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sábado, 5 de janeiro de 2019

.: Fracasso da novela explica: Mariana Ruy Barbosa é a Malu Mader da vez


Por André Araújo*, em janeiro de 2019.

Dizem que "O Sétimo Guardião" tem perfil de fracasso. Não entendo... Não é Aguinaldo Silva o "the best" da Vênus Platinada? Vinte e nove pontos. Patinando. Novela tosca! Um retrocesso se fizesse sucesso!

Mariana Ruy Barbosa é a Malu Mader da vez. Eu já tinha falado isso para um amigo. Até enjoarem, será o coringa da Rede Globo. Malu Mader foi assim do começo ao declínio! Nunca arriscou uma vilã. Pior que Malu caiu junto com Gilberto Braga.

Desde "Celebridade" que o ex-festejado autor perdeu seu toque de midas. E por mais que o Gilberto escrevesse cenas pra Maria Clara Diniz, o público gostava era da "cachorra" Claudia Abreu e da "Jack Joy" da Juliana Paes -que foi crescendo devagar.

A única obra do Gilberto Braga que Malu Mader brilhou para o público foi em "Anos Dourados", de 1986. Somente. Até mesmo em "Labirinto", de 1998, em que Malu encabeçava o elenco, foram Fábio Assunção e Isabella Garcia os queridinhos do público. Graças a Deus, Braga se tocou e a Rede Globo se cansou.

*André Araújo é um apaixonado por telenovelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera".

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

.: "O Sétimo Guardião": a verdade por trás de Aguinaldo Silva e Dias Gomes


Por André Araújo*, em outubro de 2018.

Dias Gomes inovou a linguagem da teledramaturgia. Isso todo mundo sabe. Não que fosse um gênio, mas sim um homem de muito talento, dono de um estilo único e diferente que, sob sua inteligência, encantou a todos; mas como todos os outros escritores, seguia sempre a mesma linha e quando uma novela sua estava para estrear, já se sabia que teríamos Paulo Gracindo, adversários políticos, beatas sedentas por sexo, muita safadeza no meio de uma penca de adultérios e humor ácido, cheio de “recado” (indiretas) aos censores de sua época. 

Eram assim as novelas do criador de “O Bem- Amado” e, como todos sabem, chamava mesmo a atenção, mesmo que às avessas, uma vez que nem todas as tramas escritas por ele tiveram esse sucesso todo de audiência. Dias era um visionário e seu texto era de arrepiar, mas não chegou a ser um sucessivo autor de sucessos. Vi algumas de suas obras e me encantei por “Roque Santeiro” (TV Globo, 1985/1986) que, na realidade, atingiu seu auge quando caiu nas mãos de Aguinaldo Silva, causando uma ciumeira em seu criador, o que fez com que Dias exigisse ele mesmo concluir sua história. 


Intrigas à parte, os telespectadores viriam a conhecer o lado autor (solo) de novelas do Sr. Aguinaldo Silva (já li algumas notas onde ele se diz o melhor no gênero!) com a trama de “O Outro”, novela protagonizada por Francisco Cuoco, que a mesma Rede Globo levou ao ar entre março e outubro de 1987, sendo substituída por “Mandala”, outra obra de Dias Gomes, mas que foi escrita por Marcílio Moraes, que levou a trama de Jocasta ( “Minha Deusa” Vera Fischer) sem a interferência do Dias, talvez pelo fracasso da trama, segundo revistas da época. 

Enfim, Aguinaldo Silva não bombou com sua novela “O Outro”, como todos sabem; assim como todos sabem também que da história dos homens idênticos só se salvou mesmo a trilha sonora internacional, que bateu todos os recordes de vendagens. A novela era insossa e andava em círculos. Em 1987, segundo diziam, novela boa era “Corpo Santo”, na Rede Manchete, que estreara um semana após o início da história protagonizada pelo velho Cuoco (disseram que o ator estava tão canastrão que conseguira ressuscitar o “Carlão”, personagem central de "Pecado Capital", de Janete Clair, exibida 11 anos antes!). A bem da verdade, quem viu as duas novelas teve essa sensação de “interpretação requentada"!).

Aguinaldo Silva não foi o grande nome da teledramaturgia com sua novela “O Outro”, mas se saiu muito bem em 1989, quando adaptou o livro “Tieta do Agreste”, de Jorge Amado, para a TV. E “Tieta” foi mesmo a grande novela de 1989, mas era uma adaptação, e nessa nova viagem, Aguinaldo juntou a genialidade da trama do velho baiano Jorge com alguma coisa que Dias Gomes já nos apresentara em outras obras. Eu, inclusive, quando vi a tal de “mulher de branco” atacando os homens em Santana do Agreste, cidade onde se desenrolava o enredo de “Tieta”, me perguntei: “É novela do Dias Gomes?”. Que mistura! Mas deu certo! 


No Brasil inteiro a história tornara-se popular e o autor Aguinaldo Silva recebeu todos os louros. Quase três anos depois, o auto retoma ao horário nobre (ele se orgulha de nunca ter escrito novela para outro horário!) com “Pedra Sobre Pedra”, e lá estava o velho Dias Gomes incutido na história que se passava em “Resplendor”... Daí por diante, se a novela do Aguinaldo era de cunho, digamos, rural, o autor voltava a beber na fonte do criador de "Roque Santeiro" e o sucesso popular era certeiro! 

Aguinaldo Silva, totalmente autoral, fez novelas ótimas, como “Senhora do Destino”, “Duas Caras” e “Império”... E no último dia 12 de novembro (2018!), voltou ao ar com o velho estilo copiado das tramas de Dias Gomes... Mas será “O Sétimo Guardião” uma história de terror no horário mais nobre da televisão brasileira?... Não sei dizer; mas li que a audiência da estreia ficou aquém do esperado... Que o autor tenha desejado fazer uma novela longe da realidade que temos visto nos últimos anos, mas que o primeiro capítulo não empolgou... não há como negar.

Ainda assim, boa sorte ao autor. Ainda faltam 170 capítulos!... Que venha a aceitação do público e muito anunciante disposto a faturar em cima de mais um sucesso com a assinatura do melhor autor de novelas (?) de todos os tempos! — com Well D'Marques e Auxi Carvalho.


*André Araújo é um apaixonado por telenovelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera".

terça-feira, 23 de outubro de 2018

.: Há 6 anos... "Salve Jorge" trouxe Nanda Costa com um quê de Cláudia Abreu


Por André Araújo*, em outubro de 2018.

"Salve Jorge" fez 6 anos de estreia nesse 22 de outubro (2018!)... Era pra ter sido um marco, mas o excesso de personagens e a trama central arrastada causou um certo desgaste no público , fazendo com que sua antecessora, "AVENIDA BRASIL", continuasse no topo como a melhor (e inovadora!) novela do ano (2012).

(...)

Gloria Perez encheu a novela de personagens e prometeu muitas tramas paralelas quentes, o que não aconteceu; aliás, ela sempre se enrola e a novela teve um começo muito picotado.Valeu pela denúncia e pelo fato de a autora ter inventado um monte de personagens para ajudar amigos desempregados!

Os invejosos chamavam a atriz NANDA COSTA de "nada consta", como se dissessem que foi um erro escalá-la como protagonista da trama! Nada a ver esse recalque! A atriz é talentosa mesmo! Nanda tem um quê de Cláudia Abreu que impressiona. Espero que ter assumido ser homossexual não atrapalhe sua carreira para futuros papéis.

*André Araújo é um apaixonado por telenovelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera".

sábado, 20 de outubro de 2018

.: "Baila Comigo" bateu todos os recordes nesse quesito... Em qual?


Por André Araújo*, em outubro de 2018.

Quanta falta faz uma concorrência, hein?! Não por acaso entre MARÇO e SETEMBRO de 1981 todo mundo viu a novela "BAILA COMIGO", do Manoel Carlos, que era apenas uma crônica do que a gente costumava ler nos jornais. 

Trama mesmo de novela, só aquele lenga lenga dos gêmeos do TONY RAMOS que não se encontravam NUNCA! Aff! 

- Nada além disso!

Lembro-me que nas cenas em que a personagem "Helena" (LÍLIAN LEMMERTZ) aprendia a dirigir, eu me perguntava: "Por que isso mesmo? É aula pra gente aprender a dirigir também?". E eu só tinha DEZ ANOS de idade!!!! Nunca vi uma novela com tanto capítulo vazio como esta! Mas vale pela trilha sonora! Um primor de seleção!

Novela não é filme, não há necessidade de "cenas imperdíveis" o tempo todo, mas em novela nunca deve existir capítulo vazio. "BAILA COMIGO" bateu todos os recordes nesse quesito! Se o telespectador perder 30 capítulos, quando voltar a assistir... está na mesma!


*André Araújo é um apaixonado por telenovelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera".

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

.: O que fazer quando uma cigarra bate desesperadamente à sua porta


Por André Araújo*, em setembro de 2018.

Noite gelada.

Tempestade caindo e alguém batendo desesperadamente na minha porta. Fui atender. Deparei-me com ela, a cigarra.

- O que é que você quer? - perguntei, frio como o vento que batia nas árvores da minha rua.

- Estou com fome e frio. -disse a cigarra, tremendo da cabeça aos pés -Meu barraco desabou e não tenho pra onde ir.

Lembrei-me de que no verão passado eu trabalhava feito um escravo e a Cigarra não fazia outra coisa senão tocar seu violão, fazendo pouco caso do meu esforço. 

Encarei-a e perguntei:

- Você sabe cantar?

Ela, alegre, toda serelepe, respondeu:

- Sim, sim. Sei sim. Sou super afinada!

- Que maravilha!...Lembro-me que você tocava muito bem no verão....Ainda toca?

- Toco! Toco, sim! - respondeu ela, eufórica.

- Jura?!

- Juro! Eu juro!

- Ótimo! Agora toque, cante e dance! O cenário é todo seu! Boa noite! Vou tomar minha sopa quente!


E bati a porta na cara da cigarra folgada.


*André Araújo é um apaixonado por telenovelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera".

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

.: "Pássaros Feridos" e "Pantanal" fizeram a Globo "perder o sono"


Por André Araújo*, em setembro de 2018.

Nos anos 80 (a realidade era essa mesma!), toda e qualquer coisa que a Rede Globo exibisse liderava a audiência. Sem muitas opções, impossível que a emissora de Roberto Marinho não dominasse. Ainda assim, existiram algumas porcarias chamadas de novelas que foram um grande fracasso de popularidade; ou seja, as pessoas ligavam na Rede Globo por hábito, mas ninguém prestava atenção no que estava no ar. 

"De Quina Pra Lua", em 1985, foi um exemplo! Quem lembra? E ainda em 1985, mesmo com o estrondoso sucesso de "Roque Santeiro" (eu ainda acho "Corpo a Corpo", do Gilberto Braga, superior à saga da "Viúva Porcina", do Dias Gomes!), houve um embate de alto nível: o SBT (quem diria!), dominou geral ao exibir a minissérie estrangeira "Pássaros Feridos", que tirou o sono da "Vênus Platinada", que não via a hora da trama importada acabar... e só pra chatear, Sílvio Santos (marca registrada dele!), espichava os capítulos da história do Padre que vivia um amor proibido, óbvio, com a intenção de fazer a alta cúpula global perder o sono (e conseguiu!)

Em 1986, outro embate de alto nível: a Rede Manchete roubou as atenções para si ao inovar produzindo a maravilhosa novela "Dona Beija". Que sucesso! A questão foi que a Rede Globo não reagiu, diferente de "Pantanal", em 1990, que fez a emissora carioca se revirar no túmulo e até criar, a toque de caixa, um novo horário de novelas: 21h30, para bater de frente com a trama em que a personagem Juma Marruá (Cristiana Oliveira) liderava sem precisar de muito esforço. 

Mas era tarde demais!..."Pantanal" estava em reta final e e o público que seguia a história do "véio" do Rio não mudaria de canal, tal qual aconteceu com "Os Dez Mandamentos" em 2015. "A Regra do Jogo", do João Emanuel Carneiro, que estreou no auge do sucesso da saga de "Moisés", jamais faria os telespectadores da Rede Record trocarem de canal (quem se arriscaria mesmo?). Ainda que "A Regra do Jogo" tivesse em suas chamadas a frase extra "Do mesmo autor de 'Avenida Brasil'", o que se viu na substituta do mega fracasso "Babilônia", de Gilberto Braga, foi uma trama policial sem pé nem cabeça em que o público não sabia quem era quem e não tinha por quem torcer. 

Atenção autores de novelas: em telenovela tudo deve ficar bem claro! Mocinho pode até ser dúbio, mas há necessidade de uma personagem por quem o público vibre e torça. Só em UMA novela, entre DEZ MIL, há acerto quando o seu autor envereda pelo cainho da indecisão. Anti-herói funcionou bem nos anos 1970, mas hoje com tantas opções, melhor não arriscar. Mas voltando à Rede Globo em 1990, mesmo assinada pelos intelectuais Dias Gomes, Ferreira Gullar e Lauro César Muniz (sempre péssimo como autor de telelágrimas!), "Araponga", estrelada pelo eterno galã Tarcísio Meira, não empolgou.

Quem viu a novela do Tarcisão, só pegou os últimos meses, pois teve de esperar pelo desfecho de "Pantanal". E mesmo que tentem falar o contrário, nada poderá mudar o que passou.

*André Araújo é um apaixonado por telenovelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera".



quarta-feira, 29 de agosto de 2018

.: "Baila Comigo", por André Araújo: "Fez sucesso porque não havia concorrência"


Por André Araújo*, em agosto de 2018.

Para mim, apenas uma novela, igual à todas que Manoel Carlos criou e escreveu: ou seja, sempre o mesmo "blá blá blá" envolvendo o tempo e as notícias que corriam nos jornais. Fez sucesso porque não havia com quem concorrer... mas com a sua trilha sonora internacional... não teve pra mais ninguém em 1981!

Hoje vale rever pela metade do elenco que já partiu, e pela graça que foi a Lídia Brondi roubando a cena! Saudosismo pela época, nada mais! Em termos de enredo, a trama era bem fraquinha até mesmo para aquele ano. Mas fez sucesso... e era isso que a Rede Globo queria!

*André Araújo é um apaixonado por telenovelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera".

sexta-feira, 15 de julho de 2016

.: "Liberdade, Liberdade": moderna, novela de época elimina antigo tabu


Por André Araújo
Em julho de 2016


“Liberdade, Liberdade”. Para quem tem acompanhado, como eu, sabe que a novela começou insossa, bem morna mesmo. Diálogos enxutos, mas com frases feitas, como se tivessem sido retiradas de livros de História do ensino fundamental (será que estou certo??). Ok. Isso chegou a aumentar o meu sono, afinal, o horário é ingrato (risos). 

Mas passei água na cara e decidi que acompanharia do começo ao fim a trama que Márcia Prates elaborou, mas que (não sei por quê!) acabou indo parar nas mãos de Mário Teixeira, autor também muito competente. E, a partir do terceiro capítulo (não entendo mesmo nada de TV!), eu  me dei conta de que estava assistindo a uma novela maravilhosa, dessas de fazer o sono ir para bem longe, mesmo que fosse exibida às três horas da madrugada! Isso mesmo! Para mim, o show começou do terceiro capítulo em diante! Um primor de novela, sim, em todos os aspectos, sobretudo no que diz respeito à maturidade de alguns atores/atrizes, que têm se superado.

Letícia Sabatella é um exemplo, mas o Mateus Solano tem sido, até agora, o grande nome do elenco.  Ator de rara inteligência emocional, Mateus Solano acertou em cheio por dar essa pausa de quase três anos após o epílogo de “Amor à Vida”. Sua personagem Félix, a famosa "bicha má" da televisão em 2013, ficou mesmo para trás, ao contrário de Adriana Esteves em “Babilônia”, vilã chatinha e sem carisma, que volta e meia recebia o “santo” da Carminha de “Avenida Brasil”, acreditando que ainda estava atuando na novela do Tufão! KKKKKKKKKKKK!! Um erro gravíssimo! (Ainda hoje eu acredito que quem a convenceu a aceitar tal papel queria mesmo era detoná-la! E conseguiu).

Mas voltando à novela das 23h, com o passar dos capítulos, eis uma personagem que foi (com certeza de propósito!) crescendo: o fidalgo “André”,(Caio Blat), que tem interpretado seu homossexual reprimido de forma magistral, dosando na medida certa sua atração, paixão e amor pelo “Coronel Tolentino" (Ricardo Pereira) sem aquele “quê” de caras e bocas se o ator não tivesse talento. Perfeito! Caio Blat é mesmo um dos melhores atores de sua geração! E como era previsto, um acabaria nos braços do outro (risos). 

E a Rede Globo jogou seu tabu pro alto mais uma vez e resolveu acompanhar o que se vê nas telinhas de alguns canais de alto nível por alguns países afora. Desta vez, não foi apenas um “selinho gay”, não, como se viu em “Amor à Vida”... a cena entre o fidalgo André e o Coronel Tolentino foi quente. E digna de aplausos!

Claro que antes de a cena ir ao ar, houve todo um rebuliço nas redes sociais e muitos religiosos “profetizaram” que Satanás entraria na casa de todos aqueles que assistissem ao tal capítulo!... Pois é!... Na minha casa, não entrou não. E, pelo jeito, agora as personagens gays vão estar em todos os folhetins, e com direito a beijos, amassos e o que mais desejarem. Quem não quiser ver, só não assistir, ou excluir o canal da emissora na sua TV. Existe essa opção!

Na época em que se passa “Liberdade, Liberdade”, sexo entre homens era mesmo muito imoral, ”coisa do Demo". Mais do que isso: era caso de morte, mas existia. E, de lá para cá, essa “liberdade” sexual tem gerado polêmica... Queiram ou não, gostem ou não, aceitem ou não, essa verdade está aí. Louvável a maturidade da televisão, admirável o respeito de muitos telespectadores pela liberdade do autor em escrever a cena e mais ainda maturidade da emissora por gravá-la e exibi-la.

Cercada de bochichos nas redes sociais, esse tititi em torno do assunto só aumentou o interesse de alguns em resolver dar uma espiadinha. Daí a grande audiência! E “vamo que vamo”. Ainda faltam muitos capítulos pela frente!


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André Araújo é um apaixonado por novelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera", que será lançada em breve e tem até grupo no Facebook - neste link.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

.: Rever “Alma Gêmea” será como assistir “embrião” de “Êta Mundo..."

Por André Araújo
Em junho de 2016


Sinceramente eu gostaria de entender qual critério para uma novela ser reprisada no programa “Vale a Pena Ver de Novo”. Não apenas isso, mas qual o critério para uma novela ser reprisada pelo menos DUAS vezes na mesma atração, ainda mais quando já houve também uma reprise no canal fechado VIVA.

Para mim, que não entendo nada de televisão, penso que, para uma novela ser reprisada, ela tem de ter batido todos os recordes de audiência na época de sua exibição inédita. Mas, pelo que tenho visto, não é assim que a coisa funciona. Em 1993, tivemos no horário das 18h o mega-sucesso “Mulheres de Areia”, de Ivani Ribeiro, remake da novela homônima que havia sido exibida vinte anos antes na TV Tupi. Bravo! Foi de fato um sucesso tremendo. 

Mas sua substituta, ”Sonho Meu”, de Marcílio Moraes, remake também da extinta TV Tupi, foi outro sucesso e nada ficou a dever no quesito audiência.  E detalhe: passaram-se 22 anos e até hoje essa trama maravilhosa nunca foi reprisada. Nem mesmo no canal Viva. E eu pergunto: “Por que será?”


Na contramão, em 1999, a Rede Globo exibiu a novela “Força de um Desejo”, de Gilberto Braga, que reestreava no horário das 18h depois de anos a fio no horário mais nobre da casa. Além de contar com um elenco espetacular, encabeçado por Malu Mader. Além disso, a história tinha qualidade de texto, produção, figurino e cenário. Antes de sua estreia, já se sabia que a substituta do remake de “Pecado Capital”, que Gloria Perez escrevia, seria “a novela do ano”. Poderia ter sido, mas não foi. Ninguém se interessou pela novela e foi mesmo um vale de lágrimas para a emissora. 

Mas em 2005 a atriz Malu Mader sofreu uma convulsão inesperada e a emissora, talvez para homenagear a protagonista, resolveu reprisá-la. Se foi um sucesso? Nos primeiros capítulos, sim, mas depois a audiência patinou e não causou frisson no horário. Viva as homenagens aos “heróis vivos”, mas acredito que a emissora deveria ter reexibido outra trama. Quem sou eu, não é mesmo? Não passo de um mero telespectador. Isso não deve contar para a maior emissora do país (risos). Não é o telespectador quem paga a conta.

- Mas somos nós quem damos a audiência, não? 

Existiu a novela “Babilônia”, gente!... “Anjo Mau”, originalmente exibida em 1976, com seu remake em 1997, causou interesse quando se anunciou que Glória Pires seria a Nice, personagem que elevara Susana Vieira ao posto de grande atriz da TV nos anos 1970. Além disso, todo mundo ama ver Glorinha como vilã. E como na propaganda da novela o slogan era “A pior de todas as vilãs de Glória Pires”, o Brasil inteiro esperou dar de cara com uma nova “Maria de Fátima Acciolly Roitman” infernizando a vida dos coadjuvantes e metendo medo nos telespectadores

Salvo o excelente texto de Maria Adelaide Amaral, a novela simplesmente foi morna e só chamou mesmo a atenção porque o pseudo ator Luciano Szafir, futuro pai de Sasha Meneghel, aparecia na novela como namorado da protagonista. Todo mundo queria ver o pai da filha da eterna "Rainha dos Baixinhos". Mas a novela deixou muito a desejar, a começar pelo título junto à trama central. 


De “Anjo Mau”, a Nice do remake não tinha nada! Pelo contrário, ela era a mocinha e todo mundo torcia por ela. O mundo mudara, e os conceitos de maldade eram outros. Afinal, em 1997, quem não gostaria de se dar bem sem se dar conta do preço a pagar? Essa era a personagem principal da trama. E no segundo semestre de 2003, tivemos a primeira reprise dessa novela. Dez anos depois, uma re-reprise no canal Viva. E agora, de novo, no tal do “Vale a Pena ver de Novo”! Será que vão exibir um final inédito? Fico com essa impressão, pois fizeram isso com a reprise de “A Próxima Vítima”, de Sílvio de Abreu, originalmente exibida em 1995 e com vários finais gravados. Na reprise de 2000, o final foi outro. Pode ser que, dessa vez, a Nice morra. Não tem outra explicação para essa re-re-reprise!

Bem, meu propósito aqui é chamar a atenção da Rede Globo para algumas novelas que merecem uma reprise, mesmo que na época de sua exibição original não tenham batido recorde de audiência!  A minha fila para essas reprises: “Salsa & Merengue”, de Miguel Fallabella (1996), ”Cara & Coroa”, de Antonio Calmon (1995), ”Vila Madalena”, de Walter Negrão (1999), que deu mais audiência que “Anjo Mau”; ”Sonho Meu”, de Marcílio Moraes (1993), ”Hipertensão”, de Ivani Ribeiro (1986)... Enfim, títulos não faltam! 

“Alma Gêmea”, do Walcyr Carrasco, de 2005, é maravilhosa, mas sua reprise agora vai ser como assistir o “embrião” de “Êta Mundo Bom”,do mesmo autor.
‪#‎Ficaadica‬.



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André Araújo é um apaixonado por novelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera", que será lançada em breve e tem até grupo no Facebook - neste link.

quinta-feira, 31 de março de 2016

.: Uma crítica impiedosa de "Velho Chico", por André Araújo

Por André Araújo
Em março de 2016


Entre os anos 70 e 80,o aclamado autor Benedito Ruy Barbosa reinou absoluto no horário mais ingrato da TV brasileira: o começo da noite, abrindo espaço para a chegada do famoso “horário nobre”, aquele em que todo mundo já chegou em casa do trabalho e se esparrama diante da televisão após o jantar, disposto a se entreter com alguma história interessante. Mas sem concorrência, a emissora do falecido jornalista Roberto Marinho reinava mesmo em qualquer horário e, na Rede Globo, todos os horários eram “nobres”, independente da baboseira que estava no ar.

E se Janete Clair era a dona absoluta do horário das oito, o "bambambam" do horário das seis era Benedito Ruy Barbosa que, em 1979, bateu todos os recordes de audiência com sua novela “Cabocla”, inspirada no romance homônimo de Ribeiro Couto, fazendo com que o livro até fosse relançado. Sucesso total!

Mas o sonho que o autor de novelas rurais almejava era mesmo o horário das oito, oportunidade que lhe era negada todas as vezes em que ele cogitava uma chance. Cansado da espera, o dito autor foi parar na Band para escrever “Os Imigrantes”, revolucionando o horário das 18h30, uma vez que essa trama foi exibida para concorrer com as novelas das 18h da Rede Globo, e com grande sucesso. Mas como quem nunca comeu melado quando come se engasga, a saga dos “Antonios” arrastou-se por quase dois anos, totalizando quase 500 capítulos, tendo sido encerrada sem o mesmo sucesso de seu começo e com autores diferentes.

Antes mesmo do término de “Os Imigrantes”, Benedito voltou para a Rede Globo em 1982 para escrever “Paraíso”, “Voltei Pra Você”(1983), que era uma espécie de remake de “Meu Pedacinho de Chão” (1971), ”Sinhá-Moça”(1986), e o mesmo tema de “Os Imigrantes” na novela “Vida Nova” (1989), último folhetim do ator Lauro Corona, que saiu da história alguns capítulos antes de seu término para cuidar da saúde.

Com o fim de “Vida Nova”, Benedito Ruy Barbosa apresentou à Rede Globo a sinopse daquela que seria sua primeira novela das oito: “Amor Pantaneiro”, que foi recusada. A emissora acreditou que seria inviável gravar a trama no pantanal. O autor se estressou, tornou pública sua indignação e a Rede Manchete interessou-se pelo projeto, o que resultou no maior sucesso televisivo de 1990. 

“Pantanal” deu tão certo que o criador de Juma Marruá (Cristiana Oliveira) e parte do elenco da novela, a maioria ex-Rede Gobo, voltou para a Vênus Platinada a peso de ouro e com uma “exigência”: o horário das oito também seria dele. Foi assim que nasceu “Renascer” (sua primeira fase merece uma chance na telona!), o grande sucesso de 1993, seguida de “O Rei do Gado”(1996), outro super sucesso, e “Terra Nostra”(1999), levando o famoso autor às capas de todas as revistas, como "a Janete Clair de calças", devido à popularidade de seus personagens. 

Tudo favorável? Até ali, sim, mas com o final mal-sucedido de “Terra Nostra”(choveram críticas pelo desfecho absurdamente inesperado, tanto que a reprise ninguém quis ver), o autor ainda teve outra oportunidade para o mesmo horário nobre e, em junho de 2002 (após “O Clone”,de Gloria Perez), ele voltou à carga comum a nova leva de imigrantes italianos... Mas desta vez, debalde!... “Esperança”, que mais parecia uma sequência de sua novela anterior e com gosto de “esse filme eu já vi”, a novela acabou sendo passada para as mãos de Walcyr Carrasco, que não tinha mais o que fazer para salvar a história do fracasso total. E assim o tal de “novo mago das oito” saiu do ar e acabou sendo rebaixado para o velho horário das seis, de onde ele saiu acreditando que nunca mais voltaria! 

E o horário ingrato acabou destinado a ele para que remakes de suas antigas novelas. “Cabocla”,”Sinhá-Moça”,”Paraíso” e “Meu Pedacinho de Chão” voltaram ao ar mas não necessariamente pelas mãos de Benedito Ruy Barbosa como autor-titular e sim como supervisor de texto (isso é que posso chamar de rebaixamento mesmo!).

“Velho Chico”, inédita criação de Benedito Ruy Barbosa, que criou a sinopse em fins de 2002, seria exibida no horário das 18h, mas acabou indo parar no horário nobre, com a tarefa de resgatar a audiência perdida desde a estreia de “Em Família”(de fevereiro de 2014), a novela “incestuosa” do Manoel Carlos que todo mundo virou as costas. 

Com o fim de “A Regra do Jogo”, trama mediana de João Emanuel Carneiro, criador de “Avenida Brasil” , ”Velho Chico” estreou “causando” na audiência e arrancando elogios até mesmo dos mais exigentes telespectadores... Mas passado o entusiasmo da primeira semana de estreia (de 14 a 19 de março de 2016), o que temos visto na telinha nada mais é que uma história chata, lenta e com o mesmo "lenga-lenga" do coronelismo e quengas que o autor de “Meu Pedacinho de Chão” sempre colocou em suas tramas. Ninguém merece um marasmo desses! É de dar sono! 

Cenário bucólico e trilha sonora bem colocados não salvam novela assim como os elogios da crítica “especializada” não favorecem em nada! A crítica pode dar nota dez à tal novela, mas o interesse do público tem despencado à medida que a trama avança, o que ocorre em marcha de tartaruga. Direção belíssima, paisagens de encher os olhos, trama a trama é batida e em menos de um mês já está cansando!

Se a segunda parte de “Os Dez Mandamentos” agradar ao mesmo público que fez a novela da Rede Record tornar-se um grande sucesso em 2015, ”Velho Chico” despencará cada mais, talvez até se “afogando” no rio São Francisco que costuma arrastar tudo na época de suas enchentes! Assim como imagem não salva texto, elogio de crítica não alavanca audiência! Que venha Maria Adelaide Amaral com sua “Lobo do Amor”!

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André Araújo é um apaixonado por novelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera", que será lançada em breve e tem até grupo no Facebook - neste link.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

.: Os quatro erros de "A Regra do Jogo", por André Araújo

Por André Araújo
Em janeiro de 2016


Para atrair público antes da estreia, “A Regra do Jogo” foi "vendida" para o telespectador como “a novela do mesmo autor de “Avenida Brasil”, o grande sucesso das novelas de 2012. 

De fato, chamariz melhor não poderia haver,uma vez que sua antecessora, ”Babilônia”, de Gilberto Braga, fez a Rede Globo puxar os próprios cabelos desde seu segundo capítulo, despencando dia após dia, piorando ainda mais quando o telespectador resolveu, de vez, escolher “Os Dez Mandamentos”, de Vívian de Oliveira, na Rede Record, como a “real novela das nove”.

Enfim, ”Babilônia” fez com que todo mundo mudasse de canal em seu horário de exibição e a emissora dos Marinho teve de "rebolar" para colocar no ar algo que trouxesse esses telespectadores de volta. Acontece que quando a nova novela do autor João Emanuel Carneiro estreou em 31 de agosto 2015, a trama da emissora do Bispo Edir Macedo estava no auge. A Vênus Platinada foi mesmo ingênua em acreditar que a substituta da novela do autor de “Vale Tudo” fosse “reerguer” o velho horário nobre em um simples estalar de dedos. Esse foi o erro número um.

Se “Os Dez Mandamentos” estava no auge, e faltavam 60 capítulos para seu término, dava para esperar mais um pouco. Certamente o público teria voltado para a Rede Globo. Em 1999, a novela “Suave Veneno” (alguém lembra?), de Aguinaldo Silva foi um grande fiasco desde sua estreia, em 18 de janeiro, mas “Terra Nostra”, de Benedito Rui Barbosa, só estreou mesmo quando estava verdadeiramente pronta. E deu certo, mesmo sendo uma história que tenha dado sono logo após a primeira fase, mas o Ibope já estava ganho, não havia concorrência e o sucesso foi absoluto.

O erro número dois de “A Regra do Jogo” foi a enxurrada de personagens que ninguém sabia conseguia definir. Afinal, quem era vilão e quem era mocinho da trama? Se a favela “Morro da Macaca” poderia ter sido vista como uma “parte do Brasil”, o telespectador se mostrou cansado com a “novidade”, uma vez que o enredo ali apresentado no trama do elogiado autor podia ser vista em todos os telejornais sensacionalistas que costumam explorar a desgraça alheia. Manhã, tarde ou noite, o que não falta na TV são “telejornais” como o “Brasil  Urgente!”. Quer ver desgraça? Liguem em qualquer canal e lá está história infeliz para todos os gostos. Como dizia Janete Clair, seu compromisso era com o “sonho”. E sempre foi isso que os telespectadores queriam ver nas novelas, mesmo que vez ou outra uma trama “realista” conseguisse algum sucesso. Apresentar um “Universo” cheio de realismo sujo como esse de “A Regra do Jogo” deu mesmo uma grande “embrulhada” no estômago de todo mundo que decidiu optar pela novela da Rede Globo.

Erro número três: trama totalmente masculina. Por mais que homens e mulheres acompanhem novelas quase no mesmo nível, telenovelas sempre foram escritas para mulheres. E do que as mulheres gostam na TV? De histórias de amor,vingança e embate entre vilã e mocinha pelo amor do grande herói da história que, em geral, tem personalidade definida, mesmo que em certos capítulos se revele dúbio. Mas é aí onde entra a magia da coisa: o telespectador precisa torcer por alguém.

Erro número quatro: anti-herói não dá mais ibope como já deu nas novelas do passado, a não ser que seja uma comédia pastelão bem nos moldes das novelas do Carlos Lombardi. E o excesso de tramas paralelas chatas fizeram com que a trama central ficasse quase em segundo plano. Afinal, quem é Atena (Giovana Antonelli)? Tóia (Vanessa Giácomo) é de fato a mocinha da trama? E o mocinho, quem é? Juliano (Cauã Reymond) ou Romero (Alexandre Nero)? 

Quando anunciou-se “A Regra do Jogo”, todo o público esperou por uma mistura de “A Favorita”(2008) com “Avenida Brasil(2012), mesmo que isso não fosse dito, mas o que temos visto na novela tem ficado muito aquém do que se esperou. E, por falar em “Avenida Brasil”, o autor João Emanuel Carneiro apostou mesmo todas as suas fichas na trama central, uma vez que as tramas paralelas da novela não diziam nada. Em “A Regra do Jogo”, temos o inverso, pois a novela conta com excessivas histórias secundárias, deixando a história central meio “vazia”.

Ainda dá tempo de dar uma "melhorada" e fechar a novela com uma audiência incrível,uma vez que o interesse do telespectador pela trama tem crescido em todo o Brasil. Fica a dica, João Emanuel Carneiro!


***

André Araújo é um apaixonado por novelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera", que será lançada em breve e tem até grupo no Facebook - neste link.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

.: As falhas de "A Regra do Jogo" (ou o que falta na novela)

Por André Araújo*
Em setembro de 2015


Esperei muito pela estreia de "A Regra do Jogo", uma vez que a trama vinha com a assinatura do João Emanuel Carneiro que, desde "A Favorita", conseguiu fazer com que eu voltasse a me interessar por telenovelas.

E à medida que eu lia sobre a nova trama antes da estreia, meu coração dava saltos, motivado por uma grande ansiedade, doido para "Babilônia" sair do ar. O que se viu no capítulo de estreia da nova novela do autor de "Avenida Brasil" foi uma história que "pegaria" a todos pela novidade e todos os capítulos seguintes viriam "batizados", como episódios de séries, como se fosse um longa inteligente e cheios de surpresas... Mas à medida que os "episódios" foram avançando, a trama foi se revelando tosca, sem graça e previsível demais. 

Sim, pois todos os personagens não são o que aparentam ser. E eu me perguntava: "Onde está a história de amor, mote de toda grande novela? Por quem torcer, se não há um par-romântico que passe verdade??" Fiz uma avaliação das novelas anteriores do autor e lembrei da "Flora", de "A Favorita". "Juliano", de "A Regra do Jogo", vem com o mesmo discurso! E aí? Outro vilão também? Para piorar, li que a "Tóia" vai se tornar vilã lá pelo capitulo 50.

- Que novela é essa,afinal??? Vamos torcer por quem? Onde está a alta direção da Rede Globo, que não se atentou para isso na sinopse?

Não é sempre que um anti-herói funciona! Isso acontecia somente nas novelas de Janete Clair! E ali era outra época! Sem contar que os anti-heróis criados pela eterna "maga das oito" não eram "do mal"! Eles não passavam de malandros ingênuos que, de alguma forma, queriam chamar a atenção de suas amadas. Ou ninguém se lembra mais do Carlão de "Pecado Capital"? Ele ficou com o dinheiro com o objetivo de mostrar para Lucinha (Betty Faria) que também podia oferecer a ela tudo o que o rival Salviano Lisboa (Lima Duarte) fazia.

Não é o sucesso de "Os Dez Mandamentos" que está tirando público da novela "A Regra do Jogo", mas sim o próprio autor, que tem escrito uma novela que simplesmente não tem foco! Que haja denúncias dentro da novela, mas onde está a "alma folhetinesca" que toda grande telenovela exige? 

Ainda dá tempo de criar um novela com triângulo amoroso convincente e uma vilão de verdade para interferir na história de amor. É o que falta na novela "A Regra do Jogo".


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André Araújo é um apaixonado por novelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera", que será lançada em breve e tem até grupo no Facebook - neste link.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

.: Porque "Os Dez Mandamentos" é um sucesso absoluto


Por André Araújo
Em setembro de 2015


O que é uma novela bem produzida?...O que é uma novela com elenco afiado e direção inovadora?...O que é boa novela?...A resposta sempre será essa: “Boa novela é aquela que dá audiência”.Ou todo mundo está pensando que a novela “Os Dez Mandamentos” está com tudo e não está prosa por conta do seu elenco maravilhoso ou do texto bíblico que autora Vívian de Oliveira tem adaptado? Hã? 

Assim como aconteceu com “Pantanal” em 1990 pela Rede Manchete,a atual “novela das oito” da Rede Record deu sorte por conta da azarada trama que Gilberto Braga escreveu para substituir “Império” de Aguinaldo Silva, que voltou ao horário mais nobre da Rede Globo para recuperar a audiência que Manoel Carlos jogou ao chão com a insossa “Em Família”,q ue em nada tinha algo que chamasse atenção.

Com o hábito de ter seus televisores ligados no horário “das oito” e com uma história que era um verdadeiro samba de crioulo doido,o telespectador resolveu (já era tempo!) virar as costas para a nova trama do autor de “Vale Tudo”, que desde a saga de Odete Roitman só escreve a mesma história.

Cansado desse "blá, blá, blá" que fazem parte de todos os noticiários e da internet, o povo buscou uma alternativa e mudou de canal. Em vez de transformar “Babilônia” numa ótima história de amor, o autor e seus colaboradores continuaram tentando transformá-la numa nova saga da vilã-mor de "Mrs. Roitman", piorando a história cada vez mais. Daí o sucesso da trama bíblica da Rede Record, que é bem produzida, diga-se de passagem, mas seu elenco... Esse se esforça (risos!).

E “A Regra do Jogo”, que só por levar a assinatura do inovador João Emanuel Carneiro já merece ser vista, traz uma trama bem montada e sequências que nada deixam a dever às séries policiais que tão bem retratam o submundo dos becos dos bairros mais pobres de Nova York. Ah,existem falhas? Mas é claro que existem, afinal,estamos falando de uma obra de ficção. Mas os furos notados até aqui não maculam a obra, que até agora está no caminho certo.

Com uma novela inédita,inteligente,coerente e contada em velocidade máxima,João Emanuel Carneiro ainda tem muito fôlego para escrever seus capítulos! É só esperar! A Rede Record deve aproveitar bem sua maré de sorte tal qual fez a Rede Manchete... "Pantanal” foi uma em mil... "Os Dez Mandamentos” também merece seus quinze minutos de fama.

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André Araújo é um apaixonado por novelas. Tanto que ele escreve algumas por aí e publica pela internet, arrebatando fãs e distribuindo inspiração. Da cabeça dele já saíram grandes personagens. Entre as novelas virtuais, é autor de "Uma Vez Na Vida! e "Flor de Cera", que será lançada em breve e tem até grupo no Facebook - neste link.
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