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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

.: Os detalhes inéditos do furacão que assolou a região Sul do Brasil


Recentemente, chuvas intensas e fortes ventos levaram a cenas de destruição no Rio Grande do Sul e na Espanha, e trouxeram à tona o debate das mudanças ambientais e de eventos extremos cada vez mais frequentes. É certo que a natureza avisa e dá sinais, e há exatos 20 anos, o Brasil registrou seu primeiro furacão, o Catarina, também na região Sul, assustando e preocupando os estudiosos. O que mudou de lá para cá? Quais medidas preventivas foram tomadas? Qual consciência se desenvolveu em relação ao clima e ao planeta Terra? O livro "Harmonia e Tempestade: a Minha Jornada ao Olho do Catarina", escrito por Reinaldo Haas e lançado pela editora Trajetórias, levanta essas questões.

O Furacão Catarina deixou um rastro de destruição em sua passagem pelo litoral sul do Brasil, em março de 2004. Seus ventos alcançaram velocidades assustadoras, de 155 a 180 km/h. Essa intensidade coloca o furacão na categoria 2, ao deixar milhares de desabrigados, 40 mortos e mais de mil feridos. Os danos materiais superaram os R$ 800 milhões, afetando atividades agrícolas, pesqueiras, turísticas, industriais e comerciais da região.

Reinaldo Haas é um apaixonado pelo tema, não apenas por sua formação científica como físico, meteorologista e pesquisador, mas também por admirar tempestades desde criança. Neste livro ele revela como nasceu essa paixão por tempestades, como foi parar no olho do Furacão Catarina e porque, como cientista, defende que o Catarina foi realmente um furacão e não apenas um ciclone extratropical, como muitos insistem em dizer. Seu ponto de vista é defendido com dados científicos, que geraram um impressionante artigo acadêmico.

Existe, sim, uma polêmica estabelecida na comunidade científica: tratou-se de um furacão? Um ciclone extratropical? O fenômeno guarda relação com as mudanças climáticas globais no Atlântico Sul? Ao revisitar a literatura científica, realizar pesquisas em busca de ocorrências similares na região e, especialmente, por estar presente e viver a experiência do Catarina 2 na região, Haas apresenta suas hipóteses. Compre o livro "Harmonia e Tempestade: a Minha Jornada ao Olho do Catarina", de Reinaldo Haas, neste link.


Sobre o autor
Reinaldo Haaspossui graduação em Física pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), mestrado e doutorado em Meteorologia, ambos pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor do Departamento de Física da UFSC.


Ficha técnica
Livro "Harmonia e Tempestade: a Minha Jornada ao Olho do Catarina"
Autor: Reinaldo Haas
Editora: Trajetória
Gênero: Biografia, clima
Formato: 14x21 cm,
Número de páginas: 154
ISBN: 978-65-981557-2-8
Compre o livro neste link.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

.: "Alguma Coisa, Algum Dia", de Amanda Gorman, convida as crianças a mudar


Após ganhar renome mundial como a mais jovem poeta a declamar na posse presidencial nos Estados Unidos, Amanda Gorman embarcou também na jornada de inspirar as crianças a tornar o mundo melhor. Em "Alguma Coisa, Algum Dia", que chega às livrarias pela Intrínseca em novembro, a escritora tece uma história encantadora sobre como todos podem fazer a diferença, demonstrando de que maneira pequenos atos podem representar uma mudança maior e mais significativa. 

O poema sensível sobre esperança e a importância de criar laços em comunidade ganha vida com as ilustrações inovadoras do artista Christian Robinson, que já ganhou o prêmio de Melhor Livro Ilustrado do New York Times em 2019. A tradução é de Jim Anotsu. Na obra, acompanhamos um menino que nota os problemas de sua vizinhança, como o lixo acumulado nas ruas por onde passa. A partir daí, ele entende que, com gestos simples, é possível atingir grandes resultados. 

Aos poucos, ele começa a recolher os resíduos e a ajudar quem precisa, e, quando menos espera, percebe que a comunidade se uniu em uma missão nobre de transformar o entorno desolador em algo alegre e esperançoso. "Alguma Coisa, Algum Dia" é um livro inspirador que convoca as novas gerações a ser o pivô das mudanças. Nele, Amanda e Christian convidam o leitor a refletir: e se deixarmos de lado o pessimismo e acreditarmos que sonhar juntos é uma ferramenta invencível? Compre o livro "Alguma Coisa, Algum Dia", escrito por Amanda Gorman e ilustrado por Christian Robinson, neste link.


Sobre a autora
Amanda Gorman
é a poeta mais jovem a ter participado da cerimônia de posse de um presidente dos Estados Unidos. É defensora do meio ambiente, da equi­dade racial e de gênero. Em 2017, foi a primeira escritora a receber o título de National Youth Poet Laureate, da Urban Word, um programa que apoia jovens poetas. Após terminar a graduação na Universidade Harvard com distinção cum laude, ela voltou a morar em sua cidade natal, Los Angeles, na Califórnia. É autora de Canção da mudança, Seremos chamados pelo que levamos e O monte que escalamos, também pu­blicados pela Intrínseca. Foto: Danny Williams.


Sobre o ilustrador
Christian Robinson
é um premiado ilustrador, escritor e designer. Estudou Design de Animação no Instituto de Artes da Califórnia e trabalhou com a Pixar antes de se dedicar à ilustração de livros infantis. Suas artes em Last Stop on Market Street, escrito por Matt de la Peña, foram premiadas com o Caldecott Honor, o Coretta Scott King Honor Award e a Newbery Medal. Ele mora em Oakland, na Califórnia, e sonha em um dia ver a aurora boreal. Foto: John Kwiatkowski. Garanta o seu exemplar de "Alguma Coisa, Algum Dia" neste link.

Ficha técnica
Livro "Alguma Coisa, Algum Dia"
Autora:Amanda Gorman
Ilustrador: Christian Robinson
Tradução: Jim Anotsu
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 40
Compre o livro neste link.

.: Peça de Pedro Bricio, "Um Jardim para Tchekhov", é lançada em livro


A peça "Um Jardim para Tchekhov", de Pedro Brício, virou livro publicado pela editora Cobogó. Com Maria Padilha e Leonardo Medeiros à frente do elenco, que traz ainda Erom Cordeiro, Olivia Torres e Iohanna  Carvalho, a peça vem fazendo grande sucesso por onde passa - recentemente esteve em cartaz no CCBB de São Paulo, depois de temporadas nos CCBB de Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Pedro Brício vive um momento profícuo em sua carreira: é diretor de "Vital - O Musical dos Paralamas" e coautor, junto a Nelson Motta, de "Tom Jobim Musical", assim como "King Kong Fran", escrita e dirigida por Brício em parceria com Rafaela Azevedo, e que parte para turnê europeia em 2025. Para o ano que vem, vai dirigir os monólogos "Meu Braço Esquerdo", a partir do livro homônimo da Viviane Mosé, com a própria Viviane Mosé, e "O Grande Amor", inspirado na obra de Samuel Beckett, com Fernando Eiras.

Alma Duran é uma atriz reconhecida, mas que já não trabalha como antes. Desempregada há três anos, enfrenta o fracasso e a falta de dinheiro. Ainda assim, não perde a capacidade de se reinventar. Morando de favor com a filha, médica, e com o genro, delegado de polícia, pretende voltar aos palcos com O jardim das cerejeiras, do dramaturgo russo Anton Tchekhov.  

Entre aulas de teatro a uma jovem aspirante a atriz e o impacto que seu espírito livre e artístico causa no cotidiano do casal em crise, Alma encontra, no playground do prédio, um homem que afirma ser Anton Tchekhov. Os dois passam a ensaiar a peça e conversar sobre desafios do mundo contemporâneo, borrando as fronteiras entre realidade, ficção, passado, presente e futuro. Inspirado nos matizes emocionais dos textos tchekhovianos, "Um Jardim para Tchekhov" é um texto bem-humorado e poético que reflete sobre as tensões sociais, a violência e a intolerância. 


Sobre Pedro Brício
O autor e diretor teatral Pedro Brício nasceu no Rio de Janeiro em 1972. Escreveu e dirigiu as peças "O Condomínio"; "Me Salve, Musical!"; "Trabalhos de Amores Quase Perdidos" (Cobogó, 2012); "Cine-teatro Limite"; "A Incrível Confeitaria do Sr. Pellica"; "Sonhos de Uma Noite com o Galpão"; "King Kong Fran", parceria com Rafaela Azevedo (Cobogó, 2023); "Breu"; "Comédia Russa"; "Ícaro and The Black Stars"; "Simbora - A História de Wilson Simonal". Como diretor, além dos seus próprios textos, encenou peças de Samuel Beckett, Edward Albee, Rafael Spregelburd, Patrícia Melo e Hilda Hilst.

Recebeu alguns dos principais prêmios do país, como Shell, APCA, Questão de Crítica e Contigo. Tem textos traduzidos para inglês, espanhol e alemão. Participou da Feira Internacional do Livro de Frankfurt, da Semana de Dramaturgia Contemporânea, em Guadalajara, e da mostra Una Mirada al Mundo, no Centro Dramatico Nacional, em Madri. É também autor de "Um Jardim para Tchekhov", atualmente em cartaz no CCBB de São Paulo, depois de temporadas em BH e no Rio. Dirigiu "Vital - O Musical dos Paralamas" e é co-autor, junto a Nelson Motta, de "Tom Jobim Musical", ambos em cartaz atualmente.


Sobre a coleção
A Coleção Dramaturgia publica, desde 2012, textos de dramaturgos da cena teatral brasileira e internacional. Os livros colaboram com o debate e a construção da memória do teatro do nosso tempo, marcando um novo registro do cenário da dramaturgia contemporânea. Em 2015, a Cobogó lançou ainda a Coleção Dramaturgia Espanhola, mais tarde a Coleção Dramaturgia Francesa (2019) e a Coleção Dramaturgia Holandesa (2022). A Coleção Dramaturgia possui mais de 100 títulos publicados, diversas peças premiadas, de mais de 70 importantes autores teatrais.


Ficha técnica
Livro "Um Jardim para Tchekhov"
Autor: Pedro Brício
Número de páginas:  128
Editora: Cobogó
ISBN: 978-65-5691-154-0
Capa: Felipe Braga
Encadernação: brochura
Formato: 13 x 19 cm
Ano de publicação: 2024
Compre o livro neste link.

.: Ficção de cura sul-coreana aborda dramas familiares e sentido da vida


Para aqueles que estão vivendo uma crise no relacionamento ou desejam encontrar alguém para amar, as poções peculiares da "Farmácia do Amor da Família Botero" podem ser a solução. Neste lançamento, publicado pela VR Editora, a premiada escritora Lee Sun-Young transporta o leitor para a Coreia do Sul, onde uma pequena farmácia é conhecida por vender muito mais do que simples remédios – cada frasco contém o amor como ingrediente principal, cuja fórmula milagrosa promete curar o coração e resolver qualquer problema sentimental. 

Espremida em um beco de uma antiga área residencial de Seul, próxima à Estrada Infinita do Amor, a farmácia levanta curiosidade e suspeita entre os vizinhos logo ao abrir as portas. Afinal, deve haver algum segredo na poção do amor vendida ali: o que mais explicaria a Sra. Han, uma mulher linda, estar casada com um homem tão feio como Botero? Administrador do laboratório, onde realiza pesquisas bioquímicas, o marido da farmacêutica é descrito como um senhor de corpo arredondado e óculos de armação de tartaruga, traços físicos que lembram as figuras rotundas ilustradas pelo artista colombiano Fernando Botero – daí o apelido do protagonista.  

Enquanto acompanha os desdobramentos da inauguração no bairro e a chegada dos primeiros clientes, o leitor também é apresentado a diversos personagens cujos caminhos se cruzam pela farmácia. Entre elas, estão uma casamenteira que acha que seu trabalho não tem nada a ver com o amor, um funcionário público à procura de uma esposa porque quer agradar aos pais, e um rapaz apaixonado pela mãe da namorada. Compre o livro "Farmácia do Amor da Família Botero", de Lee Sun-Young, neste link. 



Trecho do livro
"Talvez a poção do amor tivesse algo de placebo. As brasas dentro de um ser humano podem criar uma grande chama como uma mera faísca. O que derrama água fria sobre essa brasa são os mesmos relacionamentos que podem originar a faísca que acende o fogo. De certa forma, a poção do amor poderia ser considerada o catalisador dessa brasa."
("Farmácia do Amor da Família Botero", p. 184) 


O poder terapêutico das conexões humanas
Cada capítulo de "Farmácia do Amor da Família Botero" mergulha na psique de um personagem diferente, ao explorar temas sensíveis: relacionamentos familiares, amizade, perda, luto, perdão, arrependimentos e traumas do passado, e até mesmo o papel da arte ao entrar em contato com os próprios sentimentos. Ainda, o livro tece críticas à sociedade coreana sobre as incidências do bullying e do suicídio no país, bem como o peso das expectativas colocadas nos filhos e na maternidade, e a necessidade cultural de conseguir um bom casamento na idade considerada “adequada”. 

Por meio de metáforas sobre questões emocionais e protagonistas complexos, Lee Sun-Young entrega uma ficção de cura, gênero literário que conquistou os brasileiros, sobre o poder terapêutico das conexões humanas. Traduzido diretamente do coreano para o português, "Farmácia do Amor da Família Botero" ensina, sobretudo, que o verdadeiro sentido da vida não pode ser encontrado em fórmulas prontas, mas sim, nas relações construídas ao longo do caminho. 


Sobre a autora
Lee Sun-Young (이선영) nasceu em Seul. Formou-se em escrita criativa pela Universidade Feminina de Han-yang e tem mestrado no mesmo tema pela Universidade Dan-kook. Considerada uma das melhores escritoras da atualidade na Coreia do Sul, é autora de vários livros de sucesso, dentre eles Mil anos de silêncio (천년의 침묵), mistério ambientado na Grécia Antiga, pelo qual Lee qual ganhou o Prêmio Literário Korean New Wave. Traduzido diretamente do coreano para o português, Farmácia do Amor da Família Botero é o primeiro livro de Lee Sun-Young publicado no Brasil. Garanta o seu exemplar de "Farmácia do Amor da Família Botero", escrito por Lee Sun-Young, neste link. 

Ficha técnica 
Livro "Farmácia do Amor da Família Botero" 
Autora: Lee Sun-Young 
Editora: VR Editora
Gênero: ficção contemporânea, ficção literária
ISBN: 978-85-507-0589-7
ISBN e-book: 978-85-507-0590-3 
Número de páginas: 316 
Compre o livro neste link.

.: "Histórias Espaciais para Homens do Futuro" questiona masculinidade tóxica


Desde cedo, meninos são ensinados que devem ser líderes natos, bem-sucedidos e heróis destemidos se quiserem ser amados. Que os homens que expressam as próprias emoções acabam se tornando frágeis ou que a desconexão com os sentimentos é uma virtude digna de uma boa liderança. Para romper com essas crenças tóxicas, a escritora de "Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes", best-seller do New York Times, Francesca Cavallo lança o livro "Histórias Espaciais para Homens do Futuro - 12 Contos para Inspirar Uma Nova Geração de Meninos". São 12 contos para ajudar os pequenos leitores a descobrirem que os garotos também choram e não precisam ser fortes o tempo todo.

"Histórias Espaciais para Homens do Futuro", publicado pela VR Editora e com posfácio escrito pelo youtuber Pedro Pacífico, não se limita a apresentar ao público personagens masculinos que têm orgulho de sua coragem emocional e da própria integridade moral. O livro oferece às crianças – do presente e do futuro – uma visão nova e mais saudável do que significa ser “homem” na contemporaneidade, que meninos e meninas merecem crescer livres dos estereótipos de gênero e da cultura de opressão e violência que aprisionou o conceito de masculinidade durante muito tempo.

Nestas narrativas divertidas e repletas de lições de vida, ilustradas pelo premiado designer gráfico mexicano Luis San Vicente, as crianças são convidadas a viajar por planetas longínquos e imaginários. Cada um deles aborda um tema crucial para a formação da identidade masculina: desde a relação com a figura paterna à sabedoria para lidar com a disparidade de força; do relacionamento das emoções para além da raiva à exploração corajosa da própria identidade de gênero. Por meio de muitas aventuras, o leitor ainda aprende sobre autoconhecimento, empatia, coragem emocional, autenticidade, igualdade, respeito, superação dos medos, como lidar com frustrações ou situações opressivas, e a importância da solidariedade e resiliência.

"Esse livro nasceu do desejo profundo de criar uma ferramenta para discutir um dos temas mais controversos do nosso tempo: a masculinidade. É um livro que cresceu como fruto de um exercício de extrema escuta, amor e confiança. Três coisas que não podem e não devem nunca faltar quando nos relacionamos com crianças, sejam meninas ou meninos [...] esse é o universo que quero conquistar junto a cada um de vocês. Para que o amor que sentimos pelas crianças se torne o amor que elas sentem por si mesmas. E para que esse amor se torne a força motriz de suas vidas”, revela Francesca Cavallo.

Ao longo dos contos encantados, a autora apresenta lugares habitados por piratas, ogros, fantasmas, reis, um presidente com uma estranha obsessão pela guerra e o sapo que busca um amor verdadeiro – cada qual lutando contra preconceitos e ideais tóxicos impostos pela sociedade. Embasada em pesquisas nas áreas de psicologia, antropologia e sociologia, que estudam a formação da identidade masculina a partir de diversos pontos de vista, Francesca Cavallo também explora de forma leve como o mundo poderia ser diferente se todos fossem capazes de expressar a necessidade de estabelecer conexões sem direcionar comportamentos destrutivos para si e para o próximo, além de compreender que pedir ajuda não é sinônimo de fraqueza. Compre o livro "Histórias Espaciais para Homens do Futuro", de Francesca Cavallo, neste link.


Sobre a autora
Francesca Cavallo é autora dos primeiros dois volumes da série "Histórias de Ninar para Garotas Rebeldes", best-sellers do New York Times que foram traduzidos para cinquenta idiomas e venderam mais de 7 milhões de exemplares no mundo inteiro. Em 2019, deixou a Rebel Girls para fundar sua segunda produtora de mídia, a Undercats. A escritora também se destacou no cenário editorial global por sua pesquisa sobre estratégias de auto publicação como forma de proteger a liberdade plena dos artistas e o direito de defender a dignidade no trabalho criativo. Desde 2019, faz parte do programa Jovens Líderes Europeus da Friends of Europe e luta todos os dias para promover os direitos LGBTQIA+ e combater a violência de gênero e qualquer outra discriminação com uma perspectiva pan-europeia. Garanta o seu exemplar de "Histórias Espaciais para Homens do Futuro", escrito por Francesca Cavallo, neste link.


Sobre o ilustrador
Luis San Vicente
nasceu na Cidade do México em março de 1970. Estudou design gráfico na Universidade Autônoma Metropolitana e ilustrou mais de cinquenta livros infantis, publicados por todo o mundo. Suas ilustrações já foram expostas e premiadas em grandes mostras, feiras e galerias internacionais, como o Iberoamerica Illustra Contest, a International Children’s and Youth Book Fair, a Bologna Children’s Book Fair e a Los Silos International Story Fair. Durante mais de vinte anos, San Vicente experimentou diversas formas de ilustração, combinando técnicas tradicionais e digitais em busca do estilo perfeito para cada projeto.

Ficha técnica
Livro "Histórias Espaciais para Homens do Futuro - 12 Contos para Inspirar Uma Nova Geração de Meninos"
Autora: Francesca Cavallo
Ilustrador: Luis San Vicente
Tradutora: Nathália Dimambro
Selo: VR Editora
ISBN: 978-85-507-0574-
Edição/ano: 1ª ed. /2024
Gênero: literatura infantojuvenil
Público-alvo: crianças, pais e professores
Idade recomendada: +7 anos
Número de páginas: 180
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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

.: “Encontro com a invenção", o novo livro de poesia de Elisa Lucinda


Atriz, poeta, escritora e jornalista, Elisa Lucinda lança o livro “Encontro com a Invenção”. Publicado pela Pallas Editora, o livro tem 53 poemas que contam uma história de amor.  jornalista vai trocar dois dedos de prosa com a plateia e recitar alguns versos. “Essa mulher é um furacão, que arrebata o público e leitores com sua interpretação e textos sedutores transbordados de paixão. Certamente, os eventos de lançamento deste livro serão singulares”, comemora a editora Mariana Warth.

Poeta, atriz e jornalista, Elisa explica a gênese da obra: “Quando um livro de poesia é escrito contando uma história, tendo o mesmo tema, é chamado de romanceiro. O caso mais conhecido entre nós, brasileiros, é o ‘Romanceiro da Inconfidência’, de Cecília Meireles, que faz um leque de poemas traduzindo em versos a história da Inconfidência Mineira", explica a autora.

"Neste ‘Encontro com a invenção’, apresento Vítor, um personagem criado na ficção, mas que havia escapado para as bandas do real — o livro é o encontro destes mundos. Aos poucos, vamos compreendendo a dificuldade que ele tem de se adaptar ao que chamamos de realidade. Mais não posso falar sem revelar, sem dar spoiler, pois aqui não é um livro de poesia simplesmente. É uma história romântica com começo, meio e fim, feita através de poemas diversos", conclui.

"A literatura é um vasto campo sem porta ou cancela; e sua lanterna é a palavra, sempre à nossa frente, desenhando horizontes, fazendo a trilha a ser caminhada. Vem comigo. Está garantida a estrada onde antes não havia nada", escreve no prefácio a artista, que há mais de 20 anos apresenta nos palcos do mundo o espetáculo teatral “Parem de Falar Mal da Rotina”Compre o livro “Encontro com a Invenção”, de Elisa Lucinda, neste link.

Sobre a autora
Elisa Lucinda é poeta, atriz, jornalista capixaba com mais de vinte livros publicados. Foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2015, com o livro “Fernando Pessoa, o Cavaleiro de Nada”; e finalista no Prêmio Jabuti em 2022, com “Quem me Leva para Passear”. Pela coleção infantil Amigo Oculto ganhou o prêmio Altamente Recomendável da FNLIJ, em 2002.

Fundou, com Geovana Pires, o Instituto Casa Poema - que desenvolve projetos para popularizar e usar poesia como equipamento de cidadania. Em 2009, recebeu o Prêmio Bertha Lutz por sua obra em defesa do direito e valorização da mulher. Em 2020, ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cinema de Gramado pelo conjunto da obra. Na Academia Brasileira de Cultura, ocupa a cadeira 41 que pertenceu a Olavo Bilac. Garanta o seu exemplar de “Encontro com a Invenção”, escrito por Elisa Lucinda, neste link.

Ficha técnica
Livro “Encontro com a Invenção”
Autora: Elisa Lucinda
Editora: Pallas
Número de páginas: 96
Compre o livro neste link.

.: "Chicó me salvou", afirma Selton Mello sobre "O Auto da Compadecida"


Astro dos filmes do ano, Selton Mello celebra 40 anos de carreira com autobiografia. Em plena campanha para o Oscar 2025, ator revela em livro comovente experiências com grandes artistas, incluindo Fernanda Torres e Matheus Nachtergaele. Foto: Mauricio Nahas


Com estreia marcada para o próximo dia 25 de dezembro, "O Auto da Compadecida 2" é aguardado com grande expectativa pelo público brasileiro e estará em cartaz na rede Cineflix Cinemas. No filme, Selton Mello e Matheus Nachtergaele dão vida a Chicó e João Grilo, uma das duplas do cinema mais amadas do país. Na autobiografia "Eu Me Lembro", Selton avalia a importância do papel em sua vida. 

"Estava pesado, machucado psicologicamente, cansado, cheio de crises existenciais. O Chicó me salvou, salvou a minha vida. Ele trouxe o sol de novo e me trouxe para a luz. Trouxe meu riso de volta. ", revela em trecho do livro. "Estamos tendo a ousadia e a alegria de voltar a beber naquela fonte. Se o novo filme vai ficar melhor ou pior, não tenho a menor ideia. Mas vamos nos divertir de novo. Matheus é um gênio que cruzou meu caminho", completa.

Com direção de Flávia Lacerda e Guel Arraes, "O Auto da Compadecida 2", o filme dá sequência ao primeiro longa-metragem, baseado no livro "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, e se passa 20 anos depois da primeira história e mostra a pacata rotina de Chicó (Selton Mello) na mítica cidade de Taperoá, no sertão nordestino. Agora, ele vive da venda de santinhos esculpidos em madeira e conta a história da ressurreição de João Grilo (Matheus Nachtergaele). Seu grande amigo não dá notícias há duas décadas e Chicó acha que ele morreu novamente. Mas eis que João Grilo reaparece vivinho da silva e cheio de planos mirabolantes, que vão virar a cidade de cabeça para baixo. 


Em cartaz com duas joias do cinema
Astro de "Ainda Estou Aqui", filme pelo qual foi ovacionado no Festival de Veneza, e de "O Auto da Compadecida 2", um dos mais aguardados do ano pelo público brasileiro, Selton Mello revela os bastidores dessas e de outras produções de sucesso na autobiografia "Eu Me Lembro". A obra celebra quatro décadas de carreira e traduz memórias da família, dos amigos e a profundidade da relação do ator e diretor com a arte. A trajetória é narrada em primeira pessoa, em resposta a uma série de perguntas feitas por um time de 40 estrelas da TV, teatro, cinema e literatura. 

Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Fernanda Torres, o diretor Guel Arraes, Lázaro Ramos, Marjorie Estiano, Jeferson Tenório e Fábio Assunção são alguns dos nomes que ajudam a revelar um Selton de coração aberto: a carreira consolidada, suas dores, alegrias e uma história repleta de encontros de alma.  Publicação da Jambô Editora, o livro conta com três cadernos de fotografias, que retratam momentos distintos da vida do ator e somam mais de 70 fotos - um bônus à experiência de leitura. Ao longo dos capítulos, Selton se revela de forma tocante e poética, ri de si mesmo e da vida e entrega bastidores das produções de sucesso que deixaram grandes marcas, especialmente para o cinema brasileiro. Garanta o seu exemplar a autobiografia "Eu Me Lembro", de Selton Mello, neste link.  


Selton sobre Matheus Nachtergaele
"E Matheus, cara, foi um encontro sobrenatural. Parecia que a gente se conhecia de outras vidas. Como somos complementares, funcionamos muito bem como uma dupla. O filme é todo sobre uma dupla. Já imaginou se não funcionasse? Não teve nenhuma leitura preliminar. Não teve testes para ver se a dupla era aquela! Não teve teste! Mágica pura."  ("Eu Me Lembro", p. 155) 

Perguntas que decifram uma mente brilhante
As perguntas dos convidados abrem caminho para a intimidade que ele não costuma compartilhar publicamente. Exemplo disso são as passagens sobre a relação do ator com a mãe, Selva, acometida pelo Alzheimer e que faleceu em 2024, e a comunicação mais espiritual mantida pelos dois desde o agravamento da doença. Esse vínculo funciona como a premissa do livro, pois lembrar, hoje, é essencial para manter as memórias da infância no interior de Minas Gerais, ou nos corredores da TV dos anos 1980.  

Com um texto sensível, Selton dá voz aos desafios encarados ainda no começo da carreira, quando enfrentou o ostracismo após um sucesso meteórico e duvidou do próprio talento. Fala, também, sobre como cada um dos entrevistadores para o livro marcou sua trajetória. A biografia diverte, ensina e comove. Um mergulho profundo na alma de um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos.  

Para além de declarar seu amor à vida e à arte, ele se inspira em um grande sucesso ao dar o tom à narrativa. Em "Sessão de Terapia", série que dirige e atua e com a qual retorna em 2025 para uma nova temporada, dúvidas e angústias são compartilhadas, criando a identificação do espectador com a busca por respostas. No livro, o autor analisa, com humor refinado e muita ternura, as etapas da carreira e os percalços de forma lúcida e terapêutica, abordando questões delicadas, como transtorno de imagem e depressão. Ele deixa o leitor à vontade para buscar nas entrelinhas um pouco mais sobre sua essência. 

"Eu Me Lembro" é um livro sensível, engraçado, tocante e muito humano sobre a trajetória do criador de personagens inesquecíveis como Leléu, de "Lisbela e o Prisioneiro", João Estrela, de "Meu Nome Não é Johnny", e Benjamin, de "O Palhaço", entre tantos outros seres encantadores que foram tocados por seu talento.  Com este livro-memória, Selton Mello compartilha vivências, sonhos e sentimentos, imortalizando um legado impressionante na televisão, no cinema, no teatro e na vida.

Entrevistadores do livro: Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Paulo José, Marjorie Estiano, Rodrigo Santoro, Alice Wegmann, Lázaro Ramos, Moacyr Franco, Oberdan Júnior, Leticia Sabatella, Fábio Assunção, Zezé Motta, Jeferson Tenório, Johnny Massaro, Pedro Paulo Rangel, Larissa Manoela, Lívia Silva, Wagner Moura, Guel Arraes, Patricia Pillar, Pedro Bial, Simone Spoladore, Raí, Nathalia Timberg, Leticia Colin, Rolando Boldrin, Aracy Balabanian, Christian Malheiros, Jackson Antunes, Fernanda Torres, Luana Xavier, Débora Falabella, Tonico Pereira, Ana Paula Maia, Camila Pitanga, Zuenir Ventura, Emilio Orciollo Netto, Arthur Dapieve, Dira Paes e Danton Mello. Compre a autobiografia "Eu Me Lembro", de Selton Mello, neste link.  

Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Ainda Estou Aqui" estão em cartaz na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Ficha técnica 
Livro "Eu Me Lembro"
Autor: Selton Mello
Editora: Jambô Editora
ISBN: 978658863472-1
Páginas: 344
Compre o livro neste link.

.: Entrevista: G. H. Oliveira fala como as datas comemorativas ajudam a refletir


Autor de "Fins & Feriados", G.H. Oliveira explica como utilizou os dias de celebração para pensar sobre a existência humana e os sentimentos inerentes da vida em sociedade. Foto: divulgação


Com a proximidade do Natal, muitas emoções vêm à tona: a alegria das confraternizações, o saudosismo de reencontrar familiares depois de anos, o medo do futuro e a melancolia dos finais de ciclo. Esses e outros sentimentos, típicos das datas comemorativas, serviram como inspiração para a publicação da antologia "Fins & Feriados", escrita por G.H. Oliveira. A obra utiliza o realismo fantástico para tratar sobre assuntos como luto, perdas, recomeços e encerramentos.

No conto natalino, por exemplo, o Papai Noel vai se aposentar e se prepara para o último dia de trabalho, mas ele não esperava uma surpresa das crianças de um orfanato. “Eu sempre defendo que é um livro sobre cura. E no melhor estilo possível, porque não é condescendente ou maçante, não é uma mensagem com cara de propaganda. São narrativas emocionantes de se acompanhar com personagens que a gente consegue se identificar e se projetar e, com isso, refletir sobre os fantasmas que carregamos dentro de nós”, afirma o autor. Acompanhe o autor no Instagram: @ghescritor. Compre o livro "Fins & Feriados", de G. H. Oliveira, neste link.


De onde veio a inspiração para escrever um livro focado em datas festivas?
G.H. Oliveira
 - Tudo começou com um concurso para uma antologia de Halloween. Nunca tinha escrito nada voltado para terror/suspense, mas decidi me aventurar. O que não esperava era ter ficado tão entusiasmado com esse processo de pegar os símbolos de uma data festiva, subvertê-los e aprofundá-los para criar uma história que tivesse o espírito do feriado, mas também que soasse algo novo, empolgante. O conto de Halloween acabou não sendo escolhido para a antologia, mas recebi excelentes feedbacks. Isso me motivou a pensar “e se eu escrevesse para outros feriados?”. A partir daí surge a minha antologia "Fins & Feriados", que mais tarde venceu o prêmio “Conto Inesquecível” da Amazon com a história de Dia dos Namorados.


Todas as histórias do livro foram pensadas especificamente para o livro, ou você reciclou ideias antigas e depois reuniu tudo nesta coletânea?
G.H. Oliveira
 - Todas foram pensadas especificamente para seus respectivos contos. Até porque a graça do processo era descobrir o que seria a história ao refletir sobre o que determinado feriado significava para mim e para as outras pessoas, qual gênero narrativo mais combinaria, como seria a estrutura da trama, quais os personagens mais adequados para guiar o leitor e entretê-lo.


Cada história é muito diferente uma da outra, e com isso você mostra como cada data é única. Quais as principais mensagens e aprendizados que você deixa ao leitor nos contos de "Fins & e Feriados"?
G.H. Oliveira
 - Apesar de ser um livro que fala de assuntos densos, como perda e luto, eu sempre defendo que é um livro sobre cura. E no melhor estilo possível, porque não é condescendente ou maçante, não é uma mensagem com cara de propaganda. São narrativas emocionantes de se acompanhar com personagens que a gente consegue se identificar e se projetar e, com isso, refletir sobre os fantasmas que carregamos dentro de nós. Com sorte, nos ajuda a conviver melhor com esses fantasmas.


Existe alguma data festiva não incluída no livro que você gostaria de abordar em uma história futura?
G.H. Oliveira - Eu tenho uma vontade tremenda de escrever uma história sobre Réveillon. Os símbolos, o clima, o significado, acho que tem tudo para render uma boa trama. Já rascunhei algumas ideias, mas nada muito certo ainda. Mas quem sabe? Às vezes o estalo que falta para tudo vir à tona, está mais perto do que eu imagino.


"Fins & Feriados" é seu livro de estreia. Que aprendizados desse processo de escrita e publicação você irá levar para seus trabalhos futuros?
G.H. Oliveira
 - Quanto à escrita, o processo de me desafiar a escrever tantas coisas fora da minha zona de conforto me trouxe muito mais alegria e empolgação do que angústia. A liberdade que há naquilo que desconhecemos, que nos desafia, só aguça nossa criatividade. Quanto à publicação, hoje me sinto muito mais seguro e confiante em publicar independente. Construí boas parcerias nessa caminhada e me reforçou essa ideia de que há várias “mãos” por trás da publicação de um livro, várias pessoas que agregam seus talentos e realçam a experiência que a sua obra causa ao leitor.


Sobre o autor

Guilherme Henrique Vieira de Oliveira nasceu em Teresópolis, mas cresceu em Volta Redonda, no interior do Rio Janeiro. Formado em Sistemas de Informação, divide seu tempo entre códigos e escrever histórias. É autor de O Viajante do Tempo, um dos contos incluídos à coletânea do Prêmio OFF FLIP 2023. Agora ele lança seu livro de estreia "Fins & Feriados", que reúne cinco histórias baseadas em datas festivas. Dentre elas, a comédia romântica Nem sempre é para sempre, que foi vencedora do Prêmio Conto Inesquecível promovido pelo Amazon KDP. Garanta o seu exemplar de "Fins & Feriados", escrito por G. H. Oliveira, neste link.


sábado, 21 de dezembro de 2024

.: Entrevista com Délio Galvão: escritor analisa costumes em romance policial


Na entrevista abaixo, o escritor Délio Galvão comenta sobre a importância de refletir acerca das transformações sociais através da literatura. Foto: divulgação

Autor do romance "Selva de Pedra", o escritor Délio Galvão cresceu em um país bem diferente do que é hoje: na década de 1980, os brasileiros ainda viviam na ditadura militar, e muitos jovens tinham uma liberdade restrita. Assuntos sobre sexualidade eram tabus no lar, e as desigualdades raciais e de gênero eram naturalizadas no dia a dia. Esses contextos mudaram em vários sentidos, mas o autor decidiu utilizar a literatura para analisar as transformações ocorridas na sociedade e para refletir sobre tudo aquilo que permanece o mesmo.

Além de narrar as investigações sobre um crime que atravessa 20 anos no tempo, a obra endossada por Raphael Montes faz um retrato fidedigno do Leblon. As três décadas em que viveu no bairro foram cenários importantes na vida do autor, que comenta: “Saí do Leblon, mas o Leblon nunca saiu de mim. Praia, ruas, bares e restaurantes formam o cenário do livro, não por acaso. Eu conheço cores, cheiros e sabores do bairro com muita propriedade. Sei que consegui passar um pouco de tudo isso para este caldeirão, que é o 'Selva de Pedra'”. Compre o livro "Selva de Pedra", escrito por Délio Galvão, neste link.


Você já tem contos, crônicas e obras infantojuvenis publicadas e “Selva de Pedra” é o primeiro romance policial da sua carreira literária. O que o motivou a explorar esse novo gênero? Quais foram as diferenças que você sentiu durante o processo de escrita?
Délio Galvão - Suspense e mistério sempre estiveram presentes em todas as minhas obras. Adoro criar clima de suspense e tensão em tudo que escrevo. Por exemplo, a coleção infantojuvenil "O Diário das Fantásticas Viagens de Giovana" contém um mistério por trás da localização de cinco cristais mágicos que estavam desparecidos em algum lugar do Brasil. Além disso, criei um personagem com a habilidade de viajar no tempo, que só tem a identidade revelada ao final do quarto volume. Sempre adorei os romances policiais. Li diversos livros de Raymond Chandler, George Simenon, Leonardo Padura, Rubem Fonseca e Luis Alfredo Garcia-Roza. Este último eternizou o detetive Espinosa, que investigava crimes em Copacabana, e me motivou a criar o detetive Pessanha, que investiga crimes no Leblon. As diferenças entre os dois segmentos, juvenil e de adultos, são enormes. A adaptação do meu processo de escrita envolveu muito estudo, leitura e cursos com grandes escritores e profissionais da área. Dentre os quais eu destaco o curso que fiz com o Raphael Montes (“Escreva o seu Romance”). Cabe destacar que o Raphael Montes endossou o "Selva de Pedra", ao enviar uma frase que está publicada na contracapa do livro. O outro curso que destaco foi com o do diretor Jorge Furtado (“Roteiro: do Início ao Fim, Passando pelo Meio”). Foi um curso que me ajudou a montar narrativas rápidas e diretas, com cenas de ação e diálogos curtos.


A obra é ambientada no Leblon, um dos cartões postais do Rio de Janeiro. Qual sua relação com o bairro?
Délio Galvão - Eu nasci em Copacabana e me mudei para o Leblon quando tinha quatro anos. Vivi intensamente o bairro até os 24 anos. Ali nasceram meus três irmãos. Eu morava em um apartamento na Ataulfo de Paiva e estudava em Botafogo. Pegava um ônibus circular todos os dias para chegar à escola. Nesse mesmo apartamento, assisti à separação de meus pais. Dez anos depois, eu me formei em engenharia e me casei. Foi então que eu tive que me mudar. Saí do Leblon, mas o Leblon nunca saiu de mim. Praia, ruas, bares e restaurantes formam o cenário do livro, não por acaso. Eu conheço cores, cheiros e sabores do bairro com muita propriedade. Sei que consegui passar um pouco de tudo isso para este caldeirão que é o "Selva de Pedra".


Além de ter uma investigação sobre uma morte, o enredo também atravessa algumas complexidades das diferenças sociais do Brasil. De que maneira você inseriu esses temas na obra e as utilizou para dar mais profundidade à trama?
Délio Galvão - O romance é contado em dois tempos em um bairro de classe média alta, o Leblon. A primeira parte se passa no início da década de 1980, quando ainda vivíamos a ditadura militar. Acredito que a grande maioria dos jovens da época, assim como eu, foi criada com rígidos padrões de respeito e de restrita liberdade. O machismo, o racismo e o sexismo, entre outras desigualdades vindas de uma sociedade patriarcal, eram muito presentes dentro de casa e no dia a dia. Além de assuntos como sexo, drogas, orientação sexual serem vistos como tabus e pouco falados. Apesar disso, os jovens se mantinham em uma busca incessante por novidades e pelo desconhecido. A ambientação do livro retrata este momento, bem como a forma como estes assuntos são tratados nos dias de hoje.


O livro tem linhas do tempo distintas, com 20 anos de diferença. Que características os leitores notam entre o RJ de 1980 e o de 2000 a partir da obra? E como você pensou nas diferenças entre os próprios personagens?
Délio Galvão - As diferenças na geografia do bairro e na criação dos filhos, de 1980 para hoje, são muito grandes. Aliás, me assusta lembrar a forma como fomos criados. A sandália virada de bruços, em cima do colo da mãe, para aprendermos a tabuada ou para comermos as verduras do prato e tomarmos o remédio amargo. Azul para o quarto dos meninos e rosa para o das meninas. A forma como criamos nossos filhos hoje em dia é muito diferente. Principalmente as filhas, que venceram tabus e cada vez mais se apresentam em igualdade de condições com os homens. Deixaram para trás aquela mulher submissa que se apresentava como “do lar” ao ser perguntada sobre sua profissão para censo do IBGE. Estes aspectos são bem caracterizados na mudança de tempo por qual o livro passa, antes de ser desvendado o mistério por trás da morte de um jovem.


O que os leitores podem esperar durante a leitura do livro? E quais lições espera que eles extraiam?
Délio Galvão - Ganância, ciúmes, traição, crime e castigo, está tudo junto e misturado em Selva de Pedra. O leitor vai passear com os investigadores por ruas, bares e restaurantes do Leblon enquanto investigam a morte de um jovem. Responder as perguntas “quem morreu, quem matou e por que matou?” formam a linha condutora deste romance que irá surpreender o leitor com inúmeras reviravoltas, algumas mortes e muitas traições. Espero que gostem, que observem as diferenças de cultura e hábitos pelos quais passamos, o quanto melhoramos e de quanto ainda precisamos evoluir.

Sobre o autor
Délio Galvão
 começou a carreira literária aos 56 anos com a publicação da coleção de livros infantojuvenis "O Diário das Fantásticas Viagens de Giovana", publicada pela Editora Bambolê. Recebeu o prêmio Ases da Literatura de 2023 por "Crônicas para Casais Quase Modernos", sua primeira obra para público adulto. Possui diversas crônicas e contos publicados em antologias de diferentes editoras. Já havia publicado narrativas curtas de suspense e tramas policiais, mas "Selva de Pedra" é o primeiro romance do gênero do autor. Instagram do autor: @deliogalvao.escritor. Garanta o seu exemplar de “Selva de Pedra”, escrito pot Délio Galvão, neste link.

.: Entrevista com Sérgio Coelho, escritor: "Cheguei a me assustar com tal 'insight'"


Sérgio Coelho, escritor do livro de poesia "A Garota e o Armagedon", fala sobre suas referências e motivações por trás da obra


O que levou Sérgio Coelho a escrever o livro "A Garota e o Armagedom" foi um momento de bloqueio criativo. Insatisfeito com os rumos de um romance em que trabalhava, voltou-se para a poesia, que permitiu um processo criativo mais livre e imaginativo. Entre as várias possibilidades e referências que o guiaram, o movimento Surrealista, uma das vanguardas artísticas do início do século XX, acabou cruzando seu caminho.

Combinando mitologia, folclore, música e cinema, os poemas da obra exploram imaginação e fantasia em uma jornada literária insólita. Para fazer companhia, o leitor encontra personagens como bailarinas, soldados, feras, divindades e uma heroína envolvida por acaso em uma aventura apocalíptica. Compre o livro "A Garota e o Armagedom", de Sérgio Coelho, neste link. 


Uma das principais referências do livro é o movimento surrealista. Por que você escolheu essa corrente artística como fonte de inspiração?
Sérgio Coelho - Sei que vai parecer estranho, mas não escolhi. Procurava um tema que conectasse os poemas a ponto de conseguir um livro. Fiquei alguns dias pensando, e, de repente, veio à cabeça a palavra “surrealismo” como uma ideia. O que me veio como inspiração foi o estilo, não um tema.... ou melhor, o estilo virou o tema do livro! Cheguei a me assustar com tal “insight”, não sabia nada sobre o movimento Surrealista. Mas a ideia, estranhíssima, pareceu tão boa que fui estudar. Assim começou a aventura: fugi do mundo comum, tornei-me um “criativo herói surrealista”.


Além do surrealismo, é possível ver nos poemas elementos de mitologia e fantasia. Que outros artistas e obras te inspiraram a escrever os poemas do livro?
Sérgio Coelho - Livros, documentários, música pop, movimentos artísticos, mitologia, folclore brasileiro e até o "Apocalipse de João". Usei parte da cultura que consegui acumular ao longo do tempo para trabalhar nos textos. Na hora de escrever, chamava uma ideia que se tornasse um verso e que conseguisse puxar outro. A única regra era que o texto precisava parecer um sonho. Tive que abrir mão da autocrítica, num ato de coragem, para não emperrar a criatividade. Se precisasse de inspiração, eu ia ao YouTube e pesquisava até me sentir encorajado, pronto para escrever.


"A garota e o Armagedon" foi realizado em um momento de bloqueio criativo. Quais técnicas você usa para estimular a criatividade?
Sérgio Coelho - Queria escrever um livro em prosa, uma história com três atos. Mas abandonei os escritos e senti insatisfação e frustração com o resultado. Resolvi voltar aos versos, com os quais tive uma recompensadora experiência anterior. Não estou certo de qual técnica utilizei, mas usei a criatividade para voltar a ficar satisfeito e cumprir a promessa, feita a mim mesmo, de conseguir um livro. Com isso, mudei do verso para a prosa. O processo foi bem particular: criar sem autocensura.


Você já tem projetos literários planejados para o futuro?
Sérgio Coelho - Adoraria voltar a escrever. Tenho dois livros “na gaveta”, e um deles chegou a ganhar uma edição limitada, distribuída a título de curiosidade. O feedback foi bom, pois tratava-se de uma série de poemas com uma personagem feminina: vilã e heroína. Dependendo do que acontecer com a “Garota”, a “Vilã” entra em cena.

Sobre o autor
Formado em Ciências Sociais, Sérgio Coelho é bancário e morador de Belo Horizonte. Curioso por movimentos artísticos, há anos é instigado por questionamentos sobre o sentido da vida e a ordem das coisas. Ainda sem respostas, segue transformando dúvidas em versos e imagens sobre a alma. Mesmo sendo muitas as profundezas que experimenta ao longo da vida, a cada mergulho, a volta à superfície é mais recompensadora. Garanta o seu exemplar de "A Garota e o Armagedom", escrito por Sérgio Coelho, neste link.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

.: Quadrinista da Marvel e da DC anuncia fantasia biográfica de Elis Regina


O quadrinista Gustavo Duarte está de volta ao mercado editorial brasileiro comum projeto autoral. Ele fechou, nesta semana, uma parceria para levar às principais livrarias do Brasil seu novo projeto em quadrinhos: “Elis!” será lançado pelo Grupo Editorial Record em 2025, ano que será comemorado os 80 anos de nascimento da cantora Elis Regina. O anúncio da parceria entre Gustavo e a Record ocorreu durante o painel realizado durante a CCXP.

João Marcello Bôscolli, produtor musical e filho da cantora, participou do anúncio e do bate-papo sobre o projeto. Gustavo explicou à plateia que a graphic novel mistura ficção e biografia, tendo como personagem central a cantora Elis Regina. “É uma fantasia biográfica que conta histórias da vida da cantora, em uma viagem para um mundo de fantasia, em que uma pequena Elis será levada por um novo amigo”, adianta o autor que trabalha no projeto desde 2020. Ainda no painel, Gustavo e João Marcello anunciaram que o livro terá uma edição especial com um vinil de Elis Regina em parceria com a Gravadora Trama.


Sobre o autor
O cartunista e quadrinista Gustavo Duarte trabalha, desde 2009, com histórias em quadrinhos – ele é responsável por toda a concepção, do roteiro, passando pelo design gráfico até chegar ao desenho final. Seus livros e histórias como “Có!”, “Taxi”, “Birds”, “Monstros!”, entre outras, são encontrados no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França, Bélgica, Suíça, Reino Unido, Argentina, Uruguai e Chile.

Seus trabalhos autorais já renderam nove Troféus HQ Mix. Além dos seus próprios livros, no mercado americano, escreve e desenha para revistas e livros de editoras como DC Comics, Marvel e Dark Horse. Lá, já trabalhou em títulos como “Bizarro”, “Dear Justice League”, “Dear DC Super-Villains”, “DC Silent Tales” (DC Comics), “Guardiões da Galáxia”, “Moon Girland Devil Dinosaur”, “Lockjaw”, Homem-Aranha (Marvel), entre outros.

.: Entrevista: Luiza Conde explora tempo e morte pelo fantástico e terror em livro


Rituais longínquos, maldições pregadas na parede e amigos monstruosos. Um ônibus para lugar nenhum, um metrô infinito e uma coleção sanguínea. Esses são cenários que atravessam “Relógios Partidos”, o primeiro livro da roteirista carioca Luiza Conde, lançado pela editora Litteralux. Com uma carreira profícua no roteiro, Luiza agora se lança na literatura fantástica com 12 contos sobre o tempo e os principais medos que acometem a humanidade: envelhecer, ficar só, errar, escolher, morrer, viver.  Dividido em três partes que remetem ao passado (“Tempos que Foram”), presente (“Tempos que São”) e futuro (“Tempos que Podem Ser”), o livro é influenciado pelas obras de autoras que conversam com o insólito e o terror, como Mariana Enriquez, Lygia Fagundes Telles, Silvina Ocampo e Socorro Acioli.  A obra tem texto de orelha assinado pelo escritor e pesquisador Leonardo Villa-Forte.

Nascida no Rio de Janeiro em 1989, Luiza é formada em Letras — Português e Russo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e trabalhou no mercado editorial por dez anos. Entre os autores que inspiram sua escrita, a autora vai de clássicos, passando pela ficção científica e o realismo mágico latino-americano, citando Machado de Assis, Jorge Luis Borges, William Faulkner, Sylvia Plath, Clarice Lispector, Adolfo Bioy Casares, Ursula K. Le Guin e Isaac Asimov.

Luiza trocou o mercado editorial pelo audiovisual aos 27 anos, área em que atua até hoje. Como roteirista, trabalhou nas séries “Sem Filtro” (Netflix), “Vai que Cola” (Multishow) e “Detetives do Prédio Azul” (Gloob), e é coautora do longa “Jogada Ensaiada” (Vitrine Filmes), vencedor do Prêmio Cabíria na categoria Argumento de longa infanto juvenil em 2021. 

O futuro de Luiza Conde está cheio de estreias. Ela também pretende começar a escrever seu primeiro romance, “A Hóspede”, em breve, além de lançar uma nova coletânea de contos fantásticos, dessa vez com a temática dos labirintos. Em 2025, estreia a primeira peça que assina como dramaturga, “Memórias da Superfície”, uma sátira sobre influenciadores e a nossa relação com redes sociais. Compre o livro "Relógios Partidos", de Luiza Conde, neste link.


Por que escolher tempo e morte como temas a se trabalhar em um livro?
Luiza Conde - O tempo sempre foi uma ideia fascinante para mim, desde pequena. Sempre amei histórias de viagem no tempo, com as suas intrincadas regras de funcionamento e os seus paradoxos. Lembro de ler sobre o paradoxo dos gêmeos quando era bem pequena e ficar totalmente ensimesmada com a ideia de que o tempo é mutável, moldável. Eu gosto da ideia do tempo como essa entidade que existe e não existe simultaneamente, como algo que sentimos e vivenciamos, mas que da mesma maneira criamos ao inventar as medidas de tempo e as convenções para a sua passagem. Acho incrível que consigamos dar formas ao futuro, algo que ainda não existe. E que tenhamos um passado coletivo compartilhado que nos impacta mesmo que não o tenhamos vivido. Acho difícil também lidar com o tempo, tenho dificuldade de administrá-lo e de precisar quanto cada coisa vai levar. Também por isso, escrevo sobre o tempo, para ver se faço mais sentido da coisa. Já a morte se apresentou como tema balizador do livro mais por circunstâncias de vida. Sempre gostei tanto de escrever quanto de ler e assistir histórias violentas, e, portanto, a morte sempre foi temática da minha literatura. Mas acredito que só se tornou um elemento tão estrutural do livro por ter começado a escrevê-lo pouco depois de perder meu pai e, ainda durante o processo de escrita, ter perdido minha mãe também. Assim, os anos de escrita do livro foram de perda e luto, e não havia como esses temas não transbordarem para a obra de uma forma ou de outra.


Como foi o processo de escrita de "Relógios Partidos"?
Luiza Conde - A minha literatura sempre foi mais densa, como em "Relógios Partidos". Curiosamente, desde que me tornei roteirista, aos 27 anos, só fui chamada para escrever comédias, como o meu currículo indica. Sou grata ao roteiro por ter revelado esse talento para a comédia que eu não sabia que tinha e que não teria descoberto de outra forma. Sinto que incorporei um humor sombrio à minha literatura por conta dessa descoberta, inclusive. No entanto, em algum momento começou a pesar o fato de só escrever comédias (e o mesmo tipo de comédia) no roteiro. Retomei a escrita da literatura aos 30 anos por necessidade de dar vazão a coisas que queria escrever que não tinham espaço no roteiro. Aos 31, em meados de 2021, uma amiga me indicou a oficina "Casulo", do Leonardo Villa-Forte, escritor e pesquisador. Era uma oficina de leitura e escrita de contos. Toda semana, nós líamos alguns contos e o Leonardo passava uma proposta de exercício em cima deles, e na semana seguinte líamos os contos que tínhamos escrito. Assim, eu fui escrevendo um conto por semana, e fui gostando do resultado. Ao final do ano, a oficina se encerrou e eu me dei conta de que já tinha um número bem considerável de contos escritos. Foi daí que surgiu a ideia de "Relógios Partidos". O processo de escrita não foi fácil, como disse foram anos de perdas muito duras, lutos e transformação. Também estava em salas de roteiro durante 2022 e 2023. Por conta disso tudo, não pude me dedicar com a constância que gostaria ao livro. Passei 2022 e a primeira metade de 2023 o escrevendo, reescrevendo, revisando. Em agosto de 2023, finalmente consegui terminá-lo.


Em sua análise, quais as principais mensagens que podem ser transmitidas pelo livro?
Luiza Conde - Acho que o livro traz uma mensagem de não conformismo. Tanto de um ponto de vista individual, de romper com os papéis que somos obrigados a performar socialmente, com o que é esperado de nós; quanto coletivamente de ruptura com o status quo. Afinal, não é porque “as coisas são assim” que está tudo bem. As consequências da conformidade em nossa sociedade podem ser (e são) terríveis, o que também é explorado em alguns contos do livro. Acho também que, embora não seja exatamente uma mensagem do livro, ele sustenta algo que me é muito caro artisticamente: a ideia de que a arte deve causar algum tipo de incômodo, de desconforto, de deslocamento, porque isso gera reflexão e investigação.


O que esse livro e a escrita dele representam para você?
Luiza Conde - Para mim, é ao mesmo tempo a concretização de um grande sonho e o início de uma trajetória. Entendo agora que quero construir uma carreira como escritora e dramaturga, e "Relógios Partidos", para mim, é o ponto inicial desse caminho. A escrita do livro foi minha companheira durante esse momento pessoal delicado de luto, ao mesmo tempo em que o mercado de roteiro vem enfrentando um período complicado nesses anos pós-pandemia. Entendi não só a vontade, como a necessidade de diversificar meus caminhos profissionais, o que também fez crescer em mim um desejo antigo de retomar e aprofundar os estudos acadêmicos, outro caminho que pretendo começar a trilhar em breve. Isso tudo foi se dando durante o processo de escrita e publicação do livro, foi um período de investigação e transformações profundas mesmo.


Como a sua bagagem profissional como roteirista ajudou na construção da obra?
Luiza Conde - Embora esse seja o meu primeiro livro, considero que os anos de carreira como roteirista ajudaram bastante, especialmente no que diz respeito a uma constância, velocidade e experiência de escrita, principalmente no sentido de saber com mais facilidade o que funciona e o que não.


Por que a escolha dos gêneros conto e literatura fantástica para a escrita de "Relógios Partidos"?
Luiza Conde - Sempre escrevi contos, desde novinha. Já a literatura fantástica surgiu depois. Ali pelos 15, 16 anos meu pai me apresentou o Borges, e daí eu fui conhecer também o Cortázar, o Bioy Casares, a Ocampo... O Horacio Quiroga e a Lygia Fagundes Telles foram meu primeiro contato com contos de terror, e mais tarde eu viria a descobrir também a ficção científica. São gêneros que me fascinam, principalmente o realismo fantástico latino-americano, por ser uma expressão que eu considero bastante afinada com a nossa cultura, tradições e realidade. Assim é que, quando retomei a escrita de literatura aos 30, entendi que o que mais me interessava escrever era literatura fantástica e de gênero.


Como você definiria seu estilo de escrita? 
Luiza Conde - O Leonardo Villa-Forte disse na leitura crítica dele que a minha literatura se equilibra entre a brutalidade e a doçura. Acho que é uma ótima definição. Gosto de arte que incomoda e, por esse motivo, provoca reflexão, um olhar para dentro, uma reação. Não gosto da ideia de arte morna, sem alma. Também me interessa bastante a literatura de gênero, e é o que eu gosto de fazer: literatura fantástica, de terror, ficção científica. 


Que tipo de estrutura você adotou ao escrever a obra?
Luiza Conde - Inicialmente, não adotei estrutura nenhuma, no sentido de que sabia que seria uma coletânea de contos fantásticos, mas só isso. Fui juntando contos que me agradavam num mesmo documento para ter uma noção mais precisa de quantas páginas eu já tinha. Mas com isso fui percebendo que alguns contos conversavam entre si e tinham uma forma parecida. Foi assim que cheguei à ideia macro do livro como uma viagem no tempo e da divisão das 3 partes: passado, presente e possibilidades de futuro. A partir daí, organizei os contos que já tinha nas 3 partes, cortei alguns que não cabiam na proposta e aí sim passei a escrever de acordo com o que ainda precisava e com a proposta de linguagem de cada parte também.


Desde quando você escreve? 
Luiza Conde - Comecei a escrever bem novinha. Sempre adorei ler, e já pequena veio essa vontade de contar as histórias que surgiam na minha cabeça.


Como nasceu sua relação com a literatura?
Luiza Conde - Escrevi meu primeiro livrinho aos nove anos. Mas foi com 13, depois de ler "Crime e Castigo", que a ideia de ser escritora de fato surgiu. O livro teve um impacto enorme em mim, e para mim pareceu mágica a possibilidade de poder despertar tantos sentimentos com palavras no papel. Escrevi dos 13 até os 19 ou 20 (sempre contos), quando decidi deixar esse sonho para trás (o jovem sempre acha que está velho demais para alguma coisa). Aos 24, no entanto, eu (que também sempre fui apaixonada por cinema e TV) tive a ideia de me tornar roteirista. Aos 27 comecei na carreira. Aos 30 retomei a escrita de literatura. Aos 31, comecei a escrever "Relógios Partidos".


Tem alguma meta diária de escrita?
Luiza Conde - Tem dias em que não escrevo nada e dias em que escrevo madrugada adentro sem parar. Sou uma escritora meio caótica, não tenho uma frequência e horário pré-definidos. Também não costumo escrever a esmo. Escrevo de acordo com o projeto que estou desenvolvendo no momento. É o que me motiva e engaja. As demandas profissionais também fazem com que a escrita autoral aconteça quando dá, no ritmo em que é possível.



terça-feira, 17 de dezembro de 2024

.: Léo Áquila revela violência na infância e trajetória de lutas em autobiografia


Multiartista, jornalista pós-graduada, primeira mulher trans a ocupar o cargo de coordenadora municipal da diversidade da cidade de São Paulo, participante de reality shows, figura célebre da TV, jurada de programas de talentos... Léo Áquilla possui muitas facetas públicas. Agora, com o lançamento da biografia "Um Salto para o Sucesso" pela Citadel Grupo Editorial, ela mergulha na própria intimidade para revisitar sua jornada de vida, marcada por violência e preconceito, mas também repleta de vitórias pessoais que repercutem para toda a população LGBTQIAPN+ do Brasil. 

Na obra, Léo compartilha momentos da infância difícil, pautada pela rejeição da família, que não aceitava seus trejeitos femininos. Vítima de agressões psicológicas e físicas na escola, ela se viu abandonada por aqueles que deveriam prezar por sua integridade. Esse descaso familiar e do poder público fica evidente quando lembra que precisou repetir por três vezes a 1ª série do Ensino Fundamental. Enquanto ainda buscava entender sua sexualidade e identidade de gênero, enfrentou outras faces do preconceito: foi violentada sexualmente, era constantemente humilhada pela vizinhança e chegou até mesmo a ser apedrejada publicamente. Decidida a mudar essa realidade, ela encontrou na arte o ponto de virada para caminhar ao encontro do amor-próprio. 

A carreira artística, iniciada com performances de dublagem como drag queen, ganhou notoriedade em festas e baladas e angariou fãs em todo o país. Áquilla logo se transformou em rosto conhecido na televisão: de participante frequente se tornou convidada fixa, mentora e repórter de atrações apresentadas por grandes nomes como Sílvio Santos e Raul Gil e em diferentes emissoras. Com a exposição em rede nacional, virou sinônimo de representatividade, quando essa palavra ainda era pouco utilizada. O glamour das câmeras, porém, nunca preencheu a necessidade de fazer ainda mais para mudar a realidade de outras pessoas LGBTQIAPN+. A política foi a via encontrada para que pudesse realizar mais em prol de grupos vulneráveis. Nessa empreitada, fez história como titular da coordenação de políticas para a diversidade da capital paulista. 

Ao longo das páginas, a autora compartilha ainda estratégias que, mais que conselhos, são ferramentas práticas de transformação. Baseadas em sua vivência, elas incluem lições como ser a melhor em tudo o que faz, jamais aceitar o não, fazer acontecer mesmo diante das dificuldades e usar o tempo a seu favor. Esses ensinamentos vão além de técnicas, inspirando coragem e autenticidade para alcançar o sucesso e impactar positivamente o mundo. Narrada em Um Salto Para o Sucesso, a história de Léo Áquilla reflete uma jornada de luta e resiliência, exemplo de superação. Com uma trajetória única, Léo inspira não apenas a comunidade LGBTQIAPN+ e tornou-se exemplo para a construção de um mundo mais inclusivo e acolhedor para todos. Compre o livro "Um Salto para o Sucesso" neste link.


Sobre a autora
Leonora Mendes de Lima
, mais conhecida como Léo Áquilla, é uma jornalista e política brasileira. Iniciou sua carreira como artista transformista em boates paulistanas. Na televisão, ficou conhecida principalmente por sua participação em programas como "Noite Afora", "A Fazenda 5" e "A Tarde É Sua". Pós-graduada em Jornalismo Político pela PUC-SP, deixou a televisão e entrou para a política. Em 2020, tornou-se coordenadora de gabinete. Atualmente, além de deputada federal suplente, é presidente nacional do MDB Diversidade e membro da Comissão de Ética MDB. Durante mais de um ano, entre 2023 e 2024, também foi coordenadora municipal da Diversidade – a primeira mulher trans a ocupar o cargo na cidade de São Paulo. Tem dois filhos e uma neta. Garanta o seu exemplar de "Um Salto para o Sucesso" neste link.


Ficha técnica
Livro "Um Salto Para o Sucesso"

Autora: Leo Áquilla
Editora: Citadel Grupo Editorial
ISBN: 978-6550475277
Dimensões: 15.5 x 0.8 x 23 cm
Páginas: 144 
Compre o livro neste link.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

.: Dez motivos para ler "Chatices do Amor", o livro inédito de Fernanda Young


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

"Chatices do Amor", o livro inédito de Fernanda Young lançado pela editora Record, reúne dois romances altamente aguardados pelos fãs da autora: "O Piano Está Aberto" e "O Livro". Irreverente e profunda como só Fernanda Young consegue ser, ela apresenta ao público, nesse livro póstumo, uma obra que reflete o olhar de sensibilidade da autora sobre os dilemas da vida, as angústias criativas e a visão única sobre o amor e a solidão. "Chatices do Amor" não é apenas mais um livro; é um testamento do legado de uma escritora que nunca deixou de explorar o que há de mais complexo e visceral na experiência humana, seja por meio da escrita ou de seus roteiros para televisão e cinema.

Com uma narrativa que transita entre humor e melancolia, entre leveza e reflexão profunda, este livro oferece uma janela para o universo pessoal de Fernanda Young e, ao mesmo tempo, provoca o leitor a confrontar suas próprias emoções, pensamentos e questionamentos sobre a vida. Se você é fã da autora ou alguém que busca uma literatura de alto impacto, repleta de diálogos consistentes e personagens memoráveis, "Chatices do Amor" promete ser inesquecível. Compre o livro "Chatices do Amor", de Fernanda Young, neste link.


1. Personagens complexos e cenas emocionais intensas: Fernanda Young foi uma escritora, roteirista e atriz brasileira cujo talento marcante conquistou uma legião de fãs. O estilo único da autora mescla humor ácido, crítica perspicaz à sociedade e escrita refinada, está presente em tudo o que escreve. "Chatices do Amor" reúne dois romances inéditos, oferecendo aos leitores a oportunidade de redescobrir o universo criativo de Young, que também foi autora de séries como "Os Normais", "Os Aspones" e "Shippados". A habilidade de criar personagens complexos e cenas emocionais intensas, aliada à capacidade dela em observar o comportamento humano de forma afiada e sensível, torna a obra indispensável para quem aprecia uma literatura original e provocadora.


2. Temática profunda:
 reunidas em "Chatices do Amor", as histórias de "O Piano Está Aberto" e "O Livro" exploram temas profundos e universais. O primeiro romance lida com o amor e a depressão, abordando como a música pode ser uma forma de expressão da tristeza, da dor e da solidão. A protagonista, Anna, é uma personagem silenciosa, cujo olhar introspectivo e seu processo de autodescoberta por meio da música fazem com que o leitor se conecte com a complexidade da alma humana. Já "O Livro" apresenta um recorte dos últimos escritos de Fernanda Young, escritos após um acordo com sua analista, e traz à tona uma reflexão sobre a criação artística, revelando o que motivava a autora em sua jornada de escrita até seus últimos dias. Ambas as narrativas convidam o leitor a mergulhar em questões existenciais com uma escrita poderosa e imersiva.


3. Narrativa envolvente: como só uma escritora madura e experiente poderia fazer, Fernanda Young cria uma narrativa envolvente, com personagens profundamente construídos e diálogos que capturam o leitor desde as primeiras páginas. A capacidade da autora em criar cenas emocionais e de envolver o leitor com a psicologia das personagens apresentadas é um dos maiores trunfos da obra. Cada romance traz uma proposta de imersão no mundo interno de seus protagonistas, e a escrita de Young permite que o leitor se sinta parte dessa jornada emocional. Não se trata apenas de uma leitura, mas de uma experiência.


4. Reflexão sobre a criação artística: em "O Livro", Fernanda Young reflete sobre sua própria criação artística e o processo de escrita. O acordo com sua analista — de retornar à terapia somente se conseguisse escrever algo novo — dá origem a um texto que é ao mesmo tempo pessoal e universal. Essa obra revela a luta da autora com a escrita, as angústias da criação e o processo de transformação da dor e da angústia em arte. É uma obra que pode ressoar com qualquer pessoa que tenha se dedicado a um trabalho criativo, oferecendo uma visão honesta sobre o preço da arte e o que se esconde por trás do ato de criar.


5. Humor e acidez: Fernanda Young é amplamente reconhecida por seu humor ácido e inteligente. Sua escrita tem a capacidade de fazer o leitor rir ao mesmo tempo em que o faz refletir sobre os aspectos mais sombrios da vida. A leveza que ela imprime nas cenas mais pesadas e a ironia com que lida com situações cotidianas são características marcantes de sua obra. Em "Chatices do Amor", essa acidez se mistura com a melancolia e a reflexão, criando uma dinâmica única que faz o leitor alternar entre risos e momentos de profunda introspecção. Seu humor não apenas provoca, mas também ajuda a quebrar tabus e a refletir sobre os dilemas existenciais de uma forma acessível.


6. Mistura de seriedade e leveza: como afirmou Maria Ribeiro no posfácio, Fernanda Young era uma autora que não acreditava na hierarquia das coisas. Para ela, tanto assuntos sérios quanto bobagens brilhantes podiam ter o mesmo valor dentro de uma obra literária. Em "Chatices do Amor", essa mistura se torna evidente. A autora aborda questões como o sofrimento emocional, o peso da depressão e as complexidades do amor de forma muito séria, mas ao mesmo tempo consegue injectar momentos de leveza, ironia e até nonsense, criando uma experiência literária multifacetada que vai além do convencional. É uma obra que não se limita a um único registro e que desafia o leitor a refletir sobre a própria vida com humor, sem perder de vista a gravidade dos sentimentos humanos.


7. Estilo único: a escrita de Fernanda Young é única. Ela consegue transitar por diferentes estilos e técnicas narrativas, mas sempre com uma voz própria. Seus livros têm uma característica difícil de ser definida, pois ela vai além das convenções literárias e cria algo genuinamente novo. A autora não tem medo de abordar temas profundos com uma linguagem direta, ao mesmo tempo em que constrói metáforas e camadas de significados. Seu estilo é sofisticado, mas acessível, e sua capacidade de capturar a essência dos personagens e situações que descreve é impressionante. "Chatices do Amor" é, sem dúvida, mais uma prova de seu estilo inconfundível, que a torna uma das escritoras mais importantes da literatura brasileira contemporânea.


8. Fãs de longa data: para os fãs de Fernanda Young, o livro "Chatices do Amor" é uma leitura obrigatória. A obra oferece uma oportunidade de revisitar o universo criativo da autora, com a promessa de surpresas e reflexões que são típicas de sua escrita. Aqueles que acompanhavam o trabalho de Fernanda em suas séries para a televisão e em seus livros, certamente encontrarão neste livro uma continuidade natural de sua produção, com elementos que remetem ao que a autora já havia desenvolvido em outras obras, mas com a maturidade e a profundidade de quem se dedicou ao trabalho por muitos anos.


9. Importância para a literatura brasileira: Fernanda Young não é apenas uma autora popular, mas uma das mais importantes vozes da literatura brasileira contemporânea. Sua obra vai além do entretenimento e alcança questões profundas da sociedade e da psique humana. "Chatices do Amor" é uma obra que reforça a relevância da autora no cenário literário, pois ela sempre foi capaz de misturar crítica social com introspecção, humor e arte, criando uma literatura que fala diretamente aos leitores, sem se prender a convenções ou modismos literários. Com esse livro, Fernanda Young deixa um legado duradouro que continuará a influenciar leitores e escritores por muito tempo.


10. Legado duradouro: como Rita Lee disse, "escritoras não morrem". A produção literária de Fernanda Young é tão marcante e cheia de vida que seu legado continuará a ser celebrado por muitas gerações. "Chatices do Amor" é uma forma de imortalizar a autora e seu talento literário, garantindo que suas obras permaneçam em circulação e continuem a ser apreciadas, analisadas e estudadas por leitores de todo o mundo. A obra é uma verdadeira homenagem ao poder da criação artística e ao legado que Fernanda Young deixou, mesmo após sua partida.

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