sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

.: Crítica musical: há 40 anos, Cazuza iniciava sua carreira solo


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Depois de uma passagem curta e conturbada pela banda Barão Vermelho, Cazuza, lançava há 40 anos seu primeiro disco como artista solo. Um trabalho que ainda tinha o rock e o blues como peças fundamentais de seu trabalho. Mas que também apresentava alguns sinais de influência da MPB. O disco foi lançado pela gravadora Som Livre, com produção de Nico Rezende e Ezequiel Neves. Nele Cazuza pôde experimentar novas parcerias, como na canção que abre o disco, "Exagerado", que contou com colaboração de Leoni e se tornou seu primeiro grande hit solo.

A banda de apoio contava com Rogério Meanda (guitarra), Décio Crispim (baixo) e Fernando Moraes (bateria). Essa ótima cozinha instrumental, adicionada com os teclados de Nico Rezende, caiu como uma luva para ele. Faixas como "Medieval II" (parceria de Cazuza com Rogerio Meanda) e "Mal Nenhum" (parceria com Lobão), mostravam uma sonoridade próxima da que ele fazia com a antiga banda (Barão Vermelho). A coisa muda de figura ao ouvir a faixa "Codinome Beija-Flor", uma surpreendente e bela balada com acompanhamento de cordas e com forte tempero de MPB no arranjo.

A canção "Balada de Um Vagabundo" foi composta por Wally Salomão e Roberto Frejat, seu antigo parceiro no Barão. E nas faixas "Boa Vida" e "Rock da Descerebração" Cazuza reativa a parceria com Frejat. O seu lado polêmico não ficou esquecido nesse trabalho. A faixa "Só as Mães São Felizes" (parceria com Frejat) acabou sendo censurada e ficou de fora das rádios.

A produção de Nico Rezende ajudou a dar um tom radiofônico para o som de Cazuza. Também foi importante a presença de Ezequiel Neves, sempre uma figura carismática que ajudava a dar confiança no trabalho de Cazuza. Cinco anos depois, Cazuza morreria em decorrência de complicações provocadas pela AIDS. Ainda encontraria tempo para lançar mais três discos de estúdio (Só se For a Dois, Ideologia e Burguesia), e um ao vivo (O Tempo Não Para), deixando uma obra marcante na nossa música.

"Medieval II"

- "Exagerado"

"Codinome Beija-Flor"



Postagem mais antiga → Página inicial

0 comments:

Postar um comentário

Deixe-nos uma mensagem.

Tecnologia do Blogger.