Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em outubro de 2022
O nono e último episódio da primeira temporada de "She-Hulk", intitulado de "De Quem É Essa Série?" começa sem um recapitula e aproveita bem os mais de 27 minutos de duração. Tanto é que a gravação é iniciada no estilo do antigo seriado do verdão, "O Incrível Hulk", de 1978. Logo, Jennifer Walters (Tatiana Maslany) é apresentada por uma voz masculina com timbre de namorador de antigamente como "defensora, advogada, milenial, procurando uma forma de equilibrar a carreira com sua vida pessoal. Então uma exposição acidental a sangue com radiação gama alterou sua química corporal e agora, quando Jennifer Walters fica zangada ou furiosa, uma metamorfose surpreendente acontece".
Hilário, mas tudo não passa de um pesadelo para "a criatura movida por raiva e perseguida por trolls on-line". Logo, a câmera sai do formato quadrado, ampliando e exibindo tudo por toda a tela. Pois é! Agora é ela quem está aprisionada como o Abominável (Tim Roth), afinal, ela enquanto "Mulher-Hulk", diante de todos, ela ficou descontrolada de tanta raiva. Como voltar a viver fora da prisão? Usando tornozeleira eletrônica e sem se transformar, sendo assim, Jen é demitida da GLKH (Goodman, Lieber, Kurtzberg e Holliway). Afinal, o contratante deixou bem claro que ali na empresa ela deveria atuar sempre como "She-Hulk" e não como Jennifer Walters.
Triste! Mas a amiga Nikki tenta garantir uma punição pegando toda comida e bebida da empresa para Jen. Em casa, desempregada, a advogada vira alvo da imprensa estampando noticiários diversos e, claro, com vários montando campana diante da casa dela, com filmadoras e câmeras, mudand-se depois para a casa dos pais da ex-verdona, pois Jen volta a morar com eles. Ao regressas, atrás da porta do quarto dela, um cartaz do filme "Legalmente Loira" e, dentro, aparelhos de ginástica da mãe.
A verdade é que Jen é o alvo de diversas fake news e ainda não pode se transformar na poderosa "She-Hulk". Para lidar com tudo isso, ela decide ir para o retiro de Emil, enquanto que Nikki dá o melhor para chegar nos trolls, usando Pug (Josh Segarra) para isso. O amigo advogado infiltra-se na reunião que debate o fato de a "Mulher-Hulk" não ser tão forte e inteligente quanto o Hulk (Mark Ruffalo), uma vez que herdou os poderes dele. E quem lidera esse discurso misógeno odioso?! O ricaço fã da Mavel, Todd (Jon Bass).
Contudo, a maior surpesa acontece com a entrada no evento de ninguém mais, ninguém menos que o Abominável (Tim Roth). Algo anteriormente suspeito, pois há frases espalhadas pelo lugar, similares as que vimos do retiro. Confirmando então o tal problema com a tornozeleira dele no sétimo episódio. Ainda que Emil faça tudo errado em nome de ganhar dinheiro com discursos motivacionais, a grande revelação dali são os feitos de Todd. Tudo em nome de se achar merecedor dos poderes da verdona e, para coroar, chega ali a vilã Titânia (Jameela Jamil). Fazendo usa da metaliguagem, Jen fala que o episódio está virando uma zona. Até que chega o Hulk e enfrenta o Abominável.
Eis que a cereja do bolo é servida, o menu de produções da Marvel corta a baderna e pancadaria. "She-Hulk" simplesmente abre a tela e escolhe "Marvel Avante" e entra nos bastidores da própria produção. Consegue chegar na mesa de reunião de "Mulher-Hulk" e questiona aos presentes sobre o fim fraco e sem originalidade do episódio. Até que na conversa, "She-Hulk" é alertada que esse é o final que o Kevin quer, sendo que ninguém fala com ele.
Destemida, procura o próprio mesmo lutando com tantos que tentam impedi-la, tudo ao som do sample do sucesso de Mariah Carey, "Fantasy", no remix "Big Energy" com Latto por DJ Khaled. Pancadaria e um "tchauzinho" para um dos vários cartazes do Capitão América adaptando a propaganda do tio Sam, "Eu quero você!". Numa sala, Jen é abordada e apresentada a NEXUS, um cérebro gigante, com o algoritmo de entretenimento mais avançado do mundo que produz produtos quase perfeitos. Mesmo não sendo um homem, a máquina Kevin, usa um boné, tão qual Kevin Feige.
Conversa vai, conversa vem e é ela quem decide o fim da própria história, começando por não dar os poderes ao Todd, uma vez que ele já é vilão. E então, os fãs da Marvel ganham o melhor discurso de todos os tempos das produções de heróis, indo das necessidades de Jen que pede a volta de Matt Murdock, o Demolidor (Charlie Cox), tratando até o fato de os heróis terem problemas com o pai.
Sobrando tempo, Jen lança a pergunta: "Quando vamos ver os X-Men"?! e conclui que "Bruce esmaga prédios, eu esmago quarta parede, finais ruins e, às vezes, o Matt Murdock". Retornando ao episódio para o desfecho da temporada, um almoço em família colca Jen e Matt num clima amoroso quando chega Bruce de viagem espacial com o filho Skaar. E como a série é dela, a "Mulher-Hulk" é abordada por um repórter antes de entrar no tribunal e temos a imagem de um dos cartazes de divulgação da série.
"Mulher-Hulk" teve altos e baixos?! Sim. Contudo, o uso da metalinguagem e o fato de terem refeito os e efeitos especiais na protagonista, ajudaram muito o seriado. Entretanto, o melhor de tudo ficou para os episódios finais. Excelente! Detalhe que ainda traz uma cena pós-crédito com Wong, hein! Que venham novas séries e a segunda temporada da diva arisca da advocacia, "She-Hulk"!
Seriado: She Hulk: Attorney at Law, Mulher Hulk: Defensora dos Heróis
Episódio: 9 "De Quem É Essa Série?"
Exibido em 13 de outubro de 2022
*Editora do portal cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm
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