Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com
Em julho de 2024
A história de uma amizade surpreendente até para aquele que não consegue ser aprovado para integrar o grupo de heróis "X-Men" ou "Vingadores". Na comédia de ação que une a Walt Disney Studios e a Marvel, "Deadpool e Wolverine", dirigido por Shawn Levy ("Free Guy - Assumindo o Controle" e "O Projeto Adam"), o sarcasmo nas piadas sem pudor, costura com primor, mais uma vez, tudo o que interessa para fazer a trama acontecer, incluindo fatos a respeito dos personagens e da vida de seus intérpretes.
Cheio de pancadaria e sangue jorrando ao estilo dos dois filmes antecessores, "Deadpool e Wolverine" consegue entregar uma linda e comovente história de amizade que não é composta somente de momentos fofos e de parceria, mas de desentendimentos e brigas com muito bate-bate entre os mutantes. Sorte que eles se regeneram, mas nem todos tem a mesma sorte -no filme. E para se justificar, Deadpool faz a "She-Hulk" numa cena pós-créditos.
A trilha sonora impecável completa cada sequência. Seja com "Bye Bye Bye", do quinteto N'Sync, com direito a dancinha coreografada do protagonista em meio a muita matança, além de "I'm With You", por Avril Lavigne e "Iris", interpretada por Go Go Dolls, por exemplo. Contudo, o grande confronto acontece ao som de "Like a Prayer", da rainha do pop, Madonna, embora valha destacar outro tremendo embate complementado por "You're The One That I Want", do musical "Grease". De fato, nada no terceiro filme de "Deadpool" é a toa, tudo tem uma conexão -nem que seja para fazer deboche.
Na trama da construção de amizade entre Deadpool e Wolverine, inicialmente, Wade esbarra no X-man de quem tanto falou nos filmes anteriores, mas com o objetivo de salvar seu mundo composto por poucos amigos, que inclui Al Cega, Peter, Colossus, e claro, sua amada Vanessa (Morena Baccarin), uma vez que é levado para a AVT (apresentada na série "Loki"). Deadpool chega a desenterrar, literalmente, o "X-Man"!
Além de regressar com os amigos queridos de Wade, "Deadpool e Wolverine" resgata personagens que foram abandonados no Vazio dos estúdios FOX, como por exemplo, a heroína Elektra interpretada por Jennifer Garner (2005) e até o herói Gambit de Channing Tatum que acabou não saindo do papel, uma vez que a 20th Century Studios foi comprada pela Disney, virando subsidiária. Há espaço para todos aparecerem e com muito sentido, até o ator Henry Cavill está no longa de 2h07.
Predominantemente, num cenário estilo "Mad Max" que representa o Vazio, cabendo citação à personagem Furiosa, outros heróis que não estão presentes são lembrados. Seja Paul Rudd que interpreta o Homem-Formiga, quando Deadpool brinca com o fato de o ator não envelhecer ou ainda quando, no banco do carona, o protagonista simula que joga teias, como faz o "Homem-Aranha". Contudo, Wong, o rei das participações em filmes de outros heróis, não aparece, mas é lembrado, junto com Doutor Estranho, quando um anel de portal surge na tela para o encantamento absoluto de Deadpool -e do público, uma vez que quem abre o portal é uma personagem totalmente improvável.
Mesmo com tantas participações amarradinhas, com direito a um Deadpool sem máscara por ter o rosto perfeito e ser dono de uma cachorrinha do cruzamento das raças pug e um cão de crista chinês, o deboche desbocado segue sendo a marca de Deadpool, ainda que existam mudanças na produção. Seja a introdução do elenco que era inexistente, por ser repleta de brincadeiras, agora, dá destaque aos nomes dos atores e equipe que tornaram o projeto uma realidade. Outra mudança nítida é quando os letreiros finais começam a subir numa tela preta, sem animação.
Contudo, abre espaço para homenagens aos heróis da FOX, começando por Hugh Jackman com vídeo dos bastidores de gravações das primeiras filmagens dele como Wolverine, assim como registros do elenco que já deu vida aos "X-Men", os clássicos e modernos, e até Ben Affleck como Demolidor, por exemplo. É puro saudosismo!
Brinca até com o divórcio de Hugh Jackman, assim com o fato de ele fazer musical (também na Broadway, como "The Boy From Oz", de 2003, e "The Music Man", de 2022), a ponto de tocar a música "O Rei do Show". No entanto, aproveita para destacar, por vezes, que, com essa ressurreição, terá que trabalhar como Wolverine até os 90 anos.
De fato, a franquia do Deadpool de Ryan Reynolds é o Jesus da Marvel por ressuscitar a essência perdida dos filmes de heróis. Seja por resgatar as produções do gênero que estavam em péssima fase -o que o próprio Deadpool comenta com o público, do seu jeito habitual e de derrubar a quarta parede- ou por trazer tanto em um só filme que consegue ser perfeito. Valeu a espera de seis anos, o filme é impecável!
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