seong é encurralado num banheiro público com direito a socos e tapas em nome da cobrança de uma dívida. Que situação, né?! Pois como sempre é possível piorar o que está ruim, a vida de Seong não foge nada dessa máxima.

Eis que no metrô, ele é abordado por um homem de terno que carrega uma maleta com dinheiro. Seduzido pela conversa, entra num jogo infantil. Caso ganhe, leva uma grana, do contrário ele pagará. Como não tem um tostão furado, o pagamento de Seong, ali, no metrô, ambiente público é o de dar a cara a tapa. Toma boas lapadas até que vence o jogo. Assim, a tentação o abocanha de vez: o homem lhe dá um cartão para entrar numa brincadeira que lhe renderá muito mais dinheiro.

É assim que refletimos sobre a que ponto nos submetemos no trabalho para sobreviver. Claro que muitos patrões não estapeam seus funcionários descaradamente. Somente o fazem diariamente usando de subterfúgios para manter "seus serviçais" aguardando dispostos a iniciar um escalda pés, por exemplo. 


De olho em mais grana, Seong aceita fazer parte da atividade, sendo, então, raptado. Num galpão com camas empilhadas, tal qual um dormitório, ele percebe ser o último jogador a fazer parte do que está prestes a iniciar. Contudo, aos poucos novos personagens vão se destacando no grupo de pessoas selecionadas. Afinal, todos ali estão com dificuldades financeiras e miram o grande prêmio.

Eis que o jogo começa com a brincadeira inocente: "batatinha frita 1, 2, 3". A forma que os participantes são eliminados ganha proporções inesperadas, ou melhor, saem do jogo tendo a eliminação realizada ao pé da letra. Nova relação com a vida?! Sim! Quantos patrões eliminam seus trabalhadores a ponto de secá-los, deixando-os sem nada. Não é mesmo?!


"Round 6" não é somente uma seriado que usa a ficção para tratar temas tão importantes, além de destacar bastante a desigualdade social. A série coreana não retrata a desigualdade social de modo superficial, aprofunda e interliga a narrativa a ponto de destacar o que distancia um milionário de um miserável, que são falta de emprego, excesso de endividamento e a sedução à criminalidade dos marginalizados.

E fica uma dúvida: a série da Netflix bebe da fonte de sucessos cinematográficos como "Jogos Mortais" ou "Jogos Vorazes"?! Nem tanto, talvez, só um pouquinho. "Round 6" é profunda e provoca a refletir a respeito do que estamos fazendo com nossas vidas diante de humanos sem humanidade. 


Seriado: Round 6

Primeiro episódio: 17 de setembro de 2021

Criador: Hwang Dong-hyuk

Compositor: Jung Jae-il

Emissora original: Netflix


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

.: O processo de "O Processo", de Franz Kafka, em edição especial da Antofágica


"O Processo"
, a obra-prima de Franz Kafka está de volta às livrarias na Amazon em nova edição com ilustrações labirínticas de Lourenço Mutarelli e apresentação de Noemi Jaffe Josef K. está detido pela justiça – mas não sabe o porquê. Desde a manhã em que os oficiais apareceram em seu apartamento com essa notícia, K. apela a escriturários, advogados, secretárias, funcionários do tribunal e até a artistas para entender o motivo pelo qual está sendo processado.

Este romance póstumo de Franz Kafka, publicado pela primeira vez em 1925, é uma sagaz crítica da claustrofóbica burocracia estatal e da falta de autonomia no mundo moderno. A edição da Antofágica tem ilustrações de Lourenço Mutarelli tão misteriosas quanto o processo de Josef K.: elas foram dobradas e recortadas durante a montagem do livro, restando ao leitor investigá-las para unir os fragmentos. Conta também com tradução de Petê Rissatti e, apresentação da premiada escritora Noemi Jaffe Josef K. e posfácios de Gabriel Alonso Guimarães, (doutor em Literatura Comparada pela UFF), assina um texto de apoio em que esclarece o modo como a edição incorpora os trechos riscados pelo autor.

Adilson José Moreira, (doutor em Direito Constitucional pela UFMG,) tece uma análise jurídica do livro, apontando como o racismo estrutural submete pessoas negras no Brasil a processos verdadeiramente kafkianos, e Noemi Moritz Kon, (doutora em Psicologia Social pela USP), investiga a trama do ponto de vista da psicanálise. Extra: ao escanear o QR Code presente na cinta do livro, você tem acesso a duas aulas do pesquisador Tomaz Amorim, uma para antes da leitura e outra para após a leitura.

A parceria criativa com o Lourenço Mutarelli interpretando Kafka é uma das pedras fundamentais da editora Antofágica. A liberdade artística que ele trouxe ao primeiro livro, "A Metamorfose", desenhando 100 artes de Gregor se metamorfoseando em um inseto monstruoso, e isso se distribuir na edição durante a história, possibilitou um conceito diferente de relação entre arte e texto, em que um não está submisso a outro. De certa forma, criando uma experiência diferente para que o leitor crie suas próprias conexões e eventuais hierarquias entre arte, texto e design.

Em "O Processo", a editora busca revisitar e desdobrar esse sentimento. Se em "A Metamorfose" havia o contraste do desespero de Gregor preso em sua forma de inseto desde o começo do texto, com a transformação visual ocorrendo paralelamente nas artes, nesta edição texto e arte convergem para passar uma sensação de estranheza e de vertigem. 

Assim como Josef K., o leitor está perdido, sem acesso às artes originais, que se entrelaçaram de forma confusa e labiríntica com o também inacabado texto do autor. Ter usado o próprio processo gráfico de dobra dos cadernos para definir essa divisão e confusão realça para mim o lado burocrático e da máquina como algo divino e coletivo que tira, inclusive dos criadores, o controle do resultado do que temos em mãos. Você pode comprar o livro neste link.


.: "Eternos": Curiosidades sobre novo filme Marvel. Se liga!

Com estreia marcada para 04 de novembro nos cinemas brasileiros, a produção é dirigida por Chloé Zhao e apresenta os novos super-heróis da Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel


"Eternos", o novo filme da Marvel Studios, chega aos cinemas brasileiros em 04 de novembro e conta a história do novo grupo de super-heróis. Após os eventos de "Vingadores: Ultimato", o Universo Cinematográfico da Marvel será mais uma vez redefinido com a introdução desse grupo de defensores secretos, que protegem a Terra desde o início da humanidade.  

O enredo se passa quando criaturas monstruosas chamadas de Deviantes, que todos achavam há muito ter sumido da história, retornam misteriosamente e os Eternos são forçados a se reunir para defender a população mundial. 

Dirigido por Chloé Zhao, Eternos conta com um elenco estrelado com nomes como: Angelina Jolie, Kit Harington, Salma Hayek, Richard Madden, Gemma Chan, Kumail Nanjiani, entre outros. O longa é considerado um dos mais ambiciosos da Marvel Studios e foi um dos mais demorados para ser gravado, levando 82 dias. Confira outras curiosidades sobre:

- A primeira vez que os Eternos são vistos juntos em seus trajes completos de super-heróis é no topo de um penhasco com o mar quebrando atrás deles e um pôr do sol deslumbrante (foto acima). Esta cena é de quando eles aparecem na Terra pela primeira vez e foi filmado em Fuerteventura, na Espanha. O horário do pôr do sol é o favorito de Chloé para gravar cenas ao ar livre.  

- Foram criados aproximadamente seis trajes de super-heróis para cada personagem. O primeiro figurino levou cerca de cinco meses para ser desenvolvido, enquanto os outros demoraram de duas a três semanas para ficarem prontos. 

- De todo o elenco de Eternos, a transformação física mais dramática foi Kumail Nanjiani que interpreta Kingo. Ele passou por um treinamento intenso por um ano e, em um post no Instagram, o ator agradeceu aos cinco personal trainers, a nutricionista e a Marvel Studios por ter o apoiado e dados recursos para que ele mudasse o seu físico para o filme.

- Thena (Angelina Jolie) mora no deserto australiano e passa o tempo todo pintando e criando arte. Com isso, a atriz esteve muito envolvida com o departamento de arte do filme para participar da criação das artes de sua personagem. 

- Como cenário para o filme, uma enorme pirâmide asteca foi construída no Black Park Country Park na Inglaterra, o que foi uma grande surpresa para os locais que caminhavam no parque. 

- Lauren Ridloff, que interpreta Makkari e tem deficiência auditiva, criou o nome de cada um dos 10 Eternos, o nome de sua nave estelar e dos Celestiais na linguagem de sinais americana.

- No filme, o personagem Kingo (Kumail Nanjiani) é um famoso ator de Bollywood. Por isso, Nanjiani participou de um treinamento de dança por meses antes de gravar a cena com dançarinos reais indianos.

"Eternos" estreia em 04 de novembro nos cinemas.

Kumail Nanjiani como Kingo em cena de Eternos


Trailer legendado:

Trailer dublado:



.: Campanha visa garantir a segunda edição do livro Coração Americano


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Uma campanha lançada pela plataforma de financiamento coletivo Catarse visa garantir a segunda edição do livro "Coração Americano", que revela os bastidores da gravação e produção do álbum "Clube da Esquina". A obra musical atemporal de Milton Nascimento e Lô Borges que em 2022 completará 50 anos.

Organizado por Andrea Estanislau, o livro mostra a história do álbum Clube da Esquina contada por seus protagonistas, destacando Milton Nascimento como a figura central, o aglutinador que possibilitou a realização desse projeto coletivo.

Fotos raras compõem o livro e são uma espécie de volta ao tempo para os fãs. E funciona como uma descoberta mágica para as novas gerações que só ouviram falar das reuniões iniciadas na famosa esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis, no bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte.

A publicação tem ainda textos de Fernando Brant, Márcio Borges, Ronaldo Bastos, Lô Borges, Tavito, Toninho Horta, Chico Amaral, Bernardo Novais da Mata Machado e Rodrigo James. Trata-se de um documento que mostra um dos marcos da nossa música popular, com uma obra atemporal e que ainda influencia várias gerações de músicos.

Quem quiser colaborar com a campanha de financiamento pode acessar a plataforma de financiamento no endereço https://www.catarse.me/livro_coracao_americano_2a_edicao  


"Tudo o que Você Podia Ser"

"Trem Azul"

"Nada Será Como Antes"


.: "Arquiperiscópio": Oi Futuro inaugura a exposição André Severo


Com curadoria de Paulo Herkenhoff, mostra inédita apresenta, pela primeira vez, um panorama da múltipla produção do artista gaúcho, com obras que buscam referências na história da arte para falar sobre as relações humanas, a natureza e a imagem. Na foto, a obrta "Rastro" (Gustave Le Grey)


O Oi Futuro inaugura, no dia 3 de novembro, a exposição “André Severo - Arquiperiscópio”, com seis obras inéditas do artista gaúcho, compostas por mais de 150 trabalhos, e seis vídeos, que ocuparão o pátio externo, o hall e os níveis 2, 3 e 4 do centro cultural. Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a mostra apresenta um panorama da obra de André Severo, artista múltiplo que começou sua trajetória há 27 anos e realiza sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro. A exposição apresenta diferentes vertentes do trabalho do artista – instalações, desenhos, colagens, pinturas e vídeos –, que estarão reunidas pela primeira vez em uma exposição. Em comum, todas buscam referências na história da arte para falar sobre as relações humanas, a natureza e a imagem.

“A obra de André Severo é sobre a circulação da arte-imagem. Sua despojada presença em vídeos, fotografias, livros e exposições escamoteia a complexidade desse desafio. Nem sempre o público tem consciência de que se depara com uma proposta de arte e que é um alvo deste projeto. Para o artista, toda circulação cultural é uma forma de contrato social com a recepção”, diz o curador Paulo Herkenhoff, que vem planejando esta exposição há cerca de três anos.

A exposição terá obras que trazem elementos chaves da produção de André Severo, mostrando ao público um panorama de seu pensamento. “Minha produção é cíclica; a maneira como os trabalhos estão articulados no espaço, em ‘Arquiperiscópio’, traz referências da minha produção ao longo dos últimos 20 anos, ao mesmo tempo em que revelam o ponto de pensamento em que estou no momento”, diz o artista.

O nome da exposição, “Arquiperiscópio”, faz uma alusão ao objeto óptico – cujo funcionamento é baseado na associação de dois espelhos, permitindo uma visão ampliada e de longa distância – para dar conta da obra e trajetória múltipla de André Severo, que também é curador e produtor. “Entendo tudo o que faço como uma coisa só. Trabalho compulsivamente e cada trabalho é uma parte do todo, do que sou, que me ajuda a entender os processos poéticos, mas também de busca e questionamento existencial”, diz.

“Seu modelo óptico é o arquiperiscópio, com um regime polissêmico, múltiplo, errante, plurívoco, heterotópico. Iconógrafo, devorador de Cronos, Severo é onívoro. O arquiperiscópio não se prende a espelhamentos nem à geometria rasa, sendo, pois, anticaleidoscópio”, ressalta o curador Paulo Herkenhoff. “Em resumo, o artista considera arte toda e qualquer ação sua que faça no sistema de arte, como ainda a curadoria da XXX Bienal de São Paulo, como uma dimensão poética de sua própria arte, as propostas que faz aos curadores de suas mostras pessoais, a direção de instituições culturais, palestras, entre outras. Isto é seu arquiperiscópio”, ressalta.


Sobre o artista
André Severo (Porto Alegre, 1974. Vive e trabalha em Porto Alegre). Mestre em poéticas visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É artista visual, curador e produtor. Atualmente, é diretor do Farol Santander Porto Alegre.

Realizou diversos filmes e instalações audiovisuais e participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior. Em 2018, com Marília Panitz, foi o curador da exposição 100 anos de Athos Bulcão. Entre os anos de 2015 e 2017 realizou Metáfora, em parceria com Paula Krause, e Espelho, as duas primeiras partes da trilogia de exposições “El Mensajero”, concluída este ano com a exposição “Labirinto”. 

Com Luis Pérez-Oramas, foi responsável pela curadoria da representação brasileira na 55ª Bienal de Veneza, em 2013, e da XXX Bienal de São Paulo – A iminência das poéticas, em 2012, mesmo ano em que publicou o livro “Deriva de sentidos”. Em 2010, foi responsável pela curadoria da mostra Horizonte expandido, junto com Maria Helena Bernardes, com quem iniciou, em 2000, as atividades de Areal, projeto que se define como uma ação de arte deslocada, que aposta em situações transitórias capazes de desvincular a ocorrência do pensamento contemporâneo dos grandes centros urbanos e de suas instituições culturais. Publicou, entre outros, os livros “Consciência errante”, “Soma e Deriva de sentidos” e “Artes Visuais – Ensaios Brasileiros Contemporâneos” (Funarte).

Dentre suas principais premiações destacam-se o Programa Petrobrás Artes Visuais - ano 2001 -, em 2001; o Prêmio Funarte Conexões Artes Visuais, em 2007; o Projeto Arte e Patrimônio 2007, em 2007; o Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 2009, em 2009; o V Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, em 2010; o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça - 6ª Edição, em 2013; o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2014, em 2014; o XV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia 2015, em 2015; e o Prêmio Sérgio Milliet da ABCA, em 2018 pelo livro Artes Visuais – Ensaios Brasileiros Contemporâneos.


Serviço:
"André Severo - Arquiperiscópio"
Abertura: 3 de novembro de 2021
Exposição: até 16 de janeiro de 2022
Classificação etária: livre (nudez não erótica)

Centro Cultural Oi Futuro
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo
Telefone: (21) 3131-3060

De quarta a domingo, das 11h às 18h. A entrada do público se encerra às 17h Informações: www.oifuturo.org.br ou pelo telefone (21) 3131-3060
Entrada franca
Produção: Imago Escritório de Arte
Patrocínio: Oi
Apoio cultural: Oi Futuro

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

.: Livro "Retorno ao Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, é relançado


Quase trinta anos após lançar sua obra-prima e um dos monumentos da ficção científica, Aldous Huxley retorna ao seu Admirável mundo novo.

"Em 1931, enquanto eu escrevia 'Admirável Mundo Novo', estava convencido de que ainda tínhamos muito tempo. Vinte e sete anos depois, estou me sentindo bem menos otimista do que estava quando o escrevi"

A Biblioteca Azul lança "Retorno ao Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley. Nesta obra, Huxley se propõe a avaliar as previsões de sua obra original, e também a elaborar novas questões para o futuro. Logo de início, afirma que suas hipóteses se tornaram realidade muito mais rápido do que havia imaginado.

Com talento profético e imensa capacidade imaginativa, Aldous Huxley trata neste livro das ameaças à humanidade, tais como a superpopulação, a manipulação genética e psicológica, o uso de drogas prescritas como forma de controle social, e a ascensão de regimes autoritários. Compara sua distopia com a de George Orwell, de quem fora professor, e coloca lado a lado acertos e erros de ambas.

Alguns dos temas de seu "Admirável Mundo Novo" permanecem atuais e urgentes neste seu Retorno, publicado em 1958. São assuntos que ainda repercutem em nosso tempo, como o reforço positivo de comportamentos e a flexibilização da noção de verdade. E de que forma atuam as redes sociais senão como reforços de boa conduta e espaço para veiculação de mensagens falsas? Ao lançar questões para o futuro, propõe que as nações devem educar seus cidadãos para a liberdade, sob risco de caírem na mão de ditaduras.

Esta edição traz notas que contextualizam dados e informações do texto original, tradução de Fábio Fernandes, e também um posfácio escrito por Carlos Orsi, pesquisador do Instituto Questão de Ciência, que contextualiza o exercício especulativo de Huxley e também propõe debates para o nosso tempo, como a manipulação emocional da publicidade, a tecnologia a serviço do controle total, e o efeito de hipnose das redes sociais. Você pode comprar o livro neste link.

Sobre o autor:
Aldous Leonard Huxley nasceu em 26 de julho de 1894 no condado de Surrey, na Inglaterra. Pertencente a uma família de tradicionais intelectuais ingleses, estudou medicina e literatura inglesa. Viveu na Itália durante o regime fascista de Mussolini, período que viria a exercer influência sobre seus livros, e anos depois mudou-se para Hollywood a fim de trabalhar como roteirista. Em 1932, publicou "Admirável Mundo Novo" e, em 1954, narrou suas experiências com mescalina em "As Portas da Percepção", livros fundamentais para a cultura e as artes. Huxley morreu nos EUA em 22 de novembro de 1963.


Livro: "Retorno ao Admirável Mundo Novo"
Autor: Aldous Huxley
Páginas: 176
Formato: 14x21cm

.: Espetáculo “Gays, modos de amar”, com Rafael Canedo é prorrogado


Através do humor, a peça procura refletir sobre questões do universo gay – o amor, a sexualidade, os preconceitos, as alegrias e tristezas, que são compartilhadas pelo personagem como num diário íntimo. 

O personagem Dário, numa “conversa ao pé do ouvido” com o público, revela suas aventuras mais íntimas, desde o casamento feliz com um intelectual bem mais velho e a viuvez súbita, aos desvarios cometidos em nome de uma paixão que o levou a perder tudo e a escrever um livro em que  faz uma defesa radical do prazer.

Desde 04 de setembro, o público pode assistir à comédia “Gays, modos de amar”, peça pré-filmada com texto do romancista, ensaísta, editor e dramaturgo Flavio Braga (criador e diretor da revista Muito Prazer, com a escritora e psicanalista Regina Navarro Lins), direção de Glaucia Rodrigues (Cia Limite 151) e atuação de Rafael Canedo (ator constante das produções de Miguel Falabella, deu vida a Caquinho, filho de Caco Antibes no filme "Sai de Baixo"; ao comissário Camilinho, da série "Brasil a Bordo"; e a Ruço na fase jovem, personagem de Falabella na série “Pé na Cova”). 

Através do humor, a peça procura refletir sobre questões do universo gay – os preconceitos enfrentados, a busca do amor e do prazer, a auto-aceitação. 

Flavio Braga, autor do texto, conta que “A criação de ‘Gays, modos de amar’ está muito vinculada às conversas que tive com amigos, alguns deles já mortos, sobre suas trajetórias eróticas e amorosas. Seria diferente se o personagem fosse um hétero falando de experiências semelhantes? Acho que sim, os gays foram conduzidos, pela repressão sexual a comportamentos que, para muitos, ainda são classificados como antissociais. Isso está mudando e chegaremos ao padrão convencional da família gay burguesa, aceita por todos.”.

A percepção do autor reforça o sentimento da diretora: “Dirigir um texto sobre gays e liberdade é uma delícia de resistência a esses tempos tão sombrios!”, celebra Glaucia Rodrigues.

Dirigindo-se diretamente ao espectador, num depoimento confessional, o personagem expõe sua trajetória desde a descoberta da condição gay até a sua integração dentro de uma sociedade específica. Amor, sexualidade, preconceitos, alegrias e tristezas são compartilhados como num diário íntimo. O surgimento do primeiro afeto e do primeiro desejo são narrados pelo protagonista como um manual de uso, daí o título da peça. 

SINOPSE: O jovem Dário (Rafael Canedo), criado numa família tradicional da zona norte carioca, descobre-se homossexual no início da juventude. Incompreensão e pressões familiares o levam a deixar a casa materna. Ele conhece Heitor, professor universitário 30 anos mais velho. Os dois casam e Dário passa a viver uma vida feliz e confortável, mas a felicidade é interrompida pela morte súbita de seu companheiro. Seguindo uma ordem expressa em carta pelo falecido, Dário consegue retirar ações e dólares de um cofre antes de ser expulso pela ex-mulher e filhos de Heitor. Dário passa a viver uma vida desregrada. Envolve-se com prostitutos e se apaixona por um deles, Beto, que o arrebata pela beleza. A herança vai se consumindo rapidamente no sustento dessa paixão, e Beto vai embora quando o dinheiro acaba. Dário então faz uma defesa radical do prazer e resolve se prostituir para sustentar Beto. Suas qualidades intelectuais o tornam um tipo de prostituto muito especial, podendo circular em qualquer ambiente e ser apresentado às famílias sem comprometer os clientes. 

Dário resolve escrever um livro contando a sua trajetória e dando sua versão sobre a situação dos gays no mundo. A sua tese central é que somos o nosso corpo, e portanto devemos a ele nossa existência e todo o prazer e bem-estar que pudermos ter. A peça se passa quando o livro está pronto e Dário explica ao público porque resolveu escrever. 

BRASIL – INGLATERRA, UMA PEÇA FILMADA

O trabalho entre diretora e ator se deu à distância, uma vez que Rafael Canedo vive há dois anos na Inglaterra, onde todas as cenas foram filmadas.

O projeto foi aprovado no Edital de Chamada Emergencial de “Retomada CulturalRJ” do Estado do Rio de Janeiro/Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e no Edital Fomento às Artes da Prefeitura do Rio de Janeiro e do o Governo Federal, através da Lei Aldir Blanc. 


TEMPORADA ON LINE GRATUITA

Estreia: 04 de setembro 

Em cartaz: YouTube, canal GaysModosDeAmar (https://youtu.be/Vs6BlD-IUGE)

DURAÇÃO: 40 min / GÊNERO: comédia 

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos 

TEMPORADA: no ar até 30 de novembro


FICHA TÉCNICA

Ator: Rafael Canedo 

Texto: Flávio Braga 

Direção: Gláucia Rodrigues 

Cenário e Figurinos: Colmar Diniz 

Música: Cayê Milfont

Ilustração: Aliedo Kammar

Iluminação: Rogério Wiltgen 

Trilha Sonora: Wagner Campos 

Programação visual: Sydney Michelette 

Fotos: Guga Melgar 

Edição: Marcelo Serpa e Ever Santos

Mídias Sociais: Luciano Rezende e Will Vaz

Direção de Produção: Edmundo Lippi 

Realização: Rafael Canedo e Edmundo Lippi 

Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany 


FLAVIO BRAGA – autor

O paulistano Flávio Braga, que vive no Rio de Janeiro há 32 anos, é romancista, ensaísta, editor, dramaturgo, produtor e diretor de teatro e cinema. 

Alguns de seus principais trabalhos como dramaturgo são Sade em Sodoma, com direção de Ivan Sugahara; Racha, com direção de Anselmo Vasconcelos; Os Saltimbancos, texto de Chico Buarque, entre outros.

No jornalismo, a criação e direção, ao lado da escritora e psicanalista Regina Navarro Lins, da revista Muito Prazer.

Escreveu, entre outros, os livros Stalking: Uma perseguição amorosa real, Nversos; A cabeça de Hugo Chávez, romance, Record; Sob Masoch, romance, Ed. Best Seller; O olhar cingido, romance, Record; Amor a três, ficção e ensaio, com Regina Navarro Lins, Best Seller; Sade em Sodoma, romance, Best Seller; Fidelidade Obrigatória, ficção e ensaio, com Regina Navarro Lins, Best Seller, Separação, ficção e ensaio, com Regina Navarro Lins, Best Seller; O que contei a Zveiter sobre sexo, romance, Record; O sexo no casamento, ficção e ensaio, com Regina Navarro Lins, Best Seller;  O livro de Ouro do Sexo, ensaio, com Regina Navarro Lins, Ediouro.


GLAUCIA RODRIGUES - diretora 

Bacharel em artes cênicas pela UNIRIO, bailarina clássica formada pela Escola de Danças Maria Olenewa, Gláucia estreou no teatro em 1982 em Nelson Rodrigues: O Eterno Retorno, de Nelson Rodrigues, com direção de Antunes Filho, participando de festivais de Teatro em Londres e Berlim. Em 1982 atuou em Macunaíma, de Mário de Andrade, com direção de Antunes Filho, cumprindo uma excursão pela Europa, México e Ilhas Canárias, num total de nove países. Trabalhou ainda em montagens de A Comédia dos Erros e O Mercador de Veneza, ambas de William Shakespeare, com direção de Claudio Torres Gonzaga; As Armas e O Homem de Chocolate, de Bernard Shaw, com direção de Claudio Torres Gonzaga; As Malandragens de Scapino, de Molière, com direção de João Bethencourt); O Olho Azul da Falecida, de Joe Orton, com direção de Sidnei Cruz; Chico Viola, musical escrito e dirigido por Luiz Artur Nunes; A Moratória, de Jorge Andrade, com direção de Sidnei Cruz; O Avarento, Tartufo, O Sedutor, O Doente Imaginário, As Preciosas Ridículas e As Eruditas, todas de Molière, com direções de Jaqueline Laurence, João Bethencourt, Claudio Torres Gonzaga e Jose Henrique Moreira. Em 2011, comemorando os 20 anos da Cia Limite 151, protagonizou a peça Thérèse Raquin, de Émile Zola, com direção de João Fonseca. 

Dirigiu, entre outras, a peça O Casamento Suspeitoso, de Ariano Suassuna. Foi indicada aos Prêmios SHELL 2008 como atriz da peça O SANTO E A PORCA, de Ariano Suassuna, com direção de João Fonseca; Mambembe/1997 como atriz coadjuvante no espetáculo O HERÓI DO MUNDO OCIDENTAL, de John Singe, com direção de Jose Renato Pécora; Cultura Inglesa/1996 como melhor atriz no espetáculo O OLHO AZUL DA FALECIDA; Cultura Inglesa/1995 como melhor atriz no espetáculo AS ARMAS E O HOMEM DE CHOCOLATE.

Estreou na televisão na novela Pantanal, da então TV Manchete. Seguiram-se papéis nas novelas Amazônia, História de Amor, e em episódios dos seriados Você Decide, Carga Pesada e na novela Insensato Coração. 

Seu primeiro papel no cinema foi no longa-metragem Meteoro, de Diego de La Texera. Atuou ainda no longa metragem de Silvio Gonçalves Sem Controle, com direção de Cris Damato. Participou do longa-metragem Chico Xavier, com direção de Daniel Filho. 


RAFAEL CANEDO – ator

Rafael Canedo é ator formado na Escola Estadual de Teatro Martins Pena e tem atualmente 13 anos de atividades profissionais. 

Foi indicado como melhor ator no prêmio Cesgranrio de Teatro em 2014 pelo Estranho

Caso do Cachorro Morto; e como melhor ator no FITA 2012 por Porcos com Asas. Vencedor dos prêmios de melhor ator no Festival de teatro do Paraná 2012; destaque como ator na Mostra Estudantil do CCBB; Melhor ator no festival de teatro do Rio de Janeiro por A Carroça dos Desejos.

Na TV e no cinema, deu vida a Celsinho no filme português Amo-te imenso com estreia prevista para 2021; viveu Caquinho, filho de Magda e Caco Antibes no filme Sai de Baixo, de Miguel Falabella; em Brasil a Bordo, série de Miguel Falabella produzida pela Rede Globo, viveu Camilinho, um comissário de bordo gay da Piora Linhas Aéreas. No filme Chocante, de Bruno Mazzeo, viveu o personagem Tarcisio, vocalista da boyband Chocante dos anos 90. 

Em seu primeiro trabalho na Rede Globo, Rafael foi desafiado a viver Ruço na fase

jovem em Pé na Cova. O personagem foi vivido na fase adulta por Miguel Falabella, também autor da série. Participou da série da GNT As Canalhas; do filme A última festa, de Matheus Souza, rodado em Lisboa em 2019.

No teatro atuou em Fulaninha e Dona Coisa, com Nathalia Dill e Vilma Melo, direção Daniel Herz; O Estranho Caso do Cachorro morto (protagonista); direção de Moacyr Goes, com Thelmo Fernandes e Silvia Buarque; Auto da Compadecida (Chicó), direção Sidney Cruz; O Olho Azul da Falecida (Harold); sucesso do Inglês Joe Orton, direção Sidnei Cruz, com Tuca Andrada e Mario Borges, entre outros.

Como produtor, produziu o e idealizou o espetáculo Em um lugar chamado Lugar Nenhum, que teve sua estreia no Centro Cultural Banco do Brasil e viajou por diversas

cidades do estado do Rio de Janeiro, apoiado pelo SESC; e o espetáculo Dias de Chuva adaptação de crônicas de Fernando Pessoa, no Centro Cultural CESGRANRIO.




.: Christiane Torloni quebra o silêncio sobre a Jô Penteado de “A Gata Comeu”


Novela integra o projeto de resgate da dramaturgia e está disponível no Globoplay. TV Globo/Cedoc

Há 36 anos, Jô Penteado (Christiane Torloni) já vivia na novela “A Gata Comeu”, de Ivani Ribeiro, o dilema contemporâneo de encontrar o crush ideal. E não foi por falta de tentativa: a jovem bonita, rica - e um tanto mimada, diga-se,  ficou noiva nada menos que sete vezes, mas nunca se apaixonou de verdade. No entanto, uma reviravolta acontece na sua vida amorosa quando Fábio Coutinho (Nuno Leal Maia) entra em seu caminho. 

Exibida de 15 de abril a 19 de outubro de 1985, em 160 capítulos, a novela substituiu "Livre para Voar", de Walther NegrãoAlcides Nogueira, e foi substituída por "De Quina Pra Lua", de Alcides Nogueira, sendo a 30ª "novela das seis" exibida pela emissora e está disponível na íntegra no Globoplay.

Na novela de Ivani Ribeiro, após um naufrágio, Fábio e Jô vão parar em uma ilha deserta com um grupo de pessoas e ficam presos por lá durante dois meses. A convivência diária faz nascer um tumultuado romance e, ao voltarem para a casa, continuam vivendo como cão e gato, e o amor tempestuoso. Nesta entrevista, Christiane Torloni relembra esse grande sucesso da carreira.


Entre as inúmeras personagens da sua carreira, que lugar a Jô Penteado ocupa?  
Christiane Torloni - A Jô Penteado é a segunda protagonista que eu faço, a primeira foi Gina, da Janete Clair, que era mais dentro das características das mocinhas, uma típica heroína. Já a Jô  é uma anti-heroína, que é aquela personagem que traz toda humanidade que nós temos, com os nossos defeitos, nossos erros, nossos flagelos, nossas misérias, mas também com todas as nossas infinitas possibilidades de generosidade, empatia, amor. Então são personagens que abrem um espectro de identificação para o público que é maravilhoso porque nós não somos perfeitos. 


Qual a importância dela para você como atriz?

Christiane Torloni - A Jô inicia uma trajetória na minha carreira fenomenal e quando eu falo isso é porque ela é um fenômeno. Foi um sucesso na primeira vez que foi exibida e todas as vezes que foi repisada, é impressionante. A gente ficou imortalizada pela enorme humanidade que ela tem. E um outro dado importante da personagem, que aparece pela primeira vez na minha carreira, é a comédia. E isso testa um pouco o ator para essa comunicabilidade para a comédia  e aconteceu comigo. 


Alguma cena ou momento da novela te marcou especialmente?
Christiane Torloni - A novela é repleta de momentos inesquecíveis, mas um que particularmente  me toca é o  fato de em alguns momentos eu contracenar com a minha mãe. Coisa que raríssimamente voltou a acontecer. É um registro histórico e magnífico das duas em cena.


Que lembranças você traz dos bastidores de gravação? Lembra de algum momento engraçado ou que tenha te emocionado?
Christiane Torloni - Fazíamos muitas externas na Urca e o bairro nos abraçou. As pessoas abriam suas casas para fazermos trocas de roupa, ofereciam lanchinhos, fomos muito acolhidos pela comunidade. Até hoje algumas pessoas dos inúmeros fãs clubes da novela fazem um tour pelo bairro, pelos lugares onde as cenas foram gravadas.


Qual a característica da personagem que mais te chamou atenção?
Christiane Torloni - Eu sou filha de atores, fui uma das últimas caçulas da família, então convivi muito com adultos na infância, todos eram muito mais velhos que eu e eu me questionava sobre a minha comunicabilidade com crianças. Com a Jô eu estabeleci uma comunicação absolutamente direta e íntima com as crianças da novela e me surpreendeu muito. Ou seja, a novela me mostrou  a minha criança viva, foi uma revelação para mim e, a partir dali, isso apareceu em outros personagens e guardo isso comigo até hoje, na minha vida. 

 
Como você vê essa oportunidade de tantas gerações poderem revisitar essa obra e até mesmo conhece-la através do streaming?
Christiane Torloni - Poder resgatar essas obras maravilhosas e disponibilizá-las para a hora que as pessoas quiserem assisti-las é maravilhoso. Antes isso era coisa para colecionador, que arquivava essas novelas em VHS, e agora todos têm a oportunidade de ver e rever esses trabalhos. É uma forma de imortalizar essas obras. Acho uma sorte viver nesse tempo em que isso é possível, das pessoas poderem matar a saudade de Jôs, Helenas, e tantas outras personagens inesquecíveis da nossa dramaturgia. É incrível essa possibilidade do passado se tornando para sempre uma coisa do presente.  

.: Entrevista: Tony Ramos relembra sucesso de "Mulheres Apaixonadas"


Um dos grandes sucessos do autor Manoel Carlos, “Mulheres Apaixonadas”, completa 19 anos de estreia. Foto: TV Globo / Renato Rocha Miranda

Exibida pela primeira vez na TV Globo de 17 de fevereiro a 11 de outubro de 2003, em 203 capítulos, substituindo "Esperança", de Benedito Ruy Barbosa, e sendo substituída por "Celebridade", de Gilberto Braga, a novela “Mulheres Apaixonadas”, de Manoel Carlos, é uma crônica do cotidiano que tem como temática principal o amor.

A personagem principal, Helena, protagonizada por Christiane Torloni, mora no bairro nobre do Leblon, e é casada com o saxofonista Téo (Tony Ramos), que esconde um segredo: no passado, teve uma filha com Fernanda (Vanessa Gerbelli). Ele e Helena adotam o menino, sem que ela saiba da verdade.

Paralelamente, inúmeras histórias vão se desenvolvendo e temas contemporâneos vão surgindo como alcoolismo, violência contra mulher, ciúmes doentio, entre tantos outros. Na entrevista a seguir, Tony Ramos fala sobre o sucesso da novela e conta passagens memoráveis durante as gravações da obra e de seu personagem, Téo. 


Hoje em dia, com as novelas disponíveis no streaming, muitas pessoas estão maratonando, assim como as séries, esses conteúdos. O que você acha dessa nova forma das pessoas assistirem novelas?
Tony Ramos -
As novelas contam um pouco da história brasileira e estabelece uma cumplicidade muito forte com o nosso público. O fato de termos novelas no streaming é fascinante e acho ótima essa nova opção de consumir esses conteúdos, onde as pessoas podem escolher um capítulo, uma cena, ou reverem a seu tempo a novela inteira.  


“Mulheres Apaixonadas” é um sucesso atemporal, em todas as vezes que é exibida. Na sua opinião, o que faz dela uma novela tão querida pelo público?
Tony Ramos - 
A história é muito forte, é uma novela muito boa, que gera identificação imediata por tratar de assuntos como família, ganância, ciúmes e relapso com a vida pessoal de algumas personagens. O próprio Téo é um homem rico, muito amoroso e simpático, mas ao mesmo tempo um tanto autocentrado. Ele tinha a contradição de um homem de caráter muito agradável, mas que, ao mesmo tempo, tendia a achar que ajudando financeiramente as pessoas que precisam de sua ajuda, já resolvia o problema. Isso muda  em um momento de grande dor na vida dele que o faz refletir, que é quando ele é atingido por uma bala na rua. 
 

Quase 20 anos depois da estreia da novela na TV Globo, existe um momento que seja inesquecível para você? Alguma cena ou um bastidor que a tenha marcado?
Tony Ramos - 
Essa cena que mencionei vou destacar sempre. É um dos momentos que mais me lembro  e com muita emoção. A cena foi gravada em dois dias em plena rua, no Leblon, e no final das  gravações, quando o povo começou a bater palmas, nos prédios, nas lojas, nos restaurantes, como se fosse um teatro grego a céu aberto, foi sem dúvidas um momento de grande emoção para mim.
  

Quais são as características do Teo que, no seu entendimento, representam questões contemporâneas?
Tony Ramos - 
“Mulheres Apaixonadas” é uma novela de discussões contemporâneas, envolvendo a maior parte dos personagens. As pessoas, sempre que reveem a novela, encontram algo para refletir. 
 

Você pode contar um pouco das suas memórias de bastidores? Convívios com os colegas, clima das gravações?
Tony Ramos - 
Nossos bastidores eram os melhores possíveis, só tenho boas lembranças dessa época, dos colegas e desse grande autor brasileiro que é Manoel Carlos

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