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segunda-feira, 31 de março de 2025

.: Livro sobre saúde mental e armadilhas do nosso "crítico interno" chega ao Brasil


“Sou uma fraude, sou preguiçoso, preciso trabalhar mais. Preciso ser mais durão, mais divertido, mais calmo. Preciso ficar quieto, parecer bonito, parar de me exibir. Preciso dar preferência aos outros, preciso estar em primeiro lugar. Preciso ser perfeito. Preciso esconder quem sou de verdade...”. 
Se essas afirmações lhe parecem familiares, saiba que você não é o único a ouvi-las. 

Isso é o que afirma Neal Allen, ex-jornalista e executivo empresarial, com mestrado em Ciência Política pela Universidade de Columbia e em Clássicos Orientais pela St. John’s College, que largou sua carreira para se dedicar a ajudar as pessoas a encontrar a voz de seu crítico interno e aprender a lidar com ele de forma saudável. Em seu mais novo livro “A Arte de Viver Dias Melhores”, publicado pela editora Cultrix, Neal analisa um aspecto fundamental da psique humana que de modo geral é ignorado: o superego.

Fundamentado na ideia freudiana de que o superego forma necessariamente a consciência moral de uma pessoa, o autor explica como essa voz em sua cabeça se desenvolve na infância como um mecanismo de sobrevivência, mas, quando já não é necessária para proteção, se aloja na mente como uma espécie de “parasita pessoal”, algo impróprio para ela. Por meio de reflexões inteligentes e exercícios simples, Allen promete levar seus leitores ao encontro, ao confronto e, por fim, ao controle do crítico interno. 

Ao se livrar do fardo do superego e ao saber escutá-lo, sem ser tiranizado por ele, o autor afirma que “você poderá superar padrões desgastados de recompensa e punição, reduzir o falatório interno que o prejudica e, enfim, abrir espaço para a vida que merece – uma vida que seja mais tranquila e prazerosa”. O livro oferece ainda ao leitor exercícios e explorações simples e envolventes, capazes de levá-lo a encontrar confrontar e, finalmente, silenciar a voz punitiva que nos diz que não somos bons o suficiente. Leia um trecho do livro:


“Ouça a voz em sua cabeça, aquela voz que o perturba quando você não dá conta dos seus afazeres. Preste atenção nesse momento e ouça o que ela lhe diz. Quais são suas inflexões? Você já ouviu essas modulações antes? Elas lhe lembram alguém? Em minha experiência com clientes, a grande maioria percebe que a voz do superego soa como a voz da mãe quando irritada. Para outros, assemelha-se mais à do pai. Alguns não conseguem diferenciá-la da própria voz e alguns poucos não a ouvem. Mas ela está aí, e, na medida em que você tiver conflitos diários com outras pessoas, seu superego estará ativo nos bastidores. Os psicólogos chamam o processo que introduz um superego em nossa vida de “introjeção” [...] Enquanto isso, ouça a voz dele. Quanto mais você prestar atenção, mais potente ela se tornará e mais fácil será ouvi-la. Apenas ouça. Não reclame nem faça nada a respeito. Quando você captar sua inflexão, pare por um segundo e identifique-a. ‘Esse é o meu superego.’ Isso é tudo o que você precisa fazer. ”
  – Neal Allen


Sobre o autor
Neal Allen é escritor, orientador espiritual e palestrante que assumiu como missão principal remover os obstáculos do ego. Ex-jornalista e executivo empresarial, tem mestrado em Ciência Política pela Universidade de Columbia e em Clássicos Orientais pela St. John’s College. Reside com a esposa, a escritora Anne Lamott, no norte da Califórnia. Compre o livro “A Arte de Viver Dias Melhores” neste link.

Ficha técnica
Livro " A Arte de Viver Dias Melhores"
Autor: Neal Allen
Editora: Cultrix
Número de páginas: ‎222
Compre o livro neste link.

sexta-feira, 21 de março de 2025

.: Resenha: "Branca de Neve" traz o colorido Disney para versão de clássico

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


A nova versão Disney da clássica história da princesa "Branca de Neve" imprime o colorido vibrante do famoso estúdio, porém num live-action nitidamente voltado ao público infantil. Com protagonismo da atriz Rachel Zegler, o longa é um musical, o que justifica completamente a escalação da Maria de "West Side Story (Amor Sublime Amor)" de 2021. Embora não se enquadre na beleza padrão ou da esperada por muitos, considerando a figura da animação Disney que domina o imaginário mundial. Zegler entrega muito no filme.

A produção que acontece de modo rápido somando 1 hora e 52 minutos de duração, começa no vilarejo em que os pais de Branca de Neve são rei e rainha. No estilo da animação "Wish: O Poder dos Desejos" a sequência musical também remete às canções da produção que celebrou os 100 anos dos estúdios Disney. Pode-se até dizer também que há na nova Branca de Neve, um lado Asha (protagonista de "Wish").

Seguindo a essência do conto de fadas, a felicidade da garota acaba quando seu pai a deixa órfã e ela cai nas mãos da madrasta, a Rainha Má (Gal Gadot, "Mulher Maravilha"), uma vilã gananciosa obsessiva por ser a mais bela. Encastelada, Branca de Neve esbarra em Jonathan (Andrew Burnap, live-action "A Pequena Sereia"), um mão leve, tal qual o Flynn Ryder da animação "Enrolados". Assim, a jovem conhece um pouquinho da realidade daquele povo igual acontece com Jasmine em "Aladdin".

Com novos personagens e sem anões -embora tenham atores por trás, visualmente, todos são criados em efeitos especiais-, após a polêmica com ator Peter Dinklage que questionou a representação de atores com nanismo no filme, "Branca de Neve" é claramente apoiado no talento vocal da protagonista. 

Os trabalhadores de uma mina repleta de pedras preciosas em versão humanizada, a partir da animação de 1938, são a chave de provocar emoção diante do filme. Seja quando os sete homenzinhos surgem entoando a clássica versão dublada de "Eu vou!", em inglês é "Heigh-Ho!". Ou quando Branca de Neve é encontrada ocupando algumas camas e até ao convocá-los para limpar a casa. São momentos lindos no filme.

Tentando flertar com a introdução de "Encantada", que é nitidamente inspirada na da animação "Branca de Neve e os Sete Anões", o novo filme tem alguns segundos animados após o livro "Branca de Neve" ser aberto quando um ouriço sai de cima deleapós tirar um cochilo. Visualmente, o filme é encantador, assim como a voz de Rachel Zegler, mas apresenta um problema curioso. Quando a jovem está sendo velada na floresta, a posição, inicialmente, com os pés virados para um rio, em outros momentos, muda, ainda que ela esteja em cima de uma pedra.

O longa voltado ao público infantil, cumpre seu papel nas tramas de fantasia e está em cartaz nas telonas Cineflix Cinemas sendo uma excelente opção de entretenimento para toda a família. Vale muito a pena conferir nos cinemas, pois a Cineflix Cinemas está com um balde de pipoca belíssimo e colecionável!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Branca de Neve" (Snow White). Ingressos on-line neste linkGênero: infantil, aventuraClassificação: 10 anos. Duração: 1h52. Direção: Mark Webb. Roteiro: Greta Gerwig, Erin Cressida Wilson. Elenco: Rachel Zegler, Gal Gadot, Andrew Burnap. Sinopse: A rainha malvada morre de ciúmes da beleza de Branca de Neve e manda mata-la. Logo, descobre que a jovem não morreu e está morando na floresta com sete amiguinhos. A princesa então é envenenada pela rainha e só o beijo de um príncipe pode salvá-la. Confira os horários: neste link

Trailer "Branca de Neve"




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quarta-feira, 19 de março de 2025

.: Resenha: 'Vitória" é filme-denúncia que transborda humanidade na protagonista

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


O drama nacional "Vitória", estrelado por Fernanda Montenegro no auge de seus 95 anos, entrega a realidade brutal da marginalidade que se faz diante de uma massagista. A produção inicialmente dirigida por Breno Silveira ("2 Filhos de Francisco", falecido durante as filmagens) e continuada por Andrucha Waddington chega às telonas Cineflix Cinemas tal qual uma homenagem dupla, tanto para a personagem inspiradora para a protagonista, assim como para a atriz brasileira que foi a primeira latina a receber a primeira indicação ao Oscars com "Central do Brasil" (1998). 

O longa que soma 1 hora e 52 minutos de duração tem roteiro de Paula Fiúza, adaptado do livro "Dona Vitória Joana da Paz", de Fábio Gusmão. Assim, o público conhece Dona Nina, uma senhora solitária que, aflita com a violência diante das janelas de seu apartamento, passa a registrar crimes após comprar uma filmadora e diversas fitas. Munida de coragem, a idosa passa a filmar a movimentação de traficantes de drogas da região durante meses, com a intenção de cooperar com o trabalho da polícia.

"Vitória" é um filme-denúncia sustentado pelo talento de Fernanda Montenegro, que é nitidamente a alma e a espinha dorsal da produção ao imprimir com delicadeza e firmeza a protagonista que vê seu apartamento sendo depreciado. A característica humana de Dona Nina deixa o público apreensivo a respeito do rumo da heroína que, por vezes, flerta com o perigo. 

Contudo, é a entrada efetiva do jornalista Fábio Gusmão (Alan Rocha) na trama que traz a chance de que o caso se torne público e passe a ser acompanhado pela polícia -que, em parte, também se revela corrupta. Não há como deixar de destacar a atuação do jovem ator Thawan Lucas que interpreta Marcinho, um garoto que vira vítima do que meio em que vive -inicialmente um garoto com esperança, mas que muda drasticamente seu modo de agir. Vale muito a pena conferir "Vitória"!

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"Vitória" (nacional). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 16 anos. Duração: 1h52. Direção: Andrucha Waddington, Breno Silveira. Roteiro: Paula Fiúza. Elenco: Fernanda Montenegro como Nina/Vitória, Alan Rocha (Flávio Godoy), Linn da Quebrada (Bibiana),  Thawan Lucas (Marcio/ Marcinho). Sinopse: Vitória é uma senhora solitária que, aflita com a violência que passa a tomar conta da sua vizinhança, começa a filmar da janela de seu apartamento. A idosa registra a movimentação de traficantes de drogas da região durante meses, com a intenção de cooperar com o trabalho da polícia. Confira os horários: neste link

Trailer "Vitória"




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terça-feira, 18 de março de 2025

.: Resenha: "Mickey 17" trata as versões de si com tom de comédia e criticidade

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


A ficção científica "Mickey 17", adaptada do livro "Mickey7", de Edward Ashton, em cartaz na telona Cineflix Cinemas, faz refletir a respeito das múltiplas versões que cada um é capaz de oferecer em meio a condições diversas de sobrevivência. Tamanha provocação combinada ao talento do ator Robert Pattinson ("Batman", "Crepúsculo"), em destaque como protagonista, o longa garante ainda boas risadas e sequências de pura ação. 

No filme que soma 2 horas e 17 minutos de duração, dirigida pelo cineasta sul-coreano Bong Joon-ho ("Parasita") um colaborador é enviado em uma expedição humana para colonizar o mundo gelado de Niflheim. No entanto, ele é Mickey um "dispensável" que pode ser reimpresso a cada morte, regenerando de modo intacto, inclusive, a maioria de suas memórias.

Eis que sua superficialidade descartável acaba sofrendo alteração quando cai de amores por Nasha (Naomi Ackie, Whitney Houston em "I Wanna Dance With Somebody") e a morte de Mickey é dada como certa, sendo impressa uma 18º versão dele. Erroneamente, os dois se encontram e, numa versão científica de Smeagol e Gollum de "O Senhor dos Anéis", faz Pattinson dar um show de atuação. Com extrema diferenciação entre os dois descartáveis -principalmente no tom de voz de ambos.

Há também uma pegada de "RuPaul´s Drag Race" em que é preciso batalhar pelo própria vida. "Mickey 17" é um filme inteligente, divertido e com pontos de criticidade a respeito da convivência entre humanos no planeta Terra e, quem sabe, até fora dele. Vale a pena conferir!


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"Mickey 17" (Mickey 17). Ingressos on-line neste linkGênero: ficção científicaClassificação: 16 anos. Duração: 2h17. Direção: Bong Joon-ho. Roteiro: Bong Joon-ho. Elenco: Robert Pattinson, Naomi Ackie, Steven Yeun.. Sinopse: O "dispensável" funcionário embarca em uma expedição humana enviada para colonizar o mundo. E depois de uma versão sua morrer, um novo corpo é regenerado.. Confira os horários: neste link

Trailer "Mickey 17"




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.: Crítica: "Batman" é filmaço sem lutas nitidamente coreografadas

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

.: Semifinalista do Booker Prize faz retrato crítico da solidão dos millennials


Em "Regras do Amor na Cidade Grande", lançado no Brasil pela editora Record, um jovem gay busca a felicidade na solitária capital coreana. Sang Young Park faz neste romance enérgico um retrato irônico e comovente da solidão dos millennials e das alegrias e desventuras da vida queer em Seul. O livro, que aborda com profundidade temas delicados, como HIV, aborto, homofobia, foi semifinalista do The International Booker Prize em 2022. O livro ganhou uma adaptação cinematográfica, estrelada por Jang Hye-jin, que atuou no celebrado filme "Parasita", e Noh Sang-hyun, ator da série "Pachinko". A estreia é prevista para outubro na Coreia do Sul. A tradução é de Adriano Scandolara.

No romance, Young é um jovem coreano que, entre os estudos e o trabalho, vive intensamente as noites de Seul e coleciona homens que conhece no Tinder. Ele e Jae-hee — sua melhor amiga, com quem divide apartamento — frequentam bares próximos, onde deixam de lado as preocupações sobre vida amorosa, família e dinheiro se jogando em rodadas de soju e cigarros que guardam no freezer.

No entanto, com o tempo, tudo muda, até mesmo Jae-hee. Depois de muitas desilusões amorosas e uma vida de solteira intensa, ela decide se casar, para surpresa do amigo. Young, então, passa a morar sozinho e divide o tempo entre alguns empregos — para pagar as contas —, a escrita e os cuidados com a mãe, com quem tem uma relação complicada e que foi diagnosticada com câncer em estágio avançado.

Na ânsia por se livrar do constante sentimento de solidão, Young busca companhia em uma série de homens, e cada um tem um impacto diferente em sua vida. Entre eles, um homem mais velho e politizado, mas que demonstra dificuldades em assumir sua orientação sexual; outro que lhe deixa algo que terá de carregar por toda a vida; e um que pode acabar sendo seu grande amor.

"Regras do Amor na Cidade Grande" é um romance que, com boas doses de humor irônico, apresenta um retrato nu e cru dos dilemas e preconceitos sofridos por um homem gay millennial na Coreia do Sul, além de nos fazer refletir de modo profundo sobre temas delicados da vida contemporânea. Ao acompanhar o amadurecimento de Young, experimentamos, de maneira visceral, o esforço pelo direito de ser quem somos e a solidão e as alegrias que emergem do amor. Compre o livro "Regras do Amor na Cidade Grande" neste link.


Sobre o autor
Sang Young Park
nasceu em Daegu, Coreia do Sul, em 1988. Formado em francês e em jornalismo pela Universidade Sungkyunkwan, cursou o mestrado em escrita criativa na Universidade Dongguk. Trabalhou como editor de revista, copywriter e consultor por sete anos antes de estrear como romancista. Em 2016, Park recebeu o prêmio sul-coreano Munhakdongne New Writers Award com o texto “Searching for Paris Hilton”, e em 2018 publicou sua coletânea de contos "The Tears of an Unknown Artist, or Zaytun Pasta", que está entre os mais lidos da Words Without Borders. Sua segunda obra e primeiro romance, "Regras do Amor na Cidade Grande", foi semifinalista do Booker Prize em 2022. Atualmente, o autor mora em Seul. Garanta o seu exemplar de "Regras do Amor na Cidade Grande" neste link.

Ficha técnica
"Regras do Amor na Cidade Grande"
Título original: "Love in the Big City"
Autor: Sang Young Park
Tradução: Adriano Scandolara
252 páginas
Editora Record | Grupo Editorial Record
Compre o livro neste link

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

.: "As Bestas": filme vencedor de vários prêmios estreia em janeiro nos cinemas

Inspirado num acontecimento real, longa narra a tensão entre um casal francês e moradores locais num pequeno vilarejo na Galícia

 

Dirigido pelo espanhol Rodrigo Sorogoyen (indicado ao Oscar em 2019 pelo curta “Madre”), "As Bestas" é uma coprodução entre França e Espanha que traz uma história de tensão marcada por excelentes interpretações de Denis Ménochet e Marina Foïs. O longa foi selecionado e exibido na mostra Première no Festival de Cannes de 2022 e, em 2023, venceu nove Prêmios Goya, a premiação mais importante da Espanha, além de ganhador do César de Melhor Filme Estrangeiro. Com distribuição da Pandora Filmes, o filme estreia nos cinemas brasileiros em 25 de janeiro de 2024.

Ménochet e Foïs interpretam Antoine e Olga, um casal francês que mora no interior da Galícia. Eles tentam tocar sua vida, mas nem sempre são bem-vindos pelos moradores locais. A tensão cresce quando surge um embate com os vizinhos, que se transforma em uma questão violenta que envolverá toda a aldeia. 

Sorogoyen assina o roteiro com Isabel Peña, e se inspirou numa história real para criar o filme. “Estudamos o caso para conhecê-lo e, assim, para nos distanciar dele, e transformá-lo em nossa ficção. Nós conhecíamos, ou acreditávamos que conhecíamos, as pessoas envolvidas. Nós sabíamos, ou pensávamos que sabíamos, suas motivações, seus sonhos. E então começamos a criar nossos personagens para a ficção. Mudamos seus nomes, idade, nacionalidade. Não queríamos contar a história verdadeira, mas algo inspirado naquele evento.”

O cenário, explica ele, é um vilarejo gradualmente abandonado, no qual os moradores locais suspeitam de todos que são estrangeiros, assim surgindo o conflito entre o local e o que é exterior.

“Um problema financeiro, mas também de identidade, no que diz respeito à propriedade da terra. Ameaças, orgulho, convivência difícil, explosões de violência, medo. Esses dois últimos elementos acabaram se tornando os eixos centrais sobre os quais a história se apoiava: violência e medo”.

Enquanto os roteiristas investigavam sobre a área onde se passaria a história, descobriram que, todos os anos, em várias aldeias próximas celebram “a rapa das bestas”, uma celebração popular que consiste em cortar as crinas dos animais selvagens para remover quaisquer parasitas antes de liberar os animais de volta para as montanhas.

“Decidimos introduzir esta tradição, que tem um poder visual esmagador em nossa história. O título menciona isso, mas, também, uma das cenas centrais tentaria ser uma alegoria do “rapa”. Quem é a besta? Antoine tenta ser pacífico diante da violência dos irmãos, mas nunca consegue se separar dele”.

Sorogoyen também conta que "As Bestas" é diferente de todos os filmes que já fez. “A natureza seria filmada como um lugar sem descanso, sem espaço. As lentes nobres continuariam retratando a beleza das florestas, mas, ao mesmo tempo, os mostraria mais fechados, sem saída, labirínticos, é assim que Olga, Antoine e os irmãos Anta se sentem. A narração seria clássica. A câmera se moveria quando os personagens se moviam, o ponto de vista seria neutro, de uma distância média. Contando tudo com objetividade. ‘Como feras’ como um western moderno, onde há um tiroteio na primeira parte e um duelo na segunda.”

Desde sua estreia, o longa, além de prêmios, recebeu diversos elogios. O Wall Street Journal disse que “ao equilibrar os motivos concorrentes dos dois lados, Sorogoyen criou não apenas um drama tenso, mas também uma parábola que é amplamente aplicável em muitas culturas neste momento.”

Já o The New York Times aponta que “a imponente Foïs conduz o filme à medida que ele se transforma em um drama contido sobre a lealdade familiar e a fortaleza feminina”

Sinopse: Antoine (Denis Ménochet) e Olga (Marina Foïs) são um casal francês que se estabeleceu, há algum tempo, numa pequena aldeia, no interior da Galícia. Lá eles levam uma vida pacífica, embora coexistir com a população local não seja tão idílico quanto eles gostariam. Um conflito com seus vizinhos, os irmãos Anta (Luis Zahera e Diego Anido), irrompe e a tensão cresce por toda a aldeia até que chega a um ponto sem retorno.


Ficha Técnica

Direção: Rodrigo Sorogoyen 

Roteiro: Rodrigo Sorogoyen e Isabel Peña

Produção:  Ibon Cormenzana, Ignasi Estapé , Anne-Laure Labadie, Jean Labadie, Nacho Lavilla, Thomas Pibarot, Rodrigo Sorogoyen, Jérôme Vidal, Eduardo Villanueva

Elenco: Denis Ménochet, Marina Foïs, Luis Zahera, Diego Anido, Marie Colomb

Direção de Fotografia: Álex de Pablo

Desenho de Produção: Jose Tirado

Trilha Sonora: Olivier Arson 

Montagem: Alberto del Campo

Gênero: drama, suspense

País: França, Espanha

Ano: 2022

Duração: 137 minutos


Sobre a Pandora Filmes: A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 30 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de filmes no Brasil revelando nomes outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos recentes incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro; e os vencedores da Palma de Ouro de Cannes “The Square: A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund e “Parasita”, de Bong Joon Ho.

Paralelamente aos filmes internacionais, a Pandora atua com o cinema brasileiro, lançando obras de diretores renomados e também de novos talentos, como Ruy Guerra, Edgard Navarro, Sérgio Bianchi, Beto Brant, Fernando Meirelles, Gustavo Galvão, Armando Praça, Helena Ignez, Tata Amaral, Anna Muylaert, Petra Costa, Pedro Serrano e Gabriela Amaral Almeida.


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