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domingo, 24 de novembro de 2024

.: “A Vida Afinal”: Cynthia Araújo defende a dignidade e autonomia para pacientes


Fruto de uma pesquisa com 50 pacientes de câncer metastático no Brasil e na Alemanha, o livro busca divulgar para o público não especializado a importância de ser devidamente informado pelos médicos e dos cuidados paliativos para doenças com mau prognóstico. Autora apresenta informações científicas junto à história de superação de sua mãe, que sofreu um AVC hemorrágico e decidiu cada detalhe de sua trajetória


Receber o diagnóstico de uma doença incurável é, certamente, das piores e mais temidas notícias que se pode ter. Além disso, lidar com informações, estatísticas, tratamentos, termos técnicos, médicos de diversas especialidades, num momento de fragilidade como este, é realmente um grande desafio para qualquer pessoa. Para dar respaldo neste momento, e na defesa da dignidade e da autonomia de pacientes com prognósticos de doenças incuráveis, como o câncer, a advogada da União, mestre e doutora em Direito pela PUC-Minas, e uma das responsáveis pelo blog “Morte sem Tabu”, na Folha de S.Paulo, Cynthia Araújo escreveu “A Vida Afinal: conversas Difíceis Demais para se Ter em Voz Alta”, pela editora Paraquedas.

O livro é baseado em sua pesquisa de doutorado, que incluiu conversas com pacientes com câncer metastático no Brasil e na Alemanha. Em 2009, Cynthia tomou posse como Advogada da União na AGU. Entre suas atribuições, estava a de defender o Estado brasileiro em casos de fornecimento de medicamentos caros pelo SUS a pacientes com câncer. “O que tornava o trabalho especialmente difícil, no entanto, era perceber que grande parte daqueles pacientes que recebiam os medicamentos requeridos acabavam morrendo algum tempo depois”, conta Cynthia na introdução do livro.

Após ouvir o médico José Luiz Nogueira, então coordenador do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Hospital das Clínicas da UFMG dizer, em um evento sobre saúde, que aqueles pacientes iriam morrer, mesmo com os medicamentos que desejavam obter - porque os estágios das doenças já eram muito avançados –ela teve certeza das hipóteses que construiriam a sua tese de doutorado. “Queremos acreditar que a Medicina sempre tem uma cura. Mas ela não tem – e dificilmente terá um dia – solução para tudo”, afirma.

“A Vida Afinal” é o terceiro livro que Cynthia escreveu a partir de sua pesquisa de doutorado. Os anteriores são “Existe Direito à Esperança?” (Lumen Juris, 2020) e “Palliative Treatment for Advanced Cancer Patients” (Springer, 2023), ambos voltados a públicos especializados em Direito, Bioética, Medicina e outras ciências da saúde. Desta vez, a autora busca atingir um público mais amplo. “Eu escrevi o 'A Vida Afinal', porque queria um livro estilo 'Mortais', do Atul Gawande, que chegasse ao público leigo, às pessoas que não são diretamente interessadas nos temas ou não têm conhecimento técnico”, afirma Cynthia.


"Este livro é sobre isso: essas duas pessoas [médico e paciente] e a sua conversa e o poder que a compreensão entre elas tem para de fato salvar o que resta. Este livro é sobre o médico que tem que ser filósofo e escritor. O médico que precisa aprender sobre a morte e o paciente que precisa, agora mais do que nunca, aprender a viver." - Mariana Salomão Carrara


A busca da dignidade e as informações certas para tomadas de decisões
“Acredito, sinceramente, que buscar a dignidade de cada qual dentro de uma sociedade deve ser o grande objetivo da humanidade. Mas, sem dúvida, ela precisa deixar de ser a palavra vazia que acabou se tornando, uma tábula rasa disposta a receber o significado que melhor convém a cada vez que é invocada”, afirma Cynthia. E ainda “drogas que são efetivas para ‘alguma coisa’, como a sobrevida de um ou dois meses, mas de que se espera ‘outra coisa’, como a sobrevida de décadas ou a cura, também estão no âmbito da manipulação da ilusão. Só que ilusão é o contrário de dignidade”, diz a autora.

Ela afirma que dignidade tem a ver com autonomia, possibilidade de escolha, “e não com a tentativa desesperada por qualquer coisa”, diz. E defende que os pacientes saibam e tenham todas as informações certas em mãos para tomarem melhores e acertadas decisões sobre os tratamentos e sobre o seu destino. “Há poucas décadas, começou-se a questionar o que chamamos de cultura paternalista. Até então, via-se com naturalidade que decisões médicas fossem tomadas exclusivamente pelos médicos, com pouca ou nenhuma participação do doente. Hoje, exalta-se o papel do paciente na condução de sua própria saúde, buscando-se promover decisões compartilhadas entre ele e o profissional. Para que realmente participe dessa relação, o paciente precisa entender o que é ou não esperado na sua saúde e na sua vida”, diz a autora.


"Cynthia viu o problema de alimentarmos uma falsa esperança, de sermos enganados em relação a tratamentos e prognósticos. E é sobre essa questão, em grande parte cultural, que ela trata nesta obra. Vem de uma dificuldade em comunicar a perspectiva de morte com clareza e sinceridade, de expor prós e contras de cada tratamento, informar estatísticas e pesquisas científicas. Dar o remédio pode ser, muitas vezes, o caminho mais fácil. Mas não o melhor para o paciente." - Camila Appel, jornalista, roteirista e fundadora do blog "Morte sem Tabu"


Uma das ‘chaves’ para esse processo está na capacidade e habilidade dos médicos de se comunicarem com os pacientes. “A informação acerca do efeito de não se iniciar qualquer tratamento é especialmente relevante em situações de fim de vida e principalmente à luz da realidade de excessiva tecnologização da Medicina. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, não iniciar um tratamento de combate a sua doença pode ser a melhor opção em diversos casos”, diz a autora no livro.

A realidade que se impõe para os pacientes nem sempre é compartilhada com todas as nuances, e pode-se dar a impressão de que os tratamentos (muitas vezes dolorosos e extenuantes) podem dar resultados que não se concretizam ao longo do tempo. “Pacientes com cânceres metastáticos – ou outros incuráveis – viverão, muitas vezes, dois ou três anos, independente de tratamento”.

Ela afirma: “mas é muito comum que o médico considere mais fácil investir em mais tecnologia a iniciar conversas delicadas e difíceis sobre a proximidade da morte com seus pacientes”. Como exemplo, ela conta a história do AVC de sua mãe. A história de superação exemplifica a sua defesa sobre a dignidade e as escolhas serem feitas de acordo com cada história de vida, cada paciente e cada prognóstico. “Dona Ana Aurora tomou todas as decisões que quis. E me deixou tomar, junto com meu pai, as que não quis. Para isso, recebeu todas as informações sobre seu diagnóstico e prognóstico. Tudo que nós sabíamos, ela também sabia. (...) sem subterfúgios”.

"Foi com Cynthia que aprendi o significado da palavra cuidado paliativo: sentada no sofá de casa, lendo para minha mãe as palavras sempre didáticas dessa pesquisadora e escritora que comunica a partir do coração. Embora neste livro as verdades trazidas pela autora não sejam fáceis de ouvir, cada sentença chega com o cuidado que só existe em abraços afetuosos em momentos difíceis." - Jéssica Moreira, escritora e jornalista


Trecho do livro:
“Para mim, essa é a grande questão: se eu acho que serei curado, é provável que use meu tempo para me tratar, no lugar de fazer outras coisas que eu faria se soubesse que minha vida está mais ou menos próxima do fim, pois existe uma decisão de abrir mão de parte do meu presente pelo futuro que imagino ter. Mas se sei que não tenho essa perspectiva de futuro, há grandes chances de que eu só faça o mesmo tratamento se ele não ocupar muitas horas dos meus dias, se não me deixar enjoada, com mal-estar, se não me privar de coisas que eu gostaria de fazer antes de partir. Se, no fim das contas, não fizer com que eu me lembre o tempo todo da minha doença; com que eu me torne a minha doença”. Compre o livro “A Vida Afinal" neste link.


Sobre a autora
Cynthia Pereira de Araújo
é advogada da União, membro da Advocacia-Geral da União desde 2009, e coordenou a atuação contenciosa na área de saúde de Minas Gerais (2014-2015). Mestre e doutora em Direito pela PUC-Minas, sua tese, Existe direito à esperança? Saúde no contexto do câncer e fim de vida, foi indicada pelo programa de pós-graduação da PUC-Minas ao prêmio Capes de Teses 2020. Em 2021, foi convidada para expor sua pesquisa no 9º Simpósio Internacional Oncoclínicas e Dana Farber Cancer Institute. Nasceu em Petrópolis, no Rio de Janeiro, e mora em Belo Horizonte, em Minas Gerais, com o marido Daniel e a filha Beatriz, para quem compôs a música “Beatriz II”, lançada em 2022. Garanta o seu exemplar de “A Vida Afinal" neste link.


Ficha técnica
“A Vida Afinal: conversas Difíceis Demais para se Ter em Voz Alta”
Autora: Cynthia Araújo
Editora Paraquedas, 2024
Número de páginas: 158
ISBN: 978-65-84764-54-5 
Compre o livro neste link.

.: Andrea Schwarz lança o livro "Eu Parei de Andar e Aprendi a Voar"


Publicado pela editora FinAppLab, a obra conta como a autora transformou desafios em asas. Prepare-se para se emocionar, se inspirar e, acima de tudo, aprender a voar! Lançamento e autógrafos no dia 27 de novembro na Livraria da Travessa do Shopping VillaLobos, às 19h. Foto: divulgação


Aos 22 anos, um acontecimento inesperado tornou Andrea Schwarz em uma pessoa com deficiência, desafiando seus sonhos e projetos para o futuro. Enfrentando as barreiras impostas pela sociedade, a autora transformou seus desafios em asas. Com coragem, disciplina e uma pitada de rebeldia, ela enfrentou as dificuldades e demonstrou que é possível construir uma vida admirável e alcançar realizações significativas. Com uma narrativa emocionante e repleta de aprendizados, "Eu Parei de Andar e Aprendi a Voar", publicado pela editora FinAppLab, é um convite para todas as pessoas que desejam conquistar seus sonhos, independentemente dos desafios impostos pela vida. 

Neste livro, Andrea aborda temas como a inclusão, a acessibilidade, o propósito de vida e o empreendedorismo feminino, mas também fala sobre a importância do autocuidado, da autoaceitação e de valores como o amor e a família. A partir de suas vivências, a autora  ensina que os maiores obstáculos muitas vezes estão nas percepções sociais e nas barreiras estruturais, e que com determinação, utilizando apenas nossos próprios recursos, podemos viver uma vida plena e repleta de significados e realizações.  

O livro foi mais uma das conquistas da autora. “Sou uma pessoa de sucesso, e sucesso para mim é ser capaz de realizar os meus sonhos e ser feliz sendo quem eu sou”, comenta Andrea. Para levar o leitor às alturas, ela contou coma parceria da editora FinAppLab, que alça voo junto com a autora nesta publicação.

Em solo editorial, a editora boutique 360º FinAppLab dá seus primeiros passos para ocupar o nicho de publicações voltadas para autores em busca de inovação. “Buscamos inspirar públicos diversos, conectando autores inovadores e leitores apaixonados, promovendo transformação pessoal e profissional”, afirma a CEO Daniela Metzger Rochman.

Os números do mercado editorial reforçam essa tendência de crescimento. No cenário global, mais de 2,2 bilhões de livros são vendidos anualmente, gerando um faturamento estimado de US$ 78,07 bilhões em 2023, conforme dados do Wordsrated. Esse montante representa um aumento de 2,53% em relação ao ano anterior, refletindo o interesse crescente pela leitura e pela publicação de novos autores. No Brasil, o setor também apresenta força: o faturamento das editoras brasileiras alcançou R$ 4 bilhões no último ano, atendendo cerca de 25 milhões de leitores, onde 74% dos consumidores brasileiros manifestaram intenção de realizar novas compras nos próximos três meses, segundo a Câmara Brasileira do Livro. Compre o livro "Eu Parei de Andar e Aprendi a Voar" neste link.


Sobre a autora
Andrea Schwarz é uma empreendedora social, palestrante, influenciadora digital, ativista que transforma desafios em oportunidades. Aos 22 anos, tornou-se uma pessoa com deficiência, e descobriu seu propósito: construir um mundo mais acessível, inclusivo e empático. Fundadora da iigual, consultoria especializada em inclusão e diversidade, a autora já impactou grandes empresas e ajudou mais de 20 mil pessoas com deficiência a entrarem no mercado de trabalho. Foi nomeada entre as 500 Pessoas Mais Influentes da América Latina em 2021, 2022, 2023 e 2024 pela Bloomberg Línea. Entrou na lista das 22 mulheres mais influentes pela revista Marie Claire. Recebeu em 2024 o Prêmio Ibest que colocou o perfil da Andrea entre os 10 melhores de diversidade e inclusão e foi a primeira mulher com deficiência a ser reconhecida como LinkedIn Top Voice. Andrea parou de andar e aprendeu a voar! Garanta o seu exemplar de "Eu Parei de Andar e Aprendi a Voar" neste link.


Serviço
Lançamento do livro "Eu Parei de Andar e Aprendi a Voar"

Quarta-feira, dia 27 de novembro de 2024, às 19h00
Livraria da Travessa - Shopping VillaLobos - São Paulo
Compre o livro neste link.

sábado, 23 de novembro de 2024

.: Entrevista: Antonio Pokrywiecki expõe medo do futuro em conversa


Uma geração criada em meio às consequências do neoliberalismo, assistindo filmes apocalípticos e observando a degradação ambiental em escalada, parece compartilhar uma série de temores. Utilizando-se da sátira e do potencial inventivo do conto para forçar as barreiras entre realidade e ficção, o autor Antonio Pokrywiecki aborda esses temores em “Dentes de Leite”, lançamento do selo Cachalote, da editora Aboio. As narrativas da obra, mesmo que  fragmentadas, conseguem criar um retrato certeiro da realidade contemporânea.

Pokrywiecki nasceu em Joinville, em Santa Catarina, e atualmente vive em São Paulo, capital. Ele estreou na literatura com o romance “Tua Roupa em Outros Quartos” (Patuá, 2017) e tem contos publicados nas antologias “2020, o Ano que Não Começou” (Reformatório, 2021), “Antologia - Contos” (Selo Off Flip, 2022) e “Realidades Estilhaçadas” (Mondru, 2023). Compre o livro "Dentes de Leite" neste link.


Quais são os temas centrais de “Dentes de Leite”?
Antonio Pokrywiecki - Embora o livro não tenha a intenção de debater temas específicos, após a escrita eu me dei conta de que alguns temas permeavam todos os textos: o medo do futuro, a opressão pelo trabalho e o hedonismo deprimido.


Por que você decidiu abordar esses temas?
Antonio Pokrywiecki - A consciência do fim do mundo é algo que faz parte da minha identidade, da minha forma de viver, das escolhas que faço desde quando acordo até quando me deito, embora eu sempre tenha recalcado esse sentimento. Acredito que muitas pessoas da minha geração se identifiquem com isso. Em meu livro há uma miríade de personagens erráticos ou fetichistas, escravos de um prazer individualizado e cada vez menos possível. Essa busca incessante e solitária pelo prazer é resultado de um esgotamento de alternativas políticas e sociais ao neoliberalismo. A sensação é de impotência coletiva, algo que Mark Fischer cunhou como hedonismo deprimido, e que permeia muito do meu texto. 


O que te motivou a escrever essa obra?
Antonio Pokrywiecki - Eu vinha trabalhando na escrita de um romance, e a verdade é que o processo de escrita de romance, para mim, é sempre torturante. Você se enfia em um buraco e não sabe como sair dele, fica meses sem encontrar o caminho de volta. Você fica travado, passa meses travado. Aí você se encontra e retoma a escrita, ou desiste. Foi o que eu fiz.


Por que você optou por contos?
Antonio Pokrywiecki - Desisti de escrever o romance e passei a escrever contos como uma forma de reencontrar a diversão na escrita, na invenção. Escrever contos, para mim, é como passar uma noite divertida com alguém, em que tudo pode acontecer. Você não tem um compromisso de longo prazo com a forma, com o estilo. Suas decisões podem ser revertidas em poucas páginas, quando uma nova história se inicia. Isso dá ao autor uma liberdade que o romance nem sempre permite.


De onde surgiu o título “Dentes de Leite”?
Antonio Pokrywiecki - De certa forma, o título veio antes do livro. “Dentes de Leite” foi um título que pensei aos  dezoito anos, para um livro que reunisse meus primeiros contos. Acabei desistindo da ideia, até que, dez anos depois, conforme o livro ganhava forma, eu escrevi um conto no qual um menino tem seus dentes arrancados em um episódio de violência escolar. É um conto muito especial para mim, porque explora essas experiências definidoras da infância e da juventude, que deixam marcas permanentes, algo que também está presente em outros contos. Os dentes são descartados, mas fica a lembrança de tê-los arrancados. “Dentes de Leite” foi uma escolha óbvia de título para mim e acabou, meio que sem querer, amarrando o livro.


Por que você escolheu contos fragmentados para essa obra?
Antonio Pokrywiecki - Quando eu começo a escrever um conto, eu nunca sei o que vai acontecer ao fim da história. Geralmente começo por uma cena, que puxa outra, que puxa outra. Isso faz com que meu processo de escrita seja fragmentado por si só. Eu vou descobrindo a história conforme avanço, e o leitor também. No fim, a soma das partes gera uma compreensão do todo. Esse é o motivo pelo qual os contos deste livro são fragmentados, é meu processo de criação. Existe uma tendência geral a fragmentação de conteúdo em vídeos curtos, parágrafos curtos, filmes curtos, músicas curtas. Tudo são pílulas e cortes, com a liberdade para acelerar e pular o que for. Existe uma obsessão por eficiência comercial, conquistar a atenção do consumidor exigindo o mínimo atrito, para se manter competitivo mercadologicamente. Minhas intenções passam longe disso, e evito pensar muito na experiência de leitura. Na literatura, paradoxalmente, a fragmentação exige mais do leitor, que leva mais tempo para entrar no texto, exigindo mais concentração e dedicação. Acaba sendo menos como uma história, mais como um quebra-cabeças que se monta a dois. Embora eu não queira propor um contraponto à lógica do algoritmo, acredito que ignorá-la e escrever sem abrir concessões seja uma forma de recusa. 

Quais são suas inspirações na escrita?
Antonio Pokrywiecki - O livro levou quatro anos para ser escrito, e foi influenciado, em forma e conteúdo, por muita coisa, além de literatura e arte. Eu sou fascinado por autoajuda, por exemplo, e às vezes sou influenciado por uma peça publicitária, desenho animado, reality show, livros técnicos e de negócios. Eu me divirto em livrarias de aeroporto, por exemplo.


Quais escritores te influenciaram?
Antonio Pokrywiecki - Na literatura, sou um entusiasta do Oulipo, especialmente influenciado por Georges Perec, do pós-modernismo norte-americano e do conto argentino. Destacaria também Roberto Bolaño, Lydia Davis, George Saunders e Donald Barthelme, que são autores-chave, para mim, quando se trata de escrita em formas breves.


Qual sua principal estratégia para desenvolver seu processo criativo?
Antonio Pokrywiecki - Meu processo criativo se baseia em fazer longas caminhadas pelo bairro e tentar escrever todos os dias. Sou bastante disciplinado nesse sentido, e acredito que a constância viabilize  a criatividade. Caminhar é a parte mais importante, para mim. Quando estou bloqueado, geralmente é porque não andei o bastante. Boa parte dos contos surgiram de ideias que tive caminhando, e anotei imediatamente. Com "Nico e Kira" tive a ideia inicial do conto enquanto caminhava na praia, sem nada para anotar. Lembro que naquele dia interrompi a caminhada ali mesmo, e voltei apressado para casa, repetindo a ideia em voz alta para não esquecer. Esquecer uma ideia é a pior coisa que pode acontecer, é imperdoável. De modo geral, meus contos surgiram com algum estalo, uma coceira, uma dor de dente. Nunca começo a escrever com uma ideia clara de como vou finalizar. É o trabalho diário de escrita - e investigação - que orienta o caminho da história, permitindo que o texto se mova em direções não planejadas. E para isso, é necessário constância e paciência. A maior parte dos contos deste livro levaram meses para serem escritos. 

Na sua obra, há uma recusa à verossimilhança, por que você fez essa escolha?
Antonio Pokrywiecki - Para mim, o realismo é uma doença, e a tradição literária brasileira está molecularmente contaminada. O compromisso com a verossimilhança impõe limitações criativas ao texto, impede que a história se desenvolva de tantas outras maneiras mais inventivas. Meus contos, de modo geral, são enquadrados dentro de parâmetros realistas, mas deixo o caminho aberto para outras possibilidades.  


Escrever o livro te ajudou de alguma forma a encarar os desafios da atualidade e a realidade que você aborda nos contos?
Antonio Pokrywiecki - Escrever me ajuda todos os dias a encarar o insólito da vida. Quando não estou escrevendo, estou ansioso e perdido. Minha vida só está em ordem quando estou trabalhando em alguma história, quando sinto que a roda está girando dentro da minha cabeça. Assim, consigo lidar com o que for. A única forma que tenho de lidar com os problemas, do mundo e os meus, os que controlo e os que não controlo, é escrevendo. O processo de escrita, que é um processo de investigação e descoberta, cria um paradoxo interessante, em que aquilo que me causa incômodo é a principal, a melhor e talvez a única ferramenta de trabalho que tenho. É um ciclo de dependência, vicioso mas também virtuoso, onde dependo do insólito para exercer o que amo - e em consequência, acabo por amar também o insólito.



sexta-feira, 22 de novembro de 2024

.: Escritor Tiago Valente lança "Espresso Fantasma" em bar temático


Tiago Valente
trocou de posição: de divulgador de livros a escritor. Uma mudança de assento comemorada por todos seus quase meio milhão de seguidores do seu trabalho e apreciadores de seus vídeos. Ele, que antes ditava tendência no meio editorial, agora terá seu trabalho de escritor igualmente comentado e avaliado por seus fãs. Em seu trabalho de estreia na cadeira de escritor, “Espresso Fantasma”, lançado pela editora Galera Record, traz a aura dos tão comentados mistérios aconchegantes (ou cozy misteries), gênero que o próprio autor ajudou a popularizar em suas redes sociais.

A obra acaba de estrear com o terceiro lugar da lista dos livros mais vendidos na categoria infantojuvenil, à frente de autores consagrados como J. K. Rowling e Jeff Kiney. Anunciado durante a última Bienal do Livro de São Paulo, “Espresso Fantasma” ganhará um evento de lançamentos mais que especial: será no dia 23 de novembro, a partir das 16h, no Fantasmagória Bar, um local tematizado sobre a temática do terror, em Pinheiros, São Paulo.

O livro tem como principal cenário uma cafeteria temática de filmes de terror – por isso da escolha do bar temático para o lançamento. Lá, os frequentadores têm o prazer de encontrar uma seleção de cafés quentinhos com aroma de canela, fornadas fresquinhas dos famosos biscoitos fantasmas e sobremesas inspiradas nos clássicos arrepiantes que marcaram época.

Mas o que torna a cafeteria especial mesmo é a história de amor de Renan e Gustavo. Foi ali, enquanto Renan bolava os doces mais criativos da cidade e Gustavo fazia cada cliente se sentir em casa, que os sentimentos entre o confeiteiro e o atendente chegaram no ponto ideal. O hype fez com que casais queer da cidade inteira adotassem o local como quartel-general, parte da clientela virasse amiga dos dois, e as tardes de trabalho se tornassem mais leves do que a massa do Caixão Brownie do Drácula.

No entanto, a tensão aumenta quando alguns clientes e frequentadores começam a ser dados como desaparecidos. Estaria alguém caçando os frequentadores do café? Por quê? Frustrados, Renan e Gustavo decidem investigar por conta própria, mas o perigo pode estar mais perto do que eles imaginam.Compre o livro "Espresso Fantasma" neste link.

O que disseram sobre o livro
“Quando comecei a ler 'Espresso Fantasma' não imaginava que a pior parte seria nunca poder visitar esse lugar, já que eu amaria um point queer cheio de sobremesas que remetem a uma diversidade de filmes de horror e com uma trilha sonora que contém muito pop, podcast, tiro, porrada e bomba.” – Mabê Bonafé, roteirista, escritora e host dos podcasts "Modus Operandi" e "Caso Bizarro"


Sobre o autor
Tiago Valente
é mestre em Letras pela Unifesp, ator e criador de conteúdo literário no TikTok, onde reúne mais de meio milhão de seguidores. "Espresso Fantasma" é seu romance de estreia pela Galera Record. CGaranta o seu exemplar de "Espresso Fantasma" neste link.



Serviço:
"Espresso Fantasma"
Lançamento: dia 23 de novembro, a partir das 16h00, no Fantasmagória Bar (R. Inácio Pereira da Rocha, 15 – Pinheiros)
Páginas: 238
Autor: Tiago Valente (@otiagovalente)
Editora: Galera Record
Compre o livro neste link.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

.: Livro “Sempre Paris”, de Rosa Freire d´Aguiar, é o Livro do Ano do Jabuti 2024


A 66ª edição do Prêmio Jabuti, a mais aguardada cerimônia de premiação do livro brasileiro, foi realizada na noite da última terça-feira, dia 19 de novembro, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), a cerimônia consagrou "Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas", de Rosa Freire d'Aguiar, lançado pela Companhia das Letras, como o Livro do Ano de 2024.

Este ano, o prêmio contou com 4.170 obras inscritas, distribuídas em 22 categorias nos eixos de Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. Confira aqui a lista completa dos vencedores. Além de receber a estatueta dourada, Rosa Freire d’Aguiar foi contemplada com o valor de R$ 70 mil e uma viagem com hospedagem para participar da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, uma das maiores feiras literárias do mundo e onde terá uma agenda com editores e agentes literários.

Abrindo a cerimônia de entrega das estatuetas, Bel Santos Mayer recebeu o prêmio para o projeto vencedor na categoria Fomento à Leitura: IBEAC Literatura: os caminhos literários das bibliotecas comunitárias de Parelheiros. Outro momento marcante foi a apresentação de Luiza Romão, vencedora em Poesia e Livro do Ano em 2022. Ela emocionou o público com uma performance que reuniu música e poesia, antecedendo a entrega das estatuetas do Eixo Literatura.

 A edição do Jabuti de 2024 trouxe inovações importantes, como a inclusão da categoria Escritor Estreante - Poesia, no Eixo Inovação, destinada a autores que lançaram seu primeiro livro em português no Brasil em 2023. No Eixo Não Ficção, foram criadas as categorias Saúde e Bem-Estar, Educação e Negócios, refletindo temas emergentes no universo editorial.

Desde 1959, quando consagrou “Gabriela, Cravo e Canela” de Jorge Amado, o Prêmio Jabuti vem se consolidando como um patrimônio cultural do país, reconhecendo e promovendo a rica produção literária nacional. A premiação valoriza todos os aspectos do setor editorial, dialogando com diversos públicos e adaptando-se às transformações sociais. A mestre de cerimônia deste ano foi Adriana Lessa, com sua presença cativante e carreira artística consolidada no teatro, cinema e televisão, abrilhantou o evento, tornando a celebração ainda mais especial. Compre o livro "Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas " neste link.


Sobre o Autora do Livro do Ano 2024
Rosa Freire d'Aguiar nasceu no Rio de Janeiro. Jornalista nos anos 1970 e 1980, foi correspondente em Paris das revistas Manchete e IstoÉ. Voltou ao Brasil em 1986 e desde então trabalha como editora e tradutora literária. Entre os prêmios que recebeu por suas traduções estão o da União Latina de Tradução Científica e Técnica por "O Universo, os Deuses, os Homens", de Jean-Pierre Vernant; o Jabuti por "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery; e o "Biblioteca Nacional por Bússola", de Mathias Enard. Rosa Freire d’Aguiar é agora, desta vez na categoria Livro do Ano, reconhecida pelo Prêmio Jabuti.  

 
Sinopse de “Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas”
Ao combinar memórias e entrevistas, Rosa Freire d'Aguiar oferece um registro extraordinário de um lugar e de uma época pulsantes. Sempre Paris não é apenas um livro sobre a cidade; é uma jornada pelo tempo e pela cultura que ela representa. A autora oferece ao leitor conhecimento e uma experiência estética e sensorial. É uma leitura indispensável para aqueles que amam literatura, arte e, claro, tudo o que neles há de universal.

Durante os anos 1970 e 1980, Rosa Freire d'Aguiar trabalhou como correspondente internacional em Paris. Os restaurantes mais badalados da época, a chegada do primeiro avião comercial supersônico, a devolução do deserto do Sinai ao Egito, tudo que dizia respeito a cultura e política internacional virava notícia, que era rapidamente despachada por telex para o Brasil. E, claro, as longas entrevistas, que marcaram a era de ouro das publicações impressas.

Com um texto saboroso, na melhor tradição do jornalismo literário, a autora reconstitui a atmosfera fervilhante que dominava a cidade - dos cafés e livrarias até os embates sociais e políticos que permeavam o dia a dia dos franceses. Garanta o seu exemplar de"Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas " neste link.


Homenagem do ano
Marina Colasanti
foi a escolhida como a Personalidade Literária da 66ª edição do Prêmio Jabuti. A escritora recebeu a homenagem por sua significativa contribuição à literatura brasileira, abordando temas universais com simplicidade e lirismo, conquistando leitores de todas as idades. 

Sua filha, Alessandra Colassanti, recebeu a homenagem representando a escritora. “É muito emocionante estar aqui hoje representando minha mãe. Quero expressar nossa gratidão por esta homenagem, que a reconhece com quase 60 anos de trabalho, dedicação e paixão por sua escrita. Como filha, sempre tive a imagem dela trabalhando intensamente, sentada à mesa, com uma movimentação interna impressionante, criando mundos e histórias que encantam leitores de todas as idades. Gostaria de agradecer também a todos os leitores que acompanharam sua trajetória ao longo desses anos. Essa homenagem é um reflexo do impacto profundo de sua obra”, disse Alessandra.

Sevani Matos, presidente da CBL, expressou entusiasmo com a realização de mais uma edição do prêmio: “Em suas décadas de existência, o Prêmio Jabuti passou por muitas transformações, consolidando-se como uma poderosa vitrine da produção literária em nosso país. É com grande alegria que realizamos este momento para celebrar a riqueza e a pluralidade da literatura nacional, destacando todos os envolvidos no processo criativo e na produção de uma obra literária”, afirmou.

Hubert Alquéres, curador do Prêmio, falou sobre a realização desta edição: “Ao longo dos anos, o Jabuti tem se consolidado como um marco da literatura brasileira, valorizando a liberdade de expressão. Nesta edição, recebemos um grande volume de inscrição de obras, um reflexo não apenas da longevidade do prêmio, mas de sua capacidade de se reinventar e dialogar com diferentes gerações de escritores e leitores. As inovações desta edição mostram que a premiação permanece atenta às transformações do mercado editorial e às demandas contemporâneas”

A cerimônia, transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da CBL, está disponível na internet. Este ano, o Prêmio Jabuti contou com o patrocínio da Urbia, empresa especializada na gestão e preservação de patrimônios históricos e ambientais, e, pela segunda vez consecutiva, com o apoio da Indústria Gráfica Santa Marta.

.: "Cabo de Guerra", de Ilan Brenman e Guilherme Karsten, vence Prêmio Jabuti


O livro “Cabo de Guerra”, dos autores Guilherme Karsten e Ilan Brenman, publicado pela editora Moderna, foi o vencedor nas categorias de melhor Livro Infantil e Ilustração do Prêmio Jabuti 2024. O anúncio dos vencedores aconteceu na cerimônia realizada na noite da última terça-feira, dia 19 de novembro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

O livro aborda narrativas visuais inovadoras capazes de cativar leitores de todas as idades. Como uma divertida metáfora sobre a competição, a história apresenta personagens como uma linguiça, dois cachorros, um homem, uma mulher, um lobo e até ícones do futebol como Pelé e Maradona – todos envolvidos em uma disputa sem fim, repleta de confusões e provocações. A obra era finalista nas categorias Literatura Infantil e Ilustração.

Com mais de 80 obras lançadas e mais de 3 milhões de livros vendidos no Brasil e no mundo, Ilan Brenman é um autor versátil com obras sobre diversidade cultural do mundo, sobre a vida cotidiana e sobre as descobertas da infância. Com obras publicadas em mais de 15 idiomas, Ilan tornou-se autor exclusivo da Editora Moderna desde 2019. Em 2023, foi finalista do Jabuti com duas de suas obras na mesma edição: “A Espera” e “Desligue e Abra”. Compre o livro “Cabo de Guerra” neste link.


Sobre o autor
Naturalizado brasileiro, Ilan Brenman nasceu em Israel em 1973 e chegou ao Brasil aos seis anos de idade, ao lado de seus pais e de sua irmã. Filho de argentinos e neto de russos e poloneses, Ilan é um apaixonado pela tradição oral de diversos países e tem livros publicados na França, Itália, Alemanha, Polônia, Espanha, Suíça, Dinamarca, Argentina, Portugal, Coreia, China e no México.

Seus pais sempre incentivaram a leitura e tinham muitos livros em casa. Inclusive, a literatura francesa da estante materna, os existencialistas e os livros de psicologia sinalizaram ao jovem Ilan, aos 17 anos, uma carreira à vista: a Faculdade de Psicologia – na qual se formou pela PUC-SP. Mestre e Doutor pela Faculdade de Educação da USP, Ilan Brenman recebeu diversos prêmios, como o selo “Altamente Recomendável” pela FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) por 14 vezes, e o prêmio White Ravens (Alemanha).

“Para um escritor, viver de escrita por si só é uma conquista. Poder trabalhar com criatividade, trabalhar com texto e poder encontrar com as pessoas e falar de literatura, falar de livros, é um privilégio. Eu não sei se daqui dez anos vou querer fazer alguma coisa diferente. Talvez o meu anseio, meu grande sonho é fazer livros cada vez melhores”, diz Brenman, autor exclusivo da editora Moderna.
 

Sobre o ilustrador
Guilherme Karsten
é autor e ilustrador de livros. Formado em Publicidade & Propaganda, e com especialização em Design Gráfico, ele se dedica à ilustração editorial há quase 15 anos, tendo sido reconhecido por alguns prêmios como o Selo Cátreda Unesco, finalista do prêmio Jabuti e finalista Nami Concours (Coreia do Sul), além do prêmio Golden Plaque, da Eslováquia. Também foi o único autor brasileiro a vencer o Golden Pinwheel, na China, em 2019. Garanta o seu exemplar de “Cabo de Guerra” neste link.

.: "Despotismo Tropical", de Luiz Felipe Alencastro, é lançado nesta quinta-feira


Um dos mais importantes historiadores brasileiros, Luiz Felipe de Alencastro, lançará o livro "Despotismo Tropical: a Ditadura e a Redemocratização nas Crônicas de Julia Juruna" em São Paulo, nesta quinta-feira, dia 21, às 19h00, na Livraria Megafauna, no Edifício Copan.

No ano em que a República Brasileira completa 135 anos e que também marca os 60 anos do golpe militar, a obra organizada pelo historiador Rodrigo Bonciani reúne, pela primeira vez em livro, os artigos que reconstituem os acontecimentos-chave da abertura política e do processo de redemocratização. O evento propõe um debate entre Alencastro e Bonciani, mediado pela jornalista Flávia Marrero. Após o debate, haverá sessão de autógrafos.

A publicação reúne textos publicados no Le Monde Diplomatique em 1976, assinados sob o pseudônimo indígena Julia Juruna. Por trás desse nome estava o jovem Luiz Felipe de Alencastro, que abordava temas como as raízes violentas e o aparato repressivo do Brasil, a participação dos Estados Unidos no golpe de 1964 e a dependência econômica em relação ao mercado internacional. Compre o livro "Despotismo Tropical: a Ditadura e a Redemocratização nas Crônicas de Julia Juruna" neste link. 


Ficha técnica
"Despotismo Tropical: a Ditadura e a Redemocratização nas Crônicas de Julia Juruna"

Autor: Luiz Felipe de Alencastro
Páginas: 192
Editora: Tinta-da-China Brasil
Compre o livro neste link

Serviço
Bate-papo com Luiz Felipe Alencastro (autor) e Rodrigo Bonciani (organizador), com mediação da jornalista Flávia Marrero
Data: quinta-feira, dia 21 de novembro, às 19h00
Local: Livraria Megafauna do Copan
Av. Ipiranga, 200
Evento aberto e gratuito / Haverá sessão de autógrafo após o bate-papo

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

.: “Sobre a 'Filosofia Africana'”, um dos cem melhores livros africanos do século


Primeira edição brasileira de um dos maiores clássicos do pensamento africano, “Sobre a 'Filosofia Africana'”, lançado pela editora Zahar, é um convite para o engajamento crítico com o trabalho de estudiosos africanos num mundo moderno que tanto se sustentou na negação racista da capacidade intelectual de pessoas negras. As aspas no título não são um detalhe, pois simbolizam um olhar que coloca sob suspeita a ideia de uma filosofia africana produzida a partir de lentes eurocêntricas.

Desenvolvendo uma contundente crítica à etnofilosofia, baseada na suposta existência de um pensamento coletivo africano, Paulin J. Hountondji defende a passagem da África-objeto para a África-sujeito, de modo que a filosofia africana nada mais que é “o conjunto de textos produzidos por africanos e qualificados como filosóficos por seus próprios autores”.

Assim, o que está em jogo no uso do adjetivo “africana” não é um sentido essencialista, mas a busca pela afirmação de um protagonismo negro-africano na filosofia que não está submetido aos ditames de uma ciência eurocêntrica. Ao longo do livro, o autor põe em prática sua visão ao dialogar criticamente com Aimé Césaire, Kwame Nkrumah, Leopold Senghor, Anton Wilhelm Amo, entre outros. Compre o livro “Sobre a 'Filosofia Africana'” neste link.

O que disseram sobre o livro
“Sobre a 'Filosofia Africana'” é um marco incontornável e um divisor de águas sobre a pesquisa, a legitimidade e os impactos políticos daquilo que fazemos com as filosofias africanas, seja no próprio continente negro, aqui na diáspora ou em qualquer outro lugar do mundo.” —  Wanderson Flor do Nascimento

“Um filósofo cuja crítica à era colonial da antropologia ajudou a transformar a vida intelectual africana, rebelando-se contra os esforços de submeter modos africanos de pensar a uma visão de mundo europeia.” — The New York Times


Sobre o autor
Paulin J. Hountondji (1942-2024) nasceu no Benin. Foi o primeiro estudante africano de Filosofia na Escola Normal Superior de Paris e trabalhou como professor na Universidade Nacional da República de Benin. Foi também Ministro da Educação no Benin. “Sobre a 'Filosofia Africana'”, eleito um dos cem melhores livros africanos do século XX, ganhou o Herskovits Prize em 1984. Garanta o seu exemplar de “Sobre a 'Filosofia Africana'” neste link.


Ficha técnica
“Sobre a 'Filosofia Africana'”

Autor: Paulin J. Hountondji
Tradução: César Sobrinho
Número de páginas: 344
Editora: Zahar
Compre o livro neste link.

.: "Mito, Literatura e o Mundo Africano", um livro pioneiro para o conhecimento


Lançado pela editora Zahar, "Mito, Literatura e o Mundo Africano" é um livro pioneiro para o conhecimento das epistemologias africanas. Exibindo erudição enciclopédica, notável sofisticação conceitual e um senso crítico mordaz, Wole Soyinka - primeiro escritor africano a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986 - elabora o que ele chama de “autoapreensão do mundo africano”. A tradução é de Karen de Andrade.

Publicado originalmente em 1975, a obra é fruto de uma série de palestras ministradas em Cambridge. Trata-se de uma densa análise da história, literatura, mitos e rituais iorubás cujo fito é apresentar a mitologia africana como um complexo sistema de pensamento, um rico repositório de saberes, valores civilizatórios e, sobretudo, um coeso horizonte normativo (ético, moral e estético) que orienta a vida coletiva. O resultado é uma obra-prima, que se tornou um clássico no estudo das relações entre a visão de mundo africana e o cânone intelectual ocidental.

Apesar dos fortes laços que a unem ao Brasil, a imagem geral que temos de África ainda é a de um continente distante e quase desconhecido. Soyinka nos oferece ferramentas indispensáveis para realizar a tarefa urgente de aguçar nossa percepção - e ampliar nosso conhecimento - sobre o repertório intelectual africano e, assim, reposicionar a importância de seu legado para nós. Compre o livro "Mito, Literatura e o Mundo Africano" neste link.

“Neste livro seminal, Soyinka explica os deuses iorubás como figurações simbólicas da linguagem, atos de literatura, metáforas e alegorias, à maneira como entendemos os deuses gregos. Em outras palavras, ele vira o jogo: revelando a extraordinária riqueza do panteão iorubá, permite que este seja o ângulo a partir do qual enxergar a literatura europeia clássica.” — Henry Louis Gates Jr.


Sobre o autor
Wole Soyinka nasceu em Abeokuta, na Nigéria, em 1934. De origem iorubá, foi o primeiro escritor africano a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986. Sua obra é vasta, abrangendo ficção literária (adulta e infantil), poesia, dramaturgia, memórias e ensaios. Ocupou a cadeira titular de literatura comparada da Universidade de Ifé (1975-1999) e foi professor visitante em universidades como Cambridge, Sheffield e Yale. Garanta o seu exemplar de "Mito, Literatura e o Mundo Africano" neste link.


Ficha técnica
"Mito, Literatura e o Mundo Africano"

Autor: Wole Soyinka
Tradução: Karen de Andrade
Número de páginas: 232
Editora: Zahar
Compre o livro neste link

domingo, 17 de novembro de 2024

.: Novo, "Diário de Um Banana 19" ensina crianças a lidarem com frustrações


Em "Baita Lambança", 19º volume de "Diário de Um Banana", o escritor e ilustrador Jeff Kinney apresenta mais uma aventura de Greg Heffley, que sai completamente fora do planejado. Nessa história, publicada no Brasil pela VR Editora, o protagonista tem os planos frustrados quando precisa viajar com toda a família para a praia durante as férias de verão. A tradução é de Alexandre Boide.

Por meio de uma narrativa bem-humorada, quadrinhos divertidos e situações desastrosas, o autor, best-seller do New York Times, ensina às crianças a se prepararem para o inesperado e de qual forma se adaptar quando as próprias expectativas não forem atendidas. Afinal, Greg vai mostrar aos pequenos leitores como lidar com os imprevistos de forma leve e descontraída. Compre o livro "Diário de Um Banana 19: baita Lambança" neste link.


"Diário de Um Banana 19": Greg mostra o lado mais desastroso das férias em família
Com lições bem-humoradas sobre união familiar, série best-seller escrita por Jeff Kinney chega ao 19º volume no Brasil pela VR Editora. Greg Heffley tinha o plano perfeito para o verão: descansar, ficar longe do sol escaldante e curtir ao máximo possível o período longe da escola. 

Mas o protagonista do "Diário de Um Banana" não esperava ter que passar as férias com a família reunida - incluindo os primos irritantes e as tias que nem sempre se dão bem umas com as outras. Para piorar, todos vão se reunir em uma casa de praia minúscula a fim de realizar o desejo de sua avó: criar lembranças felizes e comemorar o aniversário de 75 anos ao lado daqueles que ama.

É assim que inicia mais uma jornada hilária e desastrosa do fenômeno literário infantojuvenil e best-seller do New York Times, escrito e ilustrado por Jeff Kinney. Em Diário de um Banana: Baita Lambança, 19º volume da série publicada no Brasil pela VR Editora, Greg vai precisar aprender a lidar com situações frustrantes e caóticas, ao mesmo tempo em que coloca à prova a própria paciência diariamente.


"Então, faço questão de registrar aqui que essa viagem é uma péssima ideia. Na minha opinião, férias em família são como uma receita, e a verdade é que alguns ingredientes simplesmente não combinam."
(Diário de um Banana – Baita Lambança, pág. 11)

Com direito a muita confusão, calor praiano, competição para ver quem faz o melhor espaguete e uma deliciosa e secreta receita de almondegas da vovó, a viagem em família vira uma bagunça particularmente esquisita. Será que até o final das férias Greg vai conseguir sobreviver às tradições familiares, desvendar os mistérios de cada parente e ainda voltar para casa intacto?

Recheada de quadrinhos, diálogos afiados e bom humor – marca registrada em toda a série –, nesta nova história, assim como o protagonista, os jovens leitores vão aprender que toda ação tem uma consequência. Além disso, que precisarão se adaptar e tratar com mais leveza os imprevistos da vida. Mais do que uma narrativa divertida, Kinney compartilha que, embora a convivência familiar possa ser difícil e cheia de conflitos, a união e os laços afetivos são fundamentais para um crescimento saudável. Os livros da série "Diário de Um Banana" foram traduzidos para 62 idiomas e distribuídos em 74 países. Apenas no Brasil, a coleção teve mais de 14 milhões de cópias vendidas. Garanta o seu exemplar de "Diário de Um Banana 19: baita Lambança" neste link.


Sobre o autor
Jeff Kinney é um dos mais importantes autores da literatura infantojuvenil contemporânea. A série "Diário de Um Banana", lançada em 2007, foi traduzida para 62 línguas e está em 74 territórios. Desde o primeiro volume, as obras constam na lista de best-sellers do jornal norte-americano The New York Times. Já são mais de 275 milhões de exemplares vendidos ao redor do mundo. Jeff também figurou na lista de personalidades mais importantes da revista Times. Kinney é proprietário da livraria independente An unlikely story e vive em Massachusetts com a esposa e dois filhos. Instagram: @diaryofawimpykid 


Ficha técnica
"Diário de Um Banana 19: baita Lambança"
Autor e ilustrador: Jeff Kinney
Tradutor: Alexandre Boide
Selo: VR Editora
ISBN: 978-85-507-0569-9
Edição/ano: 1ª ed. 2024
Gênero: literatura infantojuvenil
Idade recomendada: a partir de 7 anos
Número de páginas: 224
Compre o livro neste link

.: Biografia fascinante contrapõe a vida de Camus a momentos históricos


Com base na correspondência pessoal de Albert Camus, em gravações inéditas e entrevistas com familiares, amigos e amantes do escritor, Olivier Todd revela em "Albert Camus: uma Vida" toda a complexidade do escritor, um homem charmoso e virulento, sincero e teatral, arrogante e inseguro. É um retrato em carne e osso de Camus, esmiuçando tanto sua vida pública como a privada, da longa batalha contra a tuberculose e a pobreza à longa batalha por seus ideais e sua arte. 

O livro contrapõe a vida de Camus a momentos históricos como a ocupação francesa do norte da África e ao ambiente de Paris pós-guerra. A nova edição depois de anos fora de catálogo traz capa e projeto gráfico atualizados, e conta com rico encarte de imagens que inclui digitalizações de cartas do autor. A tradução é de Monica Stahel. Compre o livro "Albert Camus: uma Vida" neste link.


Uma morte imbecil
Em 4 de janeiro de 1960, voltando para Paris depois de um feriado, Albert Camus morre em um acidente de carro. “Uma morte imbecil”, como ele costumava dizer a respeito de fatalidades em acidentes automobilísticos. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1957, aos 43 anos, Camus foi um herói da Resistência, um defensor dos árabes muçulmanos de sua Argélia natal, um comunista que lutava contra o stalinismo e um dos principais líderes de sua geração de escritores, com uma obra construída em torno do absurdo e da revolta.

Nascido no ano de 1913 em uma fazenda perto de Mondovi, na Argélia, Camus não poderia ter uma origem mais proletária. Durante a juventude, filiou-se ao Partido Comunista. Encontrando no jornalismo a “profissão superior”, Camus começou a escrever para o periódico liberal Alger Républicain, ao mesmo tempo que produzia peças para o centro de cultura da Argélia. Foram essas campanhas políticas para denunciar a miséria dos muçulmanos que o obrigaram a abandonar seu país natal, onde não conseguia mais trabalho, e a se exilar em 1940 em Paris, onde produziu suas principais obras.

Na França, além da publicação de seus aclamados romances "O Mito de Sísifo" e "O Estrangeiro", Camus aproximou-se de Jean-Paul Sartre, e os dois, com Simone de Beauvoir, tornaram-se inseparáveis. Colaborador e incentivador do jornal clandestino Combat, um marco da história da imprensa francesa, Camus se estabeleceu como uma celebridade em Paris ao fim da Segunda Guerra Mundial: romancista com boas vendas, filósofo, editor de um importante jornal e personagem polêmico que recusa a Legião de Honra e um convite para ingressar na Académie Française. 

Em 1951, afastado do Partido Comunista e brigado com Sartre e com os intelectuais franceses de esquerda, publicou O homem revoltado, e, cinco anos depois, A queda, com o qual deu sinais de desilusão, isolamento e solidão. Com base na correspondência pessoal de Camus, em gravações inéditas e entrevistas com familiares, amigos e amantes do escritor, Olivier Todd revela toda a complexidade de um escritor charmoso e virulento, sincero e teatral, arrogante e inseguro. 

O biógrafo contrapõe a vida de Camus a momentos históricos, como a ocupação francesa do norte da África, e ao ambiente da Paris literária do pós-guerra. Ele avalia o sucesso de Camus e sua vida privada conturbada, com uma atração compulsiva por mulheres, a luta contra uma tuberculose debilitante e as polêmicas intelectuais em defesa de suas posições políticas. Garanta o seu exemplar de "Albert Camus: uma Vida" neste link.



Sobre o livro
“A monumental biografia de Olivier Todd é uma defesa imparcial, mas poderosa, da reputação política e humana de Camus.” – The Sunday Times

“Um dos méritos do livro de Olivier Todd é esclarecer o quanto um autor pode estar próximo de sua obra, mesmo no dia a dia, a tal ponto que a célebre sinceridade de Camus nos parece hoje assustadora.” – Lire


Sobre o autor
Jornalista e escritor, Olivier Todd foi repórter do Nouvel Observateur e diretor de redação do L’Express até 1981. Entre suas principais obras estão "Un Cannibale Très Convenable", premiado pela Académie Française, "Cruel Avril", "La Sanglière" e as biografias "André Malraux" e "Jacquel Brel".

Ficha técnica
"Albert Camus: uma Vida" ("Albert Camus: une Vie")
Autor: Olivier Todd
Tradução: Monica Stahel
Páginas: 882 
Ed. Record | Grupo Editorial Record
Compre o livro neste link.

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

.: Andressa Arce estreia em obra que destrincha relação íntima entre irmãs


 Escritora sul-mato-grossense Andressa Arce estreia pela editora Patuá com obra que destrincha relação íntima entre irmãs e narra o sofrimento causado pelo luto. Em “No Dia que Não Fui”, a autora parte de uma dor particular para evidenciar uma história coletiva ao ficcionalizar a relação com sua irmã e abordar os dramas de quem perde um ente querido.

 O que as ruínas do que poderia ter sido informam aos que ficam? Que notícias dão as sobras a quem está por vir? São perguntas que "No Dia que Não Fui" (editora Patuá, 85 págs.), romance de estreia da sul-mato-grossense Andressa Arce, tenta responder. Baseado numa vivência da própria autora, o livro narra a história de uma menina e sua relação com a meia-irmã, que traçam no fio tenro da infância suas identidades, via espelhamento. Uma perdendo-se na outra até que o convívio é brutalmente interrompido por um suicídio. Com a ruptura, uma delas, a mais nova, precisa, então, refazer-se a partir dos escombros. O prefácio do livro é assinado pela jornalista e psicanalista Gabrielle Estevans.

O tom melancólico, sombrio e pesaroso que permeiam tanto as canções da artista pop Lana del Rey como os filmes da cineasta Sofia Coppola serviram de inspiração para a obra, que além de abordar as dores de um luto abrupto, por conta de suicídio, e a complexidade das relações familiares, também abrange as agruras da trajetória de vida de toda mulher. “São temas que conversam com a minha própria melancolia e com minha forma poética de enxergar o cotidiano”, explica a autora.  


“Andressa, como todos nós e ainda bem, está condenada à linguagem. Presa, prisioneira, sentenciada: seu No dia em que não fui é uma tentativa, fortuita, de transgressão, de delinquência, de infração (...) E para contar essa história endurecida, debruça-se numa atividade escrevedora que aposta não nos grandes acontecimentos, mas na pequeneza do cotidiano. Seu livro de lançamento é a Travessia própria do Rubicão: um ponto de não retorno. Escreve para espiar, que nem criança arteira, o que está por vir." - Jornalista e psicanalista Gabrielle Estevans, no prefácio da obra.

Como assumido por Andressa, a obra ganhou contornos verossímeis a partir de sua própria experiência. Para a autora existia um desejo de partir de uma história pessoal para atingir uma história coletiva. "A escrita iniciou-se como uma forma de resgatar a imagem desta irmã, o que acabou desaguando para a ficcionalização", revela.

O livro é dividido em três partes: “A Meia-irmã da Filha Única”, “A Filha Única Sem Meia-irmã” e “O Punho, Ainda”. Essa segmentação evidencia o arco vivenciado pela narradora. O que no início era fascínio de uma criança pela vida agitada e instigante da irmã adolescente, transforma-se em uma tentativa de sobrevivência diante daquela ausência, numa tentativa de lidar com impulsos autodestrutivos, para, por fim, encontrar a conciliação com a falta daquela que se foi.

Na última parte da obra, a protagonista, Alice, escreve uma série de cartas para a irmã, Liana. Esses textos, concisos mas repletos de significado, são uma forma de dar futuro a uma relação que não teve a possibilidade de se estender no tempo. “Foi um jeito de permitir que Alice, firmada na vida adulta, conversasse com sua irmã morta”, admite a escritora. Compre o livro “No Dia que Não Fui” neste link.


Referências no pop e inspiração no clássico
Andressa Arce nasceu em 1984 e descreve que cresceu em Campo Grande (MS) entre a beleza e a crueza das histórias da fronteira, o surrealismo pantaneiro e a realidade urbana, que se deixa pintar de vermelho pela poeira do planalto de Maracaju. É bacharel e mestre em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Na carreira jurídica atuou como advogada e analista em Direito no Ministério Público da União em Ponta Porã (MS). Atualmente é Defensora Pública Federal. Por causa da função, morou em Rondônia e depois, em 2017, retornou à cidade e estado natal. 

“No Dia em que Não Fui” marca sua estreia no mundo literário. A obra começou a ser escrita em janeiro de 2024 e ganhou corpo a partir de mentoria com a jornalista e psicanalista Gabrielle Estevans, idealizadora do projeto ESCRIterapia. Além das experiências de vida, em especial com a irmã, a autora empregou no romance referências que a atraiam da cultura pop, cinema e literatura. São influências os filmes “Eu, Christiane F.”“Garota, Interrompida” e “As Virgens Suicidas”

Os três longa-metragens têm em comum a temática mulheres e doença mental. “Sou fascinada por esse tipo de história porque pode haver dificuldades e diagnósticos, mas essas meninas, ainda assim, são cheias de vida, têm sonhos, são brilhantes”, argumenta. A escritora Sylvia Plath é outra influência incontestável na trajetória da sul-matogrossense. Andressa revela que a leitura de “A Redoma de Vidro” de certa forma a autorizou a escrever o próprio romance. “Vi que seria possível tratar de temas ‘pesados’ de uma forma não agressiva”, esclarece. A escolha por uma prosa permeada de lirismo também a permitiu abordar os temas com delicadeza. 

A escritora ainda confidencia que o processo de composição de “No dia em que não fui” abriu nela um novo mundo, onde a criatividade reinava. “Sinto-me mais conectada com minhas profundezas; ao mesmo tempo fresca e renovada”Garanta o seu exemplar de “No Dia que Não Fui” neste link.

.: Em novo romance, José Falero quebra o silêncio masculino sobre o machismo


A história de mulheres da quebrada que precisam conviver com a presença violenta e opressiva da masculinidade tóxica. Uma incursão pela vida de personagens frequentemente invisibilizados (em nossa vida social mas também na literatura): empregadas domésticas, idosos, porteiros, jovens periféricos. Em "Vera", novo e arrebatador romance lançado pela editora Todavia, José Falero reafirma suas qualidades de narrador, criando um microcosmo de vidas e realidades que comprova o poder imorredouro da melhor literatura.

“Os becos da vila haviam sido batizados de acordo com os nomes das mulheres que, por uma razão ou outra, tiveram as suas figuras associadas a eles ao longo da história. O Beco da Dona Delci, por exemplo, era chamado assim porque ali aconteciam escândalos e tumultos recorrentes, sempre promovidos ou pelo menos protagonizados por dona Delci, uma senhora de gênio explosivo e violento que trazia nas entranhas a perigosa combinação de energia e revolta. Já o Beco da Dona Helena tinha esse nome justamente em homenagem à mãe de Vera, não por temperamento tempestuoso, uma vez que dona Helena era a serenidade em pessoa, e sim pela qualidade de moradora mais antiga da viela, havendo sido ela própria quem, num passado do qual poucos podiam se lembrar, desmatara e limpara toda aquela vasta área, reservando um canto para si e vendendo todo o resto em lotes separados”. Compre o livro "Vera" neste link.


“Eis um homem falando sobre a opressão cometida pelos próprios homens." - Paula Sperb, revista Quatro Cinco Um (novembro de 2024)



Sobre o autor
José Falero nasceu em 1987, em Porto Alegre. É autor de "Vila Sapo" (contos), "Os Supridores" (romance) e "Mas em Que Mundo Tu Vive?" (crônicas), todos publicados pela editora Todavia. É uma das vozes mais originais, contundentes e inventivas da ficção brasileira contemporânea. Seus livros, cheios de humor, indignação e crítica social, retratam a realidade de personagens muitas vezes invisibilizados pela sociedade e pela própria literatura. Garanta o seu exemplar de "Vera" neste link.


“É muito redutor quando falam ‘é um livro sobre a periferia’. Escrevo sobre temas que são humanos.” - José Falero em entrevista para Paula Sperb, revista Quatro Cinco Um (novembro de 2024)

.: Nova edição de "O Turista Aprendiz" no IV Festival Mário de Andrade


Maior clássico brasileiro da literatura de viagem, o registro da expedição de Mário de Andrade pela Amazônia estará à venda nos dias 16 e 17 de novembro na bancada da Tinta-da-China Brasil, na feira de livros do evento


Em "O Turista Aprendiz", maior clássico brasileiro da literatura de viagem, Mário de Andrade relata seu trajeto pela Amazônia em 1927, integrando a comitiva da amiga e mecenas Olívia Guedes Penteado. A prosa leve, ora reflexiva, ora irônica, sugere um escritor entregue à experiência e à realização do sonho de conhecer o Brasil. A nova edição desse clássico, recém-lançada pela editora Tinta-da-China Brasil, poderá ser encontrada na feira de livros do Festival Mário de Andrade, nos dias 16 e 17 de novembro.

Publicado pela primeira vez em 1970, o livro é relançado em edição feita a partir do manuscrito original de 1943, revisto pelo autor, com 14 fotos tiradas com sua "codaque" e um mapa detalhado do trajeto percorrido. Organizada e apresentada por Flora Thomson-DeVeaux, diretora de pesquisa da Rádio Novelo e tradutora do título para o inglês, a obra conta com capa dura e design assinado pela artista portuguesa Vera Tavares.

Outros títulos recém lançados pela editora também já estarão disponíveis no evento. "O Escândalo da Distância: uma Leitura d’A Montanha Mágica para o Século XXI", de João Pedro Cachopo e "O Mar, o Rio e a Tempestade: sobre Homero, Rosa e Shakespeare", de Pedro Süssekind, ambos da Coleção Ensaio Aberto; "Esquerda e Direita: guia Histórico para o Século XXI", de Rui Tavares, além do sucesso de vendas da editora, "Histórias da Matemática", de Marcelo Viana, e as edições mais recentes da Revista 451. Compre o livro "O Turista Aprendiz" neste link.


Sobre a Tinta-da-China
É uma editora de livros independente, sediada em São Paulo, gerida desde 2022 pela Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos. Sua missão é a difusão da cultura do livro.

Sobre o Festival Mário de Andrade
Organizado pela Biblioteca Mário de Andrade, o festival é inteiramente gratuito, e sua 4ª edição será dedicada aos cem anos do primeiro "Manifesto Surrealista", de André Breton.


Serviço
IV Festival da Biblioteca Mário de Andrade
15, 16 e 17 de novembro
Das 10h00 às 21h00
Praça Dom Gaspar, Centro / São Paulo

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

.: Livro: "Escalavra", romance inédito do inventivo Marcelino Freire, é megalítico


"Escalavra", romance que Marcelino Freire está lançando pela Amarcord, selo do Grupo Editorial Record, reencena sua exuberante e mágica prosa ao contar a história de um pai e de um filho em cenário e solo bem brasileiros. Cada página é um “tijolo”, uma parte da construção nessa narrativa sobre o silêncio entre eles

Um dos escritores mais inventivos de sua geração, com Escalavra Freire dá continuidade à investigação do que ele denomina uma “linguagem arqueológica”, presente por exemplo no seu romance de estreia, o Nossos ossos, com o qual venceu o Prêmio Machado de Assis e foi finalista do Prêmio Jabuti. Contos negreiros levou o Jabuti na categoria Contos

Articulador cultural de destaque na cena da literatura, Marcelino Freire é criador da Balada Literária, encontro de escritores que é destaque na agenda cultural de São Paulo desde 2006 e que acontece também em Salvador, Teresina e Recife. Sua oficina de escrita criativa é uma das mais concorridas do Brasil, tendo revelado talentos como Aline Bei, Mariana Salomão Carrara e Bethânia Pires Amaro

"Escalavra" será lançado em São Paulo no próximo dia 23, a partir das 17h30, no Instituto Frestas (Rua Cunha Gago, 587 – Pinheiros) e no Recife no dia 29 de novembro, às 20h00, no Sesc Casa Amarela (Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, 1190 – Mangabeira)

"Escalavra" é a história de um pai e de um filho e do silêncio sepulcral entre eles. Tudo contado (ou cantado) a partir de uma oralidade antiga, um vento sonoro, nada eólico, em que uma palavra vai “escalavrando”, ralando, friccionando, enganchando uma frase na outra, numa espécie de estrutura megalítica como a daqueles monumentos pré-históricos erguidos, pedra sobre pedra, para o descanso dos mortos. Livro que, enfileirado ao lado de outros livros em sua estante (ou uns por cima e outros por baixo), comporá o que de mais original há no cenário da nossa literatura latino-americana, de raiz sertaneja-brasileira. Compre o livro "Escalavra" neste link.


Sobre o autor
Marcelino Freire
nasceu no Sertão de Pernambuco. Escreveu, entre outras obras, Angu de sangue e Contos negreiros. Este Escalavra é seu segundo romance, que ele chama de “romance megalítico” ou de “teatro das escavações”. Livro que vem se somar a uma investigação arqueológica da linguagem, começada pelas múmias de BaléRalé ou pelos esqueletos de Nossos ossos. Mais uma prosa ágil, de crítica social, assinada por esse que, além de escritor (ou poeta), dramaturgo, professor de oficinas literárias etc. e tal, gosta de se autodefinir um “agitado cultural”. Garanta o seu exemplar de "Escalavra" neste link.

Serviço
"Escalavra"
Autor: Marcelino Freire
152 págs.
Ed. Amarcord | Grupo Editorial Record
Compre o livro neste link

.: "O Brasil tem memória curta", diz Selton Mello sobre "Ainda Estou Aqui"


Bastidores do filme estão na autobiografia "Eu Me Lembro", que celebra os 40 anos de carreira de Selton Mello. Foto: Maurício Nahas

Recorde de público no Brasil, o filme "Ainda Estou Aqui" reflete a fama internacional na rede no Cineflix Cinemas nas salas de cinema de todo o país. O ator Selton Mello, que vive Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar, comenta no livro sobre a necessidade de lembrar desse período da história e faz um paralelo com o diagnóstico de Alzheimer da mãe, Selva, que faleceu neste ano.

"O Brasil tem a memória muito curta. (...) Então, o leitor que está acompanhando este livro até agora, pode imaginar o que significa para mim ter feito esse filme. Um filme que fala sobre memória, que fala sobre a falta de memória. A falta de memória de uma pessoa, a falta de memória de um país. Carregando comigo, delicadamente, a falta de memória da minha mãe. Então o que a gente fez é muito precioso", revela Selton Mello. Em plena campanha para o Oscar 2025, ator revela na autobiografia "Eu Me Lembro" experiências com grandes artistas, incluindo Fernanda Torres e Matheus Nachtergaele

Estrela de "Ainda Estou Aqui", filme pelo qual foi ovacionado no Festival de Veneza, e de "O Auto da Compadecida 2", um dos mais aguardados do ano pelo público brasileiro, Selton Mello revela os bastidores dessas e de outras produções de sucesso na autobiografia "Eu Me Lembro". A obra celebra quatro décadas de carreira e traduz memórias da família, dos amigos e a profundidade da relação do ator e diretor com a arte. A trajetória é narrada em primeira pessoa, em resposta a uma série de perguntas feitas por um time de 40 estrelas da TV, teatro, cinema e literatura. 

Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Fernanda Torres, o diretor Guel Arraes, Lázaro Ramos, Marjorie Estiano, Jeferson Tenório e Fábio Assunção são alguns dos nomes que ajudam a revelar um Selton de coração aberto: a carreira consolidada, suas dores, alegrias e uma história repleta de encontros de alma.  

Publicação da Jambô Editora, o livro conta com três cadernos de fotografias, que retratam momentos distintos da vida do ator e somam mais de 70 fotos - um bônus à experiência de leitura. Ao longo dos capítulos, Selton se revela de forma tocante e poética, ri de si mesmo e da vida e entrega bastidores das produções de sucesso que deixaram grandes marcas, especialmente para o cinema brasileiro.  

As perguntas dos convidados abrem caminho para a intimidade que ele não costuma compartilhar publicamente. Exemplo disso são as passagens sobre a relação do ator com a mãe, Selva, acometida pelo Alzheimer e que faleceu em 2024, e a comunicação mais espiritual mantida pelos dois desde o agravamento da doença. Esse vínculo funciona como a premissa do livro, pois lembrar, hoje, é essencial para manter as memórias da infância no interior de Minas Gerais, ou nos corredores da TV dos anos 1980.  

Com um texto sensível, Selton dá voz aos desafios encarados ainda no começo da carreira, quando enfrentou o ostracismo após um sucesso meteórico e duvidou do próprio talento. Fala, também, sobre como cada um dos entrevistadores para o livro marcou sua trajetória. A biografia diverte, ensina e comove. Um mergulho profundo na alma de um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos.  

Para além de declarar seu amor à vida e à arte, ele se inspira em um grande sucesso ao dar o tom à narrativa. Em Sessão de Terapia, série que dirige e atua e com a qual retorna em 2025 para uma nova temporada, dúvidas e angústias são compartilhadas, criando a identificação do espectador com a busca por respostas.  

No livro, o autor analisa, com humor refinado e muita ternura, as etapas da carreira e os percalços de forma lúcida e terapêutica, abordando questões delicadas, como transtorno de imagem e depressão. Ele deixa o leitor à vontade para buscar nas entrelinhas um pouco mais sobre sua essência. 

Eu Me Lembro é um livro sensível, engraçado, tocante e muito humano sobre a trajetória do criador de personagens inesquecíveis como Leléu, de Lisbela e o Prisioneiro, João Estrela, de Meu nome não é Johnny, e Benjamin, de O Palhaço, entre tantos outros seres encantadores que foram tocados por seu talento. Com este livro-memória, Selton Mello compartilha vivências, sonhos e sentimentos, imortalizando um legado impressionante na televisão, no cinema, no teatro e na vida.   

Trecho do livro
"E Matheus, cara, foi um encontro sobrenatural. Parecia que a gente se conhecia de outras vidas. Como somos complementares, funcionamos muito bem como uma dupla. O filme é todo sobre uma dupla. Já imaginou se não funcionasse? Não teve nenhuma leitura preliminar. Não teve testes para ver se a dupla era aquela! Não teve teste! Mágica pura." ("Eu Me Lembro", p. 155) 

Entrevistadores
Fernanda Montenegro, Matheus Nachtergaele, Paulo José, Marjorie Estiano, Rodrigo Santoro, Alice Wegmann, Lázaro Ramos, Moacyr Franco, Oberdan Júnior, Leticia Sabatella, Fábio Assunção, Zezé Motta, Jeferson Tenório, Johnny Massaro, Pedro Paulo Rangel, Larissa Manoela, Lívia Silva, Wagner Moura, Guel Arraes, Patricia Pillar, Pedro Bial, Simone Spoladore, Raí, Nathalia Timberg, Leticia Colin, Rolando Boldrin, Aracy Balabanian, Christian Malheiros, Jackson Antunes, Fernanda Torres, Luana Xavier, Débora Falabella, Tonico Pereira, Ana Paula Maia, Camila Pitanga, Zuenir Ventura, Emilio Orciollo Netto, Arthur Dapieve, Dira Paes e Danton Mello. 

Ficha técnica
"Eu Me Lembro"
Autoria: Selton Mello
Editora: Jambô Editora
ISBN: 978658863472-1
Páginas: 344
Jambô Editora
Compre o livro neste link.

Assista na Cineflix
"Ainda Estou Aqui" está em cartaz na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. 

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

.: Paula Febbe explora os segredos da comunidade BDSM no livro "Vermelho"


A DarkSide Books acaba de lançar nesta sexta-feira “Vermelho”, novo livro da escritora Paula Febbe, um dos principais nomes do horror brasileiro. Este é o segundo livro da autora publicado pela editora. O primeiro, “Vantagens que Encontrei na Morte do Meu Pai”, foi sucesso de público e crítica. Foto: Tainá Lossëhelin


A DarkSide Books lançou o novo livro de Paula Febbe, uma das maiores autoras do horror brasileiro. Em “Vermelho”, a autora mergulha no espaço abissal que divide a moralidade e a sexualidade humana, mostrando em quatro perspectivas interligadas como o desejo, a busca por afeto e nossos próprios limites (ou sua ausência) podem alterar nossas histórias irreversivelmente. “'Vermelho' é um livro sobre desejo e do quanto podemos ser reféns daquilo que queremos. Exatamente entre a moralidade e a perversão, quero que seja um livro que faça o moralista olhar para o próprio desejo escondido e o pervertido perguntar se não está indo longe demais”, explica Paula Febbe.

Traumas de infância, feridas emocionais abertas, desejos suprimidos e encerrados em quatro narrativas forjadas para despertar a sociedade adormecida e entorpecida em que vivemos. De onde vem o cheiro da baunilha? Que parte dos homens explora as mulheres e quais partes existem para que eles sejam explorados por elas? Existe um limite para o prazer humano? Para a dor de se submeter e ser submetido? Quanto do desejo pela vida pode te fazer chegar mais perto da morte?
 
Eros e Thanatos. Paula Febbe constrói sua teia de erotismo aprisionando casamentos de fachada, profissionais de bondage, investigadores, lutadoras de MMA e vítimas de um mercado de carne que cresce e floresce nas vísceras mais profundas das grandes cidades e nos segredos das famílias.
 
No BDSM, o alívio possível na dor se torna a única verdade suportável, e distorções encontram o abraço de quem os cultiva e anseia por seus pecados. A dor na carne, o gelo no estômago, a asfixia que promove o tênue limite entre morrer de prazer ou implorar por mais um pouco. Aos não iniciados, tudo parece venenoso, inescrupuloso, indecente. Paula nos prova o contrário, e arrasta seus leitores a aceitarem transgressões e práticas inimagináveis. Mais do que isso: os leva a querer um pouco daquele ardor para si. Todos somos uma mistura de nossos ímpetos.
 
Na narrativa de “Vermelho”, surge uma visão mais perversa, faminta e constantemente excluída da sexualidade. Moderna, transgressora e irremediavelmente real. Com a voz analítica e verdadeira que sempre a representou, construída a partir de entrevistas com profissionais e consumidores desse mercado de paixões, a escritora Paula Febbe joga luz nos calabouços mais profundos dos relacionamentos humanos, em suas perversões e dores, flertando com desejos que, estejamos prontos ou não, insistiremos em queimar. A autora também é roteirista premiada, apresentadora do Podcast Divã de Singularidades e colaborou com diretores como Fernando Sanches e Heitor Dhalia. Compre o livro "Vermelho" neste link.
 

Sobre a autora Paula Febbe
Paula Febbe estudou roteiro no Goldcrest ProductionTheater, em Nova Iorque, e psicanálise no Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP), em São Paulo. Sua escrita brutal e única explora as perversões e psicoses da consciência humana, em narrativas expositivas que levam seu fiel público a imergir nas mentes patológicas das personagens.

Paula recebeu diversos prêmios com o filme “5 Estrelas”, que coescreveu com o diretor Fernando Sanches. Finalista no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2021, o filme fez parte da seleção oficial do festival LABRFF, de Los Angeles e do Festival FANTASPOA, em 2020.
 
Ao lado do diretor Heitor Dhalia, a autora roteirizou a obra “Fetiche”, inspirada em livro de sua autoria. A parceria promete ser duradoura, uma vez que os direitos audiovisuais de seu novo livro, “Vantagens que Encontrei na Morte do Meu Pai”, foram adquiridos pela Paranoid Films, produtora do diretor. Garanta o seu exemplar de "Vermelho" neste link.
 

O que disseram sobre a autora
“Paula Febbe não tira o fôlego do leitor, ela o asfixia, com as duas mãos. Com suas frases pulsantes, elipses narrativas surpreendentes e imagens impossíveis, Febbe nos joga em mundos nunca antes percorridos, onde cruzamos com personagens desafiadores, estranhos e complexos. Nada é fácil ou dado de mão beijada ao leitor. A literatura dessa autora tem a precisão de um punhal e o alvo é o meio do seu coração, caro leitor. Como diria Dante na porta do inferno: “Deixai toda esperança, vós que entrais!” – Heitor Dhalia, cineasta.


Indicações e premiações:

- Finalista do Prêmio ABERST de Literatura (2019), com "Mãos Secas Com Apenas Duas Folhas";

- Ganhadora do Décimo Cine Fantasy Festival (2020), na categoria "Melhor Curta Fantástico", com o filme Cinco Estrelas;

- Ganhadora do Prêmio Aquisição Elo Company do curta "Cinco Estrelas" no Décimo Cine Fantasy Festival (2020);

- Ganhadora do Prêmio Aquisição do Canal Brasil do curta "Cinco Estrelas" no Festival Iberoamericano de cinema, (Cine Ceará, 2020);

- Ganhadora do Prêmio Ecos da Literatura como Melhor Autora na categoria Digital, com o texto "O Eterno Vezes Seis", publicado pela Editora Darkside (2021);

- Finalista do Grande Prêmio do Cinema Nacional, com o filme "Cinco Estrelas" (2021).
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