Mostrando postagens com marcador Helder Miranda. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Helder Miranda. Mostrar todas as postagens

sábado, 5 de outubro de 2024

.: Crítica: musical "Legalmente Loira" coloca o dedo nas feridas da sociedade


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Foto: Andreia Machado.

Com mais duas apresentações no Teatro Claro Mais SP, o musical "Legalmente Loira" é a maior surpresa do ano. Longe de ser panfletário ou didático, o espetáculo aborda de maneira leve temas pertinentes à realidade das mulheres e conduz o público a uma história cheia de camadas. Elle Woods não é somente a "loira legal" que marcou o cinema em 2001. Curiosamente, 23 anos depois os temas abordados no filme continuam atuais, diante de um mundo que retrocedeu no campo das ideias. 

No palco, defendendo o papel que levou Reese Witherspoon, ao estrelato, Myra Ruiz, que havia acabado de sair da sra. Wormwood em "Matilda", aparece diferente de todas as personagens que já interpretou e acrescenta um toque todo especial ao emblemático papel da loira inteligente que é subestimada por ser bonita. Ela distribui carisma, feminilidade e senso de humor em uma atuação memorável. Para os desavisados, é preciso dizer que "Legalmente Loira - O Musical ", com direção geral de John Stefaniuk e direção musical de Andréia Vitfer, não é apenas bom entretenimento. Esteticamente lindo, o espetáculo também é profundo, sensível e mágico.

Passam pela personagem tudo o que uma mulher nos dias de hoje precisa enfrentar, desde o assédio no ambiente de trabalho até a necessidade de se impor e se colocar à prova o tempo todo para conquistar o respeito dos outros, até mesmo de outras mulheres. É um espetáculo ancorado na figura de três figuras femininas fortes. Na pele da personagem icônica, Myra aparenta estar se divertindo nesse que é mais um grande momento na carreira. Ela vem marcando a história do teatro musical e lembra a trajetória de Kiara Sasso, atriz que nos anos 2000, com muita elegância, protagonizou montagens históricas de "A Bela e a Fera" (2002/2003), "O Fantasma da Ópera" (2005/2006), "A Noviça Rebelde" (2008/2009), "Jekyll & Hyde, o Médico e o Monstro" (2010) e "Mamma Mia!" (2010/2011).

Gigi Debei, com uma Vivienne Kensington brilhante, é o contraponto de Elle Woods no espetáculo. Desde a montagem memorável de "Heathers" no Teatro Viradalata (crítica neste link), a atriz vem se destacando com atuações marcantes. Esther Arieiv, que substituiu Leilah Moreno no papel de Paulette Bonafonté na apresentação que assistimos, entrega dignidade. Hypolyto, na pele de Emmett Forrest, vem como uma promessa no musical que ainda rende boas atuações de Fábio Galvão, como Warner Huntington III e Danilo Moura, como o professor Callahan. De tão leve, o espetáculo coloca o dedo nas feridas da sociedade sem assustar.


Elenco completo de "Legalmente Loira - O Musical"
Myra Ruiz - Elle Woods
Renan Rosiq - Warner Huntington III
Hipólyto - Emmett Forrest
Leilah Moreno - Paulette Bonafonté
Danilo Moura - Professor Callahan
Gigi Debei - Vivienne Kensington
Amanda Döring - Brooke Wyndham
Giselle Alfano - Ensemble 
Thaiane Chuvas - Ensemble
Gabriela Gatti - Ensemble
Mariana Ramires - Ensemble
Vinnycias - Ensemble
Lara Gomes - Ensemble
Esther Arieiv - Ensemble
Vivian Bugno - Ensemble
Bia Vasconcellos - Ensemble
Paulo Grossi - Ensemble
Fábio Galvão - Ensemble
Rafael Pucca - Ensemble
Danilo Martho - Ensemble
Vitor Loschiavo - Ensemble
Ricke Hadachi - Ensemble
Nina Sato - Swing e Dance Captain
André Ximenes - Swing
Andreina Szoboszlai - Swing


Equipe criativa de "Legalmente Loira - O Musical"
Direção geral: John Stefaniuk
Direção musical: Andréia Vitfer
Cenário: Duda Arruk
Figurino: Ligia Rocha, Marco Pacheco e Jemima Tuany
Coreografia: Floriano Nogueira
Design de som: Gabriel D'Angelo
Design de luz: Guilherme Paterno
Design de perucas: Feliciano San Roman
Design de maquiagem: Cris Tákkahashi
Versão brasileira: Victor Mühlethaler
Produtor: Baccic


Serviço
"Legalmente Loira - O Musical"
Até dia 6 de outubro de 2024
Local: Teatro Claro SP – Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia / São Paulo
Gênero: Teatro Musical
Local: Teatro Claro SP – Shopping Vila Olímpia


Sessões de "Legalmente Loira - O Musical"
Quarta-feira, 19h30
Quinta-feira, 19h30
Sexta-feira, 19h30
Sábado, 15h00
Sábado, 19h30
Domingo, 15h00
Domingo, 19h30
Endereço: R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia, São Paulo - SP, 04551-000
Capacidade: 801 pessoas
Classificação Etária: Livre. Menores de 12 anos devem estar acompanhados dos pais e/ou responsáveis legais. A determinação da classificação etária poderá a qualquer momento ser alterada pelo Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de São Paulo - SP.
Duração do espetáculo: 150 minutos com 15 minutos de intervalo
Ingressos de R$19,80 a R$370,00
A programação do Teatro Claro mais SP conta com acessibilidade física e de conteúdo.


Bilheteria on-line
Garanta seu ingresso em: https://uhuu.com 


Bilheteria física – sem taxa de conveniência
Bilheteria aberta das 10h às 22h de segunda a sábado e das 12h às 20h domingos e feriados.
Local: Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia, São Paulo - SP, 04551-000 - 1 Piso - Acesso A
Telefone: (11) 3448-5061

domingo, 15 de setembro de 2024

.: Crítica: "Querido Evan Hansen": as mentiras piedosas em musical sensível


Produzido pela Estamos Aqui Produções, de “A Cor Púrpura”, e Touché Entretenimento, de “Beetlejuice”, o espetáculo vencedor de 6 Prêmios Tony chega ao Brasil para, além de entreter, sensibilizar e apoiar a saúde mental dos jovens. Gab Lara é Evan Hansen em "Querido Evan Hansen" | Foto: Carlos Costa

Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Evan Hansen é, talvez, o personagem mais controverso dos musicais lançados na Broadway. Certeza, no entanto, é que ele é o mais abnegado de todos. No musical "Querido Evan Hansen", em cartaz até dia 22 no Teatro Liberdade, defendido pelo talento de Gab Lara - o personagem brilha em cada apresentação, tudo pela entrega do intérprete - que tem a maturidade e as nuances certas para cada passo do personagem. É correto afirmar, também, que o Brasil encontrou o ator ideal para defender personagem tão emblemático. Tudo em Gabs grita Evan Hansen e a sua voz afinada, e os seus olhos de mar, transmitem pureza a um personagem que, de tão politicamente incorreto, também é o mais humano de todos os que o público está habituado.

A abnegação vem do fato de Evan Hansen mentir o tempo todo para proteger os outros de uma realidade duríssima. E esse desprendimento, a partir de "mentiras piedosas" que ele distribui à torto e à direita durante todo o espetáculo, fazem do personagem alguém que mata a si próprio por dentro para agradar os outros. Ele abre mão do que ele é para dizerem o que as pessoas querem ouvir - o problema é começar a se beneficiar, e a gostar disso. 

Versão brasileira da Estamos Aqui Produções e Touché Entretenimento, "Querido Evan Hansen", que faz barulho no mundo inteiro, já pode ser considerado um clássico contemporâneo, tendo em vista que é composto por alguns elementos que fazem a cabeça da juventude moderna - a viralização pela internet que tira alguém do completo anonimato para alçar a fama e realizar grandes feitos é tudo o que a maioria almeja e é experimentado por Evan Hansen, o que pode gerar identificação com ele. 

Do outro lado da história, está Vanessa Gerbelli, intérprete da mãe do protagonista. Ela é destaque absoluto no espetáculo e, ao mesmo tempo, um chamariz. Rosto conhecido nas telenovelas brasileiras, ela surpreende ao público ao misturar o carisma de uma personagem que tem dilemas reais, e uma voz cristalina. Thati Lopes, mais conhecida pela comédia, surpreende em um papel dramático. Além de convencer como uma adolescente que busca recomeçar após uma situação de luto, também entrega uma bela voz afinada e, ao mesmo tempo, desconcertante. 

Hugo Bonemer empresta seu talento ao personagem que é a chave de tudo o que acontece na trama. É a partir da história dele que a história avança e tê-lo em qualquer espetáculo é, hoje, uma espécie de selo de qualidade. Sobre a direção delicada de Tadeu Aguiar, capaz de abordar com certa leveza um tema tão perene e indigesto, "Querido Evan Hansen" vai crescendo sustentado por grandes interpretações. Gui Figueiredo e Tati Christine dão leveza ao espetáculo e rendem bons momentos. Mouhamed Harfouch e Flávia Santana adicionam drama na medida certa na tarefa árdua de interpretar pais que perderam um filho. 

"Querido Evan Hansen" é daquelas obras em que tudo colabora para que seja inesquecível. Das músicas à escalação do elenco, dos cenários à orquestra ao vivo, o espetáculo faz refletir sobre o peso das escolhas que são assumidas pelo caminho e a importância de ser genuíno consigo mesmo e com os outros. Também aponta para saídas mais verdadeiras, como mudar de ideia no meio do percurso.



Ficha técnica
Musical "Querido Evan Hansen"
Elenco: Gab Lara, Vannessa Gerbelli, Mouhamed Harfouch, Flavia Santana, Hugo Bonemer, Thati Lopes, Gui Figueiredo e Tati Christine.
Produzido por Estamos Aqui Produções e Touché Entretenimento
Concepção, tradução e direção original: Tadeu Aguiar
Produção geral: Renata Borges Pimenta e Eduardo Bakr
Direção musical: Liliane Secco
Direção de movimento e Coreografias: Suely Guerra
Cenografia: Natália Lana
Figurinos: Ney Madeira e Dani Vidal
Design de luz: Dani Sanchez
Design de som: Gabriel D’Angelo
Conteúdo e imagens: Agência Control+
Assessoria de imprensa: GPress Comunicação > Grazy Pisacane


Serviço
Musical "Querido Evan Hansen"
Teatro Liberdade - R. São Joaquim, 129, São Paulo - São Paulo
Até dia 22 de setembro
Sessões: às sextas-feiras, às 21h00, sábados, às 16h00 e às 20h00, domingos, às 16h00
Valor: R$ 60,00 e R$ 280,00
Vendas: Site Sympla (com taxa de conveniência) | Bilheteria do Teatro
Duração: 2h30min (com intervalo de 15min)
Gênero: Musical
Classificação: 14 anos
*Desconto 35%: Obtenha 35% de desconto no ingresso inteiro ao preencher o formulário durante o processo de compra.
Obs: Para comprar mais de um ingresso nessa modalidade, basta preencher um formulário por ingresso conforme será solicitado. Desconto disponível para todos os públicos.
*Clientes Glesp:  Clientes Glesp tem 25% de desconto nos ingressos inteiros mediante a aplicação do cupom, limitado a 4 ingressos por cupom. Válido para todos os setores.


Horário de funcionamento de bilheteria
Atendimento presencial: de terça à sábado das 13h00 às 19h00. Domingos e feriados apenas em dias de espetáculos até o início da apresentação.


domingo, 1 de setembro de 2024

.: Crítica: musical "Priscilla, A Rainha do Deserto" é um sopro de liberdade

Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Na imagem, Reynaldo Gianecchini, teatro, Teatro Bradesco, Verónica Valenttino e Wallie Ruy no sucesso mundial nos palcos e no cinema. Foto: Pedro Dimitrow / Divulgação: @Priscillaratnhadodesertobr

O último dia do musical "Priscilla, A Rainha do Deserto - O Musical da Broadway", em cartaz neste domingo, dia 1° de setembro, no Teatro Bradesco, marca também a passagem de um espetáculo que marcou época e será lembrado por gerações. O espetáculo é um sopro de liberdade em meio a um país que retrocede para o conservadorismo da boca pra fora - aquele de gente que critica nos outros o que faz de pior às escondidas. Para os artistas que se apresentam no palco, sib a direção precisa de Stephan Elliott, simbolizam aspectos diferentes. Se para cada personagem que atravessa o deserto à bordo do ônibus Priscila há uma motivação, para os artistas o espetáculo é a materialização de muitas coisas.

Para Reynaldo Gianecchini, representa a libertação de alguém que fez inúmeros galãs nas telenovelas brasileiras e agora se arrisca em papéis mais difíceis, como a drag queen que atravessa o deserto para conhecer o filho. Ele ainda se arrisca a cantar. Para Diego Martins, o papel da drag inexperiente é ávida para experimentar a vida representa uma realização pessoal. Percebe-se o prazer do jovem artista, que brilhou em uma temporada de "Beatles num Céu de Diamantes" bem antes de estourar na novela das nove,  em interpretar o personagem. Para Verônica Valenttino (assistimos ao espetáculo com ela), é a consagração de alguém com muito talento e história para contar e que, finalmente, e de maneira muito justa, consegue interpretar um papel à altura de sua grandiosidade. 

Há ainda a participação luxuosa de Andrezza Massei e a figura sempre marcante de Fabrizio Gorziza - um nome que despontou em "O Guarda-Costas" interpretando o papel que foi de Kevin Costner no cinema e vem se destacando a cada papel pela versatilidade. Tatiana Toyota, e seu carisma, dão comicidade a uma peça que trata de assuntos espinhosos, mas consegue ser leve. 

Não bastassem todas essas qualidades, o visual parece uma pintura desenhada à mão repleta de detalhes. A cena de Diego Martins em cima do ônibus envolto a um pano prateado esvoaçante, recriando a cena clássica do cinema, é para ficar na memória do teatro paulistano. Tudo isso embalado por clássicos da música na era disco. Tiveram a proeza, e a ousadia, de colocar um microônibus no palco. A Priscila da peça é linda e representa mais do que um simples veículo. Ela é o caminho, a direção e, possivelmente, dará um final feliz a todos aqueles que passarem por ela. Sejam os intérpretes ou o próprio público. Ninguém sai ileso de um espetáculo assim. 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

.: #ResenhaRápida: entrevista exclusiva com Gab Lara, o Evan Hansen brasileiro


Produzido pela Estamos Aqui Produções, de “A Cor Púrpura”, e Touché Entretenimento, de “Beetlejuice”, o espetáculo vencedor de 6 Prêmios Tony chega ao Brasil para, além de entreter, sensibilizar e apoiar a saúde mental dos jovens. Gab Lara é Evan Hansen em "Querido Evan Hansen" | Foto: Carlos Costa

Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Colecionando montagens pelo mundo, o fenômeno “Querido Evan Hansen” chegou ao país pela primeira. Todos querem saber quem é Gab Lara, o intérprete do protagonista do espetáculo, que ficou conhecido com a interpretação de Ben Platt no papel-título, e o Resenhando.com foi atrás dele para perguntar o que ninguém teria coragem. No Brasil, o espetáculo tem concepção e direção geral de Tadeu Aguiar. Interpretando o primeiro protagonista da carreira, Gab Lara já participou de "Clube da Esquina - Os Sonhos Não Envelhecem". Produzido pela Estamos Aqui Produções e Touché Entretenimento, "...Evan Hansen" é escrito por Steven Lenson, tem músicas e letras de Benj Pasek e Justin Paul, e está em curta temporada no Teatro Liberdade, em São Paulo, até dia 22 de setembro. Nesta entrevista exclusiva, Gab Lara, o Evan Hansen brasileiro, conta tudo.

#ResenhaRápida com Gab Lara


Nome completo:
Gabriel Lara Resende Wilmer.
Apelido: Gab.
Data de nascimento: 3 de junho de 1996.
Altura: 1m83.
Signo: gêmeos.
Ascendente: capricórnio.
Uma mania: cantarolar.
Religião: católico.
Time: Flamengo.
Amor: é sorte.
Sexo: é escolha.
Mulher bonita: existem várias.
Homem bonito: também.
Família é: acolher e ser acolhido.
Ídolo: um deles, Gilberto Gil.
Inspiração: uma delas, Milton Nascimento.
Arte é: tudo que alguém deseja que seja arte.
Fé: tenho.
Política: tudo é política.
Hobby: colecionar discos de vinil.
Lugar: minha casa.
O que não pode faltar na geladeira: manteiga.
Prato predileto: do momento, tonkatsu.
Sobremesa: bolo mole e quente com sorvete.
Fruta: manga.
Bebida favorita: chá Matte Leão.
Cor favorita: do momento, verde.
Uma peça de teatro: "Querido Evan Hansen".
Um show: Gilberto Gil ao vivo na USP em 1973.
Uma atriz: Adriana Esteves.
Um ator: Othon Bastos.
Uma cantora: Gal Costa.
Um cantor: Tim Bernardes.
Uma escritora: Hilda Hilst.
Um escritor: Valter Hugo Mãe.
Um filme: "De Volta para o Futuro".
Um livro:
"O Elo Partido e Outras Histórias", de Otto Lara Rezende (compre neste link).
Uma música:
"Avarandado", de João Gilberto e Caetano Veloso.
Um disco: "Brasil" (João Gilberto, Caetano, Gil e Bethânia).
Um personagem:
Moritz Stiefel, de "O Despertar da Primavera".
Uma novela: "O Beijo do Vampiro", de Antônio Calmon.
Uma série: "Breaking Bad".
Um programa de TV: "Padrinhos Mágicos" (animação).
Uma saudade: avós e avôs.
Algo que me irrita: muita coisa.
Algo que me deixa feliz: também muita coisa.
Uma lembrança querida: aulas no Teatro O Tablado.
Não abro mão de: cantar.
Um talento oculto: fazer sanduíche de carne assada.
Você tem fome de quê? De viver.
Você tem nojo de quê? De insetinhos principalmente os voadores.
Medo de: Insetinhos nojentos principalmente os voadores.
Se tivesse que ser um bicho, seria: um insetinho voador pra botar medo no pessoal.
Um sonho: sonhei uma vez que eu tava numa cidade inteira feita de toboágua.
O que me tira do sério: sonhos interrompidos.
Democracia é: o sonho da maioria.
Ser homem, hoje, é: entender o que implica ser homem hoje.
O que seria se não fosse ator: louco.
Ser ator é: enlouquecedor.
Cinema em uma palavra: quadro.
Teatro em uma palavra: jogo.
Televisão em uma palavra: trama.
Evan Hansen em uma palavra: você.
Frase favorita: "vamo se falando".
Palavra favorita: peripécia.
Gab Lara por Gab Lara: "vou pensar, vamo se falando".

Ficha técnica
Musical "Querido Evan Hansen"
Elenco: Gab Lara, Vannessa Gerbelli, Mouhamed Harfouch, Flavia Santana, Hugo Bonemer, Thati Lopes, Gui Figueiredo e Tati Christine.
Produzido por Estamos Aqui Produções e Touché Entretenimento
Concepção, tradução e direção original: Tadeu Aguiar
Produção geral: Renata Borges Pimenta e Eduardo Bakr
Direção musical: Liliane Secco
Direção de movimento e Coreografias: Suely Guerra
Cenografia: Natália Lana
Figurinos: Ney Madeira e Dani Vidal
Design de luz: Dani Sanchez
Design de som: Gabriel D’Angelo
Conteúdo e imagens: Agência Control+
Assessoria de imprensa: GPress Comunicação > Grazy Pisacane


Serviço
Musical "Querido Evan Hansen"
Teatro Liberdade - R. São Joaquim, 129, São Paulo - São Paulo
De 2 de agosto a 22 de setembro
Sessões: às sextas-feiras, às 21h00, sábados, às 16h00 e às 20h00, domingos, às 16h00
Valor: R$ 60,00 e R$ 280,00
Vendas: Site Sympla (com taxa de conveniência) | Bilheteria do Teatro
Duração: 2h30min (com intervalo de 15min)
Gênero: Musical
Classificação: 14 anos
*Desconto 35%: Obtenha 35% de desconto no ingresso inteiro ao preencher o formulário durante o processo de compra.
Obs: Para comprar mais de um ingresso nessa modalidade, basta preencher um formulário por ingresso conforme será solicitado. Desconto disponível para todos os públicos.
*Clientes Glesp:  Clientes Glesp tem 25% de desconto nos ingressos inteiros mediante a aplicação do cupom, limitado a 4 ingressos por cupom. Válido para todos os setores.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

.: Entrevista com Claudio Leal e Rodrigo Sombra, organizadores de "Cine Subaé"


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Fotos: Erick Schons e Raphael Urjais

Claudio Leal e Rodrigo Sombra são os organizadores de "Cine Subaé - Escritos sobre Cinema (1960 –2023)", o novo livro de Caetano Veloso, publicado pela Companhia das Letras. O lançamento reúne críticas da década de 1960, publicadas no santamarense Archote e em periódicos da capital baiana, onde Caetano atuou na juventude como crítico e sonhava em dedicar sua vida à direção de filmes. Nesta entrevista exclusiva, eles falam sobre o livro, um poderoso testemunho que atesta o impacto que o Cinema Novo, as películas exuberantes norte-americanas, o neorrealismo italiano e o existencialismo das fitas francesas impactaram a formação cultural de Caetano Veloso. 


Resenhando.com - Como você poderia definir a relação do Caetano com cinema na época em que os textos foram escritos?
Claudio Leal - O livro abrange mais de 60 anos de produção crítica de Caetano. Nesse arco temporal, a relação dele com o cinema sofreu transformações, mas foi inalterável o interesse em acompanhar o meio cinematográfico. Numa síntese, posso dizer que ele partiu da posição de crítico, na juventude, para a de colaborador e interlocutor de cineastas, nos anos 1960 e 1970, quando realizou trilhas musicais, dentre as quais se destaca a de "São Bernardo" (1972), que repercute em seu disco experimental "Araçá Azul" (1973). Nessa fase, o imaginário do cinema também esteve presente em suas canções. A partir dos anos 80, essa relação tende a se aproximar de seu antigo desejo de ser cineasta. Ele dirige clipes e seu único longa, "O Cinema Falado", de 1986. Nos últimos anos seu vínculo tem sido semelhante ao dos anos 1960 e 1970, com a composição de trilhas e canções originais, além de dialogar mais frequentemente com cineastas como Cacá Diegues, Mauro Lima, Jorge Furtado e Guel Arraes. E houve o documentário "Narciso em Férias" com os diretores Renato Terra e Ricardo Calil.


Resenhando.com - É possível afirmar, hoje, que o artista suprimiu o crítico de cinema?
Claudio Leal - O artista nunca suprimiu o crítico em nenhuma fase de sua trajetória. O Caetano cancionista praticou o ensaísmo em seus discos e jamais abandonou o gesto de revisão crítica da cultura brasileira em canções, textos e entrevistas. "Cinema Novo", parceria com Gilberto Gil no álbum "Tropicália 2", de 1993, é um desses momentos em que o ensaísta dá as caras - e, neste caso, o crítico de cinema. 


Resenhando.com - Se pudessem fazer um filme sobre Caetano Veloso e fosse preciso escolher um recorte sobre a vida dele, qual seria?
Rodrigo Sombra - Eu faria um filme sobre sua adolescência em Santo Amaro. Em mais de uma ocasião, Caetano declarou que, não importasse a idade, continuava a se sentir um adolescente. Quando fez 70 anos, disse ainda sentir-se como um rapaz de 14.  Enquanto desvaloriza a infância, para ele uma experiência limitante, marcada por inúmeras restrições, mas que tendemos a idealizar, a adolescência revelou-se um território rico em possibilidades e maravilhamentos. A descoberta da sexualidade, o esboço de aspirações artísticas e intelectuais, as tensões entre um senso de pertencimento à origem interiorana, a Santo Amaro, e as seduções de um mundo transbordante que se anunciava nas imagens do cinema, nas canções no rádio, na literatura. Tudo isso permeia esse período de sua vida. Mais que um momento formativo distante no tempo, preso ao passado, a adolescência tem repercussões perenes em sua personalidade.


Resenhando.com - Quem seria o diretor ideal para dirigir esse filme idealizado por você?
Rodrigo Sombra - Escolheria a francesa Claire Denis. É na adolescência que testemunhamos as mais radicais mutações do corpo, e ninguém filma as nuances da carne como ela. Ninguém senão Denis olha as relações entre os corpos, e o lugar destes nos espaços, de modo a dotar cada imagem de igual naturalidade, erotismo e mistério. E ser adolescente é viver o mistério de descobrir-se outro, adulto, que essa fase da vida precipita.


Resenhando.com - Por que as pessoas precisam ler "Cine Subaé"?
Claudio Leal - Com o livro, pretendemos iluminar uma produção crítica que influenciou seu tempo, moveu as artes, produziu um diálogo fecundo entre música, poesia e cinema. Além disso, em vários momentos, Caetano entrelaça história e linguagem. Nas críticas e ensaios, ele observa a tradição e as ondas novas, sem temer a apreciação dos modismos. Tudo isso pode trazer ao leitor um percurso do desenvolvimento das artes nas últimas seis décadas, no Brasil e no mundo, da "nouvelle vague" ao cinema pernambucano de hoje. 


Resenhando.com - Há alguma faceta de Caetano Veloso, no livro, que o público não conhece?
Rodrigo Sombra - Caetano dirigiu um único longa, "O Cinema Falado", de 1986. O filme dividiu o público e a crítica, mas prevaleceram na memória social as reações negativas, sobretudo pela estridência dos ataques de alguns cineastas brasileiros inconformados em ver Caetano arriscar-se no ofício de diretor. O "Cinema Falado" conviveu assim, e desde a noite de estreia, com uma aura de filme “maldito”. Em textos e em entrevistas reunidos no "Cine Subaé", Caetano comenta extensamente as intenções estéticas por trás do seu único filme. Rememora a experiência no set e rebate um a um os ataques ao filme. Creio que a leitura do livro ajuda a dissipar a bruma de incompreensão que há anos envolve "O Cinema Falado". No mais, depoimentos reunidos no livro oferecem um vislumbre do cineasta que Caetano imaginou ser ao revelar detalhes de roteiros que ele rascunhou, mas jamais viria a filmar.


Resenhando.com - Como você definiria Caetano Veloso como crítico de cinema?
Rodrigo Sombra - Difícil dar uma definição estanque. O pensamento cinematográfico de Caetano passa por seguidas rupturas e transformações. Na juventude, temos um crítico algo sectário, interessado em “catequizar” as plateias santamarenses, exigindo-lhes que abandonassem o culto aos melodramas importados de Hollywood em favor do refinamento artístico do cinema de autor europeu. Mais adiante, seus textos revelam notável ecletismo, articulam o olhar sobre o cinema a questões envolvendo política, raça, identidade nacional, urbanismo. Na maturidade, sua mirada é mais abrangente e tolerante. Nas colunas publicadas no jornal O Globo na última década, blockbusters como "Rio" ou "Avatar" são merecedores da atenção crítica de Caetano.  


Resenhando.com - Em que os textos de "Cine Subaé" continuam atuais?
Claudio Leal - Nem todos os textos de "Cine Subaé" podem ser entendidos como atuais. Alguns deles são intervenções de época, sobretudo os escritos de juventude, publicados entre 1960 e 1963. A maioria dos textos do livro é de sua fase madura e pode atender a um desejo de atualidade porque essas críticas discutem filmes recentes ou de décadas mais próximas. O livro tem ainda fragmentos de entrevistas muito vivazes. Mas acredito que a questão da atualidade não importe tanto. Com o tempo, Caetano assumiu uma dimensão cultural que atrai leitores variados, desde os críticos e cinéfilos aos seus admiradores e não-admiradores curiosos, sem falar de estudiosos da história brasileira posterior aos anos 1960. Caetano tem um olhar livre diante de obras de arte e isso traz um interesse atual a textos à primeira vista atrelados a uma circunstância histórica. "Cine Subaé" incorpora ainda elementos novos à fortuna crítica de filmes como "Hiroshima, Mon Amour", "A Grande Feira", "O Bandido da Luz Vermelha", "Central do Brasil" e o próprio "O Cinema Falado", dirigido por Caetano.


Ficha técnica
Cine Subaé – escritos sobre cinema (1960 –2023), de Caetano Veloso
Claudio LealRodrigo Sombra (org.)
Lançamento: 28 de maio de 24
Páginas: 440
Compre o livro neste link.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

.: "Twisters" coloca o espectador dentro da tragédia sem que ele se arrisque


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Tudo o que está em "Twisters", em cartaz na rede rede Cineflix Cinemas, remete aos anos 90. Desde a estética do filme, passando por personagens despretensiosos, até à história de amor levinha protagonizada por personagens agradáveis, mas não surpreendentes. Parece uma obra pensada para se tornar um clássico ao longo do tempo. O interessante do filme é a intensidade com que ele proporciona vivenciar os desastres ambientais dentro do cinema, sem que o público necessite de fato passar por eles. É uma aventura e tanto, com mais tecnologia que o filme de 1996 e as sequências que a produção já proporcionou. 

Glen Powell como o cowboy-influencer-ambientalista-estereotipado entrega o personagem com uma ironia recorrente, que ele também fez em "Assassino Por Acaso" e se sai bem, o problema é começar a se repetir. Daisy Edgar-Jones, inesquecível como "a garota do lago" de "Um Lugar Bem Longe Daqui" apresenta uma personagem relevante um bom tempo depois daquele longa-metragem e, pasmem, o filme é dela. Mais do que de Glen Power, apontado como o grande protagonista. Não é. 

Entre os "pombinhos do filme" há um drama no meio, a protagonista é traumatizada e se fecha até percorrer todo aquele caminho de se reinventar a partir de uma vitória e, de quebra, um novo amor. Até aí, mais do mesmo. Mas o forte de "Twisters" decididamente não é a história, mas os efeitos. "Twisters" coloca o espectador dentro da tragédia sem que ele se arrisque... e dar essa experiência a ele. É algo que no streaming não vai rolar com a mesma intensidade. É um filme para ver no cinema e sentir tudo, caso contrário é mais um que ao longo dos anos terá uma "pegada de clássico" com pouco ou nadaa acrescentar. É possível perceber a assinatura de Steven Spielberg, que está por trás da produção. 

Daryl McCormack, o "Leo Grande" do filme com Emma Thompson, faz uma participação pequena, mas marcante. Outra curiosidade de "Twisters" é contar uma história de amor sem mostrar sequer um beijo. É uma perspectiva diferente, que também se conecta às novas gerações e as relações humanas que se consolidam a partir da internet.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Twisters" são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

sábado, 22 de junho de 2024

.: Crítica: "Ainda Dá Tempo" surpreende porque pode transformar o público


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Divertida e reflexiva ao mesmo tempo, a peça teatral "Ainda Dá Tempo", em cartaz até dia 28 de julho no Teatro Uol, em São Paulo, faz o público pensar na vida. Seriam as escolhas corretas as que tomamos ao longo do caminho? No espetáculo, que vem lotando todas as sessões, três casais de diferentes gerações se encontram em uma casa que está à venda. Os talentosos Bia Arantes e Igor Cosso fazem os jovens que querem comprar a casa. Bruna Thedy e Ricardo Tozzi, um casal de meia-idade, pais de um adolescente, que querem vender o local. Eliete Cigaarini e Norival Rizzo, um casal experiente que já morou naquele ambiente e quer matar a saudade.

Com atuações doces e complementares, por ora engraçadas e por outras emocionantes, os atores fazem a festa no texto escrito por Jeff Gould e dirigido com muita sensibilidade por Isser Korik, que já demonstrou que espetáculos sobre as relações humanas são o forte dele, que já dividiu o palco com Eliete Cigaarini em "Divórcio!", outra história que trata do mesmo tema, com uma abordagem diferente. 

Klayton Pavesi, o adolescente que tem papel fundamental para a história girar, merece menção especial, pois não é fácil brilhar entre um elenco de feras - algo que ele faz com muita naturalidade. "Ainda Dá Tempo" é uma delícia e não vai pelo caminho mais fácil da "risada pela risada". É riso e reflexão. Discute escolas. Faz pensar. 

Todos os atores brilham em um exercício de generosidade raro de se ver em um palco e - sobretudo - no ambiente artístico, repleto de competitividade. Cada um tem o seu momento e absolutamente todos ali estão com o objetivo de contar uma boa história e, de uma maneira surpreendente, fazer pensar. Conseguem mais. O público sai com a esperança de que existe um mundo melhor e com a intenção de consertar as coisas ou simplesmente fazer diferente. Um mérito e tanto para uma peça teatral tão despretensiosa e afetiva.


Parceria de sucesso
A comédia “Ainda Dá Tempo” é o mais recente texto assinado pelo americano Jeff Gould. Durante vinte e cinco anos, o dramaturgo tem feito o público rir ao explorar os territórios do amor, do sexo e do casamento com seu olhar atento sobre aos relacionamentos. “Definitivamente meus textos têm pitadas autobiográficas. Muitos diálogos são baseados no meu relacionamento com minha ex-mulher. Mas não é só isso. Se você quer ser escritor, tenho duas sugestões: seja um pouco louco e seja amigo de alguns deles”, fala o autor sobre o seu trabalho.

“Jogo Aberto”, um dos sucessos anteriores do autor já foi montado em vários países, incluindo o Brasil (2016), traduzido e dirigido por Isser Korik e protagonizado por Ricardo Tozzi. “Eu gosto de repetir parcerias que dão certo. Alguns autores são recorrentes no meu trabalho: João Bethencourt já fiz dois textos, Jeff Gould já é o terceiro que traduzo e enceno. Retomar a parceria com o Tozzi, com a Bruna e com a Eliete, nesse elenco que é um 'dream team' é muito gratificante para mim”. O espetáculo é apresentado pela empresa Metlife e patrocínio do Banco Luso e Consigaz pela Lei Nacional de Incentivo à Cultura.

Ficha técnica
Espetáculo "Ainda Dá Tempo".
Comédia de Jeff Gould.
Tradução e direção de Isser Korik.
Elenco: Ricardo Tozzi, Bruna Thedy, Norival Rizzo, Eliete Cigaarini, Igor Cosso, Bia Arantes e Klayton Pavesi.
Cenografia: Ricardo Tozzi.
Figurinos: Renata Ricci.
Produção executiva e cenotecnia: Will Siqueira.
Trilha sonora: Wagner Bernardes
Fotografia: Guilherme Assano
Assistência de direção: Roana Paglianno
Assessoria de imprensa: Flavia Fusco Comunicação
Criação gráfica: Letícia Andrade  e R+Marketing
Administração: Paloma Espíndola
Prestação de contas: Sonia Kavantan
Coordenação de marketing: Emanoela Abrantes
Iluminador e Operação: Rafael Pereir
Mídias sociais: Renata Castanho
Realização: Referendum Participações e Serviços Ltda e Ministério da Cultura

Serviço:
Espetáculo "Ainda Dá Tempo"
De: Jeff Gould
Tradução e direção: Isser Korik
Gênero: comédia
Duração: 80 minutos
Classificação: 12 anos
Temporada: até 27 de julho. Sextas, sábados e domingos, às 20h00.

Ingressos:
Sextas e Domingos – Setor A R$ 100,00 e Setor B R$ 70,00
Sábados – Setor A R$ 120,00 e Setor B R$ 90,00
Ingressos promocionais com descontos de 70% e 80%, no site e na bilheteria, para os primeiros compradores de cada sessão.

Teatro Uol
Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323
Televendas: (11) / 3823-2423 / 3823-2737 / 3823-2323
Vendas on-line: www.teatrouol.com.br
Capacidade: 300 lugares
Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do Shopping: consultar valor pelo tel: 4040-2004 / Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11) 3661-5896, (11) 99605-3094

Horário de funcionamento da bilheteria
Quartas e quintas das 17h às 20h, sextas das 16h às 20h, sábados, das 13h às 22h e domingos, das 13h às 20h; não aceita cheques / Aceita os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube UOL e Clube Folha 50% desconto.Patrocínio do Teatro Uol: Uol, Folha de S.Paulo, Genesys, Banco Luso Brasileiro e MetLife.

domingo, 16 de junho de 2024

.: Betina González: "Só as mulheres têm a obrigação de ser grandes"


Em entrevista exclusiva, Betina González fala sobre as expectativas para o evento em São Paulo e dá opiniões contundentes sobre a vida, a literatura e de que maneira esses dois temas se misturam. Foto: Fernando de la Orden. Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com


Um dos expoentes da literatura contemporânea argentina, Betina González é uma das autoras confirmadas na terceira edição de A Feira do Livro, festival literário organizado pela Associação Quatro Cinco Um que começa no dia 29 de junho, terá nove dias de duração e reunirá alguns dos principais destaques da cena literária brasileira e internacional para debates gratuitos na Praça Charles Miller, Pacaembu, em São Paulo.

Cheia de sensibilidade e acidez, a escrita de Betina reflete a vida e os dilemas reais sem se dissociar da poética do cotidiano. O primeiro romance, "Arte Menor", que conta a história policial de uma filha em busca da memória da figura indescritível do pai falecido – ganhou o Prêmio Clarín e foi elogiado até pelo escritor português José Saramago: "Pode-se dizer que apenas o seu título é arte menor. O que vem depois do título é arte erudita”, afirmou o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.

Nascida em Villa Ballester,​ na Grande Buenos Aires, Betina González estudou Comunicação Social na universidade da capital argentina, onde mais tarde atuaria como professora e pesquisadora. O reconhecimento internacional veio quando ganhou o Prémio Tusquets com o romance de iniciação "Las Poseídas", escrito em Pittsburgh sobre a “perda da inocência”, quando um grupo de mulheres “descobre com horror o que tinha acontecido no país” com os crimes da Junta Militar.

No Brasil, lançou pela editora Bazar do Tempo o livro "A Obrigação de Ser Genial", que propõe uma série de ensaios para desvendar os mistérios da criação literária."Não basta ser boa: é preciso ser genial", afirma. Nesta entrevista exclusiva, Betina González fala sobre as expectativas para o evento em São Paulo e dá opiniões contundentes sobre a vida, a literatura e de que maneira esses dois temas se misturam. Compre os livros de Betina González neste link.

Resenhando.com - Quais as suas expectativas para o evento A Feira do Livro?
Betina González
Nunca estive em São Paulo, então minhas expectativas são altas, sei que é uma cidade cheia de eventos culturais e estou muito animada para ir à Feira. Ainda não decidi sobre o tema da minha palestra, mas certamente terá a ver com como o patriarcado silenciou a escrita das mulheres e como algumas dessas operações ainda estão em vigor, mas com novos disfarces.


Resenhando.com - Por que entende que as pessoas hoje têm a obrigação de serem geniais?
Betina González - Não é isso que o título do meu livro significa. Só as mulheres têm a obrigação de ser grandes, os homens não. Os homens têm garantidos seus lugares, nas profissões, na literatura, só porque são homens. Podem dar-se ao luxo de ser medíocres, ainda vão chegar. As mulheres, não.


Resenhando.com - Que diferenças e semelhanças você percebe entre as literaturas contemporâneas argentina e brasileira?
Betina González - Não conheço literatura brasileira contemporânea o suficiente para julgar de forma tão enfática. Vejo muitas semelhanças entre autores latino-americanos em geral: um movimento ancorado na autoficção que vem acontecendo há décadas e, em paralelo, autores que seguem o caminho da invenção e do humor. Dito isso, o Brasil sempre se caracterizou por ter seus próprios movimentos. Basta pensar nas três fases do modernismo brasileiro para ver que o país tem uma literatura absolutamente única, com escritores maravilhosos como Machado de Assis, Guimarães Rosa e tantos outros. Dos contemporâneos, admiro muito Andrea del Fuego. "As Miniaturas" foi o primeiro livro que li por ela e me apaixonei por sua imaginação narrativa impressionante!

Resenhando.com - Eleja um autor argentino e um brasileiro que são seus favoritos.
Betina González - Clarice Lispector é, sem dúvida, uma das maiores escritoras não só do Brasil, mas do mundo. Sua escrita, seu universo eram únicos. Assim como Machado de Assis, sobre quem escrevi um dos capítulos de minha tese. Tem que escrever assim, textos que não se assemelham a nada. Se não, por que escrever?


Resenhando.com - No seu romance "Arte Menor" , você  conta a história de uma filha em busca da memória da figura paterna. Que elementos você utiliza da sua vida real para criar histórias?
Betina González - Bem, eu "roubei" essa história de um amigo, cujo pai era artista e tinha muitas amantes. Ocorreu-me que era uma grande história para contar que a filha procura todos os amantes que seu pai tinha de uma pequena estátua que ele fez para todos os seus amantes. Claro, depois coloquei no romance muitas coisas que eram da história argentina e da minha posição como escritora na periferia de Buenos Aires.

Resenhando.com - Qual é a importância da memória para sermos o que nos tornamos?
Betina González - Memória é tudo, não é? Sem memória não somos pessoas nem países. O direito de contar a própria história é muito importante.


Resenhando.com - O título do seu livro "El amor Es Una Catástrofe Natural" faz uma afirmação contundente. Você concorda com isso?
Betina González - Você tem que ler essa história (risos). É mais esperançoso do que parece pelo título. Ainda acredito que o amor verdadeiro é catastrófico, sempre nos transforma. Catástrofe em grego significava algo como um fim imprevisto!

Resenhando.com - O que há de autobiográfico em sua escrita? Em que você se expõe mais, e em que protege mais?
Betina González - Pouco. Não estou interessada em contar a minha vida, não acho que seja um assunto interessante. Infelizmente, a vida ainda se esconde em sorrisos.

Resenhando.com - Quem é Betina González pela própria Betina González?
Betina González - Escrevo desde os oito anos de idade para não ser a Betina González, então, neste momento, posso dizer que não sou ninguém. Na verdade, esse é o nome do meu próximo livro: "Como se Tornar Ninguém".


Serviço
A Feira do Livro
De 29 de junho a 7 de julho de 2024
Local: Praça Charles Miller – Pacaembu / São Paulo
Entrada gratuita

sexta-feira, 31 de maio de 2024

.: Crítica: "A Última Entrevista de Marília Gabriela" celebra a liberdade de ser


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. Foto: divulgação. 

Espetáculo em cartaz no Teatro Unimed até dia 28 de julho, "A Última Entrevista de Marília Gabriela" é um espetáculo que ecoa por muito tempo depois de terminado. São várias as razões para isso acontecer. Com Marília Gabriela e Theodoro Cochrane em um duelo de frases de efeito e permeadas de sentimentos, muitas vezes cortantes, o espetáculo fala sobre as idas e vindas de uma relação pontuada por altos e baixos. É mais que uma lavagem de roupa suja em cena diante dos olhos atentos - e, muitas vezes, fofoqueiros - do público. É uma declaração e uma ode ao amor real sem dar margem a qualquer tipo de ilusão.

Theodoro Cochrane abre o espetáculo com uma surpreendente presença de palco. Sarcástico, forte e vulnerável ao mesmo tempo, ele tem algo de agridoce e não é conivente consigo em nenhum momento. Marília Gabriela demora exatamente o tempo para ser esperada em cena. Sabe do magnetismo que a presença dela impõe, não só pela história que construiu na televisão, mas pelo que é no imaginário popular de quem acompanhou a carreira dela. Nesse ambiente que mistura drama, comédia e até suspense, ambos estão expostos em algo que poderia ser confundido com uma espécie de autoelogio no formato de teatro contemporâneo, não é. 

O que fazem em cena é poesia e generosidade em estado bruto. Em um espetáculo que bastava ser eles mesmos para atrair o público, eles conseguem ser mais e se despem de qualquer tipo de vaidade quando é preciso que demonstrem que também podem ser menos e mostram partes que não são edificantes em uma relação entre mãe e filho. Mas tudo cabe - inclusive as inesperadas vezes em que Marília Gabriela dispara impropérios.

A beleza de "A Última Entrevista de Marília Gabriela" é não ter medo da exposição e proporcionar a liberdade de ser. Tudo é extremamente autobiográfico, mesmo que não seja, porque os intérpretes assumem traços da personalidade que até não podem corresponder com o que de fato aconteceu. Fatos não podem exatamente ter sido da maneira em que são contados no espetáculo, algumas coisas podem ser minimizadas, situações podem ter ganhado contorno com tintas mais fortes.  

Quando trocam de lugar, com Theodoro assumindo o lugar de Marília, eles não apresentam nenhum receio de rir de si mesmos - o que torna tudo ainda mais interessante. Respondem a perguntas polêmicas sobre a carreira e vida pessoal de Marília e até encenam uma espécie de autocrítica sobre os dramas de um "pobre menino rico" enfrentados por Theodoro. Há ainda uma entrevista improvisada, feita por Marilia Gabriela com algum corajoso da plateia que ousa levantar a mão quando ela chama, dando a possibilidade de ver ao vivo o que ela fazia por anos a fio diante da televisão.

Nesse espetáculo sobre realidade, invenções e reinvenções, uma jornalista consagrada se arrisca a ser atriz e o filho de alguém muito relevante passa, definitivamente, a ter a própria identidade. A graça de "A Última Entrevista de Marília Gabriela" é também não saber onde termina a Gabriela e onde começa o Cochrane. Essa simbiose da vida é também a profundidade desse espetáculo que prima por ser antropofágico para quem o interpreta e para o público. 

Assista-o e saia outro, mas é preciso recomendar que o público passa por uma bofetada e um afago ao mesmo tempo, algo que é tão humano que vale cada segundo. Não é possível saber se "A Última Entrevista de Marília Gabriela", de fato, será a derradeira em alguma apresentação. O que se tem certeza, mesmo, é que quem assiste está diante de algo que dificilmente irá se repetir e, por isso mesmo, é único, mágico e especial.


Ficha técnica
Espetáculo "A Última Entrevista de Marília Gabriela"
Elenco: Marília Gabriela e Theodoro Cochrane
Dramaturgia: Michelle Ferreira
Direção: Bruno Guida
Diretora assistente: Mayara Constantino
Figurinos: Theo Cochrane
Iluminação: César Pivetti
Trilha e preparação vocal: Daniel Maia
Realização: Rega Início Produções Artísticas


Serviço
Espetáculo "A Última Entrevista de Marília Gabriela"
Sextas-feiras e sábados, às 20h00. Domingos, às 18h00.
Até dia 28 de julho
Teatro Unimed - Alameda Santos, 2159 - Jardins/São Paulo.
Ingressos: R$ 180,00 (plateia), R$ 120,00 (balcão). Meia-entrada - R$ 90,00 (plateia) e R$ 60,00 (balcão)
Observação: O acesso ao balcão é apenas por escadas fixas
Clientes Unimed têm 50% de desconto com apresentação da carteirinha. Descontos não cumulativos.
Horários da bilheteria: sextas-feiras e sábados, das 12h30 às 20h00. Domingos, das 10h30 às 18h00
Duração: 70 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 240 lugares
Gênero: comédia dramática
Acessibilidade: Ingressos para cadeirantes e acompanhantes podem ser reservados pelo e-mail contato@teatrounimed.com.br
Estacionamento:  Valet terceirizado no local
Atenção: não será permitida a entrada na sala após o início do espetáculo, não havendo a devolução de valores ou troca de ingressos para outra data.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

.: Tércia Montenegro: "Cada personagem se aproxima e se distancia de seu autor"


"Cada personagem se aproxima e se distancia de seu autor", afirma Tércia Montenegro em entrevista para o Resenhando.com. Foto: Igor de Melo. Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 


Fotógrafa e professora da Universidade Federal do Ceará, Tércia Montenegro é um sopro de frescor na literatura brasileira. Autora de "Turismo para Cegos" "Em Plena Luz", ela acaba de lançar pela Companhia das Letras o romance "Um Prego no Espelho", , que conta a história de uma mulher que leva uma vida normal até que tem sua trajetória abalada quando pensa ver, em uma ação rotineira, o rosto do irmão falecido. Nascida em 1976, em Fortaleza, ela publicou vários livros de contos e crônicas, além de obras voltadas para o público infantil e juvenil. Nesta entrevista exclusiva, ela fala sobre literatura, processo de criação e identidade. Compre o livro "Um Prego no Espelho", de Tércia Montenegro, neste link.


Resenhando.com - O que você quis dizer com o título de seu livro?
Tércia Montenegro -
Um prego no espelho traz, desde o título, uma discussão sobre identidade. Dentro de uma narrativa familiar, como é o caso, cada pessoa se constitui com semelhanças que são reflexos de seus ancestrais.


O que é "um prego no espelho"?
Tércia Montenegro - 
O prego é esse elemento que surge como algo fixo, mas que despedaça, promove fragmentações e desvios também. Em outras palavras, a imagem do sujeito não é algo uniforme, mas sempre múltipla, no jogo de ramificações familiares.

Resenhando.com - Você acredita que os nossos antepassados têm influência na maneira que levamos a vida?
Tércia Montenegro - 
Neste livro, existe a premissa de que a vida de uma pessoa pode ser uma espécie de repetição do destino de seus antepassados, tudo de uma maneira inconsciente, é claro. "Um Prego no Espelho" trata exatamente dessa ideia de uma fissura na identidade, algo que corrompe a individualidade, cria um rasgo no sujeito. A protagonista, Thalia, decide se tornar atriz para viver várias vidas, sem saber que sua escolha acontece justamente por causa da morte de um irmão, ocorrida muito tempo atrás.

Resenhando.com - O que mais a aproxima e o que mais a diferencia de Thalia, a protagonista de seu livro?
Tércia Montenegro - 
Cada personagem se aproxima e se distancia de seu autor.  Embora Thalia seja a protagonista, ela não é a única figura importante. Claro que há pontos de semelhança entre nós, como o magistério e a incursão pelas artes, mas eu fui me surpreendendo muito enquanto escrevia Um prego no espelho. Surgiram algumas conexões, relações entre os personagens, que eu não tinha previsto inicialmente. No fundo, creio que eles se tornaram realmente uma família, e nesse aspecto chegaram a desenvolver um entendimento, uma espécie de pacto interno que eu não chegava a acessar. Em certos momentos, tive a sensação de ser uma espectadora, alguém que não podia interferir nos destinos que se desenrolavam ali, no papel. É uma experiência mágica, quando um livro ganha o próprio rumo. Talvez nesse sentido fique reforçada a ideia de que uma obra literária é quase um filho: nasce de uma pessoa, mas tem uma identidade diversa e imprevisível.

Resenhando.com - As protagonistas de seus livros sempre estão atreladas à alguma arte. Teatro, escultura, artes plásticas. Por quê?
Tércia Montenegro - 
Tenho muitas personagens ligadas às artes, porque este é um assunto que me interessa o tempo inteiro; estou sempre atenta às construções estéticas em várias linguagens. A arte me comove, fascina, inquieta; não saberia dizer sobre a importância dela para as pessoas em geral, porque só posso falar sobre mim, mas do meu ponto de vista a arte é um fator de encanto indispensável na vida.


Resenhando.com - Se pudesse relacionar seus livros a sentidos humanos, quais seriam os de "Um Prego no Espelho", "Turismo para Cegos" e "Em Plena luz"?
Tércia Montenegro - 
"Um Prego no Espelho" traz a visualidade pela cena teatral, já que a personagem Thalia é atriz. "Turismo para Cegos", a partir de uma história sobre uma artista plástica que sofre de retinose pigmentar, também é um livro que experiência o visual, assim como o táctil. "Em Plena Luz", livro sobre uma fotógrafa, mais uma vez reflete sobre as imagens. Essa é uma constante na minha literatura: penso e escrevo através das imagens; para mim, a literatura é uma arte visual.

Resenhando.com - Você se sente mais confortável como cronista, contista ou romancista? 
Tércia Montenegro - 
Cada gênero textual tem o seu apelo, dependendo do momento. Narrativas longas são propícias para momentos de retiro, quando o autor pode conviver demoradamente com seus personagens, vê-los nascer e se desenvolver. Contos já são como situações instantâneas, deflagradas  por uma ideia repentina, uma "inspiração". E crônicas são reflexões, assim como os ensaios; são maneiras de se debruçar sobre um comportamento ou um fato instigante, usando um estilo mais prosaico.

sexta-feira, 29 de março de 2024

.: Crítica: espetáculo "Gostava Mais dos Pais" transita entre clássico e revolução


No palco, 
Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho oferecem vulnerabilidades e 
se expõem sem medo para entregar de bandeja ao público as performances mais verdadeiras de suas carreiras. Foto: Pedro Miceli


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

O espetáculo "Gostava Mais dos Pais" é mais que uma homenagem a dois comediantes que fizeram história no Brasil e mais que uma celebração à amizade de dois artistas ligados desde a infância. Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho não são irmãos de sangue, o vínculo afetivo é por afinidade, e é essa a linha condutora da peça teatral que fica em cartaz até dia 14 de abril no Teatro Porto, em São Paulo.

Com a direção sensível e repleta de ironia e leveza feita por Debora Lamm, o espetáculo é assinado por Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão. Em pouco mais de uma hora, a dupla transita entre a profundidade e a crítica, a ternura e a revolta, o clássico e a revolução. No palco, dois artistas talentosos oferecem vulnerabilidades e se expõem sem medo para entregar de bandeja ao público as performances mais verdadeiras de suas carreiras. 

De quebra, fazem entender o sentido da vida, que é nada mais que continuidade e afeto. São eles no palco, mas também são personagens e, ao mesmo tempo, representam a memória viva dos pais e as lembranças afetivas de um país inteiro, em cena, em algo que celebra a arte, a vida e o que está no meio disso.

Entre a comédia e o desabafo, o inusitado e a emoção, os artistas fazem uma espécie de crônica da vida real e toda a poesia que emana dela. Há muita reverência ao passado e uma clara homenagem aos comediantes Chico Anysio (1931 - 2012) e Lucio Mauro (1927 - 2019). Há quem goste mais dos pais e há quem goste mais dos filhos, já que ninguém é unanimidade. No entanto, Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho são a prova irrefutável de que a genética não falha mas que, também, talento não depende de berço. Mais que sangue que corre nas veias, eles são essência. E essência, nesse caso, é talento, continuidade e criação de algo que vai além do legado.

Ficha técnica
Espetáculo "Gostava Mais dos Pais". Elenco: Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho. Direção: Debora Lamm. Dramaturgia: Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão. Cenografia: Daniela Thomas. Iluminação: Wagner Antônio. Figurino: Marina Franco. Trilha sonora: Plínio Profeta. 

Serviço
Espetáculo "Gostava Mais dos Pais". Até dia 14 de abril de 2024 - Sextas e sábados às 20h e domingos às 17h. Ingressos: Plateia R$100 e R$50 / Balcão de Frisa R$80 e R$40. Classificação: 14 anos. Duração: 90 minutos. Teatro Porto. Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo. Telefone (11) 3366-8700. Bilheteria: aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração. Clientes Porto Seguro Bank mais acompanhante têm 50% de desconto. Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto. Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto. Capacidade: 508 lugares. Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners). Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos. Estacionamento no local: Gratuito para clientes do Teatro Porto.

.: Crítica de teatro: "Beetlejuice - O Musical" celebra a vida e o nonsense


Os grandes momentos do musical se revezam entre Eduardo Sterblitch e Ana Luiza Ferreira em um espetáculo que se divide entre a celebração da vida e o nonsense. Foto: Leo Aversa

Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Clássico do cinema e da "Sessão da Tarde" nas mãos de Tim Burton nos anos 80, "Beetlejuice - O Musical" se reinventa no teatro e é tudo o que se espera, mas vai além disso. Há, no espetáculo, em cartaz até dia 21 de abril no Teatro Liberdade, em São Paulo, o ator Eduardo Sterblitch no papel de sua vida. Ao mesmo tempo, os holofotes também estão apontados para Ana Luiza Ferreira no momento mais desafiador da carreira, em que se mostra uma grande revelação dos palcos como a garota gótica Lydia Deetz. Os grandes momentos do musical se revezam entre esses dois artistas em um espetáculo que se divide entre a celebração da vida e o nonsense.

É tudo muito grande em "Beetlejuice - O Musical". A começar pela interpretação histriônica de Sterblitch, tudo o que esse personagem requer e que por vezes lembra outro grande ator, Selton Mello, e o carisma de Ana Luiza Ferreira, que brinca com as nuances de uma personagem que poderia ser extremamente difícil por ser tão emblemática. Ambos os intérpretes fazem parecer fácil algo que, sabe-se, é tão difícil. Primeiro porque a expectativa em torno desses papéis é imensa. Segundo porque ir além do que o papel requer é para poucos. Ambos fazem isso com talento, maestria e, percebe-se, reverência. Eles homenageiam e se divertem ao mesmo tempo.

Com direção de Tadeu Aguiar, produção geral de Renata Borges Pimenta, produção da Touché Entretenimento e apresentado pelo BB Seguros, nada está acima do tom. O espetáculo pede e os atores entregam. Em "Beetlejuice - O Musical" tudo se encaixa perfeitamente. Há o espaço para a nostalgia dos adultos que vão assistir em busca de algo que viveram no passado, e também para a formação de um novo público - embora o espetáculo não seja propriamente voltado para crianças, o que torna tudo ainda mais interessante.

Marcelo Laham e Thais Piza brilham em seus papéis e também destacam-se Joaquim Lopes e Flavia Santana como os novos moradores da casa. A história gira em torno de uma família que vai morar em uma residência habitada por fantasmas, que querem que os novos moradores vão embora do local. Só que os fantasmas não esperavam se deparar com uma criatura tão fúnebre e tétrica como Lydia Deetz. No meio do caminho, há Beetlejuice, que precisa de um favor. Mas não vá esperando um musical bobinho. O espetáculo tem patrocínio de Shell, Mobilize Financial Services, Eurofarma e BNY Mellon e apoio de Raízen, Outback, Robert Half e SegurPro.

É tudo muito esperto, temperado com a atuação de grandes talentos em momentos memoráveis no palco. "Beetlejuice - O Musical" é uma grande festa em que todos estão convidados para comemorar a vida ou se reencontrar com algo que ficou esquecido e que precisa ser acordado. É a conexão entre o presente e o passado dando aquele "empurrãozinho" para seguir em frente.


Sobre o espetáculo
No final dos anos 80, o cultuado diretor Tim Burton lançou um clássico instantâneo, que atravessou gerações, a comédia "Beetlejuice - Os Fantasmas se Divertem". O sucesso foi tamanho que, mais de 30 anos depois, o filme se transformou em um musical da Broadway, que estreou em 2019, sendo indicado a oito Tony´s Awards. No Brasil, o sucesso se repete: o musical teve a maior bilheteria teatral de 2023, no Rio de Janeiro. "

A montagem brasileira tem um super elenco de 23 atores: além de Eduardo Sterblitch, Ana Luiza Ferreira (Lydia Deetz), João Telles (alternante Beetlejuice), Lara Suleiman (alternante Lydia Deetz), Thais Piza (Barbara Maitland), Marcelo Laham (Adam Maitland), Flávia Santana (Delia Deetz), Joaquim Lopes (Charles Deetz), Rosana Penna (Juno), Gabi Camisotti (Skye e alternante Lydia Deetz), Mary Minóboli (ensemble e alternante Skye), Pamella Machado (Miss Argentina e alternante Barbara Maitland), Diego Campagnolli (Otho), Erika Affonso (Maxine e alternante Miss Argentina), Thór Junior (Maxie), Thiago Perticarrari (ensemble e cover Adam Maitland), Dino Fernandes (ensemble e cover Charles Deetz), Nathalia Serra (ensemble e alternante Delia Deetz e Maxine), Gabriel Querino (ensemble e cover Maxie), Thadeu Torres (ensemble), Duda Carvalho (ensemble), Edmundo Victor (ensemble) e Fernanda Misailidis (swing). 

A ficha técnica é repleta de grandes nomes do teatro musical: Renato Theobaldo (cenografia), Dani Vidal & Ney Madeira (figurino), Sueli Guerra (direção de movimento/coreografia), Dani Sanches (desenho de luz), Gabriel D´angelo (desenho de som), Anderson Bueno (visagismo) e Lucas Pimenta (assistente de direção).

Serviço
Espetáculo "Beetlejuice, o Musical". Teatro Liberdade. Rua São Joaquim, 129, Liberdade - São Paulo. Temporada até 21 de abril. Sessões de quarta-feira a domingo. Quartas, quintas e sextas-feiras, às 21h00. Sábados, às 16h00 e às 21h00. Domingos, às 16h00 e 20h30. Plateia Premium: R$ 350,00 (inteira) / R$ 175,00 (meia). Plateia: R$ 280,00 (inteira) / R$ 140,00 (meia). Balcão A: R$ 240,00 (inteira) / R$ 120,00 (meia). Balcão B: R$ 190,00 (inteira) / R$ 95,00 (meia). Duração: 2h30min (com intervalo de 15min). Classificação etária: 10 anos. *Clientes Glesp tem 25% de desconto nos ingressos inteiros mediante a aplicação do cupom, limitado a 4 ingressos por cupom. Válido para todos os setores. Internet (com taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/. Bilheteria física (sem taxa de conveniência): atendimento presencial de terça à sábado das 13h00 à 19h00. Domingos e feriados apenas em dias de espetáculos até o início da apresentação. Formas de pagamento: dinheiro, cartão de débito ou crédito.

domingo, 17 de março de 2024

.: Entrevista com Midria: "Minha poesia reflete meus processos de inquietação"


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Poeta, slammer e cientista social, Midria está entre os principais nomes da atual geração de escritores. A estreia na editora Rosa dos Tempos com "Desamada: um Corpo à Espera do Amor" vem marcada por um texto sensível e amadurecido sobre a descoberta amorosa. Em evidência após o emocionante debut na programação oficial da Flip 2022, também foi capa da revista Glamour em março de 2023 e, em abril do mesmo ano, revelou-se um destaque como referência da geração Z em reportagem da revista Vogue. 

Com texto de orelha assinado pela escritora, tradutora e psicanalista Eliane Marques, Midria vai além do que se espera de quem vive da poesia porque ultrapassa o lirismo para percorrer o universo das vivências. O livro é indicado para qualquer pessoa que já viveu o contrário do amor: a solidão física, corpórea, a falta do toque, a ausência de companhia. Nesta entrevista exclusiva, Midria revela tudo - e um pouco mais - sobre vida, inspiração e amor. Compre o livro "Desamada: um Corpo à Espera do Amor", de Midria, neste link.


Como sobreviver ao desamor?
Midria - Acredito que buscar espaços de autocuidado e de pertencimento coletivo ao mesmo tempo é importante. Para pessoas negras isso pode significar o “aquilombamento”, existir de forma mais plena e amorosa entre pares.


O que há de autobiográfico em "Desamada"?
Midria -  Quase tudo, minha poesia reflete meus processos de inquietação, dores e amores com o mundo.


O que representa a literatura em sua vida?
Midria A literatura pra mim é um fio condutor de muita importância, me reconecta com minha potência criativa e me apresenta o mundo de formas pluriverais. Desde criança, adolescente sempre amei muito ler e mais tarde encontrei nos saraus e slams uma forma de partilhar a escrita que formou muito minha identidade.


Na sua própria literatura, em que você se expõe mais, e por outro lado, em que você mais se preserva, em seus textos?
Midria Acho que busco ter um princípio geral de amor comigo e em relação ao mundo como aquilo que me motiva, isso ajuda a não cair num cinismo ou desesperança frente a questões difíceis que por vezes abordo.


Que conselhos você dá para as pessoas que pretendem enveredar pelos caminhos da escrita?
Midria Sempre busque partilhar só o que você pode dizer, a narrativa que se relaciona com o seu universo pessoal ou de interesses que cruzem uma nova possibilidade de imaginar o mundo.


Quais livros foram fundamentais para a sua formação enquanto escritore e leitore?
Midria - "O Menino do Pijama Listrado", "As Boas Mulheres da China", as obras da Octavia E. Butler no geral e mais recentemente "O Caminho do Artista".


Como e quando começou a escrever?
Midria -  Eu escrevia desde pequene, na escola quando minha professora da segunda série ensinou o que era poesia me encantei pela forma e segui escrevendo poemas aqui e ali. Mais pra frente na quinta, sexta série participei de projetos de formação de leitores na escola, o chamado “Círculos de Leitura”, o que aprofundou mais ainda o amor pela escrita. E nos saraus e slams os poemas que eu já escrevia ganharam mais corpo e espaço de partilha.


Quais escritores mais influenciaram a sua trajetória artística e pessoal?
Midria Gosto de pensar em pares como Mel Duarte, Luz Ribeiro, Danylo Paulo, Igor Chico, Jô Freitas, que são pessoas contemporâneas e para além de escreverem, vivenciam muito o que colocam no papel. Além de serem todes agitadores culturais que criam espaços de escuta e partilha de poesia dos quais pude participar.


É possível viver de literatura no Brasil?
Midria É possível, mas não sem muitos percalços. Fiz uma pesquisa sobre a trajetória de profissionalização de poetas negras do slam em São Paulo ainda na graduação e o que ela mais me mostrou foi como ainda não temos algum tipo de parâmetro que balize os valores mínimos pelos quais nossos trabalhos devem ser valorizados. É tudo muito desigual e por vezes as pessoas não compreendem que a escrita tem um custo de tempo, emocional, interpessoal. Vejo que ainda falta um olhar sério sobre pessoas que escrevem no Brasil, em especial quando falam da margem.


O quanto para você escrever é disciplina? É mais inspiração ou transpiração?
Midria -  Acho que ando no meio termo, vou construindo a inspiração, coletando escritos aqui e ali e quando vejo que o livro está realmente já no caminho sento com mais afinco para dar os toques finais.


Quanto tempo por dia você reserva para escrever?
Midria Tento escrever pelo menos 30 minutos a cada manhã em fluxo livre e o restante vem à medida da inspiração, em especial a poesia que mora bastante nos detalhes do cotidiano.


Você tem um ritual para escrever?
Midria -  Não tenho, só gosto de sentir que há tempo para isso.


Em um processo de criação, o silêncio e isolamento são primordiais para produzir conteúdo ou o barulho não atrapalha?
Midria Muita coisa eu escrevi e escrevo no ônibus, metrô. Mas lapidar as coisas demanda concentração.


Como começar a ler Midria?
Midria -  Ler meus livros desde o primeiro, "A Menina que Nasceu sem Cor" que reúne poesias dos  meus primeiros anos nos slams e seguir conhecendo os seguintes é um bom jeito de se aprofundar nos diferentes momentos que já tive na escrita.


Que livro você gostaria de ter escrito?
Midria Não vou dar spoiler dos próximos, estão no forno! (risos)


Hoje, quem é Midria por Midria?
Midria Midria é uma pessoa que escreve, mas que também se divide entre ser uma pessoa que transforma o mundo por meio de uma ONG, que estuda muito como forma de se alimentar para dar conta da vida, que dança, vai para academia, nada, que está aprendendo a tocar bateria para manter viva sua criança interior, em resumo, uma pessoa que não para quieta para se sentir viva. E que busca a espiritualidade, Orixás e guias como eixo para dar conta de tanto movimento.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

.: Crítica: "Matilda - O Musical" é uma festa em que se sobressaem os adultos


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Do universo mágico de Roald Dahl, chega ao fim neste final de semana a temporada de sucesso de "Matilda - O Musical", em cartaz no Teatro Claro Mais SP - com apresentações somente neste sábado e domingo. O espetáculo é uma grande festa protagonizado por três artistas promissoras Luísa Moribe, Belle Rodrigues, Mafê Diniz e Maria Volpe. As quatro, no jeito de interpretar e conduzir a personagem, dão toques pessoais à Matilda tornando a personagem ainda mais peculiar. No dia da apresentação que assistimos, a Matilda era Luísa Moribe, que, além de talento e carisma, também entrega um toque todo especial de doçura à emblemática personagem. 

Ao falar sobre a história de uma garota rejeitada pela família que se liberta a partir do poder das palavras, o espetáculo, além de exaltar a figura e a importância do papel do professor e da educação na vida daqueles que estão iniciando a vida, é também uma ode ao poder da inspiração, quando pessoas que passam em nossas vidas em momentos decisivos. "Matilda - O Musical" é uma festa infantil em que se sobressaem os adultos.

Isso não quer dizer que todo o elenco coadjuvante infantil não esteja impecável, está, mas são os atores adultos que se sobressaem nos papéis mais desafiadores de suas vidas. É o caso de Cleto Baccic, acostumado a colecionar papéis que não se repetem, como Dom Quixote, em "O Homem de La Mancha", Willy Wonka, em "Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate" e  Juan Péron, em "Evita Open Air". Ele passa por uma verdadeira transformação e surge irreconhecível ao interpretar a diretora da escola onde Matilda estuda, Agatha Trunchbull, uma personagem cheia de nuances. 

A personagem de Baccic transborda acidez pelo mundo e, entre as curiosidades dessa papel, apesar de ser uma mulher, ela foi escrita para ser interpretada no teatro por um ator. Essa interpretação dá mais uma vez a oportunidade de ver Baccic em mais um ponto alto da carreira e também de fazer com que o público se deleite diante de uma grande interpretação. 

A mágica também se faz com Myra Ruiz, que volta a se destacar no teatro e investe na comédia. Desta vez, ao interpretar o papel mais colorido da carreira: a senhora Wormwood, uma perua carismática - mesmo para alguém que já foi totalmente verde, como a Elphaba, de "Wicked". O magnetismo da atriz faz com que ela atraia todas as atenções quando está no palco. É um papel para grandes intérpretes: mãe desnaturada, egocêntrica e histriônica, a personagem leva a atriz a protagonizar os melhores momentos do espetáculo. Além disso, a personagem cai como uma luva para alguém que tem a versatilidade de já ter sido no teatro a dramática Eva Perón de "Evita Open Air" - uma oportunidade de enveredar por caminhos ainda não tão conhecidos pelo grande público. A entrega da atriz é tanta que a construção da personagem está até nas sutilezas, como nas frases com erros propositais de concordância muito discretos que tornam a personagem ainda mais coerente e a atriz, embora belíssima no palco, ainda mais despida de vaidade.

Ingrid Marques, ensemble na apresentação que assistimos, brilhou como a senhorita Honey. Ela esbanja sensibilidade, carisma, meiguice e afinação. Foram dela as cenas mais ternas e inspiradoras de "Matilda". Originalmente, a personagem é interpretada por Fabi Bang, que viveu nos musicais a Glinda, de "Wicked" e a Ariel, de "A Pequena Sereia". 

Fabrizio Gorziza, defendendo o papel de Sr. Wormwood, volta a surpreender em um papel totalmente diferente do anterior, quando interpretava o personagem-título de "O Guarda-costas - O Musical". Extremamente talentoso e versátil, ele vem se consolidando no teatro e colocando a sua assinatura ao interpretar papéis cada vez mais desafiadores. Se em "O Guarda-costas" ele convenceu o público de que não sabia cantar, em "Matilda - O Musical", ele solta o vozeirão e deixa o público arrebatado. "Matilda - O Musical" é para ficar na memória. Sorte a de quem teve a oportunidade de assistir a esses artistas no melhor momento de suas carreiras até agora.

Premiado espetáculo está em cartaz no Teatro Claro
Com um roteiro cativante e divertidíssimo, o aclamado musical segue até este domingo, dia 4 de fevereiro, no Teatro Claro Mais São Paulo, que fica no Shopping Vila Olímpia. A imperdível montagem brasileira traz ao palco um elenco de 50 artistas, entre crianças e adultos, e uma estrutura de mais de 23 toneladas. Os ingressos custam a partir de R$19,80 e estão disponíveis em https://uhuu.com/v/teatroclarosp-257.

"Matilda - O Musical" coloca a pureza da criança, a paixão pela educação, pelos livros e pela criatividade, como forças para a superação. Nesta montagem inédita, a coreografia original é assinada por Peter Darling, o maior coreógrafo de teatro musical em atividade no mundo. O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura e Brasilprev e os ingressos podem ser adquiridos pelo site https://uhuu.com/v/teatroclarosp-257.

Ficha técnica
Espetáculo "Matilda - O Musical". Elenco adulto: Agatha Trunchbull (Cleto Baccic), Srta. Honey (Fabi Bang), Sra. Wormwood (Myra Ruiz), Sr. Wormwood (Fabrizio Gorziza), Sra. Phelps (Mari Rosinski), ensemble (Andreina Szoboszlai), ensemble  / A Acrobata (Gabriela Melo), ensemble  (Ingrid Marques), walking cover Senhora Wormwood (Larissa Grajauskas), ensemble (Alvinho de Pádua), ensemble / Doutor (Cezar Rocafi), ensemble / Michael (Guilherme Lopez), ensemble / Rudolpho (Leandro Naiss), ensemble / O Escapologista (Madson de Paula), ensemble / Sergei (Marco Azevedo), ensemble (Matheus Oliveira), kids swing (Julia Sanchis), swing (Ariel Venâncio), swing (Lucas Maia),  swing (Raphael Costa), swing (Thaiane Chuvas) e swing (Vinicius Cafer). Elenco infantil: Matilda: Luísa Moribe, Belle Rodrigues, Mafê Diniz ou Maria Volpe. Alice: Malu Brites, Madu Gonçalves ou Gabriella Pieri. Amanda: Lorrany Gomes, Clara Alvarazi ou Beatrice Rocha Mello. Bruce: Pedro Galvão, Gab Cardoso, Lorenzo Galli. Lavender: Helena Pizol, Mafê Beneduzzi e Livia Maria. Eric: Rodrigo Thomaz, Nico Takaki. Erica: Laura Pinheiro. Hortensia: Erin Borges, Bely Catanoze e Bia Lisboa. Nigel: Miguel Ryan, Levi Saraiva e Alejandro Ovando. Tommy: Pedro Henrique, Arthur Habert e Lorenzo Tironi. Texto: Dennis Kelly. Letras e músicas: Tim Minchin. Orquestração e músicas adicionais: Chris Nightingale. Direção geral: John Stefaniuk. Direção musical: Vânia Pajares. Coreografia: Peter Darling. Figurino: Ligia Rocha, Marco Pacheco & Jemima Tuany. Design de Luz: Rachel Mccutcheon. Design de Som: Gastón Briski. Design de mágica e ilusionismo: Skylar Fox. Design de maquiagem: Joe Dulude II. Design de perucas: Feliciano San Roman. Versão brasileira: Victor Mühlethaler. Diretora e coreógrafa residente: Anelita Gallo. Assistente de direção musical e preparadora vocal: Andréia Vitfer. Coreógrafo associado: Tom Hodgson. Assistente de coreografia: Danilo Santana. Designer de luz associado: Guilherme Paterno. Designer de som associado: Alejandro Zambrano. Company manager: Pia Calixto. Produtora executiva: Deborah Penafiel. Production stage manager: David Brenon. Diretor técnico internacional: Gary Beestone. Gerente de produção internacional: Andy Reader. Produtores: Vinícius Munhoz & Baccic.


Serviço
Espetáculo "Matilda - O Musical". Temporada até 4 de fevereiro de 2024. Teatro Claro SP - Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia/São Paulo. Capacidade: 754 pessoas. https://teatroclaromaissp.com.br/. Classificação: livre. Duração: 150 minutos e 15 minutos de intervalo. Sessões: quarta-feira, 20h00. Quinta-feira, 20h00. Sexta-feira, 20h00. Sábado, 15h00 e 20h00. Domingo, 15h00 e 20h00. Ingressos: de R$ 19,80 a R$ 400,00. Confira legislação vigente para meia-entrada. A programação do Teatro Claro mais SP conta com acessibilidade física e de conteúdo.


Canais oficiais de venda
Bilheteria on-line. Garanta seu ingresso em: www.matildamusicalbrasil.com e https://uhuu.com/v/teatroclarosp-257. Bilheteria física – sem taxa de conveniência. Bilheteria aberta das 10h às 22h de segunda a sábado e das 12h às 20h domingos e feriados. Local: Shopping Vila Olímpia - R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia, São Paulo - SP, 04551-000 - 1 Piso - Acesso A. Telefone: (11) 3448-5061.

Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.