1. "A Herança"
Arrebatador, “A Herança” é o espetáculo do ano. Em 1° lugar da lista de Melhores Peças Teatrais do Ano publicada pelo portal Resenhando.com, a peça teatral premiada na Broadway, passou pelo Teatro Raul Cortez e fez história em São Paulo. Em duas partes que totalizam quase seis horas, que parecem minutos, o público se apaixona e torce pelo personagem defendido por Bruno Fagundes. Com sutileza e muita senibilidade, ele transforma um personagem que poderia ser apenas a caricatura da bondade em alguém para torcer e vibrar por ele. Entregando de modo esmiuçado o que é ser gay, desde a vivência do escritor E. M. Forster, autor de "Retorno a Howards End" refletida no livro "Maurice", até os dias de hoje, "A Herança" é uma peça que continuará atual por muito tempo. Mudam-se os tempos, mas a história se repete. A montagem de Matthew Lopez aborda com sensibilidade e profundidade as gerações de homens gays e seus dilemas. Os atores Reynaldo Gianecchini, em uma interpretação muito corajosa para um artista que ficou conhecido por interpretar muitos galãs nas telenovelas brasileiras, além de Marco Antônio Pâmio, Rafael Primot e André Torquato brilham nos papéis principais. Também fizeram parte do elenco os atores Cleomácio Inácio, Davi Tápias, Felipe Hintze, Gabriel Lodi, Haroldo Miklos, Rafael Américo e Wallace Mendes que se revezam na interpretação de 25 personagens. Um espetáculo para guardar na memória... e no coração.
2. "Uma Linda Mulher - O Musical"
Em 2° lugar na lista de Melhores Peças Teatrais do Ano, o clássico contemporâneo "Uma Linda Mulher" esteve em cartaz como musical até dezembro no Teatro Santander e repetiu a trajetória bem-sucedida do filme filme-fenômeno-pop de 1990, ao fazer uma releitura feminista do clássico dos irmãos Grimm. Tudo nesse espetáculo é grande, desde os cenários que reproduzem as cenas do longa-metragem, até o talento dos protagonistas. A atriz Thais Piza é mais do que carisma e coração ao interpretar Vivian Ward, personagem que alçou Julia Roberts ao estrelato. O risco era alto: as comparações com a interpretação clássica do cinema e outro ainda maior, o de ser devorada por uma personagem tão grande. Com experiência de sobra e a entrega de uma atriz em busca do papel de sua vida, Thais Piza brilhou com uma personagem capaz de demonstrar ao público toda expressividade, potência vocal e até a vulnerabilidade de uma atriz imensa. Par romântico da atriz no espetáculo, Jarbas Homem de Mello consegue ser mais humano que Richard Gere no papel de Edward Lewis, executivo que contrata uma acompanhante para passar uma semana com ele. Confira a crítica: Musical "Uma Linda Mulher" é a surpresa do ano ao focar no carisma.
3. "O Guarda-Costas - O Musical"
Mais do que um espetáculo, "O Guarda-costas - O Musical" é uma celebração à música e à memória de Whitney Houston e está em 3° lugar na lista de Melhores Peças Teatrais do Ano publicada no portal Resenhando.com. A montagem brasileira do espetáculo, produzida pela 4ACT e dirigida por Ricardo Marques e Igor Pushinov, consegue a proeza de ser melhor que o filme da década de 90 que o inspirou. Grande parte do mérito disto acontecer é a entrega da protagonista, interpretada por Leilah Moreno, que nasceu para o papel. Intérprete da personagem principal, ela está entregue e devora tudo o que vem pela frente em mais de duas horas que parecem minutos. Encantado com o que a artista promove a partir da voz e do talento da artistas, o público não vê o tempo passar. Parece que Leilah Moreno, na pele de Rachel Marron, tem o poder de parar o tempo. Não há outra atriz no mundo capaz de interpretar um papel que foi de Whitney Houston como faz Leilah Moreno neste espetáculo. O ator Fabrizio Gorziza deu vida ao guarda-costas. Fizeram parte do espetáculo os atores Talita Cipriano, Davi Martins, Pedro Galvão, Marcelo Goes, Vinicius Conrad, Nalin Junior, Victor Barreto, Alvaro Real e Daiana Ribeiro. Já o ensemble traz os experientes bailarinos Mari Saraiva, Danilo Coelho, Felipe Tadeu, Leandro Naiss, Lucas Maia, Raquel Gattermeier, Fernanda Salla, Josemara Macedo, Thaiane Chuvas, Vicky Maila e Thiago Alves. Foto: Felipe Quintin. Confira as críticas:
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4. "Alguma Coisa Podre"
"Há algo de podre no reino da Dinamarca". Essa frase de "Hamlet", escrita há mais de 400 anos por William Shakespeare, dá o tom de "Alguma Coisa Podre", mais que um musical, um fenômeno pop, que esteve em cartaz até dia 6 de agosto no Teatro Porto e está em 4° lugar na lista de Melhores Peças Teatrais do ano publicada no portal Resenhando.com. O espetáculo é solar, para cima e não perde a energia em um só momento - nem quando a ação se passa no segundo ato, quando os espetáculos tendem a cair. Há músicas muito boas e chega a ser irônico que um espetáculo que marca o período da renascença marque, de alguma maneira, o renascimento do teatro depois de uma pandemia em que a arte respirava sobre aparelhos. "Alguma Coisa Podre" é o teatro voltando a lotar mas, sobretudo, é o Brasil voltando a sorrir. No elenco, Marcos Veras, Leo Bahia, George Sauma, Wendell Bendelack, Rodrigo Miallaret, Bel Lima e Laila Garin. Direção Artística: Gustavo Barchilon. Versão brasileira: Cláudio Botelho. Confira as críticas:
6. "Funny Girl - A Garota Genial"
Escrita por Bianca Tadini e Luciano Andrey, a releitura feminista de"Funny Girl" teve um sucesso estrondoso em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dirigida por Gustavo Barchilon, a versão brasileira do clássico foi protagonizada por Giulia Nadruz e Eriberto Leão. Assistimos no Teatro Porto, em São Paulo, com Vânia Canto no papel de Fanny Brice. A personagem para ela, uma mistura de Adele com todas as características de uma atriz de musicais, resultou em uma interpretação arrebatadora. Queremos mais de Vânia Canto como protagonista absoluta no teatro musical em 2024. "Funny Girl - A Garota Genial" tem produção da Barho Produções em parceria com a 7.8 Produções Artísticas. .: Confira a crítica: "Funny Girl - A Garota Genial" em sete motivos para não perder no Porto.
7. "Consentimento"
Com direção de Camila Turim e Hugo Possolo, o espetáculo "Consentimento" é uma tragicomédia divertida no riso nervoso de quem vê diante do espelho suas contradições e fissuras. Com texto da premiada autora inglesa, Nina Raine, espetáculo é contemporâneo e impactante, uma peça que consegue ser contundente, dolorosa e afiada. Você finge que é algo e os outros fingem que acreditam. Assim se mantém a paz entre os relacionamentos - de amigos, amantes e familiares - na vida real. Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência quando se é colocado diante de um espetáculo do porte de "Consentimento", que ecoa por horas após ser apresentado. É forte, visceral, polêmico e conta com atores que têm gabarito para defender personagens tão contundentes. O espetáculo incomoda e faz valer a máxima de que a arte, muitas vezes, deixa de ser mero entretenimento. Ninguém é anjo no espetáculo - ainda bem - porque a partir de personagens tão inquietantes - e muitas vezes insuportáveis - surgem discussões e questionamentos que ultrapassam as barreiras do palco. No elenco, Flavio Tolezani, Camila Turim, Helô Cintra Castilho, Sidney Santiago Kuanza, Gui Calzavara, Anna Cecília Junqueira e Lisi Andrade. Confira a crítica: "Consentimento" ultrapassa as barreiras do palco ao falar de abusos
9. "A Megera Domada"
"A Megera Domada" é uma das peças mais famosas do grande dramaturgo inglês William Shakespeare. A comédia narra as confusões criadas por um grupo de pretendentes pela bela e doce Bianca, após saberem da decisão de seu pai controlador: ela só se casaria após o enlace de sua irmã mais velha, a indomável Catarina, que é refratária à natureza dos relacionamentos amorosos da época. É neste cenário que entra Petruchio que, na busca por um casamento de interesse, se dispõe a enfrentar a fera. A tradução e a adaptação são dos dramaturgos e roteiristas Fabio Brandi Torres e Isser Korik, que também assina a direção. A nova montagem esteve em cartaz até o final de novembro no Teatro Uol com novo elenco. Agora, Eduardo Semerjian, Leticia Tomazella, Lizandra Cortez, Marcelo Diaz e Pedro Lemos interpretam 16 personagens do texto original, numa troca rápida que vai além do figurino. A exigência de uma mudança interna para cada personagem, desafia os atores e exige um grande preparo técnico. Confira a crítica: A Megera Domada": cinco motivos para não perder a comédia em SP. "Grease é o caminho", destaca o refrão da música clássica do trio Bee Gees que dá nome ao teatro musical da produtora 4Act Entretenimento, "Grease, o Musical", que encerrou as apresentações dia 6 de março do ano passado com muita energia e emoção, no Teatro Claro SP. O espetáculo é inspirado no musical da Broadway de 1971, que foi transformado no icônico filme de 1978, estrelado por John Travolta e Olivia Newton-John. A jovialidade do elenco, em coreografias e figurinos impecáveis reforçaram a engrenagem do musical sobre a história de amor de Danny e Sandy, que acontece durante o verão dos anos 50, nas praias da Califórnia. Com a volta às aulas, eles se reencontram de modo inesperado, afinal, ele não é tão doce como se mostrou, Danny lidera a gangue do Burguer Palace Boys. Enquanto que a mocinha certinha vai se enturmando com as Pink Ladies, Danny tenta seu lado de atleta - sem sucesso. O enredo condizente a uma época ultrapassada, reflete quando as mocinhas deveriam seguir certas condutas para evitar que fossem rotuladas da pior forma. De fato, "Grease" é o retrato da liberdade feminina que começava a se desenhar. No elenco, Tiago Prado, Luli, Alice Zamur, Nathan Leitão, Sofie Orleans, Carol Pita, Camila Brandão, Pedro Nasser, Rafa Diverse e outros. Não há como negar que rever no teatro em nova montagem do meu filme favorito, após tantos anos, foi extremamente emocionante. Confira a crítica: "Grease, o Musical" resgata nos palcos clássico sobre os anos 50.
12. "O Avesso da Pele"
13. "Frida Kahlo - Viva la Vida"
Com atuação de Christiane Tricerri e direção de Cacá Rosset, o espetáculo “Frida Kahlo - Viva la Vida” mostra um novo olhar sobre a vida da artista mexicana, com o texto de Humberto Robles, considerado um dos maiores dramaturgos mexicanos. O solo traz uma Frida Kahlo lúcida, solar e cáustica, que celebra o triunfo paradoxalmente no Dia dos Mortos. Enquanto prepara um jantar para convidados, vivos ou mortos, passeia por sua vida relembrando e trazendo os personagens que passaram por sua história. A produção é de Alonso Alvarez. Assistimos no dia 21 de julho no Teatro do Sesc. Foto: Isadora Tricerri.