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sábado, 29 de março de 2025

.: Um resumo detalhado de "Memórias de Martha", livro cobrado pela Fuvest


Publicado em 1899, o romance memorialista "Memórias de Martha" foi escrito por Júlia Lopes de Almeida. Narrada em primeira pessoa, a obra acompanha a trajetória de Martha, desde a infância difícil até a vida adulta. Trata-se de uma autobiografia ficcional que reflete a condição da mulher no fim do século XIX, destacando temas como desigualdade social, educação e emancipação feminina.

Martha começa a narrativa relembrando a infância pobre no Rio de Janeiro. Após a morte do pai da personagem, a mãe dela, viúva, enfrenta dificuldades financeiras e precisa trabalhar para sustentar a filha. Sem alternativas, elas se mudam para um cortiço, um espaço coletivo onde vivem pessoas de diversas origens e condições. O ambiente é insalubre e repleto de desafios, expondo Martha às dificuldades da vida desde cedo.

No cortiço, Martha observa e aprende sobre as dinâmicas sociais da época. A mãe dela se esforça para garantir um futuro melhor para a filha, acreditando que a educação é a única saída para mudar de vida. Essa visão influencia Martha profundamente, tornando-se um dos principais ideais da personagem ao longo da narrativa.

Com o passar dos anos, Martha cresce cercada por dificuldades, mas também por oportunidades de aprendizado. Ela se destaca pela inteligência e desejo de ascensão social, algo raro para as mulheres do período. A jornada da personagem é marcada por encontros com figuras que influenciam o que pensa sobre o mundo, tanto positiva quanto negativamente. A obra ressalta os preconceitos enfrentados por mulheres que buscam independência, especialmente aquelas de origem humilde. Martha luta contra as convenções da sociedade, que esperam que ela siga um caminho tradicional - casar e depender financeiramente de um marido.

Ao longo da narrativa, a educação surge como um elemento transformador. Martha percebe que somente através do conhecimento poderá conquistar um futuro melhor. Ela se esforça para aprender e, eventualmente, consegue oportunidades que lhe permitem sair da condição em que nasceu. A autora, Júlia Lopes de Almeida, utiliza a história de Martha para criticar a falta de acesso das mulheres à educação e as dificuldades impostas pelo machismo da época. O romance também apresenta reflexões sobre o papel feminino na sociedade, destacando como o estudo pode ser uma ferramenta de empoderamento. Compre o livro "Memórias de Martha" neste link.


Romântica e abolicionista
Júlia Valentim da Silveira Lopes de Almeida 
foi uma escritora, cronista, teatróloga e abolicionista brasileira, considerada uma das autoras mais importantes da literatura nacional. O trabalho dela abrangeu diversos gêneros, incluindo romances, crônicas, literatura infantil, peças teatrais e artigos jornalísticos. Além disso, foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras (ABL), embora tenha sido impedida de se tornar uma de suas primeiras membros devido ao veto à participação feminina.

Nascida no Rio de Janeiro em 24 de setembro de 1862, Júlia era filha do médico Valentim José da Silveira Lopes, que mais tarde recebeu o título de Visconde de São Valentim, e de Adelina Pereira Lopes, ambos portugueses emigrados para o Brasil. Durante a infância, mudou-se para Campinas, São Paulo, onde começou sua trajetória literária. Em 1881, publicou seus primeiros textos na Gazeta de Campinas, desafiando as normas sociais que restringiam a atuação feminina na literatura.

Durante uma entrevista concedida a João do Rio entre 1904 e 1905, revelou que, no início de sua carreira, escrevia versos às escondidas, já que a escrita era vista como uma atividade inadequada para mulheres. Em 1884, começou a colaborar com o jornal carioca O País, onde atuou por mais de três décadas. Em 1886, mudou-se para Lisboa e publicou, em parceria com sua irmã Adelina Lopes Vieira, seu primeiro livro infantil, "Contos Infantis" (1887). No ano seguinte, casou-se com o poeta português Filinto de Almeida, diretor da revista "A Semana Ilustrada". Retornando ao Brasil em 1888, lançou seu primeiro romance, "Memórias de Martha", publicado em folhetins no jornal "O País".

Júlia Lopes de Almeida escreveu para diversos periódicos, incluindo a revista "Brasil-Portugal" e "A Mensageira", uma publicação voltada para mulheres e dirigida por Presciliana Duarte de Almeida entre 1897 e 1900. Seus textos frequentemente abordavam temas sociais, como a abolição da escravatura, a República e os direitos civis.

Pioneira da literatura infantil no Brasil, seu primeiro livro, "Contos Infantis" (1886), reuniu 33 textos em verso e 27 em prosa destinados às crianças, escrito em parceria com sua irmã, Adelina Lopes Vieira. Em 1887, em Portugal, publicou "Traços e Iluminuras", outro livro de contos. Também se destacou como dramaturga, tendo publicado dois volumes de peças teatrais e deixado cerca de dez textos inéditos. 

A coletânea de contos "Ânsia Eterna" (1903) foi influenciada por Guy de Maupassant e é considerada sua obra-prima pela crítica literária Lúcia Miguel-Pereira. Além disso, uma de suas crônicas inspirou Artur Azevedo na criação da peça O Dote. Em 1919, Júlia Lopes de Almeida tornou-se presidente honorária da Legião da Mulher Brasileira, uma sociedade dedicada à promoção dos direitos femininos. Sua influência na literatura e no jornalismo foi reconhecida pela criação do Grêmio Júlia Lopes, uma instituição feminina fundada em 1916, em Cuiabá, que promoveu a literatura através da revista "A Violeta". O periódico contou com sua colaboração e foi dirigido por intelectuais como Maria Dimpina Lobo Duarte, Bernardina Rich e Maria de Arruda Müller.

Participou ativamente das discussões que levaram à fundação da Academia Brasileira de Letras. Seu nome estava na lista inicial dos 40 imortais da instituição, elaborada por Lúcio de Mendonça. No entanto, foi excluída da primeira formação da ABL devido à decisão de restringir a Academia aos homens. Seu marido, Filinto de Almeida, ocupou uma das cadeiras, sendo ironicamente chamado de “acadêmico consorte”. A inclusão feminina na ABL só ocorreu em 1977, com a eleição de Rachel de Queiroz.

Júlia Lopes de Almeida faleceu em 30 de maio de 1934, no Rio de Janeiro, devido a complicações renais e linfáticas causadas pela febre amarela. Foi sepultada no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju. Seu último romance, "Pássaro Tonto", foi publicado postumamente no mesmo ano. Em colaboração com o marido, escreveu o último romance em folhetins para o Jornal do Commercio, "A Casa Verde" (1932). O legado da escritora permanece vivo, especialmente pelo papel pioneiro na literatura e na luta pela inclusão das mulheres na vida intelectual brasileira. Garanta o seu exemplar de "Memórias de Martha" neste link.

Fuvest 2026

"Opúsculo Humanitário" (1853) - Nísia Floresta Brasileira Augusta

"Nebulosas" (1872) - Narcisa Amália

"Memórias de Martha" (1899) – Júlia Lopes de Almeida

"Caminho de Pedras" (1937) – Rachel de Queiroz

"O Cristo Cigano" (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen

"As Meninas" (1973) – Lygia Fagundes Telles

"Balada de Amor ao Vento" (1990) – Paulina Chiziane

"Canção para Ninar Menino Grande" (2018) – Conceição Evaristo

"A Visão das Plantas" (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

terça-feira, 18 de março de 2025

.: Focado na cultura africana, livro é escolhido para exposição em Bolonha


O Grupo Ciranda Cultural marca presença na Feira do Livro Infantil de Bolonha 2025 com a seleção do livro "Antes que o Mar Silencie", lançado pelo selo Principis, para a exposição BRAW Amazing Bookshelf. A obra, de autoria do poeta baiano Lucas de Matos, se une a uma curadoria global de 150 livros infantis na categoria especial de sustentabilidade, que enfatiza os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. O livro estará exposto no Hall 30 da feira, entre os dias 31 de março e 3 de abril. 

Os poemas de Antes que o mar silencie convidam o leitor a refletir sobre identidade, existência e meio ambiente, explorando um letramento socioambiental pautado pela cultura baiana e afrodescendente do autor. Além da BRAW Amazing Bookshelf, a Ciranda Cultural levará esta e outras obras para o estande coletivo do Brasil. 

“É uma alegria imensa ter o reconhecimento internacional para o meu livro, sobretudo numa lista que enfatiza livros relacionados à sustentabilidade, tema basilar para os nossos tempos”, expressa Lucas de Matos. “É mais uma maneira de colocar a arte e, neste caso, a poesia, a serviço da humanidade. Espero que o livro alcance ainda mais pessoas com este marco”, completa. 

O projeto gráfico do livro também se destaca pelo trabalho artesanal da designer Natália Calamari, que criou uma fonte exclusiva para o título inspirada na arte africana dos adinkras. As ilustrações são resultado de um processo de corte a laser em madeira MDF e tinta tipográfica. Compre o livro "Antes que o Mar Silencie" neste link.


Sinopse de "Antes que o Mar Silencie"
Assim como o mar, a escrita de Lucas de Matos tem uma força e um movimento belo, pedagógico e ancestral que nos instiga tanto a boiar na calmaria quanto a mergulhar no agito das suas ondas-palavras. Antes que o mar silencie é um chamado para atentar questões de ser e estar, a partir de versos cheios de ousadia, consciência de si e letramento socioambiental. Vale a pena tirar as boias e se jogar nesse mar poético encantador de um poeta que exala sede de vida. Mergulhemos nessas águas! Garanta o seu exemplar de "Antes que o Mar Silencie" neste link. 


Serviço
BRAW Amazing Bookshelf na Feira do Livro Infantil de Bolonha
Data: 31 de março a 3 de abril
Local: Bolonha, Itália
Contato: +39 051 282 242 / bookfair@bolognafiere.it
Mais informações: https://www.bolognachildrensbookfair.com/ 

terça-feira, 11 de março de 2025

.: "O Figurante" com Mateus Solano é prorrogado no Teatro Renaissance

A peça retrata o cotidiano de um figurante no audiovisual, que passa a questionar sua própria existência e enfrentar um intenso embate consigo mesmo. A direção é de Miguel Thiré, que volta a colaborar com Mateus Solano após o sucesso de Selfie — espetáculo que lotou teatros de 2014 a 2018 — em uma parceria inédita na dramaturgia com Isabel Teixeira. Foto: Dalton Valerio


Devido ao sucesso de público, a temporada de "O Figurante" foi prorrogada até 29 de junho, no Teatro Renaissance, em São Paulo. As apresentações seguem às sextas-feiras, às 21h, aos sábados, às 19h, e aos domingos, às 17h.  

A comédia dramática traz o ator Mateus Solano em seu primeiro monólogo, no papel de um figurante que passa a questionar sua própria existência e seu lugar em um mundo que parece mantê-lo em segundo plano.   

Com direção de Miguel Thiré que contou com a colaboração na dramaturgia de Mateus Solano e Isabel Teixeira, a trama mergulha na rotina de Augusto, um figurante que luta para encontrar a si próprio em meio a uma rotina pobre de sentido, que o mantém num lugar muito aquém da sua potência como ser humano.    

"O Figurante" reflete sobre a dificuldade de se conectar com a própria essência e sobre os desafios de assumir o controle da própria narrativa. “Somos um animal que cria histórias para viver e um mundo para acreditar. Na ânsia em fazer parte desse mundo, acabamos por nos afastar de nós mesmos a ponto de não saber se somos protagonistas ou figurantes de nossa própria história”, reflete Mateus Solano.  

A dramaturgia foi construída a partir do método Escrita na Cena, desenvolvido por Isabel Teixeira, que estimulou o ator a explorar sua própria criatividade por meio de improvisos. As cenas criadas por Mateus foram gravadas, transcritas e reelaboradas por Isabel para compor o texto final, preservando a autenticidade das reflexões do personagem.  

“Atores e atrizes escrevem no ar da cena, onde vírgula é respiração e texto é palavra dita e depois encarnada no papel. Essa é a tinta de base usada para escrever ‘O Figurante’. Partimos de improvisos de Mateus Solano e posteriormente mergulhamos no árduo e delicioso trabalho de composição e estruturação dramatúrgica. ‘O Figurante’ coloca no centro o que normalmente é deixado de lado, ampliando o olhar para o que muitas vezes passa despercebido”, explica Isabel Teixeira.  

A peça dá continuidade à pesquisa de linguagem desenvolvida há anos por Miguel Thiré e Mateus Solano: uma encenação essencial, que se vale basicamente do corpo e da voz como balizas do jogo cênico. No palco nu, Mateus dá vida ao Figurante e demais personagens através do trabalho mímico.   

“Sempre acreditei em um teatro que debate direto com a sociedade, que toca o público. O que queremos dizer? Como vamos dizer? Neste quinto trabalho juntos, ao invés de dividirmos o palco, passo eu para esse lugar de ‘espectador profissional’ que é a direção. Acompanho o trabalho desse brilhante ator (Mateus Solano) que dá vida a um outro ator (o personagem) que, por sua vez, não consegue brilhar. “O Figurante busca colocar o foco onde normalmente não há. O trabalho é fazer este personagem quase desaparecer, estar fora de foco, ser parte do cenário”, explica Miguel Thiré, diretor.  

A montagem chegou em São Paulo em janeiro após uma temporada carioca  de muito sucesso entre os meses de julho a outubro, seguida de passagens por cidades de Minas Gerais, Porto Alegre, Brasília e Ribeirão Preto.   


Ficha Técnica:  

Dramaturgia: Isabel Teixeira, Mateus Solano e Miguel Thiré. Atuação: Mateus Solano. Direção: Miguel Thiré. Direção de Produção: Carlos Grun. Direção de Movimento: Toni Rodrigues Desenho de Luz: Daniela Sanches. Direção Musical e Trilha Original: João Thiré. Design Gráfico: Rita Ariani. Desenho de Som: João Thiré. Fotos: Guto Costa. Equipe de Produção: Flavia Espírito Santo, Glauce Guima, Kakau Berredo e Cleidinaldo Alves. Idealização e Realização: Mateus Solano, Miguel Thiré e Carlos Grun. Produção: Bem Legal Produções. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli.  


Miguel Thiré – Diretor e Coautor  

Miguel Thiré, nascido em 1982 no Rio de Janeiro, é filho do ator Cecil Thiré e da atriz Tônia Carrero. Desde os 10 anos, iniciou sua formação no teatro n’O Tablado e, desde então, vem se destacando nas artes cênicas, com passagens por teatro, cinema e TV.  

No teatro, trabalhou em peças como Tango, Bolero e Chá-chá-chá e A Babá, ambas sob direção de Bibi Ferreira, e em Otelo, dirigida e estrelada por Diogo Vilela. Também atuou em Série 21, dirigida por Jefferson Miranda, e em Macbeth, sob a direção de Aderbal Freire-Filho. Outros trabalhos notáveis incluem Os Altruístas e O Homem Travesseiro, pelo qual ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante no FITA 2013.  

Na TV, esteve presente em novelas como Porto dos Milagres, Malhação, Em Família, Paixões Proibidas e Poder Paralelo, além da série Copa Hotel. Como diretor, sua carreira inclui peças como Doutor, minha filha não para de dançar ao lado de Mateus Solano, e a criação de Superiores, premiada no festival de Campos dos Goytacazes.  

Isabel Teixeira– Coautora  

Isabel Teixeira é diretora, dramaturga e atriz, formada pela EAD. Fundadora da Cia. Livre de Teatro, se destacou em peças como Toda Nudez Será Castigada e Um Bonde Chamado Desejo, sendo indicada ao prêmio Shell de melhor atriz em 2002. Em 2005, coordenou o projeto Arena Conta Arena 50 Anos, premiado com o Shell e o APCA.  

Ela também atuou em peças como Gaivota, Rainha[(S)] (prêmio Shell de melhor atriz em 2009), e O Livro de Itens do Paciente Estevão. Em 2013, dirigiu o monólogo Desarticulações, com Regina Braga, e o show Tudo Esclarecido, com Zélia Duncan.  

Como diretora, seus projetos incluem Puzzle (a, b, c e d), Fim de Jogo, com Renato Borghi, e Lovlovlov, peça com texto de Teixeira, Diego Marchioro e Fernando de Proença. Entre 2014 e 2020, fez turnê com a peça E Se Elas Fossem para Moscou?, que foi exibida em diversos países. Atualmente, em 2024, Teixeira dirige a Cia Munguzá no projeto Linhas e colabora na dramaturgia de O Figurante.  

Mateus Solano – Ator e Autor  

Mateus Solano é um dos mais premiados atores da televisão e teatro. Ele recebeu dois Troféus Imprensa, um Prêmio APCA e o Prêmio Bibi Ferreira. Formado em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, iniciou sua carreira no teatro com O Homem que Era Sábado, de Pedro Brício, em 2003.  

Solano se tornou um nome conhecido ao interpretar Ronaldo Bôscoli na minissérie Maysa - Quando Fala o Coração (2009). No mesmo ano, iniciou sua trajetória nas novelas com os gêmeos Jorge e Miguel em Viver a Vida. Outros destaques na TV incluem Morde & Assopra, Gabriela, Amor à Vida (onde interpretou o vilão Félix, marcando a história da teledramaturgia) e Elas Por Elas.  

Nos palcos, Mateus esteve em peças como Tudo é Permitido, O Perfeito Cozinheiro das Almas desse Mundo e 2 p/ Viagem (com Miguel Thiré), além de atuar em Hamlet e Selfie. No cinema, participou de Linha de Passe (2008), exibido em Cannes, e recebeu prêmios de Melhor Ator em festivais de cinema. Solano também estrelou filmes como Confia em Mim e Benzinho.   


Serviço:  

O Figurante  

Temporada prorrogada até 29 de junho.  

Sextas às 21h, sábados às 19h e domingos às 17h.  

Duração: 70 minutos.  

Ingressos: Disponíveis no site do Olha o Ingresso  

R$150,00 (inteira) R$75,00 (meia)  


Teatro Renaissance  

Alameda Santos 2233 - Jardim Paulista, Piso E1  

Bilheteria de sexta a domingo das 14h ao início do espetáculo  

Site: teatrorenaissance.com.br    

sexta-feira, 7 de março de 2025

.: BBB 25: entrevista com eliminada, a carioca Camilla

Camilla — Foto: Globo/ Léo Rosario


No ‘BBB 25’, Camilla optou por correr riscos. Deu suor e lágrimas nas provas de resistência, atendeu ao chamado do Big Fone, colocou tudo o que tinha no leilão do Poder Curinga, fez fofocas depois reveladas e foi para embates com concorrentes. No reality que considera ter sido a grande oportunidade de sua vida, um dos maiores riscos foi se voltar contra uma aliada. A recente exposição de seu conflito com Vitória Strada elevou a temperatura do game e fez com que a trancista virasse alvo de votos da casa. Da primeira vez, a conquista da prova Bate e Volta a livrou, mas na segunda semana a cair na berlinda, Camilla não teve escapatória: foi eliminada com 94,67% ao disputar a preferência do público contra Vilma e Renata. A carioca revela que para chegar ao tão sonhado prêmio, seu objetivo era movimentar a casa e faz apenas uma ressalva em relação ao seu jogo: “A única coisa que eu tentaria fazer diferente seria essa questão do atrito com a Vitória, até porque todo mundo que joga com o coração tem a possibilidade de errar. Eu estava sendo muito honesta e foi algo que eu senti, e que ninguém vai poder falar por mim”.

A seguir, Camilla fala sobre a relação com a irmã Thamiris em meio à competição, detalha sua visão de jogo e conta que amizades deseja manter aqui fora após o BBB.

 

Como foi viver a experiência do ‘Big Brother Brasil’ ao lado da sua irmã, Thamiris, no início como dupla e depois como principal aliada?

Foi incrível. Desde o primeiro momento, foi a realização de um sonho. Jogando em dupla, eu realmente me controlei bastante porque eu tinha medo de prejudicá-la; eu me segurei para falar algumas coisas. Depois, quando o jogo se tornou individual, eu pensei: “Nós temos personalidades totalmente diferentes e duas chances de seguir no jogo: de uma forma mais tranquila e de uma forma mais agitada”. Então, não tinha padrão (risos).

 

Mesmo depois da separação, você e ela seguiram com posicionamentos parecidos de jogo. Planejaram manter essa linha ou foi algo que aconteceu naturalmente?

Aconteceu naturalmente por conta das proximidades dela serem as duplas das pessoas de quem eu me aproximei, como a Gracyanne Barbosa e o Mateus. A conexão ali foi de primeira. Nós nos juntamos porque era favorável para todo mundo. Até porque o nosso quarto, desde a primeira semana, já sofria a ameaça de paredão.

 

Você destacou algumas vezes que o reality era sua grande chance de mudar de vida. Que análise faz da sua trajetória no BBB? Acredita ter feito bom proveito dessa oportunidade? 

Eu tentei aproveitar ao máximo tudo o que eu tive de oportunidade dentro do programa, tanto no que diz respeito à minha relação com as pessoas, quanto nas provas. Agora, aqui fora, é que eu vou saber melhor. Eu realmente quis que a minha participação tivesse sido vista como a da Camilla que gosta de movimentar. Eu acho que com o tempo as pessoas podem entender o que eu queria no programa. Eu continuaria fazendo as mesmas coisas. A única coisa que eu tentaria fazer diferente seria essa questão do atrito com a Vitória, até porque todo mundo que joga com o coração tem a possibilidade de errar. Eu estava sendo muito honesta e foi algo que eu senti, e que ninguém vai poder falar por mim. A minha irmã talvez tenha sentido também, porque ela, assim como eu, é uma mulher preta e entendia o meu medo ali. Eu não sei se eu consegui deixar claro que não era sobre a Vitória falar, mas sobre como eu estava me sentindo e como isso poderia ser visto aqui fora caso isso se voltasse contra mim – que era minha preocupação desde o início. Até nos meus atritos com o Diogo Almeida eu sempre falava antes para a minha irmã o que eu iria falar, eu sempre trocava com a Thamiris para ver se estava tudo ok e não prejudicá-lo também. Eu quis ter esse cuidado em relação às outras pessoas.

 

Quais foram seus momentos preferidos no reality, aqueles que mais gostou de viver?

Quando eu atendi o Big Fone num momento em que nós estávamos à beira do paredão e também no dia em que venci a prova Bate e Volta.

 

Passamos da metade da temporada e este foi o seu primeiro paredão. A que atribui a sua permanência na casa por 50 dias sem cair na berlinda? E o que considera ter sido determinante para sua eliminação ontem? 

Eu acho que, apesar de tudo, a minha relação com as pessoas dentro da casa era muito boa. Se não fosse por esse atrito todo que eu tive com a Vitória, se isso não tivesse sido tão espalhado, nós iríamos continuar. Para mim, agora, a Vitória não seria um problema. Eu sempre deixei claras as minhas prioridades no jogo, mas que ela estava dentro das minhas alianças. Ela tinha até ciúmes porque eu sempre falava da Gracyanne... Eu acho que só fui franca mesmo. Vendo agora aqui de fora, eu acho que o que eu queria causar – que era movimentar lá dentro – não estava sendo visto da forma como eu imaginava. Eu gostaria que tivesse sido algo mais leve, sobre fazer fofoca e tudo mais. O intuito do ‘Big Brother’ é não ir ao paredão e, apesar de tudo, eu estava fazendo as minhas movimentações para não ir ao paredão. Eu contava voto, fazia minhas estratégias e acho que deu certo até esse momento.

 

No conflito entre você e Thamiris com a Vitória ambas se decepcionaram. Você, porém, decidiu se afastar, enquanto a Thamiris ainda manteve um contato mais próximo. O que passou pela sua cabeça naquele momento? A decepção foi apenas em função do voto divergente na Delma ou se deu por outros motivos?

No decorrer do jogo, algumas vezes eu achei a Vitória um pouco egoísta nas decisões dela e sempre falei sobre isso. No momento do voto, eu achei que ela não queria se comprometer. Naquele ponto do jogo, eu, Thamiris e Gracyanne já tínhamos nos comprometido com outras pessoas da casa para manter a aliança. Sempre que tinha a possibilidade de dar um veto ou em votação, eu falava: “Pela minha aliança, pelas pessoas que estou protegendo e quero que continuem”. Então, era o mínimo que eu esperava dela, porque nós sempre falávamos que, se algum dia tivesse uma votação aberta, o ideal era a gente votar numa mesma pessoa. Isso já tinha sido conversado antes, por isso eu esperava que fosse daquela maneira. Aquele momento do voto foi o que me fez ficar bastante estressada, mas durante o programa, eu a achava chata da mesma forma que achava a minha irmã; não uma pessoa insuportável, mas como a Thamiris. Só que a Thamiris é minha irmã, então a forma que ela vai receber e como ela vai chegar até mim são diferentes. A Vitória não é minha irmã, ela era minha amiga há 40 e poucos dias – não minha melhor amiga. Dos meus aqui fora eu sei que cuido bem, mas lá era uma aliança pelo objetivo do jogo.

 

O Guilherme foi o participante que expôs para a Vitória algumas falas suas que, mais tarde, resultaram no grande embate direto entre vocês. Acha que se ele não tivesse colocado ali a visão dele sobre a situação, a sua relação com a Vitória no programa teria seguido de maneira diferente? 

Naquele momento eu falei com a Vitória de coração. O Guilherme foi só uma faísca. Depois, quando eu conversei com ela e já estava mais calma, já tinha passado algumas coisas, eu já tinha falado sobre o que estava acontecendo, eu realmente falei coisas de coração e achava que dali seguiria numa boa. Inclusive eu fiquei muito feliz pela liderança dela, porque na semana a mudança de comportamento com as pessoas foi positiva. Ela estava muito mais tranquila, relaxada. Não estava me incomodando em nada.

 

Gostaria de ter feito algo no programa que não conseguiu realizar a tempo?

Queria muito ter sido líder.

 

No último Sincerão, você teve algumas de suas falas ditas entre aliados expostas pelo RoBBB Fifi. Como foi lidar com essa dinâmica no BBB? Imaginava que as pessoas apontadas haviam sido escolhidas pelo público? 

Em nenhum momento nós achamos que tinha sido algo escolhido pelo público, nós só pensávamos que era para movimentar o jogo. E eu achei engraçado, porque eu falava tanta coisa na casa, que me questionei: “Será que fui eu que falei?” (risos). Porque realmente eram coisas sobre o jogo, não era algo que eu levaria para a vida, com raiva das pessoas; eu queria era movimentar. Eu estava achando [a dinâmica] engraçada, tanto que a Thamiris chegou e me perguntou: “Você está rindo, achando graça?”. E eu disse: “Estou. Você não?”. E ela respondeu: “Não, estou desesperada”. Eu pensei: “Gente, todo mundo deve fazer um fofoca. Se ninguém faz, eu estou muito preocupada”. Mas se eu falei, o público já viu. Não tem essa.

 

Pensando no seu jogo, traz algum arrependimento?

Eu sou uma pessoa muito de boa, então ali, devido ao confinamento, a gente acaba vivendo uma coisa muito mais intensa. A gente não tem no que se espelhar, não tem como saber se está certo ou se está errado. Uma ação acaba refletindo como se fossem dez dias fazendo aquilo. A minha vontade de trazer esse prêmio para casa era muito grande, então eu vivi com muita intensidade. Eu acho que talvez tentaria relaxar mais, jogar com mais leveza.

 

Você teve alguns embates diretos no jogo, entre eles com Diogo Almeida, Vilma e Vitória Strada. Quem foi seu maior rival no reality? 

Pensando no momento de saída, eu acho que acabou sendo a Vitória, porque o meu embate com ela me fez deixar a casa. Mas eu, Camilla, acho que meu maior rival foi o Diogo, porque ele foi o primeiro que falou de mim e eu fiquei com muita raiva. O cara nem tinha conversado comigo e falava as coisas na minha cara. E eu dizia: “Ah, não”. A Vitória realmente foi só por causa da nossa última discussão, mas o Diogo já foi desde a primeira semana, quando ele me chamou para o Sincerão.

 

De que forma observa os próximos passos da Thamiris no jogo?

Eu espero que ela siga o coração dela, porque eu acho a Thamiris uma pessoa muito incrível, muito boazinha. Ela e a Vitória têm uma troca muito legal. Tem horas que eu acho que a dedicação da Thamiris é maior até do que a da Vitória, porque eu via a Vitória mais preocupada em falar comigo do que com a minha irmã mesmo. Mas eu acho que ela não deve mudar a rota, não, ela deve continuar seguindo o que nós já fazíamos, porque não era só pelo jogo, era real, era o que nós sentíamos.

 

Acha que a sua irmã tem chances de chegar à final ou tem outros palpites para o pódio do ‘BBB 25’, pensando do ponto de vista de jogadores fortes? 

Eu acho que a Thamiris tem um grande potencial de chegar à final. Além dela, a Aline e o Vinícius.

 

Ainda no início da temporada, formou-se um grupo entre os integrantes do quarto Nordeste. Com quais deles pretende manter a amizade aqui fora? E com que outras pessoas da sua edição do BBB?

Na verdade eu gostava de todo mundo na casa. A minha questão era sobre o jogo lá dentro, não tinha nada pessoal aqui fora. Mas uma pessoa que eu quero muito manter a amizade e faço muita questão mesmo é com a Gracyanne. A Dani [Danielle Hypolito] e o Diego [Hypolito] são pessoas de quem eu gosto bastante. E a Aline e o Vinícius também.

 

Que projetos e sonhos deseja realizar a partir de agora?

Eu só quero conseguir dar uma atenção maior para os meninos [filhos]. A minha meta era poder ter essa tranquilidade para viver com eles e estar mais presente nos momentos especiais com eles. Profissionalmente, eu continuo pensando em seguir carreira com o meu negócio [como trancista]. É meu dom e não penso em fazer outra coisa.

 

O "BBB 25" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco e Rodrigo Tapias, direção geral de Angélica Campos e direção de gênero de Rodrigo Dourado. O reality vai ao ar na TV Globo de segunda a sábado, depois de "Mania de Você", e domingos após o "Fantástico". Pode ser visto ainda 24h por dia, ao vivo, no Globoplay. O Multishow exibe diariamente 60 minutos, ao vivo, logo após o fim da exibição da TV Globo. A votação do programa acontece exclusivamente no Gshow. Os projetos multiplataforma e mais informações podem ser encontrados no site.  

terça-feira, 4 de março de 2025

.: "O Mar", do uruguaio Federico Roca, faz circulação por teatros municipais de SP


Espetáculo dirigido por Fernando Nitsch propõe reflexão sobre a paz e a possível união entre pessoas que vivem em lados opostos de uma guerra. Foto: Tita Couto

"O Mar é um chamado à paz, um chamado ao amor, um chamado a reconhecer que mesmo nos contextos mais difíceis, sempre há muito mais o que nos une do que o que nos separa" – Federico Roca

O que move a humanidade? Onde menos se espera, em meio ao caos e a barbárie, será que é possível encontrar uma ponta de esperança, um resquício de luz que nos indicará um caminho a seguir? Questões como essas são o ponto de partida de "O Mar", do dramaturgo uruguaio Federico Roca, que estreou em 2023, sob a direção de Fernando Nitsch. Em cena, estão Bete Dorgam, Laura La Padula e Yael Pecarovich, Na trama, as palestinas Adila e sua neta Farida chegam ao escritório da advogada israelense Dania, que defende mulheres israelenses presas por levarem palestinas para conhecer o mar. A avó tem um pedido: sua neta quer conhecer o mar. Um acontecimento inesperado obriga as três a permanecerem juntas e a descobrirem possibilidades de relação.

Agora, o espetáculo ganha uma temporada gratuita de circulação pelos Teatros Municipais Alfredo Mesquita (de 7 a 16 de março), Teatro Paulo Eiró ( de 21 a 30 de março), e entre abril e maio nos Teatros Cacilda Becker e Arthur de Azevedo. A peça “O Mar” de Federico Roca nos coloca diante do conflito entre Israel e palestinos através do olhar feminino. As sutilezas nos gestos e palavras de três mulheres pairam sobre um território em disputa, um espaço fragmentado e controlado rigidamente.

De forma poética, a peça apresenta uma perspectiva de diálogo entre mulheres que estão em lados opostos no conflito. As personagens convidam o público a pensar sobre o quanto o ser humano tem dentro de si a força necessária para não sucumbir diante do ódio e da intolerância. Na trama, as palestinas Adila e sua neta Farida chegam ao escritório da advogada israelense Dania, que defende mulheres israelenses presas por levarem palestinas para conhecer o mar. A avó tem um pedido: sua neta quer conhecer o mar. Um acontecimento inesperado obriga as três a permanecerem juntas e a descobrirem possibilidades de relação.

Segundo Roca, "O Mar" é uma homenagem a essas mulheres e à história das tradições de um lado e do outro, tradições que mais aproximam do que afastam essas culturas. A montagem brasileira tem direção de movimento de Marina Caron, direção musical de Sonia Goussinsky, figurinos de Daniel Infantini, cenografia de Márcio Macena e iluminação de Wagner Pinto. A realização do espetáculo foi possível graças a um projeto contemplado pela 19° edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo.


Ficha técnica
Espetáculo "O Mar"
Texto: Federico Roca
Tradução: Yael Pecarovich
Direção: Fernando Nitsch
Assistente de direção: Tita Couto
Elenco: Bete Dorgam, Laura La Padula e Yael Pecarovich
Direção de movimento: Marina Caron
Cenografia: Marcio Macena
Assistente de cenografia: Morena Carvalho
Cenotécnico: Alexandre Rodrigues
Pintura artística do cenário: Carol Carreiro e Marcio Macena
Figurinos: Daniel Infantini
Costureira: Neiva Varone
Iluminação: Wagner Pinto
Direção musical e Trilha Original: Sonia Goussinsky
Técnico de som: Ivan Garro e Gylez Batista
Fotos: Tita Couto
Vozes em off: Alexandre D'Antonio, Beatriz Melo, Daves Otani, Eleonor Pelliciari, Estela Gontow Goussinsky, Flavio Tolezani, Lorenzo Saliba, Manoel Candeias, Monica Petrin e Roseli Papaiz
Direção de produção: Gustavo Sanna
Produção executiva: Fernanda Assef
Designer gráfico: Carol Coelho
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Assessoria em mídias digitais: Caró Comunicação Digital
Realização: Complementar Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "O Mar", de Federico Roca
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos


Teatro Alfredo Mesquita
Endereço: Av. Santos Dumont, 1770 - Santana, São Paulo
Quando: de 7 a 16 de março
Às sextas e aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 19h00
Ingressos: grátis
Reservas em https://www.sympla.com.br/ 
* Dia 15 de março sessão com tradução em libras e audiodescrição


Teatro Paulo Eiró
Endereço: Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro
De 21 a 30 de março
Às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h
Ingressos: grátis
Reservas em https://www.sympla.com.br/
* Dia 29 de março sessão com tradução em libras e audiodescrição

.: Espetáculo "Quem Casa Quer Casa 4.0" revisita a obra de Martins Pena


Na versão 4.0, a dramaturga Adriane Hintze preserva a essência da trama original, mas reinterpreta o texto para dialogar com questões contemporâneas. Foto: Julio Aracack


Primeira montagem do Escaldapé Coletivo de Teatro, "Quem Casa Quer Casa 4.0" atualiza a clássica comédia de Martins Pena, trazendo novos debates sobre convivência familiar e aceitação, agora sob a perspectiva de um casal LGBT+. Considerado o precursor da comédia de costumes no Brasil, Martins Pena (1815-1848) retratou em suas peças o cotidiano da sociedade brasileira do século XIX, satirizando valores, hipocrisias e conflitos domésticos. Em "Quem Casa Quer Casa", escrita em 1845, ele expõe as tensões geracionais quando um jovem casal é forçado a dividir o lar com a família, gerando embates que mesclam humor e crítica social.

Na versão 4.0, a dramaturga Adriane Hintze preserva a essência da trama original, mas reinterpreta o texto para dialogar com questões contemporâneas. O casal protagonista é formado por Sabrina, uma mulher cis, e Paulina, uma mulher trans, cuja relação desafia a aceitação da matriarca da família. “Mantivemos o embate central, onde a matriarca da casa confronta a nora, mas ampliamos os conflitos para refletir os desafios enfrentados por casais LGBTQIAPN+ no contexto familiar”, explica Hintze.

Inspirado na Indústria 4.0 (também chamado de Quarta Revolução Industrial, o termo diz respeito à modernização das fábricas com tecnologias como inteligência artificial, robôs e internet das coisas), o texto reflete a influência da tecnologia, das redes sociais e das novas formas de relacionamento sem perder a essência cômica da história.

O diretor da montagem reforça que a nova adaptação não apenas revisita Martins Pena, mas também presta homenagem ao seu legado, resgatando os elementos da farsa e do humor crítico característicos do autor. "Quem Casa Quer Casa 4.0" reafirma a atualidade da comédia de costumes, usando-a como ferramenta para discutir as transformações sociais e a pluralidade de relações na contemporaneidade.


Ficha técnica
Espetáculo "Quem Casa Quer Casa 4.0"
Texto: adaptação coletiva da obra de Martins Pena
Direção: Bryan Parasky
Dramaturgia: Adriane Hintze
Elenco: Camila Johann (Sabrina), Giovana T. S. (Fernanda), João Alves (Leonardo), Marc Pereira (Sebastião), Rafaela Gimenez (Paulina) e Sophia Dário (Eulália)


Serviço
Espetáculo "Quem Casa Quer Casa 4.0"
Temporada: de 8 a 30 de março. Sábados, às 21h00, e domingos, às 20h00
Local: Teatro Paiol Cultural. Rua Amaral Gurgel, 164 - Vila Buarque / São Paulo
Duração: 70 minutos.
Classificação indicativa: 14 anos.
Capacidade: 200 lugares.
Ingressos: de R$ 25,00 a R$ 50,00, pelo Sympla.

domingo, 2 de março de 2025

.: Crítica: "Um Completo Desconhecido" agrada, mas não chega a ser filmaço


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em março de 2025


A cinebiografia "Um Completo Desconhecido", com oito indicações ao Oscar 2025, incluindo as categorias, Melhor Filme, Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante acontece de modo agradável, em 2 horas e 20 minutos, na telona Cineflix Cinemas, ao contar a história no meio musical do talentoso e revolucionário cantor, compositor e escritor americano Bob Dylan que hoje tem 83 anos.

Com direção de James Mangold ("Wolverine - Imortal" e "Indiana Jones e o Chamado do Destino"), a produção leva o público para o influente cenário musical de Nova York do início dos anos 60, fazendo o caminho de Dylan, o jovem músico de Minnesota, com somente 19 anos, cruzar com o de Pete Seeger (Edward Norton, "O Incrível Hulk", 2008), ao procurar por Woody Guthrie (Scoot McNairy, "Não Fale o Mal"). 

Em meio a histórias de amores e desamores, o rapaz caminha rumo à ascensão no meio musical. Ganhando fama por meio do folk, chegando ao topo das paradas com fãs o perseguindo aos gritos, culminando na performance inovadora de rock and roll elétrico no Festival Folclórico de Newport em 1965. O que fica marcado como um dos momentos mais transformadores da música do século XX.

A produção dirigida e roteirizada por James Mangold entrega grande atuação de Timothée Chalamet e Monica Barbaro (Joan Baez), fazendo com que o público não perceba o tempo passar enquanto tudo acontece. Todavia, "UmCompleto Desconhecido" não conquista um lugar entre os grandes filmes biográficos recentemente produzidos, como por exemplo, "Elvis" (2022). De toda forma, vale a pena conferir nos cinemas!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Um Completo Desconhecido" (A Complete Unknown). Ingressos on-line neste linkGênero: drama, musical, cinebiografiaClassificação: 14 anos. Duração: 2h20. Direção: James Mangold. Roteiro: James MangoldElenco: Timothée Chalamet, Edward Norton, Elle Fanning. Sinopse: Cinebiografia do cantor Bob Dylan. Confira os horários: neste link

Trailer "Um Completo Desconhecido"




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.: Crítica: "Sing Sing" emociona, mas remete ao francês "A Noite do Triunfo"

sábado, 22 de fevereiro de 2025

.: Túmulo de Mário de Andrade pode ser visitado nos 80 anos da morte dele


Foto do jazigo de Mário de Andrade no Cemitério da Consolação. Foto: divulgação

Na próxima terça-feira, dia 25 de fevereiro, será lembrado o 80º aniversário de falecimento do escritor Mário de Andrade. O jazigo deke está localizado no Cemitério da Consolação e pode ser visitado. O modernista foi um dos principais nomes do modernismo brasileiro. Escritor, poeta e crítico literário, marcou a história da cultura nacional com obras inovadoras e sua atuação na Semana de Arte Moderna de 1922. O túmulo de Mário de Andrade pode ser visitado gratuitamente. A Consolare, concessionária que administra o local, organiza visitas mediadas que proporcionam uma imersão na história e na arte tumular do cemitério.

Francivaldo Gomes, conhecido como Popó e mediador das visitas semanais, explica: "Mário de Andrade não foi apenas um escritor, mas um guardião da cultura brasileira. Caminhar pelo cemitério da Consolação e saber que aqui a sua história é preservada, é muito importante para a história do Brasil", explica. As visitas guiadas acontecem todas as segundas-feiras, às 14h00, com mediação de Popó, que há mais de 20 anos conduz esse passeio pelo cemitério. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados na plataforma Sympla. O passeio noturno ocorre uma sexta-feira por mês, incluindo uma parada no túmulo de Mário de Andrade. A visita é conduzida por Thiago de Souza, do projeto "O Que Te Assombra?", e pela historiadora Viviane Comunale. As inscrições são gratuitas e divulgadas no perfil oficial do projeto no Instagram.


Mário de Andrade: eterno
Formado pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, Mário de Andrade iniciou a carreira como pianista e professor. Seu primeiro livro de poemas, chamado “Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema”, publicado em 1917, ainda seguia a estética parnasiana. No mesmo período, aproximou-se de artistas como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, tornando-se um dos articuladores do modernismo no Brasil.

Em 1922, lançou “Pauliceia Desvairada”, obra que rompeu com padrões literários da época e consolidou sua influência. Mais tarde, em 1926, publicou “Macunaíma”, considerado um marco da literatura nacional por sua linguagem inovadora e representação da diversidade cultural brasileira. Além da escrita, Mário teve papel essencial na criação do Departamento de Cultura de São Paulo, desenvolvendo projetos pioneiros de preservação da memória e do folclore nacional.

A antiga residência, a Casa Mário de Andrade, localizada na Barra Funda, é hoje um espaço cultural dedicado à preservação de sua obra. O local abriga documentos, manuscritos e objetos pessoais do modernista, além de exposições e atividades sobre literatura e cultura brasileira. Para a historiadora Viviane Comunale, manter viva a memória do escritor é essencial para a compreensão da identidade cultural do país. "Mário não foi apenas um escritor, mas um pensador que revolucionou a forma como vemos e valorizamos nossa cultura popular", destaca.

Mário de Andrade faleceu em 25 de fevereiro de 1945, aos 51 anos, vítima de um infarto. Seu sepultamento foi realizado no Cemitério da Consolação. Além do modernista, o local abriga os túmulos de seus colegas, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.


Visitação mediada
Para quem deseja conhecer mais sobre este e outros túmulos históricos, o Cemitério da Consolação oferece visitas mediadas. O Cemitério da Consolação fica na Rua da Consolação, 1660 - Consolação, em São Paulo.

Foto: Reprodução Mario de Andrade

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

.: Crítica: "A Verdadeira Dor" traz primos que resgatam a história de avó

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em fevereiro de 2025


"A Verdadeira Dor" é uma história que parece abordar traumas pessoais, mas respinga nos descentes que passaram pelos campos de concentração e consegue abarcar até quem se sensibiliza com tamanha atrocidade da história da humanidade. O longa com direção, roteiro e protagonismo de Jesse Eisenberg ("Zumbilândia" e "A Rede Social"), coloca em destaque Kieran Culkin (Succession). Na pele de dois primos, David Kaplan (Jesse Eisenberg) é totalmente razão, sobrando a Benji Kaplan, ser coração. 

Contudo, Benji, por morar junto com a vó, está mais sensível com a perda dela. Para tanto, juntos, os dois embarcam numa viagem para Polônia, a fim de conhecer os caminhos feitos por tal mulher admirável, uma sobrevivente dos campos nazistas. Enquanto Benji é solteiro, David deixa em casa esposa e filha.

Embora a relação conflituosa entre os dois faça a trama acontecer de modo envolvente, dando agilidade para o longa que soma 1 hora e 30 minutos de duração, há muito pesar. Seja pela partida da avó dos dois rapazes e o que ela gerou ou das vidas exterminadas enquanto recapitulam os horrores pelos quais a avó passou. 

Os dois seguem a viagem tal qual turistas e esbarram com personagens diversos, incluindo um guia chamado James (Will Sharpe). Entre os turistas está Marcia, interpretada por Jennifer Grey, a eterna mocinha, a Baby, de "Dirty Dancing". Vê-la num filme de 2024 é puro saudosismo aos sucessos cinematográficos dos anos 80 e 90. Afinal, a atriz também interpretou a irmã de Ferris Buller, de outro clássico, "Curtindo a Vida Adoidado".

Todavia, os primos se despedem da turma e partem sozinhos para conhecer a casa da avó e chegam a adaptar um ritual. Garantindo assim, a cena em que há uma discussão com um personagem que não fala inglês, porém, o gestual facilita muito a compreensão do discurso antes mesmo de o intermediador revelar tudo. Hilário!

A comédia dramática "A Verdadeira Dor" trata das relações familiares, a questão da descendência, saudades dos que partiram, a sobrevivência estando num fato radical e histórico, mas também de como ações abusivas são capazes de acabar com tantas histórias que poderiam ter sido vividas, mas foram, deliberadamente, ceifadas. 

Vale muito a pena embarcar nessa viagem que estabelece uma conexão com o filme nacional "Viva a Vida" e também conversa muito com o vencedor do Oscar 2024 na categoria filme internacional "Zona de Interesse". Não perca na Cineflix Cinemas !

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"A Verdadeira Dor" (A real pain). Ingressos on-line neste linkGênero: comédia, dramaClassificação: 16 anos. Duração: 1h30. Ano: 2024. Direção: Jesse Eisenberg. Roteiro: Jesse Eisenberg. Elenco: Jesse Eisenberg, Kieran Culkin, Will Sharpe, Jennifer Grey, Olha Bosova. Sinopse: Os primos David e Benji viajam pela Polônia para homenagear sua avó. A aventura se complica quando antigas tensões ressurgem enquanto exploram a história de sua família. Confira os horários: neste link

Trailer "A Verdadeira Dor"



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