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sábado, 19 de abril de 2025

.: “Memórias do Cacique”: Raoni Mêtyktire por ele mesmo em autobiografia arrebatadora

Entrelaçando passado, presente e futuro em uma narrativa única, Raoni Mêtyktiretece sua concepção sobre a vida, a floresta e o mundo atual. Em "Memórias do Cacique", publicação da Companhia das Letras que está em pré-venda neste link, os leitores podem conhecer mais profundamente a trajetória de um dos mais influentes líderes indígenas contemporâneos, registrada em suas próprias palavras. A história dele é um testemunho inigualável de resistência, sabedoria ancestral e compromisso com a terra. 

Nas páginas "Memórias do Cacique" — que chega às livrarias em 24 de junho —, Raoni tece sua concepção sobre a vida, a floresta e o mundo atual e compartilha de maneira única a cultura, a cosmologia e a luta do povo Mẽbêngôkre. Saiba mais sobre a obra e leia um trecho em primeira mão. Compre o livro "Memórias do Cacique" neste link.

Sobre o autor
Ropni, aportuguesado como Raoni, pertence ao povo Mẽtyktire-Mẽbêngôkre, também conhecidos como Kayapó e Txukarramãe. A aprendizagem parcial do português, sua autoconfiança, orgulho e ambição habilitou Raoni a atingir respeito e projeção internacional com sua defesa imbatível da Floresta Amazônica e de seus habitantes milenares.


A edição
O livro foi construído a partir de entrevistas inéditas realizadas pelos tabdjwy de Raoni, seus netos, entre 2020 e 2023. Falando sempre em mẽbêngôkre, e rodeado de parentes, Raoni gravou durante dezenas de horas, em diversas sessões, as histórias e mitos que resultaram neste relato. O material foi traduzido para o português por meio de um trabalho meticuloso e extenso de uma equipe de tradutores Mêbêngôkre, sob a coordenação do antropólogo Fernando Niemeyer, que também supervisionou a redação e edição do manuscrito. A publicação de "Memórias do Cacique" tem o apoio do Instituto Socioambiental, do Instituto Sociedade, População e Natureza e do Instituto Raoni. Garanta o seu exemplar de "Memórias do Cacique" neste link.


A história de Cacique Raoni é um testemunho inigualável de resistência, sabedoria ancestral e compromisso com a terra. 
Fotos de Bob Wolfenson

.: Maria Homem lança "Coisa de Menino?" em bate-papo no Café Filosófico CPFL


Bate-papo com Maria Homem acontece na terça-feira, dia 29 de abril, às 19h00, e será transmitido ao vivo pelo YouTube. Publicação da Papirus 7 Mares, "Coisa de Menino?" tem coautoria de Contardo Calligaris, já falecido


A psicanalista Maria Homem participa do Café Filosófico CPFL, em Campinas, para o lançamento da obra "Coisa de Menino? Uma Conversa sobre Masculinidade, Sexualidade, Misoginia e Paternidade". O bate-papo acontece na terça-feira, dia 29 de abril, às 19h00, e será transmitido ao vivo pelo YouTube. O público terá oportunidade de participar presencialmente e de forma gratuita. A entrada é por ordem de chegada, a partir das 18h00. Os exemplares do livro poderão ser adquiridos no local e autografados pela autora.  

Publicação da Papirus 7 Mares, "Coisa de Menino?" tem coautoria de Contardo Calligaris, já falecido. Na obra, os psicanalistas refletem sobre os elementos que compõem a masculinidade - a relação com o próprio corpo, as expectativas maternas, as fantasias de heroísmo, entre outros - e como esses aspectos entram em contato com as mudanças de paradigma sobre gênero e sexualidade das últimas décadas. 

Serviço:
Lançamento "Coisa de Menino? Uma Conversa sobre Masculinidade, Sexualidade, Misoginia e Paternidade"
Terça-feira, dia 29 de abril, às 19h00 
Instituto CPFL
Endereço: Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1.632 - Chácara Primavera, Campinas/SP
Ingressos: entrada gratuita por ordem de chegada, a partir das 18h
Outras informações pelo telefone: (19) 3756-8000

sexta-feira, 18 de abril de 2025

.: Úrsula Freitas, uma vida em torno da mediação


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

A advogada e mediadora de conflitos Úrsula Freitas sempre esteve envolvida com textos jurídicos, até ser provocada por um amigo roteirista que, impressionado com a sua história pessoal e profissional, sugeriu que ela escrevesse um livro. Assim surgiu “Minha Vida Antes e Depois da Mediação", que está sendo lançado neste mês de abril.

A ideia do livro surgiu durante um réveillon de 2019 e se concretizou durante a pandemia, quando Úrsula começou a escrever e percebeu que a obra iria além um registro autobiográfico e poderia servir como apoio para pessoas que enfrentam conflitos e não sabem por onde começar a resolvê-los. Ao longo das 127 páginas, a autora revisita momentos marcantes de sua vida, como sua juventude, a falta de estrutura familiar, o casamento precoce e a maternidade; além de apresentar casos que servem de exemplo de como a comunicação e o diálogo podem ajudar a encontrar uma solução.

"Durante muito tempo, pensei em como poderia ajudar ainda mais as pessoas que vivem em conflito, assim como eu vivi os meus por tantos anos. Neste livro, convido os leitores a refletirem sobre os embates, porque ele vai deixando a gente doente e, se mal administrado, perpetua-se no tempo. O diálogo é uma ferramenta poderosa, só precisamos usá-lo com sabedoria", afirma a autora.

Há mais de 16 anos auxiliando pessoas a encontrarem soluções consensuais para suas divergências, Úrsula, por meio de “Minha Vida Antes e Depois da Mediação”, desmistifica o papel do mediador e mostra uma alternativa eficaz ao modelo tradicional do Judiciário, muitas vezes desgastante e burocrático.

Na apresentação, a autora escreve: “Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 80% dos casos que estão na Justiça, não deveriam estar resolvidos de outra forma, mas quem não consegue estabelecer a comunicação, apesar de todo o cuidado do mediador em buscar os interesses comuns, não tem outra opção a não ser brigar.”  Ao compartilhar sua experiência e os desafios enfrentados pela profissão, o livro se torna uma ferramenta de empoderamento para mediadores e para qualquer pessoa que queira compreender melhor essa prática. 

A obra está dividida em duas partes: "O Caos" e "A Mediação". Na primeira, ela conta um pouco da sua história e do caminho que a levou a trabalhar com mediação de conflitos, primeiro dentro do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e depois como iniciativa privada. Na segunda parte, ela explica tudo que envolve o trabalho de mediação e os modelos que servem de orientação, baseados em três escolas: o "Tradicional-Linear de Harvard" - em que o mediador é um facilitador da comunicação para conseguir um diálogo -; o "Transformativo de Bush e Folger" - que destaca a importância do aspecto relacional -; e, por último, o "Modelo Circular-Narrativo de Sara Cobb", que visa permitir diferenciadas conotações e compreensões sobre as ocorrências vivenciadas para a construção de uma outra história. Na segunda parte, estão também 15 casos cuidadosamente selecionados pela autora, sempre preservando a identidade dos envolvidos.

Entre os casos abordados estão o do casal que vive há 40 anos, pais de dois filhos, que resolve se separar depois de um casamento que deu certo a vida inteira; outro sobre uma família que entra em guerra por conta de um inventário que envolve um espólio de R$ 70 milhões, a história de duas amigas de infância e um cachorro feroz e a de um pai em busca de refazer sua relação com a filha.

Satisfeita com o resultado, a escritora acredita que o livro vai orientar as pessoas que não sabem como usar a mediação ou não tem conhecimento da sua importância. Ursula Freitas é formada em direito pela Universidade Cândido Mendes e advoga há 20 anos. Há 16 anos, trabalha com mediação. Atualmente ela faz parte dos profissionais do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem. Também é professora e supervisora do curso de capacitação da Câmara de Mediação da FGV. E ainda é mediadora e parceira da empresa Mediar 360o. Pré-venda disponível neste link.

.: A Vida de Nosso Senhor", o livro "quase" perdido de Charles Dickens


Com o lançamento de "O Rei dos Reis", a nova animação épica da Angel Studios sobre a vida de Jesus, em cartaz na rede Cineflix e em cinemas de todo o Brasil, o mundo redescobre uma obra especial: “A Vida de Nosso Senhor”, escrita pelo consagrado escritor Charles Dickens. Diferente de seus romances célebres, como "David Copperfield" e "Oliver Twist", essa narrativa íntima e delicada nasceu do desejo do autor de transmitir sua fé aos filhos pequenos. Lançada pelo selo Pingos, a edição brasileira de 82 páginas tem tradução de Liliana Hage da Costa e prefácio de Robertson Frizero, escritor, tradutor, dramaturgo e professor de Criação Literária.

Escrito como um relato acessível e moralmente inspirador baseado no "Evangelho de Lucas", o livro era lido em família durante as noites de Natal. Dickens, porém, proibiu sua publicação em vida, tornando-o um tesouro oculto por décadas. Apenas em 1934, após o falecimento de seu último herdeiro, a obra veio à luz, revelando um lado pouco conhecido do autor: sua devoção e sensibilidade espiritual. Agora, "A Vida de Nosso Senhor" retorna como uma joia literária atemporal, oferecendo uma visão simples e tocante da história de Jesus, pelas palavras de um dos maiores romancistas da literatura inglesa. Versões em audiolivro, digital e impresso.


Sinopse de "O Rei dos Reis"
Um pai compartilha com seu filho a maior história já contada, levando-o a uma jornada ao lado de Jesus, onde testemunha milagres, desafios e sacrifício. O Rei dos Reis revela a fé pelos olhos de uma criança.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Charles Dickens proibiu a publicação de "A Vida de Nosso Senhor" em vida, tornando-o um tesouro oculto por décadas. Apenas em 1934, após o falecimento do último herdeiro, a obra veio à luz


Ficha Técnica do filme "O Rei dos Reis"
"O Rei dos Reis". Título original: "The King of Kings". Gênero: animação. Classificação: livre. Duração: 100 minutos. Direção: Seong-ho-Jang. Roteiro: Seong-ho-Jang, Rob Edwards, Hoseok Sung. Vozes originais: Kenneth Branagh, Uma Thurman, Oscar Isaac, Sir Ben Kingsley, Forest Whitaker, Pierce Brosnan, Mark Hamill, Roman Griffin. Distribuidora: Heaven Content.


"O Rei dos Reis" no Cineflix Santos
18/3/2025 - Sexta-feira: 15h10 e 17h20
19/3/2025 - Sábado: 15h10 e 17h20
20/3/2025 - Domingo: 15h10 e 17h20
21/3/2025 - Segunda-feira: 15h10 e 17h20
22/3/2025 - Terça-feira: 15h10 e 17h20
23/3/2025 - Quarta-feira: 15h10 e 17h20

quinta-feira, 17 de abril de 2025

.: Chimamanda Ngozi Adichie volta ao Brasil para lançar romance


Em junho, a escritora estará presente no evento "Fronteiras do Pensamento", em São Paulo, e também marcará presença na cerimônia de abertura da Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro. Foto: Manny Jefferson.


Após três anos desde a última passagem pelo Brasil, a escritora Chimamanda Ngozi Adichie retorna ao país em junho de 2025. Durante a visita, ela participará de encontros literários em São Paulo, no dia 16, como parte da programação do Fronteiras do Pensamento, e no Rio de Janeiro, no dia 13, para abrir oficialmente a Bienal do Livro Rio. Essas participações coincidem com o lançamento de seu novo livro, "A Contagem dos Sonhos", pela Companhia das Letras, o primeiro romance de Chimamanda em mais de dez anos.

Essa nova obra marca o reencontro da autora com a ficção de fôlego, após o sucesso mundial de "Americanah". Em "A Contagem dos Sonhos", ela se volta para a vida de quatro mulheres: uma autora de guias de viagem que revisita as próprias memórias; uma advogada bem-sucedida que enfrenta a dor de um coração partido; uma brilhante profissional das finanças na Nigéria em crise de identidade; e uma trabalhadora que cria com dedicação a filha nos Estados Unidos. Embora diferentes em classe social, vivências e personalidades, essas mulheres compartilham dores, sonhos e desejos que se entrelaçam profundamente.

Depois de publicar "Notas Sobre o Luto", uma homenagem ao pai falecido, Chimamanda mergulha agora em narrativas inspiradas na própria vivência com a perda da mãe - sendo uma das personagens baseada em uma história real. O resultado é um romance contemporâneo, emocionante e sensível, que explora as alegrias e os desafios de ser mulher, celebrando os laços da maternidade e da amizade. "A Contagem dos Sonhos" oferece uma análise poderosa sobre as escolhas que fazemos, as que nos são impostas, e as conexões entre mães e filhas em um mundo globalizado. A obra transborda emoção e é permeada por reflexões intensas sobre a natureza humana, apresentadas em uma linguagem ao mesmo tempo bela e impactante.

O romance levanta perguntas profundas: Para onde vão os anos se não vivemos plenamente? Como o tempo transforma a união entre duas almas? O que acontece quando alguém se despedaça por dentro? Até que ponto é preciso ser verdadeira consigo mesma para amar e permitir ser amada? Em busca de respostas, Chimamanda explora a essência do amor com sensibilidade e profundidade. Compre o livro "A Contagem dos Sonhos" neste link.


segunda-feira, 14 de abril de 2025

.: "Carga Viva" entrelaça poesia, crise climática e ecos da redemocratização


No romance, que combina realismo e elementos fantásticos, passado e presente se conectam através de um livro de poesias, resgatando marcos históricos do Brasil e narrando o país de hoje. Na imagem, capa de Carga Viva ao lado da autora. Ana Rüsche. Foto: Luiza Sigulem


A premiada escritora Ana Rüsche lança o romance "Carga Viva". Além de marcar os 40 anos da eleição de Tancredo Neves, a obra integra os lançamentos que comemoram os 50 anos de atividades da editora Rocco. Com uma linguagem densa, o livro alterna entre diferentes núcleos narrativos e explora a paisagem e a natureza como elementos centrais. 

"Carga Viva" entrelaça dois núcleos narrativos conectados por um livro de poesias. O primeiro, ambientado em 1985, apresenta uma história de amor entre dois homens isolados em Ubatuba. Um deles, advogado e poeta, vive seus últimos dias após contrair o vírus HIV, enquanto o Brasil vive o conturbado período da eleição indireta de Tancredo Neves (1910 - 1985), presidente da república eleito em um Colégio Eleitoral, mas não empossado por circunstância de sua morte. 

O segundo núcleo se passa nos dias atuais, em São Paulo, onde duas irmãs afastadas precisam viver juntas por força das circunstâncias — um marido agressor e uma gravidez em curso em meio ao agravamento da crise climática e o fantasma do vírus da Covid-19. O elo entre esses dois núcleos é um livro de poesia escrito pelo poeta em 1985 e estudado no futuro por uma das irmãs.

O tratamento dado à trama é realista, mas incorpora elementos insólitos, o que é comum na bibliografia de Ana Rüsche, autora que discute por meio de literatura e textos não-ficcionais sustentabilidade e o agravamento da crise climática mundial. Em "Carga Viva", o elemento insólito é o “prata viva”, substância que, quando ingerida, provoca alucinações, fortalece o sistema imunológico e altera o sonho. Esse elemento dá ao poeta uma vida mais longa e, no presente, é consumido por uma das irmãs, despertando reações sociais preconceituosas. 

A história se completa com um amigo alemão, dono da casa de praia onde o casal de 1985 se abriga. Ao ser demitido, ele desce a serra para viver uma temporada consumindo o "prata viva" e tendo contato com poesia pela primeira vez. Essa interseção entre o insólito e o estrangeiro cria um suspense narrativo que altera os rumos das histórias conhecidas, abrindo a imaginação a desfechos alternativos.

O livro terá lançamentos presenciais ao longo de 2025 em cidades como Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A agenda da escritora começa com o lançamento do livro em Brasília, dia 25 de abril, sexta-feira, às 19h00, na Livraria Circulares (Comércio Local Norte 113, BL A, loja 7 - Asa Norte). No dia 8 de maio, quinta-feira, 19h00, segue para São Paulo, com evento na Livraria da Tarde (R. Cônego Eugênio Leite, 956 - Pinheiros). Compre o livro "Carga Viva" neste link.

Referências estéticas
A obra é baseada em eventos políticos expressivos, como a morte de Tancredo Neves em 1985, as Diretas Já, manifestações ocorridas entre 1983 e 1894; e as motociatas bolsonaristas, iniciadas em 2021. Essa abordagem dialoga com a literatura contemporânea de autores, que revisitam acontecimentos históricos, como Maria Valéria Rezende, Mariana Enriquez e Maryse Condé. 

Na construção da narrativa homoafetiva, referências importantes foram os textos de Alberto Guzik, Caio Fernando Abreu e João Silvério Trevisan, além da pesquisa histórica de Renan Quinalha e dos ensaios de Eduardo Jardim e Susan Sontag sobre a representação literária sobre HIV/AIDS. 


Sinopse de "Carga Viva"
Um livro de poesia une duas histórias: a de um poeta com HIV à beira da morte em 1985 e a de sua leitora, uma professora grávida de um namorado violento. Do início da redemocratização à crise climática, um livro com elementos fantásticos une duas histórias para narrar o Brasil atual.

Sobre a autora
Ana Rüsche é finalista do Prêmio Jabuti com "A Telepatia São os Outros" (Monomito, 2019), livro vencedor do prêmio Odisseia de Literatura Fantástica. O livro foi publicado na Itália pela FutureFiction com o título "Telempatia" (2023), com lançamento no Salão do Livro de Turim. À época da publicação, mesmo com a Flip, o Estadão incluiu o livro como um dos “dez livros essenciais” em julho de 2019. Recentemente, um colunista da Folha da área de ciência, Reinaldo José Lopes, sublinhou a hipótese e a pesquisa feita na obra.

Estreou em 2005, publicando poesia, gênero no qual possui quatro títulos. O primeiro foi também publicado no México e uma seleção do Furiosa, publicada nos EUA de forma independente. A prosa poética "Do amor: o Dia em que Rimbaud Decidiu Vender Armas" (Quelônio, 2018) foi finalista do Prêmio Nascente USP. 

Foi uma das escritoras convidadas da última WorldCon - World Science Fiction Convention, em Chengdu, China. Possui contos publicados na Coreia do Sul, Colômbia, México, Itália e no Brasil, destacando-se “Canção da Autora”, publicado na antologia "O Dia Escuro: contos Inquietantes de Autoras Brasileiras", organizado por Fabiane Secches e Socorro Acioli (Companhia das Letras, 2024). 

Concluiu o Pós-Doutorado em Teoria Literária da FFLCH-USP sobre crise climática e literatura. Realiza o segundo Doutorado na UnB — Universidade de Brasília, na área de ecocrítica . É doutora em Letras pela USP com a tese “Utopia, Feminismo e Resignação em 'The Left Hand of Darkness' (de Ursula Le Guin) e 'The Handmaid’s Tale' (de Margaret Atwood)”. É formada em Letras e também em Direito pela USP, sendo mestre em Direito Internacional. Ministra cursos para diferentes instituições, como o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, a Poiesis e CLACSO - Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales. Colaborou com o Suplemento de Pernambuco e com a Revista 451 com resenhas e artigos de crítica, entre outros veículos. Garanta o seu exemplar de "Carga Viva" neste link.

.: Livro "Os Mistérios de Baskerville Hall" ficcionaliza infância de Conan Doyle


Sherlock Holmes, Watson, James Moriarty e outros personagens consagrados da literatura se unem ao seu criador - Arthur Conan Doyle - em "Os Mistérios de Baskerville Hall". Com direitos de publicação vendidos para mais de 25 países, a obra, escrita por Ali Standishchega às livrarias pela Intrínseca em abril, ganhou a chancela do The Conan Doyle Estate para ficcionalizar a infância do famoso escritor. O resultado é uma obra dinâmica, que brinca com a história de vida de Arthur e com suas criações mais emblemáticas. A narrativa inovadora chamou a atenção da indústria cinematográfica (ou televisiva) e o título está em pré-produção pela Imagine Entertainment. A edição brasileira conta com a tradução de Sofia Soter.

O jovem Arthur Conan Doyle sempre foi brilhante. Um dos melhores alunos no colégio e exemplo para suas irmãs, o menino se destacava pela sua inteligência e pensamento rápido. Mas, mesmo ciente de que seu futuro seria garantido pela educação, está decidido em abdicar dos estudos para arrumar um emprego e ajudar em casa, decisão que não é aprovada pela mãe. Pelo menos este era o plano até receber uma carta da escola Baskerville Hall, exclusiva para alunos excepcionais.

Às pressas, o menino muda de ideia, aceita o convite inesperado e faz as malas para embarcar na maior aventura de sua vida. Logo ele percebe que Baskerville não é como as outras escolas. Animais exóticos, experimentos esquisitos e toques de magia rondam o lugar e fascinam os alunos. Aos poucos, Arthur faz amigos e se junta a Irene, uma aluna brilhante dos Estados Unidos, e a Jimmy Moriarty, que será um desafio à altura para as suas capacidades dedutivas.

Ao longo do ano letivo, o trio é convidado para uma prestigiada sociedade secreta chamada de Trevo. O convite, porém, tem uma condição: eles deverão passar por três provações. E, mesmo com esse problema para resolver, Arthur se depara com uma situação perigosa que só ele poderá solucionar.  Encantadoramente frenético, "Os Mistérios de Baskerville Hall" é o primeiro volume de uma trilogia. Compre o livro "Os Mistérios de Baskerville Hall" neste link.


Sobre a autora
Ali Standish
é uma premiada autora que escreve livros para leitores jovens, tanto na idade quanto no coração. Enquanto morava em uma casa de campo de estilo vitoriano bem antiga no Reino Unido, ela concluiu o mestrado em Literatura Infantil pela Universidade de Cambridge. Atualmente, mora na Carolina do Norte com o marido e o filho. "Os Mistérios de Baskerville Hall" é seu primeiro livro publicado pela Intrínseca. Foto: Aki Laakso. Garanta o seu exemplar de "Os Mistérios de Baskerville Hall" neste link.

.: "Sem Despedidas", o novo romance de Han Kang, Nobel de Literatura em 2024


Escrito por Han Kang, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 2024, o romance "Sem Despedidas", mescla intimidade e história para falar de trauma e resiliência. A edição brasileira, lançada pela editora Todavia, tem tradução de Natália T. M. Okabayashi. Mesclando imaginação e realidade, corpo e memória, amizade e trauma, a narrativa tem como ponto de partida uma viagem de última hora. 

Kyung-ha, uma escritora, sai de Seul para a ilha de Jeju - onde dezenas de milhares de cidadãos foram aniquilados entre 1948 e 1949 -, até a casa de sua velha amiga Inseon, uma fotógrafa e cineasta experimental que largou a vida na cidade grande para se dedicar à marcenaria e à mãe debilitada. Hospitalizada após um grave acidente em sua oficina, Inseon implora a Kyung-ha que se desloque o mais breve possível até Jeju para alimentar seu amado pássaro de estimação, deixado às pressas e sem assistência.

Kyung-ha pega o primeiro avião para Jeju, mas uma nevasca atinge a ilha quando ela desembarca, mergulhando-a em um mundo branco e opaco. Acossada por rajadas de neve e ventos gelados e cortantes, ela se pergunta se conseguirá chegar a tempo de salvar o animal - ou se até mesmo será capaz de sobreviver ao frio brutal que a envolve a cada passo. Quando a noite cai, ela luta para chegar à casa de Inseon, ainda sem saber da verdadeira descida à escuridão que a espera.

Ali, a história há muito enterrada da família de Inseon vem à tona, entre sonhos e memórias transmitidos de mãe para filha, e em um arquivo meticulosamente reunido que documenta o terrível massacre na ilha, ocorrido às vésperas da Guerra da Coreia, setenta anos antes. Um trauma nacional cujas consequências na vida emocional de cada cidadão nunca poderão ser apagadas.

Romance assombroso e visionário de Han Kang, Prêmio Nobel de Literatura 2024, "Sem Despedidas" conduz o leitor - com a mesma qualidade de seus livros anteriores, como "A Vegetariana""Atos Humanos" e "O Livro Branco" - a uma jornada emocionante à Coreia do Sul contemporânea e sua dolorosa história. Nestas páginas de beleza extraordinária, Han Kang compõe um poderoso manifesto contra o esquecimento. E transforma, graças à literatura, um episódio de violência indescritível em uma celebração da vida, por mais frágil que seja. Compre o livro "Sem Despedidas" neste link.


O que disseram sobre o livro
"A intensa prosa poética de Han Kang confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana." - Comitê Nobel de Literatura, na citação para o Prêmio Nobel


Sobre a autora
Uma das maiores escritoras contemporâneas, Han Kang nasceu na Coreia do Sul, em 1970. Autora de "A Vegetariana", "Atos Humanos" e "O Livro Branco", todos publicados pela editora Todavia. Garanta o seu exemplar de "Sem Despedidas"neste link.


quinta-feira, 10 de abril de 2025

.: "Piquenique na Estrada": clássico da ficção científica soviética é relançado


Publicado originalmente em 1972 pelos irmãos Arkádi e Boris Strugátski, o livro "Piquenique na Estrada" se tornou um dos romances mais emblemáticos da ficção científica soviética. Agora, a Editora Aleph, que trouxe o livro em 2017 com grande sucesso, relança a obra em duas versões, brochura e capa dura, permitindo que novos leitores entrem em contato com essa narrativa intrigante e cheia de reflexões existenciais.

A história se passa após um breve e misterioso evento de origem extraterrestre. Diferente da expectativa comum sobre contatos alienígenas, os visitantes não interagem com os humanos, apenas deixam rastros enigmáticos em algumas áreas chamadas Zonas. Essas regiões são perigosas e desafiadoras, repletas de objetos que a humanidade não consegue compreender completamente. Daqui é que surgem os dilemas de não ter respostas, mas apenas sinais.

Redrick Schuhart, um stalker, ganha a vida explorando de forma ilegal uma dessas Zonas em busca de artefatos de valor. Ele é um homem comum, guiado pela necessidade e pelo desejo de sobrevivência, e suas incursões o colocam em confronto direto com os riscos físicos e psicológicos desse ambiente estranho e hostil. 

A falta de explicação sobre os visitantes e seus propósitos intensifica o caráter enigmático do romance. Em um dos momentos mais marcantes da história, Redrick clama: "Pois nunca, jamais vendi minha alma para ninguém! Ela é minha, humana! Extraia de mim o que eu desejo, pois não é possível que eu deseje algo mau...". A cena resume a impotência do ser humano diante do desconhecido e a busca desesperada por significado. Cada página do livro transporta o leitor para essa terra invadida.

Diferente de obras tradicionais de ficção científica, Piquenique na Estrada não oferece respostas fáceis. A obra tem um tom irônico e sua abordagem realista fazem dele um romance que questiona tanto a ciência quanto a moralidade humana. A metáfora do piquenique – onde os alienígenas seriam viajantes que deixaram lixo sem se preocupar com os "animais" ao redor – sugere um universo indiferente às nossas questões existenciais. Compre o livro "Piquenique na Estrada" neste link.

Sobre os autores
Nascido em Leningrado, Arkádi Strugátski junto com seu irmão Boris, foram os mais famosos escritores de ficção científica da União Soviética. Antes de começar a escrever, Arkádi trabalhava como tradutor e intérprete de inglês e japonês. Entre 1958 e 1991, escreveram, em parceria, mais de 20 romances e novelas, além de diversos contos e peças de teatro. Um de seus romances mais famosos, "Piquenique na Estrada", foi adaptado para o cinema por Andrei Tarkóvski, no filme Stalker (1979). A obra foi tão elogiada que ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Cannes no ano seguinte. Alguns anos mais tarde, em 2001, o livro dos Strugátski ganhou sua versão em game. O jogo "S.T.A.L.K.E.R.", assim como no livro, fala sobre as zonas de visitação e faz um paralelo com o desastre de Chermobyl. O game já tem quatro versões e vendeu mais de 5 milhões de cópias. Ainda nos dias de hoje, Piquenique na Estrada é aclamado na Rússia e nos países do leste europeu, em parte graças às suas críticas aos governos totalitários. 

Nascido em Leningrado, Boris Strugátski e seu irmão Arkádi, foram os mais famosos escritores de ficção científica da União Soviética. Antes de começar a escrever, Boris, trabalhava como astrônomo e engenheiro de computação. Entre 1958 e 1991, escreveram, em parceria, mais de 20 romances e novelas, além de diversos contos e peças de teatro. Um de seus romances mais famosos, "Piquenique na Estrada", foi adaptado para o cinema por Andrei Tarkóvski, no filme "Stalker" (1979). A obra foi tão elogiada que ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Cannes no ano seguinte. Alguns anos mais tarde, em 2001, o livro dos Strugátski ganhou sua versão em game. O jogo "S.T.A.L.K.E.R.", assim como no livro, fala sobre as zonas de visitação e faz um paralelo com o desastre de Chermobyl. O game já tem quatro versões e vendeu mais de 5 milhões de cópias. Ainda nos dias de hoje, Piquenique na Estrada é aclamado na Rússia e nos países do leste europeu, em parte graças às suas críticas aos governos totalitários. Garanta o seu exemplar de "Piquenique na Estrada" neste link. 

.: "Brigada Ligeira", 1° livro de Antonio Candido, é relançado pela Todavia


O livro "Brigada Ligeira", publicado em meados de 1945 na coleção Mosaico da Livraria Martins Editora, foi o primeiro livro de Antonio Candido e reúne alguns artigos da sua coluna semanal “Notas de Crítica Literária”, na Folha da Manhã, atual Folha de S.Paulo, jornal de que foi “crítico titular”, como se dizia, de janeiro de 1943 a janeiro de 1945, tendo começado esta atividade em 1941 na revista Clima.

Salvo dois artigos, o primeiro sobre "O Amanuense Belmiro" (1936), de Ciro dos Anjos, outro sobre "Monsieur Ouine" (1943), de Georges Bernanos, eles formam um conjunto sobre a narrativa brasileira da década de 1940, rica no gênero, representado aqui por obras que vão do realismo urbano de Érico Veríssimo em um de seus melhores livros, "O Resto É Silêncio", até o curioso experimento de cunho surrealista de Rosário Fusco, "O Agressor", tendo de permeio "A Quadragésima Porta", de José Geraldo Vieira, exemplo raro entre nós de romance cosmopolita, saturado de cultura. Além destes, há artigos sobre dois exemplos da ficção “nordestina”, que foi um dos veios mais importantes da literatura brasileira imediatamente posterior ao Modernismo: "Terras do Sem Fim", de Jorge Amado, e a maior obra de José Lins do Rego, "Fogo Morto".

Devem ser destacados também o ensaio sobre Oswald de Andrade, primeira tentativa de análise do conjunto da sua obra ficcional, e os artigos sobre os livros de dois jovens autores então desconhecidos: "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector, e "A Marca", de Fernando Sabino. Ao avaliá-los positivamente, sobretudo ao chamar a atenção para o caráter inovador do primeiro, Antonio Candido estava não apenas prevendo a grande voga de ambos, mas cumprindo uma das tarefas principais do “crítico titular”, isto é, localizar novos talentos. 

Naquela mesma altura, aliás, ressaltaria o valor de outro estreante, este em poesia: João Cabral de Melo Neto. Quanto ao romance "Monsieur Ouine", é interessante lembrar que durante a Segunda Guerra Mundial pelo menos dois editores franceses publicaram no Rio de Janeiro livros na sua língua, inclusive este, cujo autor viveu no Brasil de 1938 a 1945. Mais tarde, certos críticos da França admitiram que seus colegas brasileiros souberam avaliar melhor, desde logo, a importância de "Monsieur Ouine", publicado aqui de maneira imperfeita e considerado posteriormente, por muitos, a obra-prima de Bernanos. Compre o livro "Brigada Ligeira" neste link.


Sobre o autor
Antonio Candido de Mello e Souza
 nasceu no Rio de Janeiro, em 1918. Crítico literário, sociólogo, professor, mas sobretudo um intérprete do Brasil, foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Candido partilhava com Gilberto Freyre, Caio Prado Jr., Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda uma largueza de escopo que o pensamento social do país jamais voltaria a igualar, aliando anseio por justiça social, densidade teórica e qualidade estética. Com eles também tinha em comum o gosto pela forma do ensaio, incorporando o legado modernista numa escrita a um só tempo refinada e cristalina. É autor de clássicos como "Formação da Literatura Brasileira" (1959), "Literatura e Sociedade" (1965) e "O Discurso e a Cidade" (1993), entre diversos outros livros. Morreu em 2017, em São Paulo. Garanta o seu exemplar de "Brigada Ligeira" neste link.

Ficha técnica
Livro "Brigada Ligeira"
Autor: Antonio Candido
Lançamento: 7 de maio de 2025
Gênero: não-ficção brasileira
Categoria: literatura brasileira - ensaio
Capa: Oga Mendonça
Número de páginas: 120
ISBN: 978-65-5692-805-0
E-ISBN: 978-65-5692-796-1
Compre o livro neste link.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

.: Spin-off de série de quadrinhos criada por Keanu Reeves chega ao Brasil


Após o best-seller da maxissérie "BRZRKR", ator lança seu primeiro livro sobre o mesmo universo, que já tem adaptações planejadas para o audiovisual, incluindo um filme e uma série de anime pela Netflix.


A editora Jangada lança no Brasil “o livro de algum outro lugar” – grafado assim mesmo, em letras minúsculas. A obra é a mais nova expansão do universo criado por Keanu Reeves e pelo roteirista de quadrinhos Matt Kindt, no qual Unute (ou simplesmente B), uma espécie de super-herói/anti-herói (baseado em sua própria aparência), narra a saga de um guerreiro imortal em uma jornada milenar para compreender sua imortalidade, numa trama que une ficção científica, fantasia, ficção histórica e mitologia, tudo isso com uma grande dose de existencialismo.

Escrito a quatro mãos, em "o livro de algum outro lugar", a colaboração entre Keanu Reeves e China Miéville resultou em uma narrativa que mescla estilos distintos. Eles criaram uma experiência literária única, na qual brindam o leitor com três tipos de narrativas que se interpenetram. Na primeira, um soldado de 80 mil anos de idade que busca uma saída para ter a possibilidade de morrer, tornando-se uma cobaia do exército dos Estados Unidos – que busca formas de replicar sua habilidade. Na segunda, surgem histórias narradas em terceira pessoa no tempo presente, na qual aparecem pessoas que, ao longo de milênios, tiveram suas vidas ligadas a Unute de alguma forma. E finalmente há capítulos narrados na segunda pessoa, nos quais o próprio Unute revela pensamentos e histórias sobre ele mesmo.

A história se passa em um universo alternativo ao da série de quadrinhos "BRZRKR" (se pronuncia Berzerker), uma referência aos Berserkers, guerreiros ferozes da mitologia nórdica conhecidos por entrar em um estado de fúria incontrolável durante as batalhas. Lançado pela BOOM! Studios, o primeiro volume vendeu mais de 615 mil cópias em 2021, tornando-se a HQ mais bem-sucedida desde "Star Wars #1", em 2015.

Para os que ainda não estão familiarizados com a narrativa de China Miéville, ele é um renomado autor britânico de ficção especulativa, conhecido por suas obras que mesclam fantasia sombria, ficção científica e horror, associadas ao movimento “New Weird”, no qual é reconhecido como uma das figuras centrais no desenvolvimento desse subgênero literário.

Sobre as adaptações para o audiovisual, já se sabe que Justin Lin – diretor que reviveu a franquia "Velozes & Furiosos" e dirigiu "Star Trek Sem Fronteiras" –  vai comandar a adaptação para o cinema de "BRZRKR". Lin também será produtor da série em anime da Netflix, que terá duas temporadas.

Por meio de uma narrativa assombrosa e comovente, o livro de algum outro lugar se passa no mesmo universo, e pode ser lido como obra independente, como um épico alucinante sobre antigos poderes, uma guerra moderna e um renegado que não pode morrer, que com certeza encantará os fãs já existentes de "BRZRKR", e trará ainda milhares de novos admiradores. Compre “o livro de algum outro lugar” neste link.

Sobre os autores
Keanu Reeves deixou uma marca indelével no mundo do entretenimento por meio dos diversos papéis que desempenhou, sendo mais conhecido pelos célebres papéis nas franquias Matrix e John Wick. Reeves fez sua estreia como escritor de quadrinhos em 2021, com "BRZRKR", uma série limitada de doze edições distribuída pela BOOM! Studios, que logo se tornou a série original de quadrinhos mais vendida em mais de 25 anos, com 615 mil cópias vendidas do primeiro volume. Em 2023, ele voltou às telonas em John Wick 4: Baba Yaga, filme que se tornou a maior bilheteria da franquia. Entre seus outros projetos recentes estão "The Matrix Resurrections", "John Wick 3: Parabellum", "Meu Eterno Talvez", "Toy Story 4" e o videogame "Cyberpunk 2077". Criado em Toronto, Reeves atuou em várias produções teatrais locais e na televisão antes de se mudar para Los Angeles.

China Miéville é autor best-seller de ficção e não ficção do New York Times. Renomado autor britânico de ficção especulativa, ele é conhecido por suas obras que mesclam fantasia sombria, ficção científica e horror, associadas ao movimento “New Weird”, e reconhecido como uma das figuras centrais no desenvolvimento desse subgênero literário. Beneficiado da Guggenheim Fellowship for Fiction, Miéville ganhou os prêmios World Fantasy, Hugo e Arthur C. Clarke, entre outros. Entre suas obras de não ficção há um estudo de direito internacional e uma história sobre a Revolução Russa. Garanta o seu exemplar de “o livro de algum outro lugar” neste link.

.: Companhia das Letras vai publicar novo livro de memórias de Patti Smith

A Companhia das Letras vai lançar o novo e aguardado livro de memórias de Patti Smith no primeiro semestre de 2026. Foto: Steven Sebring

No primeiro semestre de 2026, a Companhia das Letras vai lançar “Bread of Angels” (ainda sem título em português), o tão aguardado livro de memórias de Patti Smith. A publicação mundial da obra é anunciada 15 anos após a publicação de "Só Garotos", clássico vencedor do National Book Award, e encerrando a turnê do 50º aniversário de "Horses", o primeiro álbum da artista. “Levei uma década para escrever este livro, lidando com a beleza e a tristeza de uma vida. Espero que as pessoas encontrem algo de que precisam”, diz Smith.

Em seu trabalho mais íntimo e visionário, Smith descreve sua infância pós-Segunda Guerra Mundial na periferia da Filadélfia e sul de Nova Jersey, sua adolescência quando os primeiros vislumbres de arte e romance se consolidam, sua ascensão como ícone do punk rock, até seu afastamento da vida pública, quando conhece seu único amor verdadeiro e começa uma família às margens do Lago Saint Clair, em Michigan. Quando Smith sofre perdas profundas, também retorna à escrita, a única constante em um caminho de vida impulsionado pela liberdade artística e pelo poder da imaginação. A Companhia das Letras vai lançar o livro nos formatos impresso e digital.


Sobre a autora
Patti Smith
nasceu em 1946 em Chicago, nos Estados Unidos. Patti ganhou reconhecimento nos anos 1970 por sua fusão revolucionária de poesia com rock, e seu disco "Horses", tido como precursor do punk, é considerado um dos álbuns mais influentes de todos os tempos. Além da carreira musical, publicou volumes de poesia como "Babel" (1978) e "Auguries of Innocence" (2005). Dela, a Companhia das Letras publicou "Só Garotos", "Linha M", "Devoção" e "O Ano do Macaco"

terça-feira, 8 de abril de 2025

.: "Desterros": primeiro livro de Natalia Timerman é relançado pela Todavia


"Desterros", o primeiro livro de Natalia Timerman, ganha uma nova edição pela editora Todavia. Da autora de "Copo Vazio" e "As Pequenas Chances", o livro narra de maneira límpida as histórias de pessoas que passaram por um hospital penitenciário. Este livro de não ficção nasceu do trabalho de Natalia Timerman no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, onde atuou na interconsulta e na enfermaria psiquiátrica.

Natalia se aproxima de onde loucura e violência se encontram. A medicina não basta, tampouco a justiça, mas a literatura abarca o que o veredito do juiz não consegue, nem o prontuário permite. A autora narra os pacientes sem deixar de lado seu entorno e ela mesma. Honesta, ela se coloca como objeto: “Tornei-me, também, parte do absurdo”. Este livro de não ficção nasceu do trabalho de Natalia Timerman no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, onde atuou na interconsulta e na enfermaria psiquiátrica. Compre o livro "Desterros", de Natalia Timerman, neste link.


O livro, por Andrea Del Fuego
Este é o primeiro livro de Natalia Timerman. O primeiro livro é de não-ficção e isso traz luz frontal aos de ficção que vieram depois: a amplidão e a pesquisa pela dor já estavam lá. Psiquiatra de formação, Natalia queria fazer letras, curso que levou em concomitância. Até descobrir que a psiquiatria era lugar de palavra como porta de entrada para a escuta radical. "Desterros" nasceu de seu trabalho no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, onde atuou na interconsulta e na enfermaria psiquiátrica.

Entre presos, carcereiros, médicos, vemos pessoas em franca queimadura do mundo. Donamingo atravessa o livro, mulher angolana presa por tráfico que se descobriu grávida na prisão. Há o relato de Gustavo e Heitor, num leito de enfermaria, ambos sem andar, um por tiro da polícia, outro por infecção, Gustavo se apaixona, ficam lado a lado, “mas era um amor tão próximo quanto impossível”. Damião, pele e osso, vinte dos seus cinquenta anos trancado o dia todo num recinto sem janela. Alan cortou os próprios testículos, Romualdo cortou o dedo do pé, Gessé, para não ser tirado do hospital, aumentava a ferida da própria barriga deixando as vísceras à mostra.

Natalia se aproxima de onde loucura e violência se encontram. A medicina não basta, tampouco a justiça, mas a literatura abarca o que o veredito do juiz não consegue, nem o prontuário permite. Natalia narra os pacientes sem deixar de lado seu entorno e ela mesma. O texto é literário, não se trata de um exame de imagem, feito com a distância da técnica, quando a medicina ela mesma trocou os sintomas pelos sinais.

Natalia faz um exame do sentido, da dramaturgia dos corpos e das falas. Tampouco é uma escritora observando a dor tal um pintor retratando uma natureza morta, pelo contrário. É da observação que estas duas áreas impõem (literatura e medicina) que, tanto quem adoece, como quem lê, se vê diante de uma hermeneuta da palavra ainda sem nome. Na literatura, seu repertório se desdobra. Honesta, ela mesma se coloca como objeto: “Tornei-me, também, parte do absurdo”.

O que disseram sobre o livro
"Trabalhando como médica em um hospital-prisão, Natalia escuta com desassombro, depois elabora seu espanto e escolhe as palavras certas para compartilhar neste livro histórias emocionantes, de pessoas iguais a nós, demasiadamente humanas, que muitos preferem tachar de monstros ou fingir que não existem". — Bruno Paes Manso

“Apesar da aridez, Desterros também se constitui como um esforço de humanização pela palavra. No cárcere, o silêncio é uma imposição e a subjetividade é reprimida. Sendo assim, o ato de nomear, de narrar e reconhecer história se torna fundamental. Onde a fala é reprimida, a palavra dimensiona e desafia a lógica punitiva, restituindo a humanidade.” — Juliana Borges

Sobre a autora
Natalia Timerman
 nasceu em 1981, em São Paulo. É médica psiquiatra pela Unifesp. Pela Todavia, publicou "Copo Vazio" (2021) e "As Pequenas Chances" (2023). Garanta o seu exemplar de "Desterros", escrito por Natalia Timerman, neste link.

Ficha técnica
Livro "Desterros"
Autora: Natalia Timerman
Categoria: não-ficção brasileira
Capa: Julia Masagão
Número de páginas: 176
ISBN: 978-65-5692-811-1
E-ISBN: 978-65-5692-801-2
Compre o livro neste link.

sábado, 5 de abril de 2025

.: "Nós: o Atlântico em Solitário" traz Tamara Klink em audiobook gratuito


Lançado pela Companhia das Letras, o livro "Nós: o Atlântico em Solitário", escrito pela navegadora, arquiteta e poeta Tamara Klink, acaba de virar um audiobook na voz da própria autora e será disponibilizado gratuitamente por tempo limitado no seu tocador de podcast favorito. A publicação será dividida em seis partes, uma por semana, às sextas-feiras, e já conta com um episódio, lançado na última sexta-feira, dia 4 de abril. Além disso, no novo episódio do podcast Rádio Companhia, ela fala sobre as leituras que a inspiram e a escrita como parte de sua jornada. 

Em "Nós: o Atlântico em Solitário", a autora compartilha os maiores medos e desafios (físicos e psicológicos) que enfrentou durante a viagem que a tornou a pessoa mais jovem do Brasil a cruzar o Atlântico sozinha em um veleiro aos 24 anos. O livro descreve os triunfos e percalços dessa expedição. Em 2021, em plena pandemia, a navegadora partiu da França com o objetivo de chegar até a costa brasileira pelo mar. Nessa empreitada ambiciosa, contou apenas com a companhia permanente de seu caderno e do barco, Sardinha. 

À distância, teve o apoio (e também a preocupação) constante da família, dos amigos, de Henrique - conselheiro de primeira hora -, e dos admiradores nas redes sociais, que seguiram a viagem praticamente em tempo real. Em meio a vitórias, fracassos, temores e desvios de percurso, a obra convida a embarcar numa jornada corajosa, feita de deslocamentos físicos, mas sobretudo de impressionantes superações psicológicas. Compre o livro "Nós: o Atlântico em Solitário", escrito por Tamara Klink, neste link.


Sobre a autora
Tamara Klink
 nasceu em São Paulo, em 1997. Navegadora, arquiteta e poeta, é autora de "Mil Milhas" - livro que narra sua primeira viagem em solitário, pelo Mar do Norte, em 2020 — e da coletânea de poemas "Um Mundo em Poucas Linhas", ambos publicados em 2021 pela editora Peirópolis. Garanta o seu exemplar de "Nós: o Atlântico em Solitário", de Tamara Klink, neste link.

.: Em "A Pele em Flor", Vinicius Neves Mariano investiga o "mal do senhor"


O delicado elo entre passado e futuro é o fio condutor dos seis textos de "A Pele em Flor", coletânea inédita de Vinícius Neves Mariano, lançada pela editora Alfaguara. Autor de "Velhos Demais para Morrer", finalista do Prêmio Jabuti, o autor conduz seus personagens por trajetórias das quais emergem com uma nova consciência, prontos para florescer em direção a um novo futuro.

No conto de abertura do volume, Vinícius — o narrador que se confunde com o escritor — testemunha no café de uma livraria uma funcionária negra ser humilhada porque errou o pedido. Perplexo, ele ouve o amigo Henrique, que também presencia a cena, explicar o ocorrido como sintoma de uma doença: o “mal do senhor”. Vinícius decide, então, investigar essa grave mazela que, assim como a narrativa do conto, entrelaça realidade e fabulação.

Em “Fawohodie”, uma releitura brilhante e provocativa do "Aleph" de Borges, Mariano questiona não só o que é digno do cânone literário, mas quem pode ocupar esse posto e quais temas são pertinentes na chamada “alta literatura”. As tradições e heranças culturais e simbólicas são a chave para os personagens de A pele em flor entenderem suas emoções e construírem seu lugar no mundo. Na busca pela própria individualidade, eles encontram ressonância no coletivo. Compre o livro "A Pele em Flor" neste link.


O motivo que inspirou o livro: um relato chocante
"Foi graças a uma xicarazinha de café adoçado que ouvi, pela primeira vez, sobre o 'mal do senhor' - o que é bem simbólico pensando agora, já que essa história tem raízes tanto nas plantações de cana-de-açúcar quanto nas de café. Eu estava no Rio de Janeiro na companhia do Henrique (Henrique Marques Samyn, escritor, crítico literário, professor da Uerj, entre tantas outras coisas) quando a cena aconteceu"...

"Conversávamos em uma mesa no segundo andar da Livraria da Travessa, em Ipanema. Eu ficaria pouco tempo na cidade, estava ali a trabalho, por isso pedi que nosso encontro se desse em algum lugar perto do escritório; a livraria fica do lado. Henrique estava eufórico: no fim de semana anterior, seu Botafogo havia vencido o Flamengo por três a dois no Carioca, depois de anos de freguesia. Acabou o tabu! Seria um ano fantástico no Brasileirão — palavras do Henrique —, e ele tentava me convencer dos benefícios das saf para os clubes de futebol quando o escarcéu nos assustou"...

"Três ou quatro mesas à nossa direita, uma senhora berrava com uma atendente. Meu susto foi tão grande que até hoje consigo me lembrar de muitos detalhes daqueles poucos segundos em que tudo aconteceu: a senhora tinha por volta de 70 anos, era branca, estava bastante maquiada e tinha os cabelos pintados de um loiro muito amarelo. Usava um bom número de pulseiras e anéis — e me lembro dessa particularidade porque, depois da primeira leva de gritos, deu um tapa na mesa e o barulho se confundiu: o chacoalhar das pulseiras, o tilintar dos anéis no tampo de pedra e o ruído agudo da xícara de louça tombando"...

"Meus ombros deviam estar arqueados e minha cabeça encolhida entre eles, assim como os do Henrique, que também se contraiu no instante em que a xícara virou. O café escorreu pelo tampo e a atendente tentou conter o líquido com um paninho que tirou do bolso da frente do avental. Era uma menina negra, de pele retinta, que não devia ter mais de 20 anos; usava o uniforme do estabelecimento e tinha os cabelos presos. Me compadeci"...

"Àquela altura, não havia mais ninguém que não estivesse se contorcendo para tentar entender o que acontecia ali. Exaltada, a senhora se levantou e começou a juntar seus pertences: óculos, celular, bolsa. Teve o cuidado de arrumar qualquer fio de cabelo amarelo que pudesse ter saído do lugar durante o ataque. Estava constrangida, mas com a convicção inabalada. Era o seu direito, parecia pensar, não podia deixar barato"...

"A centímetros dela, ainda mais constrangida, ainda mais assustada que todos nós, a atendente se curvou para limpar a bagunça causada pelo tapa. Era fácil perceber como estava chocada: os gestos pareciam frágeis e inseguros, sua voz soou trêmula, e só foi possível ouvi-la porque estávamos em silêncio absoluto. Pediu desculpas pelo erro e tentou se justificar alegando um engano na cozinha. Mas aquilo só resultou em outra erupção de gritos"....

"Foi no segundo berreiro que conseguimos entender o que se passara: a senhora havia pedido um cappuccino, que é servido sem açúcar, e a atendente trouxe um mocaccino, que já vem adoçado porque leva chocolate. A jovem não negava o erro e pedia que a cliente compreendesse. Por sua vez, a senhora, que não era diabética, alegava que, se fosse, poderia ter morrido - palavras dela. O tumulto não durou mais que um minuto. Talvez até metade disso"...

"É o estado de alerta que insiste em acumular detalhes e acaba dando à cena uma duração mais longa do que teve na realidade. A gerente agiu rápido: se aproximou com gestos exagerados de subserviência (cabeça baixa, ombros encolhidos, tom de voz suave) e conseguiu conduzir a senhora até as escadas; solícita, ofereceu a mão como apoio para ajudá-la a descer. A idosa pareceu se acalmar com a complacência habilidosa, ainda que uma indignação incrédula arrebatasse suas expressões e seus gestos"...

"Apoiada na mão da gerente — convém registrar que também era branca —, desceu as escadas e em poucos segundos já não era mais possível vê-la. Mas podíamos ouvi-la: antes que a distância cuidasse de desaparecer com sua voz, ainda escutamos uma firme recomendação de que demitissem a funcionária. Um dia ela vai acabar matando alguém, garantiu. Então não a ouvimos mais"...

"A atendente tentava recolher a xícara e o pires que causaram tamanho alvoroço, mas, como tremia, deixou a xícara tombar mais uma vez. O casal da mesa ao lado tentou ajudá-la: o homem ajeitou a xícara no pires e usou um guardanapo para limpar os últimos respingos de café na mesa; a mulher pousou a mão no ombro da menina, oferecendo algum consolo. Então a atendente agradeceu com um menear mínimo de cabeça, recolheu o que faltava e sumiu pela porta da cozinha"...

"O ruído sincronizado dos pés das cadeiras arranhando o piso indicou que, assim como eu, os demais fregueses retornaram a suas posições iniciais. Qualquer clima ruim que pudesse ter pairado sobre o ambiente se dispersou em poucos instantes, e logo o burburinho das conversas voltou ao normal. Comentei com Henrique sobre o absurdo de tudo aquilo por conta de um motivo tão esdrúxulo; bastava pedir para trocar o café. Notei que ele estava disperso, percorrendo o olhar pelo trajeto entre a escada e a cozinha. Talvez tentasse perceber — e intervir, caso necessário — se a sugestão da idosa seria acatada. Desatento, respondeu apenas: 'É o mal do senhor. Não precisa de muito'."


O que disseram sobre o livro
“As narrativas de Vinícius Neves Mariano são assombradas pelo passado. Os textos de A pele em flor são povoados por pessoas que procuram seu lugar no mundo, compartilhando um denominador comum: a cor da pele. Aí está o que as configura racialmente, determinando quais espaços (restritos) podem ocupar e quais caminhos (estreitos) podem percorrer na labiríntica sociedade brasileira. Na esteira da tradição literária negra, Vinícius demonstra que cada um desses personagens representa uma singularidade: que, para além dos estereótipos impostos pelos discursos hegemônicos, nenhuma vida negra é redutível à insignificância dos lugares-comuns. Desse modo, imersos em seus negros dramas, os personagens de A pele em flor buscam recuperar não apenas seus sentidos próprios; mas, em última instância, a humanidade que nos foi usurpada.” Henrique Marques Samyn, poeta, escritor, professor e doutor especializado em literatura negra.


Sobre o autor
Vinícius Neves Mariano
 nasceu em Alfenas, no sul de Minas Gerais. É autor de "Empate" (2015) e "Velhos Demais para Morrer" (2020), romance vencedor do Prêmio Malê de Literatura e finalista do prêmio Jabuti. É roteirista e produtor audiovisual. Seu terceiro livro,  "A Pele em Flor", é a primeira obra que publica pela Alfaguara. Garanta o seu exemplar de "A Pele em Flor" neste link.


Serviço
Livro "A Pele em Flor" 
Autor: Vinícius Neves Mariano
Número de páginas: 136
Compre o livro neste link.

segunda-feira, 31 de março de 2025

.: Livro sobre saúde mental e armadilhas do nosso "crítico interno" chega ao Brasil


“Sou uma fraude, sou preguiçoso, preciso trabalhar mais. Preciso ser mais durão, mais divertido, mais calmo. Preciso ficar quieto, parecer bonito, parar de me exibir. Preciso dar preferência aos outros, preciso estar em primeiro lugar. Preciso ser perfeito. Preciso esconder quem sou de verdade...”. 
Se essas afirmações lhe parecem familiares, saiba que você não é o único a ouvi-las. 

Isso é o que afirma Neal Allen, ex-jornalista e executivo empresarial, com mestrado em Ciência Política pela Universidade de Columbia e em Clássicos Orientais pela St. John’s College, que largou sua carreira para se dedicar a ajudar as pessoas a encontrar a voz de seu crítico interno e aprender a lidar com ele de forma saudável. Em seu mais novo livro “A Arte de Viver Dias Melhores”, publicado pela editora Cultrix, Neal analisa um aspecto fundamental da psique humana que de modo geral é ignorado: o superego.

Fundamentado na ideia freudiana de que o superego forma necessariamente a consciência moral de uma pessoa, o autor explica como essa voz em sua cabeça se desenvolve na infância como um mecanismo de sobrevivência, mas, quando já não é necessária para proteção, se aloja na mente como uma espécie de “parasita pessoal”, algo impróprio para ela. Por meio de reflexões inteligentes e exercícios simples, Allen promete levar seus leitores ao encontro, ao confronto e, por fim, ao controle do crítico interno. 

Ao se livrar do fardo do superego e ao saber escutá-lo, sem ser tiranizado por ele, o autor afirma que “você poderá superar padrões desgastados de recompensa e punição, reduzir o falatório interno que o prejudica e, enfim, abrir espaço para a vida que merece – uma vida que seja mais tranquila e prazerosa”. O livro oferece ainda ao leitor exercícios e explorações simples e envolventes, capazes de levá-lo a encontrar confrontar e, finalmente, silenciar a voz punitiva que nos diz que não somos bons o suficiente. Leia um trecho do livro:


“Ouça a voz em sua cabeça, aquela voz que o perturba quando você não dá conta dos seus afazeres. Preste atenção nesse momento e ouça o que ela lhe diz. Quais são suas inflexões? Você já ouviu essas modulações antes? Elas lhe lembram alguém? Em minha experiência com clientes, a grande maioria percebe que a voz do superego soa como a voz da mãe quando irritada. Para outros, assemelha-se mais à do pai. Alguns não conseguem diferenciá-la da própria voz e alguns poucos não a ouvem. Mas ela está aí, e, na medida em que você tiver conflitos diários com outras pessoas, seu superego estará ativo nos bastidores. Os psicólogos chamam o processo que introduz um superego em nossa vida de “introjeção” [...] Enquanto isso, ouça a voz dele. Quanto mais você prestar atenção, mais potente ela se tornará e mais fácil será ouvi-la. Apenas ouça. Não reclame nem faça nada a respeito. Quando você captar sua inflexão, pare por um segundo e identifique-a. ‘Esse é o meu superego.’ Isso é tudo o que você precisa fazer. ”
  – Neal Allen


Sobre o autor
Neal Allen é escritor, orientador espiritual e palestrante que assumiu como missão principal remover os obstáculos do ego. Ex-jornalista e executivo empresarial, tem mestrado em Ciência Política pela Universidade de Columbia e em Clássicos Orientais pela St. John’s College. Reside com a esposa, a escritora Anne Lamott, no norte da Califórnia. Compre o livro “A Arte de Viver Dias Melhores” neste link.

Ficha técnica
Livro " A Arte de Viver Dias Melhores"
Autor: Neal Allen
Editora: Cultrix
Número de páginas: ‎222
Compre o livro neste link.

domingo, 30 de março de 2025

.: Cássio Zanatta capta a beleza dos instantes no livro "Então, Viver É Isso"


Com olhar sensível e um toque de ironia, o autor apresenta uma seleção de crônicas que transforma momentos cotidianos em reflexões sobre nostalgia, saudade, simplicidade, morte e a persistência da esperança. A poesia do cotidiano, o humor da observação e a delicadeza da memória dão o tom de "Então, Viver É Isso", novo livro de Cássio Zanatta, lançamento da Maralto Edições. Reunindo textos escritos entre 2018 e 2023, o autor apresenta uma seleção de crônicas que transitam por temas diversos, sempre guiadas pelo olhar atento e bem-humorado que marca sua escrita.

Entre lembranças do pai, as incertezas da covid-19, reflexões sobre a passagem do tempo e cenas inusitadas da vida urbana, Zanatta transforma acontecimentos corriqueiros em narrativas que provocam o leitor, traduzindo com simplicidade e lirismo a essência de estar vivo, que para ele é uma mistura de dor e alegria, risco e oportunidade.

“Procurei adotar dois critérios para a escolha dos textos”, explica o autor, “um, mais afetivo: escolhi aqueles que traduzem melhor minhas percepções e valores e que, mesmo se tratando de crônicas, têm a qualidade ou a pretensão de não serem tão efêmeros, de durarem um pouco mais; outro, mais objetivo: escolhi os que explicassem, ou dessem sentido ao título do livro. Que procurassem apontar – sem muito estardalhaço – por que, afinal de contas, é bom estar por aqui”.

As crônicas, que captam a beleza dos instantes aparentemente desimportantes, também propõe uma reflexão sobre os desafios da vida. O autor, que convive com a esclerose múltipla, poderia ter se rendido ao pessimismo, mas escolheu o espanto das pequenas maravilhas. Em “Continuo eu”, ele demonstra todo seu apreço pela simplicidade, a conexão com os outros e a aceitação de si mesmo:

Sigo alegre enquanto morrendo de saudades. De olho no que as nuvens e o vento podem aprontar. De butuca nas abelhas, buracos na calçada e na incompreensão entre os homens que nunca passa. Sempre atento às mixuruquices. Essa alma de tatu, a timidez que me amarra, as amizades de 50 anos, a aspereza nas mãos, a falta de foco agravada pelos olhos que decidiram ir cada um para um lado. De diferente, um certo andar de bêbado quando nada bebi e o despertar no meio da madrugada, quando custo um pouco a dormir, a máquina do pensamento posta a trabalhar com fúria na hora errada. Continuo nos filhos, tão bonitos e boas pessoas. Machado de Assis se chatearia comigo, mas transmiti a duas criaturas o legado de nossa miséria.

Então, viver é isso conta com ilustrações de José Carlos Lollo, amigo e parceiro de longa data de Zanatta. Em total liberdade criativa, ele traduz visualmente os textos, ampliando o universo das crônicas. “Desenhar para o Cássio é a coisa mais natural, é como se fizéssemos isso a vida inteira”, reflete Lollo. “O texto dele, mesmo que inédito, é familiar para mim, eu só tenho que buscar o que mostrar do que está escondido lá. A maioria dos desenhos foi feita com bico de pena e aquarela, mas também utilizei retalhos, linha de costura e um papel de carta antigo de um estoque dos anos 1950. Foram feitos vários estudos e, conversando com o Zanatta, fizemos uma seleção”.

Inspirado pela poesia e pela prosa de mestres como Rubem Braga, Fernando Sabino e Manuel Bandeira, Zanatta tece uma colcha de retalhos literária que acolhe o leitor e o convida para uma conversa despretensiosa – seja numa mesa de bar ou num banco de praça. “Eu convido o leitor a reparar nas grandes pequeninices da vida. E, se possível, fazê-lo abrir um sorriso de, no máximo, um centímetro de altura – já seria uma vitória. Como diria o psicoterapeuta argentino Fernando Ulloa, falar de ternura nestes tempos de ferocidades não é nenhuma ingenuidade. É um conceito profundamente político. É pôr o acento na necessidade de resistir à barbarização dos laços sociais que atravessa nossos mundos”, finaliza Cássio Zanatta.

"Então, Viver É Isso" já está à venda no e-commerce da Maralto Edições e em livrarias parceiras. A obra também faz parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada para escolas de todo o país.


Sobre o autor
Cássio Zanatta nasceu em São José do Rio Pardo (SP) e já atuou como revisor, publicitário (redator e diretor de Criação) e sobretudo como cronista. Publica regularmente nas revistas Rubem e The São Paulo Times, além dos jornais Rascunho e A Tribuna. É autor dos livros de crônicas A menor importância (2016), O espantoso nisso tudo (2018) e O máximo que eu consegui (2021).


Sobre o ilustrador
José Carlos Lollo
é desenhista, diretor de arte, autor de livros infantis e ilustrador. Trabalhou em importantes agências de propaganda e recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Publicou mais de 60 livros, entre eles: "O Livro das Coincidências" (com Rosana Rios, de 2007), "A Menina que Pescava Estrelas" (com José Carlos Aragão, de 2011), "O Caçador de Palavras" (com Ilan Brenman, de 2023). Com a escritora Blandina Franco, sua parceria é extensa, com livros como "Quem Soltou o Pum?" (2015) e "Avó Perfeita" (2017). Com essa parceira, o ilustrador conquistou vários prêmios: o Jabuti, o Selo Cátedra 10 da Unesco e uma Menção Honrosa do Bologna Ragazzi Digital Award.


Ficha técnica
Livro "Então, Viver É Isso"
Editora: Maralto Edições
Páginas: 176
Autor: Cássio Zanatta
Ilustrações: José Carlos Lollo
Vendas: www.maralto.com.br e livrarias parceiras

.: Como surgiram as cantigas de roda? Não sei, só sei que foi assim...

Contrarides, o homem mais mal-humorado da Ilha de Marajó, sonhou com uma profecia e foi resgatar a amada. Viu uma jovem indígena em apuros nas águas e a salvou, junto de seus animais de estimação: dois sapos-cururu, que passaram a viver à beira do rio. Já na Catalunha, Araquídia  era conhecida pelas estranhas promessas. Um dia, disse que a paróquia da cidade precisava estar pronta em um ano, mas, poucos minutos antes do prazo, percebeu um sino faltando no topo. Ela então propôs uma torre humana e a escalou para cumprir com o horário. Depois disso, foi apelidada de Dona Aranha. Como essas situações se tornaram cantigas de roda? Não sei... Só sei que foi assim.

Com uma homenagem a Ariano Suassuna e às mirabolantes histórias de Chicó, Fernanda de Oliveira torna a famosa frase de “Auto da Compadecida” em título de um projeto literário dividido em dois volumes. Além de Sapo-Cururu e Dona Aranha, "Só Sei que Foi Assim, Vol. 2" – a publicação mais recente da saga – narra as origens de Papagaio Louro, Alecrim Dourado, Terezinha de Jesus, Na Bahia Tem, Borboletinha, A Galinha do Vizinho e Carneirinho, Carneirão. Também há um conto surpresa sobre Ninoca, uma telefonista com talento nato para as anedotas e que criou tantas outras canções. Compre o livro "Só Sei que Foi Assim, Vol. 2" neste link.

Dizem que o casal deu às filhas os mesmos nomes das galinhas, para lhes prestar uma homenagem, pois graças às penosas é que puderam conviver mais em seus quintais abertos, acabando por se apaixonar. Bom, os nomes das gêmeas serem Crizelda e Tibúrcia já acho meio difícil, mas que as duas compuseram juntas a música “A galinha do vizinho”, aí eu tenho garantia. E entre certezas que se avizinham dela, só sei que foi paralelamente assim. ("Só Sei que Foi Assim, Vol. 2", p. 55)

As peripécias narradas em tom de fofoca celebram a diversidade brasileira ao ambientar enredos em todas as regiões, de Norte a Sul. Com 21 xilogravuras de J. Borges, um dos mais importantes artistas populares do país, e de Pablo Borges, a obra destaca a figura dos ciganos, a trajetória dos bandeirantes, a influência espanhola no país, as práticas alimentares e os diferentes dialetos.

Produzido a partir de uma extensa pesquisa sobre os hábitos de várias partes do Brasil, o livro dá continuidade ao primeiro volume e busca unir famílias ao dialogar com uma memória musical compartilhada por todos desde a infância. Para isso, as páginas apresentam QR Codes que conduzem às cantigas. Com arranjos de Giordano Pagotti e voz da própria Fernanda de Oliveira, as canções também homenageiam a cultura ao atravessar gêneros como xote, frevo, forró, maxixe, catira, baião, samba e toada.

Os textos valorizam o repertório estético do leitor, da criança ao adulto, por trazer uma linguagem rica e até rebuscada. “É um projeto que visita a história de cada brasileiro, quando envolvemos a produção da pamonha e do sabão, quando falamos da nossa caatinga, nossas lendas, nossa natureza, das grandes fazendas do interior, das ladeiras de Salvador, dos búfalos de Marajó, entre outros”, explica a autora. Também conhecida comFê Liz, ela faz jus ao apelido por sempre trazer um final feliz, típico do universo extraordinário e inocente da infância.


Sobre a autora
Conhecida como Fê Liz, Fernanda de Oliveira é escritora, compositora, cantora e produtora de peças de teatro com mais de 25 anos dedicados ao público infantojuvenil. Nascida em Brasília, atualmente mora em Copenhague, na Dinamarca, e realiza atividades culturais de aproximações entre o Brasil e diversos lugares do mundo. É autora de 37 obras infantojuvenis e já foi reconhecida por importantes instituições e projetos, como a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), o Selo Cátedra Unesco de Leitura da PUC-RIO, o PNLD e o selo AEILIJ, da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil. Por meio dos livros "Só Sei que Foi Assim, Vol. 1" e "Só Sei que Foi Assim, Vol. 2", promoveu uma exposição homônima no Consulado-Geral do Brasil em Barcelona, que também será feita na Embaixada do Brasil em Copenhague. Foto: Divulgação/Bruna Nacarato. Garanta o seu exemplar de "Só Sei que Foi Assim, Vol. 2" neste link.


Ficha técnica
Livro 
"Só Sei que Foi Assim, Vol. 2"
Autora: Fernanda de Oliveira
Editora: Melhoramentos
ISBN: ‎978-6555397857
Número de páginas: 72
Compre o livro neste link.

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