terça-feira, 10 de agosto de 2021

.: Capítulo 5: "As Winsherburgs" em "Elétrico"

 

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
 

No cair da noite, Bernardo voltou para casa, após um dia de muito trabalho. Como era dia de pagamento, trouxe uma surpresinha para Mary –o que já era um costume de há pelo menos uns três anos.

O que estava dentro do embrulho? Uma nova presilha de cabelos. Pai e filha conversaram sobre o videoclipe de Katy Perry: Electric. Pois é... Papai Winsherburg é fã número um de Pokemón. No entanto, o assunto terminou quando Ellen os chamou para que jantassem. Lolita e Samantha estavam também em casa.

De volta ao quarto, quando o relógio marcava além do horário de dormir, a jovem Winsherburg ainda ria dos vídeos cômicos que Juliette fazia especialmente para o grupo das amigas no WhatsApp. Depois das dicas e aprovação das outras três meninas é que Juju publicava nas redes sociais. E não é que com aquelas bobeiras ela estava ficando famosinha?!

Entre um vídeo e outro ou uma risada aqui e outra acolá, Mary ouviu sussurros ao pé do ouvido. Curvou as sobrancelhas e sem se dar conta, passou a mão esquerda pelo ouvido, como que para afastar o que a incomodava. Nada.

Estava com a nítida sensação da presença de outra pessoa extremamente perto. Para Mary era certeza que Lolita estava escondida debaixo da cama dela para fazer uma pegadinha.

Foi certeira. Olhou debaixo da cama como quem pega alguém com a boca na botija. Nada.

Chamou pelo pai. Sem resposta.

Respirou fundo e sentou-se na beirada da cama, olhou detalhadamente ao redor. Nada.

Involuntariamente resmungou um “Credo”.

Deixou o celular na manta macia para pegar a bolsa da escola que guardava debaixo da cama. Vasculhou entre o material escolar e agarrou a pedra misteriosa numa mão. Acariciou o material brilhante até adormecer.

Espalhada pela cama grande, tranquila, Mary sonhava com um lindo carrossel. Estava no extinto Playcenter, lugar em que amava passar o dia com a família. Reencontrou atrações e gargalhou com as irmãs, quando toda aquela felicidade virou medo absoluto. Sozinha, no parque já de noite, ela gritou desesperadamente, mas a voz não saia. Uma figura sombria estaciona diante dela e com rapidez a encobre com um grande manto preto.

Mary ouve gritos ao longe. A jovem acorda. Era Ellen quem a chamava para levantar logo da cama e irem juntas à escola.

*  *  *

Com o término da aula do professor Cláudio, Mary e Tarissa foram ao banheiro do térreo, da escola de três andares, para dar uma arrumadinha nos cabelos, já que maquiagem ali era terminantemente proibida. No caminho, a mais nova Winsherburg foi direta e reta com a amiga.

- Tari, Tarissinha, confessa para mim. Tu tem um crush no profe Cláudio, né? Aquele corte de cabelo cai super bem nele. Bom gosto o seu. Ele é lindão, amiga!

A amiga da Winsherburg fechou a cara e lançou um olhar ameaçador que se assemelhava ao da Feiticeira Escarlate diante de Agatha Harkness e não soltou um “A” que fosse. Tarissa  tentou ao máximo manter o silêncio, mas não foi capaz de segurar a compostura com a amiga tagarela e muito barulhenta.

- Mary, pare com isso!, gritou.

- Calma! Não é uma relação séria. É só ter um crush!, replicou a jovem Winsherburg.

Tarissa continuou calada até empurrar a porta do banheiro da escola. Entrou e se posicionou no habitual cantinho da pia, em que na parede ficava o rolo de papel toalha. Mary veio na sequência e, antes de se posicionar ao lado, diante do espelho com a amiga, como sempre fazia, olhou para o final do corredor com blocos de vidro.

Ficou estática.

Ao ver a falta de atitude da amiga, mesmo tendo parte da cena refletida no espelho do banheiro, Tarissa parou de escovar os cabelos.

Mary permaneceu sem se mover.

Desesperada, Tarissa jogou a escova na pia e virou-se para a amiga. Respirou fundo, olhou para a mesma direção. Nada viu.

Assustada com aquilo, chamou a amiga pelo nome incessantemente e ao sacudi-la, o estado de transe se findou.

Mary olhou fixamente para Tarissa e somente pode deixar algumas lágrimas escorrerem, quentes, pelo rosto. Com um fim de voz ainda conseguiu perguntar:

- Você viu também?

Confusa e sem a chance de uma mínima reação, Tarissa viu Mary escorrer de suas mãos, desmaiada.

*  *  *

Na agência de roteiros, Lolita estava sozinha, pois Apollo e Samantha tinham ido buscar donuts e refrigerante na nova Cafeteria Felicidade. Ela, empenhada em dar o toque final no texto encomendado pelo site “Sim, Não, Quem Sabe”, sobre as relações em tempos de redes sociais, ouviu uma voz feminina chamar seu nome.

Era de um modo rápido e passava certo desespero.

De pronto, ela concluiu ser alguma amiga de Mary. E pensou:

- Lá vem a Mary com as amiguinhas para nos pregar uma peça. Já passamos da idade. Será que não percebem que temos que trabalhar?!

No entanto, a existência de qualquer dúvida a respeito de uma pegadinha foi extinta. O chamamento vinha do aparelho:

- Lolita! Lolita! Lolita!

Apavorada, ela puxou o aparelho da tomada, o que não adiantou muito.

- Lolita! Lolita! Lolita!

Lola aproximou um ouvido do som e tudo cessou.

- Lola, você está maluca! Maluquinha..., disse baixo para si.

Foi quando a voz completou:

- Eu preciso falar...

A sequência veio com um silêncio absoluto e um toque do celular.

Era Ellen!

Assombrada, mas sem tremer a voz, Lola atendeu a chamada de vídeo. Parecia que nada tinha acontecido.

- Fala, mãe! Tudo bem por aí?

- Sim, minha Lolinha! É que estou com vontade de comer pizza. O que acha de encomendar daquela à moda da casa, de lá do Valcides?

- Adoro a ideia, mãe! Já encomendou? Quer que eu busque quando fizer o caminho para casa?

Com um sorriso de orelha a orelha, Ellen respondeu:

- Era exatamente isso o que eu iria lhe pedir, anjinho!

- Dona Ellen eu lhe conheço muito bem, embora seja mais nova do que a senhora.

As duas riram, mas um som estridente cortou a ligação. Vinha do aparelho. Ellen, como toda mãe zelosa, ainda que a distância, chamou por Lola.

- Calma, mãe! É que parece ter um alien preso nesse som da vovó. Vou resolver esse probleminha e busco as pizzas. Sozinha e levemente transtornada, Lola é surpreendida por Apollo e Samantha que adentram a agência com guloseimas escolhidas a dedo por Samantha, quem amava passar o dia comendo besteiras.

- Olha só o que e quem trouxemos, maninha!

Lola disparou:

- Helder Lee?!

*  *  *

Com o rosto molhado por Tarissa, Mary despertou com a respiração agitada e disse: - Eu vi a verdadeira face do mal!

*  *  *

In the dark when you feel lost

Wanna be the best but at what cost?

If you're gonna stay here

Nothing's ever changing, no

Big world, gotta see it all

Gotta get up even when you fall

There's no point in waiting, no

Eletric, Katy Perry



*~~~~ Capítulo 5: "As Winsherburgs" em "Isso é tudo que eu sei até agora" ~~~~*


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm


Assista em vídeo como história ilustrada



.: Entrevista: Selton Mello fala sobre o retorno às novelas depois de 21 anos


Público está convocado a embarcar nessa viagem ao século XIX e desbravar o Império de Dom Pedro II. Obra fala de escolhas, sacrifícios, desafios, conquistas, batalhas e grandes paixões. Foto: Globo/João Miguel Júnior

Depois de um período de espera, "Nos Tempos do Imperador" estreou na faixa das seis. A trama, de Alessandro Marson e Thereza Falcão, com direção artística de Vinícius Coimbra, é a primeira inédita do início ao fim desde o começo da pandemia. 

Uma obra de época, ambientada no século XIX – mais precisamente, de 1856 a 1870, que se desenvolve em um Brasil que ainda busca sua identidade e acompanha momentos importantes da vida do Imperador Dom Pedro II (Selton Mello), da Imperatriz Teresa Cristina (Leticia Sabatella), de Luísa, a Condessa de Barral (Mariana Ximenes), além de Pilar (Gabriela Medvedovski) e Jorge/Samuel (Michel Gomes), ao longo dos anos. São histórias de amor, lutas e esperança, com elementos históricos, que vão fazer o público refletir sobre nossa história e também sobre os dias atuais.

Sem fazer novelas há 21 anos, Selton Mello, que interpreta o Imperador do Brasil, conta que ficou muito curioso em tentar desvendar o personagem. “As próprias biografias não conseguiram desvendar Dom Pedro II completamente, e nem eu conseguirei. Daremos uma impressão do Imperador e isso é muito estimulante. Um personagem que tem tantos elementos, mas também tem muitas lacunas. Me interessam essas entrelinhas, o homem por trás da coroa, seus dilemas pessoais. É muito interessante essa viagem, essa aventura emocional”, conta. Confira, abaixo, entrevista com o ator. 


Como está sendo interpretar Dom Pedro II?
Selton Mello -
É um prazer enorme! Fazer um homem que faz parte do imaginário do Brasil, tão importante. Ao mesmo tempo, uma responsabilidade muito grande. Tem pessoas que idealizam esse Dom Pedro, com opiniões diversas sobre ele. Estou fazendo o que os autores escreveram, um recorte de um período desse personagem (a novela se passa de 1856 a 1870). E estou fazendo seguindo minha intuição, minha sensibilidade, minha impressão sobre esse homem, esse Imperador, esse cidadão, esse pai, esse cara que era muitas coisas. É muito gratificante, muito emocionante trabalhar com um material assim tão raro. 

 
Algum dos feitos de D. Pedro II te deixou mais surpreso?
Selton Mello - 
Não apenas um, mas uma soma de muitas qualidades, de muitas coisas que ele conseguiu imprimir e que ficaram. São muitos legados importantes até hoje: a preocupação com a educação, de que só através dela um país cresce; a importância de criar cidadãos conscientes do país. Tudo isso é muito bonito de ler e entender. Ao mesmo tempo, uma responsabilidade enorme dar vida a esse personagem tão emblemático. O que alivia um pouco o peso é o fato de não ter tido, no audiovisual, um outro ator que tenha feito Dom Pedro II. Dom Pedro I é muito retratado, mas Dom Pedro II, menos. Isso foi interessante e fica um registro de Dom Pedro II, durante um bom tempo, com a minha impressão. Isso é muito bonito. 
 

Como foi o processo de composição para o personagem?
Selton Mello - 
Li bastante, muitos livros, com vertentes diferentes, com autores que achavam coisas diferentes sobre ele, para eu poder ter elementos distintos. Depois dessa leitura, vou e faço, como eu fazia na infância atuando. Para mim, atuar é algo leve. Me divirto, não tem grandes psicologismos ou preparações. Eu já sabia desde cedo que esse era o meu caminho, então eu continuo trazendo essa leveza para o meu trabalho. Claro, respeitando o processo histórico, respeitando traços marcantes desse personagem. Mas, ao mesmo tempo, fazendo do meu jeito, como eu imaginei que ele poderia ser. 


"Nos Tempos do Imperador" começou a ser gravada no ano passado e houve uma pausa devido à pandemia. Como foi manter o foco, entrar e sair do personagem?
Selton Mello - 
Não foi complicado, porque desde o início, nas conversas com o Vinícius (Coimbra, diretor artístico) e com os autores Alessandro Marson e Thereza Falcão, já tínhamos definido um caminho para ele e eu já tinha uma intuição de como eu gostaria de fazer esse personagem. Claro que parar, voltar, gravar "Sessão de Terapia" nesse meio tempo, é sempre complexo. Mas pelo fato da gente ter colocado a novela no trilho, é um pouco como andar de bicicleta. Os primeiros dias são de readaptação, mas passados dois dias tudo já estava de novo nos eixos. 
 

O personagem influenciou no seu retorno às novelas?
Selton Mello - 
Completamente! Tive alguns convites ao longo desses 21 anos, mas eu sempre estava envolvido em cinema, teatro – cinema foi o que mais fiz esse tempo todo. Em alguns momentos até quase deu, mas aí esbarrava em agenda, tipo “em maio tenho que fazer esse filme”, então não cabia. Novela é uma obra longa. Mas agora surgiu esse personagem que fiquei muito curioso em tentar desvendá-lo. As próprias biografias não conseguiram desvendá-lo completamente e nem eu conseguirei. Daremos uma impressão do Dom Pedro II e isso é muito estimulante. Um personagem que tem tantos elementos, mas também tem muitas lacunas. Me interessam essas entrelinhas, o homem por trás da coroa, seus dilemas pessoais. É muito interessante essa viagem, essa aventura emocional.
 

Como você pensa que a obra será recebida pelo público?
Selton Mello - 
Acho que o público vai se encantar com a trama, com as escolhas dos autores e da direção, e se impressionará com semelhanças estruturais de nosso país, mesmo tendo passado mais de 150 anos.

.: "Serei Sempre o Teu Abrigo", o novo livro de Valter Hugo Mãe

Uma história sobre os laços de afeto entre avós pela perspectiva do neto, escrita com a sensibilidade rara do autor português. "Quando a avó trocou o coração por um electrodoméstico, continuou amando. Estava tão acostumada, fazia já do amor uma coisa plenamente racional. Amava por lucidez. Ela dizia: amar é saber. E dizia: amar é melhorar."


A editora Biblioteca Azul lança "Serei Sempre o Teu Abrigo", novo conto do autor português Valter Hugo Mãe. A obra é publicada em projeto gráfico especial e com ilustrações do autor, como os anteriores "O Paraíso São os Outros" e "As Mais Belas Coisas do Mundo".

Um avô que vê o mundo com poucas cores, como se habitasse sempre a noite, e uma avó com um eletrodoméstico junto ao coração, e que fazia do amor um exercício lúcido e diário. Os avós vistos sob a perspectiva do neto.

Nas páginas deste conto, Valter Hugo Mãe nos mostra a sabedoria e a coragem que há no sentimento, e essas palavras são acompanhadas dos desenhos do próprio autor, coloridos sobre fundo escuro, fauna e flora de um ambiente pouco investigado, como é o território dos afetos.

"Um dia, entendi que os velhos são heróis. Passaram por muito, ganharam e perderam tanta coisa. Perderam pessoas. Persistem sobretudo para cuidar de nós, os mais novos, e nos assistirem. Observam-nos". Você pode comprar "Serei Sempre o Teu Abrigo", escrito por Valter Hugo Mãe e publicado pela Editora Globo, neste link.


Sobre o autor:
Valter Hugo Mãe é um dos mais destacados autores portugueses da atualidade. Sua obra está traduzida em muitas línguas, tendo um prestigiado acolhimento em países como Alemanha, Espanha, França e Croácia. Pela Biblioteca Azul, publicou os romances "O Remorso de Baltazar Serapião" (Prêmio Literário José Saramago), "O Apocalipse dos Trabalhadores", "A Máquina de Fazer Espanhóis" (Grande Prêmio Portugal Telecom de Melhor Livro do Ano e Prêmio Portugal Telecom de Melhor Romance do Ano), "O Filho de Mil Homens", "A Desumanização" e "Homens Imprudentemente Poéticos". Escreveu livros para todas as idades, entre os quais: "O Paraíso São os Outros" e "Contos de Cães e Maus Lobos". Sua poesia foi reunida no volume "Publicação da Mortalidade".


Ficha técnica
Livro: 
"Serei Sempre o Teu Abrigo"
Autor: 
Valter Hugo Mãe
Editora: Biblioteca Azul
Páginas:
48
Formato: 12x18cm
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3iyZad5


.: Luiz Felipe Pondé lança "Notas Sobre a Esperança e o Desespero"


Luiz Felipe Pondé lança mão da filosofia, da teologia e da literatura para trazer interessantes reflexões sobre o binômio esperança X desespero. "A esperança e o desespero me assustam há muito tempo. Neste livro, dou voz a esse susto", afirma Luiz Felipe Pondé.

O filósofo mais polêmico do país lança obra inédita pela Globo Livros. Em "Notas Sobre a Esperança e o Desespero", Luiz Felipe Pondé recorre à filosofia, teologia e literatura para trazer relevantes pensamentos sobre os opostos esperança e desespero.

"Não pretendo oferecer um roteiro de como entender o desespero e daí postular alguma forma de esperança. [...] Talvez cheguemos, no fim, a contemplar algum tipo de esperança, mas não terá sido uma ideia construída antes da escrita em si. A escrita, aqui, segue atormentada pela possível vitória do desespero. Este é meu convite a você", escreve Luiz Felipe Pondé em uma das 20 notas nas quais divide seu novo livro.

Ao discorrer sobre os temas, o próprio autor nos lembra de que é um "filósofo, muitas vezes, cético, irônico e niilista". Entretanto, admite: "Devo confessar, apesar do meu niilismo ser sincero, ele não é pleno. Laivos de esperança me acometem algumas vezes, e, até hoje, não sei de onde vêm. Toda vez que pressinto o bem, suspeito de um milagre. E isso me levou a estudar mística, filosofia da religião e teologia. Fui a essas disciplinas para não me sentir só".

E conclui: "O tema do desespero me acompanha desde muito jovem. O da esperança passou a me espantar há pouco tempo. Para mim, a esperança nasce do solo do desespero, da falta absoluta de razão para tê-la. Por isso é uma virtude (como se diz no catolicismo, uma virtude teologal) improvável. Um milagre. Mas a virtude sempre guarda uma relação muito próxima com seu oposto, assim, toda ética é um combate". Você pode comprar "Notas Sobre a Esperança e o Desespero", escrito por Luiz Felipe Pondé e publicado pela Editora Globo, neste link.


Sobre o autor:
Luiz Felipe Pondé é doutor em filosofia pela USP, com pós-doutorado pela Universidade de Tel Aviv, em Israel. É colunista da Folha de S.Paulo, diretor do laboratório de política, comportamento e mídia da PUC-SP e professor de filosofia na FAAP. É autor de diversas obras, como A era do ressentimento, Crítica e profecia - a filosofia da religião em Dostoiévski e A filosofia da adúltera.


Ficha técnica
Livro: 
"Notas Sobre a Esperança e o Desespero"
Autor: 
Luiz Felipe Pondé
Editora: 
Globo Livros
Páginas:
104
Formato:
14x21cm
Link na Amazon: https://amzn.to/3jEhdho


.: Estreia: "The Masked Singer Brasil" conta com jurados empolgados


Taís Araújo, Simone, Rodrigo Lombardi e Eduardo Sterblitch são os jurados do The Masked Singer Brasil. Foto: Globo / Fernanda Tiné

Está chegando a hora! Nesta terça-feira, dia 10, conheceremos os mascarados do "The Masked Singer Brasil", após "Império", na TV Globo. Com muito mistério e fantasias cheias de brasilidade, os jurados Taís Araújo, Simone, Eduardo Sterblitch e Rodrigo Lombardi terão a missão de descobrir quem está por trás da máscara e de escolherem quais foram as melhores e as piores apresentações da noite.

Tudo isso contando com a ajuda luxuosa da apresentadora Ivete Sangalo, de Camilla de Lucas, nos bastidores, e da plateia. Já cheios de palpites, muita animação e humor, os jurados contaram como estão suas expectativas para a estreia do reality e um pouquinho das emoções que rolam durante as apresentações.

"The Masked Singer Brasil" é uma coprodução TV Globo e Endemol Shine Brasil e tem supervisão artística de Adriano Ricco (TV Globo) e direção artística de Marcelo Amiky (Endemol Shine Brasil). Com apresentação de Ivete Sangalo, com Camilla de Lucas nos bastidores, o reality estreia dia 10 de agosto, na TV Globo, e também será exibido no Multishow, às quartas-feiras. 
 

Qual a sensação de ser jurado em um reality como esse? Quais as suas expectativas?   
Taís Araújo - É uma alegria muito grande! Não é um programa em que você tem que julgar quem é o melhor, ou eliminar. O único compromisso que temos é entreter o público, divertir, e se divertir também! As minhas expectativas são altas e de muita diversão.  

Simone - Estou muito feliz! É a primeira vez que faço algo longe da minha irmã! É uma experiência nova para mim e confesso que fiquei pensativa porque estou  muito acostumada a estar do lado dela. Mas sabia que seria um desafio muito especial de enfrentar. Minha expectativa é a melhor possível: me divertir e ver a galera de casa se emocionar e brincar. Vai ser um momento de diversão para todo mundo. Não só para nós que estamos ali no palco, mas para a galera de casa também.   

Eduardo Sterblitch - Eu tenho uma sensação de sucesso! É um programa que o público pode participar ativamente. O "The Masked Singer Brasil" cria muita expectativa - inclusive para os artistas que participam como os mascarados. É incrível como o programa tem um fenômeno mágico, que é o momento de tirar a máscara. Eu imaginava que seria curioso, mas viver isso é um momento louco. Gera muita emoção para quem está vivendo aquilo. Cada participante tem um guardião, eles não sabem quem são entre si, eles não falam para as próprias famílias que estão participando do programa.  Não é só um show, a gente tem que ficar muito atento para descobrir quem está ali! Fiquei muito feliz em participar. Já achava que seria muito bom, mas não achava que iria me surpreender, me emocionar e me envolver tanto.  

Rodrigo Lombardi - É uma coisa inusitada, estamos acostumados a ver outros modelos de reality. Nesse, temos pessoas que você conhece, mas que estão numa fantasia, que só acaba quando se revela. É uma alegria durante todo o programa, mas quando a pessoa tira a máscara é um choque. A experiência é muito divertida.   
 

Como foi ser convidado para fazer parte deste projeto?   
Taís Araújo - Quando fui convidada, fiquei muito intrigada porque eu não conhecia muito bem o programa. Achava uma maluquice deliciosa! Pensei que seria divertido participar disso e estar junto com essas pessoas. Eu adoro a Ivete, a Simone, o Edu, o Rodrigo. É muito legal estar com essa turma.  

Simone - Eu fiquei muito feliz quando recebi o convite, justamente por conta do desafio que era fazer algo sem a minha irmã. E me senti muito honrada porque o time são pessoas de peso, com uma carreira linda e brilhante. Sem contar a nossa apresentadora, a Ivetinha que é maravilhosa e uma inspiração para todos nós. Uma brasileira amada e querida, um talento sem igual. É uma alegria sem tamanho fazer parte desse projeto maravilhoso.  

Eduardo Sterblitch - Foi maravilhoso! Eu tive a sorte de ser convidado para participar. E a minha preocupação é prestar muita atenção no programa para poder entrar na dinâmica.   

Rodrigo Lombardi - Foi um susto. Me ligaram dizendo: "A gente quer você como jurado!" - E eu disse que queria participar como mascarado (risos). Mas quando soube quem eram os meus companheiros, fiquei nas nuvens.   


O que o público pode esperar do "The Masked Singer"?   
Taís Araújo - O público pode esperar um programa em que o único intuito é se divertir.   

Simone - Pode esperar muita alegria, diversão, descontração e risos. Um programa divertidíssimo, para brincar com a família, com pessoas que estão cheias de alegria para compartilhar música boa e apresentações incríveis. É para ser feliz.  

Eduardo Sterblitch - O público pode esperar um game em que você joga com a família. Em que você pode reunir as pessoas para se divertirem juntos. Pelas redes sociais, poderão interagir com o programa e também ajudar o telespectador a ter boas dicas, além de se emocionar com a gente porque são artistas maravilhosos, grandes celebridades que têm a generosidade de nos divertir e fazer com que a gente possa jogar de uma forma grandiosa.   

Rodrigo Lombardi - Nós somos os primeiros espectadores. A gente se diverte, se emociona, se surpreende… e, quando você vê, está sorrindo. Temos a Taís, que é muito especial, Eduardo, a Simone, que é uma explosão! E a Ivete. Não tem como adjetivar a Ivete, tudo fica pouco quando se fala nela. 
 

O que você acha que é preciso para ser um "The Masked Singer"?   
Taís Araújo - É preciso ter coragem, ter a diversão como norte e se despir de vaidade. Ter coragem de se expor e querer se desafiar.   

Simone - Eu acho que precisa ter o espírito de diversão. Acho que ali é um palco para se divertir e em nenhum momento é uma competição pesada. É uma diversão para ficarmos na loucura boa de tentar adivinhar quem está por baixo da máscara. É preciso querer brincar e fazer o show acontecer.   

Eduardo Sterblitch - Eu acho que é preciso ser cara de pau e ter grandiosidade! Porque é um desafio dar vida a um personagem que você nunca viu, cantar por baixo de uma máscara para o Brasil inteiro e, ao mesmo tempo, enganar as pessoas para chegar até o último episódio sem ser desmascarado.   

Rodrigo Lombardi - Você precisa ter um sonho dentro de você. Todo mundo que participa traz luz, uma energia boa de querer sair desse momento que estamos vivendo. Todo mundo está querendo brincar e isso é o mais importante.   
 

Como foi ver as fantasias pela primeira vez?  
Taís Araújo - Fiquei muito impactada com as fantasias, principalmente a primeira vez em que eu vi. Elas são muito bem feitas e eu fico sempre imaginando a pessoa que está lá dentro, se ela está com cara de desespero ou se está rindo da nossa cara, se ela está se divertindo... Esse mistério é muito divertido também.   

Simone - Fiquei impactada com as fantasias. E o palco faz parecer que você está em um show de Las Vegas. As fantasias são incríveis, muito brilho! Talentosíssimas as pessoas que desenharam e criaram todas as fantasias. É de ficar de boca aberta, impactado com a grandiosidade que são as fantasias e tudo que envolve aquele palco e toda a estrutura do programa.   

Eduardo Sterblitch - É maravilhoso! Até pela segunda! Na primeira vez você fica encantado, na segunda você já se apaixona pelos personagens. As pessoas vão querer ver shows só do personagem.  

Rodrigo Lombardi - Incrível, as fantasias são inusitadas. Você espera uma coisa diferente e se diverte com a fantasia, analisa a voz. O número acaba ficando curto, tinha que ser um show de uma hora (risos). Quando você vai ver, a performance já acabou porque são muitas informações ao mesmo tempo. 


"The Masked Singer Brasil" nas redes sociais
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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

.: As dicas de "O Homem Mais Feliz do Mundo" para você colocar em prática


Best-seller do New York Times, livro de memórias de um dos sobreviventes do Holocausto ainda vivos oferece valiosas lições de resiliência. 

Eddie Jaku sobreviveu à Noite dos Cristais de 1938, à macabra seleção de Josef Mengele, ao encarceramento nos campos de concentração nazistas de Buchenwald e Auschwitz e à Marcha da Morte. O judeu alemão foi encontrado por soldados americanos delirando e pesando menos de 30 quilos, depois de, ao vislumbrar uma oportunidade, escapar da marcha. Hoje, aos 101 anos, ele se considera o homem mais feliz do mundo e compartilha sua saga de luta e superação.

Um homem que acredita de forma inabalável no poder do amor, da gratidão e da solidariedade, Eddie, um dos sobreviventes ainda vivos do Holocausto, apresenta um potente relato de resiliência ao revisitar as memórias do período mais sombrio da sua vida. "O Homem Mais Feliz do Mundo", que chega às lojas em agosto pela editora Intrínseca, é um incentivo ao otimismo em tempos de tanto ódio e intolerância.

Mais do que judeu, Eddie Jaku sempre se considerou alemão. Ele sentia orgulho do seu país natal e não compreendeu o violento antissemitismo que assolou a Alemanha. Como cidadãos comuns, amigos e vizinhos desde sempre, tomaram parte de tanta violência? Após esta profunda decepção e todas as provações pelas quais passou, Eddie Jaku jurou sorrir em todos os dias que ainda restavam da sua vida. Em uma linda homenagem àqueles que não resistiram, o autor divide sua sabedoria e leva hoje a melhor vida possível. 

Exímio contador de histórias, ele divide com as gerações mais jovens o que aprendeu sobre tolerância e bondade. Antes do lançamento do livro, Eddie fez um relato emocionante da sua trajetória em uma palestra do TEDxSydney, traduzida para mais de 13 idiomas e que já ultrapassa a marca de 800 mil visualizações. 

Com uma narrativa íntima, Eddie Jaku revela em O homem mais feliz do mundo  tudo pelo que passou e que por décadas não teve coragem de dividir nem com seus filhos. Além de um manifesto de esperança, o livro também é uma advertência para que possamos estar atentos aos ventos que sopram e tenhamos a força para não permitir que a intolerância vença a compaixão nos tempos atuais. Você pode comprar o livro "O Homem Mais Feliz do Mundo", de Eddie Jaku, publicado pela editora Intrínseca, neste link.


O que disseram sobre o livro
“Eddie Jaku reconhece o sofrimento, mas não deseja ser definido por ele. Adere, em vez disso, a uma filosofia que opta por uma forma radical de humanidade: uma resistência potente e contagiante.” — Australian Book Review

 "Um belíssimo livro escrito por um homem verdadeiramente incrível." — The Daily Telegraph


Sobre o autor
Eddie Jaku nasceu na Alemanha, em 1920, como Abraham Jakubowicz. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi mantido prisioneiro nos campos de concentração de Buchenwald e Auschwitz. Em 1945, escapou da Marcha da Morte ao ser resgatado por soldados Aliados. Cinco anos depois, mudou-se com a família para a Austrália, onde vive até hoje. Ele é voluntário do Jewish Museum, em Sydney, desde sua inauguração em 1992. É casado com Flore há 74 anos e tem dois filhos, netos e bisnetos. Em 2019, um ano antes de celebrar seu centésimo aniversário, compartilhou sua trajetória em uma comovente palestra no TEDxSydney, e em 2021 sua biografia venceu o prêmio australiano ABIA Biography Book of the Year. Foto: Tim Bauer.


Ficha técnica
"O Homem Mais Feliz do Mundo"
Autor: Eddie Jaku
Editora: Intrínseca
Tradução:
Bruno Casotti
Páginas: 224
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3CsA6MJ

.: "De Natura Florum", uma introdução às obras e estilo de Clarice Lispector


Livro é editado a partir de crônicas da autora, publicadas no Jornal do Brasil em 1971.

"De Natura Florum" é uma espécie de introdução às obras e estilo literário de Clarice Lispector, com fácil entendimento e assimilação. A obra foi escrita à maneira de um herbário em verso e estruturado a partir de vinte e quatro verbetes.

Por ser uma obra que originou do artigo publicado num jornal importante para o país, além de ser uma escritora muito querida nacionalmente, o livro em breve será lançado pela Global Editora, com capa e projeto gráfico de Alejandro G. Schnetzer e Elena Odriozola, que ganhou Prêmio Nacional de Ilustração.

Em 2020, por conta do centenário da autora, a editora Nórdica Libros, por meio do editor Alejandro Schnetzer, decidiu escolher o texto que descobriu lendo o livro "A Descoberta do Mundo". "A obra de Clarice sempre me causou emoções inéditas. Para mim, Lispector representa 'o Brasil grande', da mesma forma como ela definiu a Vitória-régia [no herbário], 'simples e majestosa'", disse Alejandro ao portal Uol, em entrevista realizada no ano passado.

Os cinco primeiros verbetes que compõem "De Natura Florum" são definições botânicas gerais, as 19 restantes são descrições de flores, com uma poética particular. A cada elucidação que a escritora sugere ao longo do herbário, o leitor se deparada com ilustrações de Elena Odriozola, as quais completam o que é descrito.

A obra, que já está em pré-venda, foi produzida em papel pólen e capa em brochura. Acompanha cartão de apresentação e dois marcadores com as artes presentes na capa. O lançamento está previsto para o mês de julho.

"De Natura Florum" foi publicado pela primeira vez em 3 de abril de 1971, no Jornal do Brasil (Rio de Janeiro). Já em 1984 foi incluído no volume "A Descoberta do Mundo". Hoje, é lançado no Brasil pela Global Editora, com projeto internacional desenvolvido por Elena Odriozola que Prêmio Nacional de Ilustração, e Alejandro G. Schnetzer. O livro é uma espécie de introdução às obras e estilo literário de Clarice, com fácil entendimento e assimilação. Você pode comprar "De Natura Florum", de Clarice Lispector, publicado pela Global Editora, neste link.

Sobre a autora
Clarice Lispector nasceu em 1920, na Ucrânia, e faleceu em 1977 na cidade do Rio de Janeiro, em 1977. Escritora ucraniana-brasileira de origem judaica, é considerada uma das mais importantes autoras brasileiras do século XX. Pertence à terceira fase do modernismo, a da Geração Brasileira de 45. Difícil de classificar, ela definiu sua escrita como um "não estilo". Clarice Lispector foi uma pioneira que usou o fluxo da consciência em seus primeiros escritos, muito antes de ter lido Virginia Woolf e James Joyce.

Ficha técnica
Livro: 
"De Natura Florum"
Autora: Clarice Lispector
Número da edição:

Número de páginas: 56
Formato: 13,5 X 24 cm
Editora: Global Editora
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3CtMZpM




.: Antonio Fagundes abre a segunda temporada do podcast Atraverso


Apaixonado por livros, ator compartilha leituras com seus seguidores. Foto: João Cotta

Um dos artistas mais queridos do Brasil, Antonio Fagundes é o convidado da estreia da segunda temporada do Atraverso, podcast de literatura que propõe uma jornada entre histórias e personagens, com apresentação do jornalista Ronaldo Bueno. Nesta temporada, os programas inéditos passam a ser disponibilizados nos principais aplicativos de streaming quinzenalmente às quintas-feiras, às 18h, além da Rádio Pinguim (www.radiopinguim.com.br), às quintas, às 21h, sábados, às 13h, e terças, às 20h. 

“O bate-papo foi delicioso. Fagundes foi muito receptivo ao nosso convite e contou uma porção de histórias. Falou de como iniciou a relação com os livros, ainda na infância, lembrou de personagens marcantes em quase seis décadas de carreira e compartilhou ótimas dicas de leitura. Uma das histórias mais curiosas é de quando ele conseguiu um autógrafo de Gabriel García Márquez”, adianta Bueno, também responsável pela pesquisa e roteiro dos episódios. A produção é do jornalista Diego Adami.

Autor do guia "Tem Um Livro Aqui que Você Vai Gostar", com um currículo de ator, autor e produtor que inclui mais de 50 filmes, 40 peças teatrais e 40 produções de TV, entre novelas, séries e teleteatro, Fagundes é um apaixonado por literatura. Além de já ter interpretado dezenas de personagens baseados em livros, é um grande incentivador da leitura para quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais. Em 2019, quando deu vida ao editor de livros Alberto, na novela "Bom Sucesso", as obras que apareciam no folhetim da TV Globo registraram aumento de vendas nas livrarias. Recentemente, lançou Tem um livro aqui que você vai gostar (Sextante, 2020), com dicas e comentários a respeito de seus títulos preferidos. 

"Estou lendo sempre. Quem me conhece sabe que, pra onde vou, estou com o livro da vez debaixo do braço. Se tiver 10 minutos em que não vai acontecer nada, uso esses 10 minutos pra ler. Sou muito curioso, muito interessado por qualquer tipo de leitura. Costumo brincar que o gênero que mais gosto é o de livro bom", conta o entrevistado.


Nomes confirmados
A nova temporada do Atraverso segue o mesmo perfil da anterior, com episódios quinzenais de até 25 minutos, utilizando técnicas de narrativa jornalística para contar histórias da literatura brasileira. Além de Fagundes, já estão confirmados nomes como Cristina Judar, ganhadora do Prêmio São Paulo de Literatura 2018, falando sobre seu novo romance, "Elas Marchavam Sob o Sol" (Dublinense, 2021); Tônio Caetano, autor gaúcho vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, categoria Conto, com "Terra nos Cabelos" (Editora Record, 2020); e Natalia Borges Polesso, que lançou em julho seu segundo romance, "A Extinção das Abelhas" (Companhia das Letras, 2021).

“O interessante da primeira temporada é que ela foi ganhando uma identidade aos poucos, à medida em que testava diferentes maneiras de contar aquelas histórias e as pessoas foram descobrindo o podcast e sugerindo novos temas. O Atraverso foi recebido com muito carinho, não só por pessoas que já conheciam o meu trabalho como jornalista, mas também por quem chegou ao longo da temporada e acabou ficando. Hoje, temos ouvintes em vários lugares do Brasil: Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Minas Gerais. Esse alcance que a linguagem dos podcasts proporciona é surpreendente”, comemora o apresentador.

O Atraverso possui ainda um perfil no Instagram (@atraversopodcast), onde são publicados conteúdos extras relacionados ao tema de cada programa e também dicas e curiosidades sobre literatura, favorecendo a interação com os apreciadores de livros. “Essa troca com o público tem sido a melhor recompensa. Toda semana eu recebo mensagem de alguém que começou a ler algum livro que foi assunto no podcast ou indicado no Instagram. Isso é muito bacana e só aumenta a responsabilidade em oferecer conteúdo sob medida para quem acredita na literatura como uma jornada que atravessa universos e conecta pessoas”, afirma Bueno. Além de interagir nas redes sociais, os ouvintes podem enviar comentários ou sugestões de temas pelo e-mail atraversopodcast@gmail.com.



.: Quadrilátero no CCBB SP e músicos sob a curadoria de Leo Gandelman


Projeto tem idealização e direção artística de Leo Gandelman. Participam do quadrilátero Pretinho da Serrinha, Robertinho Silva, Henrique Cazes, Mauro Senise, Nivaldo Ornelas, Carla Rincón, entre outros.

Quatro dias de apresentações, quatro encontros de artistas, quatro famílias de instrumentos. Essa é a essência de Quadrilátero, projeto que nasceu em 2012 e retorna aos palcos do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em quatro cidades e chega a São Paulo em 12 de agosto, depois de passar com sucesso pelo Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Idealizado por Léo Gandelman, com apoio do produtor cultural Pablo Castellar, o projeto reúne, a cada dia, quartetos de feras da música brasileira, em encontros singulares.

A cada apresentação - de 12 a 15 de agosto, quinta-feira e sexta-feira às 19h e sábado e domingo, às 17h - quartetos de diferentes famílias de instrumentos ganham destaque. Os convidados são Pretinho da Serrinha, Robertinho Silva, Marcos Suzano e Marcelo Costa, na percussão (dia 12); Leo Gandelman, Nivaldo Ornelas, Mauro Senise e Zé Carlos Bigorna no sax e instrumentos de sopro (dia 13); Henrique Cases, Rogério Caetano, Luis Barcelos e João Camarero nas cordas dedilhadas (dia 14); e fechando o circuito (dia 15), Janaina Salles, Joanna Bello, Inah Kurrels, Jocelynne Huiliñir Cárdenas nas cordas.

O público terá a oportunidade de conferir o talento individual de cada artista e participar do encontro do quarteto, todos tocando juntos. Leo Gandelman atua como anfitrião e faz participações especiais em todos os espetáculos, marcados para 19h de quinta-feira e sexta-feira e aos sábados e domingos às 17h. Ao final do espetáculo dedicado à Cordas Dedilhadas, no dia 14 de agosto, haverá uma conversa de meia-hora com o público para aprofundar o debate sobre a carreira dos músicos e falar sobre a intrínseca relação do artista com a música. Também dentro da programação, o idealizador e curador do Quadrilátero, o músico Léo Gandelman, fará uma masterclass com duração de uma hora aberta ao público, no dia 15 de agosto, às 15 h.

"Desde o começo da pandemia, tenho tocado sozinho, em casa, compondo, treinando. Acordo todo dia motivado pela ideia de aprender mais, do meu encontro diário com o instrumento. Mas sinto muita falta da troca com outros músicos, da troca com o público. Sei que todos os músicos envolvidos no projeto sentem o mesmo. Desde os primeiros ensaios no Rio, temos conversado e a troca tem sido emocionante", conta Leo Gandelman. "Estamos provocando encontros de músicos que estão tocando juntos pela primeira vez neste projeto. É um encontro de confiança e confiança é fundamental para a música fluir. Estamos muito felizes de levar esse encontro para o CCBB São Paulo".

"Estamos seguindo todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades locais e a Organização Mundial da Saúde para a convivência nos bastidores e no palco. E o CCBB, que voltou a abraçar o Quadrilátero, é extremamente cuidadoso com o respeito às normas para a plateia. É um grande privilégio poder participar desse retorno aos palcos de artistas dessa grandeza", explica Pablo Castellar. Depois de São Paulo, o Quadrilátero segue para o CCBB de Brasília.


Sobre a temporada no CCBB São Paulo
O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo funciona todos os dias, das 9h às 18h, exceto às terças. O CCBB está adaptado às novas medidas de segurança sanitária: entrada apenas com agendamento online (eventim.com.br), controle da quantidade de pessoas no prédio, fluxo único de circulação, aferição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento, o serviço de guarda-volumes está suspenso. São disponibilizados apenas 2 ingressos por CPF para o dia e horário agendado. No teatro, a capacidade foi reduzida e não há previsão de fila de espera por desistência. Os ingressos devem ser comprados com antecedência online ou na bilheteria do CCBB. Antes e entre cada apresentação, há higienização completa do espaço.


Serviço | Quadrilátero 2021

Dia 12 de agosto, às 19h - Percussão - Pretinho da Serrinha, Marcos Suzano, Marcelo Costa e Robertinho Silva. Tema: Da África às Américas

Dia 13 de agosto, às 19h - Sax - Leo Gandelman, Mauro Senise, Zé Carlos Bigorna, Nivaldo Ornelas. Tema: Ary Barroso e Moacyr Santos

Dia 14 de agosto, às 17h - Cordas dedilhadas: Rogério Caetano, Luis Barcelos, João Camarero, Henrique Cases. Tema: Choro e Afro Sambas

Dia 15 de agosto, às 15h - Masterclass com Leo Gandelman

Dia 15 de agosto, às 17h - Cordas: Janaina Salles, Joanna Bello, Inah Kurrels, Jocelynne Huiliñir Cárdenas. Tema: Radamés Gnattali, Astor Piazzolla e Villa Lobos


Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo-SP
Aberto todos os dias, das 9h às 18h, exceto às terças
Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô
Informações: (11) 4297-0600


Estacionamento conveniado:
Rua da Consolação, 228 (R$ 14 por seis horas, necessário validar ticket na bilheteria). Uma van faz o traslado gratuito entre o estacionamento e o CCBB. No trajeto de volta, tem parada no Metrô República.


Entrada:
R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia)
A venda de ingressos ocorre através do site da Eventim.
Teatro trabalhando com lotação limitada, máximo 45 pessoas presenciais.

.: CCBB RJ antecipa as comemorações do centenário da Semana de 22


Com curadoria de Tereza de Arruda, a exposição ‘Brasilidade Pós-Modernismo’ lança luz às conquistas e marcos que Semana de 22 trouxe às artes visuais brasileira, e reúne obras inéditas e trabalhos emblemáticos de 51 artistas brasileiros. Na imagem, o quadro "Meu Matuto Predileto" (2013), de Fábio Baroli

Celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e lançar luz aos traços, remanescências e conquistas que o movimento trouxe, no decorrer dos últimos 100 anos, às artes plásticas do Brasil e refletir, a partir da atualidade, sobre um processo de rever e reparar este contexto. Este é o objetivo de Brasilidade Pós-Modernismo, mostra que será apresentada entre 1 de setembro e 22 de novembro no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, com patrocínio do Banco do Brasil e realização por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo e Governo Federal.

Com curadoria de Tereza de Arruda, a mostra chama atenção para as diversas características da arte contemporânea brasileira da atualidade cuja existência se deve, em parte, ao legado da ousadia artística cultural proposta pelo Modernismo. Nuances que o público poderá conferir nas obras dos 51 artistas de diversas gerações que compõem o corpo da exposição, entre os quais Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Cildo Meireles, Daniel Lie, Ernesto Neto, Ge Viana, Jaider Esbell, Rosana Paulino e Tunga .

"Esta exposição não é idealizada com o olhar histórico, mas sim focada na atualidade com obras produzidas a partir de meados da década de 1960 até o dia de hoje, sendo algumas inéditas, ou seja, já com um distanciamento histórico dos primórdios da modernidade brasileira", explica Tereza de Arruda. "Não é uma mostra elaborada como um ponto final, mas sim como um ponto de partida, assim como foi a Semana de Arte Moderna de 1922 para uma discussão inovadora a atender a demanda de nosso tempo conscientes do percurso futuro guiados por protagonistas criadores", completa a curadora.

Organizada em seis núcleos temáticos - Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia -, a mostra apresenta pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e novas mídias. Segundo Tereza de Arruda, por meio deste conjunto plural de obras, "a Brasilidade se mostra diversificada e miscigenada, regional e cosmopolita, popular e erudita, folclórica e urbana".


Liberdade
Abrindo a exposição, o núcleo Liberdade reflete sobre as inquietações e questionamentos remanescentes do colonialismo brasileiro do período de 1530 a 1822, além de suas consequências e legado histórico. São fatores decisivos para a formação das características do contexto sociopolítico-cultural nacional, que se tornaram temas recorrentes em grande parcela da produção cultural brasileira.

Em 1922, os modernistas buscavam a ruptura dos padrões eurocentristas na cultura brasileira e hoje, os contemporâneos que integram esse núcleo - Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, José Rufino, Rosana Paulino, Farnese de Andrade, Tunga, Ge Viana e José De Quadros - buscam a revisão da história como ponto de partida de um diálogo horizontal, enfatizando a diversidade, a visibilidade e inclusão.


Futuro
O grupo da vanguarda modernista brasileiro buscava o novo, o inovador, desconhecido, de ordem construtiva e não destrutiva. E um exemplo de futuro construtor é Brasília, a capital concebida com uma ideia utópica e considerada um dos maiores êxitos do Modernismo do Brasil. "Sua concepção, idealização e realização são uma das provas maiores da concretização de uma ideia futurista", comenta Tereza de Arruda.

Com foco em Brasília como exemplo de utopia futurista, este núcleo reúne esboços e desenhos dos arquitetos Lina Bo Bardi, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, obra da artista Márcia Xavier, e registros captados pelo fotógrafo Joaquim Paiva e o cineasta Jorge Bodanzky.


Identidade
A busca por um perfil, uma identidade permeia a história da nação brasileira. E é partir desta busca que se forma o conjunto exibido no núcleo Identidade. As obras de Alex Flemming, Berna Reale, Camila Soato, Fábio Baroli, Flávio Cerqueira, Glauco Rodrigues e Maxwell Alexandre apresentam uma brasilidade com diversas facetas da população brasileira.

"Falamos aqui do ‘Brasil profundo’, enfatizado já em obras literárias emblemáticas e pré-modernistas como o livro Os sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), publicada em 1902. Já neste período, o Brasil estava dividido em duas partes que prevalecem até hoje: o eixo Rio-São Paulo, das elites consequência de uma economia promissora proveniente do desenvolvimento financeiro e intelectual, e consequentemente berço da Semana de Arte Moderna realizada 20 anos após esta publicação, e o sertão, desconhecido, acometido pela precariedade e desprezo de seu potencial", reflete Tereza de Arruda.


Natureza
O território brasileiro é demarcado por sua vastidão, pluraridade de biomas e importância de caráter global. Neste núcleo, as obras dos artistas Armarinhos Teixeira, Caetano Dias, Gisele Camargo, Luzia Simons, Marlene Almeida, Paulo Nazareth, Rosilene Luduvico e Rodrigo Braga norteiam questões de enaltação, sustentabilidade e alerta quanto à natureza e o relacionamento do ser humano como corpo imerso no legado da "terra brasilis".


Estética
Reunindo trabalhos de Barrão, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Daniel Lie, Daiara Tukano, Delson Uchôa, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Francisco Delameida, Jaider Esbell, Judith Lauand, Luiz Hermano, Mira Schendel e Nelson Leirner, este núcleo surge a partir da reflexão sobre movimentos como o antropofágico, ação fundamental para o entendimento da essência da Brasilidade e um marco na história da arte do Brasil. Foi através dele que a identidade cultural nacional brasileira foi revista e passou a ser reconhecida.

E, segundo explica a curadora, isso se deu em 1928 com a publicação do Manifesto Antropófago publicado por Oswald de Andrade na Revista de Antropogafia de São Paulo. No texto, o poeta fazia uma associação direta à palavra "antropofagia", em referência aos rituais de canibalismo nos quais se pregava a crença de que após engolir a carne de uma pessoa seriam concedidos ao canibal todo o poder, conhecimentos e habilidades da pessoa devorada. "A ideia de Oswald de Andrade foi a de se alimentar de técnicas e influências de outros países - neste caso, principalmente a Europa colonizadora - e, a partir daí, fomentar o desenvolvimento de uma nova estética artística brasileira. Na atualidade, como aqui vemos, não está à sombra de uma herança e manifestações europeias, mas sim autônoma e autêntica miscigenada com elementos que compõem a Brasilidade dominada por cores, ritmos, formas e assimilação do díspar universo de linguagens e meios que a norteiam", comenta Tereza de Arruda.


Poesia
A Semana de Arte Moderna e o movimento modernista em si pleitearam a independência linguística do português do Brasil do de Portugal. Os modernistas acreditavam que o português brasileiro haveria de ser cultuado e propagado como idioma nacional.

Neste núcleo, são exibidas obras de poesia concreta, poesia visual e apoderamento da arte escrita - a escrita como arte independente, a escrita como elemento visual autônomo, a escrita como abstração sonora - dos artistas André Azevedo, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Floriano Romano, Júlio Plaza, Lenora de Barros, Rejane Cantoni e Shirley Paes Leme.

Lista completa de artistas
Adriana Varejão, Alex Flemming, André Azevedo, Anna Bella Geiger, Armarinhos Teixeira, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos/Júlio Plaza, Barrão, Berna Reale, Beatriz Milhazes, Camila Soato, Caetano Dias, Cildo Meireles, Daiara Tukano, Daniel Lie, Delson Uchôa, Ernesto Neto, Emmanuel Nassar, Fábio Baroli, Farnese de Andrade, Flávio Cerqueira, Floriano Romano, Francisco de Almeida, Ge Viana, Glauco Rodrigues, Gisele Camargo, Jaider Esbell, Joaquim Paiva, Jorge Bodansky, José De Quadros, José Rufino, Judith Lauand, Júlio Plaza, Lenora de Barros, Lina Bo Bardi, Lúcio Costa, Luiz Hermano, Luzia Simons, Márcia Xavier, Marlene Almeida, Maxwell Alexandre, Mira Schendel, Nelson Leirner, Oscar Niemeyer, Paulo Nazareth, Rejane Cantoni, Rodrigo Braga, Rosana Paulino, Rosilene Luduvico, Shirley Paes Leme e Tunga.

Visitação
O CCBB-Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda (fecha terça), das 9h às 19h aos domingos, segundas e quartas e das 9h às 20h às quintas, sextas e sábados. A entrada do público é permitida apenas com agendamento online (eventim.com.br), o que possibilita manter um controle rígido da quantidade de pessoas no prédio. Ainda conta com fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.


Sobre a curadora
Tereza de Arruda é mestre em História da Arte, formada pela Universidade Livre de Berlim. Vive desde 1989 entre São Paulo e Berlim. Em 2021 bolsista da Fundação Anna Polke em Colônia para pesquisa da obra de Sigmar Polke. Como curadora, colabora internacionalmente com diversas instituições e museus na realização de mostras coletivas ou monográficas, entre outras, em 2021, Art Sense Over Walls Away, Fundação Reinbeckhallen Berlin; Sergei Tchoban Futuristic Utopia or Reality, Kunsthalle Rostock; em 2019/2021, Chiharu Shiota linhas da vida, CCBB RJ-DF-SP; Chiharu Shiota linhas internas, Japan House; em 2018/2019, 50 anos de realismo - do fotorrealismo à realidade virtual, CCBB RJ-DF-SP; em 2018, Ilya e Emilia Kabakov Two Times, Kunsthalle Rostock; em 2017, Chiharu Shiota Under The Skin, Kunsthalle Rostock; Sigmar Polke Die Editionen, me collectors Room Berlin; Contraponto Acervo Sergio Carvalho, Museu da República DF; em 2015, InterAktion-Brasilien, Castelo Sacrow/Potsdam; Bill Viola na Bienal de Curitiba; Chiharu Shiota em busca do destino, SESC Pinheiros; em 2014, A arte que permanece, Acervo Chagas Freitas, Museu dos Correios DF-RJ; China Arte Brasil, OCA; em 2011, Sigmar Polke realismo capitalista e outras histórias ilustradas, MASP; India lado a lado, CCBB RJ-DF-SP e SESC; em 2010, Se não neste tempo, pintura contemporânea alemã 1989-2010, MASP. Desde 2016 é curadora associada da Kunsthalle Rostock. Curadora convidada e conselheira da Bienal de Havana desde 1997 e cocuradora da Bienal Internacional de Curitiba desde 2009. (https://www.p-arte.com).

Serviço:
Mostra coletiva "Brasilidade Pós-Modernismo"
Curadoria:
Tereza de Arruda
Período expositivo: 1º de setembro a 22 de novembro
Local: Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB Rio de Janeiro
Endereço: R. Primeiro de Março, 66 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
Funcionamento: quarta a segunda-feira (fecha terça), das 9h às 19h aos domingos, segundas e quartas e das 9h às 20h às quintas, sextas e sábados.
*É necessário realizar agendamento prévio no site eventim.com.br


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