Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com
Em março de 2025
O poder da amizade entre os diferentes, capaz permitir a criação de elos em diversos registros arquivados ao longo de 30 anos, derramado na tela em poesia falada e imagética. Eis o documentário poético e reflexivo "Amizade", de Cao Guimarães (Santino) que, com uma forma diferente de ver além de si, retrata amigos e todos aqueles que o circundaram ao longo desse tempo -inclusive em produções. Assim, em "Amizade", tudo começa durante a mudança de Belo Horizonte a Montevidéu, com o velho amigo Beto Magalhães, produtor de quase todos os seus filmes.
Em meio a momentos íntimos e espontâneos de amizade com diversos artistas, reflexões e provocações juvenis e maduras, também se desenha o viver num Brasil caótico, com a democracia em risco. Seguir em frente, mas também respirar e se conectar com a natureza. Absorver a beleza das pequenas coisas e testemunhar os choques de gerações diante das telas que, antigamente eram tão mais amplas e geravam experiências, enquanto que hoje tudo vai na palma da mão.
Em meio às relações presenciais e virtuais, surgem devaneios, desabafos e até pensamentos sobre a morte quando o mundo se viu diante da pandemia da Covid-19, passando a não vendar somente os olhos, mas também nariz e boca. "Amizade", de Cao Guimarães entrega uma fotografia que é pura arte visual, imbuídas de provocações sobre o viver hoje.
O documentário estreia nos cinemas brasileiros no dia 13 de março, com distribuição da Embaúba Filmes.
"Amizade" ("nacional"). Gênero: documentário. Classificação: livre. Duração: 1h28. Ano: 2024. Distribuidora: Embaúba Filmes. Direção: Cao Guimarães. Roteiro: Cao Guimarães. Sinopse: Por 30 anos, Cao Guimarães documentou fragmentos de sua amizade com colegas artistas. O filme é um mosaico de momentos domésticos registrados em diversos formatos, que vão de telas de computador e filmes em Super-8 e 16mm a fitas cassete e antigas gravações de secretárias eletrônicas. Esses rabiscos audiovisuais são poéticos, banais, profundos, tristes ou desinibidamente alegres. Acima de tudo, são uma celebração sobre passar tempo juntos e envelhecer.
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