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segunda-feira, 29 de julho de 2024

.: MAM apresenta obras do acervo digitalizadas no Google Arts & Culture


Nova coleção digitalizada em alta resolução pelo Google Arts & Culture permite que o público explore desde as raízes históricas até as vozes da arte moderna brasileira. Na imagem, "Tropicália" de Iuri Sarmento: uma releitura do famoso álbum homônimo, relembrado aos sons originais de Gilberto Gil e a sua capa original em zoom de 10% no Google Arts & Culture


O Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) disponibilizou mais de 70 obras do seu rico acervo, na plataforma Google Arts & Culture. Esta parceria permite que as pessoas acessem e apreciem a herança artística da Bahia, independentemente de onde estejam. O Google Arts & Culture oferece acesso a um vasto conteúdo de mais de 3 mil instituições em 95 países. A plataforma permite explorar arte, história e maravilhas culturais de todo o mundo. O MAM é um museu administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), unidade vinculada à Secult. Explore as maravilhas do Museu de Arte Moderna da Bahia em: goo.gle/mambahia ou no aplicativo Google Arts & Culture para Android e iOS.

Marcelo Lemos, diretor geral do IPAC, revela que pretende expandir esse projeto para outros museus. “Nossa pretensão é continuar expandindo essa digitalização, incorporando novas obras e recursos educativos, e firmando parcerias com nossos outros espaços culturais. Estamos comprometidos também com a inovação e com o uso da tecnologia para que a arte esteja ao alcance de todos e possa continuar conectando nossos museus com pessoas ao redor do mundo”, pontua.

Marília Gil, diretora do MAM, apresenta o lançamento com muito entusiasmo: “Acreditamos no potencial desta parceria para inspirar curiosidade e aprendizado, e para conectar pessoas de diferentes culturas e origens através da arte. Convidamos todos a explorar nosso acervo digital, conhecer nossos artistas e se envolver com as histórias que cada obra de arte tem para contar. Esse é um passo importante para conseguirmos tornar a arte e a cultura mais inclusivas e acessíveis para todos”, afirma.

A inclusão do acervo do MAM no Google Arts & Culture também oferece uma oportunidade única para estudantes, pesquisadores e amantes da arte aprofundarem seus conhecimentos sobre a arte moderna brasileira. Com imagens em alta resolução e descrições detalhadas, a plataforma também dispõe de recursos de acessibilidade, como áudios descritivos, compatibilidade com leitores de tela, legendas e transcrições, zoom e visualização de detalhes.

"O trabalho do Google Arts & Culture com o MAM é fundamental para a democratização do acesso a uma das mais importantes obras de arte do Brasil. A ideia é não apenas trazer visibilidade ao nosso rico patrimônio cultural, mas também destacar a relevância dessa coleção para o desenvolvimento cultural, artístico e histórico da Bahia e do Brasil. Além disso, a integração de tecnologia avançada com o acervo vai contribuir para a preservação dos nossos bens históricos e culturais para as futuras gerações. Esse é um bom exemplo de como a tecnologia pode ajudar a reduzir distâncias e fomentar uma apreciação e compreensão mais profundas do nosso patrimônio cultural”, disse Juliana Moura Bueno, gerente de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil.


Entre as obras disponíveis para visualização, destacam-se:
"O Touro" de Tarsila do Amaral:
uma pintura a óleo de uma das mais importantes artistas do modernismo brasileiro.

"Tropicália" de Iuri Sarmento: uma releitura do famoso álbum homônimo, relembrado aos sons originais de Gilberto Gil e a sua capa original

"Ana Cláudia Lemos Pacheco" de Panmela Castro: uma pintura acrílica retratando Ana Cláudia Lemos Pacheco, pesquisadora negra da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

"Emblemágico 78" de Rubem Valentim: uma obra que mistura elementos geométricos e simbólicos da cultura afro-brasileira.

"Fifó - Lina Bo Bardi" de Bob Wolfenson: uma fotografia em preto e branco capturando a essência da famosa arquiteta.

"Serra do Cupim" de Carybé: uma pintura a óleo do artista radicado na Bahia.


Para enriquecer a experiência do usuário, o Google Arts & Culture destaca três aspectos imperdíveis da coleção do MAM-Bahia:

"De Solar a Museu": conheça a história do Solar do Unhão, desde suas origens no século XVI até sua transformação no atual centro cultural pelas mãos da arquiteta Lina Bo Bardi.

"Zoom na Coleção": aprecie de perto as obras-primas digitalizadas, explorando detalhes ocultos nas pinturas de mestres do modernismo e artistas contemporâneos.

"Destaque para a Arte Negra": descubra as contribuições dos artistas negros da Bahia, cujas obras incorporam influências das religiões e costumes afro-brasileiros.

Situado em um complexo arquitetônico cênico no litoral de Salvador, o MAM-Bahia é uma das mais importantes instituições de arte moderna do Brasil. A parceria com o Google Arts & Culture acentua a possibilidade de preservar digitalmente importantes obras de arte, garantindo que elas possam ser apreciadas por diferentes públicos.


Digitalização em Alta Resolução com a Tecnologia Google Arts & Culture
A digitalização das obras de arte foi realizada utilizando o sistema Art Camera do Google Arts & Culture, uma câmera robótica personalizada que captura imagens digitais em altíssima resolução. Este processo tecnológico, desenvolvido por especialistas do Google, compreende as seguintes etapas:

Iluminação: os fotógrafos asseguram a iluminação perfeita da obra de arte.

Captura: a câmera, após alinhamento e calibração, captura uma série de close-ups extremos, escaneando a obra centímetro por centímetro em menos de uma hora.

Edição: as imagens capturadas são combinadas através do software Art Camera.

Processamento: as imagens editadas são transformadas em uma imagem gigapixel deslumbrante.

Acesso: a imagem finalizada fica disponível para o museu após alguns dias de processamento.

Com estas capacidades de pós-produção, o Google Arts & Culture permite que instituições culturais compartilhem suas coleções em plataformas digitais de maneira eficaz. A correção de cores e a tecnologia de visão computacional alimentada por IA ajudam a preservar as características únicas das coleções, economizando tempo e esforço das instituições.


Captura em Ultra Alta Resolução
O Google Arts & Culture também oferece soluções para capturar coleções culturais em escala e em ultra alta resolução, permitindo que pinturas, vestimentas, tetos frescos, vitrais e materiais de arquivo sejam digitalizados com um nível de detalhe sem precedentes. Esta tecnologia foi desenvolvida em colaboração com diversos museus e galerias e é disponibilizada gratuitamente aos parceiros. Até o momento, centenas de milhares de imagens em alta resolução de coleções ao redor do mundo foram digitalizadas e publicadas on-line.

A plataforma permite que qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, explore coleções de arte e cultura de museus, galerias e instituições culturais em um ambiente digital com recursos de ponta para traduzir a importância cultural e histórica das obras aos visitantes. Explore as maravilhas do Museu de Arte Moderna da Bahia em: goo.gle/mambahia ou no aplicativo Google Arts & Culture para Android e iOS.


Sobre o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia
O IPAC é uma unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) e atua de forma integrada e em articulação com a sociedade e os poderes públicos municipais e federais, na salvaguarda de bens culturais tangíveis e intangíveis, na política pública estadual do patrimônio cultural e no fomento de ações para o fortalecimento das identidades culturais da Bahia.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

.: Últimos dias da exposição "Francis Bacon: a Beleza da Carne" no Masp


Contextualizada no ano dedicado às Histórias da diversidade LGBTQIA+ no museu, mostra destaca os aspectos queer que percorrem a obra do artista e a forma como sua sexualidade desponta nos distintos momentos de sua produção. Vista da exposição "Francis Bacon: a Beleza da Carne". Foto: Eduardo Ortega


O Masp - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, até 28 de julho de 2024, a exposição "Francis Bacon: a Beleza da Carne" (compre o catálogo neste link), que ocupa o espaço expositivo no 1° andar do museu. Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico, Laura Cosendey, curadora assistente, e assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, a exposição pretende evidenciar como o artista, com sua pintura inovadora e impactante, abriu caminhos para a presença queer na cultura visual.

Cobrindo mais de quatro décadas de trabalho do britânico, a mostra, com patrocínio master do Nubank e patrocínio da Vivo, reúne mais de 20 vinte obras de Francis Bacon, desde as décadas iniciais de sua produção até os anos 1980, e é acompanhada de um catálogo com ensaios inéditos. As obras provêm de empréstimos de museus como Tate (Inglaterra), MoMA (Nova York), Metropolitan Museum (Nova York), Museum Boijmans van Beuningen (Países Baixos), Museu Tamayo (México), Fondation Beyeler (Suíça), Stedelijk Museum (Países Baixos), entre inúmeras outras instituições de renome internacional e coleções particulares.


Sobre o artista
Francis Bacon (Dublin, Irlanda, 1909 - 1992, Madrid, Espanha) é considerado um dos mais importantes pintores da arte do século 20, com mais de seis décadas de produção. Filho de pais ingleses, teve uma infância difícil, em um ambiente familiar violento. Aos 16 anos, foi expulso de casa por seu pai e, após passar um período em Berlim e em Paris, fixou-se em Londres a partir dos anos 1930, onde iniciaria sua carreira como artista. Bacon construiu uma obra contundente e marcante, tornando-se um nome fundamental para a renovação da pintura figurativa.

O artista voltou-se especialmente para as figuras masculinas, seu objeto de desejo, em retratos e nus. A exposição apresenta retratos de homens com quem ele teve relacionamentos marcantes, como Peter Lacy (1916-1962) e George Dyer (1934-1971), além de outras figuras importantes em sua vida, como seu companheiro próximo John Edwards.

O título da mostra,  "A Beleza da Carne", faz referência a um relato do artista em uma das entrevistas conduzidas pelo crítico de arte e importante interlocutor ao longo de sua carreira, David Sylvester. Bacon conta que, ao se deparar com a vitrine de um açougue, refletiu: “[...] enquanto pintor, devemos lembrar que há essa grande beleza na cor da carne. [...] Nós, obviamente, somos carne, somos carcaças em potencial. Quando vou a um açougue, sempre penso que é surpreendente que eu não esteja lá no lugar do animal”.

A fisicalidade do corpo é traduzida pelo artista em texturas espessas e oleosas, conferindo às figuras formas quase abstratas. As pinturas de Bacon reúnem em si uma grande variedade de fontes iconográficas, revisitando temas canônicos e combinando referências da história da arte com suas experiências pessoais e percepções sobre o corpo masculino.

“Seja em suas obras iniciais, que muitas vezes transgrediam símbolos da cristandade, ou naquelas que retratavam nus masculinos, a fisicalidade do corpo também é matéria central de sua obra”, analisa a curadora Laura Cosendey. "Essa simbologia da carne por Bacon condensa em si extremos: o espiritual e o animal, o frescor e a putrefação. Ela é a própria materialidade de nossa existência ‘em carne e osso’, mas também é ícone do desejo carnal, do instinto natural do corpo”, finaliza.

A produção de Bacon acompanha as mudanças significativas da experiência queer no contexto social britânico, visto que a prática de atos sexuais entre pessoas do mesmo gênero só foi descriminalizada na Inglaterra em 1967, após a promulgação do Sexual Offenses Act. Tais transformações trouxeram desdobramentos significativos para a obra do artista. Ainda nos anos 1950, Bacon produziu "Two Figures" ["Duas Figuras"] (1953) e 'Two Figures in the Grass" ["Duas Figuras na Grama"] (1954), obras que marcam um ponto de inflexão em seu trabalho. Em ambas, dois corpos masculinos em cena se entrelaçam e transbordam as fronteiras do corpo. Essas duplas de figuras, às quais o artista se referia como couplings [acasalamentos], poderiam ser confundidas com imagens de lutadores fundindo-se num embate corpo a corpo, ampliando a ambiguidade das imagens queer apresentadas por Bacon.

Se inicialmente sua produção foi marcada por uma certa ambiguidade entre o desejo e a violência, em especial nos anos 1950, a presença do erótico e de relações homoafetivas foi pouco a pouco se tornando mais evidente. A obra "Man at a Washbasin" ["Homem em Um Lavatório"] (circa 1954) também aponta para um vínculo de intimidade a partir de um gesto corriqueiro: uma figura humana arqueada que se debruça sobre a pia. A pintura sugere esse vínculo ao retratar um momento de privacidade no trato com o corpo.

Nos anos subsequentes, Bacon passa a trabalhar com espessas massas de tinta para caracterizar suas pinturas. A visceralidade com a qual o artista retratava esses corpos irrompe na superfície da pele, excedendo seus limites, como se pintasse o avesso da carne. Pinturas como "Two Figures with a Monkey" (1972), que também apresenta um de seus couplings, evidenciam esses acasalamentos. “Aqui, a carnalidade é posta em sua matéria literal, em primeiro plano, mas também transparece na voracidade dos corpos em ação, pondo em cena o embate entre suas figuras entrelaçadas. O ato sexual volta a mostrar-se protagonista”, explica Cosendey.

Em algumas entrevistas concedidas por Bacon ao longo de sua carreira, o artista comentou como sua vida emocional afetava profundamente sua produção. Sua obra foi impactada por dois relacionamentos turbulentos que marcaram sua vida: Peter Lacy, seu parceiro ao longo dos anos 1950, e George Dyer, que conheceu pouco tempo após a morte de Lacy e tornou-se sua grande inspiração durante os quase dez anos que passaram juntos.

Os homens que o artista amou permaneceram como presenças espectrais em suas pinturas, perdurando mesmo após o fim dos relacionamentos. A obra "Study for Three Heads" ["Estudo de Três Cabeças"] (1962), por exemplo, um de seus primeiros trípticos de menor escala, combina um retrato de Lacy ao seu autorretrato. Após a trágica morte de Dyer na antevéspera da abertura de uma exposição individual de Bacon em Paris, em 1971, o artista também pintou importantes trípticos dedicados a ele.

Para Laura Cosendey, a vida pessoal do artista marcou significativamente a produção e a compreensão de suas obras: “a soma da intimidade do artista com a gestualidade expressiva de suas pinceladas é o que dá potência à obra de Bacon, que ainda hoje nos tira o fôlego. Suas imagens nos trazem o vigor da vida, mas também a iminência da morte – essa ambivalência da beleza da carne que, por décadas, impactou os olhos do pintor”.

"Francis Bacon: a Beleza da Carne" integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da diversidade LGBTQIA+. Este ano a programação também inclui mostras de Gran Fury, Mário de Andrade, MASP Renner, Lia D Castro, Catherine Opie, Leonilson, Serigrafistas Queer e a grande coletiva Histórias da diversidade LGBTQIA+.


Acessibilidade
Em 2024, todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em libras ou descritivas; textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil, com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados. Os conteúdos ficam disponíveis no site e canal do Youtube do museu.


Catálogo
A mostra é acompanhada por dois catálogos, em inglês (compre neste link) e português (compre neste link), compostos por imagens e seis ensaios comissionados de autores fundamentais para o estudo da obra de Francis Bacon na atualidade. Esse trabalho foi fruto de um extenso seminário internacional inteiramente dedicado ao artista, organizado pelos curadores da mostra e promovido pelo MASP em maio de 2023. A publicação é organizada por Adriano Pedrosa e Laura Cosendey, e inclui textos de Dominic Janes, Gregory Salter, Isabela Ferreira Loures, Laura Cosendey, Michael Peppiatt, Paulo Herkenhoff, Richard Hornsey, Rina Arya, Simon Ofield-Kerr, além de uma entrevista concedida a Francis Giacobetti. Com design de Alles Blau, a publicação tem edição em capa dura.


Masp Loja
Em diálogo com a exposição, o Masp Loja apresenta produtos especiais de Francis Bacon, que incluem uma bolsa bilíngue, em inglês e português, postais e ímãs, além do catálogo oficial da mostra.


Serviço
Exposição "Francis Bacon: a Beleza da Carne"
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Masp; Laura Cosendey, curadora assistente, Masp e assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, Masp
1° andar
Até dia 28 de julho de 2024


Masp - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista /São Paulo
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças-feiras grátis, das 10h00 às 20h00 (entrada até as 19h00); quarta a domingo, das 10h00 às 18h00 (entrada até as 17h00); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 70,00 (entrada); R$ 35,00 (meia-entrada)

.: "O Caminho da Arte III" e Miami Art Week abrigam obras de Don M. Vargas


Tendo como influencia artística os consagrados pintores Monet, Picasso, Van Gogh, Basquiat, Bottero, Edvard Munch, Don M. Vargas percorre uma trajetória pautada em suas abordagens e estilos em sua escolha de vida. Através da Art A3 Gallery, que tem Rosita Cavenaghi como curadora, Don estará participando da terceira edição do Caminho da Arte que acontece até dia 5 de agosto, em São Paulo. A exposição reunirá uma vez mais, artistas consagrados e também marcará a inauguração do novo endereço da destacada galeria, desta feita na Vila Nova Conceição, bairro de destaque cultural na capital paulista.

Nascido em Vassouras, autodidata, ex-vendedor ambulante de cigarro. Don Vargas cita algumas vezes em suas entrevistas; “Nada fiz do que me orgulhar, a não ser; de que todos os caminhos torpes me trouxeram a libertação das artes, junto do proposito de eternizar 'O Belo e o Verdadeiro'. E que verdadeiro e belo é este que tanto fala?  O Criador o manifesta, em resposta a nós", diz.

"Sua arte traz a torpeza da natureza humana satirizada nos traços, o desespero, de algo estar sempre fora do lugar devido e não haver o que fazer a não ser; render-se a maldição de existir. Se inspira, pois; no Tempo, na Verdade, no Espírito das coisas e o registro das almas humanas, cada uma a sua geração, a saber; a Arte! Nas cores quentes e nos traços raivosos que expressam exatamente esta fúria, este fogo, que o consome de êxtase e contemplação, deixando seu legado!", afirma o artista.

Em sua formação acadêmica Don é engenheiro de Software formado pela Universidade de Vassouras localizada no Rio de Janeiro. Pai, marido e CEO da D’Vargas Studios.  Duas exposições individuais assinalam seu portfólio em 2023: Expo na Câmara Dos Vereadores Fazenda Rio Grande, Paraná e Expo em Fazendo Arte Brasil São Paulo, São Paulo. Em suas competências Don percorre suas criações utilizando tinta a óleo/acrílica em profusão de imagens contemporâneas. Sua atividade como design de interiores, em determinado período, o estimulou a escolher os temas de seus trabalhos, se utilizando de conhecimentos e técnicas que ressaltam os sentimentos do ambiente.

Professor, nos anos de 2021 a 2023, ministrou aulas na cadeira de Arte e Mercado em Buzios e Cabo Frio, Rio de janeiro, Brasil, tendo cursado bacharelado em 2020 em Belas Artes no Rio de Janeiro sem conclusão. Atualmente responde pelo cargo de colunista e crítico de arte na vertente brasileira da Fuel Times, sediada em Boston, Massachussetts, USA, chamada aqui no Brasil de Gazeta Fuel, Curitiba. Além de continuar em foco permanente em sua carreira de artista meteórico.


Trabalho em profundidade
Fortemente simbólico concordam, os membros de seu ateliê, que podem olhar para as iconografias como a “gramática dos sentimentos”. Vasculham as formas certas de mostrar e contar histórias, hermeticamente veladas em frases de pinceladas agressivamente encantadoras. O mercado da Arte (desde 2022) vem crescendo somente 1% ao Brasil ano, o que é quase que 19% menos do que a inflamação real do aumento da base monetária.

Seu ateliê então, decidiu, em sua próxima coleção, denunciar os culpados pela vagarosidade “engodo profissional” como cita em – "O Mercado da Arte Atual" - que é a primeira obra de uma série de 15 denúncias. Perigoso e novo como sempre o mar oferece, a nós artistas, uma fonte de inspiração infinita. Dos sentimentos variados acometidos, temos; medo, paixão, aventura e tantos outros, porém o que este autor que vos fala prefere, dentre as oferendas, é a tal da liberdade.


Serviço
Exposição “O Caminho da Arte – III Edição”, de Don M. Vargas
Art A3 Gallery
Curadoria: Rosita Cavenaghi
Até dia 5 de agosto
Das 10h00 às 21h00
ARTISTA:
Rua Santa Justina 530 – Vila Nova Conceição – São Paulo SP
Telefone: (11) 94219-1834
Entrada gratuita
Todos os direitos reservados DVargas Producoes - 45.620.468/0001-17 - Permitida a reprodução do conteúdo deste portal desde que autorizada.

.: Casa de Cultura do Parque inaugura o II Ciclo Expositivo de 2024


Com direção artística de Claudio Cretti, o II Ciclo Expositivo apresenta obras de Carla Chaim, Marcelo Amorim, Nino Cais, Lenora de Barros, Rosângela Rennó, Leda Catunda, Flora Leite e Mano Penalva. Na imagem, Rosângela Rennó apresenta "Nuptias Penelope Dick" (2017). Foto: Gabriela Carrera


No sábado, dia 3 de agosto, a partir das 14h, a Casa de Cultura do Parque convida todo o público para a abertura de três exposições inéditas que trazem artistas de diferentes gerações, apresentando obras em diversas mídias e criadas especificamente para os espaços da Casa. Reunindo nomes como Carla Chaim, Marcelo Amorim, Nino Cais, Lenora de Barros, Rosângela Rennó, Leda Catunda, Flora Leite e Mano Penalva, as mostras marcam o II Ciclo Expositivo de 2024 e ficam em cartaz até o dia 13 de outubro.

A exposição "A Vingança do Arquivo", na Galeria da Casa de Cultura do Parque, é uma convite dos artistas Carla Chaim, Marcelo Amorim e Nino Cais que, como curadores, convidam as artistas Lenora de Barros, Rosângela Rennó e Leda Catunda para um grande diálogo entre suas produções. A mostra é acompanhada por um texto crítico inédito da curadora e pesquisadora Ana Roman. As práticas de Carla Chaim, Marcelo Amorim e Nino Cais, embora diversas em suas trajetórias, compartilham uma sensibilidade comum aos objetos do mundo, unindo-os pela apropriação.

Nesta exposição, o arquivo é o ponto de partida, e cada artista também atua como curador, convidando outro artista para expandir o diálogo. Nino Cais convida Leda Catunda, que ressignifica objetos cotidianos; Carla Chaim convida Lenora de Barros, explorando corpo e escrita; e Marcelo Amorim convida Rosângela Rennó, que recontextualiza imagens. Juntas, suas obras questionam a autoridade documental dos arquivos e expressam a contínua busca dos artistas por ressignificações, iluminando vestígios do passado sob novas perspectivas. 

Ana Roman observa: "'A Vingança dos Arquivos' se apresenta, em certa medida, como uma mistura entre a apropriação e a dobra de elementos inscritos no passado, que se tornam objetos de fabulação de futuro; ou ainda pode ser compreendida como o desaprendizado das práticas e das categorias fundamentais às lógicas de dominação que regem os arquivos. Os artistas reunidos na exposição são, de alguma maneira, desobedientes a essas lógicas e posicionam-se como investigadores da nossa cultura visual. Eles trabalham a partir do desvio". "A Vingança do Arquivo" propõe uma reflexão profunda sobre a memória, o esquecimento e a reinvenção, convidando o público a reconsiderar a natureza dos arquivos e a autoridade das narrativas históricas.

"Sonâmbula” ocupa o Gabinete da Casa de Cultura do Parque e revela a poética singular de Flora Leite através de obras que exploram os limites entre matéria, objeto e a intangibilidade. Com trabalhos que capturam a atenção para o que é aparentemente invisível e efêmero, a individual de Flora Leite inclui obras como "Chaminé", uma torre de cigarros Marlboro empilhados, e "Celeste", um aparelho óptico que projeta a luz atmosférica no chão. Em "Alguma coisa, coisa nenhuma", a artista transforma a poeira recolhida em uma galáxia no piso da Casa, invertendo a célebre frase "Somos Todos Poeira de Estrelas". A mostra também inclui "Núcleo, magma, crosta", onde um pedaço de pão percorre o elevador da casa, em um movimento que reflete a combinação de repouso e deslocamento.

A poeta Julia de Souza, em seu texto crítico que acompanha a mostra, observa que as obras de Flora Leite transitam entre o concreto e o abstrato, provocando reflexões sobre a natureza das coisas e a linguagem. Ela escreve: "O sentido das coisas nunca é estanque - e tampouco são estanques as próprias coisas". "Sonâmbula" é um convite à imersão no universo poético de Flora Leite, que desafía o espectador a olhar para o cotidiano com novos olhos, a perceber a beleza e a poesia nos detalhes mais sutis e a refletir sobre as fronteiras entre o tangível e o intangível.

Inspirado pela memória afetiva de sua avó, que lhe ensinou a fazer flores de papel crepom, Mano Penalva celebra os saberes transmitidos pelo corpo e pelo afeto. A instalação "Crepom", criada especialmente para o “Projeto 280x1020” da Casa de Cultura do Parque,  é composta por uma videoperformance, um canal sonoro e dois grandes murais que lembram lousas, adornados com babados de crepom branco.

Penalva evoca a educação convencional, com elementos que remetem à autoridade do professor e à organização normativa do alfabeto, para, em seguida, questionar essa estrutura. A instalação sugere que o conhecimento é transmitido também pela matéria, desafiando a separação entre intelecto e corpo, arte e artesanato, masculino e feminino, escrita e oralidade. A curadora e pesquisadora Mariana Leme, em seu texto crítico que acompanha a mostra, contextualiza "Crepom" dentro da história da arte ocidental, marcada pela divisão entre natureza e cultura, arte e artesanato.

“Uma educação pela pedra, ou pelas flores, pode significar uma bem-vinda contaminação cultural, para que possamos aprender da matéria, e reconhecer que também somos feitos dela”. Mariana Leme ressalta que a instalação de Penalva busca reparar essa fratura, resgatando uma educação pela materialidade e pela beleza das coisas. Através de suas flores de crepom, Penalva chama a atenção para a importância de uma educação que valoriza o contato com a matéria e a beleza, em contraste com a primazia do intelecto que dominou a história da arte ocidental.

Penalva nos convida a aprender com a matéria, a reconhecer nossa conexão com ela e a valorizar os saberes que atravessam gerações. A exposição é uma oportunidade de refletir sobre nossas próprias práticas educacionais e culturais, promovendo uma contaminação cultural bem-vinda e necessária.

Sobre a Casa de Cultura do Parque
A Casa de Cultura do Parque é um novo centro cultural que busca aprofundar o vínculo das pessoas com a cultura contemporânea através de oportunidades de aprendizado e vivências criativas. A partir das exposições de artes visuais, a Casa promove uma série de atividades educativas. De shows a debates, de visitas escolares a mostras de cinema, a Casa de Cultura do Parque tem como seu propósito contribuir para uma sociedade mais cidadã, mais diversa e mais inclusiva.


Serviço
II Ciclo Expositivo 2024
"A Vingança do Arquivo"
Curadoria: Carla Chaim, Marcelo Amorim e Nino Cais
Artistas: Carla Chaim, Marcelo Amorim, Nino Cais, Leda Catunda, Lenora de Barros e Rosângela Rennó
Texto crítico: Ana Roman

"Sonâmbula"
Artista: Flora Leite
Texto crítico: Julia de Souza

"Crepom"
Artista: Mano Penalva
Texto crítico: Mariana Leme

Aberturas: sábado, 3 de agosto, das 14h00 às 18h00
Visitação: de 3 de agosto a 13 de outubro de 2024
Horário: quarta a domingo, incluindo feriados, das 11h00 às 18h00
Endereço: Casa de Cultura do Parque | Av. Prof. Fonseca Rodrigues, 1300 – Alto de Pinheiros / São Paulo
Realização: Casa de Cultura do Parque
Direção artística: Claudio Cretti

.: Renato Brunello une tradição italiana e cultura brasileira na Arte132 Galeria


Com 22 obras inéditas e curadoria de Laura Rago, a mostra apresenta a versatilidade da madeira e do mármore, incorporando novas abordagens ao seu manuseio. Na imagem, Renato Brunello – Gufo rosa [Coruja rosa] (2024) | Foto: Everton Ballardin


A partir do dia 10 de agosto, a Arte132 Galeria apresenta a exposição "Transmutação e metáforas do inconsciente" do escultor italiano Renato Brunello, com curadoria de Laura Rago. Em sua segunda mostra individual na galeria, a produção de Brunello reflete a fusão entre a tradição escultórica italiana e a cultura brasileira. A mostra com 22 obras, todas inéditas, traz a adaptabilidade dos materiais utilizados, abrangendo novas concepções sobre seu manuseio.

Desde meados dos anos 1970, Renato Brunello, radicado no Brasil, incorporou em sua produção artística as influências da arte e da cultura popular nordestina, como o artesanato e o folclore, além das características da arquitetura vernacular pelo uso de materiais locais e técnicas construtivas tradicionais. Formado na Escola de Artes e Ofícios, em Veneza, Brunello trabalha com mármore e madeira em suas criações, transgredindo a maneira convencional de utilizar esses materiais ao incorporar a força expressiva da técnica e a adequabilidade do trabalhador de ofício. "A escultura deve necessariamente se relacionar com a dinâmica do espaço, articulando volumes de maneira a criar uma interação fluida e expressiva com o ambiente", diz Brunello.

As obras de Brunello rejeitam a classificação tradicional da arte, que se apoia na separação do abstrato versus o figurativo ou engajamento versus "arte pela arte". Nelas, o elemento abstrato evoca o figurativo, ao mesmo tempo que a beleza da forma provoca reflexões. Cada peça conta uma história que se revela a quem observa. A apreciação da arte contemporânea exige essa imersão no universo do artista. "A ocupação do espaço é vital para gerar pontos dinâmicos e dialogar eficazmente com o próprio espaço", afirma o artista, comparando a composição espacial da escultura a um passo de dança.

Nesta exposição, as produções proporcionam leituras para a compreensão da intenção criativa de Brunello, consciente ou não. Essa visão integra a subjetividade do artista à exterioridade do mundo. As esculturas de pequeno porte, como "Gufo Rosa" (2024), carregada de camadas de significado metafórico, trazem à memória a coruja de Minerva, presente na mitologia romana, e evocam a ideia de renovação e transformação constante. A escolha dos materiais, como mármore rosa de Portugal e madeiras massaranduba e garapeira, evidencia a habilidade técnica do artista, ressaltando a ambiguidade das texturas alcançadas.

"Conceitos relativos a uma ampliação do campo da escultura são perceptíveis no eixo da produção axiomática do artista, que passou a abranger novas concepções, flertando com a metáfora e o simbólico", escreve Laura Rago. "O resultado são obras tridimensionais que evocam a fauna e a flora do Brasil, ao mesmo tempo que ressaltam a expertise do artista no manejo da matéria”, completa a curadora.

Renato Brunello continua a explorar a relação entre o vazio e o cheio em suas esculturas, como em "Contorção" (2005) e "Ponto e Contraponto" (2023), criando uma interação entre presença e ausência. Essa interação convoca o espectador ao deslocamento corpóreo e imaginativo, permitindo uma experiência estética que transcende a simples observação visual. Suas esculturas podem ser experimentadas como um sistema de comunicação, que produz e reproduz signos a partir do seu imaginário.


Serviço
Exposição "Transmutação e Metáforas do Inconsciente"
Local: Arte132 Galeria
Endereço: Avenida Juriti, 132, Moema, São Paulo - SP
Abertura: 10 de agosto de 2024
Período expositivo: 10 de agosto a 26 de outubro de 2024
Visitação: segunda a sexta, das 14h00 às 19h00. Sábados, das 11h00 às 17h00
Entrada gratuita

.: Últimos dias da mostra "Spin Machine" do artista Pascal Dombis na Dan Galeria


Em cartaz até 27 de julho, a mostra apresenta um conjunto de 37 obras digitais, com efeitos óticos e cinéticos combinados, incluindo uma instalação inédita inspirada em "Dream Machine" de Brion Gysin. Na imagem "Pascal Dombis – The End of ar its Not the End" (2024)| Foto: acervo do artista


A individual "Spin Machine", do renomado artista francês Pascal Dombis, ficará em exibição na Dan Galeria Contemporânea até o dia 27 de julho. Com curadoria de Franck James Marlot, a mostra reúne um conjunto de 37 obras, incluindo uma instalação inédita, que deu nome à exposição, inspirada na icônica "Dream Machine" (1959), de Brion Gysin

Conhecido por suas formas visuais imprevisíveis e dinâmicas, Dombis desafia convenções sociais e temporais, propondo uma nova visão interativa que incita reflexões sobre o futuro e a memória por meio de colagens digitais provocativas e algoritmos, combinando efeitos óticos e cinéticos em suas produções, ao mesmo tempo, em que proporciona uma experiência hipnótica por meio do movimento giratório de caixotes que refletem tramas lenticulares.

“A exposição 'Spin Machine' é uma proposta de experiências de Pascal Dombis através das quais ele capta os sinais de uma falência futura analisando a proliferação desmedida de sequências transpostas para suas colagens digitais a fim de conferir, por meio de uma densidade estrutural abissal, um eco à sua própria destruição”, explica Franck James Marlot, curador da mostra.

Desde a década de 1990, Pascal Dombis vem capturando a essência das transformações pós-digitais. Sua trajetória artística, que iniciou com a descoberta das possibilidades da informática durante seus estudos em Boston, o levou a explorar algoritmos como ferramentas criativas. Após integrar o grupo de artistas fractalistas, Dombis concentrou-se em experimentar além desse tema, utilizando repetições abundantes para criar formas geométricas e tipográficas por meio de obras digitais multifacetadas.

As obras de Dombis, especialmente as séries "Post Digital Mirror" e "Post Digital Surface", destacam-se pela sua capacidade de criar reflexos digitais vívidos. Sua técnica lenticular, adotada a partir dos anos 2000, oferece uma experiência sensorial única, desafiando o espectador a explorar diferentes pontos de vista.

A instalação interativa "The End of ar its Not the End", uma das mais notáveis de Pascal, encerra a mostra convidando os espectadores a refletir sobre o futuro da arte e da sociedade. Composta por mais de 20.000 imagens retiradas de pesquisas no Google sobre "O fim da arte", a obra cria uma narrativa contínua que adere à parede como uma pele, revelando o invisível através do movimento do espectador. Dombis, como um verdadeiro lançador de alerta, questiona as mudanças estruturais da sociedade, oferecendo uma obra atravessada pela noção do tempo em todas as suas dimensões, debatendo temas como linguagem, saturação de informação e a crescente influência da sociedade digital.


Sobre o artista
Pascal Dombis
formou-se em engenharia pela Universidade de Insa em Lyon, França, antes de optar por seguir uma carreira artística. Sua decisão o levou à Tufts University, onde completou uma série de aulas de arte computação em 1987.

Pascal Dombis é famoso por criar formas visuais imprevisíveis e dinâmicas que exploram as complexidades dos paradoxos visuais por meio do uso de processos tecnológicos "excessivos". Ao longo de sua carreira, Dombis vem utilizando computadores e algoritmos para gerar repetições elaboradas de processos simples, que reproduzem, de forma computacional, sinais geométricos ou tipográficos.

Essas estruturas de desestruturação e ambientes irracionais perturbam, engajam e inspiram o espectador, apresentando paradoxos fascinantes entre o controle mecânico e a aleatoriedade caótica que os produz. Em 1988, Pascal Dombis realizou sua primeira exposição no exterior, nos Estados Unidos. Desde então, o artista está ganhando cada vez mais reconhecimento mundial. Suas exposições individuais ao redor do mundo incluem Claudio Bottello Contemporary na Itália, RAYGUN Art Projects na Austrália e Musée em Herbe na França. A seguir algumas exposições coletivas que participou: Kunstpalast Museum, Dinamarca, Velchev Art Museum na Bulgária, The Page Gallery na Coreia do Sul e na Universidade da Geórgia nos EUA. Notavelmente, Dombis foi contratado para criar obras públicas monumentais para a cidade de Perth, Austrália e no Ministério da Cultura na França. O artista atualmente vive e trabalha em Paris.

Serviço
Exposição "Spin Machine"
Até dia 27 de julho
Dan Galeria Contemporânea - Rua Amauri, 73, Jardim Europa, São Paulo
Horário: das 10h00 às 19h00, de segunda a sexta; das 10h00 às 13h00, aos sábados.
Entrada gratuita
Classificação indicativa: livre
Acesso para pessoas com mobilidade reduzida

.: "Mitos, Contos e Alegorias", exposição de Gabriella Garcia, na Galeria Lume


Na imagem, a obra "Anjo Gabriellico 1" (2024). Foto: Ana Pigosso

Com obras multimateriais que tensionam modelos e narrativas históricas perpetuadas através de símbolos e iconografias, Gabriella questiona não apenas os limites da imagem votiva, mas também o da devoção à imagem enquanto ícone. No sábado, dia 3 de Agosto, acontece a abertura de "Mitos, Contos e Alegorias", individual da artista Gabriella Garcia na Galeria Lume. Com texto curatorial de Igi Ayedun, a exposição ocupa a galeria com 27 obras, que se dividem entre esculturas em concreto, cerâmica, telas em grande formato e pinturas sobre madeira. Garcia também apresenta uma obra da série “Jurei Mentiras” desenvolvida desde 2020.

Na exposição, Gabriella retoma elementos da iconografia greco-romana, recriando-os por meio de inteligência artificial para provocar um desequilíbrio hierárquico. Aqui as imagens são abstraídas de seus contextos originais, editadas, difundidas e finalmente deformadas por processos que as anulam e as modificam. Todas as obras elaboradas através de inteligência artificial são desenvolvidas como esculturas físicas através de materiais históricos e inéditos na produção de Gabriella. Os resultados das execuções de comandos inseridos pela artista incorporam multiplicidades de correntes estilísticas e formam novas figuras estranhas, insólitas e muitas vezes, irreconhecíveis, e é nesse momento em que a imagem, enquanto objeto “desfigurativo”, completa sua realização e se torna dependente de interpretações e não mais de intenções.

Em continuidade ao conceito de farsa abordado em sua última individual na galeria, "Esse sonho pode nunca acontecer" em 2021, na qual exibia obras carregadas de símbolos da história da arte clássica, Gabriella traz agora questionamentos e reflexões a respeito do pensamento hegemônico eurocêntrico, aliado às astúcias das imagens religiosas.

Em alguns trabalhos a artista levanta imagens históricas coloniais, como na obra "Contra-História"  que através de uma gravação a laser sobre pedra de mármore, apresenta a reprodução da pintura “Primeira Missa” de Victor Meirelles a qual foi  financiada pelo império de Pedro ll com  o intuito de perpetuar o que fora uma imagem forjada que encenava de forma pacífica esse processo inicial referente a catequização dos povos originários durante o período colonial. Junto da obra, encontra-se disponível ao espectador uma ferramenta que traz a oportunidade não só de apagar mas também de adicionar à aquela cena o que for de sua vontade, tecendo assim, uma nova história.

Ao adentrar os espaços ocupados por Gabriella, o visitante é confrontado com uma diversidade de peças iconográficas jamais vistas. Ora figurativas, ora abstratas, os novos símbolos instigam uma reavaliação da história: o que é o real? O que determina que uma imagem seja digna de adoração? Onde está a fronteira entre mito, conto e alegoria?


Sobre a artista
Gabriella Garcia, é uma artista autodidata, cuja prática transita entre escultura, pintura e instalação. O trabalho de Gabriella compreende não apenas o lugar onde está como também aquilo de onde deriva. Figuras recortadas tomam o espaço a partir de trabalhos onde diversos materiais dialogam na construção de peças que possuem, em suas composições, relações com o cênico, com arquitetura e que propõe perspectivas de uma nova história a partir de imagens e materiais, muitas das vezes resgatados e restaurados pela artista. Na construção de uma imagem, seja ela bi ou tridimensional, Garcia trabalha em um contínuo esforço de fusão: uma incessante busca de assimilação de materiais que, em suas essências, trazem na sua materialidade dados históricos e novas idéias de representação a partir de uma proposta de descontinuação de farsas históricas. Os trabalhos colocam à prova um exercício vívido de confronto entre gesto e natureza; manipulação vs reestruturação, criando um jogo onde o que se entende como terreno é a possibilidade singular que o gesto artístico possui de reescrever nossa própria história.


Serviço
Exposição "Mitos, Contos e Alegorias", de Gabriella Garcia
Texto curatorial: Igi Ayedun
Local: Galeria Lume
Abertura: 3 de agosto, sábado, das 12h00 às 19h00
Período expositivo: 3 de agosto de 2024 a 7 de setembro de 2024
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 19h00; sábados, das 11h00 às 15h00
Endereço: Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa, São Paulo - SP
Entrada gratuita 

.: Esther Bonder em "Eterno Retorno", até dia 31, na Galeria Marilia Razuk


Vista geral da mostra de Esther Bonder na Galeria Marilia Razuk. Foto: Filipe Berndt / Divulgação

A pesquisa da artista se dá sobretudo através do olhar para a natureza, e de um questionamento do espaço e tempo, sobre algo etéreo que transcende a matéria. Com um olhar voltado para o sensível, as pinturas idílicas de Esther Bonder que compõem "Eterno Retorno" nos convidam a contemplação ao expor a ciclicidade e a fluidez das águas nas representações de rios, mares, geleiras, e suas esculturas de bolhas de ar que nos induzem a um deslocamento espacial para uma melhor contemplação.

Nas palavras da curadora da exposição Ana Carolina Ralston: “Um movimento circular e repetido de acontecimentos que voltam a ocorrer de forma a perpetuar a existência, como explica a teoria de Friedrich Nietzsche (1844-1900) que dá nome à exposição. Contudo, o questionamento que nos serve de reflexão é também como transformar trechos dessa repetição sistemática para que possamos seguir em direção a novas revoluções”. Esther Bonder apresenta em Eterno retorno cerca de 30 pinturas e algumas esculturas realizadas com malha metálica.

Artista visual Esther Bonder na Galeria Marilia Razuk. Foto:Denise Andrade / Divulgação

Sobre Esther Bonder
A obra da artista plástica carioca Esther Bonder envolve cenas poéticas permeadas por paisagens idílicas repletas de luz e formas botânicas. Seu trabalho deve ser vivenciado pela observação e reflexão. A pintura dela questiona o espaço e tempo da experiência sensível e busca um caminho de introspecção. Utilizando-se de diferentes mídias como objetos, esculturas, instalações e principalmente, pintura e desenho, a partir de 2010, dedica-se à construção de uma narrativa que remete a um universo onírico. Luz e formas fantásticas carregadas de efeitos vibrantes funcionam como um portal para trazer o sonho para dentro da tela. 

Esther produz pinturas pequenas, de médio ou grande formato, a depender da natureza do tema abordado. Na sua série mais recente, “Luz do Sol”, cria pequenas paisagens com cores inesperadas e cítricas que remetem a um lugar iluminado por um sol que faz parte de alguma das milhões de estrelas do universo. As pinturas ilustram com refinamento poético um mundo onde toda a matéria se relaciona. O centro das investigações de sua prática artística consiste em apontar o horizonte, ou a sobreposição de horizontes para extrair do relaxamento do olhar a sensação de perder-se na tela, lidar com o desconhecido, a transcendência do pensar e a imprevisibilidade que permeia o mundo da vida.

Nascida no Rio de Janeiro, em 1963, Esther Bonder trabalhou com Roberto Burle Marx e executou a obra do artista e paisagista nas colunas da sinagoga da Congregação Judaica do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1994. Nos últimos anos participou de diversas coletivas e realizou algumas exposições individuais, com destaque para A vida sensível, realizada em 2023, também com curadoria de Ana Carolina Ralston, no Centro Cultural Correios de São Paulo, e no ano anterior, 2022, realizou a individual Luz do Sol, com curadoria de Dudu Garcia, no Centro Cultural Correios Niterói, RJ.


Serviço
Exposição "Eterno Retorno", de Esther Bonder
Curadoria Ana Carolina Ralston
Exposição: até dia 31 de julho de 2024 (prorrogada)
Local: Galeria Marilia Razuk – Sala 2
Rua Jerônimo da Veiga, 62 – Itaim Bibi, São Paulo
Terça a sexta-feira, das 10h30 às 19h00. Sábado, das 11h00 às 16h00.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

.: Exposição do fotógrafo Manu Pivatti em SP é opção de passeio cultural grátis


Manu Pivatti posa entre as obras da exposição "Origens", resultado de diversas expedições na Amazônia. Foto: Guilherme Machado

A ArboREAL, em parceria com a Alma Eventos Brasil, apresenta “Origens”, uma exposição fotográfica de Manu Pivatti que destaca a beleza e a riqueza cultural dos povos originários da Amazônia. A exposição poderá ser vista até o dia 26 de agosto. A entrada é gratuita, com necessidade de agendamento prévio, especialmente para grupos que desejam visitas guiadas.

“Origens” é o resultado das extensas expedições de Manu Pivatti na Amazônia, onde atuou como voluntário em logística para ONGs da área da saúde. Ao longo dessas expedições, Manu imergiu na vida cotidiana de várias tribos indígenas, acumulando um acervo de mais de 10 mil fotografias e uma coleção de artefatos únicos.

As experiências antropológicas e culturais, somadas às adversidades enfrentadas para sobreviver na selva, moldaram a versatilidade e capacidade de adaptação do fotógrafo. A exposição apresenta fotografias exclusivas de rituais indígenas, raramente testemunhados por externos, e artefatos de grande valor antropológico, histórico e cultural, como um tronco utilizado no Ritual Xinguano do Kuarup e as Luvas de Formigas Tucandeiras do Ritual de Passagem do Povo Sateré-Mawé.

Serviço
Exposição "Origens" | Fotografias de Manu Pivatti
Local: ArboREAL - Loja Conceito, Avenida Imperatriz Leopoldina, 1042
Até dia 26 de agosto de 2024
Entrada: gratuita e aberta ao público com agendamento prévio. Grupos precisam agendar visitas guiadas.
Outras informações: (19) 9 8208 0805
Instagram: @origens_expo | @manupivatti | @arbo_real

segunda-feira, 8 de julho de 2024

.: "Arte Subdesenvolvida" apresenta o Brasil do Século XX no CCBB SP


Mostra será inaugurada, gratuitamente, em 29 de maio no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. O acervo reúne 130 peças produzidas entre as décadas de 1930 e 1980 por mais de 40 artistas, dentre eles Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Randolpho Lamounier, Solano Trindade, e muitos outros. "Enterro" (1959) | Candido Portinari | Foto: Cortesia Coleção Jones Bergamin

A partir dos anos 1930, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), países econômica e socialmente vulneráveis passaram a ser denominados “subdesenvolvidos”. No Brasil, artistas reagiram ao conceito, comentando, se posicionando e até combatendo o termo. Parte do que eles produziram nessa época estará presente na mostra "Arte Subdesenvolvida", de 29 de maio a 05 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP). A entrada será gratuita mediante retirada do ingresso na bilheteria ou pelo site ccbb.com.br/sp.

O conceito de subdesenvolvimento durou cinco décadas até ser substituído por outras expressões, entre elas países emergentes ou em desenvolvimento. “Por isso o recorte da exposição é de 1930 ao início dos anos 1980, quando houve a transição de nomenclatura, no debate público sobre o tema, como se fosse algo natural passar do estado do subdesenvolvimento para a condição de desenvolvido”, reflete o curador Moacir dos Anjos. “Em algum momento, perdeu-se a consciência de que ainda vivemos numa condição subdesenvolvida”, complementa.

A exposição, com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset Management, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apresenta pinturas, livros, discos, cartazes de cinema e teatro, áudios, vídeos, além de um enorme conjunto de documentos. São peças de coleções particulares, dentre elas dois trabalhos de Candido Portinari. Há também obras de Paulo Bruscky e Daniel Santiago gentilmente cedidas pelo Museu de Arte do Rio - MAR.


Alguns destaques
Obras de grande importância para a cultura nacional estão presentes em "Arte Subdesenvolvida". Duas instalações, em especial, prometem atrair os visitantes. Uma delas é a obra "Sonhos de Refrigerador", do artista Randolpho Lamounier. O trabalho "(site specific)" apresenta um grande volume de objetos que materializam sonhos de consumo de pessoas ouvidas na Praça da Sé, em São Paulo.

“A materialização dos sonhos terá diversas formas de representação, que incluirão desde desenhos feitos pelas próprias pessoas entrevistadas, objetos da cultura vernacular e elementos da linguagem publicitária”, conta o artista. “Posso enumerar até o momento: neons de LED, letreiros digitais, monitores de vídeo, pelúcias, infláveis, banners e faixas manuscritas”, completa.

A instalação vai ocupar todo o vão central do CCBB São Paulo e, como explica o curador, “faz uma reflexão, a partir de hoje, sobre questões colocadas pelos artistas de outras décadas”. Outra obra de destaque na mostra é "Monumento à Fome", produzida pela vencedora da Bienal de Veneza, a ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino.

Ao todo mais de 40 artistas e outras personalidades brasileiras terão obras expostas na mostra, entre eles: Abdias Nascimento, Abelardo da Hora, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Artur Barrio, Candido Portinari, Carlos Lyra, Carlos Vergara, Carolina Maria de Jesus, Cildo Meireles, Daniel Santiago, Dyonélio Machado, Eduardo Coutinho, Ferreira Gullar, Graciliano Ramos, Henfil, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, José Corbiniano Lins, Josué de Castro, Letícia Parente, Lula Cardoso Ayres, Paulo Bruscky, Rachel de Queiroz, Rachel Trindade, Solano Trindade, Regina Vater, Rogério Duarte, Rubens Gerchman, Unhandeijara Lisboa, Wellington Virgolino e Wilton Souza.
 

O subdesenvolvimento em décadas
Arte Subdesenvolvida ocupará quatro pisos do CCBB SP, incluindo o subsolo, e será dividida por décadas. O primeiro eixo, "Tem Gente com Fome", apresenta as discussões iniciais em torno do conceito de subdesenvolvimento. “São de 1930 e 1940 os artistas e escritores que começam a colocar essa questão em pauta”, afirma o curador.

No segundo eixo, "Trabalho e Luta", haverá uma série de obras de artistas do Recife, Porto Alegre, entre outras regiões do Brasil onde começaram a proliferar as greves, as lutas por direitos e melhores condições de trabalho.

Já o terceiro bloco se divide em dois. "Em Mundo e Movimento" “a política, a cultura, a arte se misturam de forma radical”, explica Moacir. Nessa seção há documentos do Movimento Cultura Popular (MCP), do Recife, e do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro.

Já na parte "Estética da Fome", também do eixo 3, a pobreza é tema central nas produções artísticas, em filmes de Glauber Rocha, obras de Hélio Oiticica e peças de teatro do grupo Opinião. “Nessa época houve muita inventividade que acabou sendo tolhida depois da década de 1960”, completa.



"Seja Marginal, Seja Herói" | Hélio Oiticica |Foto:  Projeto Hélio Oiticica


No subsolo ficará o último eixo da mostra, "O Brasil É Meu Abismo", com obras do período da ditadura militar e artistas que refletiram suas angústias e incertezas com relação ao futuro. “São trabalhos mais sombrios e que descrevem os paradoxos que existiam no Brasil daquele momento, como no texto O Brasil é meu abismo, de Jomard Muniz de Britto”, conta o curador.

Durante a mostra serão desenvolvidas atividades especiais como visitas mediadas, lançamento do catálogo e mesa redonda com convidados para discutir o conceito de países subdesenvolvidos. Ao realizar esse projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a oportunidade de conhecer o trabalho de artistas renomados e entender um período importante da história do Brasil através da arte, reafirmando seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura.

A exposição Arte Subdesenvolvida é produzida pela Tuîa Arte Produção e permanecerá aberta ao público até 5 de agosto, com entrada gratuita. Depois, a mostra circulará as demais unidades do CCBB, em Belo Horizonte (28 de agosto a 18 de novembro de 2024), Brasília (9 de dezembro de 2024 a 2 de fevereiro de 2025) e Rio de Janeiro (19 de fevereiro a 12 de maio de 2025).


Serviço
Exposição "Arte Subdesenvolvida"
Até dia 5 de agosto de 2024
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico / São Paulo
Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.
Ingressos gratuitos: disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP.
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.

.: Exposição temporária “Sentar, Guardar, Dormir" em cartaz no Museu do Ipiranga


"Rede". Sorocaba, c. 1900. Museu da Casa Brasileira. Em algodão fiado, esta peça do artesanato sorocabano com dois punhos de cada lado, possibilita várias montagens. Além da posição tradicional, suspendendo-se uma lateral mais alta que a outra, a rede forma uma espécie de poltrona, como representado em uma iconografia do desenhista e fotógrafo do século XIX, Hercules Florence. Foto: Helio Nobre


A exposição temporária “Sentar, Guardar, Dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em Diálogo” reúne até dia 29 de setembro no Museu do Ipiranga móveis criados nos últimos 400 anos com soluções criativas para três ações cotidianas. A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Paulo César Garcez Marins e Maria Aparecida de Menezes Borrego, e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. Bancos, cadeiras, sofás, caixas, cômodas, escrivaninhas, guarda-roupas, redes, esteiras e camas. Todos esses itens fazem parte do nosso dia a dia e revelam como atendemos três necessidades básicas: sentar, guardar e dormir. A mostra apresenta móveis produzidos entre os séculos 16 e 21, com as peças criadas de acordo com as demandas de cada período.

As 164 peças escolhidas estabelecem um diálogo entre os acervos do Museu da Casa Brasileira (MCB), com 118 móveis, e do Museu Paulista, com 46 peças, expondo a complementaridade dos acervos das duas instituições estaduais paulistas. Os itens evidenciam a diversidade cultural e social brasileiras, abordando as heranças indígena, portuguesa e afro-brasileira, além daquelas ligadas às diversas imigrações e migrações que marcaram nossa sociedade.

Para facilitar o diálogo com o público, a exposição foi organizada por tipos de móveis, permitindo uma comparação clara entre as formas de desenvolvimento do mobiliário, seja por métodos artesanais ou industriais. A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Maria Aparecida de Menezes Borrego, e Paulo César Garcez Marins e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. Também colaboraram na curadoria os assistentes Rogério Ricciluca Matiello Félix e Wilton Guerra, pela primeira vez juntos.

O MCB foi criado em 1970 para registrar e expor as diferentes formas de morar, tornando-se o único museu brasileiro especializado em design. O acervo abarca muitos itens produzidos a partir da segunda metade do século XX, abrangendo peças assinadas ou produzidas pela indústria ou por camadas populares. Já o Museu Paulista da USP, do qual faz parte o Museu do Ipiranga, é voltado ao estudo de objetos e imagens que documentam a sociedade brasileira e tem móveis em sua maioria produzidos entre o século XVII e os anos 1920.

A exposição está instalada no salão de exposições temporárias, um espaço moderno, acessível e climatizado, com 900m2, localizado no piso jardim, o novo pavimento do Museu do Ipiranga. Os ingressos para a mostra são gratuitos.


Módulos da exposição
Sentar 
Apresenta móveis populares, cadeiras e poltronas feitas por designers dos séculos 20 e 21 e conjuntos de sofás e cadeiras dos séculos 18 e 19. Um conjunto de tipologias que remetem ao uso recorrente ao longo do tempo, incluindo , cadeiras de balanço, cadeiras para criança, sofás, poltronas, poltronas de braço, canapés, bancos, mochos, cadeiras de costura e cadeiras de escritório giratórias. . Entre os destaques, figuram , peças elaboradas para o trabalho como uma cadeira de barbeiro e um raro exemplar de cadeira de dentista portátil, além de bancos e esteiras indígenas.

Guardar
São apresentados diversos tipos de móveis que foram utilizados para armazenar roupas, cartas, documentos e valores. Caixas, canastras, cofres, cômodas, armários, guarda-roupas, contadores, papeleiras e escrivaninhas revelam, por um lado, os modos de dar segurança ao que se quer preservar ou transportar e, por outro, a proteção dos testemunhos da nossa intimidade e das roupas e acessórios que usamos. Entre os destaques, estão a cômoda papeleira com seus sistemas de segredo, guarda-roupas de Alberto Santos Dumont e cangalhas utilizadas em mulas para o transporte de cargas.

Dormir
São exibidos móveis que evidenciam diversas formas de deitar e descansar praticadas no Brasil ao longo de séculos. Da rede de origem indígena às camas de casal ou de solteiro, estes móveis foram utilizados tanto em espaços compartilhados, como em ambientes cada vez mais íntimos ou individuais. Pelos vários materiais usados em sua confecção – como fibras naturais, madeiras, couro, metais para encaixes e molas, plásticos e tecidos – pode-se trilhar o caminho entre fatura artesanal, muitas vezes feitas por indígenas e negros, e a linha de produção em série, como é o caso das Camas Patente. Muitas camas foram ofertadas às coleções dos museus por terem pertencido a membros das elites, como a família imperial, nobres que receberam seus títulos dos imperadores, como a Marquesa de Santos; ou de personalidades da política no regime republicano. O módulo também apresenta um conjunto de móveis que pertenceu ao quarto de dona Violeta Jafet, doado em 2017 ao Museu Paulista. Ele é composto por cama, mesas de cabeceiras, penteadeira, sapateira, banqueta, cadeiras e mesa circular e um divã estofado. Dormir, sentar e guardar estavam, assim, reunidos em um mesmo ambiente de elite, por meio dos móveis feitos pelo Liceu de Artes e Ofícios, que foi o mais famoso fabricante de móveis da cidade de São Paulo.

Serviço
Exposição temporária “Sentar, Guardar, Dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em Diálogo”
Encerramento: dia 29 de setembro
Sala de exposições temporárias, ala oeste do piso Jardim
Entrada gratuita

Acesso ao edifício Monumento
O acesso ao edifício monumento, no qual estão abertas as exposições de longa-duração, se dá por meio de ingressos vendidos por agendamento em nosso site ou diretamente na bilheteria. Mais informações: Link 

Museu do Ipiranga
Endereço: Rua dos Patriotas, 100
Funcionamento: de terça a domingo (incluindo feriados), das 10h00 às 17h00 (última entrada às 16h00)
Bilheteria a partir das 9h00
Ingressos para as exposições de longa-duração: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada)
Gratuidades: quartas-feiras e primeiro domingo do mês, além de entrada franca para públicos específicos.

Como chegar
Transporte público: de metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).
Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura – Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela – Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã – Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera – Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã – metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior – Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo – São Paulo).
Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°. Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim.
Para quem usa bicicleta, há paraciclos próximos aos portões da R. Xavier de Almeida e R. dos Patriotas.

Patrocinadores e parceiros
Mantenedor: EDP, Shell, Vale
Patrocinador Master: Itaú
Parceiro Gold: Comgas, EMS, Sabesp, Santander
Patrocínio Silver: Caterpillar
Apoio: BNDES, Fundação BB
Empresas parceiras: Dimensional, Nortel, PWC, Too seguros
Parceria de mídia: Estadão, Revista Piauí, Uol, Instituto Bandeirantes
Apoio Institucional: MCB; Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo

.: Galeria Marilia Razuk apresenta a coletiva "Território em Transe" até dia 20


Mostra com tem obras de Anna Bella Geiger, Desali, Jaime Lauriano, Johanna Calle, Marcela Cantuária, Taygoara e Xadalu Tupã Jekupé e curadoria de Ana Carolina Ralston. Foto: 
Filipe Berndt / Divulgação


O título da exposição coletiva "Território em Transe", que segue na Galeria Marilia Razuk até 20 de julho, faz referência ao icônico filme "Terra em Transe", de Glauber Rocha, realizado em 1967, e como nas palavras da curadora Ana Carolina Ralston, “O diretor e roteirista enfatiza o drama sociopolítico vivido na América Latina em uma atmosfera de transe e de constante movimento”.  

Sob a mesma temática, envolvendo territorialidade, poder, disputas, divisas, diferentes culturas, registros históricos, e questões antropológicas, Território em transe traça conexões sobre o tema, entre as obras de seis artistas: Johanna Calle, representada pela galeria, e os demais convidados: Anna Bella Geiger, Desali, Jaime Lauriano, Marcela Cantuária, Taygoara e Xadalu Tupã Jekupé.

“Buscamos por meio dessa exposição coletiva reforçar o transe de territórios entre céu e terra e quem sabe encontrar nesse espaço um local de reflexão sobre um ideal conjunto que reformule as tão questionáveis formas de cartografar o mundo", explica a curadora Ana Carolina Ralston. 

A exposição se propõe a questionar e observar novas reflexões sobre territorialidade, mas sobretudo, levanta questões sobre sociedade, espiritualidade e suas inúmeras segmentações. Território em transe fica em cartaz entre 15 de maio e 20 de julho de 2024.


Serviço
"Território em Transe" (coletiva)
Exposição até dia 20 de julho de 2024
Local: Galeria Marilia Razuk – Sala 1
Rua Jerônimo da Veiga, 131 – Itaim Bibi, São Paulo
Segunda a sexta / 10h30 às 19h00
Sábado / 11h00 à 16h00
Entrada gratuita

sábado, 11 de fevereiro de 2023

.: A tela de Eduardo Kobra feita em homenagem a Gloria Maria


O Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro, recebe tela feita pelo muralista Eduardo Kobra em homenagem a Gloria Maria, a pedido do programa “Fantástico”. A entrada é gratuita. Executada em um fim de semana, em apenas 15 horas, a obra em tecido tem 4 metros de altura por 3 de largura e pode ser vista até 11 de março, de quarta a sábado, das 10h às 17h.

Gloria Maria faleceu no último dia 2 de fevereiro. Na tela, a jornalista e apresentadora, aparece toda colorida, cercada de borboletas e segurando o planeta Terra. “Ela tinha o planeta nas mãos”, diz Kobra, que já foi entrevistado por Gloria Maria, um rosto que o Brasil se acostumou a ver na TV nos últimos 50 anos. “Ela se conectou com o mundo como poucas pessoas e trouxe isso para nós”. Segundo Kobra, foram cem latas de spray à disposição da empreitada, realizada em seu ateliê em Itu, São Paulo.  

“A ideia de levar para o Muhcab foi do ‘Fantástico’, entendendo ser este um local de relevância identitária para receber a homenagem a uma figura tão representativa para mulheres e homens pretos, sobretudo na área da comunicação”, conta Leandro Santanna, diretor do espaço, na Gamboa, que recebeu mais de 40 mil visitantes em 2022.


Kobra no museu
“Embora a base do meu trabalho seja a arte de rua, também acho fascinante estar com minhas obras cada vez mais presentes em museus e galerias. Na história da street art, Jean-Michel Basquiat e Keith Haring quebraram a barreira. Foram precursores nessa história de ir das ruas para galerias e museus. O interessante é que hoje este movimento também acontece de ‘dentro para fora’, no sentido de artistas que eram exclusivos de galerias e museus hoje também pintarem nas ruas. É importante estar também nos museus, porque é outro tipo de suporte. É possível realizar exposições itinerantes. Uma tela que faço no meu ateliê pode ser vista em diversas partes do mundo, diferentemente de um mural, onde a pessoa tem que ir para a cidade em que a obra está”, diz Kobra.  

Aos 48 anos, Eduardo Kobra tem três mil murais em cerca de 35 países, incluindo diversas cidades estados e estados brasileiros – como “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, “Oscar Niemeyer”, em São Paulo; “The Times They Are A-Changin” (sobre Bob Dylan), em Minneapolis; “Let me be Myself” (sobre Anne Frank), em Amsterdã; “A Bailarina” (Maya Plisetskaia), em Moscou; “Fight For Street Art” Basquiat e Andy Warhol), em Nova York; e “David”, nas montanhas de Carrara.

Em todos os trabalhos, o artista busca democratizar a arte e transformar as ruas, avenidas, estradas e até montanhas em galerias e museus a céu aberto. Dois desses murais entraram no Guinness World Record, como o “maior mural do mundo”. Primeiro “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio, com cerca de três mil metros quadrados e, depois, o “Mural do Chocolate”, localizado na rodovia Castello Branco, em Itapevi, em São Paulo, com 5.742 metros quadrados. Em 2018, pintou 20 murais nos EUA, 18 deles em Nova York.


Muhcab - um dos 15 pontos da Pequena África
Vizinho ao Cais do Valongo, na Gamboa, o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab) é um dos 15 pontos de memória que compõem a Pequena África, na Região Portuária, e fica localizado no Centro Cultural José Bonifácio.

O Museu foi criado em 2017, via decreto, mas nunca tinha sido aberto para o público. O acervo ali guarda aproximadamente 2,5 mil itens, entre pinturas, esculturas e fotografias, além de trabalhos de artistas plásticos contemporâneos, que dialogam com o espaço. A atual gestão da Secretaria Municipal de Cultura executou a limpeza e o restauro das calhas para impedir vazamentos. As peças passaram por higienização, algumas também por pequenos restauros e ou ganharam uma nova moldura.


quinta-feira, 25 de agosto de 2022

.: Instituto Tomie Ohtake expõe obras do maior acervo de desenhos

Com trabalhos de 41 mestres, do Renascimento à contemporaneidade, O rinoceronte: 5 séculos de gravuras do Museu Albertina, apresenta ao público paulistano obras de Dürer, Ticiano, Rembrandt, Goya, Toulouse-Lautrec, Munch, Klimt, Klee, Picasso, Matisse, Chagall, Warhol, entre outros. Foto: Divulgação / domínio público. ALBRECHT DÜRER, O rinoceronte, 1515, Xilogravura e impressão tipográfica, The ALBERTINA Museum, Vienna


Os trabalhos reunidos em "O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina" são provenientes do maior acervo de desenhos e gravuras do mundo, o The Albertina Museum Vienna, fundado em 1776, em Viena, que conta com mais de um milhão de obras gráficas. A seleção das 154 peças para esta mostra, organizada pelo curador chefe do museu austríaco, Christof Metzger, em diálogo com a equipe de curadoria do Instituto Tomie Ohtake, é mais um esforço da instituição paulistana de dar acesso ao público brasileiro a uma coleção de história da arte, não disponível em acervos do país.

Com trabalhos de 41 mestres, do Renascimento à contemporaneidade, a exposição, que tem patrocínio da CNP Seguros Holding Brasil, chega a reunir mais de dez trabalhos de artistas célebres, para que o espectador tenha uma visão abrangente de suas respectivas produções em série sobre papel. “A exposição constrói uma ponte desde as primeiras experiências de gravura no início do século XV, pelos períodos renascentista, barroco e romântico, até o modernismo e à arte contemporânea, com gravuras mundialmente famosas”, afirma o curador.

O recorte apresentado traça um arco, com obras de 1466 a 1991, desenhado por artistas marcantes em suas respectivas épocas, por meio de um suporte que, por sua capacidade de reprodução, desenvolvido a partir do final da Idade Média, democratizou ao longo de cinco séculos o acesso à arte. O conjunto, além de apontar o aprimoramento das técnicas, consegue refletir parte do pensamento, das conquistas e conflitos que atravessaram a humanidade no período.

Divulgação / domínio público
EDVARD MUNCH, Medo, 1896, Cromolitografia a tinta e giz litográficos e agulha em preto e vermelho, The ALBERTINA Museum, Vienna

Do Renascimento, cenas camponesas, paisagens, a expansão do novo mundo pautado pela razão e precisão técnica desatacam-se nas calcogravuras (sobre placa de cobre) de Andrea Mantegna (1431–1506), as mais antigas da mostra, e de Pieter Bruegel (1525–1569), e nas xilogravuras de Albrecht Dürer (1471­–1528), pioneiro na criação artística nesta técnica, cuja obra “Rinoceronte” (1515) dá nome à exposição. O artista, sem conhecer o animal, concebeu sua figura somente por meio de descrições. O processo, que ecoou em Veneza, fez com que Ticiano (1488 – 1576) fosse o primeiro a permitir reprodução de suas obras em xilogravura por gravadores profissionais. Já a gravura em ponta seca, trabalho direto com o pincel mergulhado nas substâncias corrosivas, possibilitava distinções no desenho e atingiu o ápice nas obras de Rembrandt (1606–1669), que acrescentou aos valores da razão renascentista a sua particular fascinação pelas sombras.

Nos séculos XVII e XVIII, possibilitou-se com a meia tinta, o efeito sfumato, e com a água tinta, a impressão de diversos tons de cinza sobre superfícies maiores. Francisco José de Goya y Lucientes (1746–1828) foi um dos mestres desta técnica, aprofundando a questão da sombra em temas voltados à peste e à loucura. Enquanto Giovanni Battista Piranesi (1720–1778) tem a arquitetura como tônica de suas gravuras em água forte, na mesma técnica Canaletto (1697–1768) constrói panoramas de Veneza.

A exposição, realizada com a colaboração da Embaixada da Áustria no Brasil, reúne outros nomes seminais da história da arte moderna como Paul Klee (1879–1940), um conjunto de várias fases de Pablo Picasso (1881–1973), Henri Matisse (1869–1954), Marc Chagall (1887–1985); alcança ainda artistas pop, que se utilizaram particularmente da serigrafia a partir de 1960, como Andy Warhol (1928–1987), até chegar nos mais contemporâneos como Kiki Smith (1954–), além de outros mestres do século XX.


Serviço:

Exposição: O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina – Coleção Museu Albertina, Viena

Visitação: 02 de setembro a 20 de novembro de 2022 - de terça a domingo, das 11h às 20h

Patrocínio: CNP Seguros Holding Brasil, Aché, AB Concessões, BMA Advogados, Fronius e Villares Metals.

Parceiros Institucionais: Align, Bloomberg, Comolatti, Seguros Unimed.


Instituto Tomie Ohtake

Av. Faria Lima 201 – Complexo Aché Cultural

(Entrada pela Rua Coropés, 88) - Pinheiros SP 

Metrô mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 - amarela

Fone: 11 2245 1900

institutotomieohtake.org.br


quinta-feira, 22 de julho de 2021

.: Marcio Alek, o ilustrador que trabalhou com John Galliano


Fashion e beauté: Marcio Alek é um dos artistas mais vendidos nas galerias de arte digitais do Brasil. 

É fácil identificar a principal influência no trabalho do artista Marcio Alek, a moda. “Mesmo que eu tente, não consigo sair desse universo”, diz ele, que é o artista mais vendido da Moldura Minuto, rede de emolduramento personalizado e galeria de arte, com 211 peças comercializadas somente no ano passado. Também pudera: Alek é estilista formado pelo Studio Berçot de Paris e já estudou História da Moda na Fundação Cartier e História de Arte na Escola do Louvre, tudo em Paris, onde morou por oito anos.

Foi no Studio Berçot que seus professores reconheceram o talento para o desenho. E não era pouco. Ainda estudante, trabalhou por duas temporadas de moda na Maison John Galliano, onde fazia os desenhos técnicos e gráficos do estilista. De volta ao Brasil, a jornalista de moda Erika Palomino, quem Alek conheceu ainda em Paris, convidou o artista para ilustrar o extinto jornal da São Paulo Fashion Week. “Assim que fiquei conhecido por aqui”, lembra. 

Suas telas, disponíveis na Moldura Minuto, que tem um acervo exclusivo do artista, são embrenhadas pelo universo fashionista de formação de Alek, que tem como grandes inspirações Mark Rothko, Alex Katz e Gottfried Helnwein. Embora no começo fizesse estudos prévios no computador para, então, transpor os desenhos para a tela com tinta acrílica, a demanda e o sucesso cresceram tanto que seu trabalho digital passou a ser comercializado e se transformou na arte em si. “Além de ter uma formação incrível, Alek é um artista muito talentoso e detalhista, suas obras são impecáveis e de um gosto muito refinado. As ilustrações dele retratam de forma sensível e sofisticada a beleza feminina e toda a pluralidade presente nela. O portfólio vasto e a qualidade são alguns dos pontos-chave para o sucesso de vendas dele”, declara Carolina Keyko, relações públicas da Moldura Minuto.

Natural de Andirá, município de 20 mil habitantes no Paraná, o artista formado pela escola parisiense diz que “Deus mora nos detalhes”. Não por acaso, suas imagens são quase sempre focadas em figuras humanas, com protagonismo de mulheres, e em planos fechados. “Gosto de expressões e gestos”, explica Alek, que constrói suas imagens com a mesma artesania das maisons de alta-costura: “Crio uma obra como o estilista cria uma roupa. Analiso cor, tecido, textura, se estou criando algo que alimenta o presente, se faz parte do cotidiano, ou se é uma homenagem a uma época, uma releitura. Tenho o mesmo rigor artístico que um estilista”, explica.

Disponíveis na Moldura Minuto, as peças mais vendidas em 2020 foram, respectivamente, DigitalArt 33 e Etnias 39, ambas protagonizadas por mulheres negras estilizadas e com o apelo fashionista característico do artista. Outras séries que se destacam no portfólio são "Faces", que traz closes de rostos de mulheres, e "Deus Mulher," uma inspiração barroca da tensão entre o sagrado e o profano. Essas e outras peças de Marcio Alek estão disponíveis com exclusividade no e-commerce da Moldura Minuto.

.: Carmelo Gentil, artista do Grande ABC, expõe no Atrium Shopping


O Atirum Shopping recebe neste mês de julho a exposição de obras do artista premiado do Grande ABC Carmelo Gentil.


Até o dia 31 de julho, o Atrium Shopping exibe a exposição ‘Alma em Arte’, do renomado artista plástico Carmelo Gentil. Suas obras e seu estilo impressionista cheio de poesia traduzem paisagens urbanas e natureza nas telas com muita habilidade.

Premiado em inúmeros salões oficiais, Carmelo nasceu em São Caetano do Sul e reside em Santo André, ambas no Grande ABC. “É uma grande satisfação mostrar ao público que a nossa região tem artistas incríveis e trazer estas pinturas tão belas para visitação no empreendimento”, conta Eduardo Valderano, gerente de marketing do Atrium Shopping. A exposição é gratuita acontece no piso térreo.

Exposição "Alma em Arte" de Carmelo Gentil
Até dia 31 de julho.
Piso Térreo - Loja 10.
Evento Gratuito.


Atrium Shopping
Rua Giovanni Battista Pirelli, 155 - Vila Homero Thon, Santo André.
Telefone e WhatsApp: (11) 3135-4500.
Estacionamento visitantes: R$ 9 até duas horas + R$ 2 a cada duas horas adicionais.

terça-feira, 6 de julho de 2021

.: Entrada do MASP será gratuita também às quartas-feiras de julho


B3, a bolsa brasileira, irá patrocinar a gratuidade às quartas durante todo o mês de julho. 


Em todas as quartas-feiras do mês de julho, a entrada no MASP será gratuita. A ação é um oferecimento da B3, a bolsa brasileira, que já patrocina as entradas gratuitas na primeira quarta-feira de cada mês até o final deste ano.

Sendo assim, durante todo o mês de julho, o público terá dois dias seguidos de gratuidade para aproveitar o museu, pois as quartas somam-se às já tradicionais terças com entrada grátis e patrocínio Qualicorp. 

MASP adotou todas as medidas necessárias para uma visita segura, confira: masp.org.br/visitasegura.O agendamento online, inclusive para os dias gratuitos, continua sendo obrigatório e deve ser feito pelo link: masp.org.br/ingressos.  

Ao adquirir um ingresso, o visitante tem acesso a todas as exposições em cartaz, que são: “Erika Verzutti: A Indisciplina da Escultura”, “Sala de Vídeo: Regina Vater”, “Conceição dos Bugres: Tudo É da Natureza do Mundo”, “Gabinete Beatriz Milhazes”, “Degas” e "Acervo em Transformação", mostra de longa duração do MASP. O MASP funciona de terça a domingo e o ingresso custa R$ 45 (R$ 22 a meia entrada).


Horários do MASP

Terça grátis Qualicorp:
10h às 18h
Quarta a sexta-feira: 12h às 18h
Sábado e domingo: 10h às 18h
Segunda-feira: fechado

Gratuidade em julho

Terças e quartas

Gratuidade no Restaurante do Ano
Terças e primeira quarta-feira de cada mês

segunda-feira, 21 de junho de 2021

.: Mural que retrata "A Divina Comédia" é pintado em colégio paulistano


Para marcar seus 110 anos e 700 anos da morte do poeta, Colégio Dante Alighieri recebe mural retratando "A Divina Comédia".

O artista plástico Claudio Canato finaliza em 13 de setembro um mural de 100 metros quadrados com cenas da obra-prima de Dante Alighieri, cuja morte fará 700 anos na data; futuramente, pintura poderá ser visitada pelo público.

No dia 9 de julho deste ano, o Colégio Dante Alighieri, o maior colégio italiano fora da Itália, comemora 110 anos. O ano de 2021 também marca os 700 anos da morte do poeta Dante Alighieri, tema de inúmeras comemorações do governo italiano no país e, através de suas embaixadas, ao redor do mundo. Para marcar estas importantes datas, o colégio recebe a finalização da pintura que será o maior mural do mundo fora da Itália de "A Divina Comédia", a obra-prima do poeta florentino. 

No corredor principal da escola, localizada na região da avenida Paulista, serão finalizados 100 metros quadrados de paredes pintadas com passagens da odisseia de Dante. Estudada no mundo todo e um clássico da literatura mundial, "A Divina Comédia" conta a viagem do autor e protagonista pelo Inferno, pelo Purgatório, terminando no Paraíso, guiado por sua musa eterna Beatriz. 

Os murais começaram a ser feitos em 2011 pelo artista plástico paulistano Claudio Canato que, com inspiração na Renascença italiana, começou a retratar a jornada do poeta nas paredes do principal corredor da escola paulistana que leva seu nome. O ano do início da pintura marcou o centenário do colégio.

Nos dois primeiros murais, Canato pintou cenas do Inferno, local de sofrimento em que Dante se encontra com almas perdidas e lembra de seus pecados, e do Purgatório, que é a passagem entre um e outro, onde as pessoas têm esperança em livrar suas almas. No terceiro ele aborda uma parte do Paraíso, quando Dante se aproxima de sua própria redenção e caminha em direção a Deus. 

Agora, o artista, ex-aluno do colégio e, ele próprio, profundo conhecedor de Dante e de sua obra máxima, finaliza seu trabalho a óleo sobre as paredes, retratando o auge de "A Divina Comédia": o último céu do Paraíso, quando Dante olha, enfim, para Deus. O mural em desenvolvimento chama-se Empíreo, que é a morada de Deus, e tem previsão de término no dia 13 de setembro, data da morte do poeta. O colégio vai desenvolver um tour virtual para que se possa conhecer a obra pela internet e, mais para frente, planeja organizar a visitação de público nos murais.


Sobre o artista
Claudio Canato é pintor, muralista, escritor e professor de pintura do Dante. Ele explica que parte de sua inspiração é resultado de sua ligação tanto com a escola quanto com o poeta homônimo, juntamente com a vontade de encontrar uma maneira artística de explicar a obra clássica da literatura mundial. “Há 10 anos, estou mergulhado na obra de Dante querendo trazê-la para perto de todos. Isso me dá um sentimento muito legal: levar a obra dele para muita gente é gratificante”, afirma Canato. 


A presença dos números em "A Divina Comédia" 
Um ponto de destaque é a forte presença dos números em "A Divina Comédia", repleta de referências, como o fato de que todos os versos são hendecassílabos (em que há 11 sílabas com tonicidade na décima); a presença constante do número dez, considerado o número da perfeição - cada etapa (Inferno, Purgatório e Paraíso) é dividida em dez círculos; cada parte tem 33 cantos (o que somado dá 99, mais o canto da introdução, ficam 100, outro número da perfeição); uma das menções a Beatriz está num canto que soma nove, idade em que Dante a conheceu; a presença do número três (três livros, 33 cantos, três personagens principais) relativas à Santíssima Trindade, entre outros.

Na pintura, toda a composição foi feita com base na proporção áurea, como uma homenagem do pintor à perfeição matemática do poema de Dante. “Construí retângulos para traçar a espiral áurea e encontrar o ponto geométrico chamado ‘Olho de Deus’. Fiz esse ponto coincidir com o olho de Dante, e a espiral, como caminho que leva a Deus”, explica Canato. 


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