Mostrando postagens com marcador Resenhando20anos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Resenhando20anos. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 15 de junho de 2023

.: #Resenhando20Anos: "Quando Tudo Estiver Pronto" no Teatro Folha

No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completa 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos conseguem estar muito atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. A resenha crítica do espetáculo teatral "Quando Tudo Estiver Pronto" é uma das mais lidas nos 20 anos de Resenhando.com.

Leia a postagem original: .: "Quando Tudo Estiver Pronto" reorganiza conflitos no Teatro Folha

Cartaz do espetáculo "Quando Tudo Estiver Pronto", no Teatro Folha, em São Paulo

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em julho de 2019


Um drama familiar muito bem contado é de emocionar e provocar diversas reflexões. Eis que na peça "Quando Tudo Estiver Pronto", em cartaz de sexta a domingo, no Teatro Folha, em São Paulo, a temática desabrocha de um modo suave deixando a sensação de que o público tem o dever de espiar a forma que aquela família de judeus lida com a morte inesperada, e, em silêncio, torcer para que pai, filho, sogra, sogro e cunhada consigam reorganizar suas vidas, embora Estela, a mãe, esteja morta.

Com direção, tradução e trilha sonora do judeu Isser Korik, no palco e em perfeita harmonia estão Otavio Martins (pai, Samuel), Patricia Pichamone (mãe, Estela), Lilian Blanc (avó), Sylvio Zilber (avô), Eliete Cigaarini (cunhada) e Filipe Ribeiro (filho) defendendo a história de despedida prematura da mãe da família. Em "Quando Tudo Estiver Pronto" o ponta-pé inicial é dado diante da perda da jovem Estela. Logo, pai (Otavio Martins) e filho (Filipe Ribeiro) têm duas formas distintas de lidar com a morte da figura feminina da casa: a esposa e a mãe. O conflito de gerações é tão verídico que faz rir!

Seja na falta de meias palavras e ajuda indelicada, mas hilária da sogra da defunta (Lilian Blanc) ou pela forma, até irônica, do filho (Filipe Ribeiro) de responder ao pai Samuel (Otavio Martins) a respeito das lembranças floridas que decide trazer da esposa falecida. O texto do americano premiado Donald Margulies, é tocante, embora seja, por vezes e na medida certa, suavizado com bom humor. 

No entanto, em "Quando Tudo Estiver Pronto"a problemática em questão não é somente a necessidade de aceitação da morte da jovem mãe (Patricia Pichamone), mas quando, uma semana após a tragédia ocorrida em um restaurante, a própria retorna ao convívio familiar. Cansada por sair da cova e tanto caminhar, a mãe volta com as mesmas manias e a necessidade de organizar tudo. Afinal, a morta reencontra a casa cheia de móveis, pai e filho em pleno conflito, além das visitas de Issac, o apaixonado sogro (Sylvio Zilber), de Clara, a sogra decidida e sem papas na língua (Lilian Blanc) e da divertida e conciliadora cunhada (Eliete Cigaarini). 

A peça é um afago aos apaixonados por teatro que buscam narrativa e representação com excelência. "Quando Tudo Estiver Pronto" é o tipo de montagem que deixa um gostinho de quero mais. Sensação criada, provavelmente, pelo elenco em perfeita sincronia que estabelece um elo entre público e personagens, gerando a expectativa da volta de cada um ao palco, seja para extravasar as emoções ou para fazer rir. Belíssimo e imperdível!! O espetáculo está em cartaz no Teatro Folha, que fica dentro do Shopping Pátio Higienópolis.


Crédito: Heloísa Bortz

FICHA TÉCNICA
Texto: Donald Margulies
Elenco: Otavio Martins, Patricia Pichamone, Lilian Blanc, Sylvio Zilber, Eliete Cigaarini e Filipe Ribeiro
Cenografia e Figurinos: Márcio Vinicius
Fotografia: Heloísa Bortz
Desenho de Luz: César Pivetti e Vânia Jaconis
Produção Executiva e Administração: Will Siqueira
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Coordenação de Marketing: Emanoela Abrantes
Criação Gráfica: Marjorie Costa
Mídias Sociais: Pedro Tavares
Equipe técnica: Jardim Cabine
Realização: Ian Soffredini Korich Participações e Serviços Teatrais Ltda
Direção, Tradução e Trilha Sonora: Isser Korik

SERVIÇO: QUANDO TUDO ESTIVER PRONTO
Estreia: 21 de junho 
Temporada até: 15 de setembro 
Apresentações: sexta 21h30; sábado e domingo, 20h
Ingresso: R$ 70 (setor 1) e R$ 50 (setor 2)
Duração: 70 minutos
Classificação etária: 12 anos

TEATRO FOLHA
Shopping Pátio Higienópolis – Av. Higienópolis, 618 / Terraço 
tel.: (11) 3823-2323 – Televendas: (11) / 3823 2423 / 3823 2737 / 3823 2323. Vendas on line: www.teatrofolha.com.br
Vendas por telefone e no site do teatro / Capacidade: 305 lugares / Não aceita cheques / Aceita os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube Folha 50% desconto. Horário de funcionamento da bilheteria: terça a quinta-feira, das 15h às 21h; sexta-feira, das 15h às 21h30; sábado, das 12h às 22h30; domingo, das 12h às 20h / Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do Shopping: R$ 14,00 (primeiras duas horas) / Venda de espetáculos para grupos e escolas:  (11) 3661-5896, (11) 97628-4993 / Patrocínio do Teatro Folha: Folha de S.Paulo, Consigaz, Owens-llinois, EMS, Bain & Company, Grupo Pro Security, Previsul, Brasforma, NR Acampamentos, Nova Chevrolet.

SOBRE A CONTEÚDO TEATRAL: O grupo empresarial paulista Conteúdo Teatral atua há mais de quinze anos em duas vertentes: gestão de salas de espaços e produção de espetáculos. Como gestora é responsável pela operação do Teatro Folha, no Shopping Pátio Higienópolis, com direção artística e comercial de Isser Korik, programando espetáculos para temporada em regime de coprodução. No período de atuação a empresa soma mais de 2 milhões de espectadores.

Como produtora de espetáculos, viabilizou dezenas de peças, como “Gata Borralheira”, “O Grande Inimigo”, “Os Saltimbancos”, “A Pequena Sereia”, “Grandes Pequeninos”, “Branca de Neve e os Sete Anões”, “A Cigarra e a Formiga”, “Cinderela” e “Chapeuzinho Vermelho” para as crianças. Para os adultos foram realizadas, entre outras montagens, “A Minha Primeira Vez”, “Os Sete Gatinhos”, “O Estrangeiro”, “Senhoras e Senhores”, “O Dia que Raptaram o Papa”, “E o Vento Não Levou”, “Equus” a trilogia “Enquanto Isso…”, além de projetos de humor – como “Nunca Se Sábado…” e “IMPROVISORAMA” – Festival Nacional de Improvisação Teatral. Em parceria com Moeller e Botelho produziu os Musicais “Um Violinista no Telhado”, “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos”, “Nine – Um Musical Felliniano” e “Beatles num Céu de Diamantes”.

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm



Encerramento de "Quando Tudo Estiver Pronto"

Leia +

quarta-feira, 14 de junho de 2023

.: #Resenhando20Anos: Crítica do filme "Uma Voz Contra o Poder"

 No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completou 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos conseguem estar muito atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. A crítica do filme "Uma Voz Contra o Poder" é um dos  textos mais lidos nos 20 anos de Resenhando.com.

Leia a publicação original:

.: Crítica: "Uma Voz Contra o Poder" é sobre a emoção de defender as origens

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em março de 2022


O fazendeiro Percy Schmeiser seguia sua vida pacata com a família até receber uma notificação tão importante que o leva para uma tremenda batalha nos tribunais contra a gigante corporação do agronegócio: Monsanto. Esse é o fio condutor de "Uma Voz Contra o Poder" (Percy vs Goliath), brilhantemente protagonizado por Christopher Walken ("Prenda-me Se For Capaz", "Click" e o inesquecível videoclipe do Fat Boy Slim, "Weapon of Choice", vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em "O Franco Atirador").

Em 2 horas de duração, o longa dirigido por Clark Johnson desenvolve a marcante batalha do homem que conseguiu se fazer ouvir mundo afora mesmo sendo apenas um pequeno agricultor. É nesse sentimentalismo que "Uma Voz Contra o Poder" aposta para envolver o público, basta considerar o títutlo original que se se refere a vitória de Davi contra Golias. Mesmo sem toda a emoção dos tribunais para dar ritmo, o enredo consegue despertar interesse, embora torne a trama um pouco arrastada, por vezes. 

Sem a agonia clichê das discussões e enfrentamentos gerados nos julgamentos, além da ausência do martelinho de juiz sendo batido de tempo em tempo e determinando a evolução do caso, tudo é colocado na conta somente da indignação do protagonista. Por sorte, Walken tem talento de sobra e cria um coro de torcida do público para que a situação dele tenha um final feliz. Contudo, a jornada desse herói é apresentada sem o ponto alto dos embates, acaba não fazendo crescer proporcionalmente a raiva em quem assiste. Logo, quando se está diante da cena ápice a emoção é morna.

A cinebiografia de Percy Schmeiser tem ainda Christina Ricci ("Familia Addams" e "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça"), Zach Braff  ("Oz: Mágico e Poderoso"), Roberta Maxwell ("Os Últimos Passos de Um Homem" e "O Segredo de Brokeback Mountain") e Luke Kirby ("Vidro" e "The Deuce"), personagens que dão total suporte para que a história do protagonista se desenvolva. 

Assim, "Uma Voz Contra o Poder" assume o posto de filme-denúncia, pois de um lado estão os agricultores pequenos que querem seguir seu modo de cultivo ancestral enquanto que a empresa quer modernizar tudo e, claro, fazer uso de agrotóxicos mais fortes e sempre de modo abusivo. Contudo, a figura central do filme a quem é uma homenagem, Percy Schmeiser , faleceu em 13 de outubro de 2020. No entanto, fica registrada a façanha desse senhor que ganhou conhecimento público na década de 90 após ter uma disputa judicial na Suprema Corte do Canadá. 

"Uma Voz Contra o Poder" é um super filme para refletir sobre o que de fato importa na vida. O filme está disponível para compra e aluguel nas plataformas digitais Claro Now, Vivo Play, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube Filmes. Imperdível! 

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: Uma Voz Contra o Poder

Título original: Percy vs Goliath

Data de lançamento: 16 de setembro de 2020 (mundial)

Diretor: Clark Johnson

Produção: Daniel Bekerman

Elenco: Zach Braff (“Scrubs”), Christina Ricci (“Matrix Resurrections”), Roberta Maxwell (“Brokeback Mountain”), Adam Beach (“Esquadrão Suicida”), Luke Kirby (“Marvelous Mrs. Maisel”), Martin Donovan (“Homem-Formiga”) e Peter Stebbings (“Imortais”)


terça-feira, 13 de junho de 2023

.: #Resenhando20Anos: Tarsila Popular em 11 motivos para não perder

No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completou 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos conseguem estar muito atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. "Tarsila Popular em 11 motivos para não perder", publicado em 11 de abril de 2019, é um dos textos mais lidos nos 20 anos de Resenhando.com.

Leia a publicação original:

.: Tarsila Popular: 11 motivos para não perder a exposição no MASP
Abaporu, Tarsila do Amaral

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em abril de 2019



A mostra mais ampla da pintora modernista Tarsila do Amaral, está em cartaz no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, MASP, até 28 de julho. "Tarsila popular" propõe um novo olhar em direção aos temas, personagens e narrativas presentes no trabalho daquela que queria ser "a pintora do Brasil", tratando de questões políticas, sociais, e raciais. Com curadoria de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, reúne cerca de 113 obras da artista, entre pinturas e desenhos. Confira a lista e descubra os 11 motivos para não perder a exposição mais ampla de Tarsila do Amaral!


1. A experiência de estar diante de cada obra representativa para a fase modernista e importante para a história do Brasil é uma sensação inigualável.

2. O apoio de placas descritivas que facilitam a interpretação de cada quadro exposto. Das 52 telas expostas, 40 têm textos analíticos inéditos escritos por pesquisadores convidados.

3. "Tarsila Popular" está no MASP. Portanto, é fácil chegar, pois está localizado no coração de São Paulo, na famosa Avenida Paulista.

4. A exposição a ser devorada pelo público propõe olhares inéditos e femininos, com organização de Fernando Oliva e Adriano Pedrosa.

5. Apreciar cada detalhe do original e famoso quadro "Abaporu" é uma vivência marcante e inesquecível.

6. Pertencente ao ciclo de mostras “Histórias das mulheres, histórias feministas”, nesse catálogo houve a contribuição de duas pesquisadoras negras Amanda Carneiro e Renata Bittencourt. Até então nenhuma autora, pesquisadora, curadora, crítica negra havia escrito sobre Tarsila. 

7. É a exposição mais ampla de Tarsila do Amaral, pois abrange as pinturas de 1921 até 1969. A maior foi realizada na Pinacoteca, em 2008, com "Tarsila Viajante" que incluiu cerca de 100 desenhos da artista.

8. "Tarsila Popular" reúne pela primeira vez obras importantes como "A Negra" (1923), emprestada pelo MAC (Museu de Arte Contemporânea de São Paulo), O Abaporu (1928), que pertence ao Malba (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires) e O Pescador (1925), vendido por Tarsila em 1931 para o museu Hermitage, na Rússia, que nunca havia sido exposto no Brasil.


Autorretrato, Tarsila do Amaral

9. A exposição é organizada em cinco partes, conforme o ano de produção e a relação das obras. No início, estão o "Autorretrato" de casaco vermelho (1923), o "Autorretrato II" (1924) e "A Negra" (1923).

10. Sem seguir uma ordem cronológica, mas de semelhanças, a mostra traz um setor de nus, de viagens, manifestações religiosas, além dos trabalhos da artista que mais se relacionam com o popular. 

11. O catálogo de "Tarsila popular" pode ser adquirido no MASP Loja, ponto de vendas do museu com entrada gratuita, independente das exposições. Valores: R$ 139 (brochura) e R$ 169 (capa dura).


Religião Brasileira, Tarsila do Amaral

TARSILA POPULAR
Abertura: 4 de abril, às 20h
De 5 de abril a 28 de julho de 2019
Local: 1º andar
Endereço: Avenida Paulista, 1578, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: quarta a domingo: das 10h às 18h (bilheteria aberta até as 17h30); terça-feira: das
10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Ingressos: R$ 40 (entrada); R$ 20 (meia-entrada)
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras, durante o dia todo.
AMIGO MASP tem acesso ilimitado e sem filas todos os dias em que o museu está aberto.
O ingresso dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no dia da visita.
Estudantes, professores e maiores de 60 anos pagam R$ 20 (meia-entrada).
Menores de 11 anos de idade não pagam ingresso.
O MASP aceita todos os cartões de crédito.
Estacionamento: é preciso carimbar o ticket do estacionamento na bilheteria ou recepção do
museu.
CAR PARK (Alameda Casa Branca, 41)
R$ 18 até 12h
seg - sex: 7h-23h
sáb, dom e feriado: 8h-20h
PROGRESS PARK (Avenida Paulista, 1636)
seg - sex, 7h-23h: R$ 20
sáb, dom e feriado, 7h-18h: R$ 20
Acessível a deficientes físicos, ar condicionado, classificação livre


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm

quinta-feira, 8 de junho de 2023

.: #Resenhando20Anos: peça "Ghost - O Musical" emociona do início ao fim


No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completou 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos ainda estão atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. A crítica de teatro "'Ghost - O Musical' é completo e emociona do início ao fim", é uma das mais lidas nos 20 anos Resenhando.com.

"Ghost - O Musical' é completo e emociona do início ao fim"

Por Mary Ellen Farias dos SantosEm setembro de 2016

Quem nunca ouviu o sucesso "Unchained Melody" e, mentalmente, visualizou a Demi Moore e Patrick Swayze na cena sensual do vaso de argila em "Ghost - Do Outro Lado da Vida" que atire a primeira pedra, já! O longa de 1990, em 2011, foi adaptado para o teatro e passou por palcos americanos e internacionais na versão musicada. Entretanto, desde o início de setembro de 2016, está mais brasileiro do que nunca e ganhou versão musical que estará em cartaz até 11 de dezembro, no Teatro Bradesco, em São Paulo.

Aos que tanto valorizam o fato de não receber "spoilers", não há o que esconder desta clássica trama. "Ghost - O Musical" reconta a famosa história de amor entre Molly e Sam para os dias atuais, que, fatidicamente é interrompida pelo desejo mega ambicioso de Carl, um amigo-urso. Como nem tudo são lágrimas e tristeza, a graça faz da vidente Oda Mae um personagem de peso que suaviza todo o drama e chororô. Não só pela atuação hilária e caprichada -às vezes caricata- da cantora e atriz Ludmillah Anjos, mas pela cena de apresentação, que tem um "algo a mais", que no caso é em dobro: Duas ajudantes que, de fato, colaboram no alto nível do bom humor, fazendo com que a intérprete de Oda Mae Brown brilhe ainda mais em cena.

Nem tudo são risadas, afinal, a história é de um espírito ainda apegado à vida. Além de ter um "fantasma" em cena, outra curiosidade é a da transformação de um clássico do drama e romance em musical. Considerando apenas o filme é preciso ir além de "Unchained Melody". Por outro lado, facilmente se esbarra na repetitiva provocação de Sam à falsa vidente Oda Mae: "Um elefante incomoda muita gente". Engraçado? Também! O que torna "Ghost - O Musical" imperdível? Todos os ingredientes que amolecem até os mais duros de coração, fazendo rir e até chorar, além de tentar secar as lágrimas enquanto se dá boas gargalhadas com as peripécias de Oda Mae.

Não há dúvida de que a meta do desafio para resgatar e reconquistar o público com algo tão entranhado na memória afetiva é realizado com êxito pelo produtor Ricardo Marques e toda equipe. O uso de recursos como pouca luz e efeitos especiais dão total credibilidade ao que se vê: seja no momento da morte de Sam, em que o corpo permanece caído e a alma dele testemunha a agonia de Molly na rua ou na despedida final dos dois. É para chorar? Totalmente. Logo, o funga-funga e mãozinhas secando as lágrimas viram uma coreografia seguida pelo público.

E ali um pouco abaixo do palco, perto da plateia do gargarejo, uma orquestra perfeitamente sincronizada pelo maestro que faz a emoção transbordar, independente do estilo da canção. Sim! A trilha sonora passeia do romântico ao rock mantendo a transição completamente agradável. O som natural de cada instrumento consegue se conectar diretamente com o público, muitas vezes, passando de modo até imperceptível. 

"Ghost - O Musical" abrange todos os corações, aqueles que ainda vão amar e os que amam para sempre. De fato, embora famílias e amigos marquem presença, é nítido, no público em geral, a maioria formada por casais das mais variadas idades. Detalhe: Seja durante ou no intervalo do espetáculo, as mãos dadas são mantidas. Vale a pena se apaixonar mais uma vez por essa história clássica? Com toda certeza! Emocione-se e repense no valor à vida diante da atuação musicada de André Loddi (Sam), Giulia Nadruz (Molly), Igor Miranda (Carl) -que facilmente rouba as cenas- e Ludmillah Anjos (Oda Mae Brown). 

*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm


"Unchained Melody" e a cena clássica de "Ghost - Do Outro Lado da Vida"

quarta-feira, 7 de junho de 2023

.: #Resenhando20Anos: Entrevista com Marina Elali, cantora e compositora

No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completou 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos ainda estão atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. Realizada em novembro de 2005, a entrevista com a cantora e compositora Marina Elali, marcou a história do Resenhando.com.


"O mais importante é que todas as cantoras têm uma coisa em comum, o amor pela arte, pela música"Marina Elali

Por Helder Moraes Miranda, em novembro de 2005.

Uma das grandes estrelas da MPB da nova geração, Marina de Souza Dantas Elali falou com exclusividade ao Resenhando e, mais importante que isto, respondeu as perguntas de fãs de todo o Brasil. As impressões que ela deixou são as melhores: muito receptiva, expansiva, simpática, talentosa, inteligente, linda e rodeada por uma equipe competente, que facilitou nosso contato com ela.

Marina Elali, que recentemente lançou o primeiro CD com selo da Som Livre que leva o nome dela, demonstrou ser mais que uma cantora, mas também um ser pensante no mundo da música. Não há dúvida que ela está preparada para ser a diva da música da nova geração, em um período de entressafra para o lançamento de grandes cantoras, já que estamos em um período que a maioria das carreiras musicais, seja bandas ou novos nomes, é efêmera.

Pudera, para quem desconhece suas origens, é bom alertar: não é apenas um rostinho bonito, tem conteúdo, bagagem: estudou música no Berklee College of Music, uma das mais conceituadas escolas do mundo, situada nos EUA. Além disso, a moça em questão é neta de José Dantas, mais conhecido como Zédantas, parceiro do rei do baião Luiz Gonzaga e um dos compositores mais importantes da música brasileira, que tem em sua trajetória composições como "A dança da moda", "A volta da asa branca" e "Riacho do navio".

Todo este sucesso não é apenas sorte de principiante: a jovem cantora, que antes de ficar famosa em todo Brasil já tinha fã-clube em Natal, contabiliza cerca de 300 shows e já cantou ao lado de gente de peso, como Nana Caymmi, Gal Costa, Zeca Baleiro e Agnaldo Rayol.

Aos quatro anos, Marina Elali ficou encantada com a música clássica que era tocada durante suas aulas de balé, mas descobriu a música pop ao assistir um vídeo de Madonna. Sua estréia como cantora, porém, aconteceu em sua festa de debutante, quando completava 15 anos. Entre os convidados, estava um produtor musical de Natal, que a convidou para abrir um show do cantor Fagner.

Depois disto, Marina foi estudar música nos Estados Unidos. Em Boston, passou por três anos de aulas de canto e teoria. De volta ao Brasil, participou de programas da Rede Globo, como "A turma do Didi" e a novela "O clone". No cinema, atuou como atriz no filme "Maria, mãe do filho de Deus". A nós, meros mortais, resta dizer: "Canta, potiguar, canta!".

  
Resenhando.com - Como você analisa o cenário da música brasileira atualmente?
Marina Elali - Recentemente eu participei da Festa Nacional da Música em Canela- RS, e Fiquei muito feliz ao saber durante um debate, que aproximadamente 76% dos discos vendidos no Brasil são de artistas brasileiros, o que nos mostra que a nossa música está em alta.


Resenhando.com - Ser uma ex-participante de reality show abre ou fecha mais portas? Você já sofreu alguma discriminação em sua carreira por isto? Qual sua concepção sobre o preconceito?
Marina Elali - Participar do Fama Três deu mais visibilidade à minha carreira, tornei-me conhecida nacionalmente e muitas portas se abriram. E em relação a discriminação, eu nunca tive nenhum problema. Pelo contrário, só aconteceram coisas boas na minha carreira depois do programa.


Resenhando.com - Você foi uma das poucas ex-participantes de todas as edições do programa Fama que não caiu no ostracismo. Qual o segredo? Pode apontar quais são os erros dos outros participantes, de acordo com seu ponto de vista?
Marina Elali - Fazer sucesso, permanecer na mídia, é muito difícil. A carreira artística, na minha opinião, deve ser trabalhada pouco a pouco, com metas, objetivos, Ideais. Acho que não há receita para uma carreira promissora, o cantor precisa ter muita disposição, amor pela música, ter força de vontade e batalhar muito pelo seu ideal. Agrupar tudo isso é difícil e muita gente, mesmo talentosa, acaba abandonando o sonho no meio do caminho. Persistência talvez seja a palavra chave.


Resenhando.com - Algumas pessoas questionam o critério de seleção do FAMA ao afirmar que a maioria dos participantes é "carta marcada" ou entra por indicação de alguém. O que tem a dizer sobre isto?
Marina Elali - Acredito que algumas pessoas façam teste e que outras sejam indicadas. As pessoas que participaram comigo do Fama Três são muito talentosas e na minha opinião mereceram participar do programa.


Resenhando.com - Qual lembrança mais marcante que tem de sua participação no Fama? Como eram os bastidores do programa?
Marina Elali - Fiquei muito emocionada ao cantar "Atrás da porta", de Chico Buarque, justamente no dia do aniversário dele. Gosto muito dessa música e me entreguei na interpretação. Quanto aos bastidores, como tínhamos atividades durante todo o tempo, não sobrava muito espaço para o lazer, o bate-papo. Quando nos reuníamos para as refeições o momento era de descontração e muito incentivo.


Resenhando.com - Como foi o processo de escolha do repertório de seu primeiro CD?
Marina Elali - Na verdade eu passei quase dois anos trabalhando no meu primeiro disco. Em 2003 comecei a escolher o repertório, gravei algumas canções e continuei pesquisando, ouvindo e compondo até o último mês de gravação. Estou muito feliz com o resultado final deste trabalho.


Resenhando.com - Você inseriu no repertório do CD um grande sucesso da cantora Rosana "O amor e o poder", qual a razão?
Marina Elali - Essa história é legal. Quando eu estava no Fama Três, uma de minhas apresentações foi com esta música. Quando saí, do Fama as pessoas me paravam na rua para falar que adoraram minha interpretação. Recebi inúmeros e-mails, telefonemas e cartas. Em todos os shows o público falava: - Marina, cante "a deusa". Esta música está no meu CD porque meu público me incentivou a gravá-la e é, sem dúvida, uma das faixas do disco que eu mais gosto.


Resenhando.com - Por ser bonita, você deve ter recebido inúmeros convites para estrelar ensaios sensuais. Alguma revista masculina já lhe convidou para posar nua? Qual a sua opinião sobre o assunto? Você faria um ensaio deste tipo?
Marina Elali - Não recebi nenhum convite para estrelar ensaios sensuais. Minha concentração está voltada, única e exclusivamente, para a minha carreira como cantora.


Resenhando.com - Quais cantoras a influenciaram a lutar para seguir a carreira adiante?
Marina Elali - Quando eu assisti pela primeira vez ao vídeo da cantora Madonna, tive a certeza absoluta do que eu queria para mim: o palco. Mas eu sou bem eclética, gosto de Zizi Possi a Celine Dion. Em cada artista consigo admirar um potencial. Gosto muito de Mariah Carey, Daniela Mercury, Sade, Alicia Keys, Britney Spears, Christina Aguilera, Ivete Sangalo...


Resenhando.com - Já foi convidada para gravar duetos? Com quem você gostaria de gravar?
Marina Elali - Nunca gravei um dueto, mas tive uma experiência maravilhosa no início de minha carreira. Eu estava cantando "Con te partiró', e de repente, Agnaldo Rayol subiu ao palco para cantar comigo. Foi um dueto improvisado, mas muito marcante para mim. Gostaria de gravar com tanta gente... Alexandre Pires, Gabriel o pensador, Jorge Vercilo, Brian Mcknight, Lionel Richie, Sting, George Michael... E por aí vai a lista.


Resenhando.com - Qual a música de seu primeiro CD que você prefere? E se você pudesse escolher, qual seria a canção de trabalho depois de "Mulheres Gostam"? Que música gostaria de interpretar e gravar em seus próximos trabalhos?
Marina Elali - Ai, que difícil! Adoro "Vem dançar", "Só por você", "Conselhos", "Vem vem", "Hipnotizar você", que é composição minha com Lincoln Olivetti. Deixa eu parar senão vou acabar colocando as 14 faixas do CD... Paralelamente à música "Mulheres gostam", que estamos trabalhando, "Você", de Roberto e Erasmo Carlos também está com excelente aceitação, até mesmo porque faz parte da trilha sonora da novela América, da Rede Globo, tema do casal Sol e Tião.


Resenhando.com - Pretende lançar DVD? Pode nos adiantar detalhes?
Marina Elali - Com certeza. Adorei a experiência de gravar meu primeiro videoclipe. A música, "Mulheres gostam", pedia um cenário sensual e mágico, e assim foi, filmamos tudo em Natal, em várias locações, uma mais bonita do que a outra, foi uma semana inesquecível. Sobre o DVD não posso adiantar detalhes porque na verdade eu ainda não comecei este projeto, mas é um sonho que pretendo realizar o mais rápido possível. Sem falar que os meus fãs já estão me cobrando. Mas acredito que tudo tem seu tempo e acho que agora é o momento de divulgar o meu primeiro disco. Na hora certa, vou lançar meu DVD.


Resenhando.com - Acredita estar preparada para a carreira internacional? Se tivesse que escolher entre a carreira no Brasil ou no exterior, qual seria a opção?
Marina Elali - É interessante como várias pessoas já me perguntaram sobre carreira internacional e esta pergunta me deixa feliz, surpresa e um pouco assustada. Confesso que é um grande sonho representar o nosso país em outros países do mundo. Se eu estou preparada? Se um dia surgir uma oportunidade não vou pensar duas vezes, vou encarar como mais um trabalho profissional, vou dar o melhor de mim como eu sempre faço, mas nunca vou deixar de ser uma cantora brasileira.


Resenhando.com - Por ser uma cantora de estilo popular, têm receio de ser rotulada de brega?
Marina Elali - Acho que o artista não deve se preocupar com quem não gosta ou critica o trabalho dele, deve se preocupar em ser um bom profissional, deve respeitar seus fãs e ser sincero em tudo que faz.


Resenhando.com - Conhecendo os bastidores, o que pensa atualmente sobre fazer parte do meio artístico? Existe rivalidade?
Marina Elali - Estou entrando no meio artístico agora, mas acho que sempre existe um lugar ao sol para todos. Rivalidade ocorre em qualquer profissão.


Resenhando.com - Como é sua relação pessoal com outros cantores e grupos? Com quais bandas e cantores você tem laços de amizade mais estreitos? Rola muito assédio?
Marina Elali - Como respondi na pergunta anterior estou começando agora e ainda não conheço muitos artistas. Na Festa Nacional da Música tive a chance de conversar com alguns ídolos meus, e o que me deixou mais feliz foi perceber que estes cantores e músicos que eu sempre fui fã hoje me respeitamcomo cantora. Recebi elogios de Elba Ramalho, por exemplo, não dá nem pra explicar. O assédio às vezes rola, tem que saber lidar, afinal de contas faz parte, né?


Resenhando.com - Durante as turnês, como você lida com a distância da família?
Marina Elali - Aos 17 anos, saí de Natal para morar nos Estados Unidos, onde fui estudar música. A saudade que eu sentia de minha família era imensa. Depois, de volta ao Brasil, para seguir a carreira de cantora, fui para o Rio de Janeiro, novamente sozinha. Então, acabei me acostumando com a distância. agora, que lanço meu CD, e que quero rodar o Brasil com meu show, a separação é inevitável, mas sei que meus pais, meu irmão, meus avós queridos e todos os meus familiares saberão compensar este afastamento toda vez que nos encontrarmos. Família na vida da gente é tudo.


Resenhando.com - Quais são seus ídolos na música e quais bandas novas merecem destaque hoje?
Marina Elali - Madonna, Mariah Carey, Daniela Mercury, Michael Jackson, Sting, Lionel Richie, Djavan, Zizi Possi, Jennifer Lopez, Britney Spears, Christina Aguilera, Phill Collins, Alicia Keys, Celine Dion, Laura Pausini, Gabriel o Pensador, Sade, Sarah McLachlan. Na verdade ouço mais cantores do que bandas, gosto de Maroon 5.


Resenhando.com - Além de cantar, você pretende investir na dramaturgia? 
Marina Elali - Durante quase cinco anos fiz aulas de teatro, sempre gostei da arte de interpretar. E fiz também aulas de atuação no Emmerson College - Boston/EUA. No palco, isso me ajuda. Já participei, cantando, de dois filmes "Didi - o Cupido Trapalhão" e "A Fronteira", e fazendo uma pequena participação em "Maria - a mãe do filho de Deus". Adorei. Também fiz uma participação na novela "O Clone", da Globo. Fui cantar e dançar na fictícia boate Nefertiti. Mas nesse momento estou apenas pensando em minha carreira como cantora, e o palco me dá a oportunidade de atuar, dançar e interpretar ao mesmo tempo.


Resenhando.com - Pode falar sobre sua infância? O que lia e escutava?
Marina Elali - Durante a minha infância fiz aulas de ballet, piano, participei de coral, de grupo de teatro, desfilei, estudei outros estilos de dança, fiz tudo que deu tempo. Gostava de ouvir música clássica, e na verdade sempre gostei mais de ouvir do que de ler, portanto me lembro mais dos meus discos do que dos meus livros. Recebi uma bagagem cultural de minha família que foi primordial para meu amadurecimento. Sou neta de Zédantas, que foi o parceiro de Luiz Gonzaga, então, fui criada, desde pequenininha, nesse meio artístico. Embora eu não tenha, infelizmente, conhecido meu avô, minha avó Iolanda sempre fez questão de apresentar-me toda a herança cultural deixada por ele. Por outro lado, meu pai é palestino e fui apresentada à música e à dança árabe ainda muito jovem. Sou apaixonada por ritmos, estilos, e tudo o que toca o meu coração passa a fazer parte de meu repertório, seja para cantar ou somente ouvir.


Resenhando.com - Como foi despertado o gosto pela música?
Marina Elali - Ih! Faz tempo. Desde pequenininha eu já demonstrava que seguiria a carreira artística. Aos três anos eu fazia aulas de dança, balé clássico. Depois passei a cantar no coral do colégio, fiz piano clássico e ouvia tudo o que emitia som. Cresci dando valor à música, até mesmo pela forte influência de minha família. Antes de completar 14 anos eu já sabia que minha realização seria o palco, o canto, a voz. Para isso abdiquei de minha juventude em Natal, ao lado da família e dos amigos, e fui estudar música nos Estados Unidos, na Berklee College of Music, de Boston, de onde saí formada.


Resenhando.com - O que diferencia Marina Elali das outras cantoras?
Marina Elali - Não existe uma voz igual à outra, uma pessoa igual a outra, e é isso que torna cada ser humano especial, pois ele é único. Sou diferente das outras cantoras porque todas somos diferentes, e o mais importante é que todas as cantoras têm uma coisa em comum, o amor pela arte, pela música.


Resenhando.com - Que conselho você dá para quem está começando a carreira?
Marina Elali - A nossa carreira é uma carreira linda, porém cheia de dificuldades, e pra enfrentar o lado bom e o ruim é preciso coragem e amor à arte. Estudo e aprimoramento são quesitos fundamentais. Dedicação, força de vontade, profissionalismo e fé também não podem faltar. Boa sorte!

segunda-feira, 5 de junho de 2023

.: #Resenhando20Anos: 33 perguntas para Fernanda Young


No dia 4 de junho de 2023 o Resenhando.com completou 20 anos. Durante esse mês, matérias emblemáticas que foram destaque no portal editado pelos jornalistas Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Moraes Miranda serão republicadas. Ao fazer essa visita ao passado, percebemos que os textos ainda estão atuais. 

Algumas delas, republicadas na íntegra, embora extremamente relevantes, apresentam aspectos datados ou têm marcas de expressões, pensamentos e linguagens que podem estar ultrapassadas, mas são um registro da história deste veículo. A entrevista "33 Perguntas para Fernanda Young" marcou as comemorações dos três anos Resenhando.com.


 33 perguntas para Fernanda Young - "Escrever me salva da esquizofrenia".  – Fernanda Young


Finalmente, a esfinge decifrada: a rainha da literatura brasileira atual fala sobre processo de criação, roteiros, críticos invejosos e porque troca de computador a cada livro que escreve. 

Por Helder Moraes Miranda.  Em junho de 2006. Atualizada em 25 de agosto de 2020.

Mais que ser a profissão do Super-Homem, ser repórter pode propiciar momentos agradáveis e de plena satisfação. Neste contexto, os três anos do Resenhando me fizeram realizar duas grandes ambições: entrevistar ídolos na literatura. A primeira foi Ana Miranda, logo depois de ser contemplada com o seu segundo prêmio Jabuti de literatura, pelo romance “Dias e Dias”, uma biografia romanceada do poeta Gonçalves Dias. Ana se mostrou extremamente doce, receptiva e atenciosa.

Três anos depois, o feito se repete com a escritora Fernanda Young, uma das escritoras mais vendidas e polêmicas do Brasil. Primeiro porque ela contraria toda idealização que se tem a respeito de um escritor –além de jovem, bonita e de se superexpor escrevendo livros, ela ainda protagoniza um programa de TV e é roteirista, juntamente com o marido, Alexandre Machado, do sitcom "Minha Nada Mole Vida" da TV Globo. Segundo porque a crítica é madrasta com seus livros, que nem por isto deixam de encantar os leitores e deixa-los de joelhos diante de seu brilhantismo.

A entrevista seria dada, em um primeiro momento, na ocasião do lançamento do novo livro “Aritmética”, que marcava sua ida para a Ediouro, época em que chegamos a entrar em contato com a assessoria de imprensa da editora. Mas Fernanda Young merecia uma edição especial, como a de três anos do site –data mais que simbólica– e também pela coragem dela expor seus poemas pela primeira vez, no recém-lançado “Dores do Amor Romântico”, também da Ediouro.

Nunca fui dado a idolatria, mas em entrevistas sempre tento me colocar no lugar de fãs e perguntar o que eles querem saber. Essa relação de confiança sempre me favoreceu a tirar, de meus entrevistados, frases de efeito e declarações sinceras. Com esta entrevista, não foi diferente. Desde o primeiro contato, Fernanda foi rápida, atenciosa, e demonstrou boa vontade conosco. Foi um flerte de três anos –mesmo que fosse platônico e não ela soubesse disso– com final feliz. Próximo passo? “Ainda agora, contra todas as minhas vontades, retorno ao meu novo livro. Essa força é maior do que o desejo de desistência. É a força do dharma, deve ser maior do que eu”. Com vocês, a grande estrela da literatura brasileira atual, lírica, dissecada e reveladora para, tal qual Sherazade, encantar a você pelo seu dom da palavra. 


Resenhando.com - O que diferencia a personagem, da mulher Fernanda Young? Qual a linha tênue que delimita o que é realidade e idealização?
Fernanda Young - Creio que parte do que é idealizado é minha responsabilidade. E mesmo o que não é real já me pertence. Uso de artimanhas cênicas para causar um ruído e, às vezes, sou mal-interpretada. Entendo que nem sempre sou capaz de ser clara nas minhas intenções, mas a burrice também tem péssima noção de ironia. O que posso dizer é: quem me conhece na intimidade sofre muito em ter que me defender dos burros. 


Resenhando.com - Escrever é exteriorizar alteregos, brincar de “querido diário” sem adesivos, meninices e sigilo total, ou necessidade vital? 
Fernanda Young - Necessidade vital. Mesmo sem publicar, eu escreveria. Escrever me salva da esquizofrenia.


Resenhando.com - Como, quando e por que você começou a escrever? Acreditava que iria tão longe?
Fernanda Young - Comecei a escrever por volta dos oito anos, logo que fui alfabetizada. Tive muita dificuldade de aprender a escrever. Diziam que eu era disléxica. Hoje em dia, eu sei que não podia aprender, só isso. Mas eu também sabia que seria uma escritora. Eu recitava os meus poemas, sem conseguir escrevê-los. Nunca achei que publicaria um livro. Mas tinha uma idéia romântica de ser descoberta depois de morta. 


Resenhando.com Por que você escreve outros livros dentro de um? Há ansiedade de dissertar sobre vários assuntos ao mesmo tempo, ou existe outro motivo? 
Fernanda Young - Porque não tenho fôlego, ou paciência, de manter uma história apenas.


Resenhando.com Seu programa na GNT é uma espécie de fake reality, com crônicas urbanas que mostram o quanto você pode ficar irritada quando sai de casa. Na real, o que irrita Fernanda Young?
Fernanda Young - Burrice. Burrice para mim é deficiência de caráter. Um burro é, na verdade, um preconceituoso preguiçoso.


Resenhando.com Escrever é visceral? Requer mais transpiração ou inspiração?
Fernanda Young - Transpiração. Inspiração eu tive só até os 17 anos.


Resenhando.com Até que ponto você permite se expor ao escrever? Em determinados momentos, você coloca um limite?
Fernanda Young - Não coloco limites. Posso não publicar. Não mostrar para ninguém. Mas jamais irei me censurar. Escrevo como quero e o que quero. Escrevo para mim. 


Resenhando.com O que é ficção, e o que é autobiografia em seus livros? Para quem escreve Fernanda Young?
Fernanda Young - A minha literatura é um jogo cheio de enigmas. Quando pensam que estou num personagem, estou num outro. Quando parece que é num acontecimento que me revelo, pode ter certeza que estou disfarçando; são nas sutilezas que me escancaro. Escrevo para mim, para a minha irmã, para o Alexandre e mais alguns amigos. Mas jamais me esqueço dos meus leitores. Parece que conheço cada um deles. Sinto-os, diria.


Resenhando.com Algumas pessoas criticam sua postura de apresentar programas, aparecer, dar opiniões polêmicas, porque consideram que a postura de um escritor deve ser de reclusão, envolta em mistério. O que tem a responder sobre isto?
Fernanda Young - Cafonas. São como aqueles que temem beber refrigerante. Há os que acham que celular dá tumores na cabeça. Os que acreditam que televisão seja um demônio. E que o bom escritor é triste, desleixado, magoado. Se eu fosse uma herdeira milionária, talvez ninguém nunca tivesse visto a minha cara. Poderia dar as minhas “opiniões polêmicas” só para os amigos. Mas preciso – e gosto – de fazer televisão.


Resenhando.com A maternidade mudou sua maneira de produzir?
Fernanda Young - Agora, demoro bem mais para escrever um livro. 


Resenhando.com Você disse que, ser bonita, atrapalhava sua vendagem nos livros, no entanto, é uma das escritoras mais vendidas no Brasil. Continua com este pensamento? Por que?
Fernanda Young - Vendo porque faço um “corpo a corpo” enorme. Vou a várias cidades divulgar o meu livro. Dou entrevistas – quando estou em lançamento – para qualquer mídia. Não tenho frescuras. Não sou exigente. Não faço gêneros. Pela literatura, me expus. Fiz tudo para chamar atenção para que lessem os meus livros. Se dependesse da mídia especializada, estaria vendendo exemplares em bares. Vendo muito porque escrevo bons livros e tenho leitores inteligentes. E porque luto por isso. Não tive nenhuma facilidade na vida. As pessoas podem ter a falsa impressão de que a minha vida profissional foi facílima, e foi o contrário. Só que sou determinada. Não estou brincando de ser escritora. Sou grata aos meus leitores. Preciso deles. Vou atrás deles. Então vendo bem. 


Resenhando De toda sua produção literária, qual de seus livros você considera o melhor? 
Fernanda Young - "Aritmética". Porque penei feito uma desgraçada para escrevê-lo.


Resenhando.com Como é o processo de montagem das personagens de seus livros? São inspiradas em pessoas que você conhece, ou frutos de sua imaginação?
Fernanda Young - Alguns personagens são inspirados, mas nunca totalmente. Sou uma escritora de ficção, não uma adolescente que escreve diários.


Resenhando.com O que levou uma escritora bem-sucedida de romances publicar o primeiro livro de poemas? Você sempre os escreveu? Como foi essa produção, a escolha de poemas?
Fernanda Young - Sempre escrevi poemas. Mas são cada vez mais raros. Decidi publicá-los porque tenho a minha carreira de romancista já bem definida. Não poderia deixar de fazer esse convite aos meus leitores. Acho que ler poesia salva um afogado – como bem disse Mário Quintana. Então, estou tentando ajudar e me salvar de ter esses poemas na gaveta, como fantasmas debaixo da cama. A edição foi feita por mim e pelo meu editor Paulo Roberto, o critério foi a qualidade e o tema: amor.


Resenhando.com É verdade que troca de computador quando vai escrever um novo livro?
Fernanda Young - Fico muito tempo com o computador. Esse que uso agora já está quase sem as letras das teclas. Bato com muita força. E preciso estar estimulada. É o meu trabalho. Adoro um novo Mac. E surgem lindas opções, convenhamos. Mas depois do nascimento das meninas tenho sido menos consumista. Esse em que estou escrevendo vem desde o Aritmética. Estou louca para trocá-lo.


Resenhando Que rituais você tem antes de escrever?
Resenhando.com - Tento estar bonita. Preciso acreditar em mim para escrever coisas belas. Somente de tarde. Nunca de manhã. Agora estou aproveitando as madrugadas. Escuto músicas-chaves. Só paro quando sei como continuar no dia seguinte.


Resenhando.com Por que você repetiu personagens de “As sombras das Vossas Asas”, em “Aritmética”?
Fernanda Young - Não sei bem porque, mas o Rigel Dantas me é muito atrativo. Gosto de fotografia, e ele é fotógrafo, talvez seja isso. 


Resenhando.com Qual a diferença entre escrever roteiros para o cinema e TV, e escrever livros?
Fernanda Young - Nos livros, sou totalmente livre.


Resenhando.com A qualidade dos textos literários pode ser levada para a televisão, ou cinema?
Fernanda Young - Sim. Tenho tentado fazer isso. Mas é preciso estar no meio de uma boa equipe.


Resenhando.com Você flertou com o folhetim em seu segundo livro, “A sombra das vossas asas” e declarou ter vontade e escrever uma telenovela. Como seria esta novela?
Fernanda Young - Já desisti. As novelas não me interessam mais – por enquanto. Gostaria de adaptar o “Aritmética” para uma minissérie.


Resenhando.com Qual a sensação de ver seu primeiro livro “Vergonha dos pés” adaptado para o teatro?
Fernanda Young - Acho que terei um treco no dia da estréia. Estou muito feliz. O José Possi Neto é uma realeza. E espero sobreviver a tamanha exposição.


Resenhando.com Como é ver seus livros traduzidos para outras línguas?
Fernanda Young - Só lancei em Portugal. E um trecho do “Aritmética” na Itália. É engraçado. Mas não me importo. Quero a minha língua. 


Resenhando.com Embora a crítica especializada seja cruel com você, seu último romance “Aritmética”, permaneceu semanas na lista dos mais vendidos da revista “Veja”. Como lida com críticas?
Fernanda Young - Acho que eles não são bem informados. Poderiam apontar deficiências, mas querem somente chamar a atenção do artista para eles, então os acho – na grande maioria – uns bobos invejosos. Mas, sinceramente, não me importo mais. Podem me esculhambar, que eu já criei casco. Acho que por isso, de uns tempos para cá, eles se fazem de cegos. Também não ligo. Os meus leitores continuam fiéis.


Resenhando.com O que explica a maioria dos resenhistas torcerem o nariz para você, e ser tão adorada pelos leitores?
Fernanda Young - Os leitores são muitos. O Brasil é enorme, não é somente Rio-SP. Os resenhistas são sempre os mesmos, sempre com a mesma burrice e rancor.


Resenhando.com Acredita que novos escritores tem tanto espaço na mídia quanto escritores de antigamente?
Fernanda Young - Sim. Até mais. É preciso lutar. Mas há os blogs e a internet. Antes era mais complicado.


Resenhando.com Jornalismo e literatura podem conviver? Ou seja, acredita que o jornalismo pode vaguear em qualquer linguagem?
Fernanda Young - Sim, acredito. Muitos dos meus autores prediletos eram jornalistas: Hemingway, Paulo Francis…


Resenhando.com Como uma das garotas-propaganda do jornal “O Estado de S. Paulo”, para você, o que é pensar “inho” e “ão”?
Fernanda Young - Inho é bobinho. Ão é coração.


Resenhando.com Em 2001, você foi anunciada como cronista do Jornal do Brasil, mas só publicou dois textos e a coluna foi suspensa, sem explicação. O que aconteceu?
Fernanda Young - Escrevi uma crônica que foi censurada. 


Resenhando.com Por que saiu do catálogo da editora “Objetiva” e foi para o da “Ediouro”?
Fernanda Young - Era necessária uma mudança. A Objetiva foi fundamental, mas eu precisava ser vista de maneira diferente, não mais como uma garota, e sim como uma escritora adulta.


Resenhando.com Você já disse que Madonna era sua mãe ideológica. Inclusive colocou parte do nome dela em sua filha, Cecília Madonna (gêmea de Estela May, com cinco anos). Como os atos dela influenciaram em sua vida?
Fernanda Young - Ela é ousada e profissional. Determinada. Doida. Livre. Simular masturbação num palco é libertador. Viver tão livremente, como ela faz, é um constante desafio a nossa própria noção de liberdade.


Resenhando.com Em entrevista para a revista Cláudia, você afirma que sempre detestou o termo "literatura feminina". Por quê?
Fernanda Young - Porque não sou só isso. 


Resenhando.com Qual o real motivo de sua saída do programa "Saia Justa"?
Fernanda Young - Estava de saco cheio. 


Resenhando.com O que falta para realizar você na arte?
Fernanda Young - Escrever mais romances.


Se a melhor maneira de celebrar a existência de um escritor é lê-lo, o Resenhando fez uma lista em ordem alfabética com os livros de Fernanda Young à espera de um leitor. 

"A Louca Debaixo do Branco" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"A Mão Esquerda de Vênus" (Globo Livros), de Fernanda Young. Compre neste link.

"A Sombra das Vossas Asas" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"As Pessoas dos Livros" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"Aritmética" (Ediouro), de Fernanda Young. Compre neste link.  

"Aritmética" (Editora Rocco, relançamento), de Fernanda Young. Compre neste link.  

"Carta para Alguém Bem Perto" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"Dores do Amor Romântico" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"Estragos" (Globo Livros), de Fernanda Young. Compre neste link

"O Efeito Urano" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"O Pau" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"Pós-F: Para Além do Masculino e do Feminino" (Editora Leya), de Fernanda Young. Compre neste link.

"Posso Pedir Perdão, só Não Posso Deixar de Pecar" (Editora Leya), de Fernanda Young. Compre neste link

"Tudo que Você Não soube" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link

"Vergonha dos Pés" (Editora Rocco), de Fernanda Young. Compre neste link.
 

Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.