segunda-feira, 20 de novembro de 2017

.: Teatro Porto Seguro recebe Fernanda Abreu em "Amor Geral"


Fernanda Abreu desembarca mais uma vez em São Paulo para apresentar o show "Amor Geral", terça-feira, dia 21 de novembro, às 21h, no Teatro Porto Seguro. A apresentação, cheia de suingue e balanço traz uma mensagem de tolerância e respeito às liberdades individuais, com a participação especial da Focus Cia. de Dança.

No repertório, seis músicas do álbum inédito "Amor Geral", além de grandes sucessos da carreira da artista que teve toda a sua discografia relançada nas plataformas digitais em agosto de 2016. Com cenografia de Luiz Stein, figurino de Rogério S. e coreografia de Fernanda Abreu e Cristina Amadeo, o show tem a direção geral da artista.

Acompanhada por uma banda suingada composta por Tuto Ferraz na bateria e programação eletrônica, André Carneiro no baixo, Fernando Vidal na guitarra e Donatinho nos teclados, completam o time Alegria Mattus nos vocais e a bailarina Victórya Devin.

No set-list, além de trabalhos do mais novo álbum como "Outro Sim", "Saber Chegar", "Deliciosamente" e "Amor Geral", a cantora apresenta clássicos como "Rio 40 Graus", "Veneno da Lata", "Jorge de Capadócia", "Garota Sangue Bom" e "Kátia Flavia", sempre acompanhados de performances que esbanjavam sensualidade.

A estreia do show aconteceu no final de 2016 no Rio de Janeiro e São Paulo e já percorreu Manaus, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Goiânia, Salvador (Festival da Primavera), Pernambuco (no tradicional Festival de Garanhuns) e cidades no interior de São Paulo com sucesso de crítica e público.

A apresentação da artista no "Rock in Rio" em setembro foi destaque na mídia impressa (capa do jornal O Globo), entrou no ranking  dos dez melhores shows do RIR (Palco Mundo + Palco Sunset) por meio de votação popular promovida pelo portal UOL e recebeu cobertura completa das rádios e TVs presentes no Festival.

Fernanda Abreu iniciou a carreira em 1982 como vocalista da banda Blitz. Após o término do grupo, a artista seguiu carreira solo a partir de 1990 apresentando em suas canções influências de sambalanço, disco music, rap, funk e funk carioca. Com sete álbuns de lançados e o CD e DVD MTV Ao Vivo (2006), a cantora e compositora se firmou como pioneira no uso de samplers como instrumento, cravando importância fundamental na música produzida nos anos 1990. O CD "Da Lata" (1995) marcou a estreia de sua carreira internacional onde vem lançando seus álbuns e fazendo shows.

Considerada uma das principais Companhias de Dança Contemporânea do Brasil, a Focus Cia. de Dança, dirigida e coreografada por Alex Neoral, já se apresentou em 32 cidades da França destacando a Bienal de Dança de Lyon. No exterior, levou suas obras para Canadá, Estados Unidos, Portugal, Itália, Alemanha e Panamá e no Brasil, para mais 80 cidades, entre capitais e cidades do interior.

Fernanda Abreu no show "Amor Geral"
Data: dia 21 de novembro terça-feira, às 21h.
Ingressos: R$ 80 (plateia) e  R$ 60 balcão e frisas.
Classificação: livre.
Duração: 80 minutos.
Gênero: MPBPOP.

Teatro Porto Seguro
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo
Telefone: (11) 3226-7300
Bilheteria: de terça a sábado, das 13h às 21h e domingos, das 12h às 19h.
Capacidade: 496 lugares
Formas de pagamento: todos os cartões de crédito e débito (exceto Cabal, Sorocred e Goodcard)
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking) - Clientes Porto Seguro têm 50% de desconto
Serviço de Vans: Transporte Gratuito Estação Luz – Teatro Porto Seguro – Estação Luz. O Teatro Porto Seguro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro. Como pegar: na Estação Luz, na saída Rua José Paulino/Praça da Luz/Pinacoteca, vans personalizadas passam em frente ao local indicado para pegar os espectadores. Para mais informações, contate a equipe do Teatro Porto Seguro. Bicicletário – grátis
Gemma Restaurante: terças a sextas-feiras das 10h às 19h; sábados das 10 às 18h e domingos das 10h às 16h. Happy hour quartas, quintas e sextas-feiras das 17h às 21h

Vendas: www.ingressorapido.com.br
Site: www.teatroportoseguro.com.br
Facebook: facebook.comteatroporto
Instagram: @teatroporto

.: Entrevista com Carlos Minuano, autor da biografia de Clodovil Hernandes

"Clodovil não era fácil. E escrever sobre ele, muito menos".
Carlos Minuano, jornalista e autor de "Tons de Clô",
 a primeira biografia de Clodovil Hernandes


Por Helder Moraes Miranda, em novembro de 2017.

Autor de "Tons de Clô", a primeira biografia do estilista, apresentador de programas na televisão e deputado federal Clodovil Hernandes, Carlos Minuano promete polêmica ao revelar histórias ainda desconhecidas do grande público. 

Lançada pela editora Best-Seller, a obra promete decifrar, ou quase, a personalidade de Clodovil que, com temperamento intempestivo e colecionador de desafetos, era amado e odiado pelas mesmas características que o consagraram: a autenticidade e a irreverência.

O livro revela os bastidores da vida regada a luxo, glamour e sexo, que foi interrompida em 2009 e até hoje é envolta em muitos rumores, mistérios e dúvidas. Conhecido por contratar garotos de programa, Clô, como era apelidado, sempre teve dificuldade para lidar com a sexualidade, mas usava bordões que falavam disso como uma maneira de se defender.

Carlos Minuano, o autor da obra, é jornalista e pós-graduado em cinema. Em 20 anos de carreira, já escreveu nos principais veículos do país, como no jornal Folha de S.Paulo, revistas Carta Capital e Rolling Stone, além de diversas publicações da editora Abril. Atualmente, é repórter do jornal Metro (Band) e colaborador no portal UOL.

Ele está estreando no audiovisual com uma websérie sobre sexualidade, protagonizado pela escritora Nalini Narayan, que deve estrear ainda esse ano no YouTube. E também trabalha em um próximo livro sobre a bebida psicodélica ayahuasca. "Tons de Clô" será lançado na próxima quarta-feira, dia 22 de novembro, a partir das 19h, na livraria da Vila da Fradique Coutinho.

RESENHANDO - Como surgiu a ideia de escrever um livro sobre Clodovil Hernandes?
CARLOS MINUANO - Começou em uma reportagem para o UOL, fui cobrir a inauguração de um espaço em homenagem a ele em Ubatuba. Nessa viagem, comecei a conhecer algumas histórias e falei sobre elas com meu amigo Guilherme Fiúza. Ele começou a por pilha na história até que o Carlos Andreazza, do grupo Record, me ligou e me convidou para fazer o livro.

RESENHANDO - O que foi mais desafiador em escrever essa biografia?
C.M. - Tudo foi desafiador. Clodovil não era fácil. E escrever sobre ele, muito menos. Digo isso porque ele não deixou herdeiros, e em seu círculo de amizades encontrei uma boa quantidade de pessoas que decidiram não colaborar com o livro. Deu bastante trabalho.

RESENHANDO - Quando você percebeu que estava na hora de parar de pesquisar e começar a escrever?
C.M. - Foram dois anos de pesquisa e redação, encontrei muita coisa que demandava mais tempo de apuração. Mas trabalho em um jornal diário e a vida por lá não é fácil. Estourei o prazo algumas vezes e quando a paciência da editora estava acabando percebi que era hora de começar a escrever.

RESENHANDO - De que maneira teve acesso às histórias secretas de Clodovil, como a contratação de garotos de programa?
C.M. - Em uma pesquisa, ao buscar uma informação, acontece de se encontrar muitas outras. Uma fonte pode levar a outras, e foi isso o que aconteceu no caso da biografia do Clodovil. Várias pessoas que entrevistei me contaram histórias sobre os garotos de programa.

RESENHANDO - Houve algum ponto da biografia de Clodovil que o chocou?
C.M. - O mais chocante foram histórias sobre a morte dele, mas que não pude contar no livro, por falta de provas, tempo e recursos para investigação. Tem muito a ser apurado na fase pós-morte.

RESENHANDO - Dos desafetos públicos que Clodovil tinha, qual é o mais controverso na sua opinião? 
C.M. - Foram muitos. Não sei dizer qual o mais controverso. O mais impactante, talvez, tenha sido a briga com o programa "Pânico na TV". Foi o que mais desequilibrou Clodovil. 

RESENHANDO - Clodovil estava certo em relação às brigas que comprava?
C.M. - Isso é muito relativo. Ele comprou algumas brigas importantes e pagou caro por isso. Por exemplo quando criticou ao vivo o processo da constituinte, em 1988, que estava sendo aprovada de maneira não tão transparente. Perdeu o emprego por isso. Mas em tantas em outras, não tinha razão alguma. Foi por puro destempero mesmo. Clodovil era assim.   

RESENHANDO - No mundo politicamente correto e careta de hoje, Clodovil conseguiria se tornar o Clodovil Hernandes que ele foi? Teria mais dificuldades ou facilidades?
C.M. - Difícil dizer isso. Penso que seria a mesma coisa. Um desfile de encrencas e confusões, mas sempre com muito estilo e autenticidade.

RESENHANDO - Conhecedor da história de Clodovil, aponte a principal qualidade e o principal defeito dele.
C.M. - Sua principal qualidade acho que foi a autenticidade. O defeito, sua mania de se envolver em brigas e confusões. 

RESENHANDO - Por que Faustão e Silvio Santos se recusaram a falar sobre Clodovil em seu livro?
C.M. - Bom, sei lá, mas acho que talvez porque não costumam dar entrevistas mesmo.

RESENHANDO - Depois de biografar a obra do estilista, qual é a sua opinião pessoal sobre ele?
C.M. - O Clodovil era cheio de contradições, mas me impressionou seu lado criativo, o profissionalismo e a espontaneidade. Foi sem dúvida uma pessoa incrível.

*Helder Moraes Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.

As 7 maiores polêmicas de Clodovil

"Pânico na TV" - A saga de Clodovil


domingo, 19 de novembro de 2017

.: Crônica: "Os Surdos do ENEM", por Sérgio Sayeg

Por Sérgio Sayeg, em novembro de 2017.

“Desafio para a formação educacional de surdos no Brasil”. Este foi o tema da prova de redação que os elaboradores do ENEM/2017 desencavaram para aterrorizar os postulantes a ingressar no ensino superior. 

Não que deficientes auditivos não sejam merecedores do melhor de nossa atenção. A questão é: proposições dessa natureza possibilitam efetivamente que os estudantes brasileiros aprendam a escrever melhor e a desenvolver suas ideias, de modo a deixar de figurar no ranking mundial entre os piores do mundo, onde foram colocados justamente pelo atual sistema falido de ensino?

Os surdos certamente se sentiriam mais gratificados se suas demandas fossem temas de políticas públicas consequentes ao invés de redações para adolescentes que mal sabem construir uma sentença com nexo até o fim. Resolver problemas pertinentes aos que têm deficiência auditiva deveria ser função de nossos ineptos governantes, esses sim surdos da pior espécie, aqueles que não auscultam os clamores da sociedade. Só têm ouvidos para o canto da sereia do poder e para o tilintar da grana que transita solta nas altas esferas. Na falta de vontade política para lidar com as questões espinhosas geradas por legiões de surdos, mudos, cegos, enfermos, miseráveis e analfabetos, nossos mandatários repassam-nas, através dos burocratas do MEC, aos coitados dos estudantes cuja única aspiração é ter uma formação universitária decente para poder engrossar com dignidade a multidão de desempregados com diploma na mão.

Não é de hoje que os sádicos elaboradores dos exames do ENEM levantam temas excruciantes para torturar a molecada e iniciar-lhe em assuntos inextricáveis ou insolúveis: a violência contra a mulher (2015), o trabalho infantil (2005), a valorização do idoso (2009), os abusos da mídia (2004), a intolerância religiosa (2016), o racismo (2016, 2ª prova), a publicidade infantil (2014), a lei seca (2013), a preservação da floresta (2008), a violência (2003), a imigração (2012). Certamente, os pupilos sentir-se-iam mais à vontade discorrendo sobre games, música, filmes, esportes ou sentimentos universais como amor, amizade, medo, alegria em que talvez pudessem fazer extensas e criativas dissertações, exercer sua expressividade e, com mais propriedade, manifestar suas opiniões.

Mas quem está interessado em sua opinião, Zé Mané? O ENEM quer apenas que o noviço recite a cartilha adotada, colocando-lhe na boca (e na ponta da caneta preta) lemas do receituário politicamente correto para homogeneizar o entendimento da molecada. Ao mesmo tempo em que glorificam teses de diversidade e liberdade de opinião, preconizam, quando se trata de educação, uma modorrenta unicidade de pensamento.

Faz parte dos objetivos dos educadores de plantão desde cedo assombrar a galera com questões "adultas", repletas de "responsabilidade social" (seja lá o que eles acham que isso possa ser) e abortar impiedosamente seu mundo de sonhos e fantasias despolitizado ("alienado").

Afinal, o objetivo do nosso sistema de ensino não é formar pessoas felizes, realizadas, cheias de vida, de bem com o mundo, e sim "Guevarinhas" raivosos, militantes engajados em promover passeatas, incitar ocupações e substituir regimes corruptos de direita por regimes corruptos de esquerda.

Resta-nos oferecer dicas aos jovens para sobreviver a isso. Para agradar aos julgadores com "consciência social" do ENEM, lance mão de frases de efeito mas sem nenhum conteúdo efetivo como: “é necessário efetuar a mobilização da sociedade para pressionar as autoridades”, “é preciso assegurar os direitos constitucionais inalienáveis aos menos favorecidos”, “que seja adotada uma política de inclusão que respeite os direitos humanos de todos os cidadãos”, “é imprescindível estabelecer diálogo com os movimentos sociais representativos para aprofundar o processo de democratização”. Decore tais frases e insira-as aleatoriamente no meio do seu texto.

São sempre bem vindas menções a pensadores chiques de esquerda como Sartre, Lukács ou Foucault. Não perca tempo lendo as obras dos ditos cujos pois você obviamente não vai entender nada. Basta pegar uma citação extraída de algum livro, pinçada no buscador do Google. Não se preocupe em checar a autenticidade pois os julgadores também nunca leram. Não se arrisque a citar autores supostamente ‘de direita’ nem mesmo ficcionistas como Borges, Vargas Llosa ou Nelson Rodrigues. E se você, quando criança, foi educado com o "Sítio do Picapau Amarelo" ou "Reinações de Narizinho", apague-os da memória para não incorrer no perigo de citar involuntariamente alguma passagem. Monteiro Lobato passou a ser considerado racista por causa da empregada afrodescendente Tia Nastácia, explorada até a alma pela avó latifundiária, Dona Benta.

Lembre-se que, apesar da proibição pela Justiça de zerar redações que firam “direitos humanos”, o julgador pode dar nota 1 se considerá-lo um ‘coxinha’. Em hipótese alguma, deixe transparecer qualquer traço de aceitação ao sistema vigente para não angariar antipatia dos professores, cuja formação foi herdada da resistência à ditadura militar.

Por fim, não permita que o trauma da redação do ENEM destrua seu desejo por escrever e ler poesias, contos ou obras de ficção e realidade fantástica. Assim que passar o pesadelo das provas, saiba que há milhares de lindos e inspiradores livros que lhe permitem voar alto para longe da tragédia social pela qual, apesar do empenho em envolver-lhe feito pelos mestres politizados, você não deve carregar nenhuma culpa. De Machado de Assis a Drummond de Andrade, de Gonçalves Dias a Paulo Leminsky, de Lewis Carroll a George R R Martin, do "Pequeno Príncipe" a Harry Potter, do Superman ao Dragon Ball. Leituras deliciosas, motivadoras e sem compromisso, eivadas de liberdade e beleza que passam a quilômetros de distância do mundo em permanente putrefação trazido pelos educa(stra)dores do ENEM.

.: Zeca Baleiro lança "Arquivo_Duetos 2". Álbum está nas plataformas digitais

Perguntado sobre o que faria para comemorar os 20 anos de lançamento de “Onde Andará Stephen Fry?”, seu primeiro disco, Zeca Baleiro cravou: “Quero jogar no mundo alguns trabalhos que acumulei nesse tempo - vários duetos, boas gravações ao vivo, sobras de estúdio...”. O cantor e compositor começou a trabalhar nisso e agora lança o segundo álbum dessa série, “Arquivo_Duetos 2”, que estará em todas as plataformas digitais dia 10 de novembro.

Artista plural, Zeca Baleiro sempre colaborou com artistas de diversas tribos e gerações. “Arquivo_Duetos 2” ressalta essa vocação, seu perfil agregador, assim como sua faceta de intérprete, reunindo duetos com cantoras como Amelinha e a portuguesa Teresa Salgueiro; o grupo de reggae Namastê; a jovem Gabi Milino e nomes da cena independente como Carlos Careqa, Landau e Sander Mecca.

Entre as composições de Baleiro, o álbum traz duas parcerias, uma com o compositor Chico Salem ("Obsessão") e outra com o uruguaio Dany Lopez, a inédita “Nossa Lenda”. “Arquivo_Duetos 2” também revela duas gravações inéditas: “O Mar me Leva”, um dueto com Zizi Possi registrado antes pela cantora no EP de mesmo nome e produzido pelo próprio Baleiro, e “Colher e Faca”, composta especialmente para o filme "O Amor no Divã", de Alexandre Reinecke, e gravada com Alessandra Maestrini.

Uma curiosidade dos duetos, o uruguaio Dany Lopez canta em português com Zeca, que canta em espanhol com Gabi Milino e em italiano com Carlos Careqa, em gravação feita originalmente para um projeto do artista (“Facciamo L'Amore”), que compôs todas as canções em italiano.

“Arquivo_Duetos 2” é um lançamento Saravá Discos, com distribuição digital da ONErpm.

"Arquivo_Duetos 2" | Zeca Baleiro
1. O Mar me Leva - feat Zizi Possi
2. Nossa Lenda - feat Dany Lopez (Uruguai)
3. Colher e Faca - feat. Alessandra Maestrini
4. Bacio D’ Amore, Bacio Di Morte - feat. Carlos Careqa
5. Asa Partida - feat. Amelinha
6. Obsessão - feat. Chico Salem
7. Onde a Gente Mora - feat. Namastê
8. El Desierto - feat Gabi Milino
9. Tão Só - feat. Landau
10. Dia de São Nunca - feat. Sander Mecca
11. Ondas - feat Teresa Salgueiro (Portugal)

.: Tudo sobre o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura: “O Abridor de Letras”


Escritor e ativista ambiental, João Meirelles Filho explora o universo da Amazônia Oriental, do Pará, do Maranhão e de Belém, onde vive há 13 anos. Livro será lançado nas unidades do Sesc em São Paulo, Brasília e Belém nos dias 28 de novembro, 5 e 7 de dezembro, respectivamente.

A vivência de 40 anos na Amazônia sempre fez com que João Meirelles Filho buscasse a fronteira entre o real e o imaginário. Escritor e empreendedor social há 30 anos, ele é autor de diversos livros de não-ficção sobre a floresta amazônica. Este ano ele estreou na ficção e conquistou o Prêmio Sesc de Literatura com o livro “O Abridor de Letras”.

A natureza e as mudanças climáticas também estão presentes nos oito contos reunidos no livro. “Muitas das questões socioambientais são desinteressantes à maioria, a ficção permite uma abordagem intimista e, quem sabe, mais persuasiva e que raramente procura encerrar problemáticas tão complexas”, afirma o autor.

Nos textos, a Amazônia, o Cerrado, a Caatinga e o Pantanal são explorados por meio do linguajar caboclo, pelos saberes e fazeres locais e pelo contraste entre o urbano e o rural. “Há algo genérico no sertão interior, onde as palavras se tornam mais inquiridoras à medida que avançam rios e serras adentro, em novos contatos com outras paisagens culturais”, declara.

Conciliando a vida de escritor com a de ativista social, Meirelles já prepara o segundo livro de contos e conta que o Prêmio Sesc de Literatura foi um grande estímulo. “Primeiro, porque nunca participara de prêmio algum e, assim ele  me diz com todas as letras –  vai, siga adiante –; e, depois, porque as narrativas estão surgindo à medida que deixo a porteira aberta”. “O Abridor de Letras” chega às livrarias neste mês de novembro pela Editora Record.

Trecho
“Trapiche. Nossa! Achava lindo, aquela palavra se acompridando pra dentro d’água e na boca- tra-pi-cheee. Muxoxo, outra que se deliciava com o biquinho que a boca formava. Tinha vontade de se empanzinar com um cardume de muxoxos como se fossem doces recheados de creme. Maxixe, calafate. Misterioso este calafate, parece coisa muito antiga. E é, soube, das profissões mais antigas deste mundo. Abridor de letras, isso era o paraíso das palavras. Estes abridores de letras também abriam palavras?  Abriam frases? Abriam livros? Ai, que lindo.”

Sobre o autor
João Meirelles Filho é escritor e ativista ambiental. Trabalha há 20 anos no Instituto Peabiru, ONG que atua na área dos direitos sociais e ambientais. Nascido em São Paulo, dedica sua vida à Amazônia e, em especial, a Belém, Pará, onde reside com sua mulher. É autor de ensaios e livros de não-ficção, como "O Livro de Ouro da Amazônia" (Ediouro) e "Grandes Expedições À Amazônia Brasileira", em dois volumes (Editora Metalivros).

Serviço:
Lançamentos “O Abridor de Letras” 

28 de novembro, São Paulo- Sesc 24 de maio
Rua 24 de maio, 109, Centro, São Paulo

5 de dezembro, Brasília-Sesc Presidente Dutra
Edifício Presidente Dutra - Setor Comercial Sul, SHCS, DF

7 de dezembro, Belém-Sesc Boulevard
Av. Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina, Belém

“O Abridor de Letras”
João Meirelles Filho

144 páginas
R$ 32,90
Editora Record
(Grupo Editorial Record)

.: MIS tem programação especial e gratuita no Dia da Consciência Negra

Durante o feriado, no dia 20, segunda-feira, o público contará com cinema, bate-papo, dança, "Slam Poetry" e um Baile Black encerrando o evento. Além disso, a entrada para a megaexposição Renato Russo também será gratuita durante o dia

O MIS, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, preparou uma programação gratuita para celebrar o feriado do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Além de diversas atividades focadas no debate e na visibilidade da cultura afro-brasileira, a megaexposição Renato Russo estará aberta, das 9h00 às 19h00, com entrada gratuita.

A partir das 15h, acontece o especial Soul Black Soul Dance, com Slam Poetry  (competição em que poetas recitam um trabalho original) comandada por Banks Back Spin, seguida por sessão do filme "Soul King Nino Brown" (documentário sobre um dos nomes mais importantes do hip hop brasileiro, King Nino Brown, um dos fundadores da Casa de Hip Hop de Diadema, presidente da Zulu Nation Brasil e historiador da cultura Soul Funky e do hip  hop mundial e nacional) - seguida por bate-papo com o próprio Brown, além de Leo Papel e Sharylaine. Para fechar o evento, King Nino Brown comanda as pick-ups do Baile Black, às 18h00, no foyer do térreo.

O programa mensal Dança no MIS, com curadoria de Natalia Mallo, também integra o Dia da Consciência Negra com a performance Toda raiz tem um pouco de senzala, às 17h, na área externa. A ocupação vem por meio de uma pesquisa de Emerson Trankas e traz discussões como preconceito, violência física e mental, além de caminhos para o empoderamento do negro no Brasil.

Programação completa
Soul Black Soul Dance
15h - Auditório MIS* - Abertura do evento ("SLAM Poetry" com Banks Back Spin)
15h20 - Auditório MIS* - Exibição do filme "Soul King Nino Brown", seguido de bate-papo (com King Nino Brown, Leo Papel e Sharylaine). Sinopse: documentário sobre um dos nomes mais importantes do hip hop brasileiro, King Nino Brown, um dos fundadores da Casa de Hip Hop de Diadema e da Zulu Nation Brasil, e historiador da cultura hip hop e da soul music.
18h - foyer térreo - Baile Black (com Dj King Nino Brown)
*Retirada de ingresso com 1h de antecedência

Dança no MIS  - "Toda Raiz Tem Um Pouco de Senzala"
Horário:  17h
Local: Área externa
A ocupação vem por meio de uma pesquisa de Emerson Trankas, selecionado pela convocatória Dança no MIS 2017. O projeto pretende, a partir das necessidades de cada bailarino, transmitir o desencadeamento das sequelas de um passado que reverbera nos dias atuais. A performance traz discussões como preconceito, violência física e mental, além de possíveis caminhos para o empoderamento do negro no Brasil. Toda raiz tem um pouco de senzala é apresentada pela Cia Viela de Dança, com Marlon Martins Jorge, Jéssica Roberta de Oliveira Firmino, Ana Caroline dos Santos Ferreira, Gabriel Henrique Albernaz da Silva, Gabriel Henrique , Rodrigues Gonçalves, Danielle Karoline Silvério Santos.

Serviço
Especial | Dia da Consciência Negra no MIS
Segunda-feira, 20 de novembro
Horário: Soul Black Soul Dance, a partir das 15h. Dança no MIS, às 17h. Visitação Renato Russo, das 9h às 19h. Ingresso gratuito.

Museu da Imagem e do Som – MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo | (11) 2117 4777 | 
Estacionamento conveniado: R$ 18
Acesso e elevador para cadeirantes. Ar-condicionado.

sábado, 18 de novembro de 2017

.: "Tons de Clô": biografia revela todos os segredos de Clodovil Hernandes


“Clodovil era um cara indigesto, especialmente para os hipócritas. Um vilão convicto no mercado politicamente correto – portanto um herói de seu tempo.”
Guilherme Fiúza

“Amado e odiado, temido e admirado, brilhante e, algumas vezes, cruel. Capaz de devolver ao mundo em dobro a agressividade com que a vida o tratou desde o momento em que foi rejeitado pela mãe biológica por ser um bebê feio e doente. Uma ferida que o sucesso não conseguiu cicatrizar.”
Sonia Abrão

“A língua afiada e o gatilho rápido eram pontuais. Quem entrava na relação de desafetos dele, jogava a toalha.”
Amaury Jr.

Pioneiro na moda do Brasil, polêmico apresentador de programas de sucesso na TV e até deputado federal, Clodovil Hernandes teve uma vida intensa, marcada por grandes afetos e enormes brigas, muito luxo, glamour e sexo. Foi com esse personagem ímpar que o jornalista Carlos Minuano topou em 2012, quando esteve em Ubatuba, onde Clô mantinha uma mansão, para fazer uma reportagem sobre um espaço que seria inaugurado em homenagem a ele. 

Clodovil morrera em 2009 e, mesmo após sua morte, continuou sendo alvo de fofocas e rumores. Até a suspeita de que foi assassinado ainda ronda a sua história, contada em detalhes no livro “Tons de Clô”, que será lançado por Minuano no final de novembro.

“Ele costurou, como ninguém, uma extensa teia de polêmicas e controvérsias de grosso calibre. Em resumo, uma vida de contrastes, mas sempre transbordada de luxo, glamour e celebridades. Enredada à sua história, uma extensa lista de famosos. Nomes como o de Marília Gabriela e Marta Suplicy, com quem dividiu o comando do antológico programa feminino TV mulher, na Globo, e do qual pediu demissão por desentendimentos com as colegas de trabalho. O circuito de afetos e desafetos de Clodovil é mais um desfile de celebridades, que são fontes essenciais na história do estilista. Adriane Galisteu, Luciana Gimenez, entre tantas outras, tiveram atritos com o estilista. Mas ele também foi querido de outros gigantes midiáticos, como Faustão e Silvio Santos. Ambos, porém, se recusaram a falar para esta biografia”, revela o jornalista, na apresentação que escreveu para o livro.

Escandaloso, sincero e intempestivo, Clodovil colecionou encrencas e arrumou inimigos por onde passou. Em entrevista para o livro, amigos disseram que era ao mesmo tempo divertido e bipolar. O jornalista lembra que, por trás da fama, do dinheiro e do sucesso profissional, Clodovil guardava algumas frustrações, como a descoberta de que era filho adotivo e a dificuldade que sempre teve com a sexualidade. Clodovil não se casou e disse só ter tido um amor na vida, não concretizado. Conhecido por contratar garotos de programa, usava bordões que falavam da sexualidade para se defender: “Vocês acham que eu sou passivo? Pisem no meu calo para ver”, dizia durante a campanha para deputado federal. São tantas as frases marcantes que o autor decidiu publicar em destaque uma a cada capítulo.

O livro tem um belo encarte com fotos do personagem e traz na orelha depoimento de um dos antigos desafetos de Clô, o também estilista Ronaldo Ésper. Ele será lançado no dia 22 de novembro, a partir das 19h, na livraria da Vila da Fradique Coutinho.

Orelha de "Tons de Clô", por Por Ronaldo Ésper:

“Foi assustador quando Carlos Minuano me falou dessa biografia do Clodovil, pelo simples fato de que tudo em torno do biografado nos assusta. O autor penetrou no ateliê do costureiro e ousou estilhaçar todos os espelhos onde, infinitamente, Clodovil tentou se encontrar. Estilhaçados os espelhos, o resultado dessa profanação foram muitos cacos. Alguns inofensivos, outros, porém, pontiagudos e cortantes. O autor, a custo de se ferir e, por conseguinte, ferir também o leitor, nos apresenta a verdade a respeito do estilista. Aquele que passou anos vestindo os nus encontra-se aqui desnudado pelos fortes ventos de Minuano. No mundo da moda é quase ilegal dizer a verdade, mas essa ilegalidade torna-se aceitável na presente obra. Minuano enfrenta um monte de retroses embaraçados e vai desembaraçando com fina habilidade o caos de sedas e agulhas. Não é, pois, uma biografia comum, porque se houve alguém incomum, esse foi Clodovil. Além disso, cumpre ressaltar que esta é a primeira biografia a seu respeito. Aplausos ao autor. Ao lado de Dener, Clodovil foi um dos maiores criadores de moda dessa primeira geração de estilistas e, para muitos, um dos maiores fashion designers do Brasil. 'Tons de Clô', um resgate oportuníssimo, destaca o esforço nacionalista de Clodovil na tentativa de impor uma ‘moda brasileira’ e nos leva também da agonia ao êxtase na vida do homem Clodovil, à qual me referi como assustadora. Aqui está o artista, sua moda, o personagem, a difícil pessoa, o cortante talento de alguém curioso e único. Por isso, ouso dizer que há um pouco de Clodovil em todos os estilistas que o seguiram. Seu fantasma assombra todos os ateliês de moda, e coube a Minuano conduzir esse trem deliciosamente fantasmagórico. Vida atormentada e polêmica até culminar com sua misteriosa morte. Todos os retalhos dessa vida foram costurados por Minuano, e o resultado é um vestido sério, sem fantasias, porém estupendo.”

Sobre o autor:
Jornalista, pós-graduado em cinema, em cerca de duas décadas de carreira já escreveu nos principais veículos do país, como no jornal Folha de S.Paulo, revistas Carta Capital, Rolling Stone, e em diversas publicações da editora Abril. Atualmente é repórter do jornal Metro (Band) e colaborador no portal UOL.



.: “Os Bolds”: livro infantil sobre bichos que assumem a identidade de humanos

Os Bolds são como muitas famílias: moram em uma casa agradável, trabalham, gostam de fazer compras no mercado e levam sempre seus filhos para o colégio. A única diferença é que eles são hienas.

O Sr. e a Sra. Bold moravam em uma savana na África até presenciarem um casal de turistas ser atacado por um jacaré. É neste momento que eles resolvem assumir a identidade dos humanos. 

Por um tempo, tudo dá certo. Eles assimilaram rápido a rotina da cidade grande, conseguiram controlar as risadas histéricas típicas das hienas e aprenderam que, escondendo o rabo e as orelhas, ninguém iria desconfiar da verdadeira identidade da família.

Porém, um vizinho intrometido parece suspeitar de que algo está errado e um pequeno descuido pode comprometer o segredo dos Bolds.

Elogiado pelos principais sites como Publishers Weekly, Kirkus e The Guardian, “Os Bolds” é escrito pelo comediante inglês Julian Clary e tem ilustrações assinadas por David Roberts.  A obra, voltada para o público infantil, chega às prateleiras pela Bertrand Brasil.

Sobre o autor:
Quando Julian Clary não está contando piadas no palco, costuma passar tempo com seus animais de estimação. Seu amor pelos animais ao longo da vida inspirou-o a contar uma história sobre o que aconteceria se eles fingissem ser humanos.

.: Coral Porto dos Anjos apresenta espetáculo no Teatro Coliseu

Espetáculo “Cantar, Brincar e Amar” é resultado do ano de aulas com crianças da região.


Contribuir para o formação educacional, social e cultural da futura geração, utilizando a arte como ferramenta. No caso, especificamente a música. Esse tem sido o objetivo do projeto Coral Porto dos Anjos, que desde o início do ano tem preparado crianças da região para o espetáculo “Cantar, Brincar e Amar”, que será realizado terça-feira, 21 de novembro, 20h, no Teatro Coliseu. A entrada é gratuita, com retirada dos ingressos uma hora antes.

O espetáculo aborda de maneira lúdica e bem-humorada o fenômeno das crianças da nova geração que não sabem mais brincar. Os professores, Maestros Regina Kinjo e Marcos Lucatelli, conduzem 40 dos maiores talentos artísticos mirins da região. Um espetáculo para toda a família, cujo repertório mistura músicas dos universos folclórico, erudito, percussão corporal e muito mais.

Durante o ano foram desenvolvidas atividades formativas em canto com alguns dos melhores profissionais do país, além de apresentações de caráter social em instituições assistenciais.

"Nós criamos no projeto um ambiente saudável, criativo e que proporcione a oportunidade de desenvolvimento de aptidões artísticas e musicais das crianças. Fugindo do lugar comum, o Coral Porto dos Anjos busca inovações capazes de manter as crianças e a plateia verdadeiramente encantados com o universo musical", comenta Adrianne Okazaki, diretora artística do Coral.

Antes, o coral faz uma apresentação prévia neste domingo, 19, 17h, na Pinacoteca Benedicto Calixto (Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão). Também gratuita.

O Coral Porto dos Anjos tem patrocínio máster de BTP - Brasil Terminal Portuário, patrocínio de ADM do Brasil e CODESP - Companhia Docas do Estado de São Paulo. Realização: Lei de Incentivo à Cultura - Ministério da Cultura, Governo Federal – Ordem e Progresso

Serviço: 
Espetáculo “Cantar, Brincar e Amar” com o Coral Infantil Porto dos Anjos
Terça-feira, 21 de novembro, 20h
Teatro Coliseu – Rua Amador Bueno, 237, Centro
Retirada gratuita de ingressos - uma hora antes da apresentação

.: Crítica: Em cartaz há 31 anos, "Trair e Coçar É Só Começar" continua atual


Por Helder Miranda, em novembro de 2017.


São 31 anos de sucesso ininterrupto. Com isso, números impressionantes, como mais de 6 milhões de espectadores, mais de 9 mil apresentações, quatro vezes no Guiness Book... Logo, assistir a "Trair e Coçar É Só Começar", em cartaz no Teatro Ruth Escobar até dia 26 de novembro é, para quem gosta de teatro, antes de tudo, preencher uma lacuna, já que a peça continua atual. 

Escrita por Marcos Caruso, a comédia conta as desventuras da empregada doméstica Olímpia - personagem que lançou nomes do porte da atriz Denise Fraga, em seu papel de estreia no teatro - e suas tentativas de tirar proveito de uma série de mal-entendidos que acontecem no apartamento dos patrões. 

Tudo gira em torno de em um cenário bem aconchegante que retrata um apartamento de classe média. Nele, a atriz Anastácia Custódia, no papel de Olímpia desde 2005, brilha e demonstra estar muito confortável na personagem que, por mais de três décadas, arranca risadas da plateia. É um privilégio assistir a essa grande atriz defendendo uma personagem icônica de nosso teatro de maneira tão leve e despretensiosa. 

A plateia é uma atração à parte, com suas risadas que contagiam, criando uma atmosfera de cumplicidade entre o espectador - testemunha ocular das confusões em que se envolvem os personagens - e os atores. Em duas horas de espetáculo, todos têm a chance de brilhar. E, em algum momento, cada ator chama para si o foco das atenções e torna-se o protagonista da história.

Desde o vendedor de joias galã (Ricardo Ciciliano) que - depois de uma bebedeira - mostra um lado bem escondido, à melhor amiga fofoqueira (Carla Pagani) da patroa. Destaque também para a recatada esposa (Siomara Schröder, a inesquecível Etcetera do "Castelo Rá-Tim-Bum", na TV Cultura) supostamente traída pelo síndico que, no auge da loucura desenfreada da série de mal-entendidos dos personagens, fica de lingerie a contragosto e arranca boas risadas

Carlos Mariano (na memória afetiva da geração de pessoas com mais de 30 anos por interpretar um dos peixes do seriado "Glub Glub" na TV Cultura e conhecido pelas crianças de agora como um policial atrapalhado na novela "Carinha de Anjo", no SBT) e Mario Sérgio Pretini, veteraníssimo dos palcos e da TV, também mostram química nessa parceria. A esposa (Tânia Castello), o síndico assanhado (Miguel Bretas) e até um padre (Beto Nasci) completam a diversão. 

É uma comédia com classe, que faz rir sem apelações, mas também não segue a linha politicamente correta. Na verdade, é um respiro de qualidade no teatro paulistano, que continua vivo e pulsante. Ainda dá tempo de assistir e está no bairro da Bela Vista, bem pertinho do Bexiga. Depois, a peça sai para uma temporada itinerante pelo país. 

"Trair e Coçar É Só Começar" é para assistir e revisitar sempre que puder, já que o texto se renova e, nessa montagem, conta com piadas relacionadas ao que está acontecendo agora no cotidiano desse país que precisa de mais comédias como essa. É aí que "Trair e Coçar..." se faz necessária: precisamos rir de nossas mazelas, mas, sobretudo, merecemos ser felizes!


Sinopse 
A peça gira em torno de hipóteses de adultérios, geradas por equívocos e confusões provocadas por uma empregada, que se aproveita da desconfiança geral entre os casais do enredo para subornar seus patrões e amigos. A história conta com três casais, um padre e um vendedor de joias que se torna, sem querer, o pivô de uma série de suspeitas de traição. É uma comédia de costumes com todas as confusões do gênero.

"Trair e Coçar É Só Começar" no Teatro Ruth Escobar
Cia. Radamés Bruno Prod. Cultura e Marketing e Eventos Ltda.
Sala: Dina Sfat
Gênero: Comédia
Duração: 120 minutos
Autor: Marcos Caruso
Diretor: José Scavazini
Classificação etária: 12 anos
Dias e horários: sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h
Duração da temporada: até 26 de novembro
Valor do ingresso: sextas e domingos: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia); Sábados: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Elenco: Anastácia Custódio, Carlos Mariano, Mario Sérgio Pretini, Tânia Casttello, Carla Pagani, Miguel Bretas, Ricardo Ciciliano, Siomara Schröder e Beto Nasci
Endereço: rua dos Ingleses, 209 - Bela Vista/São Paulo - SP

*Helder Miranda escreve desde os seis anos e publicou um livro de poemas, "Fuga", aos 17. É bacharel em jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos, pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura, pela USP - Universidade de São Paulo, e graduando em Pedagogia, pela Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Participou de várias antologias nacionais e internacionais, escreve contos, poemas e romances ainda não publicados. É editor do portal de cultura e entretenimento Resenhando.

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